You are on page 1of 10
Presidéncia da Republica Casa Civil Subchefia para Assuntos Juridicos LEI N° 12,587, DE 3 DE JANEIRO DE 2012, Institui as diretrizes da Politica Nacional de Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis _n%® 3.326, de 3 de junho de 1941, ¢ 5.405, de 13 de abril de Mensagem de veto Mensagem de veto 1943, da Consolidagao das’ Leis do Trabalho (CLT), Vigsnei aprovada pelo Decreto-Lei n® 5.452, de 12 de maio de 1943, ¢ das Leis n® 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e da outras providéncias ‘A PRESIDENTA DA REPUBLICA Fao saber que 0 Congreso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei CAPITULO | DISPOSICOES GERAIS Art. 12. A Politica Nacional de Mobilidade Urbana é instrumento da politica de desenvolvimento urbano de que tratam o inciso XX do art. 21 e 0 ar_182 da Constituigao Federal, objetivando a integragao entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas no territério do Municipio. Paragrafo Unico, A Politica Nacional a que se refere o caput deve atender ao previsto no inciso VII do 2@ no § 22 do art. 40 da Lei n® 10,257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade) Art, 22 A Politica Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo contribuir para 0 acesso universal & cidade, 0 fomento e a concretizacao das condigdes que contribuam para a efetivagao dos principios, objetivos e diretrizes da politica de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento ¢ da gestao democratica do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana. Art. 32 O Sistema Nacional de Mobilidade Urbana & 0 conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte, de servicos e de infraestruturas que garante os desiocamentos de pessoas e cargas no territério do Municipio. § 12 Sdo modos de transporte urbano: 1 - motorizados; & Il -nao motorizados. § 22 Os servigos de transporte urbano sao clasificados: 1 - quanto ao objeto: a) de passageiros; b) de cargas; Il-quanto a caracteristica do servigo: a) coletivo; b) individual; III - quanto a natureza do servigo: a) public; b) privado. § 3° Sao infraestruturas de mobilidade urbana: | - vias @ demais logradouros publicos, inclusive metroferrovias, hidrovias e ciclovias; Il -estacionamentos; Ill -terminais, estagdes e demais conexdes; IV - pontos para embarque e desembarque de passageiros e cargas; \V = sinalizagao viaria e de transito; V1 - equipamentos e instalagées; € VII - instrumentos de controle, fiscalizacdo, arecadagao de taxas e tarifas e difusdo de informagées. Segao | Das Definigdes Art, 42 Para os fins desta Lei, considera-se: | - transporte urbano: conjunto dos modos @ servigos de transporte piblico e privado utilizados para o deslocamento de pessoas e cargas nas cidades integrantes da Politica Nacional de Mobilidade Urbana; Il - mobilidade urbana: condigéo em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espago urbano; Il - acessibilidade: facilidade disponibilizada as pessoas que possibilite a todos autonomia nos deslocamentos desejados, respeitando-se a legislagao em vigor, IV - modos de transporte motorizado: modalidades que se utilizam de veiculos automotores; \V = modos de transporte ndo motorizado: modalidades que se utilizam do esforgo humano ou tragdo animal; VI - transporte piblico coletivo: servigo piblico de transporte de passageiros acessivel a toda a populacéo mediante pagamento individualizado, com itinerarios e pregos fixados pelo poder publico: VII - transporte privado coletivo: servigo de transporte de passageiros ndo aberto ao publico para a realizagao de viagens com caracteristicas operacionais exclusivas para cada linha e demanda; VIII - transporte puiblico individual: servigo remunerado de transporte de passageiros aberto ao piiblico, por intermédio de veiculos de aluguel, para a realizagao de viagens