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FOGUETES Manual do Professor com Atividades de Ciéncias, Matematica e Tecnologia National Aeronautics and Space Administration Departamento de Recursos Humanos e Educagao Divisao de Educacéo Washington, D.C. Grupo de Trabalho em Educacao NASA Johnson Space Center Houston, Texas Esta publicagao 6 de dominio puiblico e nao esta protegida pela lei de direitos autorais. Nao é necessdria a permissao para duplicagdes. EG-1996-09-108-HQ Setembro, 1996 Produte Educacional Professores Pré a 3* série do Ensino Medio Universidade do Vale do Paraiba Rerroria Reitor Prof. Dr. Baptista Gargione Filho Vice-Reitor e Prd-Reitor de Integracao Universidade / Sociedade Prof. Dr. Antonio de Souza Teixeira Junior Prd-Reitor de Credenciamento e Recredenciamento de Cursos e de Recredenciamento da Universidade Prof. Joao Luiz Teixeira Pinto Pré-Reitor de Planejamento, Administragao e Financas Ailton Teixeira Pré-Reitora de Assuntos Juridicos Dr." Maria Cristina Goulart Pupio Silva Pré-Reitora de Cultura e Divulgagao Prof. Maria da Fatima Ramia Mantredini Instituto Superior DE EpucacAo Diretora Prof.* Maria Valdelis Nunes Pereira Curso Normat Superior Coordenadora Prof.* Maria de Fatima Garcia Moreira Daniel Uap Campus Centro: __« Praca Candido Dias Castején, 116 - Centro Sdo José dos Campos - SP ~ CEP 12245-720 - Tel.: (12} 3922-2355 «Rua Paraibuna, 75 - Centro S80 José dos Campos - SP - CEP 1245-020 - Tel.: (12) 3922-2355 CampusUrbanova: —* Avenida Shishima Hifumi, 2911 - Urbanova ‘S80 José dos Campos - SP - CEP 1244-000 - Tel.: (12) 3947-1000 Unidade Villa Branca: » Estrada Municipal do Limoeiro, 250 - Villa Branca Jacarei - SP - CEP 12300-6000 - Tel.: (12) 3958-4000 Unidade Aquarius: + Rua Dr. Tertuliano Delphim Junior, 181 - Jardim Aquarius S80 José dos Campos - SP - CEP 12246-080 - Tel.: (12) 3923-9090 http://www.univap.br Sumario ‘Como usar este Manual ... Formato das Atividades .... Breve Histéria dos Foguctes Conhecimentos Basicos sobre Foguetes Construgdio de Foguetes na Prética 25 Album de Famnflia dos Veiculos Langadores .......00.00:00sssesessnnssnsinvaninnensnnanininsnennnsinrnaneeress 33 Matriz de Atividades - Padrées Curriculares ¢ Habilidades ... Atividades Motor de Hero de Lata de Refrigeramte ... Carro-Foguete de Corrida... 3-2-1 Fogo. Corrida de Comprimido Efervescente ... Foguetes de Papel...» sevens 0 Carro de Newton... Baldo com Estigios ...... Foguete como Meio de Transporte. Rastreamento de Altitude Langador de Foguete de Garrafa Foguete de Garrat .... Projeto X-35 Aprofundamentos Adicionais.. Glossitio.. Materiais Educacionais da NASA... Sugestdes de Leitura... Recursos na Web para Educadores. Recursos Educacionais da NASA .... Rede dos Centros de Recursos para Professores da NASA . Ficha de Avaliagio ... Universidade do Vale do Paraiba Ficha Catalografica N23 National Aeronauties and Space Administration Foguetes - Manual do Professor com Atividades de Cigncias, Matematica e Tecnologia /NASA; Traduzido pela Universidade do Vale do Parafba, — $0 José dos Campos: Univap. 2001 134p.:iL; 21 em 1. Ciéncias. 2. Tecnologia. 3, Matematica. I. NASA. II. Universidade do Vale do Paraiba TI. Titulo Esta publicagao de dominio piiblice e nao esta protegicia por direitos autorais. Nao ¢ necessatia a permissao para Cépias, EG-1996-09-108-HQ Setembro, 1996 Unillap Supervise Gratiea: Prof Mavia Ga Fatima Rlamia Mantredini-Pré-Fltora de Cultura @ Diulgagao - Univap @ Tradugae e Digitagae: ComUnique Assessoria SG ® Revisdo: Pro® Gira Garcoz0 Bart - (12) 3922. 1160 # Dosignor Gratico: Spiral Comunicagto - (12) 9921-8764 @ Designer da Capa: Fabio /# Impressiio: JAC Grética # Edora (12) 3828-1885 @ Publicagao: Univap/2001 Siqui Agradecimentos Esta publicagdo foi desenvolvida pela NASA com a colabo- ragdo de centenas de professores da rea da regio IV do Texas € por educadores do Programa de Servigos Educacionais Acroespaciais, Oklahoma State University. Redatores: Deborah A. Shearer Gregory L. Vogt, Ed. D. Programa Ensinando através do Espaco NASA Johnson Space Center Houston, TX Editora: Carla B. Rosenberg Programa Ensinando através do Espaco Sede da NASA Washington, DC Agradecimentos especiais a: Timothy J. Wickenheiser Chefe, Filial de Andlise Avangada de Missao NASA Lewis Research Center Gordon W. Eskridge Educagio Aeroespacial Oklahoma State University ROCKETS A Teacher's Guide with Activities In Science, Mathematics, and Tecnology National Aeronautics and Space Administration Office of Human Resources and Education Eduaction Division Washington, D.C. Education Working Group NASA Johnson Space Center Houston, Texas This publication is in the Public Domain and is not protected by copyright. Permission is not required for duplication. EG-1996-09-108-HO September 1996 Foguetes ste Manual do Professor oferece sugestdes para diferentes aplicacdes € exemplificagdes de como o entendimento das propriedades dos gases pemitiram progredir, do buscapé ds naves espaciais. Professores de diferentes disciplinas encontrardo neste Manual indicagaes muito importantes para ilustrar suas aulas, em diferentes néveis, de aplicagdes de conceitos da Fisica ¢ da Quimica, principalmente. Séio oferecidas importantes sugestées para a “decolagem” de alunos, em diferen- tes niveis de escolaridade, de moda a evolutrem no entendimento, aliando teoria as atividades necessdrias & vida em wna nave espacial Alimentagito, roupas, utilicagdo do espaco, consumo de dgua, respiragao, movi- ‘mentagdo, atividades a que estamos acostumados, tém diferente conotacao quando no interior de uma nave espacial. Os alunos encontrardo neste Manual as mais variadas instrugdes ¢ a seguir siio instades a responder perguntas, que ox colocam ém condigdes de ambientes totalmente diver- sos de sua vivencia didria, obrigando-os a exercicios mentais de grande inventividade Sao necesséirias extrapolagoes que conducam a solucdes para tornar-a vida posstvel em alguns metros ctbicos de wn compartimento, durante longos intervalos de tempo. Como sao enviados sinais para a Terra? Como 0 satélite detecta um campo magnético? Como & possi- vel sair da nave espacial, em movimento, no expaco, ea ela voltar, com seguranca? Como a atividade altera « presso arterial? Como se prepara um café da manhé emt uma nave espact al? Por que sao usados alimentos reidratados no Onibus Espacial? Estas sido algumas perguntas feitas para