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CURSO DE RECURSOS PAISAGISTICOS CURSO DE RECURSOS PAISAGISTICOS Promocio: Prefeitura do Municipio de Sao Paulo Secretaria do Verde e do Meio Ambiente Coordenadoria de Eduicagao Ambiental Escola Municipal de Jardinagem Textos: Apresentacio Bidloga Assucena Tupiassi Introdugio Bidloga Assucena Tupiassti Levantamento de Dados Engenheiro Agrdnomo Oswaldo Barreto de Carvalho Recursos Graficos Arquiteto Carlos Morinaga & Arqui to Marcio Fernando Valadao Recursos Vegetais Engenheiro Agrénomo Astrid Claudete Marchini Recursos Arquitet6nicos Arquiteta Flavia Pimenta Jardins Sobre Laje Bidloga Maria de Lourdes da Costa Orcamento Bidloga Assucena Tupiassit A Questiio Estética Artista Plastico Marco Antonio Braga Arborizagio Urbana Eng. Florestal Luiz Rodolfo Keller Legislagio Eng. Florestal Luiz Rodolfo Keller & Eng. Agr. Mario do Nascimento Jr. Ilustracées e Diagramaci Artista Plastico Marco Antonio Braga Curso de Recursos Paisagisticos Apresentagao APRESENTACAO 0 ‘Curso de Recursos Paisagisticos’ da PMSP foi criado em 1994 atendendo as solicitagdes de um grande nimero de alunos que, apés terminado o ‘Curso Municipal de Jardinagem’, solicitavam a continuidade no aprendizado. O ‘Curso de Recursos Paisagisticos’ tem como pré-requisito o ‘Curso pal de Jardinagem’ pois o aprendizado adquirido naquele ¢ de fundamental importncia para a compreensio deste. Entre os itens selecionados para montar o programa achamos que era de grande importéncia um aprofundamento na questo estética pois, apés 60 horas/aula ensinado as técnicas basicas de jardinagem, era tempo dos alunos aprenderem um pouco das sensagSes que a vegetagio ¢ os outros elementos envolvidos na configuraglo das paisagens provocam no observador. ‘Além disso necessdrio conhecer um pouco da histéria do paisagismo no Brasil e, também, que estudos precisam ser feitos para 0 planejamento de um jardim. Na execugiio dos jardins sfio utilizados além da vegetago, os recursos arquitetOnicos, as obras de arte, os elementos de infra-estrutura (encanamentos, iluminagao), etc. Esta apostila nao tem a pretensto de abordar todos os temas ligados ao paisagismo mas, sim, de responder algumas das questées feitas freqiientemente pelos nossos alunos: . O que deve ser considerado para se fazer um jardim? . Qual a interferéncia do uso das cores em um jardim? A partir de que parametros devemos escolher a vegetacao? ~ Quanto custa um jardim? . Ete. Para abranger estes itens foi feita a seguinte programago: _ Introdugiio ao Paisagismo « Paisagismo no Brasil . Levantamento de Dados . Estética e Percep&o de Espagos « Recursos Vegetais . Recursos Arquiteténicos - Recursos Gréficos Jardins Sobre Laje . Orcamento . Arborizagao Urbana = Legislagiio Até 0 momento néo existe no Brasil um ‘Curso de Formagio em Paisagismo’ regulamentado, pois tratar-se-ia de um Curso de 3° Grau (Faculdade). © presente ‘CURSO DE RECURSOS PAISAGISTICOS’ nao pretende formar paisagistas, seu objetivo é colocar os alunos interessados nessa arte em contato com os meios, preocupagdes ¢ recursos utilizados na criago de jardins, possibilitando assim a formagéio de uma visio mais critica e consciente. Curso de Recursos Paisagisticos Apresentago Para explicar o que significa ‘Recursos Paisagisticos’, recorremos 20s dicionirios: Paisagem: — Espaco de terreno que se abrange num lance de vista; pintura, gravura ou desenho que representa uma paisagem natural ou urbana. Paisagismo: Representaglio de paisagens pela pintura ou desenho; estudo dos processos de preparagdo ¢ realizagao da paisagem como complemento da arquitetura. Paisagista: Pessoa que pinta ou descreve paisagens; pessoa que planeja ¢ compie paisagens decorativas de jardins e/ou parques. Recurso: Ato ou efeito de recorrer; auxilio; ajuda. Paisagistico: Relativo a paisagem. Sendo assim ‘Recursos Paisagisticos’ leva em consideragio os elementos (naturais (0 no) usados na execugao de um jardim. LOCAIS DE ATUACAO Tipologia dos Espagos Livres Particulares: Jardins Quintais Parques Chacaras Potencialmente Coletivos: Clubes Fabricas Escolas Piblicos: Pragas Parques Cemitérios Categoria dos Espagos Livres Urbanos: Jardins de representagio e decorago Parques de vizinhanga Areas para producdio agricola Verde de acompanhamento vidrio Cemitérios Areas de uso especial Jardim Zoolégico Jardim Botéinico Areas de esportes Ruas de pedestres Curso de Recursos Paisagisticos Introdugéo INTRODUCAO AO PAISAGISMO Apesar do préprio nome do nosso Pais ser o de uma arvore e mesmo tendo seus grandes ciclos de desenvolvimento — excegao aos ciclos dos minérios ¢ das pedras preciosas — ligados & vegetac%o (0 pau-brasil, a borracha, o fumo, a cana-de-agiicar, o café) nunca aqui se deu a devida importncia as plantas. Relativo ao paisagismo pouca coisa foi pensada em nosso Pais. Nao dispomos de uma faculdade de paisagismo. Muito pouco de nossa flora foi explorada — apesar de termos 0 maior ntimeto de espécie do mundo. Se perguntarmos as pessoas em geral sobre os grandes nomes de paisagistas no Brasil, provavelmente 0 nico a ser lembrado sera Roberto Burle Marx — conhecido internacionalmente. Porém existiram pessoas que detam grande contribuigao para o desenvolvimento do paisagismo no Brasil e, por essa razio, comecamos esta apostila falando um pouco sobre historia. PAISAGISMO NO BRASIL Pouco se sabe sobre a histéria do paisagismo no Brasil. No principio o objetivo dos colonizadores era o de arrecadar Iucro para Portugal e, com isso, a wbanizaglio e o paisagismo nio eram valorizados. As primeiras manifestagées paisagisticas partiram das iniciativas do Principe Mauricio de Nassau, quando da invaséio de Pernambuco na primeira metade do século XVII que, alm de introduzir no pais uma série de espécies vegetais — muito significativas as laranjeiras, limoeiros e tangerinas que, de tio bem adaptadas, muitos chegam a pensar serem nativas — trouxe uma preocupagéo maior com o tragado das cidades. Mauricio de Nassau trouxe o pintor paisagista Franz Pest para o Brasil, um dos primeiros a retratar nossas paisagens. Apés a expulsio dos holandeses, pouco restou dessas intervengdes paisagisticas holandesas. Muitas espécies chegavam quase por acaso vindas nos navios, sementes descartadas ou misturadas na areia do lastro, algumas estavam nas madeiras podres dos cascos que, a0 serem trocadas por madeira nova, ficavam no continente. Durante muito tempo as Tuas das cidades coloniais eram tortas, sujas, poeirentas ¢ sem qualquer tipo de urbanizagaio. Quando os soldados franceses invadiram Portugal, o Principe Regente e sua corte vieram para o Brasil, ao se depararem com a cidade do Rio de Janeiro ficaram decepcionados, acostumados que estavam a viver em cidades urbanizadas, em casas com jardins ¢ quintais. Neste momento comegaram os primeiros passos para a melhoria das condigdes da cidade. Foi criado, a mando de Dom Joao VI, 0 Jardim Boténico do Rio de Janeiro, a principio chamado ‘Horto Real’, com os seguintes propésitos: fornecer matéria prima para a fabrica de pélvora instalada na regio, iniciar a aclimatagdo ¢ plantio de espécies exéticas, e também para o plantio de ervas para fazer chés. Nessa época foram introduzidos os abacates, jacas, fruta-pio, noz-moscada, tamarindos, carambolas, jambeiros; posteriormente foram introduzidas mudas de acalifas, céssias, crétons, Curso de Recursos Paisagisticos Introdugao Dois pontos marcam a histéria do paisagismo dessa época: predomindincia de espécies exéticas e escassez de mudas ¢ sementes para o plantio (que sé eram produzidas nos Hortos Reais de Belém, Rio de Janeiro, Pernambuco e Sio Paulo). ‘Até meados do século XIX os portugueses, principalmente os que tinham adquirido terras no bairro de Sio Cristévao, construindo palacetes e belos jardins, incentivaram a introdugdio de margaridas, rosas, angélicas, jasmins, hibiscos, copos de leite, dalias, dracenas, agapantus, etc. —a rica flora brasileira continuava desconhecida e sem uso. Os portugueses da Itha da Madeira trouxeram alamandas, amarylis, begGnias, beris, primaveras, caladiuns, petimias, onze-horas ¢ silvias. ‘Além da introdugSo de espécies e construco de hortos, somente quando do casamento de Dom Pedro I com a arquiduquesa da Austria foi contratado um paisagista alemio, Ludwig Reidel, que teve como incumbéncia “esverdear a cidade do Rio de Janeiro”, pois temia-se que a noiva ficasse mal impressionada com a cidade. Ele trabalhou na arborizagdo entre 1836 ¢ 1860. Uma das grandes dificuldades que Reidel enfrentou foi o preconceito referente a maleita que, acreditavam, seria provocada pela sombra das drvores. Além do trabalho de arborizagio, Reidel também treinou escravos em jardineiros, coletou sementes em excursdes e implantou um grande viveiro. Ao deixar o servigo por motivos de doenga, iio s6 deixou montado todo um projeto de paisagismo urbano — inclusive com know- how técnico de produgdo de mudas — como, também, milhares de mudas nos viveiros ¢ mais de 7.000 espécies de plantas brasileiras catalogadas em varios herbérios de outros paises. © Engenheiro Agrénomo Auguste Frangois-Marie Glariou foi o sucessor de Reidel ¢ teve também grande importdncia pois trabalhou com pau-ferro, varios tipos de céssias, paineiras, erytrinas, jacarandés, ipés, bauhinias, quaresmeiras, manacés, etc., fazendo ‘uma sucesso colorida em varias épocas do ano. Além disso classificou varias espécies, algumas com seu nome. Pediu demissao em 1897. Outros dois nomes importantes para o paisagismo foram Pierre-Marie Binot ¢ Adolfo Lietze. Pierre-Marie Binot foi contratado por Dom Pedro I para implantar o jardim do Palécio de Verio em Petrépolis e criou um dos mais importantes viveiros de mudas dessa regifio. Adolfo Lietze teve importante papel no estudo das Aréceas, sobretudo na formagio de sementes bibridas. Os modelos de arborizagio do Rio de Janeiro foram levados para os outros Estados, porém muitas vezes sem acompanhamento técnico e perdendo um pouco da organizagao estética. Os jardins do tempo do Império pertenciam as pessoas de posses ¢ eram representativos de suas fortunas, chegando até a uma disputa pela suntuosidade ¢ luxo. Quase sempre era utilizado o jardim de desenho ‘francés’, com espécies exéticas ¢ raras e com alguns animais como paves, araras, arapongas € macacos. No decorrer do tempo, principalmente apés a libertagdo dos escravos, ocorreu um declinio nos jardins residenciais pois a mfo-de-obra ficou cada vez mais dificil. As plantas nfo mais demonstravam a riqueza do proprietirio, mas 0 conforto, com 0 uso Curso de Recursos Paisagisticos Introdugao mais de rosas, cravos, orquideas ¢ samambaias de metro — estas usadas para enfeitar a parte interna da casa. Com o crescimento das cidades, as estruturas de urbanizagiio (telégrafo, bondes, telefone, rede elétrica, redes de Agua, esgoto, alargamento do leito das ruas para os automéveis, asfalto, etc.) tomaram lugar dos espagos reservados a arborizagio, muitas -vezes causando danos irreparaveis. Até hoje observamos diferentes tipos de arborizagiio nas diversas regides do Brasil, essa heterogeneidade pode ser justificada pelo tipo de colonizagao. Outros dois nomes que néo podemos deixar de citar sio: Roberto Burle Marx ¢ Roberto Coelho Cardoso. Roberto