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Bruno Santos Cunna + Procurador do Municipio do Recife; Presidente da Associasio dos Procuradores do Municipio do Recife — APMR; Mestrando em Dizeito do Estado pela Universidade de Sio Paulo — USP; Especialista em Direito Constitucional pela Universidade do Sul de Santa Catarina — UNISUL ; Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina ~ UFSC; Ex-professor do curso de Direito dda Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; ‘Advogado (www-brunocunha.adv.br); Professor Universitrio, ‘Triaco Mesqurra TELES DE CARVALHO. Procurador do Municipio do Recife; Advogedo; Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Cearé —UFC. SUMULAS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIAO ORGANIZADAS POR ASSUNTO, ANOTADAS E COMENTADAS Licitagbes e Contratos Administrativos ln ‘Agentes Pablicos ee Jurisdigéo e Proceso no TCU 2012 4 rosin EDITORA JisPODIVM, wor edtorjuspodvm.combr la EDITORA. jusPODIVM, vw editorajuspodiv com br Rua Mato Greso, 175 Pitub, CEP: 4830-151 Salvador Bahia ‘Tet (71) 3363-8617 / Fans (71) 3363-5050 + Email faleediorjus- posi. com br Copy Epes ODUM Diy Ca endo de Mei Gae Prt Di, eee eee Mo Va Macon Suhr uke, Nexor Tien, Se Mie teal Hota Pata Fo, Red Pango Fo Ress Re ead Rogie acer Ca apa: Ree Bune Dui arin ri bend com be) Diagramagies Cendi Coelho (cendcoelho@gmai.om) Tir at i Bs FODTIN es ae at! Ochre guar oom 1 sci Fn nas dsm Shp bePODW Av ds ioe ETL re Grieg np dns creae PREFACIO.. a 9 AESTRUTURACAO DO LIVRO.. u APRESENTACAO. 3 ~Paxre 1 LICITAGOES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. Cariruto 1 LICITAGOES.. ee 1. Adequagaio e revisdes do projeto basico e executivo... 2. Adjudicagio por item e nto por preco global nas licitagSes com objeto divisivel, 3. Comprovagio da condigio de fornecedor exclusivo. 4. Contratasdo de servigos de supervistio de obra. 5. Critério de aceitabilidade dos prepos ‘as contratagdes de obras e servigos de engenharia.. 6. Definigso precisa do objeto da licitagto, 7. Dispensa de licitaglo do art. 24, XII, da Lei n° 8.66/93 8. Dispensa de licitagao do art. 24, XXII, da Lei n° 8.66/93 9. i Elaboragio de projeto de engenharia e arquitetura. (0. Exequibilidade das propostas de pregos (Ant. 48, I, §1°, da Lei n® 8.66/93) 44 11, Inexigibilidade de licitagtio em servigos ‘téenicos especializados (art. 25, I, da Lei n° 8.66/93)... a7 12. Licitagdes na Administragao Indireta.. 52 13, Nimero mfnimo de propostas na modalidade convite.. 57 14, Qualificacao técnica: capacidade téenico-operacional.. 39 15. Uso de prego nas contratagées de servigas comuns de engenharia. a Carirro Tt CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. o7 1. Cliusula de multa ou indenizaeio para Administrago em caso de resciso contratual. 2. Limite de vigéncia dos contratos administrativos. 3. Regularidade de representagio za celebragdo do contrato administrativo. Bruwo Savros Cinata & THAGo Masque TeLes De CARVALHO 1. Anotagio de Responsabilidade Técnica (ART) .. o B 2. BDI para equipamentos e materiais de natureza espectfica.. 15 3. Composicdo de custos: vedagao 2 incluso de tributos diretos (IRPJ e CSLL). 9 4. Detalhamento de custos, encargos sociais ¢ BDI. 82 = Pasere AGENTES PUBLICOS Cartruto I APOSENTADORIAS E PENSOES. —— 87 1. Aposentadoria das Leis Complementares n° 29/76 ¢ n° 36/79, 87 2. Aposentadoria do antigo Estatuto 38 {dos Funcionérios Pablicos Civis da Unio (Lei n® 1.711/1952) “Aposentadoria dos servidores cedidos & RFFSA. : “Aposentadoria especial dos titulares de oficios de justica. ‘Aposentadoria militar. 3 95 4. 6, Aposentadoria por doenga especificada em lei e nova inspeglo médica... 97 1 : 8. 9. 1 1 96 (Céleuto da pensto da Lei n° 3.373/58, a partic de 1.1.1991 100 ‘Cumprimento do teto para aposentadoria (CF/1969). ~ 101 Direito adquirido © aposentadoria .0--n . 102 10. Montepio civil. : 103 1, Pensto civil da Lei a? 3.738/60, do art. 242 da Lei n° 1.71/52 e a Lei n° 6.782/80.. 106 12, Pensio de ex-combetente funcionario civil. m3 13, Pensdo especial: dependéncia econdmica e economia propria. ug 14. Pensao Militar — — : 1S 15. Salério-base para célculo de pensio de magistrado . 122 12 16, Servidor do antigo Distrito Federal: pensio e aposentadoria. 17, Servidores pablicos federais aposentados com fundamento na prestacio de servigo em zona de guerra. Caviruto TL REMUNERAGAO E VANTAGENS (INDENIZACOES, GRATIFICACOES E ADICIONAIS).. . 129 1. Anuénios : : 129 2. Equiparagio ou vinculagao de cargos para efeito de remumerag0 www 3. Gratificasdo de stividade e de produtividade do Decreto-lei n? 1.445/76..... 132 44. Gratificagio do art, 12 do Deereto-lei n° 113/1967.. ramet 193) 5. “Quint0s"n ee : 135 6. Remuneragio de empregados e dirigentes de estatas. 138 7. Remuneragiio de magistrado: = 144 8. Transformagio para.o regime juridico tinico da Lei n° 8.112/90. 14s 9. Verificagio de limites de rermunerapto de pessoal 148 6 Cartruto Tt CONCURSO PUBLICO 1. Obrigitoriedade de concurso piblico na Administragio Indireta.. 2, Taxas de inscrigdo em concursos publicos.. . Cariruvo IV OUTROS TEMAS. 1. Acumulagio de cargos 2. Aluguel de imével para servidor 3, Aluno monitor, estagidrio e residente médico. 4. Aquisigdo ou revenda de veiculos a servidores. 5 Classes dos cago de Ministo 7 8. 9. Contagem de tempo de servigo . co a 3. Liberagdo de servidores do TCU. ‘Readaptagiio das Leis n° 3.780/60 e 4242/63, 10. Reclassificaglo de cargos. 11. Regime juridico de policiais e bombeiros militares. 12. Relagdes familiares... 13. Servidor do antigo Distrito Federal: alterago de vinculo.... 14. Servidores anistiados. ——- : 196 15, Terceirizagdo de cargos existentes nos quadros da Administracéo... = Pare I JURISDIGAO E PROCESSO NO TCU Carirvio 1 ENTIDADES E AGENTES SUJEITOS A JURISDIGAO DO TCU. 1. Entidades sujeitas ao controle do TCU. 2. Dano ou prejuizo causado por pessoa sem vinculo com o servigo piblico e sem concurs de servidor. 3. Sujeigdo a0 TCU dos coautores sem vinculo ‘com o servigo piblico em infragdes praticadas por servidores. 216 205 ais Cariruto TL PROCESSO NO TCU rnvsnenesninnsnennnon ‘Abrangéncia das prestagbes e tomadas de contas Anil conjunta de tomadas de contas. 29 Aplicapio subsidiéria do CPC aos processos no TCU. 222 ‘Atualizago de débitos imputados pelo TCU. 223, Certificado de Auditoria 226 Consultas formuladas 20 TCU... Contas do Chefe do Executivo e demais administradores ‘Bruno Satos Cunt = Tuaco Mssqurra Tates De CAaRvAtHo 8. Contas dos ordenadores das despesas, administradores de entidades e demais responsiveis por bens ¢ dinheiros piblicos 9. Contas iliquidav == to. Débitos decorrentes de relagdo trabathista e tomada de contas {1, Desarquivamento de processos de tomada ou prestagao de conta... 12, Exclusio da responsabilidade do ordenador de despesas. . 13, Execugiio das decisdes do TCU nnn 14, Inspegies in loco. : 15. Multas cominadas pelo TCU. 16, Parcelamento de débitos.. 17, Prinefpio da ampla defesa . 18. Processo administrativo interno e tomada de contas especial... 19. Racionalizagio administrativa: arquivamento de processos com débitos inferiores aos limites legais. os ‘20, Recolhimento parcial do débito por um dos devedores solidérios.. 31, Responsabilidade do gestor sucessor. . (Cariroo TIL REGISTRO DE APOSENTADORIA, REFORMA E PENSAO..... 1. Apreciagio da legalidade dos atos {Ge concessiio inicial de aposentadoria, reforma € PEMSHOnvwrernenensnnne 265 2, Exame da legalidade da concessio de aposentadoria, reforma ou pensio (EC n° 7/77) an Carireo 1V OUTROS TEMAS wenn 1. Cédigo de Contabilidade da Unio vn 2, Controle prévio de acordos, convénios e contratos. 3, Débito proveniente de alcance : 7 ‘4. Escopo diferenciado da fiscalizagio exercida pelo Banco Central do Bras 219 5, Extenslo de efeitos de decisio judicial em mandado de seguranca... 280 6. Fundos de Participagéo — : 282 7, Iregularidades alheias & competé 8. Modificagao de jurispradéncia 9, Multas moratérias entre entes publicos. 40. Normas gerais de licitag0 1.0 11. Programa de privatizagdo © desestatizag€ wow 12, Restituigdo ao eririo de importincias recebidas de bos-fé... ENDICE CRONOLOGICO REMISSIVO .nsnnsnnenennnnan {NDICE ALFABETICO REMISSIVO .. ‘REFERENCIAS. PREFACIO Foi com alegria que recebi o convite dos autores Bruno Santos e 20 sacle zoo eo Set ve coe erence rae ‘a iene enn eee om ee ree eee eee shee aces tse oc eins = Ser Fe se once os estdantes pescuisadores do Dit. A cba conecbida tz ume zgmentepo Sia sft res Semen Sra ena eens San Seth de peaqua vlan s manne: sumunds, explora «its doseins he rere rm emir ose nar ee elementos historicos relacionados a alguns enunciados. . Pas dom eaten temo mat atte inter area produzidas por nosso legislador; da mesma forma, tendo por base principios juridicos Eames pene spe ec wii tls ons ei a een wig ae ro tana pelo Tribunal de Contas da Unitio, contribuindo relev ara o repert6ri mio ribald /antemente para 0 repertério dou- Ronny Charles Advogado da Uniao Mestre em Direito Econdmico Palestrante e autor de obras sobre lictacdes piiblicas ‘e contratos administrativos A ESTRUTURAGAO DO LIVRO Visando possibilitar ao letor a répida identificagao da espécie de informagto contida nos comentarios e anotagbes, so utilizados diferentes formatos de textos, antecedidos por simbolos que identificam o tipo de informago sob leitura: “e” referéncias sumulares, “f8” jurisprudéncia e “P” legislago, como no exemplo abaixo: ‘mula n° 148 0 Tribunal de Contas da Unido pode aterar as suas Deliberacdes(Regimento intern, art 42, ites eV paralhescor- rig, deofco ou a requerimento da part, da repartgaointeressa- dla oudo representante do Ministéle Pablo, nexatidBes materais ‘ou errs de cdlculo, na forma dean sacs ee iv owide previamente,nos dl posse sec tu souls junto.ao Colegiado. tek "ot pe aan Tm Met, verge, nc) € oeagazin cern az oer se eins ase me: Po a ‘Siew jabs ne entacton nana ces ‘atte maven daa beng Tre Fab 478 9550550 NTR Se TOT Re ADOT ner 0 pel en ae THRE [SSS BE Simbolo que antecede os fsimate wee) Slime oe rel de apron qe {i ee Gi ace aio Aver Coa) dean bear ima esde fox TU. De i hata, rie ta 3] oe oo Seeetonn rt 20 ies em Pos pote cs ssc stale wu om snr OAD oe fo Tien devin Gas ge oe > nates Sinbtsndcade dor ets Ps Iopan tec teosoce A egiaro ge orataon © Fest Suna gues strstr Para cada tema hi comentérios objetivos, calcados em estudo de obras juridicas o mais atualizadas possivel, seguidos de exemplos-resumo de ementas de julgamen- tos importantes que envolvem o assunto antes ~ precedentes — e depois da edigo da simula, assim como as referéncias legislativas histéricas que Ihes serviram de base normativa, ¢ 06 textos legais referidos nas decisbes judiciais. ‘Um indice cronolégico remissivo evidencia todas as péginas do livro em que se encontram comentarios ou referéncias aos textos sumulares. n [Bruno Sustos Comma Tataco Mesqurra Tetes De CARVALIO inpice CRONOLOGICO REMISSIVO sens aen me rcins| crbtecise | Sees naar ‘Sims 2 ~ Chane como vt fant pec ne fe Eee aioe, de ae mle ela sorspncase 29 ee 0 | Sina extn pos ncn 8 |, Grondoc cen 108 vt indice, alfabetico remissvo, indica as simulas do TCU que tratam de de- terminadosassuntos: . ivorcr Avrapiitico Remisstvo ict a Agu evs do rej lene xe Fajen por iam «ie por sg loa ur Tarr com ite, canprviia dato deseo xo Conti de ergs de pervs cbs 26 a téria para apresentar e discutir as ‘A organizagio da obra éestruturada de forma utilitéria para apresen ‘méximas do Tribunal de Contas da Unio em linguagem clara, concisa ¢, sobretudo, atual. 