que os alunos respondam e fornegam sugestdes para os professores. Séo acompanhadas de indicugées de equipamentos a serem ‘montados para realizar experimentos esclarecedores de com responder E toda um sistema, euidadosamente montado, para proporcionar 0 aprendizado, em condigées de independéncia de atwacdo ¢ de liberdade para solucionar problemas real- mente novos. Baptista Gargione Filho Reitor da Univap Como usar este Manual O: foguetes sao a forma mais antiga de vei- culos autnomos que ja existiv, Os primei- ros foguetes foram usados ha mais de dois mil anos. Percorrendo uma hist6ria longa ¢ empol- ante, os foguetes evoluiram de simples tubos cheios de pélvora a poderosos veiculos capa- zes de langar uma espaconave em diregdo as galixias. Poucas experiéneias podem ser com- paradas A emocio ¢ tensdo de ver um veiculo acionado por foguetes, como o Onibus Espaci- al, decolar para 0 espago. Sonhos sobre fogue- tes voando para mundos distantes agugam a ima- ginaco tanto de criangas quanto de adultos. ‘Com alguns materiais baratos e simples, vocé pode elaborar aulas emocionantes e tteis para criangas quando o assunto é foguetes, au- las essas que ineorporam Cigncias, Matematica ¢ Ensino de Tecnologia. As muitas atividades contidas neste Manual enfatizarn o envolvimen- to pritico, a previso de eventos, a coleta e a imerpretagio de dados, 0 trabalho em equipe ¢ a solucdo de problemas. Mais ainda, o Manual contém as informag6es de referéneia sobre a hist6ria dos foguetes e os conhecimentos cien- tificos basicos sobre foguetes que tornam seus alunos “cientistas de foguetes”. Manual comega com as informagoes de referéncia sobre a historia da produgio de foguetes, os principios cientificos e a parte pritica, As segdes sobre prinejpios cientifi- cos € a pritica enfocam as és Leis do Movi- mento de Isaac Newton, Essas leis explicam porque os foguetes funcionam e como tomé-los mais eficientes, Depois das segies de referéncia hd uma série de atividades que demonstra os fundamen tos cientificos da fabricagio de foguetes ¢, a0 mesmo tempo, desafia os alunos em atividades de projeto. Em cada uma das atividades vocé encontrar diagramas de montagem, listas de ma- terials e ferramentas, e instruces. Uma pequena segdio de referencia acompanha cada atividade e dé nogGes sobre os conceitos cobertos ¢ leva de volta ao material contido na introdugio do Ma- nual, Também foram incluidas informages so- bre a que drea da Ciéncia a atividade se referee os padres de Matematica, idéias para avalia- io aprofundamentos. Veja a pagina 10 para obter maiores detalhes sobre como as paginas das atividades estio montadas. Como muitas das atividades ¢ demonstra- (ges aplicam-se a mais de uma rea, uma tabela indica e identifica as oportunidades para experi- Encias de aprendizado ainda maiores. O gréfico indica as dreas por titulo da atividade. Além dis- 80, muitas das atividades dos alunos estimulam a solugio de problemas e 0 aprendizado coopera- tivo, Por exemplo, os alunos poder usar a solu- 40 de problemas para pensar em maneiras de melhorar o desempenho de carros impulsiona- dos por foguetes. Q aprendizado cooperative é uma necessidade das atividades de Rastreamento de Altitude ¢ Baldo com Estdgios. A duragio do tempo envolvido em cada atividade varia de acordo com seu grau de difi- culdade e do grau de desenvolvimento dos alu- nos. Com excegdo da atividade Projeto X-35, no final do Manual, é possivel completar a mai- oria das atividades em uma ou duas aulas. Finalmente, o Manual terminacomum glos- sGrio de termos, lista de deituras sugeridas, re- cursos educacionais da NASA incluindo recur- 305 eletrOnicos, e um questionsirio de avaliago, Com a intengdo de sempre melhorar este Manual em futuras edigdes, gostariamos de contar com as suas sugestdes através do questiondric anexo. Observacao sobre Unidades de Medidas ‘Ao desenvolver © Manual usamos unida- des méiricas. Notmalmente, nas listas de mate~ riais e ferramentas, so usadas algumas unida> des de medida do sistema inglés. Nos Estados Unidos certos itens, como parafusos, sao difi- ceis de encontrar com medidas métricas, por isso foi usado o sistema inglés. GS ar RE i Tea RETF Dicas para sgoronciaments Formato das Atividades ‘Objemvos oa ates Descrigia do nue a ‘hig a2 Tniorvagbesce rererdnee Paginas da insinagao para os alunos Portindameng) ‘Oque voce pease ‘321 F060! Paginas de dads para os unos 0 TT aT BY Breve Historia dos Foguetes foguctes atuais so resultado me- Owe da engenhosidade humena que tém suas raizes na Ciéncia ¢ na Tecnologia do passado. Eles so rebentos natu- rais de literalmente mithares de anos de experi- mentagiio e pesquisa sobre foguetes e propulsao por foguetes. Um dos primeiros dispositivos a aplicar com sucesso os principios essenciais do yoo por foguete foi um passaro de madeira, Os es- critos de Aulus Gellius, um romano, contam a historia de um grego chamado Arquitas que morou na cidade de Tarentum, hoje parte do sul da Itdlia. Em algum ponto do ano 400 A-C., Arquitas encantava e alegrava os cidadios de Tarentum fazendo um pombo de madeira voar. escape de vapor impulsionava o pombo para frente, suspenso por fios de arame. O pombo usava 0 principio da agtio ¢ reag&o, que s6 foi estabelecido como lei cientifica no século XVI. Mecanismo inventado por Hero. Cerca de trezentos anos depois do voo do pombo, um outro grego, Hero de Alexandria, inventou um dispositive parecido com foguete semethante ao pombo chamado de aeolipile, ou molinete de Hero. Esse dispositivo, também, ‘usava 0 vapor como gés propulsor. Hero mon- tou uma esfera no alto de uma chaleira. O fogo sob a chaleira transformava a agua dentro da chaleira em vapor, ¢ 0 gs percorria tubos até a esfera. Dois tubos em forma de “L.”, cotocados em lados opostos da esfora, permitiam que gas escapasse, e, fazendo isso, davam a esfera omovimento girat6rio. Nao se sabe exatamente quando os pri- meiros foguetes de verdade apareceram, Ha his t6rias de dispositivos parecidos com foguetes permeando esporadicamente telatos histéricos de varias culturas. Talvez os primeiros verda- deiros foguetes tenham aparecido por acidente, Hi relatos contando que, no século I D.C., os chineses possufam uma forma simples de pé para armas feito com salitre (nitrato de potis- sio), enxofre ¢ pé de carvio. Usavam esse pé principalmente para fogos de artificio em cele- Dragdes religiosas ¢ em outras festividades. Para criar