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MINISTERIG DA ECONOMIA, FAZENDA E PLANEJAMENTO FUNDAGAO INSTITUTO BRASILEMO DE GEOGRAFIAE ESTATISTICA — IBGE ISSN 0094 ~ 723 tvs, Geog, Rlde Jeet, 52, 22.9.1 108s un. 1880, REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA Crate fc do BG Puticacto wines, tae oo IBGE, ue so destin «dale atone ocomunicrto Ineo do natures tis cu ampiice gad 8 Google campos site do sabe cerca, Prpondo-t a vacuo extra a prowoto de connecimenta sabe «resided branes, ‘prsaogand asus dimeneta expec enoote-se aera 8 contugtoge aioe d0 BCE © ‘Ge omer nutusgbernacaraseavengene 0+ oa para pubes davem sr anderegdos par: ‘Reiss no respensabiza plo cnciton amos om artigos sain ‘oste Pogomssto Vile Caps PacrPuo Machado. a, | Fang nit sac ee Grate oi do ce, ‘Sito Ate de rages itrncinsis, no pede de jan. ne. Inds ur slo-anury- 110119381948) dono om 1980 1. Geogiate — Peis, 18GE, Geraci do Documentntoe Bbctace cou 8105) Riera SUMARIO “ARTIGOS ‘MOBILIDADE RESIDENCIAL EM CIDADE PLANEJADA: BRASILIA.OF — 5 ‘io Paid ‘A APLIGAGAO DA ABORDAGEM EM SISTEMAS NA GEOGRAFIA FISICA — 21 ‘Antonio Chiat ESTUDO DA AREA MINERADORA DE BAUXITADO ‘TROMBETAS E SUAS CONSEQUENCIAS NAREGIAO ~ 37 "ANALISE DAS REDES URBANAS NORDESTINAS — 69) ‘COMUNICAGOES ‘CAMPONESES D0 PARAOPEBA — DIAGNOSTICO E "ALTERNATIVAS — 75 Pao Rogie nua Alvi ari Apresia doe Seto Tubal "A ORGANIZAGAO ESPACIAL DO ESTADO DA BAHIA ‘ATRAVES 00 MODELO POTENCIAL ~ 83. RAMAZONIAE O CLIMA DO GLOBO TERRESTRE — 69 ‘A QUESTAO AMBIENTAL E AINDUSTRIALIZAGAO NORDESTINA — 95. Migsl Angee Campos Ritaeo ‘COMENTARIO BIBLIOGRAFICO ‘0S PROBLEMAS SOCIAIS DA E NA CIDADE: ‘COMENTARIO BIBLIOGRAFICO DOLIVAO "SOCIAL PROBLEMS & THE CITY. NEW PERSPECTIVES” ~ 103 INSTRUGOES BASICAS PARA PREPARO DE ORIGINAIS — 107, MOBILIDADE RESIDENCIAL EM CIDADE PLANEJADA: BRASILIA - DF* Alda Pavir Neio Campos Ficardo Farrer” INTRODUGAO studo é parte de uma linha de pes- ‘08 autores vom desenvolvendo 1 alguns enos, voltada para o entendimen: {oo processo wasrturacto do espace ur Esta estrutureco tem sido predominan. temente estudada & luz de duss vertentes te6ricas: a ecoldgica ea econbmico “neocldssica, dentiicadas, respectivamen: 18, com 08 trabalhos da Escola de Socilo: ia de Chicago ‘Alonso, Mais ionte 9 da Principal lum avango considerével no entendimento {0 processo de urbanizagao © seus rebat rmentos inter eintra-urbanos (Farret, 1985) ‘Agesar da enorme contibuigo que tou: da apresentam cativo (Basset lacunae refere-se 8 estruturagdo do espaco FesidencialIntreurbano, um processo ainda relativamente pouce eprofundade nos estu- {dos urbanos, particularmente em paises co- ‘moo Brasil, onde hé um marcante proceso ‘Seurbanizacio. A estrutura residencial, com frequen, ‘tem sido abordada visando a identiticar drées de distribuieSo dos diversos segme tos da populagio nas areas urbana, 0 leva @ uma visdo estética da questo. Es no entanto, deve ser considerada come p te de um processo maior, pelo qual os in Viduos mudem de domictio, aum movie ‘0 continuo no interior das cidades, A este tespeito, Johnston (1972: plo, enfatiza que ""um m: mossico residencial dove 8 de modelos espacias realistas do proceso ‘de mobilidade intra-urbana" ‘A mobilidade residenciel intro-urbane refere-se as mudangas de populagao no in- terior des cidades, cstintamente & mi- (rac8o que corresponde as mudancas entre Cidades. Embora 0s dois fendmenos tenham lum grande nimero de interfaces, 0 primeiro envolve categorias © varidveis diverses da- ‘envolvidas no segundo, este muito mais ligado 20 mercado de trabalho. 'A questio da mobllidade residencial tem sido. negligenciada nos estudos urbanos brasileiro, Isto se deve, em grande parte, & inexistancia de uma coleta sistemstica de ddados suficientemente ‘como exigem estudos desta nature 4 por aceso que os [poucos} estudos exis: tentes, apoiados em dados censitérios e, pportento, com elevado grou de agregacdo, Cconcentram-se na comparacdo entre do: ‘sempenho e adeptago de migrantes e no. ‘migrantes nas éreas urbanas (Barbosa Fer- reira e Paviani, 1973; Martine e Pellano, 1975; Castro etal, 1975; Martine, 1980). ‘No caso de Brasfia, uma cidade ploneia- da, sua concepcfo em nicieos mitiplos Alspersos no Terrtario do Distrito Federat {OF aguca a curosidade para além de qui 160s como a adaptacdo ou desempenno do migrante. De fato, © polinucleamento resul ‘ou de ago deliberada do Estado, o que tor na relevante as vardveis espaciais na mobi lidade residenciatintra-urbone. Assim, por ‘suas peculiaridedes juridco-insttucionais, ‘com acentuada presenca do Estado no sur- gimento, expansdo o consolidacéo da cid 4, Brasilia apresenta um quadro particular na estruturacdo de seu esparo residencia , or extensio, do processo de mobildade de Neste ‘estudo, basicamente, 2 mobilade residencial vata de questées como: “onde © por que as famlias. moram onde mo: ram?’"; “para onde © por que elas se mu- ddam?”; “quando se mudam?”. Em outras palavras, ele tata da intensidade, direcso © ritmo dos movimentes populacionsis no auest6es, inci! mente procedemos uma anélse das pine pals correntes tedricas # respeito da mobi {ade residencial, antes enunciad; seguir, apresentamos os fundamentos metodol6g 208 adotados, bem como uma descricdo do ‘uadro espacial metropolitano em que se efetiva 3 mobildade; segue-se uma andlise dos dados extraides de uma amostra de 1814 chetes de famfla, aleatoriamente sele- cionados entre as diversas localidades que ‘Comper 0 universo metropalteno de sla; finalmonte, tecer-se algumas consi- deragées sobre as imitagbes e implicacses da andlise neste estudo. A QUESTAO DA MOBILIDADE RESIDENCIAL INTRA-URBANA, A exemplo de questéo ds migracéo, pode-se afirmar que néo existe uma teoris ‘geral sobre a moblidede residencial. Ao lon- {90 do tempo, em ambos os casos, 2 re- flexto sobre o assunto tem procurado siste ‘matizer certas regularidades empiricas ob ‘servadas nos movimentos popuiacionais, particularmente os fatores repulsivos nas {reas de origem @ os fatores strativos nas {reas de destino dos migrantes. ‘A questéo da migragio, 86 mais recente- mente, deixa de ser encarada como um fenémeno que tem comego e fim em si mes mo. Coma afirmam Renner. Patarra (1980:236), “a dimonséo fundamental pa- 2 compreensio das migracdes se revela ras investigagGes 6 respeito das conexdes, festuturais que es