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colecao GRATIS videoa bulares © passo decisivo para sua aprovacao colecao & I O passo decisivo para sua aprova¢cao ‘A Colecdo Enem & Vestibulares - 0 passo decisivo para sua aprovaco foi desenvolvida especialmente para vocé que busca conquistar uma boa pontuacdo tanto no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, como em vestibulares tradicionais. Com contetido desenvolvido por professores do ensino médio, com ampla experiéncia em preparacio de estudantes para o Enem e para ves- tibulares, cada um dos 12 volumes da série apresenta linguagem afinada com o que tem sido cobrado nos exames atuais, muitos exemplos préti- cos, fotografias, tabelas, ilustragdes e muitas dicas para vocé, Cada volume é complementado por um DVD com videoaulas dos te- ‘mas mais importantes. Essas aulas esto disponiveis na intemet, num site interativo e exclusivo, que inclui simulados compostos de questées retira- das do Enem, separadas por disciplina, e mais de 350 videos com a respos- ta comentada de cada uma delas. Confira em www:colecaoenem.com.br (utilize o c6digo de acesso impresso na segunda capa deste volume). Este primeiro volume — Portugués I - enfatiza a anélise, a interpreta- do € a aplicacdo de recursos expressivos, assim como a compreensao 0 uso dos sistemas simbélicos das diferentes linguagens. Aborda os principais contetidos relativos a esses assuntos e, por meio de exemplos de questdes comentadas, revela como esses temas aparecem no Enem. Bom estudo! Portugués | Como liberar seu acesso Acesse 0 site da Colegéo Enem 1 & Vestibulares no navegador de internet de seu computador: www.colecaoenem.com.br Faca seu cadastro Identifique o cédigo de 3 > ec insira 0 cédigo acesso na segunda capa do volume. do livro. Pronto! Agora vocé } 4 ) ja tem acesso ao : contetido exclusivo. Escolha o simulado do dia oua disciplina a que quer responder, Fique de olho no tempo wenmenem [Ede resolucao e treine O sitters para a hora da prova Leia a questo e rover te assinale sua resposta ot eer antenna antes de acessar 0 comentario em video. Spcagesmtescmas =u Depois de completar ——n as respostas, clique no link do video e assista ao comentario dota) professor(a) eeclnaaaltrnva comets Confira a pontuacéo obtida em cada ; simulado e compare seus resultados. Sumario Leitura, interpretacao e miultiplas linguagens.. A linguagem corporal... As artes visuais. 1. Tiras e quadrinhos 2, Charges 3. TAB EIAS serr es 4, Infograficos e infogramas. 5. Pecas publicitarias..... Géneros textuais.... 1, Textos narrativos Textos argumentativos.. 2 3. Textos descritivos. 4. Textos explicativos/expositivOs...num 5. Textos injuntivos/prescritiVOS...nn 6. Textos dialogais/conversacionais.... Géneros digitais.. 1. Twitter... 2. Chat 3. Hipertexto Aspectos linguisticos e estilisticos. Niveis de linguagem e variantes linguisticas .. Aspectos morfossintaticos da lingua portuguesa 1. Classes gramaticais.... 2. Elementos sintaticos..... 3. Ordem direta ou indireta..... Elementos da comunicacao e funcées da linguagem.. 1, Elementos da comunicagéo.... 2. Funcées da linguagem.... A denotacao e a conotacao... 1, Figuras de linguagem... Progressao textual e recursos coesivos 1. Uso dos pronomes relatives... 2. Os principais conectivos e seus sentidos Expediente.. Leitura, interpretacao e multiplas linguagens LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués! capacidade de ler, compreender e interpretar enunciados e textos dos mais variados tipos, verbais e nao verbais, nas mais distintas éreas do conhecimento, é uma das maiores exigéncias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e dos vesti- bulares para ingresso nas universidades do Brasil, Dessa forma, faz~ -se necessério tomar contato com textos descritivos, informativos, literdrios e argumentativos, assim como com gréficos, tabelas, char- ges, mapas e outros. (© que os exames pretendem é verificar se os estudantes domi- nam as diversas formas de linguagem. Portanto, é de esperar que aparecam questées que proponham a comparago de diferentes for- mas de comunicagio. Ler, compreender e interpretar um texto requer alguns procedi- mentos basicos, como decodificar as informacdes verbais (escritas) € ndo verbais (imagens), ativar conhecimentos prévios, localizar e comparar ideias centrais, inferir, conhecer o sentido das palavras (vocabulério), perceber a intertextualidade (0 “diélogo” com outros. textos), entre outros, Um texto é uma unidade de sentido construfda por ideias que podem ser expostas por meio de palavras e/ou imagens, mas que precisam concordar com um conjunto de elementos que possibili- tem justamente o entendimento dessas ideias, com: * Goesio (a perfeita articulaco das informacées por meio dos chamados conectivos ou nexos gramaticais - conjungoes, pro- nomes etc); + Coeréncia (a relac&o harménica das situacées, dos acontecimen- tos ou das ideias); * Contexto (formado pelo enunciador ou “emissor” e suas intencdes e pelo enunciatério ou ‘receptor’, inseridos em um espaco e tempo); * Estilo e marcas linguisticas. Todos esses aspectos serao abordados neste volume. colecdoenem: vestibulares Procedimentos de leitura ‘Vocé deve: * Lero texto integralmente para se inteirar do assunto. * Localizar as informagSes essenciais. As perguntas referenciais ajudam nessa localizagéo - O qué? Quem? Quando? Onde? Por qué? Para qué? Como? * Analisar 0 contexto de producdo - Quem é ou so os enunciado- res, seus papéis sociais, suas intencdes, o local de circulagdo do texto, a época. ‘* Comparar as informagées, apontando semelhangas e diferencas, relacionando-as a seu conhecimento de mundo. + Analisar as caracteristicas estruturais - Verso ou prosa? Tipo de texto, recursos linguisticos, particularidades. * Fazer inferéncias, ou seja, tirar conclusdes, ler as “entrelinhas”, apontar informagées implicitas. “As aventuras da leitura séo as aventuras de cada leitor e leitora para tentar captar a riqueza infinita de nossos dias vividos e por viver! Lemos para saber, compreender, refletis, mudar! Nessa viagem, somos tocados pela beleza da linguagem, pela imaginagéo, pela fantasia, pela emocéo! ) Gragas.aos momentos precosos da letura, nossa vida -__setorna mais bela e adquirimos uma sensacao de plenitude e perfeicao! Aleitura nos leva a compartilhar 0 que somos, onde estamos, para onde vamos ea vislumbrar os impasses e desafios da humanidade e do planeta! Lemos para decifrar, traduire dar voz a nossa instigagéo para compreender a sociedade e transformé-lal Nao podemos deixar de ler jamais Ler é ser! Ser é ler! [.J"” PAIVA, Juliana Zanetti de. Contracapa. In: __ (org). Desafos lterrios. Fortaleza: Academia Maria Ester de Leitura e Escrita, 2011, LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I A linguagem corporal Esse assunto exige que os estudantes percebam que os movimentos corporais ~ produzidos por meio de jogos, esportes, brincadeiras, dan- as e lutas ~ so carregados de sentido e esto presentes nas manifes- tacées culturais de um povo, além de proporcionarem a melhoria da satide e do bem-estar. ‘Ao discutirmos as praticas corporais, devernos considerar as rela- Bes harménicas e solidarias entre os integrantes, as possibilidades de convivio e aprendizado de situagées sociais, além do respeito as diversidades culturais e até humanas. Ao aprendermos um tipo de esporte, por exemplo, esté subjacente nesse proceso a aquisicao de novos saberes sobre 0 surgimento dessa pratica, sobre os esportistas, sobre as regras, sobre as formas de pensar as estratégias. Nessas atividades fisicas, ha uma ideia muito importante que é en- fatizada e evidenciada nas questées apresentadas no exame: a pratica esportiva (os jogos, dangas, gindstica) nao deve ser valorizada mera- Martins dav, tno do 9rano da Essa Caca, Loneina 8 q colecdoenem :. vestibulares Essa questio apresenta uma critica & sociedade moderna, que elimina das préticas corporais, ‘seu papel primordial ~apromoséo do desenvolvimento fisico e social saudavel, interativo e integrativo. mente como uma forma competitiva. Ela deve ser, sobretudo, inclusiva, adaptada a contextos variados e promotora de desenvolvimento fisico e social sadio. Questao 96, caderno amarelo | Enem 2011 | Na modernidade, o corpo foi descoberto, despido e modelado pelos exercicios fisicos da moda, Novos espacos e préticas esportivas e de gindstica passaram a con- vocar as pessoas a modelarem seus corpos, Multiplicaram-se as academias de ginés- tica, as salas de musculagdo e o ntimero de pessoas correndo pelas ruas. ‘Secretaria da Educacdo. Cademo do professor educaco fica So Paul, 2008, Diante do exposto, é possivel perceber que houve um aumento da procura por ®)_exercicios fisicos aquéticos (natago/hidrogindstica}, que so exercicios de baixo impacto, evitando o atria (ndo prejudicando as articulacdes),e que previnem 0 envelhecimento precoce e melhoram a qualidade de vida, b)_ mecanismos que permitem combinar alimentagio e exercicio fisico, que permi- ‘tem a aquisigdo e manutengSo de nivels adequados de sauide, sem a preocupa- ‘cdo com paddies de beleza instituidos socialmente, ©) programas saudveis de emagrecimenta, que evitam os prejuizos causados na regulagao metabdlica, funcéo imunolégica, Integridade dssea e manutengéo da capacidade funcional ao longo do envelhecimento. ©) exercicios de relaxamento, reeducagao postural e alongamentos, que permite ‘um melhor funcionamento do organismo como um tado, bem como uma dieta alimentar e habitos saudéveis com base em produtos naturals. dietas que preconizam a ingestéo excessiva ou restrita de um ou mais macronu- trientes (carboidratos, gorduras ou proteinas), bem como exercicios que perm tem um aumento de massa muscular e/ou modelar o corpo. k LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I