individualizadas; IX - transporte urbano de cargas: servigo de transporte de bens, animais ou mercadorias; X = transporte motorizado privado: meio motorizado de transporte de passageiros utilizado para a realizagao de viagens individualizadas por intermédio de veiculos particulares; XI = transporte piblico coletivo intermunicipal de carater urbano: servico de transporte piiblico coletive entre Municipios que tenham contiguidade nos seus perimetros urbanos; Xil = transporte pilblico coletivo interestadual de carater urbano: servigo de transporte puiblico coletivo entre Municipios de diferentes Estados que mantenham contiguidade nos seus perimetros urbanos; & XIII - transporte piblico coletivo intemacional de cardter urbano: servico de transporte coletivo entre Municipios localizados em regides de fronteira cujas cidades so definidas como cidades gémeas Sega II Dos Principios, Diretrizes e Objetivos da Politica Nacional de Mobilidade Urbana Art. 52 A Politica Nacional de Mobilidade Urbana esta fundamentada nos seguintes principios: I - acessibilidade universal; II - desenvolvimento sustentavel das cidades, nas dimensées socioecondmicas e ambientais; III - equidade no acesso dos cidadaos ao transporte piiblico coletivo; IV - eficiéncia, eficacia e efetividade na prestagao dos servigos de transporte urbano; V = gestéo democratica e controle social do planejamento e avaliagdo da Politica Nacional de Mobilidade Urbana; V1 -seguranga nos deslocamentos das pessoas; VII -justa distribuigao dos beneficios e Gnus decorrentes do uso dos diferentes modos e servigos; VIII - equidade no uso do espago piblico de circulagao, vias e logradouros; IX - eficiéncia, eficacia e efetividade na circulagao urbana ‘Att. 62 A Politica Nacional de Mobilidade Urbana é orientada pelas seguintes diretrizes: | - integragao com a politica de desenvolvimento urbano e respectivas politicas setoriais de habitagao, saneamento basico, planejamento e gestdo do uso do solo no Ambito dos entes federativos; I - prioridade dos modos de transportes nao motorizados sobre os motorizados e dos servigos de transporte piblico coletivo sobre o transporte individual motorizado; integragao entre os modos e servigos de transporte urbano; IV - mitigagao dos custos ambientais, sociais e econémicos dos deslocamentos de pessoas ¢ cargas na cidade; V = incentivo ao desenvolvimento cientifico-tecnolégico e ao uso de energias renovaveis e menos poluentes; VI - priorizagao de projetos de transporte piblico coletiv estruturadores do territério © indutores do desenvolvimento urbano integrado; e VII - integragao entre as cidades gémeas localizadas na faixa de fronteira com outros paises sobre a linha diviséria intemacional. Art. 72 A Politica Nacional de Mobilidade Urbana possui os seguintes objetivos: | - reduzir as desigualdades e promover a incluso social; Il - promover 0 acesso aos servigos basicos ¢ equipamentos social Ill - proporcionar methoria nas condigdes urbanas da populagao no que se refere & acessibilidade ¢ a mobilidade; IV - promover o desenvolvimento sustentavel com a mitigagao dos custos ambientais e socioeconémicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades; € V - consolidar a gest4o democritica como instrumento e garantia da construgéio continua do aprimoramento da mobilidade urbana CAPITULO II DAS DIRETRIZES PARA A REGULAGAO DOS SERVICOS DE TRANSPORTE PUBLICO COLETIVO Art, 82 A politica tarifaria do servigo de transporte publico coletivo é orientada pelas seguintes diretrizes: 1 - promogao da equidade no acesso aos servigos; I -melhoria da eficiéncia e da eficacia na prestagao dos servigos; Il - ser instrumento da politica de ocupagao equilibrada da cidade de acordo com o plano diretor municipal, regional e metropolitano; IV - contribuigao dos beneficiarios diretos ¢ indiretos para custeio da operagao