explosdes, durante os festivais religiosos, eles enchiam tubos de bambu com essa mistura € faziam com que pegasse fogo. Talvez algum desses tubos tenha falhado e, ao invés de ex- plodir, tenha subido, impalsionado pelos gases ¢ faiscas produzidas pela queima da pélvora. Os chineses comegaram seus experimen- tos com os tubos cheios de pélvora. Em algum momento, prenderam os tubos de bambu a fle- chase langaram-nas com arcos. Logo descobri- ram que esses tubos de pélvora poderiam fan- ¢ar-se a si mesmos com a forga produzida pelo ‘gs que escapava, Nascia o verdadeiro foguete, A data cegistrada como da primeira vez em que um foguete foi usado é 1232. Nessa época, chineses e mongéis estavam em guerra, Durante a batalha de Kai-Keng, os chineses expulsaram os mongéis com uma barricada de “flechas de fogo voador”. Essas flecbas de fogo ‘eram uma forma simples de foguete a propulsdio S FOGURTES Manna do Petco can Abin de Ceca Moloniten Tecsooge ahewsiaedoWedoFani V1 s6lida. Um tubo, tampado em uma extremidade, continha a pélvora. A outra extremidade era deixada aberta e 0 tubo era preso a uma longa vara, Quando a pélvore era acendida, a queima répida da pélvora fazia o fogo liberar famaga, © 0 gas escapava para fora produzindo um im- pulso. A vareta era usada apenas como sistema de direcionamento que mantinha o foguete no alvo ao voar pelo ar. A eficiéncia dessas fle- chas de fogo como armas de destruiga0 para guerra nao é clara, mas seus efeitos psicoldgi- cos sobre os mong6is devem ter sido formidaveis. Flechas de fogo dos chineses, Depois da batalha de Kai-Keng, os mongéis fabricaram seus proprios foguetes € foram os responsaveis pela disseminagao da técnica dos foguetes pela Europa, Muitos regi twos descrevem experimentos com foguetes du- rante os séculos XIII a XV. Na Inglaterra, um. ‘monge chamado Roger Bacon trabalhou em for- mas mais aprimoradas de pélvore que aumen- tavam consideravelmente o alcance dos fogue- tes. Na Franca, Jean Froissart conseguiu mais preciso nos v6os langando foguetes através de tubos. A idéia de Froissart foi a precursora da bazuca moderna, Joanes de Fontana, na Itélia, projetou um torpedo impulsionado por foguete que corria na superficie para incendiar navios inimnigos. Em meados do século XVI, os foguetes passaram por uma época de desuso, como arma de guerra, embora ainda fossem usados em exi- bigdes de fogos de artificio. Um fabricante de Soldado chinés langa uma flecha de fogo. fogos de antificio alemio, Johann Schmidlap, inventou o “foguete de passo”, um vefculo com, miiltiplos estégios, para levantar fogos a altu- ras maiores. Um foguete maior (primeiro est gio) carregava um foguete menor (segundo es- t4gio). Quando o faguete maior se queimava, 0 ‘menor continuava a uma altitude mais alta antes de iluminar o céu com suas cinzas brilhantes. A idéia de Schmidlap é o fundamento de todos os foguetes que hoje sao langados 20 espago. Praticamente todas as utilidades dos fo- guetes até essa época resumiam-se A guerra ou a exibigdes pirotéenicas, mas uma antiga lenda chinesa relata o uso de foguetes como meio de Com a ajuda de alguns assistentes, um off- cial chings menos famoso, chamado Wan-Hu, montou uma cadeira voadora impulsionada por foguete. Eram duas pipas presas a uma cadeira, ¢ havia quarenta e sete foguetes de flecha de Fogo também fixados is pipas No dia programado para o vo, Wan-Hu sentou-se na cadeira e deu o comando para que acendessem os foguetes. Quarenta ¢ sete assis- tentes, todos com tochas, correram para acender os foguetes. Um tremendo estrando soon no ar, acompanhado por nuvens de furnaga. Quando a fumaga se dissipou, Wan-Hu e sua cadeira haviam desaparecido. Ninguém sabe 0 que lac aconteceu, mas, se essa histéria for verdadei- ra, Wan-Hu e sua cadeira, provavelmente, no © lendaio oficial chinés Wan Hu prendo-se antes da “decolagem’ 0 TTT TTT sobreviveram & explosao. As flechas de fogo tanto podiam voar como explodir. A Fabricagao de Foguetes torna-se uma Ciéncia Durante a segunda metade do século XVII, © grande cientista inglés Sir Isaac Newton (1642-1727) estabeleceu os fundamentos cien- Lificos para os foguetes modemnos. Newton or- ganizou oconhecimento do movimento fisicoem trés leis cientificas. As leis explicam como os. foguetes funcionam e porque so capazes de fun- cionar no vécue do espaco sideral. (veja Co- nhecimentos Bdsicos sobre Foguetes para ob- ter maiores informages sobre as Trés Leis do ‘Movimento de New‘on, com infcio na pagina 20). As leis de Newton logo comegaram a ter ‘um impacto prétio no projeto dos foguetes. Por volia de 1720, um professor holandés, Willem Gravesande, construin carros em miniatura propulsionados por jatos de vapor. Experiéncias com foguetes na Alemanha ¢ na Riissia come- garam a usar foguetes com massa acima de 45 quilogramas. Alguns desses foguetes eram tio potentes que as chamas de escape faziam bura- os profundos no chio antes da decolagem, Durante o final do século XVII e inicio do século XIX, os foguetes experimentaram um breve renascimento como arma de guerra. O su- cesso das barricadas de foguetes feitas pelos fadios americanos contra os ingleses em 1792 ,novamente, em 1799, chamaram a atengio do especialista em artilharia, Coronel William Congreve. Congreve comegou a projetar fogue- tes para serem usados pelo exército inglés. Os foguetes de Congreve tiveram um gran- de sucesso nas batalhas. Usados pelos navios, britanicos para tomar o forte McHerny na guerra de 1812, eles inspiraram Francis Scott Key a escrever “O Brilho Vermelho dos Foguetes” em seu poema que mais tarde se tomou The Star- Spangled Banner. ‘Mesmo com o trabalho de Congreve, a precisio dos foguetes ainda nao tinha methora- do muito em relagdo aos primeiros foguetes. A natureza devastadora dos foguetes de guerra ndio estava relacionada 8 sua precisio de alvo ou A poténcia, mas a sua quantidade. Durante um ata- que tipico, mithares de foguetes podiam ser ati- ados 20 inimigo. No mundo tado, os pesquisa- dores de foguetes tentaram melhorar sua ponta- ria, Um inglés, William Hale, desenvolveu uma, técnica chamada estabilizagao de giro em para- fuso, De acordo com esse método, os gases de exaustao, barrados por pequenos pas na parte inferior do foguete, faziam com que ele rodasse. de um modo mais parecido com © comporta- ‘mento de uma balaem vOo. Muitos foguetes, ain- da hoje, usam variagdes desse principio. ‘uso de foguetes