2 APRESENTACAO © cariter plurivoco das norms juridicas pode ser visto como um dos responsiveis pelas constantes discussGes argumentativas travadas quando da concretizagio de tais ‘Preceitos pelo intérprete-aplicador do Direito. De fato—e em face dos casos concretos ~, tal abertura semintica hi de ceder lugar ‘a uma definigdo precisa acerca da regulagio juridica objeto da norma, a materializar ‘© comando normativo especifico a partir de selecionados critérios hermenéuticos e, ‘bem assim, a ensejar a necessdria seguranca juridica e isonomia, pilares de um Estado Demoeritico de Direito. Em tal contexto, ganham relevo os insttutos juridico-processuais tendentes & uni- formizagio dos entendimentos existentes a respeito de determinada matéria, sendo notéria, em dias atuais, a énfase legislativa no disciplinamento de mecanismos aptos a dirimir contendas a partir da solugo de embates interpretativos jé pecificados, como nitidos prejulgados da tese juridica em debate. Nesta esteira, sio exemplos, entre ou- tros, a regulamentagio das decisdes com fore vinculante (siimulas vinculantes, no Ambito do STF) e a questi dos recursos repetitivos (no mbito do STD) No que toca ao Tribunal de Contas da Unido ~e nos termos de seu Regimento In- temo ~, a “Stimula da Jurisprudéncia constituirse-d de principios ou enunciados, re- sumindo teses, solugBes, precedentes e entendimentos, adotados reiteradamente pelo Tribunal, ao deliberar sobre assuntos ou matérias de sua jurisdigdo e competéncia” (aut 85). Vé-se, pois, que tal expediente serve de baliza para futuras decisées da Corte de Contas, com esteio nos casos jé devidamente julgados, de forma a consagrar, na pritica e no bojo do TCU, o espirito unifermizador e racionalizante que se espraia pelos Tribunais pitrios. ‘Neste ponto, vale apontar, ainda, as determinagdes constantes da Portaria n. 153/2009 do TCU, que, sob a égide da erescente— irreversivel ~tendéneia de unifor- rmizagao de jurisprudéncia, constituiu grupo de trabalho com a finalidade de atuar em ‘conjunto com a Secretaria das Sessbes do Tribunal na atualizagio da base de simulas de jurisprudéncia do mesmo, por meio da apresentagio de anteprojetos de revogasio, revisto ou edigdo de novos verbetes. De qualquer sorte, buscow-se, na presente obra, expor o entendimento do TCU cristalizado em seus enunciados de stimulas. Para tanto, procurou-se conferir maior Enfase aos comentarios dos verbetes mais recentes e com maior émbito de aplica- bilidade repercussio. Jé em outras passagens — considerando o fato de que varias das simulas tratam de temas jé exauridos -, os comentiios expendidos, antes de pretenderem qualquer aprofundamenta do assunto abordado, objetivaram, sobretudo, remeter 0 leitor a0 cenario jurfdico em vigor quando da edigio do verbete, permitindo a contextualiza¢io do entendimento a situaeSo juridica atual 2B ‘Bruno Satos Conta = THAGO Mesqurra Tetes De CaRiatH0 Demais disso, buscou-se expor de mancira mais racional ¢ abrangente possivel a jurisprudéncia da Corte de Contas da Unio, pelo que, por vezes, foram reunidos, para comentirio em conjunto, enuaciados que dispunham acerca de temética anélogs. esta feita, muito mais com a intengio de contribuir com o estudo em tio relevan- te segmento juridico — importante nfo s6 para os operadores do Direito, mas, sobretu- do, para aqueles que lidam com a res publica -,€ sem qualquer pretensio de exaurir as ‘multidisciplinares facetas juridicas encartadas nas simulas do TCU, foram elaborados. ‘0s comentarios que integram a obra, cujo aprimoramento contaré, sobremancira, com 2 colaboragdo do leitor. Recife, janeiro de 2012. Bruno Santos Cunha (brunocunha.adv@gmail.com) ‘Thiago Mesquita Teles de Carvatho (thiagomtc@yahoo.com.br) 14 PARTE I LICITAGGES E CONTRATOS ADMINISTI mains ' : i | | Caprituto I LicrracoEs ‘Sumério 1, Adequag revises do projtobisico eexseutivo—2. Adjudicato por item eno por pre= 0 global nas lictaydes com objeto divsivel—3. Comprovagio da condo de fomecedor exhisiva~ 4 Contato de service de sopervisto de obra 5. Critéro de acctabildade dos pepos na contain de bras sevigs de engenharia ~ 6. Defined precisa do objeto da ictgfo 7. Dispenea deta do et 24, XIN, da Lei 8.66693 ~8.Dispensa de city odo art. 24, XXII, da Lei 8.6663 9. Esboragto de proto de engenhara e anqtetira~ 10. Exequbidade das proposins de pogo (Art. 8,1, § 1 du ein? 8.6193) ~ 11 Inexigiildade delicitay30 em servigostcnleos epecaizados (art 25, de Lei 1" 8.66693) ~ 12. Licagbes na Administrao Indie ~ 13. Nimer mim de propetas na modaidade fonvite~ 14. Qualifieagio tenia: capaidadetenico-opracional ~ 15. Uso de prepso nas contraapter fe sorvigs comune de engenbaria, 1. ADEQUACAO E REVISOES DO PROJETO BASICO E EXECUTIVO ‘Stmula n° 261 ~ Em licitagdes de obras eservigos de engenharia, énecesséria a elabora- ‘00 de projeto bdsico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovade com todos os elementos descritas no art. 6, inciso IX, da Lein® 8.66, de 21 de junho de 1993, a, Se Sods 2220 fa 5203, Po SDSS, 0173.20. e- (hn r2a00 Pi e890 00 Po 89120002, DU 2200 Dc 1220 ea Se 28200, ‘dnsaatan Po Sopa 400 15 8200 Dn SAO Pena esi 225200, 1/202, Pro 152200 ‘18202 Beco 8 Med Se 152195 Ra 5 Pa 120494, OUT. ‘A partir de uma leitura constitucional ¢ legal do instituto da licitaglo ~ art. 37, XXT, CF/1988 e art. 3° da Lei n® 8.666/1993 ~ resta nitido que a regra motriz do instituto é a competitividade em prol da contratagao mais vantajosa para a Adminis ‘tragic e, bem assim, para o interesse piblico. De fato ~ e ainda na esteira dos citados dlispositivos ~, cabe & legislagdo regulamentar os casos em que, inexistindo a almejada ‘competicao acerca do objeto, deva se instaurar a contratagio direta, 26 Licmagoes inexigivel a licitagfo quando houver inviabilidade de competigio, trazendo em seus Si eae te amoldardrctamente 4 previo gentie contidano au postive (copa) independentemente de previsto legal especifia e expressa(Incisos). Tal és compro. cies gees ocnneeam ks agen sm ees am ties sti ne See ae — a von a pt eee So raeetcames pee ee Saree aerate tis Gn clstva conrovete da xin tn Sic frosts pel de ear ee esgotam as formas com as quais pode se realizar a comprovagao da exclusividade, peo TT eer Oe B que o escopo da norma em questo é evidenciar a inviabilidade concreta de com- Se ‘ser interpretado de modo a contemplar a possibilidade de aferigaio de tal inviabilidade oe ac gtr lice SUSTEN FILHO, Maral, Comenti es econtratos tivo. ZUSTEN NO, Maa Comers dete administrative. 13. ed. Sto 10, JUSTEN FILHO, Marra, Comentirios lide icitagdesecontrats administrative. 13.e Si0 Paul: Disktica, 2009p. 354, Por oprtuno, vale anotar que estar éoposiionamcnto de Jorge Ulises Jacoby Fernandes om sus obra: FERNANDES, Jorge Ulisse Jacoby. Contratagio dirt sem liitagdo, 7. ed. Belo Horizoate: Forum, 2008, 27 Bruno Sayos Cursia TutAgo Mesqurta Tats De Canvatsio ‘De qualquer forma, a despeito da caracterizagio de quais seriam os documentos cefetivamente eptos a ensejar a comprovacio de exclusividade, a experiéncia pritica do TCU no exercicio do controle extermo demonstra inimeras situagBes em que tal ‘comprovago nfo é devidamente aferida pelos gestores piblicos contratantes, impli- ‘cando notéria affonta aos principios regentes do certame licitatério, notadamente & isonomia entre eventuais licitantes ¢ a necesséria competigao. Nesse sentido, vale des- tacar trecho do voto do Ministro Relator quando da aprovacio do verbete de Simul [.-] 5. No entanto, como iustram os precedentesreferenciados pelo Ministro Revisor em seu Perecer (Decisdo n° 78/2002- Plenirio, Acérdio 23/2008, Plendrio. Acérdso n° 1102/2007, 2" Camara e Ac6rdlo 482/2008/1" Cimars), © ‘Tribunal lamentavelmente 9e deparou, em inimeras oportunidades, com situa- ‘gbes em que os atestados de exclusividade nio condiziam com a reslidade ox tram inverdicos, inclusive objeto de falsificagao. [..]7 Daf que ajurisprudéncia do Tsibunal evolu no sentido de exigir dos agen- ‘epics responsiveis pelas contratages nlo s6o recebimento e acolhimento do stestado de exclusividade mencionado no dispositivo legal, mas também & ‘confirms dessa condipio, eja por diligéncias ou até mesmo consults a0 fi- bricantes a exemplo do Acérdio 2505/2006, 2° Camara, em que se determinon 2 eatdade jurisdcionada a adogao de medidas acautelstriss com vistas a asse- tgurar a veracidade das declares prestadas pelos érgios eeotidades emitentes. (CU, Ac. 633/2010, Plenério, Re. Min. José Jorge, Publicado em 134.2010). ‘O que resta de tal assertva, pois, 0 dever atribuido ao agente pablico responsivel ‘pela contratagao no sentido da adogao das providéncias necessérias para confirmar f veracidade da documentago comprobatéria da condigio de exclusividade, como ‘mais uma condicionante da contratagio direta. E que a atribuigdo do gestor nfo se Te ‘sume 20 mero recebimento e acolhimento formal da comprovagio de exclusividade ‘que alude o art. 25, I, da Lei n° 8,666/1993, restando necessario que 0 mesmo proveda, ‘por meio de diligéncias ou outras medidas que entender cabiveis, & cabal averiguagio acerca da condiglo exclusiva, a justficar a contratagao direta. ‘Vale anotar, por fim, que no émbito da Advocacia-Geral da Unido ja ha Orienta- ‘¢80 Normativa devidamente aprovada nos mesmos termos do verbete do TCU ora debatido: COrientagso Normativa n° 16, de I° de Abril de 2009 ~Compete & Administrapio lveriguar a veracidade do stestado de exclusividade apresentado nos termos do fr. 25, ine. 1, da Lei o* 8.666, de 1993. Indexasio: Inexigiblidade. Fomece- dor exclusive. Atestado de exclusividede. Veracidade. Averiguago. Referén- ta: Art 25, inc. I, da Lei 8.666, de 1993. Despacho do Consultor-Geral da ‘Unido 343/2007, Parecer AGUICGUINAISE 542008-JANS. Acérdfos TCU 179612007, Plenirio, 223/2005, Plenrio. BI ..