dos servigos; V - simplicidade na compreensdo, transparéncia da estrutura tarifaria para o usuario e publicidade do processo de revisao; V1 -=modicidade da tarifa para 0 usuario; VIII integragao fisica, tariféria e operacional dos diferentes modos e das redes de transporte puiblico privado nas cidades; VIII - articulago interinstitucional dos érg8os gestores dos entes federativos por meio de consércios pablicos; IX - estabelecimento e publicidade de parametros de qualidade e quantidade na prestaco dos servigos de transporte piblico coletivo. § 12 (VETADO). § 22 Os Municipios deverao divulgar, de forma sistematica e peridédica, os impactos dos beneficios tarifarios concedidos no valor das tarifas dos servigos de transporte publico coletivo. § 3° (VETADO) Art. 92 regime econdmico e financeiro da concessao e o da permissao do servigo de transporte piiblico coletivo serao estabelecidos no respectivo edital de licitagao, sendo a tarifa de remuneracao da prestacao de servigo de transporte piiblico coletivo resultante do proceso licitatério da outorga do poder publico. § 12 A tarifa de remuneracao da prestagao do servigo de transporte piblico coletivo deverd ser constituida pelo pre¢o puiblico cobrado do usuario pelos servigos somado a receita oriunda de outras fontes de custeio, de forma a cobrir os reais custos do servigo prestado ao usuério por operador puiblico ou privado, além da remuneragao do prestador. § 22 O prego piiblico cobrado do usuario pelo uso do transporte piblico coletivo denomina-se tarifa publica, sendo instituida por ato especifico do poder publico outorgante. § 32 A existéncia de diferenca a menor entre o valor monetario da tarifa de remuneragao da prestacdo do servigo de transporte piiblico de passageiros e a tarifa piblica cobrada do usuario denomina-se deficit ou subsidio tarifario, § 42 A existéncia de diferenca a maior entre o valor monetario da tarifa de remuneracao da prestagéo do servigo de transporte piblico de passageiros e a tarifa publica cobrada do usuario denomina-se superavit taritaro. § 52 Caso o poder pilblico opte pela adogao de subsidio tarifario, o deficit originado deverd ser coberto por receitas extratarifarias, receitas altemativas, subsidios orgamentdrios, subsidios cruzados intrassetoriais & intersetoriais provenientes de outras categorias de beneficidrios dos servigos de transporte, dentre outras fontes, instituidos pelo poder piiblico delegante, § 62 Na ocoréncia de superavit tarifario proveniente de receita adicional originada em determinados servigos delegados, a receita devera ser revertida para o proprio Sistema de Mobilidade Urbana. § 72 Competem ao poder ptiblico delegante a fixagdo, 0 reajuste e a reviséo da tarifa de remuneragao da prestagao do servigo e da tarifa piblica a ser cobrada do usuario. § 82 Compete ao poder piblico delegante a fixagao dos niveis tariférios, § 92 Os reajustes das tarifas de remuneragao da prestagao do servigo observarao a periodicidade minima estabelecida pelo poder puiblico delegante no edital e no contrato administrativo e incluirao a transferéncia de parcela dos ganhos de eficiéncia e produtividade das empresas aos usuarios § 10. As revisées ordinérias das tarifas de remuneragao terao periodicidade minima estabelecida pelo Poder piblico delegante no edital e no contrato administrativo e devergo: | - incorporar parcela das receitas alterativas em favor da modicidade da tarifa ao usuario; II - incorporar Indice de transferéncia de parcela dos ganhos de eficiéncia e produtividade das empresas aos usuarios; & Il - aferir 0 equilibrio econdmico e financeiro da concesséo e o da permisséo, conforme parametro ou indicador definido em contrato. § 11. © operador do servigo, por sua conta e tisco e sob anuéncia do poder piblico, podera realizar descontos nas tarifas ao usuario, inclusive de