continuow a ter sucesso nas batalhas por todo o continente europeu. En- tretanto, na guerra com a Prussia, as brigadas de foguetes da Austria tiveram de enfrentar no- vos projetos de pegas de artilharia. Canhdes de retrocarga’ com canos de rifles e ogivas de com- bate eram armas muito mais poderosas do que ‘os melhores foguetes, Mais uma vez, os exérci- tos relegaram os foguetes para uso em tempos de paz. Aparece o Foguete Moderno Em 1898, um professor russo, Konstantin ‘Tsiolkovsky (1857-1935), propds a idéia da exploragdo do espago através de foguetes. Num relatétio publicado em 1903, Tsiolkovsky su- getiu 0 uso de combustiveis liquidos para con- seguir um alcance mais longo. Tsiolkovsky afir- mou que somente a velocidade de exaustio dos gases limitava a velocidade € 0 alcance de um foguete. Por suas idéias, pesquisa cuidadosa ¢ grande visio, Tsiolkovsky foi chamado de pai da astrondutica moderna. No inicio do século XX, um americano, Robert H. Goddard (1882-1945), conduziu experimentos fisicos com foguetes. Ele interes- sou-se pelo modo como se poderia atingir alti- tudes maiores do que eram possiveis com ba- Jes mais leves que o ar. Ele publicou um pan- fleto em 1919 intitulado Une Métode para Che- gar a Grandes Altitudes. Hoje, damos a essa andlise matemética o nome de foguete de sonda meteoroldgica. ‘Nesse panfleto, Goddard chegou a varias conclusées importantes para o desenvolvimen- to dos foguetes. Através de seus testes, ele afir- mou que um foguete consegue funcionar com maior eficiéncia no vécuo do que no ar. TN. Ta de carregamento pela culatra, & FOGUETES Banal io Prt’ can Aviad de Clan Matmiticns enon Unienide doa oParaa 13 Naquele tempo, a maioria das pessoas acredi- lava, erroneamente, que a presenga do ar era necesséria para o foguete provocar uma forga contréria, Um editorial do jornal New York Times daquele dia zombou da auséncia, no trabalho de Goddard, da “fisica baisica derramada diari- amente nas salas de aula do colegial.” Goddard também afirmou que os foguetes de miltiplos estdgios ou de passo seriam a resposta para que se conseguisse atingit maiores altitudes e essa seria a nica maneira de se atingir a velocidade necessétia para sair da area da forga de gravi- dade da Terra. eerie 2 Saar Projetos de Foguete de Tsiolkovsky. Os primeiros experimentos de Goddard aconteceram com foguetes 4 combustivel s6li- do. Em 1915, ele comegou a experimentar ou- tos tipos de combustiveis sdlidos e a medir as velocidades de exaustdo dos gases eliminados. Enquanto trabalhava com foguetes acom- bustivel s6tido, Goddard convenceu-se de que seria melhor usar combustivel Ifquido, Ninguém, até entéo, havia construido, com sucesso, um foguete a combustfvel liquid. Foi uma tarefa bem mais diferente do que construir foguetes movidos a combustivel sélido. Seriam neces- sérios agora tanques de combustivel e de oxi- genio, turbinas ¢ cémaras de combustiio. Ape- sar das dificuldades, Goddard conseguiu o pri- meio voo bem-sucedido com foguete a com- bustivel liquide no dia 16 de margo de 1926. Abastecido com oxigénio liquido e gasolina, 0 foguete voou por apenas dois segundos e meio, subindo 12,5 metros ¢ aterrissou a 56 metros em uma plantagao de repolhos. Para os padres atuais, 0 vo nao foi grande coisa, mas, como 0 primeiro y6o do avido dos irmios Wright em 1903, o foguete a gasolina de Goddard foi o pioneiro de uma nova era nos voos de foguetes, Os experimentos de Goddard com fogue- tes a combustivel liquide continuaram por muitos anos. Seus foguetes foram aumentando de tama- ho e voando mais alto. Ele desenvolveu um sistema de controle de yoo e um compartimento de carga para instrumentos cientiticos. Sistemas de recuperagao através de para-quedas traziam 0s foguetes ¢ os instrumentos de volta com se- guranea. Por suas conquistas, Goddard é cha- mado o pai do foguete moderno. Um terceiro grande pioneito do espago, Hermann Oberth (1894-1989), da Alemanha, publicou um livro, em 1923, sobre as viagens de foguete ao espago. Seus escritos siio impor- tamtes. Devido a eles, muitas pequenas associa~ gies de cientistas especialistas em foguetes apareceram no mundo todo. Tucuagaode wigan ius Hacc ‘saraaes Rasrodeaivo, ‘cepreo Esra ensto Tanavece ‘ougeio| Foguete do Dr. Goddard de 1926. 4 FOCUETES Nima torn ine i Nati Tampa tama QS ‘Na Alemanha, a formagio de uma dessas sociedades, a Verein far Raumschiffarhrt (So- ciedade para Viagens Espaciais), levou os ale- mics ao desenvolvimento do foguete V-2, usa- do pelos alemies contra Londres na Segunda Guerra Mundial. Em 1937, engenheiros e cien- tistas alemdes, incluindo Oberth, reuniram-se, em Peenemunde, na costa do mar Baltico. Ali, sob a diretoria de Wernher von Braun, enge- nheiros e cientistas construfram e langaram 0 mais avangado foguete até entao. (OD. Robert H. Goddard ajusta @ para de cima da ci Combustio de um loguate nosea retogralia trad om 1940 or Roswell Nove Msxc0. O foguete V-2 (na Alemanha chamado de ‘A-4) era pequeno em comparagao com os fo- guetes atuais. Ele conseguiu um maior impulso devido a uma mistura de oxigénio liquido e al- cool a uma freqiiéncia de cerea de uma tonela- da a cada sete segundos. Uma vez langado, 0 \V-2 foi uma arma formidavel capaz de devastar quarteirdes inteiros de uma cidade. Felizmente, para Londres para as for- cas aliadas, o V-2 apareceu muito tarde na guerra para que pudesse mudar o resultado. Entretanto, no final da Guerra, os cientistas ¢ engenheiros alemaes dedicados & pesquisa de foguetes jé ti nham langado os planos para misseis avangados capazes de cruzar 0 Oceano Atlintico e aterrissar nos Estados Unidos. Esses mfsseis tinbam um alcance bem grande, mas uma pequena capaci- dade para carga. Ons (Carga explosva) Cone qroscopico automate Anvore ge quia e rcepiones ce Tang para awn Toston “anquapara comb! Tanguepara Fepaoro sues two penn rae Gehisogene) ‘epacarpaine Tuto tonta comustetpesior aoeornsve net cca epson “crbeonn contol vii excapaco relpa ce ‘parte “Scene ie Motor ee 1 Paparajaio — Papermar Missil alemao V-2 (A-4). Com a quedada Alemanha, os aliados toma- ram posse de foguctes V-2 ndo utlizados ede seus Componentes, Muitos dos cientistas alemaes dessa érea foram para os Estados Unidos, outros, para a Unido Soviética, Os cientistas alemies, incluindo ‘Wember von Braun, ficaram impressionados com 105 progtessos conseguidos por Goddard. ‘Tanto os Estados Unidos quanto a Unido: Soviética reconheceram