Tahelas e Graficos
J.D. Marconi/V. Rodrigues/L. B. E. de Araujo
‘Tabelas
Usualmente os resultados de um experimento sio apresentados em tabelas ou gréficos. Quando
a escollia for uma tabela, ela deve apresentar um resumo, com o maximo de informagoes, de
uma série de medidas. Ela precisa apresentar:
1. O titulo, com uma breve descricao do que trata a tabela:
2. O cabecalho da tabela deve apresentar o que tem em cada coluna, com a grandeza medida
(ou sua abreviacio), a unidade usada e, se for necessério, a poténcia de 10 pela qual os
valores da coluna deve ser multiplicados;
3. Se forem usadas abreviagdes na tabela, elas devem ser explicadas na propria tabela ou
em algum lugar do text
4, Os valores das medidas deverao aparecer com os algarismos significativos adequados e
com o seu erro total;
5. No exemplo da tabela abaixo, as medidas foram realizadas para uma determinada mola,
Por isso, é interessante colocar suas caracteristicas. Assim poderemos apreciar mais facil-
mente os dados da tabela;
6. Quando a ordem em que foram feitas as medidas for importante, ela deve ser indicada.
Labela 1: Lei de Hooke
Mola presa por uma de suas extremidades
m (10) | Dx (em) na vertical e sujeita A esforcos por massas
0030 £0,002 10.9 4 0.1 colocadas na outra extremidade.
0,052 + 0,003 | 1,4 + 0,1
0,080 + 0,002 | 2,2 + 0,1
0,103 + 0,004 | 2,7 + 0,1
0,135 + 0,001 | 3,6 + 0,1
Caracterfsticas da mola:
massa = (27 + 1) g
diametro = (16 = 1) mm
m = massa colocada na extremidade da. mola; diametro do fio— (1,0 + 0,1) mm
Av = variacio do comprimento da mola; niimero de espiras = 100
N = mimero de ordem das medidas.
Graficos
Quando a escolha for um grafico, ele precisa apresentar:
1. O titulo, com uma breve deserigio do que trata 0 grafico;
2. Uma legenda para cada eixo indicando que valores estao sendo ali colocados, qual a sua
unidade e se for necessério, a poténcia de 10 pela qual os valores da escala devem ser
multiplicados;
3. Uma escala para cada eix{a) usando valores com intervalos regulares entre si:
{b) com valores faceis de serem lidos, como miltiplos inteiros por exemplo:
(c) os dois eixos nao precisam ter a mesma origem e nem téo pouco a mesma escala
numérica;
4, vite “ligar os pontos”. Somente devera ser usada uma curva entre os pontos quando for
‘itil apresentar um guia para os olhos ou quando um modelo for comparado ou ajustado
aos pontos experimentais, Em ambos os casos, 0 procedimento, modelo ou utilidade da
curva deve ser mostrada no texto @ a curva elaramente identificada
5. Se forem usadas abreviagdes no gritico, elas devem ser explicadas na propria gratico ou
em algum lugar do texto;
6. Os valores dos pontos nunca devem ser colocados no grafico. Para isto exitem as tabelas.
Salvo quando for um ponto especial e que mereca destaque, Neste caso, evite carregar de
informagoes o grafico, somente indicando o ponto e deixando as explicagdes para o texto.
7. Os pontos das medidas deverao aparecer com suas respectivas barras de erro. A posicao
mntral do ponto ¢ a média da medida (7.7). A barra de erro da abscissa comega em
— Axtotas € Vai até T+ Axrotq)- O mesmo para a ordenada. Na figura a seguir temos um
exemplo de como fazer uma barra de erro.
(60+01, 10:3
x
,
ectocanent
59 G19 61 r = 3 v
60 tee C41
fa) (ol
Figura 1: (a) Procedimento para fazer a barra de erro de uma medida. As linhas tracejadas
86 foram feitas para ilustrar como o tamanho da barra de erro ¢ definido. (b) Exemplo de um
gritico simples.