Burle Marx a partir da década de trinta demonstrou em seus projetos uma Iinguagem paisagistia moderna, com um conceito de jardim como obra de arte, somado a uma dimenso ecolégica e ambiental. Ele identificou muitas espécies brasileiras ¢, principalmente, fez uso delas em seus projetos, modificando um pouco a preferéncia absoluta pela escolha de espécies exéticas. Inspirado na natureza tropical, ¢ embora desde crianga apaixonado por plantas, s6 tomou conhecimento da riqueza da nossa flora apés uma viagem a Alemanha no final da década de 20, de onde retomou com o firme propésito de valorizagio das plantas brasileiras em propostas plésticas imprevisiveis de inegivel originalidade. Roberto Coelho Cardoso, na década de 50, introduziu a disciplina de Paisagismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. PAISAGISMO EM SAO PAULO Temos observado através de jornais, revistas ¢ televisio, ou até mesmo pelo nimero crescente de profissionais ingressando na area de Paisagismo, que o ecologismo, trazendo junto a preocupacao com as areas verdes, tem firmado o Paisagismo como uma das reas em ascenstio em nosso pafs. Em So Paulo especificamente a deficiéncia de vegetagao (em 1999 havia menos de 4 m de Areas verdes por habitante, sendo o recomendado pela ONU 12 m’/habitante) ocorre por varios motivos, sendo a falta de planejamento o que mais se destaca. Tendo a cidade de Séo Paulo um tipo de ocupagéo atipico, era muito presumivel que a falta de areas verdes ocorresse. Para tentar explicar como isto aconteceu, vale lembrar alguns fatos: Quando da fundagiio da cidade, em 1554, So Paulo no ultrapassava o limite de 3 Km ao redor dos trés pontos que marcavam a barreira da colina hist6rica formada pelas Igrejas de Sao Francisco, S40 Bento e do Carmo. Assim ficou durante trés séculos, com seu ar provineiano de Tuas estreitas, casas baixas e pequenas, pois nao possuia grandes atrativos, nem solo rico para cultivo, nem riquezas minerais. Somente na Segunda metade do século XIX é que Séo Paulo comegou a delinear-se como a grande metropole de nossos dias, em fungfo de sua posig¢fio de centro de convergéncia de grandes vias de articulagao. O crescimento foi decorrente de trés fatores principais: 1. Expansio do café; 2. Multiplicago das estradas de ferro; Curso de Recursos Paisagisticos Introdugao 3, Imigragéio européia, favorecida em decorréncia da adaptagdo devido a temperatura. Em 1872 0 café comegou a ser plantado na regidio de Campinas, surgiram os grandes fazendeiros do planalto. O café produzido em Campinas era exportado pelo Porto de Santos ¢ tinha passagem obrigatéria pela cidade de S80 Paulo. A transag&o comercial decorrente dessa exportagiio exigia que os fazendeiros ficassem boa parte do tempo na cidade para acompanhar os negécios de perto. ‘Af ocorreram grandes mudancas na fisionomia urbana. Os fazendeiros tornaram a casa da cidade sua residéncia fixa, confortével e elegante, simbolo de riqueza do seu proprietério, concomitante ocorreram melhorias nos prédios piblicos e pavimentagdes. ‘Ampliou-se a érea urbana através do retalhamento das ‘chdcaras’ sem um planejamento ¢, dessa forma, a cidade foi crescendo novos bairros se integraram a vida urbana. ‘A Chécara Palmeiras, por exemplo, que em 1882 possufa caracteristicas rurais, com casa grande, senzala, cachoeira, plantaglo de ché, transformou-se no bairro de Santa Celia. Podemos dizer que, por muito tempo, a cidade de Séo Paulo era uma grande area verde que ‘de repente’, em menos de 100 anos, virou uma grande metrépole e, por mais que se tentasse fazer um planejamento, ninguém esperava que aquela pequena provincia se transformasse em uma das maiores cidades do mundo. A capital paulista, em 1872, contava com cerca de 31.000 habitantes; em 1900, com aproximadamente 240.000; ¢ chega ao final do século XX com mais de 15 milhdes de habitantes na regio metropolitana. © crescimento demogréfico € inversamente proporcional ao indice de areas verdes, portanto, quanto maior a populag&o, menos vegetagao a cidade tem. longo processo de organizagiio e reorganizagio da sociedade deu-se concomitante & transformactio da natureza primitiva em campos, cidades, estradas de ferro, parques nacionais, shopping centers, etc.. Estas obras do homem so suas marcas ¢ apresentam um determinado padrao de localizagio que é proprio a cada sociedade. Infelizmente a expansio urbana das cidades nos ultimos anos se deu as custas da ocupagiio de areas verdes. Podemos observar que quanto maior o crescimento demografico, menor 0 indice de 4reas verdes. HA pouco tempo niio era raro vermos jardins em frente das casas. Porém a aquisigdo de automéveis ¢ a criagio de espagos para estacionamento ou abrigo vém diminuindo ou eliminando as éreas plantadas. ‘A vegetago em Sao Paulo varia de acordo com a regio da cidade ¢ com a época em que foram urbanizadas. Expressam diferentes maneiras de ocupagio do solo, diferentes aspiragdes de vida e as transformagdes ocorridas. ‘A ocorréncia ¢ 0 adensamento de determinadas espécies botfnicas se explicam pelas particularidades dos habitantes, por seus usos, costumes e, prineipalmente, pela maneira de pensar e agir diante da natureza. A presenga téo forte do imigrante na cidade é denunciada pela grande variedade de jardins existentes e pela ocorréncia de diferentes arvores que aqui chegaram pelas mos de portugueses, italianos, alemies, etc... préprio nome de alguns locais evoca espécies vegetais freqlientes e tipicas de décadas atras, é 0 caso de Pinheiros, Cambuci ou o Cemitério do Araga. Curso de Recursos Paisagisticos Introdugdo A idéia de ‘aridez’ de Sio Paulo nfo se estende a todas as situagdes da urbanizagio existente, FormagSes excepcionais de vegetagdo tém grande significado nfo sé para pessoas que dela tiram proveito diretamente mas, também, para o ambiente cireunvizinho. ‘Ao percorrer a cidade, encontramos varias ruas sem uma tnica drvore, mas também observamos ruas to arborizadas que, por vezes, chegam a entrar em conflito com estruturas de urbanizago. Enquanto Sao Paulo possui menos de 4 m” de areas verdes por habitante, Washington possui 170 m’; Brasilia, 40 m’; Paris, 30 n°; Londres, 25 m™ Buenos Aires, 20m’. Existe também uma grande diferenciagiio de indice de dreas verdes entre os bairros da cidade. O indice de arborizagio, segundo padrées de ocupagio do municipio de Sao Paulo em 1988, conforme imagens do Satélite Landsat, é: Bairros indice de Arborizacao Centro histérico 0,4% Bras 0,5% Brasilandia 21% Campo Limpo 0,6% Ermelino Matarazzo 0.2% Parque Edu Chaves 0,0% ‘Sto Mateus 0.2% Sao Miguel Paulista 1,0% Vila Clementino 1,7% Av. Paulista 12.8% Moema 53% Indiandpolis 87% Alto de Pinheiros 27,1% Chacara Flora 52,7% Jardins 33,6% Jardim So Bento 16,4% Morumbi 468% Desde a década de 40, 0 crescimento da cidade tem se dado, principalmente, com base num padriio periférico de ocupagio horizontal, em grande parte pelos loteamentos clandestinos ou irregulares e ocupago inadequada devido a ineficiéncia das politicas urbanas piblicas dirigidas & populagdo de baixa renda. Em alguns casos a construgo de conjuntos habitacionais acarreta o desmatamento de areas em tais proporp6es que causa graves problemas relacionados com a estabilidade do solo ¢ as condigdes ambientais. J4 nos ‘Bairros Jardins’ as areas arborizadas se encontram razoavelmente protegidas, na medida em que isto constitui elemento de valorizagio imobilidria para o segmento de mercado de alta renda. Recentemente vém sendo dispensados alguns cuidados A vegetagao de porte que enquadrava velhos casardes ou antigas chécaras. Velhas érvores so preservadas e valorizadas quando da substituigo do antigo uso por novos edificios. Infelizmente tais cuidados estio restritos a uma faixa de renda privilegiada. Curso de Recursos Paisagisticos Introducdo Problemas de custo de terrenos, facilidades de construgo ¢ auséncia de uma legislagao efetiva de preservagdo relegam a um segundo plano preocupacdes com a manutengaio da vegetagiio do entorno de edificios. ‘Atualmente estamos vivendo uma volta valorizagao das dreas verdes, porém com a diminuigdo de locais para plantio e a modificag4o do habitat natural, tem sido cada vez mais dificil a escolha de espécies adequadas. Os edificios novos, em sua maioria, esto sendo construidos com sacadas e podemos observar jardineiras de diversos tipos sendo colocadas em casas residenciais e comerciais. Muito freqiente também é a comercializago por parte de empreendedores de ‘coisas que no esto a venda’, Como exemplos temos comerciais gravados em parques sugerindo que ‘aquele edificio teré todos aqueles jardins e a harmonia que um parque possui’; ou entio nomes de empreendimentos imobiliérios como: ‘Passaros e Flores’, ‘Jardim das Horténsias’, ‘O Canto dos Passaros', etc.. ‘A variedade das plantas empregadas nas residéncias nfo sugere a riqueza floristica da regio e nem a quantidade de espécies introduzidas. A falta de tempo para cuidar dos jardins, a dificuldade e 0 alto custo da mio-de-obra especializada, promovem a escolha de espécies que exijam menos cuidados; assim como os proprios produtores acabam definindo as espécies do mercado e eriando, por vezes, verdadeiros modismos. Porém a situagGo aos poucos vem mudando, em 1999 a Revista Veja anunciou 0 Paisagismo como a carreira mais em ascenso em Sao Paulo, talvez pelos problemas causados pelo ‘desenvolvimento’ acelerado das grandes cidades tenha ocorrido uma mudanga de mentalidade em que o meio ambiente deixa de ser natureza e passa a set qualidade de vida, ¢ surge a necessidade de reconciliagio com as reas verdes, implantando-se jardins nos espagos disponiveis entre as construgées. Um jardim planejado € fator imprescindivel ¢ fundamental pois, além de melhorar a qualidade de vida através dos fatores ambientais, deve ser belo para transmitir bem estar, Este projeto harmonioso hé de utilizar espécies de plantas compativeis com as condigées de clima, solo ¢ 0 cendrio local, para cumprir sua fungéo: integrar 0 homem 4 natureza. Os recursos paisagisticos sio importantes neste contexto, pois colocam as pessoas em contato com os meios utilizados na criag&o de jardins, possibilitando a formagao de uma visio critica ¢ consciente. Da jardinagem depende intrinsecamente o paisagismo e seu sucesso, através dela aprendemos as técnicas de plantio (instrumentago, solo...), particularidades de cada espécie, trato cultural (podas, intempéries, pragas e doengas...) fundamentais para execugio de um jardim ¢ sua qualidade final. Devemos lembrar que a vegetago € importante componente do jardim, isto é, de uma paisagem criada simultaneamente por obra da natureza e pela intervengfo formal do homem. jardim, em todas as suas variagdes de uso, insere-se no contexto cultural de uma civilizago — ou de uma cidade amplia o reconhecimento e 0 entendimento de sua tradicfio paisagistica — excepcionalmente complexa no caso de Séo Paulo, dadas as varias influéncias recebidas de sua populagao heterogénea. sucesso final do paisagismo é determinado pela qualidade das técnicas utilizadas para © plantio e a manutengio do jardim (jardinagem) ¢ também pelo planejamento deste espago pois, como vimos anteriormente, muitos dos problemas presentes na cidade de S30 Paulo so decorrentes