potencial dos fogue- tes como arma militar e iniciaram uma varieda- de de programas experimentais, Primeiro, os S TOGUETES “Mma o Plast cn ead Clean Matendtcn ensign Wines vou 15 Estados Unidos comegaram um programa com foguetes de sonda atmosférica de grande altitu- de, uma das primeiras idéias de Goddard. Mais tarde, desenvolveram uma gama de misseis balisticos intercontinentais de médio e de lon- goalcance. Fles tornaram-se o ponto de partida do programa espacial norte-americano. Misseis como o Redstone, 0 Atlas e o Titan, um dia, poderiam langar astronautas ao espago, A4 de outubro de 1957, a Unido Soviéti- ca impressionou o mundo com o langamento de um satélite artificial a érbita da Terra. Chama- do Sputnik I, 0 satélite foi o primeiro sucesso de uma corrida para o espago entre duas super- poténeias. Menos de um més depois, os sovié- ticos lancaram um satélite carregando uma ca- dela a botdo, a Laika, Ela sobteviveu no espa- go sete dias antes de ser sacrificada antes do término do suprimento de oxigénio. ‘Alguns meses depois do primeiro Sputnik, 0s Estados Unidos langaram um satélite Préprio.O Exéreito norte-americano langou 0 Explorer Tem 31 de janeiro de 1958, Em outu- bro desse ano, os Estados Unidos organizaram formalmente o seu programa espacial, eriando a National Aeronautics and Space Administration (NASA). A NASA tornou-se uma agéncia civil, com o objetivo da explora- gio pacifica do espaco para o bem de toda a ‘humanidade. Logo, foguetes langaram muitas pessoas © equipamentos ao espago. Astronautas orbitaram a Terra e aterrissaram na Lua. Naves robéticas viajaram aos planetas. O espago, de Tepente, abriu-se a exploragdo € especulagao comercial. Os satélites permitiram aos cientis- tas investigar o nosso mundo, prever o clima e comunicar-se instantaneamente com o mundo todo. A procura por vefculos que pudessem le- var uma carga maior ag espago criou a necessi- dade de desenvolver uma grande variedade de foguetes potentes e versiteis. A exploracdo cientifica do espago usan- do naves-robés continuou em ritmo acelerado. Tanto a Reissia quanto os Estados Unidos inicia- ram programas para a exploragao da Lua. O desafio inicial era desenvolver uma tecnologia que permitisse 0 envio de uma sonda 2 Lua, Nove meses depois do Explorer I os Estados Unidos langaram a primeira sonda lunar ndo- tripulada, mas o veiculo langador, um foguete ‘Allas com um estagio superior Able, falhou 45 segundos apés a decolagem quando a carga se rasgou para longe do foguete, Os Russos tive- ram mais sucesso com a Luna 1, que vou pré- xima A Lua em janeiro de 1959. Mais tarde, nesse mesmo ano, o programa Luna colocou uma son- da na Lua, tirando as primeiras fotografias do Jado escuro. Entre 1958 ¢ 1960, os Estados Uni- dos enviaram uma série de misses, as sondas lunares Pioneer, para fotogratar ¢ obter dados ciemtificos sobre a Lua. Bssas sondas nao tive- ram sucesso, na sua maioria, devido a falhas nos veiculos de langamento, Somente uma das ito sondas conseguiu cumprir sua missio 4 Lua, embora varias sondas, posicionadas entre a Lua ¢.a Terra, tenham fornecido importantes infor- mages cientificas sobre o nimero e a extensao dos anéis de radiac3o ao redor da Terra. Os Estados Unidos pareciam estar bem atras da Unitio Soviética na corrida espacial A cada langamento, os vOos tipulados fi- cavam mais perto de tommarem-se realidade. im abril de 1961, um russo chamado Yuri Gagarin tomnou-se 0 primeiro homem a permanecer na Srbita da Terra. Menos de um més depois, os Estados Unidos langaram o primeiro norte-ame- ricano ao espago, Allan Shepard. O véo foi uma subida suborbital, ¢ o retomo imediato & Terra. O foguete Redstone nao tinha poténcia suficiente para colocar a cépsula Mercury em drbita. O yGo durou apenas pouco mais de 15 minutos e chegou a uma altitude de 187 quilometros. Allan Shepard experimentou cerca de 5 minutos de microgravidade antes de voltar a Terra, retorno ‘no qual sentiu forcas doze vezes maiores do que a forga da gravidade. Vinte dias depois, embo- ra ainda tecnicamente atras da Uniao Soviética, © presidente John Kennedy anunciou o objetivo de colocar um homem na Luaaté o final dadécada. Em fevereiro de 1962, John Glenn tornou- se o primeiro homem a orbitar a Terra em uma pequena cdpsula que s6 tinha lugar para fiear sentado. Langado por um foguete Atlas mais po- tente, John Glenn ficou em 6rbita por quatro ho- ase cingiienta minutos antes de descer ao Oce~ ano Atlantica. O programa Mercury teve um total de seis langamentos: dois suborbitais ¢ quatro orbitais. Esses tangamentos demonstraram a capacidade de os Estados Unidos enviarem 16 FOGURTES’ Mal do rater oun Atlas Clason MaldicneTecnloin- Uaioe doe Fare Ss homens A érbita da Terra, permitiram a tripula- 40 trabalhar no espago, operar a nave e fazer observagdes cientificas. Os Estados Unidos iniciaram, entio, um programa intenso, néo-tripulado, visando dar apoio A aterrissagem do homem na Lua. Trés projetos separados coletaram informacdes so- bre locais de aterrissagem e outros dados sobre a superficie da Lua ¢ 0 ambiente ao seu redor. primeiro foi a.série Ranger, a primeira ten- tativa dos Estados Unidos para tirar fotos de perto da Lua. A nave tirow virias fotos em preto ¢ branco da Lua & medida que descia e se cho- cava com a superficie lunar. Embora a série Ranger tenha fornecido muitos dados detalha- dos, 0s planejadores da futura missZo Apollo queriam dados mais abrangentes. Fotografia bem proxima do solo da Lua tirada pela nave Ranger 9 momentos antes do impacto. O pequeno circulo a esquerda 6 0 local de impacto. Os dois programas lunares finais foram projetados para trabalharem juntos. O Lunar Orbiter forneceu um mapa bem minucioso da superficie da Lua. O Surveyor fornecen foto- grafias detalhadas ¢ em cores da superficie da Lua, bem como dados sobre os elementos do sedimento lunar e uma avaliagéo da capacida- de do sedimento agiientar © peso dos médulos de aterrissagem tripulados. Através da andlise dos dois conjuntos de dados, os planejadores foram capazes de identificar locais para a ater- rissagem dos médulos tripulados. Entretanto, existia um problema ainda significativo sem solugao. A nave Surveyor era muito grande para ser langada pelos foguetes existentes Atlas/ ‘Agena, portanto, um novo estégio superior de alta energia, chamado Centauro, foi desenvol- vido para substituir o Agena especificamente para essa