You are on page 1of 40
CAPITULO 4 SISTEMAS DE EQUACOES LINEARES 4.1 — EQUAGAO LINEAR Equacfo linear é uma equagio da forma: ay x, +a) x) +... +a, %,=b na qual X,, Xp, .., X, 840 as varidveis; a, a, ..., a, S40 Os respectivos coeficientes das varidveis e b é 0 termo independente. © Os valores das varidveis que transformam uma equacio linear em identidade, isto 6, que satisfazem a equagdo, constituem sua solugéo. Esses valores sio denominados ratzes da equacao linear. Exemplo: a equagéo 2x+y=10 admite, entre outras, as raizes x = 3 e y = 4, pois: 2 x 3 + 4 = 10. 70 Sistemas de Equagées Lineares 71 4.2 — SISTEMAS DE EQUAGOES LINEARES A um conjunto de equagées lineares se dé 0 nome de sisterna de equacdées lineares: ayy Ry + ayy Xp + one + Big Ky = By ayy Xy + agg Xp + ow Aig Xy + Agg Xp + oe + Aqg Xp = BM. © Os valores das varidveis que transformam simultaneamente as equagdes de um sistema linear em identidade, isto é, que satisfazem a todas as equagdes do sistema, constituem sua solugo. Esses valores sio denominados rafzes do sistema de equagées lineares. 4.2.1 — Sistema compativel Diz-se que um sistema de equagées lineares € compattvel quando admite solugao, isto €, quando tem rafzes. Um sistema compativel pode ser determinado ou indeterminado: © © sistema € determinado quando admite uma wnica solugéo. Exemplo: 0 sistema. 2x + 3y = 18 3x + 4y = 25 € determinado, pois tem como rafzes unicamente x = 3 e y = 4. © o sistema é indeterminado quando admite mais de uma solugo (na verdade, admite infinitas solugdes). Exemplo: o sistema 4x + 2y = 100 8x + 4y = 200 72 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares € indeterminado, pois admite infinitas soluges: x | 25 | 24} 23 | 22 |21 | 20] 19] 18] 17 |16 y| O} 2] 4] 6] 8/10) 12] 14) 16]18 4.2.2 — Sistema incompativel Diz-se que um sistema de equagées lineares € incompattvel quando nao admite solugio. Exemplo: o sistema 3x + 9y = 12 3x + 9y = 15 € incompativel, pois a expresso 3x + Sy nao pode ser simultaneamente igual a 12 ¢ igual a 15 para mesmos valores de x € y. 4.2.3 — Sistema linear homogéneo Quando num sistema de equagées lineares os termos independentes sio todos nulos, o sistema é chamado homogéneo. Exemplo: é homogéneo o sistema 3x, + 6x. =0 12x, + 24x, =0 © Todo sistema linear homogéneo tem, pelo menos, uma solugao, denominada solugGoo trivial: x, = 0 (no caso, i = 1, 2), isto 6, x, = x, = 0. Além da solugéo trivial, 0 sistema homogéneo pode ter, nfo necessariamente, outras solugGes, denominadas solucdes proprias. No exemplo dado, as solugées préprias sio: Xy = -2xy isto 6, a cada valor arbitrério atribufdo a x, se obtém um valor para x,, ¢ cada conjunto desses dois valores satisfaz o sistema. Sistemas de Equag6es Lineares 73 4.3 — SISTEMAS EQUIVALENTES Diz-se que dois sistemas de equagées lineares so equivalentes quando admitem a mesma solugdo. Exemplo: os sistemas 3x + 6y = 42 x+2y=14 2x—4y = 12 x-2y= 6 so equivalentes porque admitem a mesma solugéo: x= 10 ¢ y= 22. 4.3.1 — Operagées Elementares e Sistemas Equivalentes Um sistema de equagées lineares se transforma num sistema equivalente quando se efetuam operagdes elementares sobre suas equagées: T) Permutagio de duas equacdes. I) Multiplicagao de uma equagSo por um mimero real diferente de zero. IID) Substituigéo de uma equacdo por sua soma com outra equagao previamente multiplicada por um mimero real diferente de zero. © As operagées elementares aplicadas a um sistema de equagées lineares serio indicadas do mesmo modo que na inversdo de matrizes. 4.4 — ESTUDO E SOLUGAO. DOS SISTEMAS DE EQUACGOES LINEARES Por razées de ordem didética, 0 estudo e a solugdo dos sistemas de equacdes lineares ser feito, separadamente, nos dois casos em que podem se apresentar: 12) Sistema de n equagées lineares com igual mimero de varidveis. 22) Sistema de m equagées lineares em n varidveis (m ~ n). 74 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares 4.4.1 — Sistema de n equagées lineares com n variaveis Para resolver um sistema de n equagdes lineares com n varidveis serdo apresentados trés métodos: o de Gauss-Jordan, o da matriz inversa e o da regra de Cramer. Em 4.4.1.4, alineas a), b) €c), se informaré em que casos € conveniente utilizar cada método. © O método de Gauss-Jordan e o da matriz inversa exigem que a matriz dos coeficientes das varidveis possa ser transformada na matriz I. Em 4.4.2.5, exemplos 1 e 2, sao tratados casos em que a referida matriz nao pode ser transformada na matriz unidade, ao mesmo tempo em que se indica a maneira de obter a solugéo dos sistemas correspondentes, 4.4.1.1 — Método de Gauss-Jordan Considere o leitor, inicialmente, o seguinte sistema de equagGes lineares e sua transformagao em sistemas equivalentes, até obter a sua solugao: 2x + 4y = 22 th: Ix+2y=11 5x — 15y = -20 5x - 15y = -20 > Ly -5 Ly: Ix + 2y =11>L,-2L;: Ox + ly =3 Ix +0y=5 ou: Ox + ly =3 istoéx=5 © y=3, O leitor atento terd verificado que: a) a matriz dos coeficientes das varidveis foi transformada, por meio de operagées adequadas, na matriz unidade; ao mesmo