da falta de planejamento. Precisamos transportar a idéia para © papel e deste para o solo, assim teremos a realizagio de um projeto. Curso de Recursos Paisagisticos Introdugo Planejamento nada mais é do que um modelo te6rico para ago, ¢ dele depende o dinamismo, a funcionalidade ¢ a qualidade do projeto. Acreditamos que néio existe zegra bisica para o paisagismo, porque entre cores, formas, tamanhos que combinam ou nio, tudo depende do gosto pessoal, muito diferenciado de individuo para individuo. Porém cumpre ter em mente que devemos respeitar as necessidade e exigéncias de cada espécie a ser usada, as condigées ambientais, e visar maximizar os beneficios ¢ minimizar os riscos (prejuizos impactos ambientais). Temos sempre que harmonizar as atividades diversas e nfo estar sobre a natureza, controlando-a, mas estar com a natureza, formando a totalidade, a respeitando. Curso de Recursos Paisagisticos —_Levantamento de Dados LEVANTAMENTO DE DAD: “Jardinagem ndo é mero divertimento, embora componha recreacdo com suas alegrias, expectativas e, de vez em quando, uma pitada de frustragio. Nao é esporte, mas movimenta vigorosamente o corpo ¢ envolve saudéveis exercicios ao ar livre. Nao ¢ religido, mas com certeza eleva e aprofunda o espirito. Nao é normalmente classificada entre as artes, mas produz dramdticos efeitos decorativos e intensa emocao estética. Nao é um proceso diddtico formal, ‘mas, na transmissdo intuitiva dos principios que regem a natureza, ensina mais do que muita escola. Nao é uma ciéncia em si, mas tem contetido cientfico suficiente para ocupar a vida toda de uma pessoa. Nao é um cédigo moral, mas estimula sentimentos altruistas pelo cuidado com outros seres vivos.”” Aldo Pereira ardinagem Pritica — Ed. Melhoramentos, 1978) FATORES A SEREM LEVADOS EM CONSIDERACAO PARA O PLANEJAMENTO DE UM JARDIM. Entrevista com o cliente: As necessidades e anseios do cliente Nimeros de pessoas ¢ idade das mesmas Presenga de animais, niimero e porte Grau de sociabilidade Gosto ou averstio por determinadas espécies Disponibilidade de recursos Tipo de manutengio Tipo de jardim: Residencial Comercial Pablico (largos, pragas, parques, boténicos, hortos, avenidas, rodovias, etc.) Quanto ao acesso: Livre Restrito (escolas, clubes, hospitais, etc.) Quanto 20 tipo de lazer: Ativo (piscinas, quadras esportivas, playgrounds, churrasqueiras, etc.) Contemplative (terragos, pérgolas, caramanchées, gazebos, jardins de inverno, espelhos d’agua, fontes, obras de arte, etc.) Outros dados: Estilo da construgdo; Tipo de manutengao; Planta do imével; Levantamento planialtimétrico; Planta das construgdes; Etc. 2 Curso de Recursos Paisagisticos — Levantamento de Dados Visita ao local: Material: lapis, borracha, prancheta, papel, trena, maquina fotografica, etc... CROQUIS a) Construgées e equipamentos e seus posicionamentos em relago ao sol, para determinago do conforto térmico ¢ luminoso by Circulagio social °) Circulagio de servigo 4) Redes de Agua, esgoto, luz, gis °) Pontos de irradiago ¢ convergéncia r) Valorizagdio de detalhes 2) Disfargar fathas b) Projetos de iluminagao i) Pontos de energia e Agua necessérios A instalago e manuteng&io Situagio - Insolagio = Com a determinagio da diregdo norte — localizagao do sol nas varias estagdes e 0 seu encaminhamento ~ definigso sombralsol. -Escolha e localizagdo das espécies Arvores x Temperatura: Temperatura do sol ‘Temperatura do ar: . Temperatura e Umidade ~ relacionadas diretamente com o nivel de conforto do homem Justificdvel uma intervengdo — situagio de desconforto “ J VERAO INVERNO Luminosidade: Alltos indices de luminosidade — desconforto Lamina d’4gua reflete luz ‘Vegetagio absorve Iz Curso de Recursos Paisagisticos Levantamento de Dados ———— | agua Agua reflete luz — interessante em locais mal iluminados ESCOLHA DAS ESPECIES Deve-se conhecer bem as espécies quanto a: . modo de crescimento porte adulto forma da copa tipo e época de floragdio tipo de folhagem (perene ou caduca) necessidades fisiol6gicas (dgua, luminosidade, temperatura, solo) afinidade com as espécies existentes ete, * Periodo de formagio de um jardim: de 10 a 20 anos. VISAO GLOBAL DO CONJUNT: Clima E 0 conjunto de condigdes meteorolégicas tipicas do estado médio da atmosfera num ponto da superficie terrestre. Macro-clima Envolve os aspectos gerais da regidio em fungiio da temperatura, da umidade relativa, do regime dos ventos, das chuvas, etc., elementos dificeis de serem mudados e que possuem pequenas variagdes ao longo do tempo. Curso de Recursos Paisagisticos — Levantamento de Dados I» lr axa ‘ss odfcio) cio) Redhigéo: 40% REDUGAO: 70 A 90% g , ie, - = 7 — BRISADE VERAO. : BRISA DE INVERNO Curso de Recursos Paisagisticos Levantamento de Dados Miero-clima Diz respeito ou particulariza uma pequena area, hd condigdes de alteragdes com vegetacao, irrigacdo, drenagem, etc... Relevo Trata das diferengas de niveis na superficie terrestre. Aconselha-se a minima intervengiio possivel visando a diminuigéo de custos, a estabilidade de taludes (em relagdo as superficies planas, estas possuem menor fertilidade, baixa taxa de infiltrago de gua — run-off—e alta de erosio. MODELAGEM DO TERRENO O SITIO DE IMPLANTACAO Vales Picos - Espigdes - Encostas - Grotes Solo O tipo e as propriedades fisicas ¢ quimicas. A andlise deve ser realizada para as devidas corregdes. 16 Curso de Recursos Paisagisticos — Levantamento de Dados PERFIL DO SOLO Serrapilheira fertil rigido =, Rocha “=. «fragmentada Rocha-mae No processo natural de formagao do solo desenvolvem-se camadas diferenciadas (coloragio, textura, estrutura e consisténcia) que recebem 0 nome de horizontes e a0 conjunto de horizontes de um solo dé-se nome PERFIL. 7 Curso de Recursos Paisagisticos — Levantamento de Dados HORIZONTE 0 ~ é formado de detritos vegetais e animais, frescos ou parcialmente decompostos. Mais de 20 a 30% de matéria organica. Solos cultivados no 0 apresentam, sendo comuns em solos de mata, sua cor ¢ escura, HORIZONTE A ~¢ onde se encontra a maior parte das raizes. Possui boa quantidade de matéria organica, é a camada mais fértil do perfil, geralmente é de cor marrom escura. HORIZONTE B — é 0 que se denomina sub-solo, possui maior quantidade de argila, cor avermelhada e fertlidade menor HORIZONTE C ~é 0 horizonte mineral, material pouco afetado pela imtemperizagao, apresenta fragmentos de rochas. ROCHA MAE ~ éa rocha que deu origem ao solo. CONSTITUINTES DO SOLO Solo é um sistema constituido por trés fases, a saber: - FASE SOLIDA ~ Representada pela matéria inorginica ou fragtio mineral (45%) e pela matéria organica (5%) - FASE LIQUIDA ~ Representada pela égua, sais dissolvidos e material em suspensio (33%) - FASE GASOSA ~ Represetada pela mistura de gases existentes no solo (17%) 33%, 5% 17% 5% [Eiconstituintes minerais _ Econstituintes orgnicos [EXmacropores - ar do solo _Cimicroporos - agua do solo| Constituintes Minerais (45%) Constituintes Organicos (5%) Macroporos — Ar do solo (17%) microporos ~ Agua do solo (33%) gua Observar a quantidade, qualidade ¢ disponibilidade. Pesquisar a legislagio de protegao aos mananciais, evitar modificar cursos d’4gua. Valorizar os recursos existentes, tais como: nascentes, cursos d’Agua, lagos, cascatas, etc.. Lembrar que a Agua, como elemento decorativo, exerce forte atragao, funciona como elemento auxiliar de iluminagao pois reflete a luz. Agua ¢ elemento indispensdvel a vida e A manutengao do jardim. 18 Curso de Recursos Paisagisticos Levantamento de Dados Inrigacdo Irrigagio por gravidade — Quando o depésito de gua se encontra em cota superior & do local a ser irrigado. Irrigagio por moto-bombas — Quando o depésito de Agua se encontra em cota inferior & do local a ser irrigado. Sistemas de 0 Por sulcos — sistema de canais intercomunicantes; Porinundacio = — —_comportas; Porgotejamento — €0 sistema que trabalha com vazBes constantes e pressio variando ente 3.5 e 28.0 m de coluna de agua. Pode ser utilizado em canteiros estreitos e jardineiras (sistema fixo); Por aspersio — pode ser fixo ou mével. Existem diversos tipo de aspersores, para diferentes vazSes e com diferentes raios e Angulos de aplicago, trabalham com diferentes pressdes de servigo e podem ser de pequeno, médio ou longo alcance. Um projeto de irrigago deve contemplar: O correto dimensionamento da vari, duragio ¢ freqiiéncia das regas A distribuiggo das redes primarias, secundérias, tercifrias, etc., a determinagao da vaziio, durago ¢ freqiléncia das regas A distribuig&o deve ser homogénea O sistema pode ainda contar com filtros, adubagées liquidas e timer Vegetacio existente © aproveitamento méximo dos recursos naturais existentes sempre implica em diminuiggo de custos e operacées. Verificar sempre a Legislagdo preservacionista para evitar dissabores, Lei 10.365; Cédigo Florestal. Lembrar que as matas ciliares protegem as nascentes ¢ margens contra a erosio e, portanto, evitam o assoreamento dos cursos d’égua e lagos, melhoram a qualidade da Agua pois filtram e absorvem impurezas; regulam a altura do lengol fredtico; evitam enchentes; fornecem abrigo e alimento a fauna — inclusive a aquatica. ‘A vegetagio das matas ciliares pode ser dividida em trés grupos, a saber: Grupol — — Composto por espécies que se desenvolvem em solos permanentemente iimidos ou encharcados e sujeitos a inundagdes oa Grupo — Composto por espécies que se desenvolvem em solos temporariamente timidos. Grupo TI — — Composto por espécies que se desenvolvem em solos de boas condigées hidricas. ‘A vegetagio nos taludes confere estabilidade aos mesmos. A trama radicular ‘segura’ o solo. Os diversos estratos (4rvores, lianas, arbustos, herbéceas) diminuem a velocidade das Aguas das chuvas, retém parte dela e proporcionam melhor ¢ maior infiltragZio no solo, diminuindo 0 escoamento superficial (run off), além de adicionar matéria orgénica, fator de vital importéncia & melhoria das propriedades fisicas ¢ quimicas do solo. Curso de Recursos Paisagisticos + Levantamento de Dados As margens das rodovias, a vegetacao funciona ainda como barreira de protegio aos veiculos. Ao longo das rodovias os taludes sio protegidos por hidrossemeadura — que consiste numa mistura de sementes de diversas espécies risticas de plantas das familias das leguminosas ¢ das gramineas, adubos, adesivos, protetores ¢ Agua. O local a ser tratado é escarificado ¢ a mistura é aplicada através do jateamento a alta pressfo. ‘A vegetaciio funciona ainda como agente umidificador do ar, pela transpiracio das folhas ¢, por este fato, também proporciona conforto térmico. E agente produtor de oxigénio, atua como barreira de sons, poeira ¢ ventos. Nos centros urbanos ameniza a poluic&o visual pois esconde parte das edificagdes e aniincios. ‘Nas estradas podem facilitar a leitura visual ¢ atuar como marcas ou referenciais. Em canteiros centrais evitam 0 ofiiscamento. Em algas de acesso deve ser utilizada com critério para n&io comprometer a visibilidade. ACESSOS \VEGETAGAO ARBUSTINA (ALT. < 1,09) VESETAGAOARBOREA FAIXA DE VISIBILIOADE DESIIEPEDOA NAO DEVE Te Todo acesso deve ter uma faixa de visibilidade desimpedida. Trifego: - Intensidade, velocidade, sentido - Rodovias ~ Cercas vivas para evitar ofuseamento ~ Homogeneidade — tédio — aumento de velocidade ~ Podem facilitar leitura visual da rodovia - Arvores: distancia minima da pista = 7m - Estabelecimentos comerciais - Criar faixas de visibilidade desimpedidas nas fachadas de interesse visual e placas de publicidade Polui¢ao ~ Sonora - Doar . Vegetagiio funciona como barreira de sons e poeira Harmonia estética com arredores ~ Realgar valores arquiteténicos e ocultar deficiéncias PLANEJAMENTO Estabelecimento e caracterizago das entradas de jardins. Determinagdo do sistema de circulagio (evitar curvas desnecessirias para que n&o baja quebra da continuidade nos jardins de tamanho pequeno). 