miso, © estagio superior do Centauro usava combustiveis eficientes de hi- drogénio e oxigénio que melhoravam érastica- mente scu desempenho, mas a baixa temperatu- ra das grandes altitudes e a sua natureza alta- mente explosiva apresentavam grandes desafi- 0s técnicos. Além disso, eles construiram os tan- ques do Centauro com ago inoxidavel fino para economizar 0 precios peso. Era necessirio ‘manter a presso moderada no tanque para que ele niio sofresse uma implosio. A construgio do foguete estava melhorando a capacidade de 0s Estados Unidos explorarem a Lua. ‘A Gemini foi_a segunda cépsula tripula- da a ser desenvolvida pelos Estados Unidos, Foi projetada para lever dois astronautas ¢ foi langada com 0 maior vefculo de langamento construfdo até entao, o Titan II. O mandato do presidente Kennedy desvion significativamente a misstio Gemini de seu objetivo principal de expandir a experiéncia no espago, preparando o pafs para uma aterrissagem tripulada na Lua, Ela abriu caminho para o programa Apollo, de- monstrando o encontro e acoplamento requeri- dos para que 0 médulo funar pudesse voltar & ‘Terra, a Atividade Extraveicular - EVA [Extraveicular Activity], necesséria para a ex- ploraciio da superficie da Lua ¢ muitos conser- tos de emergéncia, e, finalmente, a capacidade para sees humanos sobreviverem ¢ trabalha- rem ducante uma miso lunar de oite dias. O programa Gemini langou dez missdes tripula- das em 1965 € 1966; oito vos encontraram-se c acoplaram com estagios nao-tripulados em ét- bita da Terra e sete realizaram atividades extraveiculares. O langamento de homens & Lua reque- ria veiculos de langamento bem maiores do que os existentes. Para conseguir esse obje- tivo, os Estados Unidos desenvolveram 0 foguete Saturno. A cdpsula da Apollo, ou médulo de comando, permitia uma tripulagio -FOGUETES Mianmaldo Profesor com Athiades de Cindi, Motematien« Tecnologia iiverddadedo Valea Paraia «V7 de trés astronautas. A cfpsula levou os astro- snautas & 6rbita a0 redor da Lua onde dais astro- znantas foram transferidos a um médulo lunar e desceram & superiicie da Lua, Depois de com- pletar sua missio, a parte superior do médulo lunar voltou a éebita ¢ encontrou-se com a céip- sula da Apoiio. Os astronantas vindos da Lua ‘retomnaram novamente ao médulo de comando ‘eum médulo de servigo, com um motor, fez com ‘que voltassem para a Terra. Depois de quatro smissSes tripuladas, o astronauta da Apollo 11, ‘Neil Anthstrong tornou-se o primeiro homem pisar na Lua, Os Estados Unidos voltaram & su- perficie da Lua mais cinco vezes antes que 0 ‘Uma viedo de lente olho-de-peixe do foguete Salumo 51no momento exatamenta apés a ignic&o. ‘Durante esse programa lunar tripulado, ve- {culos de langamento nfo-tipulados lancaram THuitos satélites para investigar nosso planeta, fazer previséo do tempo e para comunicar-se instantancamnente com lugares diferentes do mun- do. Além disso, cientistas comegaram a explorar ‘outros planetas. O Mariner 2 voout com suces- so por Vénus em 1962, tomando-e a primeira sonda-a voar por perto de um outro planeta. O volvimento de um sistema de langamento Espacial, Aceleradores s6lidos ¢ trés motores principais na nave lan- gam o Onibus Espacial. Os foguetes reutilizéveis Permanecem no vOo pouco mais do que dois Teutilizével; 0 ee atrajerécia para ofbi os fide eae 185 e 402 xe du Tera © Onibus Espacial tem uma capacidade de carga de apro- 25.000 cle vol Tera plaza como um evil, ‘Desde os primérdios do seu desoobrimen- to © experimentagio, os foguetes evolufram de simples dispositivos a pélvora para vefeulos cexplorar nosso universo¢ capacitando-nos para realizar experiéncias cientfficas a bordo do Onibus Espacial. Sem divida os foguetes abri- ‘ram o universo 4 explorago direta pela huma- nidade. Qual seréo papel dos foguetes no finturo? © objetivo do programa espacial dos Estados Unidos 6 expandir nossos horizontes com relago ao espaco, ¢ depois.abrir as fron- 18 TER Raa ee NN a a Toran BY teiras do espago para a expansio humana in- ternacional e desenvolvimento comercial. Para que isso acontega, os foguetes precisam ficar mais vidveis em termos de custo e mais confiveis como meio de transporte para o.espago. Equipamentos caros ndo podem ser jogados fora toda vez que vamos ao espago. IE preciso continuar o esforgo para uma maior reutilizagio, o qual comesou durante o progra- ma do Onibus Espacial. Pode ser que a NASA desenvolva avides espaciais que decolem de ‘pistas, oem para a érbita e voltem aterrissan- cdo nessas mesmas pistas, com operago seme- Thante & dos avides. Para conseguir esse objetivo, esto atual- mente em desenvolvimento dois programas. Os programas X-33 © X-34.desenvolverdo vefculos Tentilizéveis, 08 quais iréo diminuir muita os ‘custos de se ir a Grbita, O.X-33 seré um vefculo (eatht cape ds lov crza saline h do Onibus Espacial. O X-34 seré um pequeno vel- culo de langamento nfo-tripulado capaz de lan- ‘gar 905 quilogramas 20 espaco reduzir o custo de langamento para dois teryos do custo atwal. O primeiro passo para a construgiio de vefculos totalmente reutilizéveis j4 aoonteceu. ‘Unrprojeto chamado Delta Clipper estii em fase de teste. O Delta Clipper é um vefculo de deco- Jagem vertical ¢ aterrissagem suave. Ele de- monstrou capacidade pera flutuar no espago & ‘manobrar sobre.a Terra. utilizando 0 mesma ‘equipamento. O programa usa a tecnologia exis- tente ¢ minimiza os custos operacionais. Fogue- tes confifveis e baratos so o segredo para a capacitagio de homens ¢ mulheres para real- -mente langarem.-se ao espago, ‘Trés conceitos de velculos espaciais reutlizéveis do futuro ‘senda cestudades pela NASA. s TOCURTES “Namal te rota xs ives ds Cac Miranda Tecloga-Uahenaiastsikioteri 19 Conhecimentos Basicos sobre Foguetes ‘m foguete é a forma mais simples de uma ‘cdmara contendo um gés sob pressfo emi seu interior. Uma pequena abertura‘em uma das extremidades da camara permite que 0 gés es- cape, e, fazendo isso, fornece um empuxo que propulsiona 0 foguete na diregio oposta, Ui bom exeinplo para isso é uma bexiga, O ar den: tro da bexiga esté comprimtide pelas paredes de borracha da bexiga. O artende a ir para tr de modo que as forgas de dentro e-de fora sé equilibram. Quando se solta a aberturd, o ar es- capa por ela © a bexiga ¢ impulsionada ent sen: tido oposto'ao do ar. - ‘Quando pensamos em fo- guetes, raramente pensamos ciais, o gés € produzido pela queima de combustfveis que podem ser s6lidos.ou Hqui- dos on uma combinagSo dos dois. ‘Um fato interessante sobre 0 desenvolvi- mento hist6rico dos foguetes € que enquanto fo- guetes ¢ dispositivos impulsionados por fogue- tes vém sendo usados hé mais de dois mil anos, ‘Somente nos itimos trezentos anos 6 que 0s ex- Presséo do ar extemo func . ‘A ciéncia da construgo de foguetes teve infcio com a publicagto de um livro eri 1687 dio grande cientista ingles Sir Isaac Newton, Seu portantes princfpios ci © tiovimento de todos os objetos, na Terra ou ‘ho espago. Sabendo esses princfpios, dgors'tha- mados de'Leis do Movimento de Newtoty, os ‘construtores de foguetes tortia- ram-se capazes de constmuis 0s "Dua foge 6 igual 8 massa mul plicada pela aceleragto. 