} quando do recebimento de atestados de exclusividade de fomecimento de materi- ais, oquipamentos ou géncros (art. 25, inci I, da Let n° 8.666V93), adote, com fulero nos principios da igdaldade e da proposta mais vaniajosa, medidas cautlares visando a assezu- Far a veracidade das declarapdes prestadas polos 6rgios e entidades emitentes, como, por ‘cxemplo, consulta a0 fabrieante (TCU, Deciso 578/2002, Plenério, Rel. Min. Benjamin ‘Zyraler~ Publiceda em 11.6.2002) 28 sisi Lacragoss [=] ato pode o administrador limitarse & obtencio de cerficados emitidos por sind ‘aios par averiguar os pressupostos da inexigibilidade de licitao. Se o comando contida zo inciso Ido ar. 25 da Lei de Licitagées ~ comprovapio por meio deatestado emitido por sindicato ~ndo é suiciene para que se tena certza da exchusividade, o administrador com ele no pode se sntistae. Com supedineo no pip a igtlade oo a proposta mais ‘vantajosa, deve buscar meios altemativos para comprovar a exclusividade. Apés a compro- ‘vagdo, esaré autorizado a proceder & contatasao direta ..] recomendar ao CADE que, ‘quando do rcebimento de atestados de exclusividade de fornecimento de materiais, equips: ‘mentos ou géneros (art. 25, inciso I, da Len &.666/93), adote medidas eautelares visando a assegurar a veracidade das declaragbes prestadas pelos Gngos eentidades emitentes; (TCU, Ac. 223/2005, Plenario, Rel. Min, Marcos Bomauercr, Publicado em 17.3.2005). 4, CONTRATACAO DE SERVICOS DE SUPERVISAO DE OBRA Simla ne 185 ~A Ll n 5.198, de 24.12.66, om especial osu at. 22, ndo atibuem 0 autor do projet o dreltosubjetivo de ser contratado para os servos de supervisdo ‘i obrarespectiva,nem dispensam alctasdo para a adjudiagdo deta servgos,sendo Lei 8.66/993. Art. 40.0 edt conten pelo omimero de orem em see tous o nome da repaisontereada ede seu son a monde, 0 epie Se execs io da lato» meng de qu ss oid pore Leo local, ae brs pra ‘cbimeato da documents © propos, bem Gono par iii Ga sutra ds eeopes, & india, obvgnoriamen,o spun] Xero do ceabldade doe poges sala do objeto pretendido, eis que tal providéncia “permite ‘co controle © Cea ie ce pn y= a ee a —— sng A hn sate deme on ns as te no Le re emp aame canna en ens cePo Lei n* 8666/1993. Art. 24. E dispensivel Hiitag: (..] XI ~ na contratago deine stituigSo brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do esenvelvimento institucional, ou de institulgSo dedicada a recuperagio social do pro, desde que a contratada detenha inquestionével reputagoético-prfissional eno tena fing Ierativos. 8. DISPENSA DE LICITAGAO DO ART. 24, XXIII, DA LEI Ne 8,666/93 ‘Stimula n° 265 ~ A contratagéo de subsididrias econtroladas com fulero no art. 24, inciso XXII, da Lei n° 8.66/93 somente é admitida nas hipéteses em que houver, simultane ‘amente, compatibilidade com os precos de mercado e pertinéncia entre o servico a ser prestado ou os bens a serem allenades ou adquirides e o objeto social das mencionadas ‘entidades. Ate eS es 158207 ame eC at 37, el BAS, rt 4.» Pr fe 321020 Peni Ses 1220 Pe. 0070920064 BOU 4.12201 A 28520 Fie 122007 I he B67 200 000 1.12207 Ae 27,2 Ca, Ses 1.9207 Aa 32, Pa O27, 0 139707 "U5 200, Pend Ss 28200735, Pr 6005 DU 22807 27/207, i Sed 732007 tn 0, 1102002, 00 93207; T2720, 2 Ena Ss 1322057» 4 Pc OOGERZ07, DU 152207; Ae 2250005 ln Sse 1312205 As #9, Po. OTS, OU 31206; Decide GAVIN Mena eso 1262102 ea 2 Pre 0622005 000872002 (© enunciado em destaque trata da hipétese de dispensa de licitago prevista no art. 24, XXIII, da Lei de Licitagdes. Esse dispositivo — incluido pela Lei n” 9.648/1998 ~ faculta as empresas piblicas e sociedades de economia mista (empresas estatais) a contratagio direta de suas subsidirias e controladas, para a aquisigo ov alienago de bens, prestagio ou obtengiio de servigos. Como tinico requisito expresso quanto 20 objeto, exige que o preso esteja compativel com o praticado no mercado. Eis o teor a regra legal Art.24, # dispensvel a licitagdo: la DCKIT- na contratago realizada por empresa piblica ou sociedade de econo- ‘mia mista com suas subsididras e contoladas, para a aquisigfo ou alienasi 39 Bruno Santos Camm © Titaco Mesqurra Tatas De CaRvatHo de bens, prestagso ou obtengo de servigs, desde que o prepo eontratado soja ‘compativel cm o praticado no mercado. ‘Trata-se de dispositivo fortemente impugnado por segmento da doutrina, que 0 ‘pecha de inconstitucional, por affontar principios regentes da ordem econdmica, quais Sejam, a live iniciativa e livre concorréncia, além de ofender o principio da obrigato- riedade da lictagao™. “Abstrafda a questo da constitucionalidade, esse dispositivo, a par daquele pre- visto no inciso VIII, configura hipétese em que a contratagdo direta se dé com ente integrante da propria Administragio. No entanto, afora outras distingSes, a dispensa prevista no inciso VIM ¢ feita por pessoa juridica de dircito piblico interno, a0 passo que a do inciso XXII ¢ obrigatoriamente reatizada por empresa piblica ou sociedade de economia mista. ‘Considerando que a licitagdo é a regra, as hipéteses de dispensa de licitagio devem ser interpretadas estritamente, Nao 6 de outro modo com 0 inciso XXIII, cuja validade cexige que alguns requisitos sejam observados. Primeiro, quanto aos sujeitos. A entidade contratante, isto é, aquela que promove ‘a dispensa de licitego, deve obrigatoriamente ser uma empresa piblica ou sociedade dde economia mista, enquanto que a contratada deve ser uma entidade subsidiéria da ‘ou controlada pela entidade contratante. ‘A Constituigaio Federal prevé expressamente a possibilidade de criago de subsidi- fvias das estatais, assim como a participagio de qualquer destas em empresa privada, no art. 37, XX" Interpretando a regra em comento, Marral Justen Filho leciona que por entidade subsidiéria e controlada deve se entender toda entidade em cuja participagao acionéria aestatal contratante seja majoritiria®, Assim, aquelas entidades em que a participago ida empresa estatal seja minoritéria nfo se enquadram no dispositivo legal, pelo que ‘no poderdo ser contratadas com base nessa hipétese de dispensa de licitagao. Aliss, ‘no poderia ser de outra forma, sob pena de deixar uma porta aberta a fraude, cis que ‘uma participagto aciondria meramente simbélica ensejaria a fuga &licitaglo. ‘ALLei das Sociedades por Agdes (Lei n° 6.404/1976) define “subsidiéria integral” como a companhia constitulda, mediante escritura piblica, que tem como tinico acio- nista sociedade brasileira (art. 251), ¢ sociedade “controlada” como aquela na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sé- cio que Ihe assegurem, de modo permanente, preponderincia nas deliberagbes sociais 20, FERNANDES, ,U.Jscoby. Contratagsodreta sem listagio. 7. ed. Belo Horizonte: Pru, 2008. 508, “ 21, Gei988, ar. 37, XX depende de autorizago lesa, em cada casa criago de subsidiis das ‘ntdadesmocionndas no inca anterior, asia como a patcipapio de qualquer deus em empresa sede 2a, HEX tno, Maal Comentris ll doings contrto administra 13. Sto oul: Dei 200939. 40 cc Licrrapoes € 0 poder de cleger a msioria dos administradores (at. 243, § 2°) Tais denigs devem ser utili ara a int o dos termos da dispensa. oo et utiizadas para a interpretago dos termos da dispensa previa no incisg O segundo requisito a ser observado para a validade da dispensa do inciso XXIII refere-se a0 objeto do contrato, Consoante a iteralidade da norma, o objeto deve con. sistir na aquisigo ou alienagao de bens, prestaco ou obtengio de servigos, Temas entendido que o dispositive admite implicitamente a contratagio de obras e servigos de engenharia™, Ainda quanto ao objeto, dois outros requisites devem ser observados. Inicialmente, o prego contratado deve ser compativel com o praticado no mercado, 'Nesse ponto encontramos divergéncia na doutrina a respeito do que se pode conside. rar “compativel com o praticado no mercado”. Para J. U. Jacoby Femandes, a lei nfo exige que o prego contratado seja o menor, mas que seja compativel, devendo haver justificativa idénea no processo de dispensa. Margal Justen Filho, por sua vez, afirma que a interpretago adequada para o dispositive é diferente, Para este autor, nfo se pode admitir que uma empresa estatal realize contratagao por prego superior a0 que ppoderia obter no mercado, com base no argumento de beneficiar entidade subsidiaria, ‘ou controlada. Assim, para Justen Filho, o prego “compativel” é o menor prego. _No que tange especificamente & dispensa promovida por sociedades de economia mista, aplica-se o art. 245, da Lei n° 6.404/1976, que fortalece a tese de que o prego “compativel” & o menor prego: Art 245. Os administradores nao podem, em prejuizo da compan, favorecer ‘Sociedade coligads, controladora ou controlads, eumprindo-thes zelar para que 8s operagoes entre as sociedades, se houver, observem condigdes esttamente ‘combtativas, ou com pagamento compensatério adequado: erespondem peran tea companhia pelas perdas e danos resutantes de atos pratcados com inagio 20 disposto neste artigo, Finalmente, 0 timo requisito quanto a0 objeto refere-se & necessidade de