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Sistemas de Refrigeracgao e Poténcia — Fluidos de Trabalho Gasosos No capitulo anterior, estudamos sistemas de poténciae refrigeragao que utiliza fuidos de trabalho que apresentam mudanga de fase, em particular os que envolvern processos em regime permanente com trabalho de eixo. Foi observado que fluidos fe trabalho com mudanga de fase apresentam 1 maxima diferenga entre termos de trabalho ~ fo aP nos processos de expansto o compressio. Neste capitulo, cont fuaTemos a estudar sistemas de potencia e de Tefrigeragio envolvendo processos tm regime permanente, mas os que ullizam fuldos de trabalho que permanecem to estado gesoso durarie todo o eel, reconhtecendo que adiferenga nos terms de trabalho entre os processes de expanato ¢ compressdo & consideravelmente menor, Estudaremos entéo ciclos de poténcia para sistemas de pistéo-cilindro envolvendo trabalho de movimento de fronteira. Concluiremos o capitulo examinando arranjos de sistemas com clclos combinados, Comegamos o capitulo introduzindo o concelto do ello padrto aar,o morelo bésiee a ser usado com sistomas de poténcia uilizando faces como fuldos de trabalho —— 356 — Fundamentos daTermodinamica 12.1 CICLOS PADRAO A AR Consideramos na Segiio 11.1 dois ciclos ideais basea- dos em quatro processos. Um deles utilizava processos, ‘ue ocorriam em regime permanente e outro em que 0 trabalho era realizado por meio do movimento de um pistao num cilindro, Nés também mencionamos os as- pectos relativos a presenca, ou auséncia, de mudanca de fase do fluido de trabalho no ciclo. Nas secdes pos- teriores examinamos detalhadamente o ciclo Rankine para instalagdes de poténcia, que é o ideal para os ci- clos de poténcia em que o fluido de trabalho apresenta mudanca de fase, Entretanto, muitos equipamentos dedicados & producao de trabalho (motores) utilizam lum gas como fluido de trabatho, O motor automotivo, com ignigao por centelha, é um exemplo familiar, € 0 mesmo ¢ verdadeiro para o motor Diesel e paraa turbi- na a gis conveneional, Em todos esses motores hd uma udanga na composigao do fluido de trabalho porque, durante a combustao, ele varia de ar e combustivel a produtos da combustao, Por essa razao, esses motores sfio chamados de motores de combustiio interna. Em contraste com isso, a instalacao a vapor pode ser cha- mada de motor de combustao externa, porque 0 calor 6 transferiso dos produtos de combustao ao fiuido de trabalho. Ja foram construfdos motores de combustao externa que utilizam um gas como fluido de trabalho (usualmente o gis utilizado € 0 ar). Até 0 momento, eles tém tido uma aplicacao muito limitada, porém 0 ‘uso do ciclo de turbina a gés, em associagao com um reator nuclear, tem sido extensivamente investigado. Outros motores de combustdo externa atualmente tm sido analisados e desenvolvidos com 0 objetivo de ‘combater o problema da poluicdo do ar. ‘0 motor de combusto interna opera segundo um, ciclo aberto porque 0 fluido de trabalho nao passa por ‘um ciclo termodinamico completo (apesar de o motor operar segundo um ciclo mecdnico). Entretanto, para analisar 05 motores de combustiio interna, € vantajoso conceber ciclos fechados que se aproximam muito dos Ciclos abertos. Um desses ciclos fechados é denominado ciclo padrao a ar e é baseado nas seguintes hipoteses: 1. 0 fluido de trabalho é uma massa fixa de ar, ao lon- 40 de todo o ciclo, ¢ esse ar pode ser sempre mode- Jado como um gas ideal. Assim, nfo hé proceso de alimentac&o nem de descarga. 