tempo, submetida as mesmas operacées, a matriz-coluna dos termos independentes foi transformada nas raizes das equagSes, isto é, na solucio do sistema; Sistemas de Equacoes Lineares 75 b) as varidveis x e y, durante as operagées realizadas, praticamente nao participaram do processo, a nao ser por sua presenga ao lado dos coeficientes. Diante dessas duas constatagdes, & facil explicar e entender o método de Gauss-Jordan que, por sua vez, € muito simples: 12) coloca-se ao lado da matriz dos coeficientes das varidveis, separada por um traco vertical, a matriz-coluna dos termos independentes: 2 4 | 22 5-15 | -20 Essa matriz, associada ao sistema de equag6es lineares, é chamada matriz ampliada do sistema. Cada linha dessa matriz, € uma representagdo abreviada da equago correspondente no sistema. O trago vertical € dispensdvel, mas € colocado para facilitar a visualizagéo da matriz dos coeficientes das varidveis ¢ da matriz-coluna dos termos independentes; 22) transforma-se, por meio de operag6es adequadas, a matriz dos coeficientes das varidveis na matriz unidade, aplicando-se simultaneamente & matriz-coluna, colocada ao lado da matriz dos coeficientes das varidveis, as mesmas operagdes; 3) transformada a matriz dos coeficientes das varidveis na matriz unidade, a matriz dos termos independentes ficara transformada, ao final, na solugéo do sistema. Exemplo: resolver o sistema 2x, + Ixy + 3x3 =8 AK, + 2x9 + 2x3 =4 2x, + Sxy + 3x3 = -12 Solugao: A a 11 3] 4 42 2) 4 2 2 2 5 3-12 4 2 2] 4/7L,4L, 5 3 ]-12] +L, 2; 76 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares CC 113) 4 a2 2 2 0 0 4-12} +L: 0 4 0|-20 0 4 0|-20 oO 4 ]-12 S|] auy-4 ty 10 3/23 2 2 2) 2 o 1 0]-5 o 1 0] -5 0 0 -4|-12 0.0 4-12 > Hts 10 3413 10 0}]2 2)2 0 1 of-s 0 1 0|-5 a alo [o 0 1] 3 De acordo com 0 que ficou explicado, o sistema inicial de equaco lineares se transformou no sistema equivalente: 1x, + Ox, + Ox, Ox, + 1x, + Ox; = -5 Ox, + Ox, + 1x3 isto 6,x, =2,x,=-5 € x3 =3. 4.4.1.2 — Método da matriz inversa Seja o sistema: yy Xy + ayy Xp Hoe + Aig Xn = OY gy Xp + Ag2 Xq + on + Apq Xq = 2 any X1 + any X2 +... + gg Xq = Dy Sistemas de Equagées Lineares 77 Fazendo: ay Aas Ain x by oa eal Xa doah © sistema pode ser escrito sob a forma matricial: ay ae Ae sl My Ay Ay Maze Aan} | Xa ou, utilizando a notago abreviada: _AX=B Admitindo a existéncia da matriz A-1, isto é, admitindo que a matriz dos coeficientes das variéveis pode ser transformada na matriz I, e pré-multiplicando ambos os membros da igualdade por A-!, vem: A‘1(AX) = AJB (AIA)X = AIB AlA=I IX = AB xX=AIB @ A solucéo do sistema é bastante simples: basta multiplicar a matriz. A-1, inversa da matriz A dos coeficientes das varidveis, pela matriz-coluna B dos termos independentes. Exemplo: resolver o sistema: 6x + 2y = 6 10x + Sy = -5 4 78 Matrices, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares Solugdo: Fazendo: [eb] El © sistema se transforma em: AX=B ¢ a solugdo € dada pela formula (1): X=AIB mas: 5 To 6 2] = 6(5)—2(10) = 30-20= 10 eAT= detA =| 15 2| _ 10 10 logo: = 10 10) [, 2 x x 7 7 10 6] |-5 3 x, 10 10 4.4.1.3 — Regra de Cramer Sly slo A regra de Cramer, que nao utiliza as operagées elementares, € de uso muito restrito e nao seré demonstrada (mas verificada por meio de exemplos), consiste no seguinte: 12) calcula-se 0 determinante D da matriz dos coeficientes das varidveis x,; Sistemas de Equagées Lineares 79 2°) calcula-se o determinante D, da matriz que se obtém da matriz dos coeficientes das varidveis, substituindo a coluna dos coeficientes da varidvel x, pela coluna dos termos independentes; 3°) calcula-se x; pela férmula: No caso de um sistema de 2 equagées lineares com 2 varidveis, i varia de 1 a2; se se tratar de um sistema de 3 equaces lineares com 3 varidveis, i varia de 1 a 3. Exemplos: 1) Resolver o sistema 2x, + 4x, = 22 5x, ~ 15x, = -20 Solugao: 2 4 = -30-20 = -50 5-15 22 4 Di = = -330 + 80 = -: : 3 -15 | Toa fe cel ee et Este problema foi resolvido em 4.4.1.1, com as varidveis designadas por x e y, como introdugao & solugao de um sistema de n equagées lineares com n varidveis pelo método de Gauss-Jordan, 80 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares 2) Resolver o sistema 2x, + Ixy + 3x2 =8 4x, + 2x, + 2x3 = 4 2x, + Sxp + 3x3 = -12 Solugao: O cAlculo dos determinantes, quer pela regra de Sarrus, quer desenvolvendo-o por uma linha (coluna), fica a cargo do leitor. 213 81 3 D =|4 2 2) = 32 Dy = 42 2|= 4 25 3 -12 5 3 2 2 2 : 8 D, = |4 4 2) =-160 Di. \4 2 4\ 30 7-22 2 5 -12 Este problema foi resolvido em 4.4.1 — Exemplo, pelo método de Gauss-Jordan. O leitor, apés calcular D, D,, D, ¢ D3, poderf comparar as duas maneiras de encontrar as solugées e decidir qual delas julga a mais conveniente. 