essociam a determinado sistoma social”. Assim, os deslocamentos opulacionsis no espaco devem ser analisa ‘dos como componentes da rela¢o capital trabalho, inseridos, portanto, no sistema produto. ‘Contudo, 08 estudos sobre mobilida sidencial ainda se concentram, om grande parte, na identificacto dos tatores repulsi vos @ etrativos, acima referidos, visando, assim, a explcar a tajetria do migrante no Interior das dress urbenas (Rossi, 1955; 1, 1982), Gs fundamentos teéricos desta sborda- gem identiticam-se com aqueles da estrutu- 1¢80 do espaco urbano (Farret, 1985). As ‘im, numa destas abordagens de inspiaglo ritidamente ecolégica, a mobilidade resi encial estarla, mecanicamente, associade '& mobilidade social, em que a cads segmen: to esteria, previamente alocads, uma deter- ‘minada localizagSo @ tipologia residencials. Desta forma, favelas, corticas, conjuntos residenciaie, subirbios ricos e outras for- ‘mas de ocupacéo residencial do espaco ur- bbano seriam, naturalmente, encarados co- ‘mo estagios iocacionase socials de um ine- xordvel percurso a que o migrante teria que se submeter, variando a "porta de entra- de, t8o-somente, com 0 seu desempenho ppaséado no processo de competicéo pelos recursos da sociedede, no contexto de um ‘mercado livre supervisionado por um estado utr @ arbitral (Turner, 1968). ‘Noutra destas abordagens, 8 econdmico- neocléssica, identficeda _principaimente om trabalho de Alonso (1964), 8 mobil: ‘dade residencil seria o resultado da otimi- acd, polo migrante, da decisSo de adquir dois bens, que, de forma indivisivel,consti- ‘wer cada unidade do espaco utbano: a ‘quantidade de terrae sua acessiblidade, da {d0.um determinedo nivel derenda, As modi ficagdes, neste nivel de rendo, correspond riam @ determinedos padrées locacionsi dentro da estrutura urbana, de modo que: lum aumento nos ingressos familiares cor: responderia a um deslocamento em direcdo ® localizagdes de maior érea, “dado 0 gran- de apetite por esparo'” por parte os deten: tores de maior poder aquisitivo (Alonso, 1964). Os estudos sobre mobilidade ganharam tum novo alento a partic dos trabalhos dos gedgratos. comportamentalstas (Wolper., 1965; Simmons, 1970). Sem romper com (08 fundamentos paradigmsticos das abor- ddagens, acima citadss, a presente contri- buigdo centra-se na fama, como a unidade decisoria bésica no processo migratéri. ®2 partir da identificagdo de pecificam-se 08 principals fatores que condicionam oe: sultedo de cada uma delas, com énfase no contexto espacial onde elas ocorrem. O el xo desta corrente esté no conceit de “tl dade locacional (place utility) que, em esséncia, mode o grau de satistacdo ou in- Satistagdo do indivicue com relagdo a uma detorminada localizacéo (acul englobando 188 caractoritioas fsicas e socials do sitio e de seu entorno). Dentro deste enfoque, por ‘tanto, a moblidade residencial pode ser vs ‘2 como um processo de aiuste pelo qual uma localizaglo @ substitulda por outre, no ‘sentido de melhor satistazer as necesside {des e aos desejos de cada migrante poten ‘la, ou soja, de aumentar @ sua “utlidade Tocacional” vis-t-vis & moredia anterior. No sentido de desencadear o processo de ‘juste de sua "utlidade ocacional’, a fam lia estria sujet @ fatores de expulsdoliga- {dos localizacSo vigente) ede atracSo liga dos a localizagdes potencies), tals como: a cessibilidade (em relacdo as reas centrale ‘de emprego, por exempio), 8 qualidade am biental do beieo, 0 perfil social da vizinhan {8 0s atributos da moratia, etc. ‘A estes fatores acrescentar seam ou- ‘wos, ligados ao pet da fara, ‘como: 0 tamaniho, 0 estagio no ciclo de vida de seus membros, a renda e as condicdes {de ocupacio da moradia, Assim, a mobilda de tesidencial decoreria de modificagées estes fatores. Impicta ou explicitamente nestas abor- agens estd a determinacdo da mobiidade ‘como um processo voluntéio, em que a de- cisdo pessoal seria 0 determinente, frente {208 estimulos externos, de quem se desto ‘cara no espero urbano. Veriarie, tho ssomente, 0 fato gerador desta decisdo, se a qualidade ambiental, © nivel social © ‘econdmico da vizinhanca, 26 condicées da ‘moradia, etc. sempre estivessem dentro dos limites de uma andlise do tipo custo: bbeneffclo da decielo de te deslocer ‘No entanto, o grande avenco nos estudos {do movimento de populagso (migracso © ‘moblidede residencial) ocorre com a intro: ‘dueio de uma perspectiva critica, em que haveria no s6 0 desiocamento de pessoas no espaco, mas, também, 0 deslocamento entre modos de produedo (e reproduce) No dizer de Mertine (1884): "Mais do que ‘migrantes ha um definido universo social da rmigragdo... Mais do que trdnsito de um lu- ‘Outro, hd transi¢do de um tempo aou- 'As mudaneas, assim, no ocorreriam ex- clusivamente dentro de uma dimonséo ps col6pica de manifestacdo de vontades indi viduals. Estes, pelo contréio, seriam condi- cionedas, quando no determinades, pelo omportamento dos diversos agentes int: tucionsls — incluindo, 6 Sbvio, 0 Estedo — que operam na érea urbane. Estas institu 60s, por outro lado, nBo podem ser vistas ‘como simples agentes, obedecendo s certa \6gica inerente a elas mesmas. Seu compor: tamento, entdo, seria estruturado pela log ca mais ampla do capital e das leis da acu ‘mulagdo ¢ crcularse num determinado mo- do de producdo (Basset e Short, 1980). ‘Aluz destas consideragses emerge ator ceira vertente, de inspiraré0 marxsta, pela ‘Qual a alterapSes na estrutura residencial Urbane, decorrentes de mobilidade. seram, antes do tudo, 0 resultado de moditicacses na estrutura sociale produtiva que, por sua ver, eriam a necessidade dos delocamentos ingra-urbanes. Assim, tomar a acessiblida dde como unico determinante da localzegt0 residencial significa jgnorar que a cidade & mais do que um agregado de atividades to- calzadas numa érea qualquer. Significa ig- horar, sobretudo, que a interago com breendida nos deslocamentos intra-urbanos ode afetar a propria naturera intinsecs Ja opulacso urbana, particularmente a mi Ggrante (Smolka, 1983) Mais explicitamente, 2 mobildade res: {dencial seria um componente da reproduco do certos grupos socias, cule forea de tra batho, 20 se reproduztr, reproduz as condi ‘902s para @ acumuiacdo do capital. “Este Drocesso de producio e reproducio de for- {8 de trabalho se dé na familia ® possui um usto determinado, que se refere 8s condi ¢60s