20 Curso de Recursos Paisagisticos | Levantamento de Dados a) Social — lazer ativo lazer passivo by) Servigo — dependéncias de empregados lavanderia garagem canil ete. Escolha das dreas destinadas a: a) massas de vegetagdio b) obras de arte ¢) futuras construgdes d) dreas irrigaveis PROJETO DEFINITIVO Exame ¢ classificagao definitiva a) Das entradas em fuungo das ligagSes internas e externas do jardim b) Da forma definitiva das pegas que compéem o jardim e das vias de acesso ©) Dos individuos que compéem as unidades de vegetagio, bem como sua quantificagao 4) Locago de pontos (registro, torneiras) para irrigagao e) Das obras de arte f) Dos pontos de luz e projeto de iluminagio g) Confirmaggo das linhas de vista (convergéncia) Cronograma de implantagio, sc realizado em planilhas, facilita a elaboragaio do orgamento. Ex.: Fase Recursos | Quantidade | Unidade | Custo] Quantidade | Sub-total Operagdes Prevista utilizada Limpera do| Retro 05 Hora | X 5 x terreno escavadeira Caminhao 07 Hora [| Y 7 y basculante Preparo _do| Encarregado 24 Hh a 24 240. solo jardineiro ‘Auxiliar def 48 Hh B 8 488 jardineiro Calagem Caledrio ra) Kg 7 0 60y dolomitico ‘Adubagio |N-P-K(4-14-8)| 50 kg. % 50 502 mineral orgamento é realizado computando todos os gastos ¢ lembrando que deve-se sempre adotar uma margem de seguranca, ao redor de 10%, tanto nos maleriais a serem utilizados quanto na mao-de-obra a ser empregada, 2 Curso de Recursos Paisagisticos — Levantamento de Dados MEMORIAL DESCRITIVO Deve conter a descrigéo das diversas fases, as técnicas ¢ equipamentos que serdo empregados, os materiais a serem utilizados ¢ as respectivas quantidades. CONTRATO. Deve especificar as condigdes de: Pagamento Prazos Cronograma Validade Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Graficos RECURSOS GRAFICOS No esquema abaixo, de forma simplificada, as fases de um projeto de paisagismo: [ | ESTUDO PRELIMINAR | |_[[EvanTaENT DE DADOS | | — | lEsTUDO PRELIMINAR éti _ CROQUIS "| Recursos estéticos | | 1 Recursos Arquiteténicos | [ANTE-PROJETO| Recursos Vegetais | J Recursos Graficos | |PROJETO EXECUTIVO| | | ‘Ao executar um projeto, procuramos transmitir uma idéia e, para isso, utilizamos sinais ¢ cédigos de representago reunidos em desenhos. Q USO DA ESCALA O USO DA ESCALA © desenho de um projeto no papel nada mais é do que a representagdo do real em tamanho menor (ou maior). As medidas desse desenho mantém uma proporgdo com as dimensdes reais que depende da escala que escolhemos. Escala, portanto, ¢ a proporgdo existente entre 0 desenho e 0 real. ‘Assim, utilizamos uma régua ou um escalimetro, temos: igs te) Jr “julodulububotbsla ~ Régua Escalimetro Escalal:100 => 1em=100cm =>lcm=1m yeu uooY Desenho real desenho real Escala | : 50 => 1cem=50cm =>lem=0,5m Escalal:200 =>lem=200cm =lcm=2m Escala 1 : 10.000 => 1 cm = 10.000 cm =>1 em~= 100 m Escala 1:1 = 1lem=1cm => desenho no mesmo tamanho do objeto real 23 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Graficos Devemos lembrar também que quanto maior for a escala — isto é, quanto menor for a redugdio do objeto representado — mais detalhado seré 0 desenho. O LEVANTAMENTO DE DADOS O LEVANTAMENTO DE DADS Durante a fase de levantamento de dados, pode haver a necessidade de realizarmos alguma medigao no terreno e, para isso, usamos instrumentos como trena ou metro. Na auséncia desses possivel utilizar 0 passo como medida, embora sem a mesma preciso. Se for preciso localizar algum elemento dentro da area de trabalho — por exemplo, uma Arvore, um arbusto, um poste — podemos partir de eixos fixos de referéncia para fazer a amarragao através do processo de triangulacao, conforme mostra a figura abaixo: 3.5, 60 142 65. No caso de um arbusto ou de um piso com formato irregular, ¢ possivel determinar a sua localizagio pela subdivisio do eixo de referéncia em tamanhos iguais conforme 0 seu comprimento (1,30 m) ¢ a partir daf levantar as distncias até o arbusto ou o piso. REPRESENTACAO GRAFICA DOS ELEMENTO! ARQUITETONICOS Num projeto de paisagismo, os elementos arquiteténicos so constituidos por todos os elementos construidos. Nos desenhos de elementos arquitet6nicos, outras informagdes complementares como pontos de iluminagiio e de irtigagdo, redes de agua e de eletricidade, podem ser inclufdos, Dependendo de sua complexidade, poderio ser executados como projetos complementares. 4 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Graficos parepesmuRos | —————— sAMELAS See eScADAS a] Hie RAMPAS oe ee _ FI te PLANTA, COTAS Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Graficos CORTE REPRESENTACAO GRAFICA DOS ELEMENTOS VEGETAIS Com relago aos elementos vegetais, 0 mais importante ¢ que baja uma diferenciagio da representago gréfica entre as espécies vegetais que serio utilizadas, sempre considerando o seu estigio adulto. Essa diferenciaglio pode ser feita por meio de tamanhos diferentes, grafismos, texturas ¢ cores. A representaglo gréfica de arvores e arbustos pode ser feita através de cireulos sempre acol los de um ponto central, que tem como objetivo facilitar a localizagao exata do plantio ¢ determinar 0 distanciamento correto entre as mudas. Algurs paisagistas procuram utilizar uma forma mais realista de representagfo, mais proxima ao natural. OBO & importante que o desenho sempre venha seguido de uma legenda que identifique as espécies escolhidas para o projeto, de acordo com a representagio grifica adotada ou com o uso de nameros. A legenda possui basicamente informagdes como nome popular e nome cientifico da espécie. 26 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Graficos LEGENDA: 1. Espatédea 2. Sibipiruna 3. Cassia alata 4. Azaléia 5. Grama esmeralda 6. Grama preta 7. Murta 8. Piracanta tegenda xvores de médio porte rvores de pequeno porte ‘gramaco fontagdo de sombra a, abustos 7 tuminara tipo: A: modelo: 3} © pontos de agua ou inigagoo linha para Kgagéo elética neeee linha para Kgagso hidréulico Para identificagao das espécies, podemos nos valer da planilha, ao invés da legenda. A planilha, lim dos nomes populares ¢ cientificos, contém outras informagdes como: quantidade de mudas, porte, floragdo, espagamento de mudas, etc., que serdo titeis néio s6 para uma melhor compreensio do projeto mas, também, para a elaboragio do orgamento ¢ da propria execugao da obra, Exemplo de Planilha: No/Letra |Textura/ [Nome Nome Quantidade [Porte | Floracao Simbolo [Popular _| Cientifico Epoca [cor Quantificacdo Para quantificarmos determinados elementos (grama, terra ¢ pisos, por exemplo) que sero empregados durante a implantago do projeto de paisagismo, € preciso relembrar alguns conceitos como area e volume. Area é a medida de uma superficie plana. Para as figuras geométricas basicas temos: 2 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Graficos hast bask 3 — ren Ane. fhonde 2-314 Y . Para o céleulo da area de figuras complexas como a seguinte, devemos subdividi-la em figuras geométricas bisicas. Pen BI +02+ 00.¢ Volume é a medida do espago ocupado por um sélido. Para 0 célculo do volume de um cubo, basta multiplicarmos a drea da base pela altura do cubo. Da mesma forma, para obtermos o volume de um cilindro, multiplicamos a rea do circulo da base pela altura. BS velie verb Taludes Taludes s&o superficies inclinadas naturais ou resultantes de obras de terraplanagem, quando da construgdo de plataformas. 28 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Graficos Curvas de nivel As curvas de nivel descrevem as caracteristicas fisicas da superficie de uma determinada drea, no que se refere aos desniveis existentes, Qualquer ponto que tomarmos sobre uma mesma curva representada no desenho estard no mesmo nivel, ¢ quanto mais préximas estiverem as curvas de nivel ente si, mais fngreme sera o terreno. DESENHO SITUAGAO SEM ESCALA | = = | | | O projeto de paisagismo ¢ composto de varios desenhos, divididos em folhas separadas de acordo com o assunto. Dessa forma podemos ter uma folha com elementos arquitetOnicos, outra com vegetago, outra com detalhes e assim por diante. ‘A escolha da escala do desenho dependerd basicamente do espaco disponivel e do nivel de detalhamento desejado. 29 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquitet6nicos RECURSOS ARQUITETONICOS ‘Apés conversa com 0(s) usudtio(s) e/ou proprietério(s), € feita a andlise das caracteristicas do terreno, do entorno, caracteristicas climaticas, etc., elabora-se um plano onde constam elementos arquitetOnicos ¢ vegetais que, vistos como um todo, constituirdo o paisagismo da area. 0s elementos arquiteténicos constantes neste item foram divididos em seis grupos: « Circulagio e pisos Divisérios . Infra-estrutura . Pequenas construgées - Uso da agua . Obras de arte Suas fungdes englobam questdes funcionais ¢ utilitérias e também as formas de lazer (lazer passivo — desenvolvido sem atividade fisica, estético; lazer ativo — atividades Gnde o exercicio e a movimentagdo sio uma constante, atividades mais dindmicas). ‘Alguns elementos também apresentam fungi simplesmente estética no jardim, ou agem melhorando o microclima. Zoneamento, implantagio Identificados os elementos que serao implantados na area, € feito um zoneamento, setorizando o terreno e permitindo 0 desenvolvimento do projeto. Tnicia-se a definigdo de localizagao de elementos diversos, em fungi das caracteristicas de cada um deles. Circulacdo, pisos ulacio Eo elementos de integrag3o entre os equipamentos. Permedveis ou impermedveis, desejével que ocupem a menor area possivel pois setorizam — fazem um zoneamento — os espagos, dividindo © terreno ¢ as dreas ajardinadas. Podem ser retos ou sinuosos, 0 que influencia na velocidade do percurso. Podem ou ndo ser ladeados por orlas, elementos que fazem a divisio entre a drea de circulagdo ¢ a érea ajardinada. ‘A execugdio do piso ¢ feita sobre solo compactado, assentado sobre camada de areia. Nos casos em que 0 solo é menos resistente, é executado sobre um lastro de concreto magro. 