caréter sazonal, sem que isso possa gerar qualquer direito a solicitagao de revisdo da tarifa de remuneragao. § 12. © poder piblico poderé, em cardter excepcional e desde que observado o interesse pubblico, proceder a revisao extraordindria das tarifas, por ato de oficio ou mediante provocagao da empresa, caso em que esta deverd demonstrar sua cabal necessidade, instruindo o requerimento com todos os elementos indispensaveis e suficientes para subsidiar a decisdo, dando publicidade ao ato. Art, 10. A contratagao dos servigos de transporte puiblico coletivo sera precedida de licitagao ¢ devera observar as seguintes diretrizes: 1 - fixagao de metas de qualidade © desempenho a serem atingidas © seus instrumentos de controle © avaliagao; II - definigao dos incentivos e das penalidades aplicaveis vinculadas 4 consecugéo ou ndo das metas; Ill ~alocago dos riscos econémicos e financeiros entre os contratados e o poder concedente; IV - estabelecimento das condigdes e meios para a prestacdo de informagées operacionais, contabeis e financeiras ao poder concedente; & \V - identificagao de eventuais fontes de receitas altemativas, complementares, acessérias ou de projetos associados, bem como da parcela destinada a modicidade tarifaria, Parégrafo unico. Qualquer subsidio tarifério ao custeio da operacao do transporte piiblico coletivo deverd ser definido em contrato, com base em critérios transparentes e objetivos de produtividade e eficiéncia, especificando, minimamente, 0 objetivo, a fonte, a periodicidade e 0 beneficidrio, conforme o estabelecido nos arts. 8° e 9° desta Lei Art. 11. Os servigos de transporte privado coletivo, prestados entre pessoas fisicas ou juridicas, deverao ser autorizados, disciplinados ¢ fiscalizados pelo poder publico competente, com base nos principios e diretrizes desta Lei Art. 12. Os servigos de utilidade publica de transporte individual de passageiros deverdo ser organizados, disciplinados e fiscalizados pelo poder publico municipal, com base nos requisitos minimos de seguranga, de conforto, de higiene, de qualidade dos servigos e de fixagdo prévia dos valores maximos das tarifas a serem cobradas. (Redacéo dada pela Lei n? 12.865, de 2013) Art. 12-A. 0 direito a exploragao de servigos de téxi poderé ser outorgado a qualquer interessado que satisfaga os requisitos exigidos pelo poder piiblico local. (Incluido pela Lei n® 12.865, de 2013} § 12 E permitida a transferéncia da outorga a terceiros que atendam aos requisites exigidos em legislagéo municipal. (Incluido pela Lel n® 12.865, de 2013) § 22 Em caso de falecimento do outorgado, o direito a exploragao do servigo seré transferido a seus sucessores legitimos, nos termos dos arts, 1.829 e sequintes do Titulo || do Livro V da Parte Especial da Lei n® 10.408, de 10 de janeiro de 2002 (Cédigo Civil). (incluido pela Lei n° 12.865, de 2013) § 32 As transferéncias de que tratam os §§ 12 ¢ 22 dar-se-do pelo prazo da outorga e sao condicionadas prévia anuéncia do poder piblico municipal e ao atendimento dos requisitos fixados para a outorga. (Incluido pola Loi n? 12.865, de 2013) Art. 13. Na prestagdo de servigos de transporte public coletivo, o poder piblico delegante devera realizar atividades de fiscalizagao e controle dos servigos delegados, preferencialmente em parceria com os demais entes federativos. CAPITULO III DOS DIREITOS DOS USUARIOS Att, 14, Sao direitos dos usuarios do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana, sem prejuizo dos previstos nas Leis n®S 8.078, de 11 de setembro de 1990, e 8.987, de 13 de fevereiro de 1995: | - receber o servigo adequado, nos termos do art. 6° da Lei n® 8.987, de 13 de feversiro de 1995; II - participar do planejamento, da fiscalizagao e da avaliagao da politica local de mobilidade urbana; Il - ser informado nos pontos de embarque e desembarque de