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Estudo Sobre Linguagem Neutra

(Sujeito)

Pessoas como ns no merecem o amor. Pessoas como eu encontram-no facilmente.
Pensar a vida como criao, transformar o Universo absoluto: mas atreveria-me eu? As linhas
da chuva desenhar aguadas no cho irregular da calada, capturando ngulos pictricos da
cidade. Mas ns, quem somos? No meio de uma linha trmula no somos vtimas do fatalismo,
contudo tambm no podemos controlar o futuro que advm do olhar de outrem. Contemos o
Ser no desregramento do sentido, de todos os sentidos, e s o que conseguimos disperso.

I.
Sentvamos beira do Rio imaginando possibilidades. Psicosomatizando questes
entre tragos de cigarros recm-acesos. ramos qual a fumaa que se mescla com o ar para se
dissolver em anis, o Ser em plural, dentro da prpria pluralidade singular. O Um. Ouvamos
a Questo.
Ainda consigo ver seus olhos claros refletindo nas guas calmas que so essa cidade, e
em perplexidade observo, como quando se v um gato escondendo-se: um par de olhos bem
abertos estreitando o Mundo em meio a escurido. Primeira pessoa no plural, sem jamais ser
terceira no singular. Rompendo, por no poder possuir, o des-terro que essa Ptria chamada
lngua. Distorcamos os signos, rasgvamos habilmente a regra, tornando tudo dissonncia: o
pensar era ser, que, consecutivamente, era ao.
E isso ainda se reflete... Ao no poder mais ser atributo, apenas contingente de
caractersticas, abre-se o Possvel. Todo Ser nvoa multicolor e pluriexistncia, que em certos
momentos torna-se hbil, sem jamais permanecer no ser-determinado. E por no poder possuir,
isenta-se da estagnao. Tudo transmuta-se em movimento e as distncias desaparecem na
linha de um horizonte cada vez mais longnquo, l, onde tudo imposio.

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