per- tingncia entre o objeto da contratacto e © objeto social ou institucional da entidade contratada. E dizer, hi que existircorrelacio entre a atuagio societéria da subsidiéria ‘ou da controlada e o objeto do contrato. A titulo de exemplo, no é possivel contratar com base no inciso XXIII —sociedade controlada cujo objeto social consista na pres taco de servigos de informitica, caso o objeto do contrato refira-se a fornecimento de servigos de limpeza, A cxigéncia de pertinéncia nfo se encontra prevista expressamente no dispositive egal, mas decorre do entendimento sumulado do TCU e de parte de doutrina. Eno poderia ser de outra forma, haja vista que as entidades da administragdo indireta s80 23, FERNANDES, .U. Jacoby. Contatagio dire nem lta, 7. ed. Belo Horizoate: Férum, 2008. pst 24. FERNANDES, U Jcoby. Contato diets smtp. 7. Belo Horioate Flr, 2008, P. 4 | ets [Bruno Savtos Coma £ Tiago Mesqura Tet#s Dz CaRALHO criadas com finalidade especifica, para cuja consecugdo tem suas atividades vincu- ladas. Trats-se do principio da especialidade. Assim, caso a entidade controlada ou subsidifria atue fora de seu escopo, sua atuaglo seré ilegal, ‘Demais disso, a exigéncia de pertinéncia funciona como um limitador & utlizagao dessa hipétese de dispensa, evitando que & entidade subsididria ou controlada atue ‘como mera intermediéria na aquisigio de equipamentos ¢ servigos junto a terceiros, comportsmento evidentemente irregular, visto ser ilicita a subcontratagao do objeto do contrato decorrente da dispensa de licitagao prevista no inciso XXII. E que tal contrato 6 intuitu personae, haja vista a exigéncia legal de que o contratado ostente a condigto de subsidiéria ou controlada da entidade contratante. "Assim, a stimula em comento em boa hora pacifica entendimento no sentido de cexigir mais um requisito & contratagio direta do art. 24, XXIII, da Lei 8.66/93, qual seja, a pertingncia entre o servigo a ser prestado ou os bens 2 serem alienados ou ad- quitidos e o objeto social da entidade subsidiéria ou controlada contratada. [818.24 nfo é permitido ao Banco do Brasil, 2o contratar suas empresas subsiiérias medi- tte dispensa de Tieitagdo de que tata 0 nciso XXII do art. 24 da Lei n® 8.66693, ineluido pela Lei ni 9.64898, austar pregos superiores aos praticados pelo mercado; 8.2.5. a regra é 1 impossibilidede juriiea da subcontratago total no dmbito dos contratos administrativos. ‘Nocntanto, ela poderia sec admitida, em situapSes concretas excepcionalissimas, superveni- centes ao contrat, nas hipSteses em que arescisto contratual ea realizaglo de nova contata- ‘fo forem comprovadamente contérias a0 interesse pblico subjacente ao contrat; (TCU, ecisto 645/2002 -Plendrio, Rel. Min. Benjamin Zymler, DOU 8.7.2002) 191933. com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei n? £.443/92 cleo art. 250, inciso Th, do [RegimentoIntero, determinar ao Banco do Brasil S/A, que, no prazo de 90 (noventa) dias, adote providénciae necessérias para que faga constar em seus normativos interuos regras no sentido de que: 9.3.1. a0 contatar a Cobra Tecnologia S/A com falero no ar. 24, inciso SEXIT, da Leln® 8.666093, observe os seguntes requistos: 9.3.1.1. 08 servigos a serem prestadose os produtos a serem fornecidos devem estar necessariamentelimitados a0 que presereve o objeto social da contatads; 9.3.1.2. 0 prego a ser pago deve ser compativel fom aquele pratcado no mercado, stuaeao essa a ser comprovada pelo Banco do Brasil S/A mediente a juntada da documentago pertinente nos respectivos processos de dispensa, incluindo, no minimo, tés cotagbes de pregos de empresas do ramo; 9.3.1.3. «hipStese de subcontratagao preserita no art. 72 da Let 3° 8.66/93 nfo se aplica sos casos de contrato por dispensa de Tiitaglo firmado em faneio da pessoa do contatado, como no easo da ontratagto da Cobra tecnologia S/A, exceto em stuag6es concretas excepeionalissimas, ‘superveaientes 20 contrato nas hipéteses em que a rescisdo conratual e« reelizagio de nova ontratagdo forem comprovadamente contririas ao interesse piblicosubjaceate ao conrato, fnte 0 dsposto no item 8.2.5 da Decisio n° 645/2002-TCU-Plenirio; 9.3.1.4. caso o bem ‘ou servigo demandado pelo Banco do Brasil S/A admitir parcelamento © este for viével fob os pontos de visa tenico © econémico, as parcelas contretuis realiziveis diretamente pela Cobra Tecnologia S/A podem ser contratadas com dispensa de liitagao. As demais pareclas devemn ser, obrigatoriamente, objeto de lcitagao em separado, nfo se admitindo ob nenhuma hipétese, a subcontratago das parcelas nto realiziveis pela Cobra Tecnologia S/A; 93.2. quando da contratacio direta de bens servigas e da estimativa de eustos que tniccederem os processes licitatérios, observe o disposto nos ars. 7, § 2°, ineiso 1, e 40, 2 ss i i Lacmactes § 2 incisor, da Lei 8.66693, realizado pesuis de regose labors arancaiy detainaso em panties para os benservios seem sdquido, condo o ma tes eotogee de fests dinton oa fusca chemseninda caso no soa moe tivel ater ete nner do cota, bem Com fezmdo cottar do respective proses documento comprobata prince so evntrestos «exis ie findamerarn prov ctinady 9, da cain desta deborago ao Banco do Brasl SUA aoe repon Sivels meacionads o ea 9.2 mors 9 3. ular oe proses moe, com fundamen oo fr 16D, ino IV, do Regincato nto (ICU, Acro 91872010 Penso Rel Min Raimundo Carer, Do 141272010) > Lel n° 8.666/1993. Art. 24. E dispensiivel a licitagio: XXIII - na contratagdo realizada ‘or empress pin ou soieade de economia mista om ns subir contol, FParsnmisiyto os almapo de ben, prstpdo ou bape de seg, end gue o preys fonts sjacompatvl como paid no metsad. ‘9. ELABORACAO DE PROJETO DE ENGENHARIA E ARQUITETURA Ietivo de melhor qualidade ou de melhor técnica, que é escopo doulgamento, indepen- dentemente da consideracio de preco, que hé de vir balizado no Edita. "pad ns See Oi 12157800 1160» Pen eg rs 79, 61905072 65° a de IO 1925269 310 37D 2 de 25267, 11,38 166 eo 9 de 426 ot Base 1S, {CBU 47, 300463 w Pets Pa 1 ess 20478 cA Ses 27478, Ae | D257, 8 T5Mre7Seba75s2 A claboragio de projeto de engenbaria ¢ arquitetura configura servigo técnico es- pecializado, visto que exige conhecimentos profissionais especificos. Nessas espécies de servigo, sobreleva a importincia da técnica aplicada. Por tal razHo, a modalidade licitatoria para a sua contratagio deve primar mais pelos aspectos téenicos que mera- mente pelo prego ofertado. ‘Nessa linha, o texto sumular aponta que, de regra, para a contratagao da elabora~ #0 de projeto de engenharia e arquitetura, o concurso ~ ou outra, desde que atente para a methor técnica ~ deve ser a modalidade lictatéria. Registre-se que o conceito de concurso encontra-se inserito no § 4° do art. 22 da Lei de Licitagées: Lei? 8.666/1993. An. 22, § 4° Concurso ¢ a modalidade de lictagdo entre ‘quaisquerinteressados pars escotha de trabalho téenico, cientifico ou artistico, mediante a intituigdo de prémios ou remuneragio aos Vencedare, conforme eritérios constants de edital publicado na impreasa oficial com antecedéncia, ‘minima de 45 (quarenta e cinco) diss. importante ressaltar que, embora a stimula em tela tenba sido editada antes da vvigéncia da Lei n° 8.666/1993, esta adotou o mesmo espitito, como bem demonstra 0 art. 13, ine. Te § 1 Lein®8.666/1993. Art. 13, Para os fins desta Lei, consideram-se services téeni- 05 profssionas especializados os trabalhos 1 43 [Bruno Santos Comma = TotAgo Mesqurta Tates De Canvato 1 estos téenicos,planejamentos ¢ projets bisicos ou exeeutivas; L § IP Ressalvados os casos de inexigbilidade de licitagto, os contratos para 8 prestagio de servigos téenios profissionais espevializados deverio,preferen- Calment, ser celebrados mediante a realizaplo de concurs, com estipulaglo srévia de prémio ou remunerapto. (© concurso, portanto, era ¢ continua sendo a modalidade lictat6ria adequada para a contratagao de servigos e trabalhos téenicos especializados, a exemplo da elabora- (elo de um projeto de engenharia e arquitetura ‘No entanto, como bem mencionado na simula, é possivel também a utilizagio de ‘outra modalidade licitatéria —como a concorréncia — valendo-se.da melhor técnica (ou da técnica e prego) como eritério de julgamento. E o art. 46 da Lei n® 8.666/1993 aque regula esses tipos de licitagdo, cuja utilizaglo deverd se dar “exclusivamente para servigos de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboragio de projetos, cdlculos, fscalizagdo, supervisio e gerenciamento ¢ de engenharia consul- tiva em geral ¢, em particular, para a elaboragio de estudos téenicos preliminares € projetos basioos e executivos”. 10. EXEQUIBILIDADE DAS PROPOSTAS DE PREGOS (ART. 48, II, § 1°, DA LEI N° 8.66/93) ‘Stimula ne 262 ~ 0 crtério definido no art. 48, inciso I, § 1°, alineas “a” "b da Lei n= '8.666/93 conduz a uma presungao relativa de inexequibilidade de precos, devendo a Ad- Iministragdo dar @ lictante a oportunidade de demonstrar a exequibilidade da sua pro- posta. ‘rts 07 al at 7 BETA a ENS, We «Ps ‘Sans canon, Seta 3.20, 9 Pr 359/062 0U 63208 IPE Pen Se 2208, ‘Gane Pe 1202072088008 10 a Ses 3.2008, 32208 Pi, 1729/20 000 882008 “Fe 20 ete 22206 Be 728, re 0.152009 0013208 287A, aia Se 727008 ‘Ste 47207 3 00123208, Ke 4208, en Ss 13.2200, Ms 208. 2 507/207-4660 1522008 ‘era, Ca Ss 78207 27207, ro 7572060009427 120 ei Si 05205 ng Po 805407, 000155200 62200, Ca, Sei 33.204 Ae P1200 024208 ‘A fase de julgamento da licitagdo abrange, nos moldes do art. 3° da Lei a* 8.666/1993, a efetiva selego da proposta mais vantajosa para a Administracdo, ma qual, para fins de classificagdo das ofertas dos licitantes, deverso restar demonstrados dois aspectos inerentes ao referido processo de escolha: 1) a razoabilidade dos pregos; 2) a compatibilidade dos pregas com as exigéncias editaicias™. Assim ~ © no émbito 40 procedimento e julgamento do certame liitatério (Capitulo Tl, Segdo IV, da Lei n” 8,666/1993)- artigo 48 traz as hipéteses gerais em que se considerartio desclassifi- cadas as propostas ofertadas polos licitantes. anual de direlto administrative. 21, ed. Rio de Janse: 25. CARVALHO FILHO, Jos dos Santos. men Juris, 2008. 