passageiros, de forma gratuita e acessivel, sobre itinerarios, hordrios, tarifas dos servigos e modos de interagéo com outros modais; € IV - ter ambiente seguro e acessivel para a utilizagéo do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana, conforme as Leis n° 10,048, de 8 de novembro de 2000, e 10,098, de 19 de dezembro de 2000, Paragrafo Unico, Os usuarios dos servigos terdo 0 direito de ser informados, em linguagem acessivel e de facil compreensao, sobre: | - seus direitos ¢ responsabilidades; Il - 0s direitos e obrigagées dos operadores dos servicos; & Ill - 08 padrées preestabelecidos de qualidade e quantidade dos servigos ofertados, bem como os meios para reclamagées e respectivos prazos de resposta Art. 15. A participagao da sociedade civil no planejamento, fiscalizagao e avaliagao da Politica Nacional de Mobilidade Urbana devera ser assegurada pelos seguintes instrumentos: | - 6rgaos colegiados com a patticipacao de representantes do Poder Executivo, da sociedade civil e dos operadores dos servicos: II ouvidorias nas instituigdes responsdveis pela gestao do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana ou os érgdos com atribuigdes analogas; Ill -audiéncias e consultas publicas; e IV - procedimentos sistematicos de comunicagao, de avaliagao da satisfagao dos cidadaos e dos usuérios e de prestagdo de contas publicas. CAPITULO IV DAS ATRIBUIGOES Art. 16. Sao atribuigbes da Unido: | - prestar assisténcia técnica e financeira aos Estados, Distrito Federal e Municipios, nos termos desta Lei I - contribuir para a capacitagao continuada de pessoas e para o desenvolvimento das instituicdes Vinculadas & Politica Nacional de Mobilidade Urbana nos Estados, Municipios e Distrito Federal, nos termos desta Lei; IL - organizar e disponibilizar informages sobre o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana e a qualidade e produtividade dos servigos de transporte puiblico coletivo; IV - fomentar a implantagdo de projetos de transporte pablico coletive de grande e média capacidade nas aglomeragSes urbanas e nas regies metropolitanas; V -(VETADO); VI - fomentar 0 desenvolvimento tecnolégico e cientifico visando ao atendimento dos principios e diretrizes desta Lei; e Vil - prestar, diretamente ou por delegacao ou gestao associada, os servigos de transporte piiblico interestadual de carater urbane. § 12 A Unio apoiard e estimularé agGes coordenadas e integradas entre Municipios e Estados em areas conurbadas, aglomeragées urbanas e regiées metropolitanas destinadas a politicas comuns de mobilidade urbana, inclusive nas cidades definidas como cidades gémeas localizadas em regides de fronteira com outros paises, observado o art, 178 da Constituicdo Federal. § 22 A Unido poderd delegar aos Estados, ao Distrito Federal ou aos Municipios a organizagao e a prestagao dos servicos de transporte publico coletivo interestadual @ intemacional de carater urbano, desde que Constituido conséreio piblico ou convénio de cooperagao para tal fim, observado o art_ 178 da Constituigao Federal Art. 17. Sao atribuigbes dos Estados: | - prestar, diretamente ou por delegagao ou gestao associada, os servigos de transporte publico coletivo intermunicipais de caréter urbano, em conformidade com o § 1° do art_25 da Constituicao Federal; I - propor politica tributaria especifica e de incentivos para a implantagao da Politica Nacional de Mobilidade Urbana; Ill - garantir 0 apoio e promover a integragéo dos servigos nas areas que ultrapassem os limites de um Municipio, em conformidade com o § 3° do art, 25 da Constituicéo Federal. Paragrafo tinico. Os Estados poderdo delegar aos Municipios a organizagao e a prestagao dos servigos de transporte piiblico coletivo intermunicipal de cardter urbano, desde que constituido consércio puiblico ou convénio de cooperagao para tal fim Art. 