44.1.4 — Conveniéncia da utilizagao dos métodos de Gauss-Jordan, da matriz inversa e da regra de Cramer a) E conveniente empregar 0 método de Gauss-Jordan para resolver sistemas de n equagées lineares com n varifveis nos dois seguintes casos: Sistemas de Equagées Lineares 81 12) quando se tem para resolver um tinico sistema; 2%) quando se tem para resolver um conjunto de sistemas de n equacées (e igual mimero de varifveis), tais que as matrizes dos coeficientes das varidveis de cada sistema sejam diferentes umas das outras. © Dentre as imimeras aplicagdes do método de Gauss-Jordan, € de se destacar a que, embora néo explicitamente, contribui para a solugio de problemas de Programagéo Linear. © De outra parte, deve-se salientar que 0 método citado € particularmente indicado quando o nimero n de equagées for relativamente grande. b) E conveniente empregar 0 método da matriz inversa no caso em que se tem para resolver conjuntos de sistemas, todos com n equagées (€ igual mimero de varifveis), tais que as matrizes dos coeficientes das varidveis de cada sistema sejam todas iguais, variando somente os termos independentes. Nesse caso, basta calcular somente a inversa de uma tinica matriz, com a qual, por meio da formula (1) de 4.4.1.2, se resolverao todos os sistemas, Exemplo: resolver os seguintes sistemas de equagées lineares: 2x, + 1x, + 7x3 = by 1X, + 3xq + 2x3 = by 5x, + 3x, + 4x3 = by Ipara by = 16, by =-5, 93 = 1 2)para by = 25, bg =-11, bs = 3)para by=3, by=5, bg=-5 Solugéo: Fazendo: 217 x b, | [16 b,| | 25 b,| [3 A=|1 3 2| X=|x,|B,=|b)|=|-5] By =|b)]=|-41] © Bs =/b)/=| 5 53 4|, x,|, [bs] (1), [bs] | 5 bs] |-5], 82 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares Os trés sistemas se transformam em: 1) AX=B, 2) AX=B, 3) AX=B, € a solugdo € dada pela férmula (1) de 4.4.1.2: 1) X=A7B, 2) X=A"lB, 3) X=A-lB, A inversa da matriz A, conforme foi visto no exemplo de 3.7 é: 6 17 19 6 6 6 6 27 2 Al=|-— = -SJ 6 6 6 R41 os 6 66 Por conseguinte: 2 19] 6 66 6 16 = xy 27 3 6 ~wl}°| = |4] = |» 7 5 | Ltt 2 3 66 66 ‘Sistemas de Equagées Lineares 83 2) 6 7 19 . ©! [os 2 x 6 7 3 eee ce gl a lee as : : 74 6 6 66 isto 6, =4, 3) » 6) T5 3 x 3 -2| | 5] = }2/ = 6 2 “5 1 5 - 66 istoé, x)=-3, x,=2 € x=]. © Conjuntos de sistemas desse Ultimo tipo se encontram em Macroeconomia, como, por exemplo, no Quadro de Insumo-Produto de Leontieff — Fluxo de Bens e Servigos. Pafses altamente desenvolvidos obtém desse Quadro conjuntos de sistemas de dezenas ou centenas de equacées lineares (¢ igual ntimero de vari4veis), cada sistema com a mesma matriz dos coeficientes das variéveis, mudando somente as matrizes-coluna dos termos independentes. A solugdo desses sistemas (que implica a inversio de uma tinica matriz) permite calcular a produgio que deve ter cada setor em que a Economia Nacional foi dividida, a fim de atender as exigéncias diretas e indiretas para as utilizagdes intermedidrias (setor produtivo) e final. A inversio de uma dessas matrizes s6 foi possfvel com o advento dos computadores, ©) A regra de Cramer, de uso restrito como jé foi dito, € utilizada, em geral, somente para resolver sistemas de 2 equacées lineares com 2 variaveis ou, mesmo, de 3 equacées com 3 varidveis. Para sistemas de mais de 3 equacées lineares (¢ igual némero de varidveis) a regra & praticamente inaplicdvel em virtude do elevado ntimero de determinantes a calcular. 84 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares 4.4.2 — Sistema de m equacoées lineares com n variaveis ( m # n) O método para resolver um sistema de m equag6es lineares com n varidveis € semelhante ao método de Gauss-Jordan, visto em 4.4.1.1, com a diferenga de que a matriz dos coeficientes das varidveis nio pode ser transformada na matriz unidade, porque ela € uma matriz retangular. Entretanto, o procedimento inicial € 0 mesmo: transforma-se no mimero 1, por meio de operagées adequadas, cada elemento a;,, no qual i j, e em zeros os demais elementos das colunas em que se situam esses a, Depois, feitas algumas consideragées, se encontrar a solucdo do sistema. A seguir serdio dados trés exemplos que facilitarao a compreensao do método. 1) Resolver o sistema de 3 equagdes com 2 varidveis: 2x, + 4x, = 16 5x, — 2x, Ox, — 4x2 Solugao: 1 2 4)16] SL: 1 2/8 5 2] 4 5 2/4] >L,-5L;: 10 -4| 3 no 4] 3] >L,-1014: 1 2/8 ; 1 2| 8) +L,-2L, 0-12 |-36) > - 75 Ly o 1] 3 0 -24 |-77 0 -24|-77| +L, +24L: 1 0 [2 1x, + Ox, =2 © 1|3] Esta matriz corresponde ao sistema: {0x, + 1x, = 3 o 0 |-s Ox, + Ox, =-5 que € equivalente ao sistema dado. Ora, como no existem valores de x, € x, que satisfazem a 3? equago (0x, + Ox, = -5), 0 sistema é incompativel. Sistemas de Equagoes Linares 85 2) Resolver o sistema de 4 equagées com 2 varidveis: 2x, + 4x. = 16 Sx, —2x, =4 3x, + 1x, =9 4x, - 5x) =-7 Solugao: 2 4| 16] ->1L: a 2) Sii2| 4 5 2] 4) +L,-5L,: 3 1] 9 3 1] 9] +b3-3L;: 4 5) 7 4 5 | -7| + Ly-4b;: 1 2| 8 1 1 2] 8) +L,-2L; O -12} -36| > rT L: oO 1 3 o -5| -15 0 -5| -15| +L, +51: 0 -13 | -39 O -13 | -39] +L, +13L;: 1 0/2 Ix, + Ox, =2 © 11 3) Esta matriz. corresponde ao sistema: 40%1 + 1x. = 3 0 ojo Ox, + Ox, =0 0 ojo 0x, + Ox, =0 que € equivalente ao sistema dado. As 3 4e 4% equacdes nao estabelecem nenhuma condi- do para x, € x. Portanto, a solucdo do sistema seré dada pelas duas primeiras equagdes: 1x, + Ox, =2 Ox, + 1x, = 3, istoé, xy=2 € X 86 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares 3) Resolva o sistema de 2 equagées com 4 varidveis: [e — 8K, + 24x3 + 18x, = 84 4x, — 14x, + 52x; + 42x4 = 190 v wf 1 0 2 0 ee 4 12 -14 52 1 2 9| 42 190] + L,-4L,: 9| 42] +L, +4L: 2 iL X1 = 86 — 20x, — 21x, X_ = 11— 2x — 3x4, isto €, o sistema é compativel e indeterminado, pois admite infinitas solugdes. Os valores de x, € X, se obtém atribuindo valores arbitrérios a x, € x4: ms x,;|3| 1] o| 5 2fa[-|- arbitrérios | 1] 2 oO] 3 s [4 +4 calculados x, | 5 | 24] 86| -77|-59|-78| - | - | - x | 2 3 [uf-13[-3]-9 “TT: 4.4.2.1 — Caracteristicas de uma matriz Quando se dispée de uma inatriz ampliada de um sistema de m equagées lineares com n varidveis e se utiliza o método exposto no item anterior para a solugao do sistema, isto é, quando se transforma, enquanto for possivel, no nimero 1, por meio de operagdes adequadas, cada elemento a,,, para i = j (a, , ayp»...), e em zeros os demais elementos das colunas em que se situam esses elementos a,,, diz-se que a matriz inicial foi transformada numa matriz em forma de escada. © A matriz amptiada do sistema seré designada por A ¢ a matriz. em forma de escada por B. Sistemas de Equagées Lineares 87 © Nos trés exemplos dados no item anterior, obtiveram-se as seguintes matrizes em forma de escada: a) no exemplo 1: 1 2 B=/0 1 3 0 5. © A denominagéo matriz em forma de escada se deve a0 modo como esté disposto o mimero 1 em cada coluna: i 0) 2 o Li] 3 Oo Of} -5 b) no exemplo 2: 1 0/2 5 o 143 o Oo; 0 o 0; 0 c) no exemplo 3: ° p-|} 20 21 | 86 0 1 es eo Nesses exemplos, cada matriz B, equivalente a correspondente matriz A, contém, 4 esquerda do trago vertical, a matriz V dos coeficientes das varidveis. Sao, portanto, trés as matrizes a considerar. Assim, usando como referéncia o exemplo 1: T) Matriz ampliada do TD) Matriz B em forma TI) Matriz V dos coeficientes sistema (Matriz A) de escada das varidveis 1 0 _ 1 0 A=|5 2/4 B=|0 1 3 v=|0o 1 0 5 0 0 88 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares © Examinando as matrizes B e V, verifica-se que: a) a matriz B tem 3 linhas com elementos nao todos nulos; b) amatriz V, contida em B, tem 2 linhas com elementos nao todos nulos. Chama-se caractertstica de A (da matriz ampliada de sistema), ¢ se representa por Ca, o ntimero de linhas com elementos nfo todos nulos de B (matriz em forma de escada equivalente & matriz A). No exemplo 1, Ca =3 porque a matriz B tem 3 linhas com elementos néo todos nulos. Chama-se caractertstica de V (da matriz dos coeficientes das varidveis contida em B), e se representa por Cv, o mimero de linhas com elementos nio todos nulos de V. No exemplo 1, Cv = 2 porque a matriz V tem 2 linhas com elementos no todos aulos. Como se vé, nesse exemplo 1, B representa um sistema de 3 equagées (m = 3) com duas varifveis (n = 2) e Ca > Cv. Nesse caso, o sistema é incompattvel: a ‘iltima linha de B representa a equagdo linear Ox, + Ox, = -5 que ndo é satisfeita para nenhum valor de x, € de x». @ No exemplo 2, tem-se: 1 042 10 B= Oo 113 Vv _ o o|0 o 0 9 0{90 a Nesse exemplo, B representa um sistema de 4 equacées (m = 4) com 2 variveis (n = 2) e Ca = Cv = 2 porque tanto a matriz B como a matriz V tém duas linhais com elementos nfo todos nulos. Nesse caso, o sistema € compativel e as duas primeiras linhas de B informam que x, = 2€ x, = 3. © No exemplo 3, tem-se: pa |! © 20 21/8] . y_|i 0 20 21 Oo 1 2 3{iL o1 2 3 Nesse exemplo, B representa um sistema de 2 equagdes (m = 2) com 4 varidveis (n = 4) e Ca = Cv = 2. O sistema é compatfvel: a primeira linha de B informa que Sistemas de Equagées Lineares 89 X, = 86 — 20x, — 21x4, enquanto a segunda linha informa ser x. = 11 — 2x, —3x,; os valores de x, e x, se obtém atribuindo valores arbitrérios a x, € X4. © Quando Ca = Cv se diré que a caractertstica de B (matriz em forma de escada € C: Ca=Cv=C © As definicgdes permitem concluir que: Ca>Cv De fato: em virtude de V estar contida em B, as linhas de V com elementos nao todos nulos estéio contidas em mesmas linhas de B com elementos nio todos nulos, o que implica ser, no minimo, Ca = Cv. Por outro lado, em virtude de B conter V, as linhas de B com elementos nao todos nulos podem, eventualmente, ser em maior niimero do que as linhas de V com elementos nao todos nulos, o que implica a possibilidade de ser Ca > Cv. (Os exemplos 1, 2 ¢ 3 so bastante esclarecedores. 44.2.2 — Caracteristica e nimero de varidveis Neste item se trataré somente do caso em que Ca = Cv = C, isto é, em que 0 sistema é compattvel e se examinaré a relagao entre caracteristica e mimero de varidveis. 12) A caracterfstica C néo pode ser maior do que o mimero de varidveis, Para que a caracteristica C fosse maior do que o ntimero de varidveis, se deveria ter uma matriz reduzida a forma de escada do seguinte tipo, por exemplo: sendo r um niimero real. Nesse caso, a caracteristica C seria 3 e o mimero de varidveis seria 2. Entretanto, a matriz dada nao é uma matriz reduzida a forma de escada: o ntimero 4 que aparece na 3° linha pode ser transformado em zero por adequada operago, enquanto © ntimero r também deverd ser transformado em zero pela mesma operacio (se r fosse transformado num niimero diferente de zero, se estaria fora da hipstese, pois que, no caso, 90 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares Ca seria maior do que Cv, ¢ a hipétese em que se esté trabalhando € que o sistema é compativel, isto 6, que Ca = Cv = C). Assim, na verdade, a matriz antes citada €: i oO] 4 0 1 9 oO 0 0 ea caracteristica C = 2 € igual ao ntimero de varidveis n = 2. 