SS SEE Perceba que a questéo apresenta os chamados contetidos de Educago Fisi- 2, expostos na reflexdo a respelto da pratica de atividades fisicas na sociedade moderna, Para responder a ela, os estudantes precisavam recorrer a seus conhe- ccimentos prévios e inferir, por meio de uma “pista” linguistica (as palavras “mo- delado' e “modelarem’), que a finalidade de tal pratica se deve exclusivamente a fungao estética, ou seja, ter um corpo que se enquadra nos padrées de beleza ipostos pela sociedade atual. Aresposta que corresponde ao que se dizino texto é a altemativa‘e’ pois abor- daa necessidade de dietas e exercicios que asseguram o ganho de massa muscu- lar, sem mencionar qualquer preocupacéo coma saiide. Veja que, com essa ques- ‘80, € nitida a critica feita a socledade moderna que elimina das préticas corporals, sua Fungo primordial, que é promover um desenvolvimento fisico e social sau- vel interativo e integrativo, e no meramente estético. Questao 105, caderno amarelo |Enem 2011 | Conceitos e importancia das lutas ‘Antes de se tornarem esporte, as lutas ou as artes mar- ciais tiveram duas conotacdes principals: eram praticadas Com 0 objetivo guerre ou tinham um apelofiloséfico como ‘concepcao de vida bastante signticativo. Atualmente, nos deparamos com a grande expansio das artes marciais em nivel mundial As raizes orientals foram se disseminando, ora pela ne- cessidade de luta pela sobrevivéncia ou para a ‘defesa pessoal’, ora pela possibilidade de ter as artes marciais como propria filosofia de vida. CCARREIRO. EA. Edueago Fisica na escola implicages para a pritica pedagdgica, lode Janet: Guanabara Koogan, 2008 (agent), Um dos problemas da violéncia que esta presente principalmente nos grandes centros urbanos séo as brigas e os enfrentamentos de tor Cidas organizadas, além da formago de gangues, que se apropriam de ges- ‘0s das lutas,resultando, muitas vezes, em fatalidades, Portanto, 0 verdadeito objetivo da aprendizagem desses movimentos foi mal compreendido, . Acesso em: 18/3/12. Veja um exemplo de como o género noticia aparece no Enem: Questdo 116, caderno amarelo | Enem 2011 | E agua que néo acaba mais Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Paré (UPA) apontaram 0 Aquifero Alter do Chao como o maior depésito de agua ppotdvel do planeta. Com volume estimado em 86 000 quilémetros cibicos de éque doce, a reserva subterrénea esté localizada sob os estados do Amazonas, Pard e Ama- i. "Essa quantidade de Sgua seria suficiente para abastecer a populago mundial durante 500 anos’ diz Milton Matta, geblogo da UFPA, Em termos comparativos, Al terdo Chio tem quase o dobro do volume de Squa do Aquifero Guarani (com 45 000 quilémetros ctibicos) Até entdo, Guarani era @ maior reserva subterranea do mundo, distribuida por Bresl, Argentina, Paraguai e Uruguai Epoca. 623,26 ab. 2010 Ds ses hoe Den Ton hf NTT TTD ett ND ne CNT NTT Essa noticia, publicada em uma revista de grande circulagdo, apresenta resulta dos de uma pesquisa cientficarealizada por uma universidede brasileira, Nessa si- tuagao espectica de comunicay Porque 0 autor do texto prioriza , a fungéo referencial da linguagem predomina, ®)_as suas opiniées, baseadas em fatos. b) os aspectos abjetivos e precisos. ©) os elementos de persuaséo do leitor d) oselementos téticos na construsao do texto ©) os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa, © foco aqui fot o recurso estiistico utilizado no texto - a linguagem clara, ‘objetiva e direta, com o ponto de interesse na informa¢éo, ou seja, no objeto abordado (Aquifero Alter do Chao). Dal a predominancia da funcéo referencia, priorizando o que se diz na alternativa"b’ 2. Textos argumentativos Caracterizam-se pelo confronto de ideias, opinides, pontos de vista, analisados com base em argumentos s6lidos e plausiveis. En- contramos esse tipo textual nos seguintes género: : editoriais, ar- tigos, processos judiciérios, cartas argumentativas, textos de cam- panha comunitaria e eleitoral, debates, textos de opiniao, resenhas criticas, ensaios. LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I Carta argumentativa Contestacao de débito “[.] Os langamentos indevidos ocorreram em datas diferentes, porém proximas, e se referem a um mesmo tipo de produto (pas- sagem aérea), adquirido de uma mesma empresa. A repetigio sistematica de um erro me leva a crer em negligéncia por parte deste banco, uma vez que o tipo de compra realizada destoa de meu perfil de consumo por meio deste carto de cré- dito, do qual sou titular ha mais de 12 anos. Certamente uma simples checagem donome dos passageiros que embarcaram/embarcarao com os bilhetes cujo custo foi debitado em minha conta jé é suficiente para comprovar 0 equivoco. (-] Exposto isso, reclamo a imediata apuragio do ocorrido e solicito que © valor cobrado indevidamente me seja devolvido em dobro, sendo depositado na conta corrente da qual foi debitado, acrescido de juros € corregio monetatia, nos termos do artigo 42, pardgrafo tinico, do Cédigo de Defesa do Consumidor, que diz: ‘O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito a repetigo do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de corrego mo- netéria e juros legais, salvo hipétese de engano justificével’. tl" Veja um exemplo do Enem que utiliza cartas argumentativas: Questao 125, caderno amarelo | Enem 2011 | Texto! ' { CO Brasil sempre deu respostas répidas através da solidariedade do seu povo. Mas ‘a mesma forca que nos motiva a ajudar 0 préximo deveria também nos motivar a ter atitudes cidads. Nao podemos mais transferira culpa para quem é vitima ou até 32 RO EE, LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I mesmo para a pidpria natureza, como se essa seguisse @ lgica humana. Sobram desculpas esfarrapadas e falta competéncia da classe politica Coras. tod 28 abe 2010. Textoll | Nao podemos negar ao povo sofrido todas as hipéteses de previsio dos desas- tres. Demagogos culpam os moradores; 0 gaverno e a prefeitura apelam para as pessoas saitern das areas de risco e agora dizern que serd compulsria a realocacéo. Entéo temnos 8 realocar o Basi inteo! Criernos um servico, similar ao SUS, com alo- ‘ago obrigatéria de recursos orgamentérios com rede de atendimento preventivo, ‘onde participariam arquitetos, engenheirs, edlogos. Bem ou mal, esseSUS' orga- nizaria brigadas nos locais. Nos casos da dengue, por exernplo, poderia verficar as condigdes de acontecer epiderias. Seriam boas ages preventivas. (atta do Leto Cara Capital 28a. 2010 adapta (3s textos apresentados expressam opinides de leitores acerca de relevante as- sunto para a sociedade brasileira Os autores dos dois textos apontam para a a) necessidade de trabalho voluntério continuo para a resoluco das mazelas sociais. ') importancia de acdes preventivas para evitar catéstrofes, indevidamente atribu- idas 20s politicos. ©) incapacidade politica para agir de forma diligente na resolugéo das mazelas socais. Lrgéncia de se criarem novos 6rgios puilicos com as mesmas caracterstcas do SUS. ©) impossibilidade de ohomem agirde forma eficaz ou preventiva diante das ages da natureza, Nessa questo, aparecem duas cartas de leitores publicadas em revistas de grande circulacao no Brasil.O texto | apresenta como ideia principal a necessidade de motivagao dos cidaddos na busca de solucdes para os problemas sociais (no caso, aque- les gerados por catéstrofes provocadas por chuvas e des- lizamentos de terra) j6 que "falta competéncia da classe politica’ O texto Il sugere a criago de um érgao gover- namental que dé atendimento preventivo a morado- res das areas de risco, ‘Assim, as duas cartas apresentam, de forma diferen- ‘te, um ponto comum, que aparece na alternativa’e’ ‘Agora confira uma questo que utiliza o editorial: Questao 125, caderno amarelo | Enem 2010 | Acarreira do crime Estudo feito por pesquisadores da Fundagdo Oswaldo Cruz sobre adolescentes O editorial €a expressdo tecrutados pelo trafico de drogas nas favelas cariocas expde as bases socials dessas am selclle oe quadrilhas, contribuindo para explicar as dficuldades que o Estado enfrentanocom- ‘comunicagao sobre um scsi isaceee bate ao crime organizado. deve ser formal. © narcotrico oferece aos jovens de escolaridade precéria (nenhum dos entre- vistados havia completado 0 ensino fundamental) um plano de carreira bem estru: turado, com salérios que varlam de R$ 400,00 a RS 12,000 mensais. 4 Para uma base de comparacdo, convém notar que, segundo dados do IBGE de 2001, 5936 da populagdo brasileira com mals de dez anos que declara ter uma atvi- dade remunerada ganha no maximo 0 piso salaraloferecido pelo crime. Dos tra ccahtes ouvidos pela pesquisa, 25% recebiam mais de RS 2.000 mensals;jé na popu lao brasileira essa taxa nao ultrapassa 6%. Tais rendimentos mostra que as politicas sociais compensatdrias, como 0 Bol- sa-Escola (que paga RS 15 mensais por aluno matriculado), S40 por si s6 incapazes de impedir que o narcotréfico continue aliciando criangas provenientes de estratos de baixa renda: tas politicas aliviam um pouco 0 orcamento familiar eincentivam os pais a manterem os filhos estudando, o que de modo algum impossibilta a opc3o pela delinquéncia, No mesmo sentido, os programas voltados 20s jovens vulnerdvels a0 crime organizado (circo-escolas, ofcinas de cultura, escolinhas de futebol) s80 importantes, mas no resolvem 0 problema Anica maneira de reduzira atragSo exercida pelo tréfico de drogas é represséo, ‘que aumenta os riscos para os que escolhern esse caminho, Os rendimentos pagos 20s adolescentes provam isso: eles so elevados precisamente porque a possibilide- de de ser preso nao é desprezivel. E preciso que o Executivo federal e os estaduais desmontem as organizac6es paralelas erguidas pelas quadrlhas, para que a certeza de punigdo elimine o fascinio dos salirios do crime. tedtorl. ota dle Paula. 