30 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquiteténicos Os pisos podem ser executados com os materiais mais diversos: Pisos Composicées ‘Cimentado Grama Placas de concreto Tijolo Pedras pedra mincira Seixos miracema Seixo branco paralelepipedos Arenito ardésia bruta Cerdmica, pedra rachio Grelha de conereto Pedrisco ‘Mosaico portugués Lajota de ceramica Cimentado Tijolo de barro Scixos grandes Ladritho hidréulico Mistura de tamanhos e formas Mosaico portugués Etc. Seixo rolado Dormentes Bolacha de madeira (tratamento a base de resina) Madeira (decks) Seixo branco Terra batida Grelha de concreto/grama_ Blocos de conereto . Arenito. Etc. ‘Acescolha do piso depende do uso que se pretende fazer: Local agradével, aconchegante — madeira (ver decks) dormentes bolacha de madeira Local para festas ou jogos — cimentado pedras (mineira, ard6sia, arenito) Para criangas — materiais nio muito duros (tijolos, deck, grama, areia, etc.) Para clarear o ambiente — _ pedras (claras) concreto ete. Quando o excesso de luz 0 problema — Decks de madeira mosaico portugués grama etc. Bordas de piscina — Materiais que apresentem conforto térmico textura agradavel (pedra mineira, tijolo, decks, etc.) 31 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquiteténicos Caminhos - Representacio Grifico ‘A definigdo dos limites e¢ da largura da circulago € importante, antecedendo a escolha do material de pavimentagao. largura Escadas e Rampas Diminuem a velocidade de percurso favorecendo o aproveitamento do espago para criagfo de reas especialmente tratadas paisagisticamente. Devem ser executadas em materiais nfo muito lisos. A formula utilizada para se ter conforto no percurso é: 0,60 m é menor ou igual a 2H + P que é menor ou igual a 0,65 m onde: P= piso oe ae ‘Temos que considerar no entanto que em espagos externos esta formula nem sempre utilizada, uma vez que 0s espagos necessérios para o estar € para a circulagdo sfo maiores do que nas dreas intenas. {As rampas também podem ser utilizadas para vencer desniveis. [Nas rampas podemos ter um maximo de declividade de 10%, 0 ideal € que esta seja menor, propiciando rampas mais suaves. | 0,10 m = 10% de declividade 1m Circulaciio de veiculos Suas dimensées dependem basicamente do numero & tipo de veiculos que utilizarao a circulag&io. Deve-se evitar a interferéncia com a circulagao de pedestres e com outras dreas do jardim. Bancos Nas reas pliblicas, os bancos sfio executados visando rotatividade dos usuarios; nas freas particulares, normalmente so ligados ¢ emoldurados pelos planos de piso (permanéncia transit6ria ¢ prolongada). Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquitet6nicos ‘Nas Areas particulares, sua concepgfo e seus materiais so mais variados gerando maior conforto e maior tempo de utilizagao. Deve haver harmonia entre os materiais ¢ formas com 0 partido arquiteténico ¢ paisagistico. E importante a verificagio da insolagao ¢ ventos para sua localizacao, visendo maior conforto. Areas de Estar Funedo: lazer passivo. ‘Area de lazer, intimidade. Ponto de interesse. Localizada em dreas de maior calma e tranqililidade. XE interessante que exista mais de uma drea de estar, quando em terrenos de grandes dimensoes. Divis6r Cercas Impedem a circulagao em determinadas areas. Sao executadas em materiais e tipologias variados. Nib Mid IM | ses Cera de ; madeira Cerca de bambo (treliga) (trangado) ‘As cercas mais altas e fechadas podem criar ambientes de intimidade no lado interno. Muros Fungo: seguranga, dividir ambientes. Permitem desniveis em areas do jardim. Revestidos de vegetagao ou simplesmente pintados. Podem também aparecer formando floreiras em prédios com subsolo. Infra-estrutura E importante ressaltar que todos os tens desta categoria possuem canalizagdes que podem ou nio estar enterradas totalmente ou em trechos. A obra para sua execugao deve ser feita antes que o jardim seja plantado. 33 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquiteténicos . Iluminago « Irrigagio - Drenagem Tuminaeio Tipos de iluminagao: a. Geralextraordindria. © — —_ para grandes espagos publicos e vidrios; b. Geral publica — para areas abertas ¢ limitadas; c. Particular direta — para destaque de espécies/objetos/atividedes; 4. Particular difusa — para encaminhamentos internos. a 1. Geral (piblica) 3. Particular (direta) 2. Geral (particular) 4, Particular difusa (encaminhamento) Fungoes: — seguranga; — permitir 0 uso do jardim a noite; —ressaltar detalhes; —criar efeitos especiais. Cada lumindria tem fungilo predominante, ex.: false Spot 2H D H= 2D Spots ~ ituminagio de massas de vegetagfio com aumento de relevo 1a iluminago lateral Balizas - iluminagdo de caminhos. Os postes locados abaixo dos macigos aumentam os espagos; quando Tocados acima, criam sombras ¢ 0 efeito é contrario. Tluminagdo baixa dé a sensagiio agradavel de aconchego. ‘A iluminagio amarela altera a cor dos objetos, inclusive da vegetagao. ‘A iluminagdo em piscinas é feita sob a égua, com estrutura de cobre ¢ lente blindada. Irrigagio ‘Tema jé abordado anteriormente, aparece aqui com o objetivo de indicar as canalizagdes existentes nas modalidades mais aplicaveis: Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquitet6nicos — Irrigagio por aspersio —Irrigagdo por nebulizagiio — Irrigagao por gotejamento. NEBLUZADOR NVELDO SOLO. BOCAL ASPERSOR TUBLAG AO ROTIVO Ly IRRIGAGAO POR GOTEIAMENTD “AO TUBLAGAO “3 —=_ Drenagem > GALERIA CORTE _— Bneugamento de areas alagadas. Ocorre freqlientemente em fundos de vale ¢ préximo de nascentes. A drenagem rebaixa o nivel dessas aguas por meio de tubulagées ou galerias de drenagem. — Quando em areas extensas é necessdria a instalagiio de varios drenos. Curso de Recursos Paisagisticos — Recursos Arquitet6nicos Pequenas construcdes Pérgulas Lazer passivo e utilizagio funcional. Criadas para estares semi cobertos (carter social), mas comportam outras fungdes no jardim e junto as edificagdes, Possibilitam 0 cultivo de espécies de meia sombra ¢ de interior. ‘A. pérgula normalmente _acompanha a linguagem arquitetOnica da edificagao. Materiais: madeira, concreto, alvenaria, ferro. Sao muito usadas como cobertura de jardins internos. Quiosque (Gazebo) Criado para atividades de cardter social e de lazer passivo. Desligado do corpo principal da casa, usualmente inserido em dreas que permitem intimidade e visual privilegiado. Possui caracteristicas e dimensdes variadas. E elemento de destaque na paisagem. Materiais muito variados: madeiras, treligas, alvenaria, concreto, ferro e vidro ou policarbonato, lona, etc. uiosque Nome de origem turca_designando equipamento urbano de uso comercial. Possui carter social de lazer ativo € passivo. Alguns possuem churrasqueira, pia, forno de barro ¢ mobilidrio especifico. Utilizado para refeigdes, guarda sol em praias ou piscinas, bares, etc. Importante quando estiverem em conjunto que se verifique a insolago e ventilagao. 36 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquitetdnicos Caramanchio Estrutura executada usualmente em materiais delgados. Suporte para trepadeiras floriferas, Seu uso depende do partido arquiteténico da edificagdo ¢ do paisagismo como um todo. ‘Trata-se de um elemento de destaque no jardim. Quadras Geralmente poliesportivas, parte do lazer ativo, devem receber orientagdes especificas como: — Caimento do piso — Coleta de aguas pluviais, drenagem — ___ Eixo de insolagao (N) — _ Cercamento/isolamento adequado (visual, ventos, ruidos, distancia com outras reas sociais) — Tratamento paisagistico proprio — _ Proximidade de vestiario/sanitario — _ Tluminago noturna ‘As quadras poliesportivas tém as seguintes dimensdes: 16 x 27 metros. Decks Planos, continuos ou seccionados, determinando pisos, isolando as espécies conservando gramados, 0s decks possuem execugao especifica, em geral adaptada a0 relevo. YY Executados em madeira adequada (massaranduba, aroeira, peroba), exigem manutengo permanente que pode ser feita com esparlaque ou leo queimado, por exemplo. 37 Curso de Recursos Paisagisticos — Recursos Arquiteténicos Elemento de lazer ativo intenso. Localizadas em fungi do relevo © solo — que, caso no sejam adequados, podem encarecer sua execugio. Cuidados no tratamento de insolagiio/ventilagao de inverno (protegao). Cuidados na especificagio de arvores e arbustos (perda de folhas). Proximidade de vestiarios. Conflito com Areas sociais — devem se distanciar dessas reas ou serem divididas com vegetaciio. Interferéncia visual ¢ auditiva da casa de méquinas subterrdnea. Previsio de iluminagiio noturna. Os materiais de revestimento devem ser lisos. © material de piso das bordas deve ser adequado tanto termicamente, quanto em relag#io a textura. Os acessos ¢ a circulagio devem ser os mais simples. © conjunto piscina, area de entorno (materiais) e outros elementos presentes (quiosques, pérgulas) e 0 tratamento paisagistico, naio é analisado separadamente, Seu efeito Gepende de um planejamento equilibrado. A piscina sempre tem um efeito de muito destaque no local onde se insere. © formato deve se harmonizar com o plano geral do jardim para minimizar suas proporgdes. revestimento em cores claras aumenta a impress&o de 4guas limpidas, claras. Si executadas em diversos materiais, ex.: —conereto — fiblerglass 38 Curso de Recursos Paisagisticos Recursos Arquitetdnicos —vinil Revestidas em azulejos, vidrotil, pintura impermeabilizante. Exemplos de formas e dimensdes: [A definigiio do formato da piscina depende do uso predominante que esta teré. Para natagdo é aconselhavel piscinas mais regulares, dimensOes minimas de 7.00, 8.00 metros — sendo aconselhavel a adig&o de aproximadamente 10.00 metros em uma das Jaterais. Para o lazer, a adogio de formas mais arrojadas é interessante. Cascatas ‘Naturais ou artificiais, as cascatas sio um. elemento de destaque na paisagem. Sua proximidade é agradavel, repousante refrescante. As cascatas artificiais sio executadas em materiais variados como pedras (imitando as naturais), concreto, calhas de ceramica ¢ outros 39 Curso de Recursos Paisagisticos — Recursos Arquitetonicos Espelhos d'agua Fungi estética. Oriundos de paises do Norte da Africa, Mediterraneo e Extremo Oriente, so utilizados para o aumento da umidade relativa do ar no interior de ambientes cobertos € também em areas descobertas. Possuem aspecto filosdfico € simbélico (purificagao). ‘Aumentam a luminosidade em . fungiio da reflexio. (ie } £ comum o plantio de espécies aquaticas. ‘A manutengio deve ser constante evitando a formagdo de lodo e aciimulo de folhas Revestimentos mais utilizados: pintura impermeabilizante, vidrotil, azulejos... Quando houver fonte recomenda-se que a altura (H) no seja maior que a distancia desta a borda (D) H Instituigfio (paz social, ordem) 3. Significado da palavra Direito a) O direito nfo permite o duelo (norma). b) O Estado tem o direito de legislar (poder). c) A educagtio é direito da crianga (devido por justica). 4) Cabe ao Direito estudar a criminalidade (ciéncia). 4. Significado da palavra Lei . Sentido amplo. Ex: lei da gravidade. . Norma juridica, 5. Interpretacio da Lei a) Gramatical; b) Légica (razio); ©) Histérica; d) Sistematica. 6. _ Direito ambiental . Evolugiio no Brasil —» fase desregrada — frase fragmentada — fase holistica 7. Prineipios do Direito Ambiental « Precaugio - Participagaio - Poluidor-pagador 8. Conferéncias das Nacées Unidas sobre o Meio Ambiente: . Estocolmo/72 - Rio /92 9. Legislacao 9.1. Constituigéo Federal de 1988 “Todos tém direito a0 meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo ¢ essencial 4 qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pubblico e a coletividade o dever de defendé-lo e preserva-lo para as presentes e futuras geragdes” (art. 225, “caput” da CF). 56 Curso de Recursos Paisagisticos Legislagéo 9.2. Lei 6938/81 — Dispoe sobre a politica nacional do Meio Ambiente . SISNAMA — integragiio entre érgdos ambientais ~ Ago —> dano (responsabilidade civil objetiva). 