Professional Documents
Culture Documents
Embargo Saramago
Embargo Saramago
nadtivo= !
movies #onty sao sfhext woe & cates weve .otshia? o cot)
VERS wmb eur ately cel © erwnes Lede all evden (ano
5 BES » siratoa! oan > nrinbosh cies ob mwugatt-aints ofp
mG Jomkog An WOQ0BTe nel ab Covdeotun
| sce conus Aq? © cer G82e OLED © evers= ser Sten ater 6 ROH
Re Gren Ai odie TYR > muro ObegtDOTIG Cot|g MT .svenneTIA REO
sobionem Fos ehssvad cfs mur ysev ac tefuatizan cBasszuss tevcteur
SaAZErbnes mvabonime Carrel © abel o@ yronmd aM .nabt enadin ob i
BtsT PORRET SAP .ofpio ayese> OF!edjeb vo .eonte o fie Ob .atInR .oae
© PANNE mH ob Gees oq OXLPEtY] eiteReAG YO ,OrTdtiNED OM Brie
Ente, Aprirgterg s28 .stunils © usdinynt Unhensnone » Avetnege Se roe
eo char 5 exc eranveg sup tesi6 nb vet & oeddmix @ Gos onetie o sae
i
putes O .ofladgel ofen svetse: $41 atota Sbnim eoifone eb efug
Fi
éptimo. Nunca se sentira t&o bem a conduzi-lo. Ligou a rddio e apanhou
um noticidrio. Noticias cada vez piores. Este estipido embargo.
De repente, o carro deu uma guinada e descaiu para a rua & direi-
ta, indo parar numa fila de automéveis mais pequena do que a primeira.
Que fora aquilo? Tinha o depésito cheio, sim, praticamente, cheio, por-
au
diabo de lembranga. Nanejou a alavanca das velocidades para meter a
marche-atrés, mas a caixa néo obedeceu. Tentou forcar, mas as engrena-
gens pareciam bloqueadas. Que disparate. Agora avaria. 0 automével da
frente avangou. Receosamente, a contar como pior, meteu a primeira, Tu-
do perfeito. Suspirou de alfvio. Nas como estaria a marcha-atrds quando
precisasse dela?
Cerca de meia depois metia meio litro de gasolina no depésito,
sentindo-se ridfwslo sob o olhar desdenhoso do empregado da bomba. Deu
uma gorjeta absurdamente alta e arrancou com grande alarido de pmeus ¢
de aceleragtes. Que diabo de ideia. Agora ao cliente, ou serd uma manh&
perdida. 0 carro estava melhor do que nunca. Respondia aos seus movimen-
tos como se fosse o prolongamento mec&nico do seu préprio corpo. Mas
© caso da marcha-atrés dava que pensar. EB de repente teve de pensar mes-
mo, Uma camioneta avariada tapava praticamente todo o leito da rua. N&o
podia contornd-la, n&o tivera tempo, estava colado a ela. Outra vez a
medo, manejou a alavanca,e a marcha-atrdés sageepeu engrenou com um rufdo
de succo. N&o se lembrava de a caixa de velocidades ter reagido desta
maneira antes. # Rodou o volante para a esquerda, acelerou, e num sé
arranco o automével subiu o passeio, rente & camioneta e saiu do outro
lado, solto, com um impulso de animal. 0 diabo do carro tinha sete fé-
legos. Talvez que por causa de toda esta confus&o do embargo, com estemobtis © void -cf-iowbnan @ ese cB2 ezitowe sw aonvt .omtich
‘pining Dhigltee adhe .aetotg sev boo nakelzeK .ohvhtatrse aw
A eh © ding chevest > abantos amy veh oTr> 0D .pineaes at
BVIRELTL © Ur OP KesipRG Ete aasedebtum Sb ALLY eon Tete chet -9d
Diane \neeiceTy ake Ones Of tedgeh o aanET YOLiope rol sup
‘BASise wing psheblnotor mh monevale @ cotene! .wsneideel =b odets un
HOMIE Re OA Ay cmswAT .oeoeBedn Of arias © sme , phe g-aiteien
hie D cwissve ere9h .odsteqel6 suf .eehorunsls epise tar comm
by) D nD ciminoe s .edOseMROROW® .voNn|TD sto8TT
b f shaby mcs weonirrie + tle nanmenbiorda eprtray aes!