15 jan. 2003 No Editorial, 0 autor defende a tese de que “as paliticas| socials que procuram evitar a entrada dos jovens no tréfi- co nao terBo chance de sucesso enquanto a remuneracso. oferecida pelos traficantes for to mais compensatoria que ‘aquela oferecida pelos programas do govemo: Para compio- var sua tese, 0 autor apresenta LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I 2) instituigdes que divulgam o crescimento de jovens no crime organizado, bb) sugestées que ajudam a reduzira atracdo exercida pelo crime organizado. ©) politcas sociais que impedem o aliciamento de criangas no crime organizado. )_pesquisadores que se preocupam com os jovens envolvidos no crime organizado. ©) niimeros que comparam os valores pagos entre os programas de governo € © crime organizado, Nessa questdo, nao havia necessidade de explicitar os conhecimentos a res- peito da estrutura de um editorial. No entanto, quanto maior a vivéncia dos estu- dantes nesse tipo textual, maior sua facilidade de leitura e entendimento, pois 0 editorial é um exemplo de género com caracteristica tipolégica do argumentar, muito explorado pelo Enem. Aqui, era necessério enumerar os arqumentos do autor, comparé-los e perce- ber a oposicéo ~ as ofertas feitas pelo governo (programa Bolsa-Escola, progra- mas de incentivo ao esporte) e a atrativa remuneracéo salarial proposta pelos traficantes, inferindo que, mesmo diante dos riscos inerentes ao tréfico de dro- {g25, 0s jovens optam por isso em virtude dos altos salérios. Portanto, esta correta aalternativa‘e’ Um editorial caracteriza-se por expressar a opiniéo de um jornal ou revista a respeito de determinado assunto, Geralmente quem escreve é 0 editor-chefe. Esse texto é impessoal, com estrutura dissertativa, pois 0 autor apresenta a tese (em que expée o assunto a ser discutido) e, no desenvolvimento, os argumentos ‘que defenderdo ou refutardo a tese, além da conclusdo, que faz uma sintese das idetas propostas. Com linguagem objetiva, formal e culta, expressa a opiniéo da instituigdo que o produziu. Um texto argumentativo, seja ele um editorial, uma carta argumentativa, um texto de opinigo, uma campanha comunitéria ou um proceso judicial, tem como objetivo convencer o leitor a adotar ou assumir o ponto de vista defendido no texto. Assim, & necessario que os argumentos sejam “fortes' Por isso, 0 emissor utiliza dados colhidos na realidade, cita autoridades e ida recorre a argumen- tos universais, ou seja, aquelesirrefutaveis! Esse assunto serd extensamente ex- plorado no volume Portugués 2 desta colecéo. 3. Textos descritivos Sio textos que descrevem, apresentam caracteristicas, utilizan- do dados fisicos e subjetivos de pessoas, lugares e fendmenos, Ge- ralmente encontramos trechos descritivos mesclados a outros tipos textuais, mas os géneros que fazem uso da descrigéo pura sio os fOlderes turisticos, classificados de jomnal e outros. 36 Guia de turismo “Espanha Flamenco, tapas, touradas... £ fécil listar os simbolos de um dos paises mais alegres do mundo, mas a Espanha vai muito além deles. A terra de Picasso, Almodévar e Penélope Cruz é dona de cidades cosmopolitas, de um litoral banhado pelo Mediterraneo, de vinhedos que produzem alguns dos melhores vinhos do mer- cado. Tudo isso numa érea com cerca de 500 mil km? (pouco mais de duas vezes o tamanho do Estado de Sao Paulo). Enquanto Madri e Barcelona vivem num ritmo frenético com op¢des culturais intensas e divertidas, a vida passa mais devagar em cida- des como Sevilha, Cérdoba e Granada, onde o legado mouro € um tempero especial. No extremo noroeste, a Galicia acolhe os peregri- nos de uma das rotas mais famosas do mundo, na mitica Santiago de Compostela. E, no meio de tudo isso, nao faltam vilas medievais encantadoras recheadas de castelos de sonho. A Espanha tem até rei erainha para embalar ainda mais o clima de conto de fadas.” Viajes: um guia para conhecer o Brasil 0 mundo com economia, Barueri: Gold Editora, 2011, 4, Textos explicativos/expositivos So textos de cardter cientifico ou pedagégico que expdem ou ex- plicam fatos, informagées ou saberes, apresentando variadas formas de conhecimento. Esto representados nos relatérios, seminérios, 10- teiros, verbetes de dicionério, palestras, notas, resumos, entre outros. ‘ionario para criangas “Veterinério - 0 que faz: * Atende animais em clinicas e hospitais para curé-los de determi- nadas doengas, ou seja, age como um médico dos bichos. * Orienta donos de animais sobre a melhor maneira de cuidar de seus bichos (explicando os tipos de alimentos que devem consu- mir, quando devem tomar banho, entre outras coisas). * Pesquisa formas de melhorar as caracteristicas de uma raca. . re Pie SS LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués! steno, + Fiscaliza os alimentos de origem animal, como carne, leite, sar- dinha em lata e peixes em geral, para evitar que eles transmitam doencas. [...” Apresentagao de livro “[..] Os personagens deste livro nao foram escolhidos por acaso. S40 representantes de uma regido rica em sua diversidade, cheia de his- t6rias, rituais e encantamentos que a modemidade nos faz imaginar perdidos no tempo, mas que esttio mais vivos do que nunca, Aqui esté o resultado de quase um ano de trabalho, perfodo em que as autoras dedicaram boa parte de seu tempo a escutar e es- miugar hist6rias, para nos brindar com o relato de vida desses homens e mulheres a quem damos o nome de mestres. [...” BERALDO, Ana; REIS, Eunice. Meméria do pove ~ vozes de mestres, So Paulo: Anaué, 2011. . Textos injuntivos/prescritivos Sdo textos que tentam convencer por meio de ordens, conselhos, sugestdes ou imposicdes de regra. Ditam ou orientam comporta- mentos. Percebemos essa tipologia nos géneros leis, provérbios, pro- pagandas, horéscopos, slogans, manuais de instrugo, receitas culi- nérias, prescricdes médicas, regras de jogo etc. Texto de lei estadual Lei antifumo (Lei 13.541/SP) “..J Artigo 2° - Fica proibido no territério do Estado de Sao Paulo, em ambientes de uso coletivo, ptiblicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro produto fumigeno, derivado ou nao do tabaco. § 1° - Aplica-se 0 disposto no ‘caput’ deste artigo aos recintos de uso coletivo, total ou parcialmente fechados em qualquer dos seus lados por parede, diviséria, teto ou telhado, ainda que provi- sérios, onde haja permanéncia ou circulagio de pessoas 38 § 2° - Para os fins desta lei, a expressio ‘recintos de uso coletivo’ compreende, dentre outros, os ambientes de trabalho, de estudo, de cultura, de culto religioso, de lazer, de esporte ou de entreteni- mento, areas comuns de condominios, casas de espetaculos, tea- tros, cinemas, bares, lanchonetes, boates, restaurantes, pracas de alimentagdo, hotéis, pousadas, centros comerciais, bancos e simi- lares, supermercados, acougues, padarias, farmacias e drogarias, reparticées puiblicas, instituigdes de satide, escolas, museus, bi- bliotecas, espacos de exposicées, vefculos piiblicos ou privados de transporte coletivo, viaturas oficiais de qualquer espécie e taxis, (Tr As pecas publicitdrias so exploradas exaustivamente nas provas do Enem e de outros vestibulares do Pais. Nesse tipo de texto, ainda que exista o intuito de informar o re- ceptor, o objetivo primordial é o convencimento, a persuasio do lei- tor para que faca justamente a vontade do emissor, seja ela a adeso uma campanha ou a compra de algum produto. Na maioria das ve- zes, isso é feito por meio do apelo emocional ~ dai o uso de inumeré- veis recursos ret6ricos, como jogos de palavra, figuras de linguagem, intertextualidade, humor, imagens insélitas etc., que constroem a ideologia do texto. LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués | a Questao 126, caderno amarelo | Enem 2011 | ‘SENO INVERNO E DIFICIL ACORDAR, IMAGINE DORMIR. Com a chegada do inverno, muitas pessoas percem o sono. So milhdes de necessi- tados que lutam contra a fome eo fro. Para vencer esta batalha, eles precisam de voce. . Deposite qualquer quantia.Vocé ajuda mithares de pessoas a terem uma oa noite & ddorme coma consciéncia tranquil Veja.05 set, 1999iadaptado} © produtor de antincios publictérios utiiza-se de estratégias persuasivas para influenciar 0 comportamento de seu letor. Entre os recursos argumentativos mobil zados pelo autor para obter a adesio do publico 8 campanha, destaca-se nesse texto 8) oposicéo entre individual e coletivo, trazendo um ideério populista para 0 antici, b) a utlzacéo de tratamento informal com o letor, © que suavize a seriedade do problema, _ vemprego de linguagem figurade, o que desviaa atengao da populagao do ape- lo financeiro. )_0.uso dos numerais milhares' e“milhdes; responsive pela supervalorizagio das condigoes dos necessitados. ©) © ogo de palavras entre“acordar" “dormir 0 que relatviza 0 problema do letor em relacSo ao dos necesstados, Perceba que o texto & justamente um antincio que tenta mobilizar as pesso- as para que doem recursos aqueles que passam fome e frio. A partir do titulo, bastante chamativo em fungio do jogo de palavras “acordar” e “dormir’ j sio postas em prética as estratégias de convencimento e persuasao. £ sabido que, no inverno, as pessoas tém mais dificuldade de se levantar da cama aquecida « enfrentar 0 fri, Assim, 0 texto chama a atencio dos leitores no s6 utilizan- do essa ideia de “conforto pelo aquecimento’, como também mostrando que ha aqueles que nao dormem, ato anterior ao de acordar, porque tém fio. Dal a necessidade de ajuda na obtencdo de recursos. Perceba também, no corpo do texto, 0 uso de recursos lingui 5, como a referéncia ao receptor ("voce") € 0 Uso do imperativo ("imagine” e“deposite"), assim como 0 de elementos emocio- nis, como eliminar a consciéncia ‘pesada”— por possuir agasalhos e cobertores, sabendo que existe quem nao os possul~a partir do ato de doar. Portanto, a resposta para essa questo é a alternativa‘e” 6. Textos dialogais/conversacionais Sao textos que exigem a interacao de pelo menos dois interlocu- tores que altemam (revezam) a exposicao das falas (discurso). Po- dem ser representados por didlogos, bate-papos, conversas telefoni- cas, discussdes, entrevistas e outros. Entrevista —Ah, vocé jé trabalhou na Casa Santo Anténio? —Trabalhei, sim. —E quais suas atribuigdes 14? —O qué? —Suas atribuicées, tarefas, o que vocé fazia.. —Bom... eu fazia de tudo um pouco. —Eo que era esse “de tudo um pouco”? — Bom... para falar verdade, eu dava uma enrolada nos clientes, puxava papo, empurrava mercadoria vencida, com defeito... —Nio diga! —Eu era bom nisso, viu? | ' —E saiu por qué —Meu chefe esté preso. — Ah, té, e agora vocé pensa que vai trabalhar onde? Na Casa da Mie Joana? Conversa telefénica — Pizzaria Dona Jilia, boa noite! — Oi, boa noite. Eu gostaria de fazer um pedido. —Pois nao! Que sabor? —Ah, eu queria meia toscana e meia vegetariana. (el — So 48 reais. Entrega em 30 minutos. — Olha, eu sou aquela pessoa que pediu uma pizza na se- mana passada, fotografou e devolveu porque tinha pouco re- cheio, té lembrado? Entéo, capricha, ta? — Ah, sei, sei. Ae LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués! Géneros digitais Com o advento das tecnologias da informagao, novas situaces comunicacionais surgiram e acabaram exigindo a adocdo de com- portamentos que até entdo néo existiam. Assim, novos géneros se estruturaram na tentativa de atender a essa demanda, caso de hi- pertextos, e-mails, blogs, chats, redes sociais (Twitter, por exemplo) e outros. A popularizacao desses géneros também se deu nas questées do Enem e de vestibulares, nas quais se espera que os estudantes se- jam capazes de identificé-los, reconhecer suas fungées ¢ refletir a respeito no s6 dos impactos gerados pelas novas tecnologias da co- municag&o, como também de sua relacdo com o desenvolvimento e a produgao de saberes. 1. Twitter ‘Twitter é uma palavra de origem in- glesa usada para se referir ao som produ- zido pelos passaros, que corresponde, em por- tugués, a “gorjear”, “piar”. Por esse motivo, osimbolo do microblog de mensagens ins- tanténeas é um passaro. ‘Trata-se de um espaco, uma rede social, em que os participantes relatam (postam) men- sagens bastante curtas, compartilhando com seus se- guidores o que estdo pensando ou fazendo - “comendo bolo de chocolate” -, ou o que estio lendo naquele momento, ¢ ainda dao dicas rapidas, enviam recados para um seguidor etc. Ou seja, os usudrios postam o que julgam importante transmitir, nunca ultrapassando 140 caracteres. Também é possivel postar links para fotos ou noticias, por exemplo. 41 Chat é uma conversa em tempo real, por meio da es- crita, com interlocutores ("falantes”) localizados em di- versas regides do mundo. Esse tipo de texto possibilita justamente a répida comunicacao, sem que haja necessidade de deslocamento. Assim, é possi- vel trocar informagies, fazer cursos, promo- ver debates, participar de eventos ou mesmo realizar consultas nos setores de atendimento a0 consumidor. 3. Hipertexto “O hipertexto é um dos paradigmas basicos em que a teia mun- y dial se baseia. Ele ¢ uma espécie de texto multidimensional em t que, numa pagina, trechos de texto se intercalam com referéncias a outras paginas. Clicando com o ‘mouse’ numa referéncia des- tas, a pagina corrente é substituida pela referenciada. [. Ohipertexto é muito apropriado para a representagio de informacées no computador por dois motivos: permite sub- dividir um texto em trechos coerentes e relativamente curtos, facilitando a sua organizagao e compreensio; permite também facil referéncia a outras partes do texto ou a outros textos, totalmen- te independentes, muitas vezes armazenados em locais distantes. Isto cria uma caracteristica propria de leitura da informacao que, apés um curto processo de adaptacdo, passa a ser intuitivo para 0 usuério, que se refere a esta leitura como ‘navegacao'” {Dispontvel em: , ‘Acesso em: 16/12/11) LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués! Observe, no quadro abaixo, que as palavras ou termos grafados em azul constituem as “entradas” para os hipertex- tos. Durante a navegacao na internet, basta clicar neles com o mouse para obter as informagées referenciadas. “Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (Dublin, 16 de ‘utubro de 1854 — Paris, 30 de novembro de 1900) foi um jiclandés [1]. Wilde foi criado numa familia protestante (convertendo-se @ Igreja Catdlica depois), estudou na Portora Royal School de Enniswkillen e no Trinity College de Dublin, onde sobressaiu como latinista e helenista. Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalen College de Oxford.(2]. Wilde saiu de Oxford em 1878. Um pouco antes havia ganhado | prémio’Newdigate’ com 0 poema Ravenna’ [2] Passou a morar em Londres e comegou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes.[1] Foi convidado para ir aos Estados Unidos a fim de dar uma série de Palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ‘ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos hist6ricos, 0 belo como antidoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dandi[3] [.J"” Disponivel em , ‘Reeser 16/1201 colecdoenem :. vestibulares PORES Veja a seguir como aparecem os géneros digitais no Enem, Questéo 99, caderno amarelo | Enem 2011 | A discuss8o sobre‘o fim do lio de papel*com a chegada da midia eletnica me lembra a ciscusséo idéntica sobre a obsolescéncia dofolherode cordel Os folhetostalvez i no existam mals daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso aconteca, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos continuardo sendo publica- dose ldos ~ em CD-ROM, em lio eletrOnico,em’chips quanticos sel lé 0 qué. O texto & uma espécie de alma mortal, capaz de reencarnar em corpos variados: pégina impressa, livro em Braille, folheto,"coee-table book; c6pia manuscrita, arquivo POF... Qualquer texto pode se reencarnar nesses (e em outros) formatos,ndo importa se é Moby Dickou Viagem a Sdo Sarué, se & Macbeth ou Olivo de piadas de Casseta & Planeta TAVARES, B.isponie! er: htp/Jornaldsparaba globacom, Ao tefletir sobre a possivel extingo do livo impresso € o surgimento de outros suportes em via eletronica, o cronista manifesta seu ponto de vista, defendendo que 8) Ocordel é um dos géneros textuals, por exemplo, que seré extinto com oavango da tecnologia. ) 0 livto impresso permaneceré como objeto cultural veiculador de impress6es & de valores cuituras ©) surgimento da midia eletronica decretou o fim do prazer de se ler textos em livts e suportes impressos. «05 textos continvardo vivose passives de reprodugio em novas tecnologias, mesrno que os lis desaparecam. ©) oslivros impressos desaparecerdo e, com eles, a possiblidade de se ler obras lterd- rias dos mais diversos géneros. > Essa questo props uma pequena discussio a respeito da possibilidade de substituigao do livro por recursos di indo que os estudantes chegassem & concluséo de que as novas tecnologias serao aliadas do processo de leltura (alternativa“d"). Portanto, requeria a habilidade de reconhecer a funcao e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicagéo informagao no cotidiano. Novamente essa habilidade foi exigida na questo abaixo, mos- trando que ocorrem incorporagées de novas palavras ao idioma, gerando mudangas no ambito linguistico, sem prejuizo a identida- de cultural de um povo. Questao 103, caderno amarelo | Enem 2011 | Ohipertexto refere-se a escritura eletronica néo sequencial e ndo linear, que se bi- furca.e permite aoleitor oacesso a um ntimero praticamente iimitado de outros textos ‘a partir de escothas locals esucessivas,em tempo real. Assim, o leitor em condigées de definirinterativamerte ofluxo de sua leitura a parti de assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequéncia fixa Ou a t6picos estabelecidos por um autor. Trata-se de uma forma de estruturagdo textual que faz do leitor simultaneamente coautordo texto final. 0 hipertexto se caracteriza, pois, como um processo de escrtura/eitura eletron 2 multiinearizado, multissequencial eindeterminado, realizado em um novo espaca de escrita. Assim, a0 permitr vérios nivels de tratamento de um tema, 0 hipertexto oferece a possibilidade de muiiplos graus de profundidade simultaneamente, ji que no tem sequéncia definida, mas liga textos ndo necessariamente correlacionados. MARCUSCHL L.A Disponive em: http/Auwpuespb, Acesso em: 29 jun. 2011 © computador mudou nossa maneira de ler e escrever, € 0 hipertexto pode ser onsiderado como um novo espaco de escritae leiture. Definido como um conjunto de blocos autonomos de texto, apresentado em meio eletrénico computadorizado no qual ha remissbes associando entre si diversos elementos, o hipertexto 2) €uma estratégia que, a0 possbltar caminhos totalmente abertos, desfavorece o leitor, a0 confundir os conceitos crstalzados tradicionalmente. b) € uma forma artificial de producao de escrita, que, a0 desviar 0 foco da leitura, pode ter como consequéncia o menosprezo pela escrita tradicional )_ @xige do leitor um maior arau de conhecimentos prévios, por isso deve ser evita- do pelos estudantes nas suas pesquisas escolares. ©) facilite @ pesquisa, pois proporciona uma informacdo especica, segura e verda- deira, em qualquer site de busca ou blog oferecidos na intemet. ! ©) possibiita ao leitor escolher seu propria percurso de leitura, sem seguir sequén- Cia predeterminada, constituindo-se em atividade mais coletiva e colaborativa, Para responderem corretamente & questdo acima, os estudantes precisavam estar familiarizados com o hipertexto (0 