9.3. Lei 4771/65 — Cédigo Florestal - Florestas e demais formas de vegetagaio | Preservacio permanente —> rios, lagoas, reservatérios d’égua, nascentes, etc. 9.4, Lei 7802/89 - Agrotéxicos . O termo agrotéxico "Usuario © comerciante —> responsabilidade (civil, administrativa e penal) . Devolugao de embalagens ~ Receituério agronémico - EPIs 9.5. Lei 9605/98 — Crimes Ambientais . Violago de um bem ambiental permanente protegido . Art. 56: usar /comercializar produto t6xico em desacordo com as leis —> reclusiio de um a quatro anos multa . Art. 70: qualquer pessoa que constatar infragio ambiental — representagiio aos érgdos do SISNAMA 9.6. Lei Municipal 10.365/87 . Corte e poda —» autorizac4o do érgio competente . Vegetacdo de porte arbéreo: — Espécie vegetal lenhoso de DAP superior a 0,05 m 9.7. Meios processuais para a defesa do meio ambiente . Agdo popular art. 5°. LXXIII da CF . Agdo civil pablica: Lei 7347/85 A sociedade em questées ambientais . EIA/RIMA — audiéncias pablicas . Direito a informagao dos érgaos piblicos — art. 5°. XXXII da CF. 57 Curso de Recursos Paisagisticos A Questéo Estética A QUESTAO ESTETICA Introducdo ‘Vimos que varios fatores interferem na criagtio dos jardins (localizagio do terreno, clima, insolag&o, ventos, elementos vegetais e construidos existentes, perfil dos usuérios, gostos dos proprietérios, dados para futura defini¢gio de usos, etc.) ¢ estes acabam orientando o projeto ¢ a execugdio do jardim, apresentando-se como diretrizes. ‘Mas 0 mero cumprimento destas diretrizes nao garante a criagio de um ‘bom jardim', um lugar agrad4vel de se ver e estar. Ha ent&o outro fator em sintonia com todos os outros, que acaba por englobé-los, arranjando-os numa forma interessante, inovadora, original, este é o fator estético. A jardinagem é arte e, como tal, possui suas técnicas e normas de execugdio. Mais que isso: é uma das Belas-artes pois busca a perfeigdo, a harmonia, a exceléncia. — E uma arte que alerta todos os nossos sentidos (os jardins possuem cores, formas, texturas, aromas os mais variados, sensagdes de calor e frio, frutos saborosos, sons como o canto dos péssaros, as folhas ao vento, etc.); — E uma arte que trabalha com todas as dimensées, criadora de espagos tridimensionais que deve evar em consideragio ainda uma quarta dimensiéo: 0 tempo (0 jardim cresce, floresce, perde folhas, se movimenta, muda radicalmente com as estacdes do ano). Como arte, a jardinagem também ¢ linguagem e expressa o momento cultural/social/religioso/cientifico do grupo que a produz. Mostra assim estilos muito diferentes, todos espelhando os ideais de perfeigdo, de harmonia e de beleza. Em alguns aspectos estamos ainda muito arraigados aos ideais de beleza clissicos desenvolvidos na época do Renascimento, com os quais as artes do século XX, sob o signo da Modernidade, desejou romper. Porém parece que, no lugar de romper, o gosto contemporaneo ampliou o leque das variéveis que podem ser consideradas belas e/ou expressivas. Desde o Renascimento os jardins perderam gradualmente sua caracteristica religiosa, passando a ser cada vez mais projetados. Grandes jardins para uma classe aristocratica e para os membros do alto clero visando o bem estar. A Revolugto Francesa despertou o interesse pelas coisas do povo e, com ele, o interesse pela natureza e seus componentes. Os jardins, ainda grandiosos, influenciados pelos jardins renascentistas ¢ barrocos, mostram-se mais naturais, mas ainda dominavam a natureza, Com a Revolugio Industrial iniciou 0 éxodo dos campos para as cidades, ¢ a conseqiiente piora da qualidade de vida urbana, surgindo nesse momento os grandes parques, espagos piblicos para lazer. Foi a democratizagao dos jardins, algo nao visto desde as Agoras dos antigos gregos. Paralelo a tudo isso os grandes proprietarios viram-se diante de novas situagées: 58 Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética — A valorizagfio das reas para construgao dizimou muitos jardins grandiosos; — _ Alguns proprictarios acabaram vendendo parte das dreas sjardinadas por varias razées, inclusive pela dificuldade na manutengo; — Alguns jardins foram abertos para a visitago piiblica mediante o pagamento de ingressos (tendo 0 dinheiro arrecadado revertido na manutengdo dos jardins e, conseqiientemente, preservando a histéria). A partir do séeulo XIX tornaram-se comuns os jardins residenciais de pequeno porte de cardter mais intimista. O gosto individual passou a prevalecer, mas aié 0 inicio do século XX os jardins continuavam intimamente influenciados pelos estilos histéricos cuja evolugdo conduziu & caracterizagio de duas tendéncias bésicas: a Formalista ¢ a Informalista. TENDENCIA FORMALISTA TENDENCIA INFORMALISTA Centralizagio Descentralizagio ‘Simetria Assimetria Geometrismo Organicismo Dominio da natureza Representago da natureza Topiaria, condugo das espécies Crescimento expontineo, natural Apelo a razio Apelo a emogao Visio frontal ou especifica Visio global ou geral Dominio arquitet6nico ¢/ou escultérico Dominio vegetal Sensagiio de completo Sensagdo de incompleto Fechado Aberto Elementos tratados individualmente Elementos tratados coletivamente Estatico Dinamico Sensaglio de inconformidade com mundo, vontade de organizé-lo Conformismo com 0 mundo, desejo de representé-lo Sob o titulo de "moderna" a arte entra num ciclo de negagées ¢ rupturas. O “novo a todo custo” passa a imperar. Sao incessantes as buscas dos elementos que iriam compor a nova linguagem artistica, sempre negando aquilo que cheirasse a passado, a académico, a tradicional. O mesmo desejo de modernidade das outras artes é sentido na arte da jardinagem. A busca da linguagem da jardinagem moderna deve muito a varios conceitos desenvolvidos por varios movimentos de vanguarda (0s ‘ismos’) , entre eles 0 Cubismo, © Racionalismo na Arquitetura, 0 Abstracionismo — tanto as manifestagdes abstratas concretas (formalistas, construtivas) quanto as expressivas (gestuais, matéricas). Sob estas influéncias os jardins comecam a se transformar. Até ento projetados para serem vistos de frente ou de angulos bem especificos, os Jardins passam a ser encarados de forma mais dinimica, onde a concep¢ao nio valoriza este ou aquele ponto de vista, onde todos os Angulos de visio — mesmo os menos provaveis — s&o igualmente importantes. O exagero ¢ a ostentagiio so condenados ¢, no seu lugar, vem 0 desejo pela sintese ¢ a simplificago. 39 Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética Valorizam a funcionalidade — adequagio dos espagos ao uso, havendo inclusive a definigao da feitura do espago de acordo como uso. Estuda-se também a combinagao dos elementos vegetais entre si e entre eles e os elementos arquitet6nicos, visando a criagdio de um todo de carter organico. Muitos destes efeitos e buscas séo de concepgao racionalista, porém o jardim moderno abrange duas caracteristicas: sua funcionalidade ¢ sua beleza, esta iltima de conceitualizago caleada, em grande parte, nas tendéncias abstratas. Num passeio pelo jardim nossos sentidos respondem aos estimulos provocados por scus elementos componentes e pelas suas combinago. Temos as cores, as texturas, as formas, os cheiros, os sons, os sabores; temos as tantas alteragSes, o dinamismo dos jardins, a mudanga de cor, de forma e de tamanho; os movimentos; o fato dos elementos poderem esconder ou revelar coisas; as temperaturas diferentes das sombras ¢ manchas de sol; a umidade. Com tudo isso, nossas reagSes ante um mesmo jardim sfo muito diversificadas e, por mais que os projetemos, é impossivel prever todos 0s resultados. ‘Ao conceber um jardim devemos considerar que ele € um ser vivo, orgénico, com indimeros fatores extemnos influenciando em seu desenvolvimento. A jung&o da racionalizago com a abstrago € ponto de partida para a busca da linguagem dos jardins do século XX. Como todas as artes os jardins acabam também apresentado seus 'ismos' ¢ revelando constante mutag&o. Vérias manifestagdes répidas viram formulas ou modismo. A linguagem dos jardins modernos tem plena consciéncia das caracteristicas formais ¢ informais a que 0 ciclo histérico conduziu, ¢ vé que, apesar de opostas, é possivel realizar iniimeras combinagées entre suas caracteristicas dependendo dos objetivos estéticos, funcionais e conceituais no ato da criagtio do jardim. A leitura do jardim contemporéneo nio é simplista, ela se tornou conceitual. Algumas caracteristicas dos jardins modernos: * Combinagdes conceituais de diversas caracteristicas formais ¢ informais, numa incessante experimentagio: * Os projetos visam a concepgao global do jardim ¢ no a valorizago individual de seus componentes; Valorizagao dos processos de sintese; Condeno ao exagero, ao luxo, a ostentagao; Estudo cuidadoso das caracteristicas funcionais; Valorizagao da combinagdo entre os elementos vegetais, arquiteténicos ¢ outros, num todo orgénico; Liberdade no uso dos mais variados materiais; Defesa ao gosto individual; * Praticidade. ns, eros no Paisagismo O Estilo Contemporaneo de Jardins apresenta uma diversidade muito grande de tipologias e as estas sera dado aqui o titulo GENEROS, estes géneros podem ser interpretados por suas caracteristicas: estruturagSo espacial; desenho; ambientagio; elementos estruturadores comuns ou freqiientes (elementos vegetais, arquitetdnicos, mobilidtio etc)... Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética Jardim Paisagem (Naturalista ou Paisagistico) — Sua caracteristica é 0 desejo de representar uma paisagem ‘natural’. Adequados a grandes espagos. Paisagismo Reconstituinte — Propde a recuperagao de areas degradadas. Jardim da Abstragio — Pode trazer um desenho geomeétrico ou informal (ou até uma mistura de ambos). Valoriza a combinagao de efeitos de cores, formas, texturas na busca do dinamismo da composigg0. Jardins ‘clean’ (limpo) ou minimalista — Baseado no uso de poucos elementos gerando contrastes violentos com grande impacto visual. Jardim de ‘cottage’ (casa de campo) ~ Evoca rusticidade, nostalgia. Jardim cenogréfico — Um exemplo deste género séo os recintos de animais na atual linguagem dos jardins zoolégicos onde se pretende representar o habitat do animal. Jardim 4 japonesa — Usa elementos tipicos do paisagismo japonés (pontes, lanternas, pedras, musgo, azaléias, etc.), portm em composigdes ornamentais e no simbélico- filos6ficas como sio os originais japoneses. Jardim ‘instalagio’ ou ‘ambiente’ — Usados principalmente em eventos. Sao grande oportunidade para soltar a imaginagiio em termos de estruturagdo de espagos e materiais utilizados. Jardim pés-moderno — Tem entre seus recursos a citagdo de elementos do passado na configurac&o de novas composigses. OS FATORES ESTETIC! Somamos agora aos tantos fatores que influenciam na concepgao dos jardins, os fatores estéticos. ‘A composigiio do jardim niio é mera colocagao de elementos (arquitetonicos e/ou vegetais) respondendo a questes racionalistas, cla é organizagio de um espago que procura reagdes de nossos sentidos (visio, audigo, tato, olfato, paladar). A leitura do ‘espaco jardim' engloba duas caracteristicas: uma leitura racional e outra emocional. Um jardim nunca é apenas um espago utilitério. Sempre esperamos que ele seja belo, original, equilibrado, harm6nico. Ao falar sobre composigtio — ¢ da forma como reagimos a ela — estamos levantando uum tema que extrapola a arte dos jardins, engloba todas as outras artes e diz respeito a nosso dia a dia. Percepeao Somos bombardeados constantemente por um grande niimero de imagens e estimulos aos nossos sentidos, porém a faixa que percebemos conscientemente € estreita. Podemos falar sobre trés niveis de percep¢io: . Redundancia - Raido . Informagio Na faixa da redundancia estio composigées desinteressantes por serem muito conhecidas ou compostas por muitas semelhangas, simples demais, mondtonas. 