276 44 tien nn 26, JUSTEN FILHO, Maral, Comentios el de iia Lecrracbes Em expeifico, 0 incio I do art, 48 tata du desclasiiasSo das propo listames eujos pregosoferados sejam “manifstamenteinexequiveis, sien sms, derados aueles que nto venham ater demonstada sua vabilidade atevés de aone mentago que comprove que os casio dos insumos so coerentes com ox de erendo 6 eo caine de ofits competi coma cro do oon conto, condigGes estas necessriamenteexpeiiadss no ato convocatr sent . onvocaério dt Em interpreigo auntie, olegisladorhouve por considrar inexeguveis, para efeitos do at 48,1, no caso de lictagdes de menor prejo para obras © sevign de engenhri, as propostascxje valores seam inferiores 0 70% (stenta por eco) do menor dos eguintes valores médinartmetcn dos valores das propostassupeires ~ 3.50% (€inguenia por cento) do valor areado pela Adminisiragio, ou; b) valor oreado pela Administragdo (vide art. 48, § 1°, “a” eb"). que se vé, de fato, éa preocupario do legislador na tutela da atividade admin: ‘rativa, buscando determinar, pela via legal e em critérios objetivos de avaliagso,situ- ages em que o cumprimento do objeto da lictago restard prejudicado pela eventual inexequibilidade do prego ofertado pelo licitante. De fato, uma vez que determinadas a partir de padrdes aritméticos previamente estabelecidos, resta nitido que as bases legais para a afericSo do cumprimento do ob- jeto pelo licitante representarso mera presungiio relativa de inexequibilidade, vez que o licitante cuja proposta enquadrar-se abaixo de tais limites minimos** Aispord da faculdade de provar & Administragto que dispBe de condigSes ma- terias para exeeutar sua proposta. Haverd uma inversio do 6nus da prova, no sentido de que se presume inexequivel a proposta de valor inferior, cabendo a0 licitanteo eneargo de provar 0 opost. No mes senda, ages do Tribunal de Cots d Unto quando da ei do presente verbete de simula: * “se [.-] mesmo que ums determinada proposta se apresente formslmente inexe- ‘quivel, deve-sepossibilitar ao licitante a oportnidade de comprovar “a efetiva capacidade de executar os servigos, no prego oferecido,assegurando oaleance dos objetivo da lictagso, que 6a selogo da proposta mais vanajosa. [.-] De foto, interpretagdo literal do art. 48, I § 1° da Lei §,666/93 pode levar ‘eeigdo sumdria de propostas economicamente vantajosas, sab a suposiglo no suficientemente investigada de inexequiblidade. Assim, 20 assegurar lictante 4 oportunidade de demonstrar a visbilidade de sua proposta, a exegese deste ‘Tribunal mais se harmoniza ao espirito da lei de lcitaeBes e ao comando do at. 37, XX, da CF. (TCU, Ac. 3240/2010, Pleniio, Rel. Min. Benjamin Zymler, Publicado em 14.12.2010). 5 contratosadminintratives 13. ed. Sto Paulo: Dials, 2009 p.137 45 Bruno Savros Cums ® TuAgo Mssquita Tetss De Carano Com so, Sou clara a necesidade de abersradalépice, por parte da Administra cio. no momento da drclessificag de proposta em Virude de supost inexequibi- Frauds a ensejar a posivel eomprovagio, por parts do Tictante, da exequibiidade da mesma Em complemeato, vale selientar questi atinente ao julgamento ds propostas © a exeuuillidade dos progosofetadosem decoréncia a nterpretapzoa ser dada a0 aed da Let n 8600/1995. Em sume, o que se tem ¢ que o dispositive em comen- to lovanta exprescamente a questo da inexequbilidade das propostas no ambito dus Tete de menor pro para obras eservigos de engenharia,restandosilente {fata aplcabtidade de a insttao no bojo de outros objets etipos de icitagzo, No entant muito emborapossa se vislunbrar algoma contovérsia no proprio TCU efor da temtien€ certo ques pardmetrosdispostos no art. 48 podem e devera sees aaquilo que eabivel par oubsidiaraafriao de cxequiblidade de propostas Cav otros pose espéics de certames, Sobre o tema, es a posigdo de Rony Char- les Lopes de Tomes ‘tenes scerada a uiizago do dapsive em oures pos Tinto, Eerie expestmere menionado no eats, come fom de pare see Sao env e neneyuiade, qu ao poe Ser enerada Per ane odendo sx splanads pelo Hotntequesionad, através ‘ino da epardade de ese (exequblidade) dos reas Popo= wae Atnisconfme exo argo 43 deste esa, pein ‘thbaua de Sigents yarn a feo de orequliade dos ets. |Ademss, eso posicionamento da Corte de Contas da Unido, a confimar 0 que exposto seme: eos de tego de ros inexegiveis previstos 20 § 1 2" do eRe agy 48 a Lt 8.66693 podem serincudss em eis ajo hj nf ja obese senags do eageara. ‘Assim 0 cone da defini de xt para afriinexequblidede de pe- dor jalgo que nt hl ruiz &tanspeeaia¢& Tsu do certame vals Sead lm dain oa 9 nto I § a Lew 8.66653, ainda a prota contac de menor prego que 9s reavsa servis oas Beeb ume vee gu const aun instrament pra verifies Ja 1 eiuad do yo Na verde, coe dspostvo cond «ue preaneo TEeEee ab iesequiiade de pesos Iso pore scmpre har pssi- sae ibaa comprovar oo capacidde de bem exter sprees Do- see fendanc sastoraente © stereo da adnan. (TCU, Ac. onus Pleis, Voto do Mini Reltor Uiratan Agua, Publicado em 135.200) de licitagies pbieascomentadas. 3. Salvador: Iuspo- 27. "TORRES, Roaay Chutes Lopes de. vm, 2010, p280. 46 | Petsson Lecragbes [WAssim, o procedimento para aferigdo de inexequiblidade de prego definido no art. 48, inciso T, § 1", aliaeas “a” ¢“b", da Lei 8.66693 conduz a uma presunglozelativa de inex ‘equiblidade de pregos. Isso porque, além de o procedimento encerrarfragilidades, dado {que estabelece dependéncia em relasdo a pregos definides pelos participantes, sempre hhaverd epossibilidade de olicitante comprovar sua capacidade de bem executar 0s pregos ropostos, atendendo satsfatoriamente o interesse da administragzo. Nessas cireunstin- cas, caberd & administragdo examinar a viabilidade dos pregos propostos, tlo-somente como forma de assegurar a stisfagdo do interesse piblico, que € o bem tutelado pelo procedimento lictatério. Por essas raz6es, tivesse 0 certame chegado 2 termo distinto, caberia ao licitante vencedor demonstrar a exequibilidade de seu preso, na eventualidade dea administracdo vislumbrar a possbilidade de estar comprometida a regular prestag do servigo coatratado. (TCU, Ac. 287/2008, Plenirio, Voto do Ministro Relator Ubiratan Aguiar, Publicado em 3.3.2008). IL..] 0 eritério para aferieto de inexequibilidade de presos definido no art. 48, in- ciso Tl, § 1", alineas “a” e “b", da Lei n° 8.66/93 conduz 2 uma presunao relative de inexequibilidade de pregos, cabendo & administragio verficar, nos casos considerados inexequiveis a parti do referido eritévio, a efetiva capacidade de a licitante executar (05 servigos, no prego oferecido, assegurado 0 alcance do objetivo da lcitagdo, que é 1 seleeto da proposta mais vantajosa,e, por consequénci do interesse piblico, bem tutelado pelo procedimento lictatério. (TCU, Ac. 141/2008, Rel. Min. Ubiratan Aguiar, Publicado em 15.2.2008), 11. INEXIGIBILIDADE DE LICITACAO EM SERVICOS TECNICOS ESPE- ‘CIALIZADOS (ART. 25, II, DA LEI N° 8.666/93) ‘Sdimula n° 39 ~ A dispensa de licitagdo para a contratagdo de servigos com profissionais ou firmas de notérla especializagio, de acordo com allinea “a” do art.126, § 2, do Decre- to-lel 200, de 25.2.67, 56 tem lugar quando se trate de servigoinédito ou incomum, capaz de exigir, na selegdo do executor de confianga, um grau de subjetividade, insuscetivel de ‘ser medido pelos ertérias objetivas de qualificagdo inerentes ao processo delicitagdo. + Funnetgabo20, 25.207 ot 126 2% Prades 103627, So 17573 32/73 027873, pastieasns ‘Stimula n° 252 - A inviabilidade de competigao para a contratagio de servicos técnicos, ‘aque alude o inciso do art. 25 da Lei n° 8.666/1993, decorre da presenca simultanea de {trés requisitos:servico téenico especializado, entre os mencionados no art. 13 dareferida {ei natureza singular do servico e notéria especializagao do contratado. Ara Ses i 1.3207 Fala eat Lee BEG 25 Pts he O00, ‘na, Sei 264208 3728 Pr 1.392052 000 288308 fe 286/200 Ft Se 611208, te S208 oc AS72an- DOU 7122008 A 1247/2, Penk esl 56200 2208, Pr 12602000 3052008 Ae 2007 1 Car es 412207, fs 9/20, 3.50 DOU? 2073007, na e802 0207, A ‘W019 52/2050 4102007 A 2020 esi 2.9207, a 00 Pr 1800/2003 P2207 A 186200, Ca, Ss 207, fa 23/207. 1092205, 27200 68/2005, Pa Se 2.102083, a2, Pr $8372002, DOI 71.20. ei I, Pe So 8.20, 7/2, Pr 5.7202002 BOY ‘3.200 Decision 15524 i Ses. 20 a 97200, Pr 793799400 232000 Dio 27999, Pa So 7.2198, 29995, 13071585 DOU 127108. 47 Bruno Saxros Cuntia © Teaco Masqurra Tetes De CaRvatio ‘Sdimulan* 264A inexigibilidade de liitagio para a contratacao de servigostécnicos com pessoas fisias ou juridicas de notéria especializagio somente € cabfvel quando se tratar de servico de natureza singular, capaz de exigit, na selegdo do executor de confiansa, ‘grau de subjetividade insuscetivel de ser medido pelos critérlos objetivos de qualificagao jerentes ao processo de licita¢ao, nos termos do art. 25, incisoll,da Lei n° 8.666/1993. "pw Ses Glnd T207. undone gt a 7 io. BABI, Uh Pre A ‘rz Pa So 123208, Ma 708, Pe 01 542055, DOU 12008 A SURG, Pea, Ses 74007, aby, re Bn 250-4 OU 24207. fe 0207, 1 Cc, esi 12007, 0, Pe 12052025 0OY 712200 te T7232, a 980, Pr 612/20, DO 3022007, 297007, 2 Ca, Sse te 10207, ha 170, Pc O50, 0 10.007 Ae, 289207, 2 Cana, Sesto 632007, A 07, Pe. mss, 00033.207. + Comentirios O art, 25 da Lei n? 8.666/1995 teaz consigo as hipéteses em que a contratagso administratva ocore mediante inexigiblidade de licitaso, resaltando-se que tal ‘enumerapio abrange rol meramente exemplifcativo de ocasies nas quis se presume invidvel a competigao acerea do objeto aser contratado. De fat, os incsos do referido artigo representam situapestipicas em que tal inviabilidae é latent, restando 20 caput do dispositive abarcar as demas situagdes assemelhadas ¢ nfo expressamente revista.” De se dizer, asim, que o caput do art. 25 exercenitido papel de rogra de enceramento, Em especifco, o onto retatado na Stimula 252/TCU diz respeito&hipétese eons- tante do at 25, 1, da Lei n° 8.666/1993, segundo o qual éinexigivel a lctagéo nos cnsos gerais em que incabivel a competi e, em especial, “para a conratapdo de Servigos téenieos enumerados no at. 13 desta Lei de natureza singular, com profis- sionals ou empresas de notria especializago, vedada a inexgiblidade para servgos de publicdade edivalgasio” [Em ripido cotejo entre o texto de tal Simul ¢o do inciso legal em questo, vé-se srande similitade, inclusive redacional. Por certo, oque se vislumbra no present cas0 uma notria¢Iouvivel®intengao de rforgointerpretativo por parte do Tribunal de CContas da Unifo, de forma a fixarereafrmar 0 entendimento que, sem grandes ‘ressdeslogieas, i poderia ser extraido do texto legal que fundamentao precedente. De qualquer forma, o entendimento esposado no verbete passa pela caractriza- fi, om eada eas0, da inviabilidade de competiczo quando se pretende a contratagio dos chamados servigos téenios profissionaisespecilizados, expostos no Capitulo I, Segto TV, da Lei n° 8.666/1993. Assim frente a tas espcies de contratagio — 0 “Tribunal houve por far tts condicionantes de ordem geral para a caracterizagio da | aludidainviabilidade de competiga0: 1) servigo tEnico especializado constante do rol do art 13 da Lei n 8.666/1993; 2) natureza singular do servigo; 3) notéria espe cializapto do contatado 28, Vide comentros& Sirula 255. 