que é, quais sua estrutura e fungo), pois assim perceberiam que o leitor tem 0 poder de escolher se quer ou nao ler as informagées ou links apontados nesse tipo de texto (alternativa’e’) 45 Aspectos linguisticos e estilisticos LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I rataremos agora do estudo da lingua portuguesa néo com 0 intuito de fazer vocé memorizar ou dominar a nomenclatu- Ta, mas com 0 objetivo de que aprenda a usar seus recursos na leitura e produgao de diversos textos e seja capaz de perceber os varios sentidos possibilitados por construcdes complexas. Saber usar uma lingua é dominar um cédigo que produz mensagens possibilita a participagao dos individuos em uma comunidade. A Iin- gua é construida historicamente, est em constante mudanca e torna as pessoas capazes de se comunicar e de produzir conhecimento. ‘Como a Iingua esté inserida em um contexto social, cada pessoa deve ser capaz de reconhecé-la e usé-la em diferentes situagées, es- colhendo, para isso, o nivel de linguagem, os recursos e as estruturas textuais mais adequados para que a comunicacdo se concretize. Niveis de linguagem e variantes linguisticas ‘Ao uso que fazemos da lingua de acordo com o contexto dé- -se o nome de nivel de linguagem, dividido basicamente em linguagem coloquial ou popular e lingua- gem formal. Essa linguagem sofre alteraces em fungao de numerosos fatores, como 0s sociais, culturais, regionais, etérios etc. ‘ Lembramos que nao existe um nivel certo ou errado nem na linguagem escrita, nem na falada, @ se considerarmos que o importante que a comu- nicac&o aconteca. No entanto, um falante, leitor ou es- @ critor competente deve saber adequar o nivel & situacao, ie assim prevalecendo a ideia de adequado e inadequado. Para tanto, hé a necessidade de organizarmos os cédigos que compéem uma lingua - daf a existéncia da norma culta ou padréo, aquela que padroniza o idioma. 48 Como cidadéo ou cidada consciente, que compartilha a ideia de um mundo justo e harmonioso, vocé deve repudiar quaisquer préti- cas preconceituosas, incluindo aquelas que envolvem aspectos lin- guisticos. Uma das habilidades exigidas no Enem é justamente a de “reconhecer a importancia do patriménio linguistico para a preserva- do da meméria e da identidade nacional”. Portanto, também é fundamental reconhecer as variantes linguisti- cas praticadas por grupos sociais e regionais distintos. Veja: Regional £ 0 modo tipico de falar em cada regio ~ 0 vocabulério, as ex- pressdes, as estruturas, a prosédia. Temos como exemplos os falares nordestino, carioca, paulista, gaticho, caipira... O falar regional néo denota inferioridade, nem tampouco superioridade, mas sim contri- bui para a riqueza linguistica, evidenciando as diferencas culturais por meio das singularidades de uma regio. cama cunenone FOXSO Un PUADNHA YF PUADREAO CARANEAL COCEVAICASARAGORAERNO COM AMRBARA., SEUSAADOH um estilo de linguagem que se integra a popular, usado por um grupo social determinado (esqueitistas, funqueiros, entre tantos outros), para o qual interessa que apenas seus membros decodifiquem as mensagens. LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués Vulgar £a linguagem utilizada pelas pessoas que nao tiveram acesso aos meios educacionais ou contato com o padrao culto da lingua. Impor- tante ressaltar que toda forma de preconceito é condendvel, inclu- sive o preconceito linguistico. Veja na cangdo abaixo como ocorre 0 uso de vulgarismos de linguagem, porém sem prejuizo ao texto, sem desvalorizé-lo, ao contrério, reforcando a situacao descrita por meio de varios termos que fogem por completo lingua padréo, como “fu- mos", “téuba” e "néis?, “ fumos pro meio da rua Aprecié a demolicao Que tristeza que néis sentia Cada téuba que caia” (Saudosa maloca, Adoniran Barbosa) Veja como esse tema é tratado no Enem. A primeira questo aborda a diferenca existente entre a lingua portuguesa do Brasil e a de Portugal (alternativa “c”). Questo 131, caderno amarelo | Enem 2011 | Motivadas ou nao historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepéemse ao longo do territ6rio, seja numa relagdo de oposicSo, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a intersegao de usos que con- figuram uma norma nacional distinta da do portugués europeu. Ao focalzar essa ‘questo, que opée nio s6 as normas do portugués de Portugal as normas do portu- ‘gues brasilelro, mas também as chamadas normas cultas locals 8s populares ou ver- rnaculas, deve-se insistr na ideia de que essas normas se consolidarem em diferentes momentos da nossa historia e que s6 a partir do século XVlll se pode comecar a pensar na bifurcacso das variantes continentais, ora em consequéncia de mudancas ocorridas no Brasil ora em Portugal, ora, ainda, ern ambos os terrtéros, CCALLOU, D. Gramstic, vaso norma. VIEIRA, 5. BRANDAO, Sor) Ensino de gramstica desc uso Sio Pula Contexto, 2007 (adaptad) 49 © portugués do Brasil ndo & uma lingua uniforme. A variagao linguistica é um fenémeno natural, 20 qual todas as linguas estdo suleitas. Ao considerar as varieda- des linguisticas,o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, charmando a atengo do leitor para a a) desconsideragdo da existéncia das normas populares pelos falantes da norma culta b) difusdo do portugués de Portugal em todas as regides do Brasil s6 a partir do século XVll )_existéncia de usos da lingua que caracterizam uma norma nacional do Bra- sil, distinta da de Portugal. 4) inexisténcia de normas cultas locais e populares ou verndculas em um de- terminado pats. ©) necessidade de se rejeltar a ideia de que os usos frequentes de uma lingua deve ser aceitos. J& a questo abaixo demonstra que até mesmo as pessoas que dominam a linguagem padrao acabam, na fala, “desviando-se” dela, por se tratar de um momento mais espontAneo e imediato do uso linguistico. Veja que a alternativa correta é a “b”. Questo 129, caderno amarelo | Enem 2011 | Hi certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, depender do es- trato social e do nivel de escolaridade do falante, so, sem duivida, prevsiveis. Ocorrem, até mesmo em falantes que dominam a variedade padréo, pois, na verdade, revelam, tendéncias existentes na lingua em seu processo de mudanga que ndo podem ser blo- ueadas em nome de um ‘ideal inguistico’ que estaria representado pelas regras da verbo -> complemento (objeto direto ou indireto) ~> adjunto adverbial Sujeito ee Asgarotas fantasmas ontem & noite | Na ordem indireta, um ou mais termos aparecem deslocados na ora ‘cdo. Geralmente as inversdes sfio empregadas para causar algum efeito | de sentido, pois recebe maior énfase o termo que vem primeiro. Adjunto adverbial | ——_-Sueto verbo Complemento | Onterna noite as garotas virar fantasmas, | Questdo 118, caderno amarelo | Enem 2011 | Quando os portugueses se instalarem no Brasil pais era povoado de indios. Im- portaram, depois, da Alice, grande nimero de escravos. O Portugués, o Indio e 0 Ne- {Fo consttuem, durante o periodo colonial, a ts bases da populacdo brasileira, Mas ro que se refere & cultura, a contribuigao do Portugués foi de lange a mais notada Durante muito ternpo o portugues e 0 tupi viveram lado a lado como linguas de comunicacSo. Gra 0 tupl que utilzavam os bandeirantes nas suas expedibes. Em. 1694, dzia 0 Padre Antonio Vieira que as famas dos portugueses e indios em S30 Paulo estao tao ligadas hoje umas com as outras, que as mulheres eo flhos se criam mistca e domesticamente, ea lingua que nas ditas famfias se fala & 2 dos Indios, ea Portuguesa a vo 0s meninos aprender & escola’ TEYSSIER Hsia daingua portuguesa. Lisboa: Lara Sé da Costa, 1984 adapta). A identidade de uma nacio esta diretamente ligada & cultura de seu povo. 0 ‘texto mostra que, no period colonial brasileiro, o Portugues o Indio e o Negro for- maram a base da populagio e que o patriménio linguistico brasileiro € resultado da 2) contribuigéo dos indios na escolarizacao dos brasileiro. b) diferenca entre as inguas dos colonizadores e as dos indigenes. ©) importéncia do pace Anténio Vieita pare a literatura de lingua portuguesa @) origem das diferengas entre a lingua portuguesa e as linguas [sc] tupi. «)_interagéo pacifica no uso da lingua portuguesa e da lingua tupi. ssa questo mostra que o portugués do Brasil se constitu também pelo uso da lingua tupi no processo de nossa colonizacao, sobretudo no ambito intimo — 0 falar das familias, que envolve afetividade. Assim, a alternativa possivel 6 ae". LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I Elementos da comunica¢ao e fun¢des da linguagem Entende-se por comunicacéo 0 processo de interagéo com a | intengao de trocar, expor informagées, ideias, emocées, saberes. ‘ Essa interac&o ocorre nao apenas entre pessoas, mas também en- | tre bichos, uma vez que eles, a partir de um cédigo préprio, conseguem emitir e receber mensagens. As formas de interagdo podem acontecer princi- palmente por meio da escrita, de imagens, de expres- sdes corporais e de sons. k Para compreender as chamadas funcées da linguagem, faz-se necessério conhecer os elementos envolvidos no processo de comunicacéo, jé que eles se relacionam. E é fundamental que seis ele- mentos estejam atuando de forma harménica e cooperativa. 1. Elementos da comunica¢ao So eles: emissor, receptor, mensagem, cédigo, canal e contexto. Se houver qualquer falha ou dissonancia em algum deles, certamen- te a comunicagio seré prejudicada ou mesmo no ocorreré. Quando um desses elementos se destaca, predomina um tipo de funcdo da linguagem na comunicacao. contexte i (eter emisor | _ [Mensagem |, | Receptor tenor) | ioe) tenet) | édigo (metalinguistica) él colecéoenem:. vestibulares Emissor Corresponde ao produtor da mensagem, representado por uma pessoa, um grupo ou instituicao. Receptor £0 destinatério, é a quem se dirige a mensagem. ‘Mensagem £0 contetido, a comunicacao que o emissor deseja transmitir. Cédigo £0 conjunto de regras e signos que deverd ser decodificado pelo destinatario. | Canal £0 meio utilizado pelo emissor para transmitir sua mensagem. Contexto Eo referente, a situago, o objeto referido pela mensagem. 