0 Maem vo: vetnatia Os FIONA .Ubeb? 2D Cdath ech -aeSporelere oh
‘fuse eck Sikawyssd -oMh Ay Ob JoHIne MANES UTD OD .PbLtaes
Se .Bonoy ciwine use af oftehony AtamemENOLoT) G SeEOT =4 coon Dot
Spee ciins sh rvs alert <6 4 suemose suc muh ahatheasotee us ones 0
ORF ot ad oft]! © Cfnd stnmauniteny avetad abeteee wason tems wm on
6 29% HHIDD sls. 9 nbaLlon evetee cowed exevid ale .el-tevotzan othoo
GENT CL NE LONATINT MaEAR BELTO-RIOIEe © 4. eoneeSES & dnLesor chee
| aAAAW obinens sad SeMebboo ley 2b exten © af owaanel Se ORF cofyoue 98
D6 ou © .vovetand pehysunaw 0 eta; stenfow 6 UDbne & eevee eTLanen
GzbD of wie + wtanoiaas & eta>2 ,okemnes G widis Levseatun © ocaerte
BY = wtb wrten ob odeth 0 .fentne sb onfayet mu eos ,otfoa chal
ee CPW OB OAAWINOS AIS AbOF Sh eaKWT TOY sup eHLeT . soot
=
OAS) Wat .dtvhLe P Moniga® wonestiey obnus | 5
p&nico, os servicos desorganizados tivessem feito meter nas bombas ga-
solina de muito maior poténcia. Teria a sua graca.
Olhou o relégio. Valeria a pena ir ao cliente? Por sorte apanha—
ria o estabelecimento ainda aberto. Se o transito ajudasse, sim, teria
tempo. Mas o trfnsito n&o ajudou. Com isto do Natal, mesmo com falta de
gasolina, toda a gente vem para a rua, a empatar quem trabalha. Apanhan~
do uma transversal descongestionada, desistiu de ir ao cliente. Melhor
seria explicar qualquer coisa no escritério e deixar para a tarde. Com
tantas hesitagdes desviara-se muito do centro. Gasolina queimada sem
proveito. Enfim, o depésito cheio. Num largo ao fundo da rua por onde
descia viu outra fila de automéveis, a espera de vez. Sorriu de gozo e
acelerou, com a ideia de passar roncando contra os entanguidos automobi-
Listas que esperavam, Mas o carro, a vinte metros, obliquou para a es-
querda, por si mesmo, ¢ foi parar, suavemente, como se suspirasse, no
fim da fila. Que coisa fora aquela, se n&o decidira meter mais gasolina?
Que coisa era, se tinha o depésito cheio? ricou a olhar os diversos mos-
tradores, a apalpar o volante, como se nfo reconhecesse 0 carro, e nesta
sucess&ede gestos puxou o retrovisor e olhou-se no espelho. viu que es-
tava perplexo e considerou que tinha razo. Outra vez pelo retrovisor
@istinguiu um automével que descia a rua, com todo o ar de vir colocar-
ma fla.
~se Eaton Preocupado com a hipétese de ficar ali imobilizado, quando
tinha o depésito cheio, manejou rapidamente a alavanca para a marcha-
~atrés. 0 carro resistiu e a alavanca fugiu-lhe das m&os. No segundo
imediato achou-se apertado entre os seus dois vizinhos. Diabo. Que teria
© carro? Precisava de levd-lo @ oficina. Uma marcha-atrds que funciona
ora sim ora no, mm ¢ um perigo.nos | 5
panico, os servicos desorganizados tivessem feito meter nas bombas ga-
solina de muito maior poténcia. Teria a sua graca.
Olhou o relégio. Valeria a pena ir ao cliente? Por sorte apanha-
ria o estabelecimento ainda aberto, Se o transito ajudasse, sim, teria
tempo. Nas 0 transito nfo ajudou. Com isto do Natal, mesmo com falta de
gasolina, toda a gente vem para a rua, a empatar quem trabalha. Apanhan-
do uma transversal descongestionada, desistiu de ir ao cliente. Melhor
ria explicar qualquer coisa no escritério e deixar para a tarde. Com
tantas hesitacSes desviara-se muito do centro. Gasolina queimada sem
proveito. Enfim, o depésito cheio. Num largo ao fundo da rua por onde
descia viu outra fila de automéveis, A espera de vez. Sorriu de gozo e
acelerou, com a ideia de passar roncando contra os entanguidos automobi-
listas que esperavam. Mas o carro, a vinte metros, obliquou para a es-
querda, por si mesmo, © foi parar, suavemente, como se suspirasse, no
fim da fila. Que coisa fora aquela, se no decidira meter mais gasolina?