22) Quando a caracteristica C é igual ao ntimero de varidveis, o sistema é compattvel e determinado. E 0 que acontece com o exemplo 2, citado anteriormente. A matriz reduzida & forma de escada: ooo ooo ooun representa um sistema que tem m = 4, n = 2, C = n = 2, € a solugdo, como jé foi visto, é: X, =2ex,=3. 32) Quando a caracteristica C é menor do que o mimero de varidveis, 0 sistema compattvel e indeterminado. Eo que acontece com o exemplo 3 citado anteriormente. A matriz reduzida & forma de escada 86 iL 1 0 2% 2 o 1 2 3 representa um sistema que tem m = 2, n = 4, C = 2, C < nea solugao, como jé foi visto, €: x, = 86 — 20x5 ~ 21Ky © xy = 11 — 2x3 — 3X4, sendo os valores de x, € x obtidos atribuindo-se valores arbitrérios a x3 ¢ X4. 44.2.3 — Grau de liberdade de um sistema Chama-se grau de liberdade de um sistema de equacées lineares & diferenca = n—C. No jé tantas vezes citado exemplo 3, o grau de liberdade do sistema € g=4-2=2, uma vez que, naquele sistema, n = 4e C = 2. Sistemas de Equagées Lineares 91 O significado do grau de liberdade de um sistema de equacées lineares, o leitor certamente j4 percebeu: informa o mimero de varidveis 4s quais devem ser atribuidos valores arbitrérios para calcular cada uma das varidveis restantes, 4.4.2.4 — Caracteristicas, numero de varidveis e solugées que foi dito ¢ explicado nos trés itens anteriores pode ser assim resumido: 1) A caracteristica Ca de uma matriz ampliada A, que representa um sistema de m equagées lineares com n varidveis, nio pode ser menor do que a caracteristica Cv da matriz V dos coeficientes das varidveis contida na matriz B reduzida & forma de escada. 2) Quando Ca > Cy, o sistema é incompativel. 3) Quando Ca = Cv = C, C é a caracteristica da matriz B reduzida 4 forma de escada. 4) C nAo pode ser maior do que a, isto é,C L)-3 Ly: 0 0 ‘| 92 Matrizes, Determinantes ¢ Sistemas de Equagées Lineares Tendo em vista que Ca = 2 e que Cv = 1, isto é, que Ca > Cv, o sistema é incompativel. 2) Resolver o sistema de 2 equagdes com 2 varidveis: 4x + 2y = 100 8x + 4y = 200 Solugao: 4 2|100] 41: 1 1] 25 125 2 2 8 4}200 8 4/200] > L, -8L,: Oo 0] Oo Tendo em vista que Ca = Cv = C = 1 e que n = 2, isto é, C < n, o sistema é compativel ¢ indeterminado, A primeira linha da matriz reduzida A forma de escada representa a equagao 1x = 25 — 0,5y, isto é, os valores de x sio obtidos ao se atribuir valores arbitrérios varidvel y (O grau de liberdade g = n - C = 2~1 = 1 jf podia indicar que os valores de x dependiam de uma tinica variével). © Os dois exemplos jé foram mencionados em 4.2.1 ¢ 4.2.2. © Quando num sistema de n equagGes com n varidveis a matriz dos coeficientes das varidveis no puder ser transformada, por operagGes elementares, na matriz unidade (caso dos exemplos 1 ¢ 2), a solugao diré necessariamente que o sistema é incompatfvel ou compativel e indeterminado, Ao contrério, quando a matriz dos coeficientes das variéveis pode ser transformada na matriz unidade (caso dos exemplos resolvidos pelo método de Gauss-Jordan item 4.4.1.1, e pelo método da matriz inversa, item 4.4.1.2), a solugéo é sempre compativel e determinada, 4.4.3 — Permutagdo de linhas e de colunas na solugdo de sistemas de m equagées lineares com n variaveis Durante a execugdo das operacées para transformar a matriz ampliada de um sistema na matriz em forma de escada, podem ocorrer os seguintes casos particulares: Sistemas de Equagées Lineares 93 12) Numa linha, um zero no local onde se pretente obter o mimero 1; nesse caso, efetua-se a troca dessa linha pela seguinte ou por uma outra das seguintes, se for 0 caso, prosseguindo-se, apés, normalmente. Exemplo: 1 0 7/15 1 0 7715 0 0 6/12) -Ly: Oo 2 3/14 0 0 9/18 0 Oo 9} 18 Oo 2 3414 Oo 0 6]12 Em virtude de néo resolver trocar a 2° linha pela 3%, a soluc&o foi trocar a 2? linha pela 4%: agora, em lugar de um zero se tem em a,, 0 mimero 2 que, por adequada operagao, pode ser transformado no ntimero 1. 28) Ainda, numa linha, um zero no local onde se pretende obter o ntimero 1 sem possibilidade de trocar a linha por qualquer uma das seguintes em virtude de, na coluna correspondente, somente haver elementos nulos abaixo do citado zero. Exemplo: 1 3 2 S|{2i 0 0 4 -8}|-20 78 1 7] 31 Nesse caso, de nada adianta trocar a linha 2 pela linha 3. Sabendo, entretanto, que essa matriz representa o sistema: 1x, + 3x, —2x, + 5x4 = 21 Ox, + Ox, + 4x3 — 8x4 =—20 Ox, + Oxa + 1x3 + 7x4 = 31, pode-se fazer a troca de duas colunas: a coluna da varidvel x, pela da varidvel x3, troca que se indicard por C (x2, 3) ee ee 1-2 3 5/21 0 0 4 -8|-20 > 0 4 0 -8)-20 3°90 1 7/31 3 10 7/31 4 CK, x3) Com essa operacdo, em lugar de um zero em a,, se obtém o ntimero 4 que, por adequada operacdo, pode ser transformado no niimero 1. 