2. Fun¢ées da linguagem 2.1, Emotiva Revela os sentimentos e emogGes do emissor — por isso prevalece © uso da primeira pessoa, das interjeicdes, das exclamagées e re- ticéncias. Também podem aparecer insultos. £ mais recorrente em textos poéticos, cartas pessoais e cangSes. Veja dois exemplos: “0 coragio, apenas um oceano escuro, denso e pegajoso. ‘Uma noite negra e vazia, entrecortada de relampagos mérbidos. $60 frio cortante e amargo | de saber-te ausente” | SALES, Larissa, Tempestade e sereno. In: PAIVA, Juliana Zanetti de (org). Desafios literdris. Fortaleza: Academia Maria Ester de Leitura e Escrita, 2011 LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués! “So seres encantados, homens de fé, guerreiros. Alegram-nos, comovem- ~nos e nada pedem, s6 pelo gosto de ser, de viver feliz de contentamento, Quando falamos com eles ou simplesmente os observamos na peleja dos seus rituais, sentimos um qué de sagrado, de profundo. Embriagamo-nos numa convulsao de sentimentos bons, como se a vida fosse uma coisa de melhor, uma coisa mais branda, uma coisa assim, bem de gente humana.” BERALDO, Ana; REIS, Eunice, Meméria do povo - vozes de mestres. So Paulo: Anaué, 2011 2.2. Poética Ocore quando a mensagem é trabalhada de forma cuidadosa, apre- sentando jogos de palavras, recursos sonoros, figuras de linguagem com © intuito estético. Bastante comum nos textos literdrios e publicitarios. Veja um exemplo no trecho da letra de Cantiga, de Zeca Baleiro: “Flower néo € flor [..] little flower Sete cravos, sete rosas, Tiro-liro 1é, liro-liro 1a” 2.3. Metalinguistica A preocupacao é explicar, traduzir 0 préprio cédigo utilizado. Um exemplo caracteristico é 0 verbete de dicionério: Hermenéutica: s.f. Arte de interpretar os livros sagrados ¢ os textos antigos: hermenéutica sagrada, / Teoria da interpretaco de varios sinais como sim- bolos de uma cultura. / Arte de interpretar leis. Disponivel em: . ‘Acesso em: 17/11/11, 2.4. Fatica ‘Testa o funcionamento do canal, ou seja, verifica seo contato com © receptor esta mantido: ~Al6? Mario? Vocé est me ouvindo? A ligacio esté ruim. 64 2.5. Conativa ‘Também chamada apelativa, seu alvo é o receptor, na tentativa de convencé-lo, persuadi-lo a adotar determinado comportamento. Hé referéncia direta ao destinatério, uso de imperativo e apelos emocio- nais. £ comum em textos publicitarios, sermées e discursos eleitorais. Veja um exemplo: “Nao vou descanser enquanto houver brasileiros sem alimentos na mesa, enquanto houver familias no desalento das ruas, enquanto houver criancas ppobres abandonadas & propria sorte. O congragamento das familias se dino slimento, na paz e na alegria.E este € 0 sonho que vou perseguit! Esta ndo é tarefa isolada de um governo, mas um compromisso a ser abra- ado por toda a sociedade. Para isso, peo com humildade o apoio das instituigdes puiblicas e privadas, de todos os partidos, das entidades em- presariais e dos trabalhadores, das universidedes, da juventude, de toda a imprensa e das pessoas de bem.” ‘Trecho do discurso de posse da presidenta Dilma Roussef, ‘proferido em 1° de janeiro de 2011. 2.6. Referencial Essa fungdo, bastante empregada em textos jornalisticos e cienti- ficos, privilegia a transmissao de informagées de forma objetiva. No ‘hd envolvimento nem do receptor, nem do emissor. Lembre-se, no entanto, de que os editoriais ou as chamadas cartas a0 leitor dos jornais, revistas e outros meios de comunicagéo, ao con- trério, so opinativos e, assim, nao se enquadram na fungio referencial. Veja um exemple: Questao 107, caderno amarelo | Enem 2011 | Nao tem tradugao td Lé no morro, se eu fizer uma falseta Afisoleta desiste logo do frances e do inglés A gitia que 0 nosso morro criou Bem cedo a cidade aceitou e usou ul LINGUAGENS, CODIGOS € SUAS TECNOLOGIAS Portugués I Essa gente hoje em dia que tern mania de exibigao No entende que o samba néo tem tradugo no idioma francés Tudo aquilo que o malandro pronuncia ‘Com voz macia é brasileiro jd passou de portuqués Amor lino morro é amor pra chuchu ‘As rimas do samba no s80 I love you Eesse negécio de ald, al6 boy e al Johnny ‘56 pode ser conversa de telefone ROSA, Nr: SOBRAL, Joao VA traducdo dos bambas, evista Lingua Portuguesa, Ano 4, 54, Sao Paulo: Seqmenta, ab. 2010 (agent), ‘As cangies de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila sabel, apesar de revelarem: uma agucada preocupagao do artista com seu tempo e com as mudancas poltico- -culturas no Brasil, no inicio dos anos 1920, ainda séo modernas. Nesse fragmento do samba Ngo tem tradusdo, por meio do recurso da metalinguagem, o poeta prope )_incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com vocabulos estrangeiros, respeitar e preservar 0 portugueés padréo como forma de fortalecimento do iio: rma do Brasil valorizarafala popular brasileira como patriménio linguisticoe forma legitima de identidade nacional. mudar 05 valores socials vigentes & época, com advento do novo e quente ritmo da musica popular brasileira ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invaséo de valores étnicos de so- ciedades mais desenvolvidas. Nessa questo, hé metalinguagem quando 0 eu lirco (a voz do poema) faz uso do cédigo linguistico para justamente explicar a lingua e sua variante popu- lar, valorizando-a.Portanto,aalternativa correta éa“c* Questdo 117, caderno amarelo | Enem 2011 | Pequeno concerto que virou cansao Nao, no hé por que mentir ou esconder ‘A dor que foi maior do que é capaz meu coragao. Nao, nem ha por que seguir cantando sé para explicar Nao vai nunca entender de amor quem nunca soube amar ‘Ah, eu vou voltar pra mim Seguir sozinho assim colecdoenem « vestibulares ‘At me consumir ou consumir toda essa dor AUS sentir de nove 0 coragio capaz de amor \VANDAE, G.Oisponivel em htpd/weeetrasteracombt Aces em: 29 jun 2011. Na cangdo de Geraldo Vandré, terse a manifestacéo da fungéo poética da lingua- ‘gem, que é percebida na elaborago artisticaecrativa da mensagem, por melo de com- binacGes sonoras ertmicas. Pela andlse do texto, entretanto, percebe-se, também, a pre- senca marcante da fungdo emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor a). imprime & cango as marcas de sua atitude pessoal, seus sentiments ) transmite informagdes objetivas sobre o tema de que trata a cangéo. ©) busca persuadir o receptor da cango a adotar um certo comportamento, ¢) procura explicara préprialinguagem que utiliza para construira cancéo. ©) objetiva veriicar ou fortalecer a eficiéncia da mensagem veiculada. Na letra, 0 eu lirco (emissor) demonstra a dor ea angusta existentes por meto do ‘uso da primeira pessoa — “meu coragSo; “eu vou voltar pra mim’ Portanto, 0 foco de atengao esté no emissor, o que caracteriza afuncio emotiva, expressa na alternativa’at Veja mais uma questiio do Enem que requereu conhecimentos das fungdes da linguagem. Questao 97, caderno amarelo | Enem 2010 | A iosfera, que reine todos os ambientes onde se desenvoliem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podern ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistera tem miltiplos mecanismos que regular 0 nt- "mero de organisms dentro dele, controlando sua reproducao, crescimento.e migragbes. ‘DUARTE, M. O guia dos curosos Sto Pale: Companhia das Leas, 1995. Predomina no texto a funco da linguagem 2). emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relagio 8 ecologia b) fatica, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicacéo. ©) poética, porque o texto chama a atengSo para os recursos de linquagem ) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leltor, ©) ‘referencial, porque o texto trata de nogdes e informacdes conceituals, A resposta correta para essa questo s6 pode ser a alternativa”e" pois o texto centra seu foco de atencao na informacéo, ou seja, no objeto, no contexto, trans- mmitindo as ideias de forma clara e objetiva. ON eee TTT LINGUAGENS, CODIGOS £ SUAS TECNOLOGIAS Portugués! A denotagao e a conotacao Niguel Nausea Fernanda Gonsaes Na tirinha acima, o humor é construido a partir do confronto de sen- tidos da expresso “VA procurar sua turma”. A borboletinha diz isso de maneira figurada, querendo dizer “V4 embora, nao me perturbe”, en- quanto a barata a entende no sentido literal (real) de locellizar os amigos que fazem parte da turma, causando uma perturbacao ainda maior. Essa riqueza de possibilidades de sentido acontece por meio da denotagao ~ sentido original, real das palavras - e da conotacao - sentido emprestado a elas. Do sentido conotativo, nascem as figu- ras de linguagem. 1. Figuras de linguagem Os autores que fazem uso da conotacao, e portanto produzem figuras de linguagem, tém como objetivo elaborar a mensagem de forma que esta apresente valor estético, torne-se mais expressiva, chamando a atencao do leitor, cativando-o para o texto. Essas figuras so dividas em: 1.1. Figuras sonoras Osom é 0 elemento explorado. 