61 Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética No ruido esto as cheias de contrastes, confusas ou muito complexas, cadticas, dindmicas ao extremo. Em ambas a percepgio consciente é breve, quase inexiste. & percepgao passiva. A imagem passa por nds sem deixar rastro. Informagao por sua vez & tudo aquilo que desperta interesse, ocupa posi¢ao central entre as duas primeiras, ou seja, é graduagdo entre o muito simples ¢ o muito complexo, entre 0 predominio de semelhangas — prentincio da monotonia — e 0 excesso de contrastes —o que beira 0 caos. A percepgdo de informagies ¢ ativa, nfo s6 percebemos como recebemos, ativando mecanismos de compreenstio mais apurados e criticos. Os limites entre as trés faixas de percepgdio siio varidveis, dependendo de varios fatores e diferindo de pessoa para pessoa. Nossos olhos so os grandes responsiveis pela percepeo, pois, em conjunto com a memoria, so capazes de transmitir informag6es no s6 referentes a visio mas, também, aos outros sentidos. Todo aquele que atua em reas de criago deve estar atento a ampliar sua faixa de percepedio de informagSes, e questionar o posicionamento simplista do mero 'gostar ou néio gostar’, que acaba se mostrando uma armadilha, empobrecendo 0 senso critico e, consequentemente, a capacidade criativa. O espaco visual Toda composig&io é organizagSo de um espago visual que nos transmite sensacdes. Diante de espacos ‘ruidosos’ ou ‘redundantes’ nos sentimos incomodados, pois é sua organizagio espacial que nos incomoda. Diante de qualquer composig&o nossos olhos transitam para ld e para c4 em diregdes ¢ velocidades diferentes, enquanto fazem isso, analisam a composic&o ¢ sua estrutura, descobrem partes, agrupam, isolam, comparam... Dotam os elementos de pesos visuais ¢ organizam esses pesos do maior para o menor em varias combinagdes possiveis. Este processo de anilise das partes é, em grande parte, inconsciente. Conscientemente nos fica a leitura do Todo da composigdio e nao de suas partes. ‘Dessa organizacao dos pesos visuais vem os ideais de composic&o como: Equilibrio Harmonia Unidade Ritmo DominAncia, ete.. Como ponto de partida podemos dizer que um elemento pesado visualmente é aquele que nos chama mais a atengo, ele une uma série de fatores de peso. Os fatores que dotam os elementos de peso visual vao desde os dados inerentes ao elemento (forma cor, textura...) passando por sua localizagio no espaco visual ¢ incluindo aspectos simbélicos ¢ afetivos. A seguir veremos alguns dos fatores analisados durante 0 processo de leitura visual, deixando claro que os elementos da composigéo so sempre compostos por uma combinagio destes fatores ¢ que a percepg&o consciente é a do todo da composigéio —e 62 Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética néio de suas partes — além, é claro, da leitura do espago diferir sempre de pessoa para pessoa, princi fe em suas minicias. Figura e Fundo A leitura de figura ¢ fundo acompanha todo o processo de leitura do campo visual. Ao identificar uma composigao nbs a isolamos, tornamos a composi¢&o em figura, mais ativa e, portanto, mais pesada em comparagiio com o entorno, mais leve, tornado fundo, ‘Segue-se entiio a leitura dos elementos componentes que vaio sendo isolados, tornados em figura, enquanto o resto se torna fundo. Este processo dé dinamismo visual as composigées. Tudo que se torna figura parece maior, vibrante, avanga em direg&o ao observador. O fundo, ao contriirio, parece menor, recua, fica desfocado. Contrastes e semelhancas A leitura de figura e fundo consiste em isolar elementos e isto se da de duas maneiras: Agrupamento por semelhanga — figura criada por elementos semelhantes Leitura de constrastes — isolamos o elemento por sua diferenca dos outros. No final toda Ieitura visual ¢ leitura dos contrastes pois, mesmo nos grupos mais semelhantes, acabamos por identificar os elementos como individuos tinicos. Caracteristicas do campo visual Também é importante compreender as dimensdes do campo visual e, com isso, certas reas dele acabam dotadas de peso visual coincidindo, principalmente, com as reas limites do espaco, dando peso extra aos elementos ai colocados. Altura, largura e profundidade definem as dimens6es do campo visual. ‘Toda composicao possui alturas medianas (‘neutras”) todo elemento colocado acima ou abaixo dessa posigéio mediana sera dotado de peso maior (quanto mais acima ou abaixo dessa altura mediana, maior o peso visual). Os elementos proximos ao piso da composigao esto suscetiveis a energia exercida por esse piso, parecem mais estéveis, arraigadas ao solo; j4 os elementos muito altos parecem flutuar, chamam a ateng&o por uma espécie de prodigio — o elemento parece ‘romper com a lei da gravidade’. ‘A. profiundidade da composigio também estabelece relagdes limites. Buscamos estabelecer qual a area mais proxima da composi¢g0 ¢ qual a mais distante, com isso ambas so carregadas de peso visual. Com relag&o a largura do espago, nossa tendéncia € a de entrar no campo visual da cesquerda para a direita. O lado direito se torna area de maior peso visual por ser area de finalizagao. Porém essa leitura no é de um movimento tio linear quanto parece. Tendemos a entrar na composig&o no alto do lado esquerdo, seguindo para o direito com volteios buscando 0 centro da composigaio e chegando a érea inferior dircita. Novas indicagbes de peso surgem entéio: a drea central, & area de destaque de qualquer composig&0; ¢ a drea inferior direita, mais pesada que o lado direito em si. Elementos ai colocados recebem, peso visual extra. Linhas Linhas s&o produto de nosso raciocinio, elas no existem na natureza — tudo aquilo que chamamos ‘linha’ na natureza é, na realidade, limite de uma forma (a linha do horizonte 63 Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética €.a configurago da Terra) ou é uma forma muito alongada; alguns elementos carregam conotages que podem ser Tidas como linhas. Exemplos: 0 mar, plantagdes agricolas, gramados, carregam horizontalidade; algumas palmeiras ¢ alguns troncos de Arvores, arranha-céus, torres, indicam verticalidade... Lemos entio nas composigées suas ‘linhas’ que provocam agrupamentos por semelhangas ou isolamento por contrastes. Como © processo de leitura visual vai, normalmente, do mais simples (ow com maior possibilidade de simplificago) para o mais complexo, as linhas geometrizadas tornam- se as mais pesadas que as orgdnicas (j4 numa composicdo muito geometrizada, a presenga de uma linha orgénica, por ser muito contrastante, ganharé peso visual). Dentre as linhas geometrizadas o peso visual vai das horizontais, passando pelas verticais, chegando ento as diagonais, curvas e, por tiltimo, as organicas. Entre as organicas vio daquelas passiveis de simplificag6es geometrizantes até as mais complexas. O predominio de determinada orientago visual acaba por criar climas. ‘A horizontalidade transmite sensagBes de seguranga, evoca o chiio onde pisamos. Sao linhas passivas. Sua diregdo visual normal é da esquerda para a direita. Pode evocar descanso, sono, melancolia e morte. ‘A verticalidade também se apresenta estével, apesar de ser uma estabilidade conseguida a custo — toda vertical parece prestes a tombar. Sua diregéo visual, normalmente, & ascendente. Evoca vida, espiritualidade, magnificéncia, ‘Todas as outras linhas carregam maior dinamismo visual e so menos estéveis. Sua leitura varia com as linhas presentes na composig&o. Formas, tamanhos e posicées Como na leitura das linhas, tendemos também ver como mais pesadas as formas geométricas — quanto mais simples, mais pesadas — e numa composi¢ao composta por formas geométricas, a presenga de uma tinica forma organica, por sua conotagaio contrastante, sera de grande visualidade. A leitura das formas depende também de seu tamanho — normalmente formas grandes séo mais pesadas. As composigées também apresentam tamanhos medianos, ‘neutros’, coisas maiores ou menores que eles chamam atengZio — levando em consideragiio as limitagdes _visuais (mesmo um elemento pequeno pode ser trabalhado de modo a adquirir peso visual maior, com o uso de cores adequadas, por exemplo). ‘A posig&io que as formas ocupam no espago também influenciam em muito seu peso visual. A posigio central insinua a conotagio de ‘elementos girando A sua volta’; o lado direito da composigiio deve ser muito estudado, dependendo do elemento ai colocado, por ser area de finalizaglio da composigio, a composicao pode adquirir aspecto muito estatico, tirando o interesse dos demais elementos. Posigiio simétriea — a simetria tende também a deixar a composicao menos dindmica visualmente. Outra conotagdo a ser levantada é o valor intrinseco das formas que pode Ihes aumentar © peso visual, como exemplo podemos citar: formas humanas e animais, simbolos como cruzes, setas, estrelas, coragdes, etc.; formas com as quais tenhamos alguma afinidade — ou mesmo repulsa. 