94 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares © A hipotese de haver uma coluna com elementos todos nulos nao dever4 ocorrer: seria 0 mesmo se a varidvel nao fizesse parte do sistema. Assim, o sistema: 4x, + Ox, + 2x3 = 12 4x, + 2x3 = 12 6, na verdade: 3x, + Oxy + 5x3 = 16 3x, + 5x3 = 16 @ Em 4.5, na solugéo do problema 10, aparecem os casos de troca de linhas ¢ de troca de colunas. 4.5 — PROBLEMAS RESOLVIDOS Antes de iniciar a solugéo de problemas, convém esclarecer que: 1) Para classificar qualquer sistema de equacées lineares (m = n, m # n, homogéneo ou nfo), seré usada sempre a mesma notacdo e utilizado sempre 0 mesmo critério. Assim: a) A é a matriz ampliada do sistema (contém a matriz dos coeficientes das varidveis e a matriz-coluna dos termos independentes, ambas separadas por um traco vertical); b) B é a matriz ampliada reduzida & forma de escada;, c) Ca é a caracteristica da matriz ampliada A (mimero de linhas com elementos nao todos nulos de B); d) Cv & a caracteristica da matriz V, contida em B, dos coeficientes das varidveis (ntimero de linhas com elementos nfo todos nulos de V); e) C (quando Ca = Cv = C, o que nem sempre ocorre, pois Ca pode ser maior do que Cv) é a caracterfstica da matriz B reduzida a forma de escada; Sf) m€ 0 miimero de equagdes; g)n€o ntimero de varidveis; h) g = n—C € 0 grau de liberdade do sistema. Por outro lado: i) Se Ca > Cv, o sistema é incompativel; Sistemas de Equagoes Lineares 95 J) Se Ca = Cv =C, 0 sistema € compativel. Nesse caso: |,) se C = n, 0 sistema € determinado; j,) se C < n, 0 sistema é indeterminado. II) Por razGes de ordem didatica, 0 estudo da solugao de sistemas de equagdes lineares foi feito, separadamente, nos dois casos em que podem se apresentar, nos itens 4.4.1 e 4.4.2 (m = ne m* n.) Entretanto daqui por diante, até o final do Capitulo, salvo mengao expressa em contrério, seri utilizado para a solugdo de qualquer sistema de equacées lineares o método geral da transformagio da matriz ampliada A do sistema na matriz equivalente B reduzida & forma de escada. Nos problemas 1 a 6, classificar e resolver os sistemas: y 2x + 4y + 62 = -6 Este sistema 2 4 6 6 3x — 2y —4z = -38 € representado - ++ pela matriz: 1 2 3| 3 Solugao: 24 6 6) ely: 1 2 3) -3| 3-2 4 | -38 3-2 -4)-38] > L)-3 Ly: a 2 3 1 2 3) -3) +L3-1Ly: 102 3] 3 1 2 3/-3) >L,-2L}: 0 +8 13 | 29) >-F1, 0 1 13/29 0 0 oO 0 8|8 CO 1 41 10 1 41 Ix + Oy -G2 ==> 2 f — 13 29 B=/|0 1 13 29] coresponde ao Ox + ly + zy 8 8 sistema: oo 0 0 Ox + Oy +0z=0 96 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagées Lineares Examinando a matriz B, verifica-se que Ca = Cv = C =2; logo, o sistema é compativel. Mas n = 3, isto é, C =2 x e z Para outros valores de z, so obtidas outras solugées, 2 x+y-z=0 Este sistema & 1 1 - 10 2x -3y+z=0 representado pela A=|2 -3 1/0 | matriz: 4 4 2/0 Solugdo trivial: x = y = z = 0, Solugées préprias: 1 1 -1{0 1 1 -1/0 1 2:3 =1/0) ~L,-2L;: 0-5 3/0] +-Zly 4 4 2/0] +L ,-4L;: 0 8 2/0 qf 0) sui. 1 0 2/0 5 o © 3}0 0 1 3/0 “S| 5 : 0 -8 2/0] +L,+8L>: a Sistemas de Equagées Lineares 97 1 0 2\0 ah Sly a 1 0 olo 0 1 3]0 a tebe B=|0 1 ofo 5 0 0 1fo o 0 1/0 Examinando a matriz B, verifica-se que Ca = Cv = C = 3 = n; logo, o sistema € compativel e determinado. Tendo em vista que o sistema inicial € homogéneo e que € compatfvel © determinado, nio possui solugGes proprias, ou seja, s6 admite a solugdo trivial: x = y =z =0. 3) oe Este sistema 3.2 5/8 2x -4y-22=-4 € representado A=|2 -4 2/4 1x-2y-32=-4 pela matriz: 1 2 4 |-4 Solugao: 3 2 5/8 “fh: 1 2 5 8 ee 3 3 3 1-2 3-4 24 2 4/2 L,-2L;: 2 3 4] > Ly -1Ly: 1 2 5 8 1 2 5 8 2 33/9 Soa | 3) oo 16 4 28 3 oo. -] to ee Le: o1 i 7 3 2 3 16 4 qT -_ | 4 20 Oo 8 4 20 8. a. 3 3003 | a) tb tgt 98 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagoes Lineares 1 0 ofa : Ix + Oy +02 =3 B=|lo 1 o|2| Bstamatiz = oo if. a Ox +0y + 1z=1 Examinando a matriz B, verifica-se que Ca = Cv = C = n; logo, o sistema € compativel e determinado. De outra parte, examinando o sistema a que corresponde a matriz B, verifica-se que: x =3,y=2ez=1. 4) 3x + 6y =0 3 60 12x + 24y=0 Este sistema 122 Jo 3 3. + 3y =0 6 representado 3 340 2 pela matriz: 2 3.3 |e Gatgya0 aa Solugao trivial: x = y = 0. Solugdes proprias: 3 6 |0 ody 1 2/0 12 24|0 12 24/0] Ly-12Ly: a |e BO) oe er 2 i 2 2 3: 31/0 a 4 2 3 B}O] Fhy-Zby 2 1 2/0 Ix +2y=0 0 ojo Esta matriz corresponde } Ox + Oy = 0 B=lo olo ao sistema: Ox + Oy =0 0 ojo Ox + Oy =0 Examinando a matriz B, verifica-se que Ca = Cv = C = 1; logo, o sistema € compativel. Sistemas de Equagoes Lineares_ 99 Mas n = 2, isto é, C < n, o que significa ser o sistema indeterminado e seu grau de liberdade 6: g = n-C =2-1=1. De outra parte, examinando o sistema a que corresponde a matriz B, verifica-se que as trés ltimas equagées ndo estabelecem nenhuma condigio para x e y; por isso, as solugGes préprias do sistema sio dadas pela 1$ equacio: x = -2y Os valores de x so obtidos