67 68 * Assondncia: Repeticao intencional de sons vocélicos. Veja como isso ocorre nos versos de Tanta tinta, de Cecilia Meireles: “Aponte aponta ese desaponta Atontinha tenta limpara tinta” ‘Veja mais um exemplo: “um dia, conto, Um dia, canto. ‘Te encanto Se, por a, te encontro” VASCONCELOS, Vict6ria. Conte, canto, encanto, encontro, In: PAIVA, Juliana Zanetti de (org). Desafcsliterdrios. Fortaleza: Academia Maria Ester de Leitura e Escrita, 2011. * Aliteragdo: Repeticdo intencional de sons consonantais. Veja como isso ocorre em Violdes que choram, de Cruz e Souza. “Vozes veladas, veludosas vozes, Volipia dos vildes, vozes veladas, ‘Vagam nos velhos vortices velozes Dos ventos, vivas, vas, vulcanizadas.” * Paronomésia: Repetictio ou aproximagGo de palavras com o mes- ‘mo som, mas com sentidos diferentes. Confira em Parque da Juraci, de Zeca Baleiro. “Juraci me convidou pra eu ir No parque mais ela lé em Birigui ) Juraci que parque Juraci que parque é esse que eu nunca vi?” No trecho da letra acima, ha a presenca de assonancia (som do “"), aliteragdo (som do “r”, em “Juraci”, “ir”, “parque”, “Birigui”) e pa- ronomésia do som “Juraci que parque” em aluséio ao nome do filme de Spielberg (a quem o autor dedica a cangao), Jurassic Park. LINGUAGENS, CODIGOS £ SUAS TECNOLOGIAS Portugués! 1.2. Figuras de pensamento * Antitese: Aproximacio de palavras com sentidos opostos. Fazem parte da vida o nascimento e a morte * Paradoxo: Aproximacao de ideias opostas que causam uma contradicao. Veja os versos de Camées: “Amor é fogo que arde sem ver FE ferida que d6ie nao se sente” * Eufemismo: Suavizagio de termos que indicam algo desagrada- vel, sofrido. “N&o chorem! que nao morreu! Era um anjinho do céu Que um outro anjinho chamou! Era uma luz peregrina, Era uma estrela divina Que ao firmamento voou!" (eufemismo para morte) Anjinho, Alvares de Azevedo © Gradacio: Sequéncia de palavras que intensificam uma ideia. “Aqueles homens gotejantes de suor, bébados de calor, desvairados de inso- lagéo, a quebrarem, espicacarem, a torturarem a pedra(..)" O corto, Aluisio Azevedo + Hipérbole: Exagero de uma ideia, a fim de causar impacto. Disse mais de mil vezes que isso ia dar errado! + Prosopopeia ou personificacao: Atribuicdo de caracteristicas humanas a seres inanimados ou imaginarios. As arvores choram a destruigao. * Ionia: Consiste em sugerir 0 contrario do que os termos ou expressdes parecem indicar por meio do contexto, da contradicio ou da entonacio, com intuito depreciativo ou sarcéstico. ~ Que bonito, Mariana, quebrou as tagas da mami 1.3. Figuras de palavras * Comparagio: Aproximacéio de elementos que mantém alguma | relacdo de similaridade, alcangada por meio de nexos gramaticais comparativos: como, tal qual, que nem, igual a, semelhante a... Vocé é forte como um touro. * Metéfora: f uma comparacdo subentendida, ou seja, 0 nexo gra- matical nao é explicito. Vocé é um touro, * Metonimia: £ uma relacdo de contiguidade, de substituicio de uma palavra por outra que mantém alguma relagao de sentido com a anterior. Pode ocorrer de varios modos: o autor pela obra (Gosto de ler Machado de Assis); a parte pelo todo (Mios que dio esmola); o continente pelo contetido e vice-versa (Comi dois pratos ontem no jantar). * Gatacrese: Em virtude da nao existéncia de um termo que indique © sentido ou nomeie um objeto, toma-se outro por empréstimo que tenha alguma relacao. Embarcar no avido. (Embarcar é para barco) Folhas do caderno. Dente de alho. juras de ‘taxe ou de construcao * Polissindeto: Ocorre quando ha a repeticéo intencional da conjungo para dar énfase a informacio. Ecanta erie chora e se desespera. + Assindeto: Consiste na omissio da conjuncao. Canta, 1i, chora, desespera-se © Anéfora: £ a repeticao intencional de termos ou expres- ‘sdes no inicio de versos de um poema ou de perfodos e pardgrafos. Veja a miisica A primeira vista, de Chico César. . LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués! “Quando nao tinha nada, eu quis Quando tudo era auséncia, esperei Quando tive frio, tremi Quando tive coragem, liguei. + Hipérbato ou inversio: Alteracio na ordem direta dos termos da oracao. Felizes as meninas ficaram, © Elipse: Supressio ou omissao de termos que so facilmente identificados. Fomos sem malas, ténis sem meias, roupas curtas. © Zeugma: Muito semelhante & elipse, consiste na omissdo de um ter- ‘mo ja citado anteriormente, pois sua repeticio seria desnecesséria. Os meninos foram de carro e as meninas, a pé. + Pleonasmo: Ocorre quando ha a repeticao da mesma ideia, carac- terizando uma redundancia. Pode ser considerado literdrio quan- do hé a necessidade de reforcar uma ideia. “CE foi morrida essa morte, irmaos das almas, essa foi morte morrida ou foi matada?” (ort e vida severina, de Joo Cabral de Melo Neto) ‘Opleonasmo vicioso é aquele que explicita idelas que jé esto implicitas na construgao. Portanto, deve ser evitado. Exemplos: subir para cima, hemorragia de sangue, repetir de novo, principal protagonista.. © Silepse: Ocorre quando a concordancia entre os termos é feita com as ideias, e ndo com as palavras. Pode haver silepse de gé- nero (masculino e feminino); de niimero (singular e plural); de ‘pessoa (sujeito e verbo em discordancia). s brasileiros somos uma nacdo alegre. (pessoa e niimero) Veja na questéo abaixo que, por meio do recurso expressivo de uma figura de linguagem, o texto permanece atual. O que possibi- litou isso foi o uso da ironia, que consiste em sugerir 0 contrério do que as palavras ou frases exprimem. Questao 100, caderno amarelo | Enem 2010 | Texto! Onde esta a honestidade? Voc8 tem palacete reluzente Tem joiase criados 8 vontade Sem ter nenhuma heranga ou parente So anda de automével na cidade. Eo povo pergunta com maldade: Onde esté a honestidade? (Onde esté a honestidade? (Osseu dinheito nasce de repente Eembora nio se saiba se é verdade \Vocé acha nas ruas diariamente Anéls, dinhelto efelicidade. \Vassoura dos saldes da sociedade (Que varte o que encontrar em sua frente Promove festivals de caridade Em nome de qualquer defunto ausente. OSA, N.Disponivel em: tpy/wwvsmpbnet comb Acesso em: abr. 2010 LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués I Texto ll Um vuito da histéria da misica popular brasileira, eeconhecido nacionalmente, é Noel Rosa, Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto estaria completando 100 ‘anos, Mas faleceu a0s 26 anos de idade, vitima de tuberculose, deixendo um acervo de grande valor para o patrimdnio cultural brasileiro. Multas de suas letras representa a sociedade contemporénea, como se tivessem sido escitas no século XXL Disponivel em: nep//weraimpbnet.comb. Acesso er: abr 2010 Um texto pertencente 20 patriménio iteério-cultural brasileiro & atualizavel, na medida em que ele se refere a valores e situagdes de um povo. A atualidade da can- (G80 Onde esté a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se por meio )_ da ironia, 20 se refer a0 enriquecimento de origem duvidosa de alguns. ») da critica 20s ricos que possuem joias, mas néo tém heranca, ©) da maldade do povo @ perguntar sobre a honestidade. d) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade. )_da insistencia em promover eventos beneficentes. | de FaraiLie Veja que no primeiro texto 0 eu postico faz uso da ironia so- | bretudo em: "Sem ter herana ou parente’/ “Seu dinheiro nasce | de repente’, A cangéo toda questiona a origem da fortuna, le- | vando 0 interlocutor a pensar que a forma de obtencéo néo é | honesta, Assim, temos como resposta correta a essa questo a alternativa’a’ L tt 73 colecdoenem © vestibulares jo Progressao textual e recursos coesivos Um texto, para ter encadeamento légico e progressio, deve apre- =< sentar as ideias adequadamente ligadas entre oracdes, periodos e pardgrafos, compondo um todo coeso e coerente. Por meio de diver- sos recursos linguisticos, é possfvel conectar as partes de uma pro- dugao escrita ou falada. Podemos estabelecer ligacdo com as informagées anteriormente expostas por meio de epitetos, termos ou frases que qualificam uma pessoa ou objeto. Exemplo: Apresidenta recebeu Pelé no Palacio do Planalto. 0 “Rei do Futebol” foi falar sobre a Copa. ambém podemos fazer isso por meio das nominalizacdes, isto 6, transformando um verbo da sentenca em substantivo, Veja: O filho desfeiteou o pai. A mae fez uma interferéncia dizendo que desfeitas no s&o atos dignos. Repare que a coesdo foi possibilitada em virtude do uso dos termos “desfeiteou” e “desfeitas”. Outro importante recurso € 0 uso de pronomes para substituir um termo ou se referir a ele, sobretudo os pronomes relatives. Acompa- he abaixo algumas informagées a respeito deles. 1. Uso dos pronomes relativos SAo termos que se referem a um antecedente. Sao os vocébu- Jos “quem”, “qual”, “que”, “quanto”, “cujo” e “onde”. ‘Ao empregarmos um pronome relativo, devemos observar alguns preceitos ditados pela gramatica: ‘* Pronomes relativos sempre se referem a termos anteriores. Por isso, faz-se necessério encontrar esses termos para que a concor- dancia verbal seja mantida. 1H4 muitas pessoas que esto reclamando dos elevados impostos. 74 + LINGUAGENS, CODIGOS £ SUAS TECNOLOGIAS Portugués I snnnnnnnnnnnnnnnTenenee © termo “que” é um pronome relativo que retoma o termo “pesso- as"; portanto, o verbo “estio” deve ser mantido no plural. * Se houver um verbo ou nome na oragao que exija o uso de prepo- sigo, esta deve anteceder o pronome. Amoga a quem me referi é Joana. Observe que o verbo “referir-se” exige 0 uso da preposigio “a”, pois quem se refere “se refere” a alguém. Assim, torna-se obrigatoria a presenca dessa preposicao antes do relativo “quem”. * Opronome “quem” s6 deve ser empregado na indicagio de pessoas. Feliz é aquele em quem podemos confiar. O pronome “onde” deve ser usado apenas na retomada de lugares ou nas referéncias a eles: O colégio onde estudo fica na capital. Os pronomes “cujo”, “cujos”, “cuja”, “cujas" indicam relacao de posse, tendo como ideia equivalente os termos “do qual”, “de quem”, “de que”. Concordam sempre com a coisa possufda e de- vem ser antecedidos de preposigéo quando o caso exigir. Acasa cujas janelas estao fechadas pertence ao Bardo. Perceba que o pronome “cujas” est no feminino plural porque concorda com 0 termo possuido - “janelas”. Existem outros elementos gramaticais que também desempenham a fungdo de conectivos, garantindo 0 sentido das ideias, como as conjungées e locucdes conjuntivas, as preposigées e locugdes. prepositivas, além dos termos de transic&o e dos advérbios. 