HA muites anca, no tempo em que o teu pai andava ni eer, num pas muito dstante vivis um poro infeligesolitvio, vergndo soko peso de ums miste- ring tristeza, O of era alto e azul, 05 campos fe- teis,o mar ¢os ins cheio de pees de vida, a ida des quentes ¢ lumirosas, mas as pessoas que passaPessuas ‘iste, nfo compreendia. As pessas era ‘eas o afectuosas, ¢ aparentemente s6 tinham moti- ‘es para sr felines Mes cuano Tes faiam pergune tas, as pessoas sfastavanese ¢ no respondim, on madavam delisadamente de assunto pedindo dest cul. AAs veces, porém, os visitantes deinoravamse mais tempo, © depresse fiiam amigos, porque era muita {cil fazer amigos naquole pais, E esses amigos leva ‘menos entio a suas casas o, depos de verem tran- cado bem as portas& fchads todes as janclas, reves lavamshes osegrodo da su tristeza, CContavamltes us opovodetele pas tvera um dig. tum iene e bdo teocro que slgvém Iho roubsra, ‘que ert k egbur tae grandee tao valloss que, ‘em le, nfo podiam ser felizes. Quem, vind do eatras teri, chev 0 Pls das i i tesoure?,perguntavam os wisiantes muito ei 5 "Sim, din fsouto.Aliberdade. Aliterdade? Um tesouro? Osivstantes nao quriam scredtaryorgue, nas suas tee, aUberdade era uma coin comum, quase sem importancis, Toa a geita era livre de fazer o que ‘quisese desde quenio fesse mala ninguén, «isso ‘rato normal cue as pessnas nem davem pla liber- dade, Eram livres do mesmo medo'que eéspravam e ringuém dé conta de que respira respite ¢ pronto. = Sima lierdade ¢ como o ax que respicamos, itiamsthes os seu novos amigos trstementa. 86 ‘quanto nos falta, e-sufocamos ches do algio; ¢ que desebrimos que sm ele, no pavers viver = Ecombpide alzuem viver som \birdade? Com éposivel?nti explitavam Ines: nnqule pals as pessoas no podiam facero que queriam, nem padiam diver « que ‘ensavim 6a que sentinm nem, como eles, partir € ‘Visit outtes paises canhecer autos poves, viviam fechadas no seu pais como se ele fase uma pristo "Nem sequerpodinm contar esse segredo a ningiém, porque seriem press, ou até nortas. — Mas isso dove ser uma grande infolicdade!, diziem 06 visitantes. — Nao admira que vocts 2ste- jam sempre tn triste! Bos seus amigos, depois de irem esproitar de novo & perta para Yer se alguém, ld fora, 08 espiava, conta aumlhesconaera Vlad todos os dns ny Pats das ‘Pégeoas Tristes, Havia poliias por toda a pazte, nio ‘os poliias bons, que orientam o trénsito « prendem og a police para vigiar as petocas e impedir que jagsem nite 2; policias nos fronteiraspara niio as deixar salt; até policias que abriam as ‘suas carta € OUVidIM as suas conversas para des cabrir o que diziem © o que pensavam, ¢ que as per- segviam ¢ hes batiam se eles no dissessem nem pensassem » que els queriam que disessom € que Os meninos de Pais das Pesgeas ‘tistes nto podem ouvir as miisiens, nem ver os files, nam ler es livios € as Yevistas de que gostavem, mas sé as miisices, 08 filmes ¢ 0 livros que ndo cram proibidos. Nem sequer pediam beber Coca Cola, orque a Coca Cola também ra (ninguém sabia porqué) probidal As raparigas eos rapazes nio potiam conversarnem conviver uns com os outros ¢ tinhem que andar em scolas separedas ¢ brinear em rersios separados por muros ¢ por grads, As sapariges nao podiam ‘esti alas rem ada smn tes, ra tambén pris Did; e 0s rapazes ; quand erescian, ‘ram mandados pare horriveis guerras em | pales longinquos e obri- ‘gados a matar gente que néo eonheciem que munca ‘hes tnha feito mal nenhum, ¢ muitos deles morriam ou reessavam Iouos ou estrapindas, — Mas porque é que vosés nfo votam em goveman- tes que avaber eom todas essae coisas mas e que Vos restituam a vessa liberdade, 0 voseo tesouro?,estra~ nhavam os vsitantes, — Porque nds também nde podemos votar ‘Era espanteso: — Nio podem votar? Entio como escolhem os vs+ 40s goernantes? — Mas nés nio escalhemos nossos governantes... — Entao quem os escolhe? — Ninguén sae‘Quem ouvia estas coises flava muito inquietoe, ‘ubitamente, ose coragio encase também de tris teza e de amergura. O Sal jé no Ihe paecie tio ‘quente, nem o ou tio transpareate e téo azul e, quando voltava rus, othava também em voli ame- Arontado, pansardo que podia estar a er vriedo ¢ seguido ¢ temendo até que elguém pudesse ler 08 seus pensamentes ¢ suir da sombra para» castigar pr eausa dels E, do regresso ao seu pais, compreendia entdo conse sun liberdade era afinal am te is ant al i. ©, 0 partic da, paseava vole p 0 ben esque ama hae rari Aepenciam, lombrand>ee moits reres ds an ‘ie tinham “See cas B Ac ue uma chegon en gro Pls ds Pesos ‘Tristes, as pessoat cecidiram Ontesouro, Os soldados seuniram-te nos quarttis e egaram nas suas armas para arrancar finalmente 0 tesouro des maos dos adres, E toda a gente saiu alrorogademente para rua escompanoy oslda- los, eamtando egritend: Viva a liberdae!, Vira a lerdades Os coragies exultaram de alegriae as janes enche- ramvse de Landetras ede raves vermelhos; os solda- dos puseram eravos vermelhos nas eapingardas eas mulheres esquaceram-se do janiare das impezas da cop comeram para a rus conta fihes ¢0 ‘ravos yermelhos ao peito,chorando erindo,& ens jvns vera da guerra, eis por etre novo rodeados dos amigos e abragar 8 pais 2 a3 ‘inméog; ¢ os meninos ¢ as menings puderam pela primetra ver dar as mdes e falar ¢ chara, eami- rnhande lado a lado sem medo de acusagies nem de astiges. Too o pais se transformou numa grande festa, nidoss e transbordante,o as pessoas deixa- ‘ram sair livremente do coragio todas 8s palevras ¢ todos os sentimentos longemonte atumulades durante os as de inflcdede, Bra o dia 25 de Abril ©, porque finesse da que equele poro recuperou o tesouro da liherdade, ese da passu para sempre a chamarseoDia da Liberdae, ‘de ino asntereu hi mito tempo (ainda tu nfo ‘inhas nascido), nam pats matt distant Pertence-te a ti, és tu qué agora tans que cuidar dele, _guardando-1 mitilo bem no fundo do teu coragio para, (que ninguém to roube outra vz ‘Porque esta histéris nao é uma historia inventada. ‘ums histéria verdadeira, acontecou mesmo, Pergunta ‘ans Leus pals ou 408 teus professores e eles contar-ter a mais cises sobre o Pats des Pessoas Tistes e sabrooDia da Liberdade,