2.0 processo de combustdo € substituido por um processo de transferéncia de calor de uma fonte externa, 3.0 ciclo ¢ completado pela transferéncia de calor as vizinhanas (em contraste com 0 proceso de exausto e admissio num motor real). 4, Todos os processos sto internamente reversiveis. 5, Usualmente, é admitida a hipétese adicional de que © ar apresenta calor especifico constante, avaliado 300 K, reconhecendo-se que este nao € 0 modelo mais preciso, © principal mérito do ciclo padrao a ar consiste em nos permitir examinar qualitativamente a influén- cia de diversas variavels no desempenho do ciclo. Os resultados quantitativos obtidos no ciclo padrao a ar, tais como o rendimento e a pressdo média efetiva, di- ferirao consideravelmente daqueles relativos ao motor real. A énfase, portanto, na nossa consideragao do ci- clo padrao a ar esté prineipalmente na andlise dos as- pectos qualitativos, O termo pressdo média efetiva, utilizado em as- sociacdo aos motores alternativos, ¢ definido como a pressio que, ao agir no pistdo durante todo 0 curso motor, realiza um trabalho igual ao realmente realiza- do sobre o pistao. 0 trabalho em um ciclo é determi nado pela multiplicagao dessa pressaio média efetiva pela area do pistao (menos a area da haste, no lado da manivela, em motores de duplo efeito) e pelo curso, 12.2 O CICLO BRAYTON Na Seca0 11.1, discutindo ciclos ideais de poténcia, consideramos um ciclo que era composto por quatro processos que apresentavam escoamentos e que ocor- riam em regime permanente. Dois desses processos cram isobéricos e dois isoentropicos (0 diagrama des- se ciclo pode ser visto na Figura 11.2). Denominamos esse ciclo Rankine quando 0 fiuido de trabalho apre- senta mudanga de fase nos processos que ocorrem a pressio constante e Brayton quando o fluido de tra- batho nao apresenta mudanga de fase (0 fuido sempre esti na fase gasosa). O cielo padrio a ar Brayton é ciclo ideal para a turbina a gés simples. A Figura 12.1 mostra o diagrama esquemético de uma turbina a £63 simples, de cielo aberto, que utiliza um processo de combustio interna e o de uma turbina a gs simples, de cielo fechado, que utiliza dois processos de trans- feréncia de calor. Os diagramas Pv e T-s para o ciclo padrao a ar Brayton estao mostrados na Figura 12.2 O rendimento do cielo padrao Brayton pode ser determinado do seguinte modo: Trae Observamos, entretanto, que 1, )0-0 (7) m1) WN Be A Ae ALR ee) T_T, 1h a2) Sistemas de Refrigeracao e Poténcia — Fluidos de Trabalho Gasosos 357 © 4 aa] ae Tt | Compressor | Turina, iz fs al t oe » yp = Was { de calor Eas 1 Trocador ‘ Lf fear 4g i Figura 12.1 Tatina 8 ods que opers segundo o ciclo Brayton: (a) Ciclo aberto |@) Ciclo fachado. Assim, 0 rendimento do ciclo padrao a ar Brayton ‘¢ fungdio da relagao de pressao isoentrépica, O fato Ge o rendimento aumentar com a relagio de pressao torna-se evidente analisando o diagrama 7-s da Fi- ‘gura 12.2. Aumentando-se a relacao de pressdo; 0 ci- P| Figura 12.2 Ciclo padeo at Brayton. clo muda de 1-2-3-4-1 para 1-2'~3'-4-1. Esse uiltimo ciclo tem um fornecimento de calor maior e o mesmo calor rejeitado do ciclo original, e, portanto, apresenta ‘um rendimento maior. Observe, além disso, que 0 tik timo ciclo opera com uma temperatura méxima maior (PD que a do ciclo original (7). Numa turbina a gs real, a temperatura maxima do gis que entra na turbi na € fixada pelas caracteristicas dos materiais utiliza- dos, Portanto, se fixarmos a temperatura Ty ¢ aumen- tarmos a relagdo de pressao, o ciclo resultante sera 