materiais de existéncia”” (Bogus, 1981) Estas condigbes assumom caracteristicas peoificas na cidede, onde 08 processos de ‘ocupacdo © uso da terra geram estatégias {de sobrevivéncia, também especifcas, que visam a possibiltar a dite manuten¢s0 & reprodugio da forca de trabatho. Neste pro- e880, 0 Estado teria um papel relevante, De um lado, por estar dietamente vincuia do & producao de moradias e de bens de Consumo coletve, fundamentals para a re produce da forca de trabalho; de outro, por fomentar os processos de expulsao de cer tos segmentos populacionais de determine dds éreas para outras mais carentes, a partir das valorizagées imobiidrias decorrentes de investimentos publics em infra-estutura, Nao se trata de negar 3 importancia da di: mensio psicolégica da moblidade residen cial, mas sim circunscrever as motivagdes @ uma situacdo social gorada pela intersecso dos processos produtivos e de reproducao da force de tabalho e, sobretudo, do Esta do, aquem, cada ver mals, so slocadas as responsabilidedes pelos custos de repro: ducdo desta e, no caso especifico de Brasi lia, polas dacisdes ao nivel da producso do fespago, A base conceitual deste estudo, ortanto, se desenvolve na interseeao de duas dimensdes: uma psicol6gia, ident cada com as "“motivagdes” do migrante; outra, polticeinstitucional, igada ao pape 0 Estado (Governos Federal e do Distrito Federal) nas condicses de reproducao da populacio, mais especificamente, das con Aicdes de moradia lato sensu. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS Pelo fato de ter sido planejada, Brasilia no constituiu dosatios de maior enverga: dura pars 2 pesquisa sobre a mobildade re Sidencial do que aqueles entrentados. por cientstas sociais em outras metrépoles br: sileras. O levantamenta de informagaes no ‘campo fol um imperative em razao de no ‘58 encontrarem em fontes sectndérias, co ‘mo Censos, dados referentes & mobilidede dda populacdo, seja para o trabalho, seja a residencil. Para # coleta de informacdes, (08 procedimentos adotados se submeteram as seguintes definicdes: Universo Populacional A populacdo objeto deste estudo \dentifica-se com os chetes de farlia que, 8 p0ca de sua chegada 4 Area Metropolitana Ge Brasiia, tinham 18 anos ou mats, inde pendentemente da posig80 que ocupavam fem reiago 20 ndcleo familie. Admitimas ‘Que, mesmo no caso de nBo terem participa do das decisées migratérias da familia, te riam condicées, no entanto, de descrever a Itajetoria percorrida Universo Espacial © universo espacial do estudo 6 a Ares Metropolitana de Brasilia. As peculiaridades 1 organizacio politica do Distrito Federal fonde 0s centtos urbenos (Plano-Ploto © cidades- por ndo disporem de au: ia police, do um carater atipico 8 ‘Area Metropolitana de Brasfla, acrescide ‘inde, por municipios golanos da regido do fentorno do DF (Luzigna, Brasilinha, Formo: 38, ¢tc.). ‘Dada a natureza deste estudo, mais do que a divisdo formal dos centros urbanos, Interesse 2 identificagdo de microérees (lo cealidades) que, por suas caracteristicas © pecullaridedes, ‘constituam unidades de ftragio ou expuisio de migrantes. Assim, ‘or exemnplo, as Asas Norte e Sul, 0s Lagos Norte e Sul, embora integrantes do Plano- Piloto, apresentam, sob o ponto de vista da Jocaizag8o residencal, signifcados distin tos em termos de infr-estruture, popu lagSo, equipamentos urbanos, ‘prestigio" & Valores imobilrios; no 8mbito deste estu- do, portanto, estas érees constituem quatro localidades distintas. Dada a Importéncia do Plano-Piloto, em ‘ungBo do elevade nivel de concentragso de atividades equipamentos urbanos, as, calidades da Area Metropolitana de Brasiia foram, a partic dele, agregadas, usando-se ‘coma crtéros a distancia fisica eas interde- pendéncias funcionals. Disto resutaram quatro agregados locacionais: "Nicleo Central”, ""Periferia imediata”, “"Periferia Intermedisria” @ "Periferia Distante dro (Qua Questionério 0 levantamento empirico tomou-se ne- ‘cessério & avalacko da intonsidade, direco f@ ritmo da mobilidade da populagdo. Com este propésito, foi aplicado (am 1985) um ‘Questionério que permite conhecer a his {ria da vide dos amostrados. Desta forma, 25 principais caractersticas sécio-espacials ‘de mobilidade residencial foram levanta: ‘como especial @nface a trés momentos do ‘ua trajetéria: na primeira, 0 chegar a0 DF, a pentitima e na atual lcalidades. Em ca dda um destos momentos, procurou-se de- ‘marear a¢ "motivagbes"” que levaram 0 mi frente a deixar e a escolhor as respoctivas. localidades. Complementarments,indagou- 58 a respeito de provévels tendéncias para ‘mudangas no futuro, igumas variéveis de status sécio -econémico foram introduzidas, como grau e instrugéo, ocupecso, salério ejou condi rmentos auferidos, nimero de membros da fama, tioos da habitardo ocupads e o des tino aela dado quando da mudancs, No total, 0 questionério abrigou 73 ques: tes, agrupadas em cinco blocos: identifi. cagdo do chete da famtia, da primeira local: dade de tesidéncis no DF, da localidade an- terior 8 atual, da atual localidade de re- iddncia @ sobre a possivellocalidade futu Ressalta-se que 0 questionério contem- lou apenas questéee referentes 8 mobilda- de interocalidades © no Squeles muden- {585 que possam ter ocorrido no interior de ‘ima mesma localdade, isto é, deuma qua- dra ou setor para outra quadta ou Seto. © questionsrio, resumidamente descrito Calégica da mobilidade, a qual, no entanto, ‘est sujeita & interveniéncia de fatores ex temnos, tals como, 8 histérla_ pot institucional (urbanizaglo) da Capital e 2 sua orgarizagio espacial. Enquanto esta 6 doscrta no préximo tépico, aquela 6 sums Fiada a seguir. ‘Assim, fez-se um cruzamento entte @ ‘ép0ca da migragao e/ou da mobilidade com 08 perfodos da urbenizaglo, estes agrupe {dos de acordo com evidéncias empiricas © 0 ‘conhecimento acumuledo pelos pesquisa- ores (Paviani, 1976; Fart, 1983). Estes perfodos, num total de quatro, presume-se ‘que tenham tido alguma influéneia nas deci- ‘s6es migrat6rias dos amostrados: primero, entre 1957 © 1960, que denominamos de “estorgo pore @ construcio da cidade ‘compreendido entre @ abertura dos cantel {08 de obras ea inauguracio da cidade, pro- Pictou a atracdo de levas de migrantoe em bbusea de oportunidades de emprego; se- ‘undo, entre 1961 e 1970, periodo de” ‘taco no crescimento” ocasionado por cx- 828 