3, Para qualquer ago sempre hé uma reago na mesma diregdo ¢ em sentido oposto. Como explicaremos brevemente, as 16s leis 880 afirmagdes realmente simples sobre como:as coisas se movers. Mas, com elas, podemos fa- zer determinagbes precisas do desempenho de foguetes. 20 OR Sea ar a a NR Ta eT SS ‘APrimeira Lel de Newton ‘Essa lei do movimento € uma coisa Sbvia, ‘amas para saber 0 que ela significa é preciso ‘entender os termes repouso, movimento © for- ga desequilibrada, O repouso € o movimento podem ser en- tendidos como opostos entre si, O repouso 6:0 ‘estado de um objeto quando ele nfo esti mu- dando de posig#io em relago aos objetos em sua volta. Se yocé estiver sentado em uma ca- deira, podemos dizer que voct estd.em tepou- so. Esse termo, entretanto, érelativo. A cadeira ‘em que vocé esté sentado pode ser um dos mui« tos asseatos de um avido que vou a alta veloci- dade. O importante 6 lembrar sempre-que voo8 no est se movendo em relaciie ao que estd perto de voce. Se definissemos repouso come a. total auséncia de movimento, ele nfo existiria ‘na natureza. Mesmo sentado cm sua cadeira om asa, yooe ainda estaria em movimento, porque sua cadeira, na realidade, est sobre a superfi- cie de um planeta que esté girando na érbita de uma estrela. A estrela est4 movendo-se em uma. galéxia em rotagdo que, por sua vez, estd se mo- vendo pelo universo. Embora sentado“parado” voo$.esté se movendo auma velocidade de cen- tenas de quilOmetros por segundo. O movimento também é um termo relati- vo. Toda a matéria no universo esté em movi- Jago aos objetos préximos. Uma bola esté em. repouso se estiver no gramado parnda. A bola std’em movimento se estiver rolando, Uma bola rolando muda de posigao em relagSo ao. que esté ‘em sua volta, Quando vocé est4 sentado em unia cadeira num avifio, esté em repouso, mas se Jevantar e andar no comedor estard em movimento. Um foguete subindo no langamento sai de um ‘estado de repouso para um estado de mavimento, O terceiro termo importante para enten- der essa lei 6 a forga desequilibrada. Se voce segurar uma bola em sug mio ¢ a mantiver pa- ada, a bola estan em repouso. Todo 0 tempo em que a bola estiver lé ela recebe forgas. A forga da gravidade ésté tentando puxé-la para o chao, enquanto que, a0.mesmo tempo, sua mio std fazendo forca para cima para manter a bola no mesmo lugar. As forgas agindo na bola esto cequilibradas. Se deixar a bola cair, ou mover sta mio para cima, as forgas ficardo desequili- bradas. A bola sai, entao, de um’ estado de Tepouso pata um estado de movimento. tet Eats, as forgas tomam-se equilibradas ¢ desequilibradas todo o tempo. ih topes taba te lsgarnntn oot cou brado. A superficie da base o paxa para cima ‘eaquanto a gravidade 0 puxa para baixo. Quan- do.os motpres so ligados, a forga de empuxo do foguete desequilibra as forgas ¢ o foguete val pen cima Mats tnde, quan fognete ft car sem combustfvel, a sus velocidade yai di- aminuindo, ele p4ra no ponto mais alto de sua trajotéria © cai de volta para a Terra, Objetos no espiaco também reagem a for- ‘gas, Uma nave espacial viajando através do sis- tema solar est em movimenta constante. A nave ‘viajard em linha reta se as forgas agindo sobre ela estiverem equilibradas. Isso acontece somiente quando a nave esté bein Jonge das for- as da gmavidade da Terra ou dé outros planetas ‘e-ouas Tuas. Se a nave se aproximar de um cor- ‘po muito grande no espago, a gravidade desse Ss {TOGUETRS mca ts Petes com Ain can cada eacaga Uae an eaPariia 21 ‘A combinago do movimento de um satélite para fronte @ a forga da gravidade do planeta desviam o satélite 6 0 colocam em uma érbita, corpo iré desequilibrar as forgas e curvar a tra- jet6ria da nave. Isso acontece, particularmente, ‘quando um satélite é enviado por um foguete ‘em uma trajetoria que € tangente a Grbita de um planeta. A forga gravitacional desequilibrada faz com que o saiélite raude de trajetéria para a forma de um arco. O arco é uma combinagio da queda do satélite para dentro em diregdo 30 cen- tro do planeta e seu movimento pare frente. Quando essas forgas chegam a um certo acor- do, o formato da trajetéria do satélite fica exa- tamente igual & forma do cotpo ao redor do qual Consestientemente, ‘Toudam de acordo com a altura scima do planeta, cada altitude tem sua velocidade tnica que resulta ‘emuma 6rbita circular. Obviamente, o controle da velocidade ¢ extremamiente importante para a mamutengdo da érbita circular da nave espa- cial, A tio ser que uma outta forga, como 0 atrito com moléculas de gases na éxbita motor de um foguete na diregdo oposta, dimi- sma a velocidade da nave, ela ficaré orbitando o planeta para sempre. Agora que os trés termos principais dessa primeira lei foram explicados, é possivel Teescrevé-la, Se um objeto, como um foguete, ¢s- tiver em repouso, seré necesséria uma forga de- ‘sequilibrada para fazer com que se mova. Seo objeto jé estiver em movimento, seré necesséria uma forga para paré-lo ou mudar sua dirego de ‘uma trajet6ria reta, ou mndar sua velocidade. ATercelra {ei de Newton Por enquanto, deixaremos de lado asegun- da lei de Newton e iremos diretamente pare # terveira. Essa lei afirma que toda ago temuma Teaglio na mesma dirego e em sentido oposto: ‘Se-voc8 alguma vez entrou em um pequeno batvo ‘que niio tenha sido adequadamente preso no pler, saberd.exatamente o que isso significa, ‘Um foguete pode subir de uma base de Jangemento somente quando solta o g4s de seu motor. O foguete empurra 0 g4s, ¢ 0 £48, por sna ‘vez, empurra o foguete. O processo todo é mui- ‘te semelhante com andar de skate, Imagine. que -o-skute © 0 skatista estiio em repouso (nilo mo- ‘vimnento). O