atribuindo-se valores arbitrarios a y. 5) X1 + 2x2 =4 Este sistema 1 2/4 -3x, + 4x, =3 € representado A=|-3 4] 3 2x x =-6 pela matriz: 2 1/46 Solugdo 1 2/4 1 3 4/3] 7b, 43L): 0 2 1/6} 7b3-2L}: 0 1 2| 4] +L,-203 1 0} 1 0 1/15 B=|0 1/15 0 -5|-14| +1,4+5L,: 0 0}-6,5 Examinando a matriz B, verifica-se que Ca = 3 e Cv = 2, isto €, Ca > Cv, 0 que significa ser incompativel o sistema, 6) X, + 2x, =-4 Este sistema é 1 2| 4 -3x, + 4x9 = -18 representado pela A=|-3 0 4 | -18 matriz: 2 = -1 7 2xy-x) =7 100 Matrizes, Determinantes ¢ Sistemas de Equac6es Lineares Solugao: 1 2[-4 -3 4 |-18 2-1) 7 0 -5} 15] +L, +5L, A matriz B corresponde ao sistema: 1 2\4 1 © 10/-30] +75 Ly: oO -5}15 1 Oo] 2 B=|0 1) -3 0 o|o Ix; + Ox, Ox, + Ix, Ox, + Ox, =0 Examinando a matriz B, verifica-se que Ca = Cv = C = n; logo, o sistema € compatfvel e determinado. De outra parte, examinando o sistema a que corresponde a matriz B, verifica-se que a iiltima equaco nao estabelece nenhuma condigao para x e y; por isso, a solugdo do sistema € dada pelas duas primeiras equagGes: x, = 2e x, = -3. 7) Estabelecer a condigao que deve ser satisfeita pelos termos independentes a, b e c para que seja compativel o sistema: X, + 2x) =a -3x) + 4x) =b 2xy-xy =e Solugao: 1 2/a 3 4/b] +L,4+3L;: 2 -le| +1,-2L;: Este sistema é 1 Alo representado pela A=|3 4 matriz: 2 -le 1 2 a oO 10 b+ 3a "To oO -5 c—2a Sistemas de Equagées Lineares 101 1 2 1 2 a 01 b+3a o1 b+3a 10 10 0-5 | c-2a +L, +51: b 43a b+ 3a 2 Ca>Cv eo sistema seria incompativel. Portanto, para que o sistema seja compativel, é necessario que: Sec-—2a + fosse diferente de zero, se teria Ca = 3 e Cv = 2, isto é, b+3a_ -2a + = c—2a z= 0 ou 2c-—da+b+3a=0 -atb+2c=0 a=b+2c ‘© Comparando os sistemas dos problemas 5, 6 7, verifica-se que todos tém a mesma matriz dos coeficientes das varidveis: a) o 12 € incompativel: b) 0 22 € compativel; c) 0 3° estabelece a condigao que deve ser satisfeita pelos termos independentes para que o sistema seja compativel. Essa condig&o exige que: b+ 2c Ora, na 1 equagio, a = 4, b = 3ec = -6 isto é: 443+42(6) 443-12 4*-9 A condig&o de compatibilidade nio foi satisfeita e 0 sistema se mostrou incompativel. 102 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equacées Lineares J& na 2 equagdo, a = -4, b = -18 ec = 7, isto é: 4=-18+ 27) 4518414 4=4 © que tornou compativel o sistema. © Nos problemas sobre sistemas, nos quais se solicita que alguma condicdo seja estabelecida para que sejam compativeis ou admitam solugo ndo-trivial, etc., quer nos termos independentes, quer em coeficientes das varidveis, embora se inicie transformando a matriz ampliada inicial na matriz reduzida & forma de escada, geralmente nao é necessdrio chegar ao final: quase sempre, um simples raciocinio, no decorrer da execugio do processo, resolve o problema. 8) Calcular o valor de k para que seja compatfvel o sistema: x, + 2x, =-1 Este sistema é 1 2 [-1 3x, + 4x, =k representado pela A=|-3 4|k 2x, — x) = -7 matriz: 2 Ait Solugéo: 1 2)-1 1 2] -1 LLy 3 4/k) +L,+3L; 0 10}k-3] -— 2 -1/-7] +L,-2L;: 0-5} -5 1 2] -1 1 2 O 1/k-3 1 10 0 -5| -5 | >L,+5Ly 0 0]-5+—= k-3 A . : Se -5 + —- fosse diferente de zero, se teria Ca = 3 e Cv = 2, isto 6, Ca > Cv o sistema seria incompativel. Portanto, para que o sistema seja compat{vel € necessario que: k-3 5+ =0 Sistemas de Equacdes Lineares 103 ou -10+k-3=0 k=13 © Esse sistema tem a mesma matriz dos coeficientes das varidveis do problema 7. Ali foi estabelecido que, para ser compativel, os termos independentes a, b e c do sistema deveriam satisfazer & condicéo: a=b+2c Ora, nesse sistema, a = -1,b = k = 13 ec =-7, isto é: 0 que tornou compatfvel o sistema. 9) Determinar o valor de k para que admita solugio ndo-trivial o sistema: x-y-z=0 Este sistema é 1 -1 -]o x-2y -22=0 representado pela A=|1 -2 2/0 2x +ky+z=0 matriz: 2k 1/0 Solugdo: -l -l 0 1 -1 -1 0 102 2] 0] L,-1L} O -1 -1 Jo] >-1L; 2 k 1] 0} +4b,-2L;: 0 k+2 3 |o 1 -1 -a]0 11.1 /0 o 1 1fo o 1 1 4/0 0 k+2 3] 0] +1, 4+¢k2)L: 0 0 K+]o Se -k+1 fosse igual a 1, isto é, se k = 0, a tiltima matriz ficaria assim: 104 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equacées Lineares € a matriz dos coeficientes das varidveis poderia ser transformada na matriz unidade, do que resultaria Ca = Cv = C = 3 = ne 0 sistema seria compatfvel e determinado, isto é, admitiria somente a solugio trivial: x = y = z = 0. Portanto, para que o sistema admita solugo nio-trivial, é necessério que -k + 1 = 0, isto 6, k = 1, Nesse caso, como os elementos da 3? linha seriam todos nulos, a matriz inicial teria, ao final, Ca = Cv = C = 2; mas n = 3 eC < n, o que significaria ser o sistema, para k = 1, compativel e indeterminado. 