Histogramas
Foi Gauss quem desenvolveu a teoria matematica dos erros. Essa teoria se baseia nos caleulos de
probabilidade e tem por finalidade conhecer melhor o grau de preciso de uma série particular
de medidas
Nunca se consegue reproduzir uma medida exatamente. Intuitivamente, pocemos perceber
que, realizando-se tma série muito grande de medidas, elas deverao se distribuir simetricamenteFigura 2: Distribuicao gaussiana.
em torno de um certo valor, que por razdes Sbvias ¢ chamado de valor médio, Se fosse possivel
fazer infinitas medic6es, a distribuicao das medidas teria uma forma bem definida, a chamada
distribuigéo gaussiana, mostrada na Figura 2
Mas, como nunca é possivel fazer infinitas medigGes, vamos apresentar uma maneira itil de
apresentar os resultados em forma grafica, o chamado histograma, Para isso vamos considerar
um experimento no qual foram medidos 100 valores medidos de um certo tempo, Entre todos
os valores vamos identificar 0 menor e 0 maior, ¢ os chamamos de A e B. Todos os demais
valores vio estar dentro do intervalo de tempos determinado por estes dois valores. Vamos
separar este intervalo em 7,8,9, ou até 10 intervalos iguais, cada um de largura A. Entao, 0
primeiro intervalo vai estar entre Ae A+ A, o segundo intervalo entre A+ ¢ A+2A, ¢ assim
até chegar a B.
Agora vamos contar quantas das 100 medigbes esto dentro do primeiro intervalo, quantas
no segundo, e assim por diante, A este nimero de vezes chamamos de frequéncia (pode-se usar
como alternativa a frequéncia normalizada, que é a frequéncia de cada intervalo dividido pela
uiimero total de valores medidos). Representando graficamente a frequéncia (ou a frequéncia
normalizada) no eixo Y e os intervalos no eixo X, vamos obter o histograma tal como mostra
a Figura 3
Vemos imediatamente que:
i, os intervalos correspondentes a pequenos desvios em relacio ao valor médio sio mais
populados.
ii, a figura 6 simétrica em relagao ao valor médio da série de medidas. No caso limite
quando A + 0-€ 0 nimero de medigdes tende a infinito, vamos obter uma curva continua, a
distribuigdo gaussiana. Essa curva ¢ caracteristica de uma vastissima gama de medidas fisicas.
Em um histograma, a média 6 0 ponto, no eixo das abscissas, que passa pelo centro de
gravidade da figura. desvio padrao coincide com metade da largura do histograma a aproxi-
madamente 60% da altura maxima,
Graficos logaritmicos
Em ciéncia 6 comum existirem medidas com variagdes muito grandes. Dizemos entaio que os
dados variam em varias ordens de grandeza. Se ao tentarmos marcar esses os valores em um
grafico linear, perceberemos que muitos dos dados ficario “acumulados” em uma regiaio da
grafico, dilicultando muito a leitura dos dados, pois os pontos ficam “embaralhados
‘Uma das formas para resolver o problema de apresentacio grifica de resultados com grandes
variacoes ¢ aplicar o logaritmo aos valores que estao sendo utilizados. O logaritmo reduz os
valores a serem colocados no grafico 4 mesma ordem de grandeza. A fungao logaritmica foi» ff
1
Ata =
Figura 3: Exemplo de histograma, onde no eixo Y colocamos a frequéncia normalizada
desenvolvida para facilitar alguns célculos que eram muito dificeis, antes do surgimento das
calculadoras e computadores. Por exemplo, a medida de pH ¢ —Logyo(Cus), 04 seja, as medidas
de pH variam varias ordens de grandeza na concentragao de H+
Se a grandeza medida obedece a uma lei de escala do tipo:
()
entao, aplicando logaritmo base 10 na equagio acima, temos
Loginf = Logigk +n Login2. (2)
Redefinimos assim a Equacdo (1) na forma de uma equacéo linear de uma reta!! Medindo a
coeliciente angular da reta passamos a ter o valor dlo expoente n.
O papel log-log é desenhado de forma a simpliticar a necessidade de realizar os céleulos
necessirios para obtencao dos logaritmos, pois ele jé esta em escala logaritmica - Figura 4.10°
10°
10°
10°
10°
10" 10° 10 10°
Figura 4: Exemplo de papel grafico em escala logaritmica