skatista pula para fora do skate. Na tervnira Iei, esse pulo é chamado de ago. 0 skate responde a essa ago andando uma certa distncia no sentido oposto. O movimento opos- todo skate é chamado de reagdo. Quando a dis- ‘iincia percorrida pelo skatista c 0 skate for com- paradas, parecers que o'skate teve uma reagao ‘muito maior do que.a aco do skatista. Nkoé0 caso, A razo pela qual o skate andou mais é que ele tem uma massa menor do que a do skatista, Esse conceito serdiexplicado mais tar- de na discussio da Segunda Lei. Com foguetes, a. ago & a liberagio do gs para fora do motor. A rea¢So é o movimento do foguete na direco oposta. Para que um foguete possa sair da base de lancamento, a ago, ou cmp oy, tn 8 os a ae do foguete. Enquanto esth ma base, 0 peso 4p foguete ent equlbrado pela fora do chto que 0 puxa contra ele. Pequena quantidade de empuxo resulta em. menos forga do chio para manté-lo.em equilforio: Somente quando 0 empuxo 6 maior do que o peso do foguete & que a forga se tora desequilibrada ¢.0 foguete le- ‘vanta. No espaco, quando a forga desequilibra- da ¢ usada pare manter a Srbita, mesino peque- ‘nos empuxos causam uma mudanca na forga de- ‘sequilibrada c fazem o foguete mudar de velo- cidade ou de diregio. ‘Uma des perguntas mais comuns sobre foguetes é como eles fancionam noespaco, onde rio hé ar contra o.qual eles possam fazer forga, ‘A resposta a essa questo vemn da'Terceira Lei. ‘Imagine 0 skate novamente, No chilo, 0 tnico papel do ar no movimento do skatista edo skate 6 diminuir sua velocidade. © mavimento no ar causa atrito, ou, como os cientistas falam, causa arrasto. O at ao tedor impede. a. ‘Como resultado, 0s foguetes, na verdade, funcionam melhor no espago do que no ar. medida que 0 gés de exaustio sai do motor do foguete, ele tem de empurrar o ar que esté em volta; isso gasta um pouco da energia do fogue- te. No espago, os gases de exaustio podem es- capar livremente. A Segunda Lei de Newton Essa lei do movimento essencialmente aafirmagio de uma equagéo matemética. As wes partes da equariio sio massa (m), aceleragio (a) forga (f). Usando as letras para simbolizar cada parte, a equagio pode ser escrita da se- guinte forma: f=ma Ss Lé-se a equagio assim: a forga é igual massa vezes @ aceleragdo, Para explicar essa lei, usaremos o velho exemplo do canhio. ‘Quando um canhio ¢ disparado, uma ex- plosio impulsiona a bala para fora da sbertura. Ela voa um ou dois quildmetros, até seu alvo. ‘Ao mesmo.tempo, o canhdo 6 empusrado para trés cerca de um ou dois metros, Isso agfoe 8 reagéo funcionando (Terceira:Lei). A forge {que age no canhfio ¢ na bala éa mesma. © que acontece ao canhio © a bala é determinado peta Segunda Lei. Veja as duas equagées abaixo: FS Mc) inte F= Mean Moen A primeira equagGo se refere ao canhiioe ‘a segunda, a bala, Na primeira équagio, a mas- si € 0 proprio canhio e a aceleragho € 0 movi- mento do canhSo. Na segunda equacéo, a mas- sa€ a bala do:canhiio e a aceleracSo é seu mo- ‘vimento. Como a forga (pélvora que explode) é a mesma para as duas equarbes, as equacdes podem ser combinadas e reescritas da seguinte forma: FP capo) canta) = Po * is Para manter os dois lados da equagao igusis, as aceleragdes variam de acordo com a massa. Em outras palavras, o canhiio tem uma massa maior ¢ uma acelerag&o menor. A bala do canhao tem uma massa menor ¢ uma acelera- ‘go maior. .esse princfpio a um foguete. Subs- ‘titua a massa da bala de canh&o pela massa dos ‘gases que estiio sendo expelidos do motor do foguete. Substitua a massa do canhiio pela mas- ado foguete que se move na dirego oposta, A forga 6 a pressio criada pela explosio contro- "Mianal do Proftsor com Allvhndes de Glancan Matradtica Tecnologia -Untrddade doValedo Punta 23 Jada que acontece dentro dos motores do fogue- te, Esaa pressio acelera o gés para um ladoe o foguete para 0 outro, Acontecem algumas coisas interessantes com os foguetes qué nfo Scontecem,com 0 ca- nhio ea bala neste. exemplo. Com o canhioe a bala, o empuxo dura apenas um pequeno instan- te, O empuxo para o foguete continua enquanto 0s motores estiveremtfuncioniando. Além disso, a massa do foguete muda durante o vo. Sua massa é a soma de todas as suas partes. As par- tes do foguete incluem motor, tanques decom- bustfyeis propulsores, carga, sistema de con- trole ¢ aceleradores. Sem sombra de diivida, a maior parte da massa, é composta pelos com- bustiveis propulsores..Mas, essa quantidade de massa sempre muda & medida que o motor quei- ‘ma combustivel. Isso significa que a massa do foguote esté sempre diminzindo durante o v6o. Para que 0 latdo esquerdo de nossa equacio conti- ‘tue equilibrado com 0 lado-dircito, a.acelerago do foguete tem de aumentar 4 medida que sua massa diminui, Por isso 6 que 0 foguete inicia sua traje- (éria mais devagar © depois comega.a acclerar ‘ais quando esté a caminho do espaco, ‘A Segunda Lei do Movimento de Newton é especialmente ttil quando se projetam fogue- tes eficientes, Para possibilitar a um foguete a subida para a 6rbita da Terra, é necessério con- seguir uma velocidade ém excesso de 28.000 m/hora. Uma velocidade acima de 40,250 km/ hora, chamada de velocidade de escape; per mite a um foguete deixar a Terrae viajar para o espaco sideral. Manter a3 velocidades de vSo requer que o motor do foguete alcance a:mmaior forga de. ago possfvel no menor intervalo de tempp. Em outras palavras, o motor precisa quei- mat uma grande massa de combustfvel ¢ em- Purrar 0 gés resultante para fora do motor o mais fapidamente possfvel. As manciras como se faz pode serreescrita da seguinte forma: quanto muai- ‘or amassa de combustfvel do foguete queimada, ¢ quanto maior a velocidade de escape do gis Produzido; maior serd oempuxo do foguete: sJuntandoas Leis do Movimento de Newton ‘Deve ser exercida uma forca desequili- ‘brada para que um foguete suba de uma plate- forma de langamento ou para que uma nave, ‘espago, mude de yelocidade ou de diregio (Pri- magira Lei).’A quantidade de empuxo (forga) pro- ‘dduzida por um motor de foguete serd determina- da pela razée pela qual a massa do combustivel do foguete queima ea velocidade do gas que escapa do foguete (Segunda Lei). A reacdo, ou movimenta, do foguete & igual e no sentido opos- $0 4 ago, ou empuxo, do motor (Terceira Lei). seahws 24 OGUIETIS-Nmnl ds Protmrcom Atrina ds Gy Matic © Topo“ aren Ya oars Se

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