10) Classificar ¢ resolver o sistema: - ee eG eh 2 2 10 | 16 2x, + 4x, — 8x; + 16x, = 32 Este sistema A= 3x, + 6x, —- = IK + 6x9 — 12x, + 24x, = 48 as, 2xq + 2x3 + 10x4 = 16 pela matriz: 3x, + 8x, — 10x, + 30x, = 40 woun Solugao: 2 4 -8 16/32) ->L, 1 2 -4 8/16 3 6 -12 24/48 3 6 -12 24/48) +L,-3L, 0 2 2 10/16 a. 3 8 -10 30/40 3 8 -10 30/40] >L4-3L, 1 2 4 8/16 rr 0 0 0 Of Oo} +Ly4 0 2 2 6|-8| >=L, oe 0 2 210/16 0 2 2 6|-8 0 0 0 Oj 0 1 2 4 8{l6] +L,-2L, 1 0 -~6 2/24 o 1 1 3/4 Ot 1 3i4 0 2 210/16] >L,-2L,: 0 0 0 4/24 0 0 0 0} 0 oF ee Clx3, x4): 1 0 2 -6)24 1 0 2 -6)24) >L,-2L,: — see O 1 3 1/-4] +L,-3Ly 0 0 4 Of24] +215: GG. Olic 0 0 0 0/0 CC Sistemas de Equagées Lineares 105 1 0 0 -6[12 Ix, + Ox, + Ox,— 6x3 = 12 p =|° 1 © 1/22) Bsta matriz comesponde } Ox, + Ix, + Ox, + 1x, = -22 00 1 ol6 a0 sistema: Ox, + Ox, + Ixy + 0x; = 6 00 0 o} 0 Ox, + Ox, + Oxy + Ox; = 0 (Nao esquecer que a coluna dos coeficientes da varidvel x, foi trocada pela coluna dos coeficientes da varidvel x,). Examinando a matriz B, verifica-se que Ca = Cv = C = 3; logo o sistema € compativel. Mas n = 4, isto 6, C < n, 0 que significa ser o sistema indeterminado e seu grau de liberdade: g = n-C =4-3=1. De outra parte, examinando o sistema a que corresponde a matriz B, verifica-se que a ultima equacao nao estabelece nenhuma condigdo para X 1, Xp, X3 © X43 por isso, a solugdo do sistema é dada pelas trés primeiras equagées: X = 1246 x; x) = -22-x, x,=6 Os valores de x, € x, so obtidos atribuindo-se valores arbitrérios a x. 4.6 — PROBLEMAS PROPOSTOS Nos problemas 1 a 23, classificar e resolver os sistemas: 1 [5x +8y=34 2) (4x-y-3z= 15 10x + 16y = 50 3x-2y + 5z=-7 2x + 3y +42 =7 3) [xisse 4) (sro 3x—Sy +42 3 - x-2y-72=-24 “ZG - 9 = 0 5) (x+2y+3z=10 6) (Sx-3y-72=-5 3x + dy + 62 = 23 4x-y-2=2 3x + 2y +32 = 10 2x + dy + 82 = 10 106 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equacbes Lineares D 9) 11) 13) 15) 17) 19) 21) 23) termos 2A) 3x —8y —9z = 14 Tx + By +22 =-12 -9y +6z=11 2x-Sy-z=-8 3x—2y —4z =-11 Sxty+z=9 Sxt+y+z=7 6x-y-z=4 Tx+2y+2z2=11 -8x + 3y + 2z= 16 4x-2z=0 By +42 = -32 x+4y+6z=11 2x + 3y + 4z 3x + 2y + 2z x-3y-7z=1 x= 2y-4z -2x — dy — 52 x-y=0 2y + 42 =6 xty+4z=6 4x + 8y + 122 = 24 x-z=0 -5x—8y—11z= 2x + 3y +42 = 3x + Sy—4z=2 4x + Ty-22 = 31 2 24 3 8) 10) 12) 14) 16) 18) 20) 22) 4x 3y 2y + 5z x-2y-3z=0 [tae 4x + l6y + 262 = 46 x+ Ty + 142 = 20 3x + 2y—3z= 18 2x- Cae 2x + 2y + 4z=0 3x + Sy + 82=0 [sr armce 0 10x + 8y-7z=1 5x + 3y—82= 19 mee 15 9y —5z = -35 Se eis Sx—2y-1z=0 Nos problemas 24 a 27, estabelecer a condigéo que deve ser satisfeita pelos independentes para que sejam compativeis os sistemas: 4x + lay + 82=a 2x + Sy +3z=b Ay-dz=c 25) 2x + 4y +2z2=a Sistemas de Equacoes Lineares 107 6x + lly + 8x=b x+22=b 26) enon 272) (x+y a+ Ty=¢ ytz=c 28) — Calcular o valor de k para que admita solugo ndo-trivial o sistema: 2x + 6y 4x + ky 0 =0 Nos problemas 29 a 33, resolver os sistemas pelo método matricial: -2x + 3y-z= by x-3y +z=b, x + 2y-2=b; 29) Parabj=2, bg =5 © b3=7 30) Parabj=1, b= 6 € b3=0 31) Parab;=2, b,=-8 © b3=9 32) Parab;=-4, b,=-3 € by 33) -Paraby=4, by) =7 © b3=9 Nos problemas 34 a 37, resolver os sistemas pelo método matricial: 2K, — Xp + 2x4 = by 3x; + Xp — 2x3 — 2x4 = by AK, — Xp + 2x + 3xq = bs 3x; + x2 ~X3— 2x4 = by 34) Paraby=5, b.=3, bs;=12 € by=10 35) Paraby=-8, b,=-4, bj; =-9 © by=8 36) Parabj=4, b)=0, b3=-2 © by=3 37) Paraby=-9, b,=6, bj=3 € by=1 108 Matrizes, Determinantes e Sistemas de Equagoes Lineares Nos problemas 38 a 43, resolver os sistemas pela regra de Cramer. 38) [ 8x, + 5x, = 63 39) | 9x1 — 2x Tx, — 5x_ = 27 Tx, + 6x, =77 40) | 2ix,-11x, =52 41) [6x+2y=12 Tx, + 5xz = 26 3x-3y =6 2x — xy + 3x3 = 14 3x, + 2xy—x, = 24 ox, + 3xq + 2x3 = 10 3x, + Xp + 2x3 = 25 42) (xy + 2x. + 3x3 = 22 43) [freeman Nos problemas 44 ¢ 45, resolver os sistemas pelo método da matriz inversa (utilizando a regra pritica do item 3.7.1.1): 44) | 7x + 4y = 36 45) { ix, + 5x, = 21 5x + 3y = 26 ~4x, — 2x9 = -8 4.6.1 — Respostas dos problemas propostos 1) Incompatfvel 2) Compatfvel e determinado: Xoo) yes cc = Compatfvel e determinado: 4) Compatfvel e indeterminado: x=1, y=2 e 2=3 a) Grau de liberdade: g = 2 b) Solugdo trivial: x = y 0 ©) Solug6es pr6prias: x = ~4y - 62. 5) Incompatfvel 6) — Compattvel e determinado: x=y=z=1 7) Compatfvel e determinado: 8) Compatfvel e determinad | X=0, y=6, 2-4 9) Compatfvel e determinado: 10) —_Incompatfvel x=3, y=2e z=4 11) Compatfvel e determinado: 12) Compatfvel e indeterminado: x=1 y=7 e z=-5 a) Grau de liberdade: b) Solugao trivial: x ©) Solugées préprias: x = 13) 15) 17) 19) 21) 23) 25) 272 29) 31) 33) 35) 37) 39) 41) 43) 45) Compattvel e determinado: x=-4, y=Oe z= Compatfvel e indeterminado: a) Grau de liberdade: g = 1 13 -8z 7 _ bx = Compatfvel e determinado: x=2 y=2ez Compatfvel e indeterminado: a) Grau de liberdade: g = 1 b)x=y =3-22 Compatfvel e indeterminado: a) Grau de liberdade: g = 1 b)x=z e y=3-22 Compatfvel e determinado: x=3, y=5 e z=8 3a-b+C=0 a+b-c=0 y=-12, 2=-24 z=-17 14) 16) 18) 20) 22) 24) 26) 28) 30) 32) 34) 36) 38) 40) 42) 44) Sistemas de Equagées Lineares 109 Compatfvel e determinado: x=6, y=z=0 Compatfvel ¢ determinado. Oo sistema admite somente a solucdo trivial: x=y=z=0 Compatfvel e determinado: x=l, y=2e z=-1 Compattvel e determinado: x=2, y=3e2=4 Compatfvel e determinado: =-l y=2e z=1 2a-4b+c=0 Ja-b+c=0 k=12 x=7, y=, y=5, x)= 22, x, = 25, x3=7, x4=37 x3 = 3, x=3 ¢ x=1 xXy=5, x, =4 © x=3 =4e y=

You might also like