76 colerdoenem: vestibuiares 2. Os principais conectivos e seus sentidos eee i cima, bem como, também, ademais, outrossim tency (u ~ 0U, er» quer, Sea. sea, 018.018, 0 porque, js que, visto que, grazas em virtude de, por + ory infritvo, pois, por ss0.que, uma vez que, devido em vsta de 1o ~. que, tanto .. que, de modo que, de sorte que, de forma CeTPTEEEEME ue, de maneira que, assim, consequentemente, com efto, por conseguinte, como resultado logo, portanta, pois, em summa em sintese, ern resumo, crore destarte,enfim 10, caso, desde que, anéo ser que, 2 menos que, Games? eventualmente como, tal como, assim como, tal qual, serelhante a, CETTE iqualmente, da mesma forma, similarmente, analogamente, por analogia, de maneira idéntica CEERI conform segunda de acordo com de conforridade com, como CEE 201 Poraue, porquant, isto a saber, por exemplo, que ars para que a fim de que para + ifnitivo,com o fim de, como sears propésito de, coma finalidade de, com o ntuto de ‘mas, porém, contudo, todavia, no entanto entretanto, embore, Cred ‘mesmo que, apeser de + infiniti, ainda que, ao contro de, pelo contrério, nao obstante, malgrado, senso, conauanto a medida que, & proporgdo que, quanto mais, quanto menos, sion! proporcionalmente a quando, logo que, assim que, toda vez que, enquanto, antes, depois, entao, j, posteriormente,afinal, durante, amanh’ cay Cee felizmente, queira Deus, pudera, oxaé, ainda bem (que) pee com certeza,certamente,indubitavelmente, de fat, por certo, inquestionavelmente Cre talvez, provavelmente, quig, se € que, nfo € certo ced até, até mesmo, no minimo, no maximo, $6 poe apenas, exceto, menos, alo, So, somente, sero ered inclusive, tamiém, mesmo, até em primero lugar, primeiramente antes de tudo, acima de ‘apenas, 6, somente, unicarmente alii, isto € ou seja, ou melhor nem, também, nSo 6 .. mas também, além de, ainda por tudo, inicialmente, sobretudo, precipuamente, principalmente © conhecimento de varios elementos que funcionam como co- nectivos permite maior facilidade no encadeamento das ideias em um texto, garantindo, assim, sua progresséo. f fundamental reco- nhecer os segmentos frasais que serdo ligados, observando sempre 08 verbos das oracées. ‘Veja como 0 uso dos conectivos (destacados nos trechos a seguir) possibilita a apreensdo de sentido do texto: (isco de emprestar dinheiro a alguém, seja quem for, é sempre o de nao receber 0 valor de volta. Mas se partir desse principio, vocé sempre diré “ndo”a ‘quem Ihe pedir empréstimos. Contudo, hd muita gente honesta que realmente ado. Afinal, tanto pedir como receber esse tipo de solicitagao séo situagdes muito desagradévels e pou- as pessoas querem “pagar o preco desse desgaste.[..] Por isso, o primeiro passo é avaliar: Quem est me pedindo essa quantia? Ele(a) costuma fazer sempre isso, seja com quem for? O que aconteceu para que essa pessoa esteja precisando desse dinheiro com tanta urgéncia? Uma pessoa pode nao ter dinheiro hoje e té-lo amanha, quando receber 0 precisa de socorro financeiro e paga no prazo com| que espera ~ mas pode néo receber e, logo, nao Ihe pagar depois. “Eu devol- vo assim que o Mauro me pagar’ Uma afirmagao como essa pode ser tomada como um grande risco, pois o Mauro pode nao devolver o dinheiro. Se vocé disser “sim, empresto’, tenha consciéncia de que poderd ficar sem seu dinheiro, Se achar mals conveniente, diga um "nao" justificado: "Infelizmen- te, ndo posso contar com a sorte. Precisarel desse dinheiro muito em breve", Se mesmo assim a pessoa insistir no pedido, saia com uma evasiva: “Além de ter de contar com essa quantia logo, eu no queria Ihe falar, mas acabei de empres- tar dinheiro para outro amigo” Como e quando dizer no. Barueri: Gold Editora, 2007, Os conectivos destacados so responséveis pelo encadeamento logico das informagées. Veja como isso acontece: * Mas: indica oposico entre as ideias — risco de nao receber de vol- ta o dinheiro emprestado e ter sempre de falar ndo a quem pede. * Contudo: indica a mesma relago anterior - oposicao entre sem- pre dizer “no” e o pedido ser feito por uma pessoa que devolveré 0 dinheiro tomado por empréstimo. * Afinal: indica uma concluséo - as situacdes que envolvem em- préstimo de dinheiro sao desagradaveis. LINGUAGENS, CODIGOS € SUAS TECNOLOGIAS Portugués I oe 7 78 colecdoenem : vestibulares * Por isso: indica uma causa - jé que a situacao é desagradavel, é importante avaliar alguns dados. © Quando e assim que: os dois nexos (conectivos) esto indicando tempo. * Logo: indica conclusao da seguinte situago a pessoa pode néo receber, portanto pode nao pagar o empréstimo. * Se: indica uma condicao - ou dizer “sim” e correr 0 risco ou dizer “nao” e ter de justificar. © Além de indica adicao - contar com a quantia e 0 fato de ter em- prestado a outra pessoa. Veja mais um exemplo: ‘Vai longe 0 tempo em que o diagnéstico de cancer era interpretado como sentenca de morte. Felizmente, a oncologia moderna oferece muitas possibi dade de tratamento curativo, néo apenas para 0s casos iniciais, mas até para doengas avangadas. Mesmo diante de um tumor disseminado, incurdvel, contamos com recursos para combater os sintomas, amenizar os efeitos colaterais do tratamento e pro- longara vida. As vezes, por varios anos. ( fato de haver recursos avancados para combater o cancer néo nos desobri- ga nem da adogdo de medidas para prevenir o aparecimento da doenca, nem da atengdo ao diagnéstico precoce. Ninguém esté livre do risco de ter um céncer, porque néo é possivel evitar todos 0s fatores de risco (caso da predisposi¢ao genética, por exemplo). Porém, muitos dos fatores envolvidos no aparecimento dessa doenca, como o sedenta- rismo e o cigarro, podem ser banidos de nossas vidas pelo bem de nossa sade. VARELLA, Drauzio; JARDIM, Carlos. Canceres. Barueri: Gold Editora, 2008. (Coleco Doutor Drauzio Varela) * Como: indica o modo come o diagnéstico de cfncer era entendido uma sentenga de morte. ‘© Nao apenas ... mas até: indica adigdo ~as duas ideias esto inclu- das, casos iniciais e avangados. * Para: indica uma finalidade - os recursos server com que fim, para qué? © Porque: explica por que ninguém esté livre de desenvolver um cncer. LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Portugués! a Questao 109, caderno amarelo | Enem 2011 | Cultivar um estilo ce vida saudével éextrernamente importante para diminuiroris- ode infarta, mas também de problemas como morte subita e derrame,Signfica que anter uma alimentacéo saudsvel e praticar atividade fisica regularmente jé reduz, Por si 6, as chances de desenvolver varios problemas. Além disso, é importante parao Controle da presséo arterial, dos niveis de colesterole de glicose no sangue. Também ajuda a ciminuir oestresse e aumentar a capacidadefsica, fatores que, somados redu- zemas chances de infarto. Exerctar-se, nesses casos, com acompanhamento médicoe ‘moderacdo, é altamente recomendével TALIA, M. Nossa ida. Epo. 23 ma, 2008. ‘As ideiasveiculadas no texto se organizam estabelecendo relagdes que atuam na Construgao do sentido, A esse respeito,identifica-se, no fragmento, que 2) a expressio"“Além disso’ marca uma sequenciagio de ideias. ') @.conectivo “mas também inicia orago que exprime ideia de contrast. ©) otermo’como; em ‘como morte subita e derrame',introduz uma generalizacSo, 8) otermo“Também" exprime uma justficativa ©) otermofatores'retoma coesivamenteniveis de colesterol ede glcose no sangue © .uso de conectivos e suas relacdes no texto foram explicitados na questo cima. No trecho exposto, temos os seguintes termos: ‘para’, indi cando finalidade, propésito; ‘mas também’, indicando adicao; “eS também com a ideia de adicéo;“além disso’ usado para dar conti- nuidade, ou seja, sequéncia aos fatos; e 0 termo “também' (adicdo). Logo, aalternativa correta éat, 79 Q ‘0 passo decisivo para sua aprova¢ao Produgioeditoviak: Gold Editora Ltd. trials lsbel Moraes coordenasio: lagégle: Ménice Lungov, Raquel dos Santos Funari Assisténcs editorial: Ana Beraldo ‘Texto: Alessandra Bonazze (mestre em Literatura pela Universidade de Sia Paulo, professora de Lingua Portuguesa e Literatura no lensino médio, com stivdades voltadas para o desenvolvimento das habilidades © competincias da matriz de referencia do Ener) ‘ane: Nuova Comunicagto eonograia: Cléudio Perez fovsto: Sanda Miguel Colaboragd: Lucians Sutil Fotos: Shutterstock (exceto as indicadas na propria pégina) Portugués I/ (texto Alessandra Bona2zal Barueri, SP: Gold Editora, 2012 (Colegio Enem & Vestbulares 0 passo decisivo para sua aprovacio; v1) 1. Portugués - Ener - Vestibular 2, Bonazza, Alessandra. I, Série. ISBN 978-85-7768-489-2 cpD-459,076 {Indices para catélogo sistemético 4.Enem - Vestibular: Portugues : 469.076 2. Portugués : Enem - Vestibular: 469.076 © 2012, Gold Editora Leda, “Todos os diteitos reservadas de acordo com a convengio intemacional de direitos autorais, ‘Nenhurna parte desta obra pode ser reproduzida ou utilizada seja por que meios forem ~ eletrénicos ou mecénices, inclusive fotocdpias ou gravacoes, ou por sistemas de armazenagem fe recuperacao de dados - sem o consentimento, por escrito, da editora, Alameda Mamoré, 35, 5° andar, Alphaville (96454-510 — Barueri - SP CNP) 04.963 593/0001-42 wwurgoldeditora.com.br -“syestibulares O passo decisivo para sua aprovacao NAO PERCA © PROXIMO NUMERO. 1, Portugués I - | 2. Matematica | 3. Biologia - Cenc! 4. Geografia | -ci 5. Quimica -c) 6. Histéria do Bra: 7, 8. 9. 10. . Fisica - Ciencias . Portugués Il Li ). Matematica Il - . Histéria Geral - 11. Geografia Il -c Ingles - Ling sh ens, cod tith | '

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