poltco-institucionsis como a rentncia do Presidente Janio Quadros, em 1961, 0 Golpe Militar, em 1964, 0 fechamento do Congresso Necional, em 1968 e em 1968, (05 eventos de 1968, quando do falec mento do Presidente Costa e Sila, com a subseqUente instela¢8o da Junta Militar no Rio de Janeiro. Estas crises ebslaram as at- vidades da construgéo civil (e, portanto, 2s migracdes) © a transferéncia de érgios da ‘dministracdo federal do Rio de Jancio pa- ra a Nova Cepital; trceir, entre 1971 & 1875, fase de “consolidagio da Capital”, ‘quando do incremento das ‘ransferéncias ‘QuADRO 1 CARACTERISTICAS DAS LOCALIDADES SELECIONADAS CCARACTERISTICAS DAS LOCALIDADES scpecang | vocayonne | Cer LOCACIONAL cade a LOCALIZACAO | impientacto(t) | tmplantacio | Funebo TOTAL Plane oto (OF) Nacieo aAsaSul Coiterporines mista (2) Cental ‘Asa Norte Pro it Octogonat Posterior mist Cruzero Posterior Planelade —— dormiteio VilaPianako —ContemporaneaAcampamento. dormitrio. Posters Nicieo. Bandi Immediate CContemporanea mista 18 18 Posterior Gomiéio 04 78 pamento} DF) Contemporinea_nvasio. domitério $08 Pesta \ViaParancd (OF) Contemporénea _Invasto doimitério 202.8 Imtermediéie Taguatings (OF) Noro CContemporines Semiplanejeda mista 86 106 Ceono Contemporsnes Semiplanejada mista 23 28 sul Contemporines Semiplanejeds mist 38 4a Callie — Nore oF Posterior Plonolds mista. 188. 23.1 Sobradinno (OF) Posterior Planelade mista S163 Braslanda (DF) Posterior Ploneiads — dormiteio 141.7 Gama (OF) Posterior Plenejads mista 7% 93 Planaltina (OF) Preexistonte —Espontines mista me 28 Planatine Golds (co) Posterior Semiplonejade dormitero 162.0 Luziania (GO) Paster COcidental Posterior dormitsio 101.2 Distante Valparatzo Posterior demmitéio 6 OO Pedrogal Posterior domiero 81.0, NovoGams Posterior Sormtéio 11 18 Formosa (GO) Preexiaten mist i 22 Sento. Antonio (cor Prowxistente domisrio 121.5 60, date do inauguraco de Brass. (2) Fungo mist: residencil «presi GA fp 0ce retro so ‘ora de sorvigos eu detentora de pequens musta ‘de repartigdes piblicas eda obrigatoriedade da fixagio dae embeixadas om Brasfi tos que dinarizarem ‘social; quarto, a partir de 1976, at fevidencia 2 “‘expans8o_metropolitana”, ‘com forte especulagdo imobiléra, equeci- ‘mento da Industria da construcao civil Cconstrugso de conjuntos habitacionais « sbertura de loteamentos na rego do entor- no do DF, dentro do Estado de Geis, Amostra A preocupago maior na selecfo da sspacial fol, em primelroluger, ade totalidade do cenéro teritorial ur Re bano de Brasfia, desde os sous primérdios ‘até 08 dias correntes. Para isto, foram s Cionadas as locaidades que, numa perspec- ‘va temporal, garantissem a represencatvi- dado da Area Metropolitana de Brastia, 2 partic dos seguintes crtérios: époce de im- plantacéo (em relacdo 9 1960, inauguracéo {2 cidade), forma de implantacdo, local- 2zacdo @ funcdo na divisio social do traba tho. Como resultado desta classificaglo, f0- ram identficadas 38 locaidades, das quais 28 constituram estratos da amostre, por ‘satisfazerem, no conjunto, a tedos os dados teferentes 08 ertérios acima menciona: dos. Na aplicagée dos questionéris, foram selecionados 814 chefes de fami, aloato- Fiamente escolhides nas localidades indies das no Quadrol. ‘A ORGANIZAGAO ESPACIAL DA AREA METROPOLITANA DE BRASILIA ‘Ao assumir um padrio polinucieado de ppoveamento (Paviani, 1876), com oli: zaeio do Plano Poto de Brastia, » Capital antecipou (deliberadamente) a mobiidade voltada para trabalho. A espscializacéo da €idade erm ndcieos miltiplos tem raizes mar- cadamente geopolticas, pols “'a extrusdo das classes populares ds Capital Federal, de Braslia no sentido estito,o rgido controle ‘sobre 0 uso dos espagos ¢ a divisdo funcio- nal destes, as grandes | para o automével, 2 monumentalidade mes- {do urbanistco, tiranis do planejamento sobre 0s moradores, todos esses elementos locais complementam — mo = a dimenséo geopaltica da Nova Capi- tel do Brasi”[Vesentin, 1986). Devido as aspeciticidades do process de urbanizacdo de Brasilia, cabe esbocar sus organizaczo espacial e a distribuicko ‘geogrifica dos essentamentos, no sentido {de se entender 0 quado sécio-espacial em (que se dé a mobilidade residencial ‘Antes mesmo que 0 Plano-Piloto fosse saugurado para dar abrigo aos 6rgios fede I € de apoio & Capital, surgiram assent 1" rmentos para receber os trabalhadores pio: neiros, tais como © Nicleo Bandeirante Taguatinga. A estes icles sucederam-se outros (Gama, Sobradinho, Guard, Ceilsndia) © créscimos em localidades reexistentes a Brasilia (Planaltina @ Braaléndia). Recentemente, um outro sitio Urbano, Samambaia, foi preparado pare re- ceber excedentes populacionais de diferen- tesniveis s6cio-econmicos (Figura 1) Assim, 0 Plano-Piloto acabou por const- tuiro centro da cidade, abrigando 0s 6rgdos mais importantes da Republica e do proprio ‘governo do DF, atraindo, também, aganciag ®escritios do setorprivado da economia e ‘© melhor equipamento do setor social — Unversidages, hospitals, as habitacées e 0s terrenos de mais elevado prego do DF. Sendo 0 nicieo mals equips do, passou a ser lugar de convergéncia da classe média e da burguesia poltico- financeira © administrative, tomando-se 0 focus sltizado do DF. Ao correr dos anos ‘98 espacos foram sendo ocupados. materia- lizando um processo de segrogacéo copaz e permitr dentiicagdo do. status sécio- ‘econémico de seus habitantes por in- termédlo de eau enderecos... No inicio do processo, 9 eltizago do Plano-Piloto funcionou como um mecaris: mo de empurréo, expulsando para as ‘idades-satélites um razodvel contingente populacional, cujahistéria migratoria ‘gerou ums periferia de mais baixe starus fem loteamentos privados localizados nos ‘municipios limtrofes a0 OF, especialmente ‘em Luzidnia, Formosa, Santo Antonio do Descoberta e Planaitina Golds (Brasiiahel, ‘todos no Estado de Goiss (Pavia, 1984), Por outro lado, as diversas cidedes: -satéites, que abrigam dois tercos da popu- Jago, encantramse disseminadas no ter ritrio do DF, a distances que variam de 10 2 50 km do Plano-Plioto (Figura 1). Estas lo calidades carecterizam-se msis por serem Cldades-dormitériose local de reserva de ‘lo-de-obra"” do que por sorem satéltes no sentido geogrifico do termo. Todas elas, com excecdo de Taguatinga e Gama ‘encontram-se desequinadas, destituidas de \nisvus 30 ONvauN CavEANOTOW t