64 Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética ‘As formas que se movimentam — e o movimento em si — carregam peso visual. Cores e Luzes Cores € luzes so fatores sensuais ¢ simbélicos de uma composiglio. Sua percepe#o difere muito de pessoa para pessoa. A percepedo das cores é percepgao de luz. ‘A luz ‘branca' (do sol) € composta por uma gama de raios luminosos dos quais nossos olhos percebem uma faixa estreita: violeta, azul, verde, amarelo, laranja, vermetho Tudo aquilo acima do violeta (ultravioleta) ¢ abaixo do vermelho (infravermelho) nao percebido pelo olho humano. Quando a luz banca atravessa um prisma de cristal - ou no arco-iris - vemos suas cores componentes. Numa simplificagdo do processo de percepsiio das cores de um objeto podemos dizer: ‘um objeto percebido como vermelho ¢ iluminado pela luz branca, portanto por todas as cores, absorve todos os raios que vio do violeta ao laranja e refletem para nossos olhos apenas os raios vermelhos. A leitura das cores de uma composigéio depende totalmente das cores existentes nela. Cada composigao possui esquemas de cor mmito particulares. De qualquer forma, algumas caracteristicas do universo das cores podem ser levantadas, nos ajudando na compreenséio do esquema de cor de cada composicao. O espectro — Violeta, azul, verde, amarelo, laranja, vermelho Cores primirias — cores nfo produzidas pela somatéria de outras luzes (azul, amarelo, vermelho) Cores secundirias — cores produzidas pela somatéria de duas primérias (violeta, verde, laranja) Cores tercidrias — cores compostas pela somatéria de uma priméria ¢ uma sua secundéria (azuis esverdeados, amarelos alaranjados, vermelhos alaranjados, etc.) Branco _— ¢ luz, somatéria de todas as luzes Preto — é auséncia de luz. Cinzentos _ sfio graduagdes de luz Cores quentes — — amarelo, laranja, vermetho Cores frias — violeta, azul, verde Comportamento da relacio entre as cores Relaco entre cores primirias Relagdo de contraste intenso pois estas cores so muito individualizadas. Sao relagao de grande peso visual, principalmente entre o azul/amarelo ou azul/vermelho - a relaglo entre o vermelho € 0 amarelo nao € tao intensa pois ambas io cores quentes. A presenga de uma cor secundéria entre elas (ex.: azul-violeta-vermelho, amarelo- laranja-vermelho) cria uma espécie de ponte, suavizando 0 contraste. Relagio entre cores complementares ‘As cores complementares so pares composto, simplificadamente, por uma cor prinséria @ uma secundaria composta pelas outras duas primérias. Assim os pares de complementares so: . amarelo ¢ violeta 65 Curso de Recursos Paisagisticos ‘A Questo Estética azul laranja . vermelho e verde Ou seja, na configuragao do circulo de cores, as cores complementares so as que ficam na posi¢&o oposta. ‘A relago entre complementares & de contraste intenso. Porém essas cores perdem sua individualidade, O contraste é to intenso que elas acabam se fundindo. Mas ¢ uma fusio vibrante. Tal situag&o se dé em proporcdo ideal, como isso ¢ dificil, a relago faz com que a complementar que esteja em defasagem (menos area preenchida) receba um peso visual extra, ressalte na composicao. Relaco entre cores quentes e frias ‘As cores quentes stio mais luminosas, vibrantes, ambos fatores de peso visual. A relaco € de contraste intenso. Relagio entre tonalidades ‘Numa composigio com apenas tons de verde, por exemplo, fazemos leituras referentes a todas as anteriores. Tons de verde amarelado ao lado de verdes azulados carregam relag&o tanto entre primdrias quanto entre temperaturas. Cores ¢ luzes carregam simbologias que Ihes conferem peso visual. Cores quentes so mais vibrantes, lembram 0 fogo, 0 sol, 0 calor, a alegria, elas so ativas, mais pesadas, parecem ocupar mais espago que na realidade, conferem maior vibragio A composigao, assim como parecem avangar em direglio ao observador. Da mesma forma funcionam as éreas luminosas. Cores frias, a0 contrario, nos lembram o frio, 0 gelo, o céu, a umidade, sto passivas, ‘mais leves, profundas, recuam visualmente, podem inspirar tristeza, sfio mais relaxantes, mais estaticas, Dessa forma funcionam também as areas escuras. Da percepsiio das cores podemos citar duas premissas basicas: © Como semelhante a todos temos apenas a percepedo das cores primirias, todas as outras apresentardo leituras variadas de pessoa para pessoa (quando um laranja é mesmo um laranja ¢ no um laranja amarelado ou avermelhado?). @ As cores percebidas nao so s6 as cores locais dos objetos, elas sto uma combinagao de luzes e reflexos dessas luzes. Um objeto de cor local vermelho reflete luzes vermelhas a objetos préximos ¢ acaba interferindo na cor local desse novo objeto. © comportamento de uma mesma cor varia muito de composigio para composi¢o. As texturas ‘A leitura das texturas acompanha todo 0 processo de leitura visual da composigaio, do ‘macro ao micro cosmo. Por textura podemos entender um padrdo, ou trama, composta pela repetigiio de elementos visuais. As texturas provém entiio de um agrupamento por semelhangas. ‘Ao observarmos um bosque percebemos uma série de texturas: a textura da conformagao das copas das arvores . a textura da conformagao dos troncos “a textura do piso de folhas secas “a textura das folbas das copas . a textura das ranhuras dos troncos Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética . a textura das nervuras de cada fotha; - ete. comportamento das texturas ¢ definido por uma somatéria dos fatores vistos até entéo —e sempre depende das texturas existentes numa composigio tinica. «A textura de palmeiras reais (por sua verticalidade) € mais pesada quando em comparago a outras drvores com troncos inclinados (diagonais) «Um piso de lajotas de cerémica quadradas & mais pesado que um gramado, isto se deve, em grande parte, A configuragfo, porém o peso pode ser amenizado pelo uso da cor por exemplo, utilizando, principalmente, cores mais frias ou neutras. « Texturas lustrosas, brilhantes, sfio mais pesadas que texturas opacas. Texturas agressivas — como espinhos — so mais pesadas que texturas delicadas (a primeira tende & geometrizagéio, ao tridngulo, ao angulo agudo, além de trazer um valor intrinseco, o de machucar). Os Fatores da Composicio Composigao é organizagiio, ordenagao equilibrada, harménica, ritmica de elementos Pia ‘A composigio do jardim é ordenagio de elementos estruturando espagos. ‘As composigées obedecem a fatores de dominincia, os ‘temas’ da composi¢do, ¢ os elementos devem se adequar a eles. Na composigao de um jardim podemos citar como fatores dominantes: © A inter-relagio entre jardim/arquitetura; «A utilizago (funcionalidade) das 4reas — Areas de repouso sio mais adequadas quando ha predominio de semelhangas e cores frias; Cores — numa composig0 nfo so utilizadas todas as cores do espectro mas, sim, grupo de cores ¢ tons, um dos fatores de definigio do clima da composizo; © Elementos que por varias caracteristicas (expressividade, monumenialidade, etc.) fazem que os outros elementos fiuncionem em funglio dele — o elemento gua, por exemplo; Clima ou ambientagiio (sensagdo) que se deseja dar. © equilfbrio da composigio € definido pela graduagii ¢ distribuigo dos pesos visuais dos elementos. © modo como é estabelecido o equilibrio interfere muito no dinamismo visual — composigdes dinimicas sio mais cheias de contrastes, mais vivas, quentes (aqui estéo as composi¢des com equilibrio assimétrico). Composigées estéticas sfio mais cheias de semethangas, frias, relaxantes (aqui estdio composigSes de equilibrio mais simétrico). Existem nos fatores das composigées palavras vindas do mundo musica harmonia ¢ ritmo. O ritmo advém da velocidade ¢ da forma como nossos olhos percorrem a composigdi, estdio baseadas, principalmente, nas semelhangas, nos agrupamentos; j& a harmonia esté na combinag&o entre os elementos, bascia-se principalmente nos contrastes, nos individuos componentes da composi¢io. Toda composigio deve visar dois fatores bésicos que marcam o principio de unidade: * Os elementos devem todos falar entre si; 67 Curso de Recursos Paisagisticos A Questo Estética Qs elementos componentes devem estar dispostos de tal forma que nenhum possa ser retirado ou acrescido (nada sobra ¢ nada falta 4 composig&o) sem que se altere tadicalmente seu equilibrio ¢ sua estruturagao. Toda boa composicio ¢ uma determinada estrutura visual (harménica, equilibrada, ritmica, inica) — uma estrutura entre tantas possiveis — que esta entre os limites do tuido e da redundancia (nem t&o contrastante que seja impossivel sua leitura, nem tio cheia de semelhangas ou pobre visualmente que se torne desinteressante). Os caminhos das composigdes tio muito variados. Toda composiggo ¢ resultado de um processo de muitas escolhas, Dentro desse proceso devemos ter sempre em mente 0 ideal da simplicidade. E comum criarmos composigées cheias de elementos — fala-se sobre ‘pecar pelo excesso que pela falta! — porém o exagero beira o ruidoso. E muito mais dificil estabelecer relagdes entre imimeros elementos. A simplicidade € entfio a palavra chave na composic&o, consegui-la € resultado de processos internos nossos, processos de selegdo, de formaciio de nosso gosto, advindos de muita observagao critica das coisas que existem a nosso redor, e de um estado de alerta a tudo. E processo de formagio de nossa propria linguagem criativa/compositiva. 68 Curso de Recursos Paisagisticos Anexo COMO REFLORESTAR MARGENS DE RIOS O solo de Areas sem cobertura vegetal, florestal ou no, sofre redugdo em sua capacidade de reteng&o de dgua. Assim, a 4gua da chuva ou de irrigaco, em vez. de infiltrar-se no solo, escorre pela superficie formando enxurradas. Com isso, deixa de abastecer os leng6is fredticos no subsolo, provocando uma diminuigo no nivel de 4gua armazenada, $6 que € justamente desses leng6is fredticos que surgem as nascentes na superficie. Com o rebaixamento do nivel de 4gua no lengol, a nascente pode diminuir a vaziio de Agua ou até secar. [sso as vezes ocorre em periodos secos, sem chuva, muito prolongados. Além disso, as consequéncias do rebaixamento do lengol freético néio se limitam as nascentes, mas se estendem para os cérregos, rios ¢ riachos abastecidos por elas. As enxurradas também provocam grandes problemas para os nossos recursos hidricos. Elas carregam particulas de solo, dando origem aos processos de eroso. Com isso formanit-se sulcos no terreno que, se nao controlados podem evoluir para as temidas vocorocas. Outra conseqiléncia é que todo solo removido pela enxurrada vai se depositar nos pontos mais baixos do terreno, exatamente onde estiio os cursos d’gua, que passarao a ser paulatinamente assoreados. Portanto a conservagao dos cursos d’4gua de uma propriedade nfio depende somente das medidas adotadas pelo proprietdrio daquele pedago de cho, mas de todos os donos das terras situadas a montante do curso d’agua, até as cabecciras dos rios. Assim, a manuteng&o das matas ou reflorestamento nas margens dos rios (matas ciliares) e entorno de nascentes, auxiliam na protegfio de nossos mananciais, garantindo ‘uma maior estabilidade das margens dos rios. A mata ciliar, por si s6, no evitaré assoreamento dos rios ou a diminuigdo do volume de Agua que aflora nas nascentes. Para aumentar a capacidade de infiltrag&io de 4gua no solo e evitar a formagiio de grandes enxurradas é necessdrio que todos os proprietarios rurais adotem praticas que visem 0 controle da erosio em suas propriedades. Isso envolve a permanente manutengo da cobertura do solo, plantio em nivel e construgao de terragos. Para reflorestar margens de rios, as espécies mais comumente usadas so: Acoita-cavalo Luehea divaricata ‘Aldrago Prerocarpus violaceous ‘Amendoim-bravo Pterogyne nitens [ Angico-branco ‘Anadenanthera colubrina ‘Angico-da-mata Parapiptadenia rigida ‘Arad Psidium cattleianum Arariba Centrolobium tomentosum ‘Araticum-cagiio ‘Annona cacans Aroecira-mansa Schinus terebenthifolius Baba-de-boi Cordia superba Bico-de-pato ‘Machaerum nicititans Cabretiva ‘Myroxylum peruiferum Canafistula Cryptocarya moschata Canela-sassafras Ocotea odorifera Canelinha ‘Nectandra megapotanica Capixingui Crotom floribundus Cavitina ‘Machaerium scleroxylum Cedro-rosa Cedrela fissilis Cha-de-bugre Cordilha celowiana 69 Curso de Recursos Paisagisticos Anexo Chupa-ferro_ Metrodorea nigra Copaiba Copaifera langusdorffit Coragiio-de-negro Poecilante parviflora Coreeiro Diatenopterix sorbifolia Dedaleira ___| Lafoensia pacari Embatiba Cocrepia pachystachya ‘Embira-de-sapo _ Lonchocarpus muelbergianus Gabiroba Campomanesia guazumaefolia Grumixama Eugenia brasiliensis Grumixama-miida Eugenia blastanta Guagatonga Casaeria sylvestris Guanandi Calophylium brasiliense Guapuruva _ Schizolobium parahyba Guaraitiva Eugenia blastanta Guarantan Esembeckia leiocarpa _| Guarita a 3 ‘ougyuuop | eoeiee) |ooece]| sep | 83 oe] ove) oe. 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