18. So atribuig6es dos Municipios: | - planejar, executar e avaliar a politica de mobilidade urbana, bem como promover a regulamentago dos servigos de transporte urbano; Il - prestar, direta, indiretamente ou por gestéo associada, os servigos de transporte publico coletivo Urbano, que tém carder essencial; Ill ~ capacitar pessoas e desenvolver as instituigdes vinculadas a politica de mobilidade urbana do Municipio; IV ~ (VETADO) Art. 19. Aplicam-se ao Distrito Federal, no que couber, as atribuigdes previstas para os Estados © os Municipios, nos termos dos arts. 17 e 18. Art, 20. O exercicio das atribuigdes previstas neste Capitulo subordinar-se-4, em cada ente federativo, as normas fixadas pelas respectivas leis de diretrizes orgamentarias, as efetivas disponibilidades asseguradas pelas suas leis orgamentarias anuais ¢ aos imperativos da Lei Complementar n® 101, de 4 de maio de 2000, CAPITULO V DAS DIRETRIZES PARA 0 PLANEJAMENTO E GESTAO DOS SISTEMAS DE MOBILIDADE URBANA Art 21. O planejamento, a gestao e a avaliagao dos sistemas de mobilidade deverdo contemplar: | - a identificagao clara e transparente dos objetivos de curto, médio e longo prazo; Il -a identificagdo dos meios financeiros e institucionais que assegurem sua implantagao e execucao; Ill - a formulagao © implantagao dos mecanismos de monitoramento © avaliagdo sistematicos © permanentes dos objetivos estabelecidos; & IV - a definigao das metas de atendimento e universalizagao da oferta de transporte publico coletivo, monitorados por indicadores preestabelecidos. Art. 22. Consideram-se atribuiges minimas dos orgaos gestores dos entes federativos incumbidos respectivamente do planejamento ¢ gestao do sistema de mobilidade urbana: | - planejar e coordenar os diferentes modos e servigos, observados os principios e diretrizes desta Lei; II - avaliar e fiscalizar os servigos e monitorar desempenhos, garantindo a consecugao das metas de universalizagao e de qualidade; Mm plantar a politica tariféria; IV - dispor sobre itinerarios, frequéncias e padraéo de qualidade dos servigos; \V -estimular a eficdcia e a eficiéncia dos servigos de transporte piblico coletivo; VI - garantir os direitos e observar as responsabilidades dos usuarios; € VII - combater o transporte ilegal de passageiros. Art, 23, Os entes federativos poderdo utilizar, dentre outros instrumentos de gestao do sistema de transporte @ da mobilidade urbana, os seguintes: I + restrigdo @ controle de acesso e circulago, permanente ou temporario, de veiculos motorizados em locais e horarios predeterminados: Il - estipulagdo de padres de emisséo de poluentes para locais e hordrios determinados, podendo condicionar 0 acesso e a circulago aos espagos urbanos sob controle: III - aplicagao de tributos sobre modos e servigos de transporte urbano pela utilizagao da infraestrutura urbana, visando a desestimular o uso de determinados modos e servigos de mobilidade, vinculando-se a receita aplicacdio exclusiva em infraestrutura urbana destinada ao transporte piblico coletive e ao transporte ndo motorizado e no financiamento do subsidio piiblico da tarifa de transporte ptiblico, na forma da lei; IV - dedicagao de espaco exclusive nas vias piblicas para os servigos de transporte piblico coletive modos de transporte no motorizados; V - estabelecimento da politica de estacionamentos de uso piblico e privado, com e sem pagamento pela sua utiizagaio, como parte integrante da Politica Nacional de Mobilidade Urbana; VI - controle do uso e operagdo da infraestrutura vidria destinada & circulago e operagao do transporte de carga, concedendo prioridades ou restricdes; Vil = monitoramento e controle das emissées dos gases de efeito local ¢ de efeito estufa dos modos de transporte motorizado, facultando a restrigéo de acesso a determinadas vias em razao da criticidade dos