vunold sotores atrativos para sua prépria popu: lagdo ativa. As cidedes-satéltes no reste outta alternativa sendo 0 Plano-Piloto, para © trabalho, para o lazer, para obter servioos de sade de melhor nivel, para eleva colaridade, ete ‘Tem-s0, portanto, de um lado, o Piano: -Piloto, onde se concentram as oportunida des de trabalho e os empregos de melhor e munereeo; de outro, 35 cidedes-satli com as exceedes acima citadas, dependen- tes do centro, constituldas de enormes con- juntos. residenciais, carentes de intra ‘Do quadro acima descrito emerge uma ci- dade complexa, sob 0 ponto de vista espa ial (geogrético e social, que, por sua vez, donota a organizacSo de uma metrépole de ‘servicos sem paralelo na rede urbana bras leira. Ao longo de sue curta historia (27 ‘anos), a cidade foi e 6 ponto atrativo para razodveis contingentes migrat6ros, proc: dentes de todas os pontos do Pals (Barbosa Ferreira ® Paviani, 1973). Estes migrantes, ‘mais 08 aqul nascidos, movimentam-se no Interior da cidade, apresentando uma mobi- lidade merecedara de andlise, como se ford no capitulo subseqiente. PADROES DE MOBILIDADE ‘OBSERVADOS NO DF Os padrées de mobilidade do DF foram constatados através de trés aspectos: in: tensidade, dirogdo @ ritmo. A intansidade refere:se ao ndmero de mudangas de local: dades que o migrante realizou; a direcso refere-se 20 percurso do migrante desde a ‘sua porta de entrada, na érea metropolita 1a, até a lcs esidénciae,f ‘nalmente, o ritmo refere-se as thutuagbes de ‘mobilidade no processo de urbanizacio da ‘rea metropoltana. ‘A dinémica urbane do DF poderia sugerie ‘uma mobilidade residencial intensa,j8 que ‘assentamentos novos (como a Celléndia) 102 <25% 0a <25% = Centr Tercirios com Ati videde industria! 255% 3250 «35% 08 <20% 2 = Centos Industria. 395% 9 <60% 3359 <55% 08 <25% 2 — Centtos com Atividades Ui {200830 Setor Primo, 225 2 <60% —->5a<28% > 158 < 85% 4 ~ Contos Diveriticad. 325 9 <55% 109 <40% toxnou-se mais apropriado e de mais fécil plicagso do que 0 uso de indicadores de rodutividade, numa regio onde as atvida des econémicas urbanas mais modemas ‘parecem concentrades em pouces pontos, sendo a base produtiva dos centros muito fraca e pouco diferenciada na maior parte o sistema urbano, Com relacdo & posigo hieréravice dos ceentros urbanos, 8 sua escolha se deve 0 {ato desta se constitur num importante in dicador no estudo das rodes de cidades, na ‘medida em que exprossa o grau de contial ade dos centros urbanos, permitindo a de- limiteedo de dreas de influéncia, ‘Quanto ao eritério demogratico (tamanho popuiacionai), embora nio deva constiuir 0 ‘nia indicador do nivel de urbaniza torna-se importante quando associado a ou: tres verve, na medida em que o temanho populacional pode ser relacionado a deter- rminadas caractertsticas do centro urbano, ‘como seja a dimensio do mercado de traba- tho ou do mercado consumidor e, até m mo, ade determinados pedrdes de estrutura produ. TIPOLOGIA DE CENTROS URBANOS SEGUNDO A ESTRUTURA OCUPACIONAL A tipologia de centros urbanos resultou, ‘como se pode observar através do Quadso 1 na constituigBo de quatro grupos de centros 2250 <40% ‘com diferentes estruturas ocupacionsis que Sserdo analisados 2 segui. Os Contros Terciérios 0 caréter marcadamente terciaio de es: ‘rutura ocupactonal dos centros urbanos do Nordeste aparece de forma mais destacada neste grupo, onde a participagio da PEA no setor tercsrio atinge, nos seus dois subgru os, valores superiores @ 55% da PEA urbe fa, sbrangendo, notadamente, 08 centros regionais de m: presenca neste grupo dos trés centros me- tropoltanes, dos centros submetropolta: ‘nos @ da grande maioria das capitals regio nals e centros sub-regionais ver comprovar {8 supremacia das atvidades tercivias na base produtiva urbana da ogigo. 0 que diferencia, neste grupo, os centros dos seus dois subgrupos 6, na realidade, 2 partcipac8o da PEA no setor secundério, {que apresenta destague no segundo sub- ‘grupo (valores entre 25% e 26%), reslgan- do a expressio que assume a stividade in dustial nos centros que 0 corstituem. Ne verdade, estéo incluidos neste subgrupo as. {tés metrépoles regionais, bem como aque. les centres submetropaltanos e capitals re sionals que, beneticiados, na sua maiora, pela politica governamental dos incentivos fiscais, passarem a concentrar e comandar 8 atividede industrial da regizo. Cae, no entanto, lambrar que embora festejam presontes, especialmente no se undo subgrupo, os centros de maior © rosso Industrial da regiso, @ primazia do Capital comercial e financeiro sobre 0 capi ‘tal industrial se faz sentir, mesmo, nestes ‘grandes. centrosurbanos do Nordeste, {tansformando-os, antes de tudo, nos prin Cais expacos regionals de circulacao Haag de mercadorias. Contam, ainda, o Grandes centros com uma estrutura de se ‘igas raos e dversificados, incluindo eque- los especializados cuja functo 6 sustentar a lexpressdo urbana do processo de industia- lizagdo. Os Centros Industrials Exibem estes cantros uma estrutura jé mais diferenciada do emprego, na medida fem que a PEA engajada na stividade indus: ‘Wal passa @ participar da estrutura ocups- ional com importncia quase equivalente & ‘observada no setor terciério, ou seja, com valores entre 35% a 55% da PEA urbana to- tal. Apesar de consttuter, na sua maioria, ppequenos niicieos industrials, muitos ainda ligados a industras tradicionais, 0s centros deste grupo apresentam um certo dinamis ‘mo da atividade secundéria, quer por se l- calizarem préximos as regides me:ropolit ‘nas quer por constitukem centros indus trie tradicionais de relative expressio ov, ainds, por se localizarem em éreas onde presenga de matérias-primas hes confe ‘uma certa especializagdo. Na verdade, princi o 6 representado pel Aquenos cents industrials que ocorrem no Recéncavo Baiano ou mats préximos a Sel- ‘adr, constituindo um extavasamento do pparque industrial da metrépole baiana. Entre ‘estes estéo contros que js experimentam lexpressivo desenvolvimento de setores in inci rnados (em média superiores a 30 por conto} resultantes da dissecacdo fluvial, om cima ‘imido, de rochas pré-cambrianas, cem alt metria média superior a 1000 metros Sobre essas caracteristicas do melo natu de investimentos resutou na implementaco de uma pecusria. ‘extensive com aproveitamento da_vege- taco de cerrados e campos naturais que