Professional Documents
Culture Documents
Uma novela policial de Fernando Pessoa e toda a correspondência que lhe deu origem,
com o «mago», poeta e pintor inglês Aleister Crowley, além de outras personalidades do
mundo esotérico tão caro a Fernando Pessoa.
Poeta e ensaísta, João Rui de Sousa tem estudado — inclusive através do exercício da crítica lite-
rária — muitos dos mais representativos autores de poesia do século XX: de Almada Negreiros a
Sophia de Mello Breyner, de Adolfo Casais Monteiro a Eugénio de Andrade, de Mário Saa a Alexandre
O’Neill ou Mário Cesariny, de José Gomes Ferreira a António Ramos Rosa, de Vitorino Nemésio a
David Mourão-Ferreira, de Jorge de Sena a Herberto Helder, entre tantos outros. Numerosos desses
textos continuam dispersos por jornais e revistas. Alguns deles, porém, integram-se em livros organiza-
dos pelo autor ou foram recolhidos em colectâneas de carácter antológico.
Entre 1803 e 1805, ao que tudo indica e tanto quanto é possível determinar aproximada-
mente uma data, Friedrich Hölderlin traduziu e intitulou nove fragmentos de Píndaro, jun-
tando a cada uma das peças um comentário em prosa.
Estes textos, conhecidos como os Fragmentos de Píndaro — em algumas edições designados
também por «comentários» ou «anotações» — são considerados não apenas como o último tra-
balho do longo percurso de Hölderlin como tradutor, mas muitas vezes também como a sua úl-
tima «obra», intencional ou sistemática, antes do início do segundo período da sua vida em
Tübingen, que se estende de 1806 a 1843.
Pela concisão cortante da sua forma e pela força da reflexão lapidar que contêm, os
Fragmentos de Píndaro constituem um objecto insólito e propriamente inclassificável no conjunto
de tudo o que Hölderlin escreveu. Mas representam também um ponto culminante no seu con-
fronto com a questão obsessiva e fundamental da relação do poeta moderno com a sombra, tão
insuperável quanto incontornável, da Antiguidade.
Título: DEBRET
Autor: Vasco Araújo
Texto: Paulo Pires do Vale
Colecção: Arte e Produção
Ano de edição: 2010 / Tema, classificação: Arte Contemporânea
Formato e acabamento: 16 x 23,5 cm, edição brochada
N.º de páginas: 112 pp.
Debret é o resultado de uma interpretação da relação social entre brancos e negros, portugue-
ses e africanos, senhores e escravos no Brasil do século XIX.
Esta interpretação parte da obra do pintor Jean-Baptiste Debret, artista francês, que chegou
ao Brasil juntamente com a missão francesa a convite do Príncipe Regente D. João VI, no início do
século XIX e demonstrou a sua paixão pelo Brasil através de pinturas, aguarelas, desenhos e gravu-
ras, permitindo deste modo elaborar uma visão histórica, política, cultural e social do Brasil dessa
época.
A interpretação resulta em 15 esculturas. Cada uma destas resulta da combinação de quatro
elementos distintos: mesas, ovos, figuras e citações do Padre António Vieira. As figuras retratam ac-
ções entre brancos e negros reveladoras da relação sexual e social dos mesmos. A inserção destas fi-
guras em ovos (de modo paralelo ao que acontece nos ovos de Fabergé) deslumbra uma face mecâ-
nica, imperialista e despótica de onde, também, resultou a criação de uma nova raça (mulata). A
associação de tudo isto com as citações do Padre António Vieira (escritas nas mesas) leva-nos a
uma releitura que se insere num discurso pós-colonialista, período em que vivemos actualmente.