indices de emissdes de poluicao; Vill - convénios para o combate ao transporte ilegal de passageiros; © IX - convénio para o transporte coletivo urbano internacional nas cidades definidas como cidades gémeas as regides de fronteira do Brasil com outros paises, observado o art, 178 da Constituicao Federal. ‘Art, 24, © Plano de Mobilidade Urbana é o instrumento de efetivagao da Politica Nacional de Mobilidade Urbana e deveré contemplar os principios, os objetivos e as diretrizes desta Lei, bem como’ - 08 servigos de transporte ptiblico coletivo; I -a circulagao vidria; Ill -as infraestruturas do sistema de mobilidade urbana; IV -a acessibilidade para pessoas com deficiéncia e restri¢ao de mobilidade; \V ~a integragao dos modos de transporte puiblico e destes com os privados e os ndo motorizados; VI -a operagao e 0 disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viaria; VII- 08 polos geradores de viagens; Vill - as areas de estacionamentos publicos e privados, gratuitos ou onerosos; 1X -as dreas e hordrios de acesso e circulagdo restrita ou controtada; X - os mecanismos e instrumentos de financiamento do transporte publico coletivo e da infraestrutura de mobilidade urbana; XI - a sistematica de avaliac&o, revisdo e atualizagdo periédica do Plano de Mobilidade Urbana em prazo no superior a 10 (dez) anos. § 12 Em Municipios acima de 20,000 (vinte mil) habitantes e em todos os demais obrigados, na forma da lei, @ elaboragao do plano diretor, devera ser elaborado o Plano de Mobilidade Urbana, integrado e compativel com os respectivos planos diretores ou neles inserido. § 22 Nos Municipios sem sistema de transporte puiblico coletivo ou individual, 0 Plano de Mobilidade Urbana devera ter 0 foco no transporte néo motorizado ¢ no planejamento da infraestrutura urbana destinada aos deslocamentos a pé © por bicicleta, de acordo com a legislagao vigente. § 32 0 Plano de Mobilidade Urbana deverd ser integrado ao plano diretor municipal, existente ou em elaboragao, no prazo maximo de 3 (trés) anos da vigéncia desta Lei § 42 Os Municipios que néo tenham elaborado 0 Plano de Mobilidade Urbana na data de promulgagao desta Lei terdo 0 prazo maximo de 3 (trés) anos de sua vigéncia para elaboré-lo. Findo 0 prazo, ficam impedidos de receber recursos or¢amentarios federais destinados mobilidade urbana até que atendam a exigéncia desta Lei CAPITULO VI DOS INSTRUMENTOS DE APOIO A MOBILIDADE URBANA Art, 25, © Poder Executive da Unido, 0 dos Estados, o do Distrito Federal © 0 dos Municipios, segundo suas possibilidades orgamentarias e financeiras e observados os principios e diretrizes desta Lei, faréio constar dos respectivos projetos de planos plurianuais e de leis de diretrizes orgamentarias as acdes programéticas € instrumentos de apoio que serdo utilizados, em cada periodo, para o aprimoramento dos sistemas de mobilidade Urbana e melhoria da qualidade dos servigos. Paragrafo tinico. A indicagao das agdes e dos instrumentos de apoio a que se refere o caput serd acompanhada, sempre que possivel, da fixagao de critérios e condigdes para 0 acesso aos recursos financeiros @ as outras formas de beneficios que sejam estabelecidos. CAPITULO VII DISPOSIGOES FINAIS ‘Art. 26, Esta Lei se aplica, no que couber, ao planejamento, controle, fiscalizagao © operacao dos servigos de transporte piblico coletivo intermunicipal, interestadual e intemacional de carater urbano. ‘Att. 27. (VETADO). Art. 28. Esta Lei entra em vigor 100 (cem) dias apés a data de sua publicagao, Brasilia, 3 de janeiro de 2012; 1912 da Independéncia e 1242 da Repiblica. DILMA ROUSSEFF Nelson Henrique Barbosa Filho Paulo Sérgio Oliveira Passos Paulo Roberto dos Santos Pinto Eva Maria Cella Dal Chiavon Cezar Santos Alvarez Roberto de Oliveira Muniz Este texto nao substitui o publicado no DOU de 4. 1.2012

You might also like