crescem nos solos pobres, écidos @ pouco profundos que predominam na drea. & den: sidade média de ocupa¢do des pastagens & e 1,04 cabeca por hectare, que, embora ‘maior que a médlia estadual, é extremamen: te baixa se considerarse a especialzacio Teiteira da area. [As virzeas, com solos melhores, com maiores teores de matéria ‘orginics, 80 aproveitadas para ocuitivo de lavoursstem- ordrias que garantem a subsisténca © 0 pequeno excedente comercializavel ¢a eco omia regional carente de capitals para in vestimento na methoria dos watos cukuras. O mitho, © feigo, 0 card, a batate-doce, 0 inhame @ a mandioce so os principals pro: dutos desta agricultura. ‘Assim, esta atividade marcadamente ex tensiva & grandemente dependents das condigdes natursis, das qusis se destacs 0 Jima que, nium certo sentido, determina 0 ccelendario agricola da érea, em funeso da ‘sucesso de duas estacGes tipicas — verso chuvose @ inverno seco, com possiblidade 1 ocorréncia de goad 4s, se desenvolve sabre um espaco sgrdrio ‘que ocupava, em 1980, pouco mais de 50 or cento des superfices municipas. Esta iscrepancia entre a éree recenseada dos belacimentos e a8 superfcies munici pais totais se deve, principalmente, 10 Vado numero de estabelecimentos nko leg timados em decorréncia de pondéncies judi- ciais em processos sucessérios. Outro mot vo6 aexisténcia de terras publicasresuitan {es da desapropriacio de indmeros iméveis ‘em Bonfim e Rio Manso, para @ construcéo do reservatorio Rio Manso para abasteci ‘mento de Sgua & capital mineia © aos muni- clpios a jusante, que vid inundar mais de Rag 16 000 ha nos referidos municipios. Um tercsiro motivo pode ser apontado como sendo 0 fato de que as propriedades mais lantigas tradicionals da area, geralmente, 18m escrturas que contabilzam dreas infe riores ds realmente ocupadas. srutura fundiéria destes municipios tem-se compartimentado 0 longo do tem: bo, resultando numa situacso em que pre- vvaloce 0 minifundio. Gracas a esse fato, 8 Cconcentracgo funda @ pouco intensa quando comparada com os dados nacio: ‘als, O Indice de Gini nos trés municipios & ‘menor que 0,80, demonstrando "uma tendéncia estavel entre 1970 1980. Embora nem sempre com escritura defini tiva de posse e dominio, mais de 60 por ccento dos estabelecimentos dos tes muni cipios sf0 propriedade dos produtores, que (08 valorizam diretamente. arrendamento ‘parece com pequena importancia na area © festé geralmente ligado 8 complementacso de areas de pastagem ou a horticutu Principalmente em Bonfim. Condi¢ses naturaisrestritas, escessez de capitals, estigma pejorativo e estrutura fun dliéia ultra percelada podem entéo ser con- ‘siderados 08 pontos-chave no entendimen toda estrutura sécio-econémice da area em etude. ‘A PRODUCAO AGROPECUARIA NO VALE 00 PARAOPEBA Considerando 0 tipo de orgenizerso da propriedade camponesa, segundo 98 pro postas tocricas edotadas, procure-se, nesta parte, tratar da questio da producéo. la nos tr8s municipios escolhidos 0: 4 de caso, tendo por base os mecanismos ‘que fundamentam o trabalho familar Uma das questdes bésicas que se coloca para o produtor familiar & aquelarelaciona a 20 acesso @ terra,de fundamental Im porténcia num pats capitalist. No Alto Pa raopeba, este acesso se faz por compra ou heranga, predominando esta ditima forma ‘0 melo de acesso & terra por heranga &, ‘em grande parte, o responsivel pelo ac 1do processo de minifundizaco que ocorre na rea. A aquisipao de propriedades por compra & mais sighificativa nos estratos de 8 ‘maior tamanho e pode ser interpretad ‘mo uma das formas de ineergo de capitals extornas na ér Pode-se constatar na pesquisa direta que proprietérios de poredes pequenss de espa (60, mesmo considerendo as restrgdes das Condigdes econémicas, chegam @ adquirr ‘novos lotes do terra em um momento de de- senvolvimento familiar em que os fihos se tornam forca de trabalho. Além de otimizer 2 utllzagto da mio-de-obra disponivel, tom ‘como ponto favorsvelo equlibrio na ‘bragos @ bocas” que permite a geracso de feconomias que podem ser aplicadas na ‘compra de teras. Este Tato 6 relativamente ‘comum nas dreas de vérzeas onde predomi ‘na o cultvo de alho, batate-doce e outros com cultivos & mais frequente a rotacdo de cultivos. taxa de ocupacso da ‘A organizacSo do espaco agricola na ropriedades amostradas esté felacionads As condigdes cultursis de seus habitantes. Dentre estas, destaca-se o comportamento temeroso @ descontiade quanto & Intro: ducio de inovacées, cuja adocdo depende arandemente do “efeito demonstracio" re- sultante de seu emprego por um vizinho. A iutsncia na adoe8o de novos produtos ou ‘novas formas de manejo 6 tHo grande que o ‘mesmo individuo, trabalhando para sie pera tum patrio, adota om cada situacso um pro- ‘edimente diferente. ‘Apesar da rolativa precariedade com que ‘0s rebanhos s80 criados e manejados, é pre- iso ressaltar a importancia que represen ‘tam para as famtias camponesas como ca pital (0 primeiro de que se desfazem em mo ‘mentos de crise) e como fonte de renda, jt ‘que a pequena producto de leite obtide & vendida 8s Cooperativas de regido e algum ‘gado de corte abastace os acougues das se- es dos municipios. Os espagos utiizedos com cultivos dividern-se entre as finalidades de sub sisténcia familiar (autoconsumo} merca- orias (como 0 alho, a betata-doce, 0 caré e © Ishame) que so levadas 20 mercado ‘através de intermediarios. As propriedades ‘de menor tamanho s8o aquelas onde estes ‘ultivos anuais aparecem com maior desta ‘que relativo, jé que a escasser de tera abundéncia de mao-de-obre indicam a in tensificagio do uso, tanto no sentido de prover 9 sustento da familia quanto no da ‘absoreSo da forcade trabalho disponivel (© aumento do tamanho da propriedade & acompanhado de perto pola perda da im portinciacelativa dos cultivos em favor das, Sreas de pastagens e da pecusria. Est foto vola nas taxes de ocupagao do espero ‘gricultavel que permitem constatar que as menores propriedades 18m os maiores id es de ocupacao do espaco, em face da ne- cessidade de utilaagso maxima do pouco fespaco disponivel. Deve ser_lembrado, também, que os baixos niveis de ocupacéo, ‘alg da deticiéncia de capitals para investi- ‘mento, tim a ver com ae restric6es impos- tas pelo relevo foremente inclinado. ‘A escolha dos cutivos a serem plantados ‘tem uma igagie importante com ¢ tamanho da famfla © com otamanho da terra. De ma: rere geral, pode-se dizer que famfias nu- ‘merosas com poura tera tendem a se dedi- ‘ca 8 cultves sltamente exigentes em méo. ‘de-obra, porém do ciclo curto, de mode 2 ‘proveitar a0 maximo 0 patco espaco de {que dispdem e utkzar 20 méximo a disponi Bilidade de trabalho falar Sendo produto bésico tanto para @ al _mentacSe da familia quanto para apoio & pe: Ccuéra, o miho 62 lavoura mais importance 12 drea, So considerados cuttives de sub- iténcia o arror, ¢flido ea mancioca, con- sumidos quase tetalmente na prépria pro- priedade. A batste-doce, 0 card e 0 alho ‘destinam-se quase que exclusivamente 20 mercado e s8o aqueles que recebern ‘es culdados do produtor, sendo cultivados fem sistema de rotsco, com algume tecno- logia, como 6 o caso da iriga ‘A cana desempenha triple funcdo na eco- rnomia campanesa. Ag mesmo tempo que ‘serve de complemanto slimentar para o ga- do, abastece a fanfia de melado, rapadura .quardente © é comercializada tanto in na ‘ura, com os pequenos slambiques, quanto 0b # forma de subprodutos, gerendo renda ‘monetis para o produtor familiar Dado 08 tinos de produtos elites pele ‘economia componesa da area, o sistoma de cultive é bastante wadicional, no gel Os produtos cemerciais, adotados por contagio ® partir do efeito demonstraczo fexercide pelo sucesso de alguns, séo aivo ree de alguma atenglo quanto aos tatos culty fais, propiciads pela oportunidede do ge ragio de capital excedente em periodos de ‘maior produtividade ov de precos. te vordveis. Estas atencSes podem ser resum: {das em wrigacso, adubacéo mais constonte, rotacdo de cultives e corrego do sola com calager Os niveis de produtividade, nas cond ‘¢0es de manejo adotadas, s80 muito beixos © varidveis tanto entre produtos quanto en- we estrstos de 4rea. Os cultivos de sub- sistencia s80 mais produtivos no estrato de 10 2 20 ha, enquanto os produtos comer- ciais produzem mais em estratos de maior tamanho. A batata-doce foge & regra tendo produtividades semelhantes nos quatro es: trates ‘A composic#o da méo-de-obra no Ato Pareopeba € formada predominantemente pola famfia, podendo, eventuaimente, con- {at com assalariados temporéries ¢ perma: Verfica-se ala predominincia maciga dos homens maiores de 14 anos, ptinelpaimen tenos estratos de maior vamanho. € interes sente notar que nas menores propriedades existe um maior equilrio de participacto ‘dos membros da familia, utiizando-20 toda 2 forca de trabalho disponive, inclusive das friangas. Tal fato se explica pela aita taxa de ocupagao do espaco por cultivos anues que demandam grande contingente de mao dde-obra, como 6 0 caso do alo, do feiid0e {do arroz, que raquerem no minimo, dus c pinas por safra, ou da batate-doce ou 60 ‘card que _necessitam de muita mio-c “obra quando da colheita e embalagem. iso resulta em alta intensidade de mlo-de-obre, ‘tanto por hectare de propriedade quanto per hectare de lavoura anual ‘A participagdo da mlo-de-obra feminine rolativamente importante na area e & rep Sentada pelas mulheres e flnas maiores dos proprietérios. A baixa partcipacio de men: thas menores de 16 anos no trabalhe do ‘campo se deve 20 fato de que estas fam fem casa substituindo amde eas mis mais velhas no trabalho doméstico e no cuidado {dos imiios mais novas. ‘Além do trabalho na lavaura, a maior pa: te das mulheres degice-se 20 artesanete de tar, tradicional na regio, como ura ope fe complomentacéo da renda farilisr AS vendidas, na propria propriedede, a compra ores eventuais ou a intermediaries que 2s revendem as margens de Rodovia Ferngo Dias com altos lucros. Alguns pequenos proprietérios, ppercebendo a possibildade esse lucro, passaram a vender, eles mes- ‘mos, @ produeso de sua familia na rodovia, ‘tendo alguns, mesmo, abandonado 8 ativi- ‘dade agropecudria como fonte de renda, utra fonte de renda importante 60 fabr- co de rapadura e aguardente. De um lado, ‘gerarenda para o dono do engenho ou alam Bique que fabrica e comercialza parte da ‘producto, de outro, gera renda para o pe ‘quero produtor que vende a cana 20s enge: ‘nhos ou troca cana por rapadura para o con: ‘sumo familar. AA alta disponibiidade da mBo-de-obra principalmente nas menoces propriedades, Viabilzs 0 florescimento de um assalaia- ‘mento temporério pouco significative, fresentado pelo trabstho de proprietérios de lobas exiguas @ seus femileres, em pro- briedades maiores, onde partcipar do plan- tio de cultivos anuaise impeza dos pastos. ‘A exiglidade da terra faz com que, mes- mo com todas estas estratégias, seja pro- blemética a manutonco de todos os mem- bros da familia na propriedade. A partir dos. 14 anos, muitos jovens do sexo masculina rmigram para @ Grande Belo Horizonte de on: {e continua a contrbuir para com 8 renda familar enviando mensalmente aigum di nero. Provavelmente seja este 0 principio do processo de descamponetzacio do Alto Pa aopeba. CONSIDERAGOES FINAIS ‘A producto familar do Alto Persopeba ‘conserva caracteristicas de tradicionalemo {que decorrem, principalmente, do relative Isolamento em que se encontra a rea, tan to do ponto de vista geogréfico quanto do ponto de vista social ‘A auséncia de atiatives econdmicos que lustiicassem, até hoje, um maior invest mento de capital, 8 que 0 retomo neste fre2 6 duvidoso, montiveram-na & margem dda economia regional. As estratégias de permantncia utlizadas pelos produtores familiares da ea, embora de certaoficiéncia até hoe, parecem est '8e tornando mais frégols amedide que fatos novos mudam a percep¢8o que os préprios residentes tem da rea. ‘Assim, a entrada na dres de “forasteios'” ‘com mados manejo de gropecusria, a "autoridase” que represen- tam pelo fato de terem um padréo cultural “superior” @ otigem urbana, 0 feito de- ‘monstra¢o positivo que seu sucesso repre: Senta, tem introduzido Inovag6es que #p6s ‘alguma reluténcia s60 adotadas pelos lo- ‘A construgio de uma destilaia de sicoo! no Municipio de Crucilanda introduz néo s6 2 cana-de-agicar como cultive comercial, ‘mas também movimentos de concentragio de terras, quer pele dindmica do comércio, ‘quer pelo processo de arrendamentos que jd omega # sparecer. 