29. Dizselouvive inengo sobretudo no tocante&fanilirdade do Tribunal om casos pretéitos cm ‘ue drsiosedmiaiststives havam por deeviar 0 nexoinrpetativo do disposi. 48 Pei ecrncrunaacreenratbicianie lia iaa ic seitad ais tie a sciatli LLemagbes Tnicialmente, vale dizer que o mesmo posicionamentoj era adotado pel Su ‘Tribunal de Justiga: ceed ‘A conta de seviostnics (caso dos ais) som licaggo, depends, Potato, de tx congas) emeragto do serio no dose lea Supracitado (art 13), 2) sun nafurenn singular, to ado bata esa entmcadn oar 13 dai 8.66683, endo necesito que osenvga tome iea eve 1sun compleriade erelevincin; © 3) a nota eopecaizago do profesional (conform daposto no §I* doa 25 scime anes). Assi, alo & qualquer, serge deserito no at 13 di el. 66653 que tora inci apo, Aguele de natreznsngla, qu exge a contaagto de proaina! nora Imes especial, eujaecola on dsr icicionaredade dni: va, (ST, Resp 313747040, Ke Min. Gilson Dipp, Quint Tuma, Iulgndo 28102003) Todo modo, adentando na anise das condicionantes da contratago ora debati- da, & de verse que a primera & de ordem meramente formal, bastando que 0 servipo tonic prosssonal especialiado que se pretende contrat ese abrangido pelo rl do art 15,8 mencionad, Em complementagto, rest rapar as dstinbes e earacterizabes cerca das ou- ‘tras duas condicionantes: a natureza singular do servigo e a notéria especial contratado. 7 a Primeiramente ~ e afastando eventusis impropriedades por decorréncias semanti- ‘cas, importa dizer que a natureza singular se dé em relago ao servigo e nfo frente 1 possiveis contratados. “Ou seja, a natureza singular deve ser entendida como uma ccaracteristica especial de algumas contratagtes de servigos técnicos profissionais es- pecializados. Enfim ¢ para concluir essa questio, singular é a natureza do servigo, ndo o niimero de pessoas capacitadas a executé-lo”™, Assim, tem-se que a natureza singular diferencia e afasta 0 objeto (servigos) de outros ordindrios, ainda que também expostos no art. 13 da citada Lei, fazendo com que somente os servigos singulares sejam passiveis de contratagao direta. ‘Nesta esteira, nem todo profissional especializado serd capaz de prestar 0 ob- Jeto tido como de natureza singular, jé que esta — com nitida conotagio relativa ~“caracteriza-se como uma situago anémala, incomum, impossivel de ser enfren- tada satisfatoriamente por todo e qualquer profissional especializado™', e deverd set constatada em fngo de cada caso concreto, Em suma, a singularidade do objeto dar-se-4 quando o profissional especializado de nivel padrio (médio) nflo for eapaz de prestar 0 servigo, ja que a natureza singular “resulta da conjugaglo de dois ele mentos, entre si relacionados. Um deles & a excepcionalidade da necessidade a set 30, SUSTEN FILHO, Marl, Comentiios le de tages ¢contrator administratives. 13, ed. Sio Paulo Dale, 2009p. 356 31, TUSTEN FILHO, Maral, Comentrios et de UetagSes ¢contratoradministratives 13. ed. So Paul: Disltie, 2009p. 356. 49 [Bruno Santos Conta Tiago Masqurma Tetss De Canalo satisfeita. Outro & a auséncia de viabilidade de seu atendimento por parte de um profissional especializado padrio"™. De outro lado, tem-se que a notéria especializacao deve ser debatida sob o prisma subjetivo, uma ver.que envolve uma caracteristica particular do contratado, em cotejo ‘com outros profissionais da mesma dea. E que a notéria especializagio impée “co- ‘nhecimento geral e reconhecimento de seus pares, fama consagradora do profissional ‘no campo de sua especialidade, pois notoriedade nfo se confunde com habilitacao ‘profissional: nem todos a possuem, como a habilitago".” Nesse ponto, 0 art. 25, § 1, considera de “notéria especializago o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experién- cias, publicagées, organizapio, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividedes, permita inferir que o seu trabalho é essencial indiscutivelmente o mais adequado a plena satisfagtio do objeto do contrato”. Em tal contexto, vélido mencionar o teor das seguintes Simulas: a) n. 39, que, apesar de editada sob 2 égide de antiga regulamentagio das licitagdes e contratos, (Titulo XII do Decreto-lei n° 200/1967, revogado posteriormente pelo Decreto-lei n° 2.300/1986), abarca a questo da notéria especializarZo, ¢; b)n. 264, editada recente- ‘mente, sobretudo com o fto de atualizar as referéncias legais dispostas na Siimula n. 39, visto que, conforme bem anotou o TCU, “em face da importincia e atualidade da ‘matéria tratada na Siimula em questo [n. 39], a mesma nto deveria ser revogada, mas ‘do somente atualizadas suas referencias legais"™*. Em especifico, os verbetes (a.39 en. 264) assinalam que a consideragio da notéria especializago passa pela configuragto de um servigo inédito ou incomum (leia-se: dde natureza singular, nos termos da referéncia legal atualizada ~ art, 25, Ul da Lei n? $8.666/1993), a ensejar a demonstragso inequivoca de que somente determinads em- presa, ou profissional, estaria apto a realizé-lo a contento. Demais disso, resta claro ‘que anotéria especializagao ultrapassa a questi da qualificagao (habilitagio), medida objetivamente quando do cestame licitat6rio, eis que para sua afericio ¢ imprescindi- ‘vel uma avaliagdo subjetiva do eventual contratado em relagdo a demais profissionais a fea. Por certo, ainds que se possa vislumbrar alguma parcela de fluidez na escolha do contratado, é de se notar que os prinefpios da igualdade e da impessoalidade ~ a in- formar de todo o instituto das liitagdes — implicam uma aferigao objetiva da notéria, 52. TUSTEN FILHO, Maral, Comentirios et de Uttagbes e entratos administralivos 13. ed. 0 Paulo Dialties, 2009p. 356 35, ARAUIO, Edm Neto de. Curso de dirsto administrativa, Sed So Paulo: Sarsve, 2010. p 580 34 ‘TCU. Ac- 143712011, Plenirio. Rel. Min. Valmir Carpelo. Publicado em 3.62011, No mesmo seér ‘ho: ee seapeeaato do TCU: "-] compre auslizararedaeo do vebeie, como isi de crier ‘aolonalizdor,o entendimento i sonsolidado pela Cote de Cotas em tea reearentee de grande [atereaa aio pare #Adminstres Piblic, como tmbém para a coletiviads endo com io, ‘expresso snetizada de orelag reieradamente esentada por esta Casa, Com estas considera- Gch apresentoperecer pela aprovago do proeto de alterapo do Enuneiado da Sim ? 39, para fue o Tribunal adote o aero que os subnet & su delberado.” 50 aie Lecragoes eee ete eee ee cerns pth spends too ns ba oe es ae o eevee Fo pas [sa » pre re ag Enfim —e como ja relatamos em outra oportunidade, a0 analisar caso assemelhad = resta claro, pois, ° 0 rol de condicionantes a que se submete tal espécie de coatrataglo diets, slerndo-se para a necessidade que tais requistossejam aferidos pelo éreio juridico do ente contratante no momento em que aprecia a juridicidade de todo © procedimento a ele submetido, O que se tem, assim, é una série de requisites ‘ue dever cocnistc pra que a contratayodirets,peia via da icitasto inexigh- ‘vel, sea plausivel, Nao se pode, pois, relegara um segundo plano tis aspectos de ordem téenico-formal, sob pena de se fulminar todo o escopo prncipiolégi- 0 inerente is contratagdes manejadas por entes piblicos, na tutela mais efetiva poss{vel do eririo ena busca da contratao mais vantajosaealiada zo interesse piblico. Por derradeiro, caso nfo restem preenchidas tais formalidades autorizantes da con- tratagdo diteta, nevessério que o trdmite da contratagdo seja trilhado pelas vias od nirias, obedecendo-se ao processo regular lictatério e fundamentando-se 0 cerame de acordo com as peculiaridades do caso. Somente diante de tais providéncias & que restard garantida a necesséria concorréncia (competicio) entre as pessoas especializa- das no ramo profissional e, bem assim, a transparéncia inerente & contratagdo pablica (@ oportunizar a incidéncia des mecanismos de controle da atividade estatal). A titulo exemplificativo, vale a mengo a alguns dos casos abaixo relatados,refe- rentes & contratagdo de servigos advocaticios, sobretudo pelo fato de que na comtrata- iio de tais servigos, no mais das vezes, néo se vislumbra a ocorréncia dos requisitos previstos no art. 25, II, da Lei n° 8.666/1993, tal qual aqui elencados. 1 Contudo, a inexigibilidade da liitaeao, nos termos do art. 25, 1, da Lei 8.666/1993, ressupde a presenga concomitante dos seguintes requisitos: a) servigo ténico listado no ‘art. 13; b) profssional (pessoa flsica) ou empresa de notGria especalizaeao; c) netureza singular do servigo a ser prestado. Sem a demonstragdo da netureza singular do servigo presiado, 0 procedimento licitatério & obrigatrio e deve ser instaurado, com 0 objetivo ‘maior de a) permitr a concorréncia entre as empresas e pessoas especializadss no mesmo ‘amo profssional¢,b) garanir ampla transparéncis & contratago piblicae, com isso, as- segura a possibilidade de controle pela sociedade c os sujeitos intermediirios (Ministério Pablico, ONGs, etc). (STI, REsp 942.412/SP, Segunda Turma, Rel. Mia, Herman Benja- min ~ Julgado om 28.10.2008). 