Que coisa era, se tinha o depésito cheio? #icou a olhar os diversos mos-
tradores, a avalpar o volante, como se no reconhecesse o carro, ¢ nesta
suceasfiode Restos puxou o retrovisor ¢ olhou-se no espelho. viu que es-
tava perplexo e considerou que tinha razfo. Outra vez pelo retrovisor
distinguiu um automével que descia a rua, com todo o ar de vir colocar-
Man oeciast eeeocusaah) canfebninavece cel terete Tipimeettecionpacents
tinha o depésito cheio, manejou rapidamente a alavanca para a marcha-
~atrds. O carro resistiu e a alavanca fugiu-lhe das mos, No segundo
imediato achou-se apertado entre os seus dois vizinhos. Diabo. Que teria
© carro? Precisava de levé-lo & oficina. Una marcha-atrés que funciona
ora sim ora néo, m# & um perigo.2
Tinhelpassado mais de vinte minutos quando fez avancar o automével
até & bomba. viu chegar-se o empregado e a voz apertou-se~lhe ao pedir
que atestasse o depésito. No mesmo instante, el fez uma tentativa para
fugir A vergonha, meteu uma r4pida primeira e arrancou. 0 carro n&o se
mexeu. O homem da bomba olhou-o com descofifianga, abriu o depésito, e
passados poucos segundos veio pedir o dinheiro de um litro, ue guardou
resmungando. No instante logo, a primeira entrava sem qualquer dificul-
dade e o carro avancava, eldstico, respirando pausadamente. Alguma coisa
nfo estava bem no automével, nas mudangas, no motor, em qualquer sitio,
diabo levasse. Ou estaria ele a perder as suas qualidades de condutor?
Ou estaria doente? Dormira ainda assim bem, n&o tinha mais preocupacdes
da vida ave todos os outros dias dela. u melhor seria desistir agora de
clientes, ndo pensar mais neles durante o resto do dia e ficar no escri-
tério. Sentia-se inquieto. Bm redor de si as estruturas do carro vibra-
vam profundanente, nfo A superficie, mas no interior dos acgos, e o motor
trabalhavag com aquele rumor inaud{vel de pulmdes enchendo e esvaziando,
enchendo e esvaziando. Ao principio sem saber porqué, deu por que estava
a tracar mentalmente um itinerdrio que o afastasse doutras bombas de pax
gasolina, e quando percebeu o que fazia assustou-se, temeu-se de n&o es-
tar bom da cabeca. Foi dando voltas, alongando e cortando caminho, até
que chegou em frente do escritério. Péde arrumar o carro e suspirou de
alivio. Desligou o motor, tirou a chave e abriu a porta, Ndo foi capaz
de sair.
Julgou que a aba da gabardina se prendera, que a perna ficara en-
talada na coluna do volante, e fez outro movimento. Ainda olhou o cinto
NB| Devhanguy 0 reyouye set champ cozunts ataty 9b olan oheeang adn?
| BERNE 08 sHi-pr-uodisge Sov mo © Cfumetgee @ at-unasdo wiv .adeod J Ate
PAR RULDRTONT Weer oe ANI ,e2ORsORT omeey oh .etiwdqnd c mBenseeds aUC
er GRn cine U .aconetse 9 attemiza ebigkt emu ustem ,mdoowiey 4 Tint
© Gta) .Abmettcaneb poo o-noKLo eteod ab memoir © .caxer
SUE LONE mse eb orlscnt o xtbeg otev solmenss mnmweT eobenead
Teng lane eam overtee Sutaniry » .opol standart of .oboemmemaey
-piiemahaniing vhnertvans .cottsbty .evegnave erie c 3 shab
thunlanp e= .antoe on steyaniinn eee .Levbetitoe on wad avadan ofa
Rb wahwbliguy seve Me TeBo|D A a0r etiatee Ww) .emmavel oewth
eer slew sfol4 of vad @toae wimie GaLexT Patneok etaetne oO
“tons tThyeiees abies roning U .pieh seth ao7TyUO bo BORO str able ob
Db ewiwiirvas ee te wh aohei © wodebunnt se-ndde=3 cobihs
= tops ecb tobretot vs mee .ahoPbesque & ofp .ehtamehewiomn «ev
‘3 obsedone eeSeliy so isvtsuect wnawt aleuse ons yevediatats
Reade sep ame wat Auntoq xhden wee obitontTy ohnatrere: 2 ohmsdoos
(Ret oh tired nertonn seneteote oun oitbrecis? mw ezasefeanen amen? @
(82 ORD Sh eecesned .You might also like