0 projeto de retificagsodo tracado ds Ro- dovia Fernio Dias, passando exatamente pelos vales da grea stusmente ocupados pelos pequenos produtores, deverd tazer substancial valorizagio do prego das terrss pela melhoria de acessibiidade a Belo Hori zonte, ‘Além desses projetos, deve-se destacar a proposta de construgso de uma barragem no rio Menso, para formapo de um reser- vat6rio para abastecimenro de gua a Belo Horizonte, que inundara grande extenséo de terrae voltadas para a procugto feria. Assim, pode-se prever para um futuro muito préximo grandes tansformacses na 4re9, principalmente no sentido de desalojar (05 proprietérios tadicionsis, mas também no sentido de introduzir rudancas que ten- derdo a transformar 0 processo de pro- updo, a cultura ea saciodade local Dado 0 momento importante por que pa 2 2 drea, quando 0 espaco passa a ser or- {ganizado pele i6gice do grande copital, seria fundamental que o estado, caso nfo estel ~anticulado aos interesses deste grande capi- tal, interviesse na rea viabiizando "sal = populacto do lugar © Indice do Velor das Vendas do Comércio Vareista — IVVCV foi calculado dda seguinte format wewP, WV P iwev onde: 'WCVnu = malor valor das vendas do ‘comércis vargjsta = populago do lugar que epresenta 0 maior valor das vendas do comércio vareis- ta “Medios, assim, a interacdo econémico- -espacial, através das varidveis citadas, em lum sistema urbane constitulde de 127 cide ddes com populago acima de § 000 habi tantes. As informagées sobre popularSo u! bana e 0 valor do comércio vareista baselamse nas estatisticas do IBGE de 1980 @ 0 trebathoso célculo das cistancias de uma cidade em rolagso ds outras cidade {oi feito com base em mapas rodovisrios © fom informacdes oficiais. Com base nestes ‘dados fol elaborada 9 mattis de distdncias & calcula dos potencias fol feito por compu: ‘dor. ANALISE € INTERPRETAGAO Uslizamos 0 modelo potencial com 3s v Fiéveis anteriormente apontadas para anali far e interpretar a interago econémico- “espacial entre as cidades do Estado da Ba- hia acima de § 000 habitantes em 1980, tentando conhecer 0 potencial de interaeso ‘de cade centro urbeno com os demsis cen (0s resultados obtidos slo extremamente vatiados, indo de 414 927, 0 maior valor, 0 {de Salvador, a apenas 903, o menor valor, 0 e Ibipetuba, no extremo oeste do estado. Ne Tabela 1, apresentamos, como exemplo, 08 dez mais atos valores dos potencials. ‘A partir do potencial definido para cada cidade, construimos, também, a superticie statistics do potencial, através de isol- Inhas, para poder examinar espaci ‘como se processa @ interago de areas for ‘madas peas relacbes entre cidades. TABELA 1 CIDADES COM OS 10 MAIS ALTOS VALO- RES DOS POTENCIAIS NO ESTADO DA BAHIA POTEN: ‘noe cinaves PoTEN Vitra de Conquista 2 3 “ 6 ‘Simdes Fo Bo Chere dere 7 8 2. 10. Comoran rect Alagolnhe Vendes do comarcio varista ~ 1980, (© Mapa 1 mostra a localizacso de todas os para cada centro foram desenhadas as Isolinhas através da interpolagio expres sando espaciaimente a interac. (© Mapa 1 produzido apresenta ts gren- des reas delimitadescom base em determi- nados isopotenciais. Assim, no Recéncavo, litoral norte e na rogido de Feira de Santana fencontramos a primeira e mais importante frea que esté claramente defini pela igo nha de 6000, aparecendo dentro desta frea “‘picos’" com valores mais elevados. Destaca-se, inicialmente, Salvador. com 0 valor extremamente sito de 414 927, cer cado de algumas cidades com valores entre 18 000 e 30 000. Apés este nicleo metro: palitano e perimetropoltane devemos res: Saltar a importincia 30 nucleo de Feira de ‘Santana com valor de 78 831, rodeado por ‘idades com potencies js bem mais baixos, ‘em torne de 8 000. En terceiro lugar apare- ‘6 Alagoinhes com 21114, seguide por Santo AntOnio de Jesus com 16 499. Esta {rea, delinitada pela isolinha de 6 000, en globs um total de 37 cidades, ou so) 29,13% do total das cidades acima de 5 000 habitantes, Apés as observagdes sobre esta core ‘area devernos menconar a grande supert'- cle delimitada pela curva de 3 000. Nest ree, 61 cidades tém um potencial entre 3.000 @ 6.000, 0 que corresponde a '48,03% do total das cidades. Por outro le 4o, destacam-se nesta érea os conjuntos de Ihéus (19 241), itabuna (39 977), Vitéria dda Conquista (38 942), Jequié (19 360), lrecé (21 808), Jacobina (13 068), Juaze 10 (17 756) e Paulo Afonso (10 547). So- mente para duas cidades (Ita e Igual) foi calculado um potencial igeramente inferior '83.000, refltindo-se no Mapa T como uma equens " depressdo" entre os subsistemes de linbus-Itabune e Vitéria da Conquista 0 terceiro grande conjunto espacial no ‘contro, caste sul do estado 6 definido por valores inferiores a 3.000, abrangendo 20 cidades com potenciis abaixo deste valor & ‘quatro niicleos com valores que excedem ‘este limite, ou soja, Bareiras (8 3651, Gua- ‘nambi (7 160}, Bom Jesus da Lapa (5 087) {© ndcleo de itamaraju (7 589) junto com Porto Seguro (6 580) Observando 0 Meps 1, nota-se qu ‘reas que concentram conjuntos com valo- +98 elevados s8o as éreas situadas na parte leste do estado, justamente onde ocorre 3 malor densidede das cidades com a presen- 62 de centros importantes. Evidentemente, ‘2 maior concentraeo ocorre no Recéncavo sm suas reas Vizinhas. No aul hé uma concentracso de cidades bem préximas umes das outras, em torno de lihéus-Itabuna, cuja distribuigio se efe tua em uma pequena érea. Tal fato nfo Deorre nos outros conjuntos onde a densi Gade das cidades é bem menor, com disténcias maiores entre si resutando tudo Isso om éreas de interacko mais extensas. ‘slo bem menares @ 08 ncleos si interca lados entre dreas de inexpressiva interacdo © modelo potencial do estado permite ‘também observar claramente os principais, subsistemas urbanos como os de Feira de Santana, lhéus-ltabuna e Vitéria da Con- auiste, A caracteristice de um subsistema ‘seria a diminuigdo do potencial para sua po ‘@ 0 subsequente aumento para o préxime eubsistema, como, por exemplo, jade ser visto na delimitacdo dos subsist ‘mas urbano-tegionais de Feira de Santana © {e lIngus-tabuna na base de todas as cide ‘des darepibo CONCLUSAO Finalizando, ¢ importante destacer slgu- mas contibuigées desta medida da organi- ‘a¢8o espacial do Estade da Bahia, dada pe- {a picaeso do modelo potencial, ou sea, {do um modelo que exprme a interagdo es- pacial = ficam petentes, em termos ‘grandes desequlrios entre @ metrépole e ‘308 regio Imediata e ertre# regido metro: 1¢d0 ‘regionais com suas dress de abrangéncia e

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