35, TORRES, Ronny Chass Lopes de Les ets ples coment. 3c Stivadr mp div, 2010. p.160. nm Sed Seder hs 36. GUNA, Brin Santon Conta do servos sdvocticin par degre pcos Re ‘vista Controle. Fortsleza. v. VIM. n° 1.p. 297, set. 2010. m ms SL Bruno Santos Comma & Tuuaco Mesquta Ties Ds Canvatsto 110s pressupostos para a contatagio direta de um servigo com inexigibilidade de lictae5o, com base no referido dispostivo legal, sto os seguintes (conforme a Decisfo n° 427/99- ‘TCU, Plenario, DOU 19.07.99, exarada no TC — 001.347/1998-5, relatado pelo Exmo. St. Ministro Marcos Vilaga ¢ a Decisto n° 154/99-TCU, 2* Cimara, DOU 12.07.99, proferida ‘no TC ~ 013.733/1997-4, relatado pelo Exmo. St. Ministre Benjamin Zymler: a) presenga {do servigo na relagdo contida no at. 13 do mencionado diploma legal; b) natureza singular {do servigo; ¢)notére especilizagao do contretado na execurio de servigos da mesma es- ‘és; e ) invabiidade de competigo. (TCU, Ac. 342/2007, 1* Cémara, Rel. Min. Mareos Bemquere, Publicado em 23.2007). [Wi Tratando da excegao ®ra gral delicitar, oart.25, caput incisoT, da Lain" 8.666/1993 reconiza que, além da inviablidade de competi¢io, a conrstagdo de serviges com base na hipétese de inexigibilidade de lictaglo, depende do preeachimento dos seguntes pressup- ‘stos: a) que sua natureza sea singular, impedindo o estabelecimento de requisitos objetivos ‘de competgao entre os prestadores, sliontando-se, nessetocante, que servigo de natureza ‘singular é aguele caracterizado por marca pessoal ou coletiva (quando realizado por equipe), ‘que o individusliza em relagdo aos demi; b) que o executor possua notria especializagio. Por sua vez, art 25, § P, da Lei n? 8.666993 oferece os elementos habels para que a Ad- ‘ministrago verifique e comprave que o profssional possui notriaespecializagSo, quai se- Jjam: desempenho anterior, estidos,experiéncias, publicagbes, oganizapdo, aparelhamento, ‘equipe técnica, 03 outros equisitos relacionados is suas atividades. Em suma, nfo sendo fatendido algum desses pressupostos, revela-seincabivel a contrataodireta com fulero no faludido dispositive legal. (TCU, Ac. 1247/2008, Plenirio, Rel. Min. Marcos Bemquerer, Publicado em 25.6.2008). TBE itegal a contatagao de servigos advocaticis, com base em inexigbilidade de licitacao, sem que estejam presentes 03 requsito previstos no art. 25, incso I, da Lei n”8.666/1993. (TCU, Ae. 71/2007, Plenirio, Rel. Min. Augusto Nardes, Publicado em 13.4.2007). 12, LICITAGOES NA ADMINISTRACAO INDIRETA. ‘Stimuta n° 158 — As fundag6es instituidas ou mantidas pelo Poder Piblico, ax empresas piiblicas, sociedades de economia mista e as demais entidades previstas no art. 7°da Lei 17° 6.223, de 147.75 (Lei n° 6.525, de 11.4.78), néo estdo adstritas as regras de lieitagéo ara compras, obras servigos, previstas expressamente nos arts. 125 a 144 de Decreto- “leine 200, de 25.2.67, para os 6rgdos da administracdo direta e das autarquias, mas de- ‘Vem prestar obediéncia aos ditames bdsicos da competicdo lcitatéria, sobretudo no qué diz respeito ao tratamento isonémico dos eventuais concorrentes, como principio uni- ‘versal eindesligdvel do procedimento ético ejuridico da administracao da coisa piblica, ‘sem embargo da adocao de normas mais flexiveis e compativeis com as peculiaridades de funcionamento e objetivos decadaentidade. aac ri 11.2157 DOU VRB adam as 75 ro 72 55 a eT TA. e109 2520697 Se ay 20 e252 451254166 80, 2380 3 LMG, 16775. elt de 478 Pen Pc 11775 Se 6276 a 487% Ana 00 1875p. 060.69 TP (2B5807 cob Sess 7378 ha 17% eV DO 21378, p A135 41096418, Pc 2001.75, Se 2778, Ra Sa doce eh 00 178789. 18308, B25 B26. Os arts. 125 a 144 do Decreto-lei n® 200/1967 tratavam das regras atinentes as licitagdes para compras, obras e servigos na Administrago Direta e nas autarquias. 52 i a le aan SERRE Licracoes {s dostivos fam ogo plo Deco 2.01986 — ati dita cages econtratosadminitvos ~ qu, por sun ve, fo ve a Lei n° 8.666/1993. spepes ae Soba id do princi diploma normativo, regs de ices cots so- mnt vnclavam 4 Adinistapto Dinos tris, consonate dopant 9 ac 125: "Aa itaptes arn compra, ra eeerviges pasar aregerce, a Admnsns: clo Dire nas autre, peas noon conmabetanciadas ness Title dapoisea Complements aprovaas em dort Desarte as enidades du Administaglo Indira com personsidde juin de ato pao (Lio 622/175), aprm devin “ester eiart ao diames bisco da competi iat, sobectde no que dept to taamcte isontmice doe events concorents" Contd, com a ego do scesivos diplomas das lice, orefridogundro rmodifcouse. Como efeito, dispoe oar pardgrafo nic, da Lei? # 66/199, ave: Leta 8.44693 Ar Pro co, Sibrnaas gie det Li os crgos da administra det, os fundos expels ae autarquss, 36 fimdapdes publics, ax empresas piblics, as sociedsdes do economia mista ¢ dons eniades controladas dirta ou indrtamente pela Unto, Estados, Distrito Federale Maniepis. ‘A disposiggo normativa transcritaensejou o entendimento de que todas as entida- des da Administragfo Tndireta,independentemente de sua naturezajuridica estariam sujeita ds regras da Let a 8.666/1993. No entanto, a prépria Constituigdo Federal de 1988, em sua redago origintis, dispunha que “ empresa piblica a sociedade de economia mista e otras entidades aque explorem atividade econ6mica sujeitam-se ao regime juridico proprio das empre- sas privadas, inclusive quanto is obrigagGes trabalhistase trbutéras” (art. 173, §1°. se contexto normative suscitou o questionamento da submisslo das empresas csiaiais — empresas pibliea e sociedades de economia mista — atuantes no dominio evondimico & Len 8.666/1993. [Neste ponto, uma advertincia faz-se necesséria, A doutrina entende que o regime juriico das empresas estaais€ definido de acordo com suas atividades: se explo. rem stividade econémica, sujeitam-se ao regime juridico proprio das empresas prt vadas (art. 173, CF/1988); se prestarem servigos piblices, submetem-se ao regime aadministativo, proprio das entidades pdblicas (art. 175, CF/1988)". Assim, a contro- vérsia sobre a stjcigfo ou nfo A Lei n*8.666/1993 s6 existe quanto is empresas esta- tais atuantes no dominio econdmico, visto que aquelas prestadoras de servigo piblico devem obedigncia aquele diploma irestritamente 37, Oentendimento expasto¢seguido pele dotrna mort, Vide: ALEXANDRINO, Marcelo; PAU 1, Vicente. Direito administrative deseomplleado 5. e, Rio de Janeiro: mpesat 2008. 4647, 53 ‘Bauno Swros Cua Tatoo Mesgurra Tats Ds Canvasso © exemplo clissico da ndo sujeigio a Lei n° 8.666/1993 ocorre com a sociedade de economia mista federal Petréleo Brasileiro S.A. ~Petrobris, Consoante o art. 67 da Lei n° 9.478/1997: “Os contratos celebrados pela Petrobras, para aquisigao de bens € servigos, serdo precedidos de procedimento lictat6rio simplificado, a ser definido em decreto de Presidente da Repablica 0 dispositive transerito esteou a edigdo do Decreto n° 2.745/1998, que aprovou o Regulamento do Procedimento Licitatério Simplificado da Petrobras. Dai em diante, ‘essa sociedade passou a orientar seus procedimentos licitatérios conforme o mencio- nado regulamento, e ndo a Lei n® 8.666/1993, o que ocorreu sem grandes controvér- sias até a edigso da Emenda Constitucional n° 19/1998. AEC n® 19/1998 alterou a redago do § 1° do art. 173 da Constituigéo, estabele- cendo a necessidade de edigfo de lei dispondo sobre 0 estatuto jurfdico da empresa piiblica, da sociedade de economia mista e de suas subsididrias que explorem ativida- de econdmica de produgio ou comercializagao de bens ou de prestagio de servigos. Esse estatuto deverd conter o regramento a ser observado pelas referidas entidades no {que atine &“licitagdo e contratasio de obras, servigos, compras ¢ alienagdies, observa- dos 0s principios da administrasio pablica” (art. 173, § 1°, I). [Ante a modificagao do contexto normativo, o Tribunal de Contas da Uniti passou a entender pela inconstitucionalidade do Regulamento do Procedimento Licitat6rio Simplificado da Petrobras: 2. E negada, por inconsttucionalidade, a aplicagao do Decreto n° 2745/98, que ‘egulamentot a Lei n° 9748/97, tendo em vista que esta Lei ndo fi recepeiona- da pelo § 1° do artigo 173 da Constituipho Federal, na redapio que lhe confeiu ‘8 Emenda Constitucional n” 19/98, 53. Em face de tal negativa de vigéocia, deve a Petrobras sueitar-se ds normas Berais de lcitagio e contrato previstas na Lei u® 8.666193, a que le especifica Seja editada. (TCU, Ac, 1704/2005, Plendrio, Rel. Min Guilherme Palmeira, Publicado em 8.11.2005). [Nessa linha, o TCU sedimentou entendimento, genericamente aplicdvel as empre- sas estatais que atuam no dominio econémico, nos seguintes termos: [.-]este Tribunal se manifestou sobre a matéria (Acérdio 1390/2004, Plenirio), tsclarecendo que: “enquanto nfo for editado 0 estatuto a que se refere oar 173, § 1°, da Constisuigao Federal, as exapresas piblicas, as sociedades de ec0- ‘noma mista e suas subsididris que explorem atividade econtmica de produgio ‘ou comercializagdo de bens ou de prestago de servigos devem observar os dita- mes de Le n° 8,666/1993 ede sous regulamentos préprios, podendo prescindir a icitagdo pare a contratagdo de bens eservigos que consttuam sua atividade- “fim, nas hip6teses em que o referido Diploma Legal constitua dbice intans- ponivel& sua atividade negocal, sem olvidarem, contudo, da observancia dos Drincipios aplicdveis& Administragto Piblics, bem como daqueles insertos no referido Estatuto Licitatério.” 54 — Trcrapbes Embora o Tribunal admita temperamentos & utilizagto da lictagdes plas em resas estatas, atuando em ambiente concorrencial, a auséncia da lieitagi 36 ¢ justfcdvel nas hipSteses em que nao Saja possvel a compatibilizapto das ‘ormalidades do procedimento lictetrio com a atividade negocial das empre- 12s. (TCU, Ac. 2176/2007, Plenério, Rel. Min. Raimundo Careto, Publicado em 19.10.2007). Assim, o entendimento do TCU foi no sentido de que as empresas piblicas, so- ciedades de economia mista e suas subsididrias que explorem atividade econmica (em sentido estito) devem se submeter aos dtames da Lei n®8.666/1993, até que seja editada ale de que trata 0 §1° do artigo 173 da Consttuigo Federal na redago dala pela Emenda Constitucional n° 19/1998. No entanto, podem prescindir da licitagdo para a contratapio de bens e servigos que coastituam sua atividade-fim, nas hipéteses em que o referido diploma legal constitua dbice intransponivel su alividade nego- cial, em olvidarem, contudo, da observiincia dos principios aplicaveis & Administa- 0 Pablica, bem como éaqueles insertos no referido Estatuto Licitatério, a exemplo dos principios da impessoalidade e da isonomia, De todo modo, é importante assinalar que a questo da aplicago ou nfo da Lei n* 8,666/1993 as estatais atuantes no dominio econémico encontra-se aguardando defi- nigd0 no Supremo Tribunal Federal. ‘Sem embargo, o STF, em sede cautelar, tem suspendido a eficicia das decisées que inadmitem a aplicagio do Regulamento do Procedimento Licitatério Simplificado da Petrobris. Ilustrativamente, veja-se: ‘Agi Cautelar. 2. Eftito suspensivo a recurso extraordiniio admitide no Su- prior Tribunal de Justi. 3. Plausbilidade juridica do pedido,Licitapées rea- lizadas pela Petrobris com base no Regulamento do Procedimento Licitatrio ‘Simplifeado (Deereto n° 2.745/98 e Lei n° 9.478/97). 4. Perigo de dano ir reparivel. A suspensto das licitagdes pode inviabilizar a pr6priaatividade da Petrobris © comprometer 0 procesto de exploracao e dstribuipso de petréleo em todo o pais, com rafiexos imediatos para aindistria, omércioe,enfm, para ‘oda a populagio. 5. Medida cautelerdeferda para concede efeito suspensivo a0 recurso extraordiniri, (STR, AC 1193 MC-QO/R, Segunda Turma, Rel ‘Min. Gilmar Mendes, Tulgamento em 9.5:2006). Em voto proferido no acérdio acima, o ex-Ministro Eros Grau consignou, ainda, que a propria Lei n* 8.666/1993 permite edi de regulamentos prOprios para regu- lar os processos de contratacto das estatai Lei n* 8.666/93. Art 119. As sociedades de economia mista, empresas e fun- ddagdes piblicas e demaisentidades contoladas direa ou indiretamente pela Unitoe pelasentidades referidas no artigo anterior editario regulamentos pré- prios devidamente publicados, ficando sujeitas&sdisposigdes desta Lei. Parigrafo tinico. Os regulamentos a que se refere este artigo, no &mbito da ‘Administrgao Pablica, ap6s aprovados pela autoridade de nivel superior a que estiverem vinculados 05 espectivos érgios, sociedadeseentidades,deverio ser ‘Publicados na imprensa oficial 55 Bruno Savos Curia = "Tianoo Mesqurra Tete De Cannio Em conclusio, diante dos argumentos expostos, verifica-se que a questo da apli- cabilidade da Lei n° 8,666/1993 as estatais atuantes no dominio econdmico encontra- =, ainda, sem definigao definitiva, o que ocorrera somente quando o STF der a pala- ‘vrs final sobre o assunto. Até esse momento, o TCU tem mantido seu entendimento, a dospeito da inclinago do STF em adotar a tese contriria, conforme ilustra 0 seguinte precedente: Enguanto ndo editada ale prevsta no art. 173, § 1% nciso I, da Constituigo Federal, on enquanto nio houver deliberagio de mérito do Supremo Tribunal Federal sobre consttucionalidade do Decreto 2.745/98, aplicam-se & Petrobras, 1s disposigdes da Lei £,666/93, rssalvadas as hipéteses em que a aplicagso esse estatuto consituir Gbice intrensponivel A atividade negocial ds empress, ddevidamente justificado nos autos do provessolicitatéio. Decisies liminares em mandados de seguranca contra atos do Tribunal de Coo- tas da Unito, ainda que proferidss no Ambito do Supremo Tribunal Federal, tm catiterprecrio erestrito a0 to impetrado. Portanto, nfo vinculam os demais acérdaos do Tribunal de Contas da Unito. (TCU, Ac. 1854/2008, 2* Camara, Rel. Min, Raimundo Carriro, Sessio 14.4.2008), Bi Reletorio de auaitoria, Inconstitucionalidade do Decreto n° 2745/1998, que aprovou 0 Regulamento de Licitagdes da Petrobris, edo artigo 67 da Leia 9478/1997. Determinapo [para a observdncia da Lei n° 8.666/1993. Pedido de reexame. Conhecimento. Nao-provi- mento. 1. O TCU possui eompeténcia para declarar, em concreto, a inconstitucionalidade de tos normatives e demaisatos do poder plbico. 2. Petrobras est sujeita, até o advento da Tei que se refere oar. 173, § I incigo I da Constituigao Federal, & Len 8.666/1993, em face da inconstitucionalidade do Decreton*2.745/1998, (TCU, Ac. 560/2010, Plenario, Rel. ‘Min. Augusto Narées, Publicado em 263.2010), Até que seja editada lei dispondo sobre lictagdes © contratos das empresas estatais, ‘2 sociedades de economia mista, devem estas observar os preceitos da Lei 8.666193 ¢ ‘06 principios e regras da Administragzo Pablica. Com a redacio dada pela Emends n° 19/98, a Consttuigdo Federal no recepeionou as disposigbes contidas no artigo 67 da ‘Lei 9.478197. O Decreto 2.745198 ¢ ilegal, porquanto padece de vicio de competéne inova na Grbita jutidica e exorbita a matéria daquilo que um decreto poderia regula mentar.{..] (TCU, Ac. 1842/2005, Plenério, Rel. Min. Valmir Campello, Publicado em 28.11.2008). [BI Nao obstante,o regramento proprio em favor das liitapBes promovidas pela Peiro- bras tem por base legal o art. 67 da Lei 9.478/1997 e o Decreto 2,745/1998, cuja consti- tucionalidade e prevaléncia sobre as regras da Lei 8.666/1993, até o presente momento, foram reeonhecidas pelo STF. O item 2.1.b do regulamento de licitagdo da Petrobras, ‘utoriza a contratagao em cardter emergencial, quando houver situagao “que possa oes sionar prejuizo ou comprometer a seguranca de pessoas, obras, servigos, equipamentos {outros bens”, © que se apliea plenamente ao caso concreto. Inegével que a concessio ‘de medida liminar, suspendendo o procedimento de cup do contrato ‘dele decorrente, equipera-se& cizcunstincia que autoriza a incidéncia da aludida norms. (STU, REsp 773.505/RJ, Seguada Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, Publicado em 15.13.2008). 56 rcrmacons 13, NUMERO MINIMO DE PROPOSTAS NA MODALIDADE CONVITE Stmula ne 248 ~ Nao se obtendo oniimero legal minim detrés propostas aptasésele- sto nachos amodalidade Conve, inpse seo repeto doa coma convoce: {do de outros possivels Interessados,ressalvadas as hipotesesprevstes no pardgrafe doart.22,daLeine8.666/1993. tata Abe ee rn 2.205 00 225 Fr a BSH De ‘Sin Tw 2003195 » Pes ie 578904, ed Di 2, fl 009719, (81339973401; Pr 1215718830, Sessa 14.12.1983, 2* Cima, Ata #, Deco 82, OOU 21.12 193, p. 18.46/97; Pr. {7099S en 9, OOD 2 SUB DWE ese 25 19 i 6 eo 2500581994 pa Pa TOIT es 731% a ey, De DL 2831986 te 2610-2 Se 1202 7040009120, 9 URE ee 82208, ‘ena 3 asap Te A modalidade de licitago coavite &« mais simplficada dente as previstas na Let 1° 8.666/1993, sendo aplicével nas hipéteses em que 0 objeto pretendido encontra-se na faixa inferior de valores prevsta da Lei de Liitagbes Por tas az6es, & a modalidade que, de regra,enseja 0 menor nimero de concor- rentes. Sem embargo, em ordem a permitir uma minima competitividade, exige a Lei de Licitapées, essalvado 0 dispostono at. 22, § 7, que a Administragdo convide, no rinimo, ts interessados. Em que pese a lteralidade da norma legal, a jurisprudéncia do TCU, esteada na Lei n® 8.666/1998, pacificou a exigéncia de que o minimo de trés propostasaptas & selogdo tenham sido apresentadas, Vale dizer, nfo suficiente a mera formulagto de convite a ts interessados, sendo imprescindivel que efetivamentetenham sido rece- bidas ts propostas apta &selegdo, Por “propostas aptas& selepto,” deve-se entender aquelas propostas que atenderam as exigencias de habilitagloe classifiacto, ‘Com essa posigfo, 0 TCU, resguardando a moraidade e a isonomia, foi além da ‘mera exigéncia formal contida na lteralidade da lei, impondo que ‘um minimo de competitividade sejaefetivamente praticado, E preciso registrar, ainda, que do convite também poderio participar os demais interessados cadastrados pela Administragto na especialidade correspondente, desde que manifestem seu interesse com antecedéncia de até 24 horas da spresentagao das ropostas, Assim, para observaro disposto na Simula 248 6 suficiente que tenham sido re- ccbidas pela Administragfo um minimo de ts propostasaptas a slept, nfo impor- tando se tais propostas foram provenientes dos trés lctantes convidados ou daqueles ‘que manifestaram ineresse na forma do parégrafo anterior. Tmportantefizeralusto &posiggo de autorizada doutrina que rebate o entendimen- to retratado na simula em comento. Por todos, Margal Justen Filho aduz que": 38, JUSTEN FILHO, Maral, Comentirios le de Hetagdes¢ contratos administrativos. 13. ed. 880 Paul: isle, 2009: . 256-257 57 sy Bruno Santos Cunia & Tianoo Masourra Tates De CaRvatito io & compativel com a Lei o entendimento de que o mimero minimo de trés everi ser apurado em relagio as propostas validas. ..] Trata-se de conjugar ar 22, § 3%, com o art. 48, § 3° Este timo dispositivo estabelece que, des- classificadas todas as proposts, poder abrir-se prazo para os lctantes reno- ‘verem-nas, escoimando-es de seus defeitos. A apliceglo do dispositive poe © intéxprete diane de ums sitwagHo absurda. Suponha-se que trés propastassejam apresentadas e, n0 curso do coavite, ua delasseja desclasificada. Aplicendo- ‘fe a interpretagdo ora combatida para 0 art. 22, § 3°, 0 resultado seria a ne- ‘cessidade de repetir a lictago:afinal, haveria apenas duas propostas vlidas © ‘considerveis.Imagine-se, pordm, que todas as trés propostasfossem invlidas Por forga do art 48, § 3°, bastaria reabrir prazo para renovago das propostas. (Ou seja,a Lei teria tratado mais beneficamente a existéncia de trés propostas ‘defeiruoses, Seria mais eficiente que todas as propostas fossem deficientes do ‘gue exstr duas propostasvilidss. Em suma, a express referencia figura do ‘conve, contida no art. 48, § 3°, impde o raciocinio de que &licitaglo deveré, ‘continuar normalmeate quando existir pelo menos uma proposta vida e for malmente eceitivel ‘Todo modo, a jurisprudéncia caminhou em sentido oposto e, além do entendimen- to do TCU, o Superior Tribunal de Justica adotou posigao similar ADMINISTRATIVO ~ LICITAGAO - MODALIDADE CONVITE ~NUME- RO MINIMO DE PARTICIPANTES ~ANULAGAO DO ATO ADMINISTRA ‘TIVO - ART. 49 DA LEI 8.66693, 1.Na lictaglo pela modalidade convite

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