1-2/-3"-4"-1, Esse ciclo teria um rendimento maior {que 0 do ciclo original, mas hé mudanca do trabalho por quilograma de fluido que escoa no equipamento, Com 0 advento dos reatores nucleares, a turbina a gas de ciclo fechado tornou-se mais importante, O calor ¢ transferido, diretamente ou por intermédio de tum segundo fluido, do combustivel no reator nuclear a0 fluido de trabalho do ciclo e € rejeitado do fluido de trabalho para as vizinhangas. ‘A turbina a gis real dilere do ciclo ideal principal- mente devido as irreversibilidades no compressor € na ‘turbina, devido A queda de pressio nas passagens do fluido e na camara de combustao (ou no trocador de calor de um ciclo fechado). Assim, os pontos represen- tativos dos estados de uma turbina a gas real, simples & de ciclo aberto, podem ser mostrados na Figura 12.3. ‘As eficiéneias do compressor e da turbina sdo definidas em relagdo aos processos isoentropicos. AS definigdes das eficiéncias para compressor e turbina, tilizando 0s estados indicados na Figura 12.8, sao as soguintes: 22) a2.) Figura 12.3 feito des ineficiéncas sobre o comportamento das turbines # GAs, BBB Fundamentos daTermodinamica Outra caracteristica importante do ciclo Brayton 6 que o compressor utiliza uma grande quantidade de trabalho na sua operagio (em comparacao ao tra- balho gerado na turbina). A poténcia utilizada no compressor pode representar de 40 a 80% da poten- cia desenvolvida na turbina. Isso é particularmente importante quando se considera o ciclo real, porque 0 efeito das perdas é o de requerer uma quantidade maior de trabalho no compressor ¢ a realizagtio de menor quantidade de trabalho na turbina, Assim, 0 rendimento global diminui rapidamente com a dimi- nuigao das eficiéncias do compressor e da turbina, De fato, se essas eficiéneias cafrem abaixo de cerca de 60%, sera necessdrio que todo o trabalho realizado na turbina seja utilizado no acionamento do compressor eo rendimento global seré zero. Isso est em nitido contraste com o ciclo Rankine, em que necessério somente 1 ou 2% do trabalho da turbina para acionar a bomba. Isso demonstra a vantagem inerente do ci- clo que utiliza a condensacao do fluido de trabalho, pois 0 volume especifico da fase vapor 6 muito maior que o da fase liquida. EXEMPLO 12.1 Ar entra no compressor de um ciclo padrao a ar Brayton (fechado) a 0,1 MPa e 15 °C. A pressao nna segao de descarga do compressor de 1,0 MPa ea temperatura maxima no ciclo é 1100 °C, De- termine: 1. A pressao e a temperatura em cada ponto do ciclo, 2, O trabalho no compressor, o trabalho na turbina, eo rendimento do ciclo, Admitiremos, para cada um dos volumes de con- trole analisado, que o ar se comporte como gés ideal, que o ar apresente calor especifico constan- te (avaliado a 300 K), que cada processo ocorra em regime permanente e que as variagoes de energia cinética e potencial nos processos sejam desprezi- veis. O diagrama dos processos no ciclo analisado esté mostrado na Figura 12.2. Volume de controle: Compressor. Estado de entrada: P,, 7 conhecidas; estado determinado Estado de savda: P2 conhecida. Anélise: Equagao da energia: (Trabalho necessério para acionamento do com- pressor) Equagao da entropia: S228 Portanto, Solugiio: (e-t) Fa) S102 21.900:.7,=55,8 K "1 we=Ma My = C5 (Ta-%)= = 1,004(556,8 ~ 288,2) = 260,5 ki/kg Volume de controle: Turbina, Estado de entrada: Ps (= P;) conhecida, T conhecida; estado determinado, Hstado de saida: Py P,) conhecida, Anélise: Equacao da energia: W,= hg ~ hy Equagio da entropia: Assim, = 10° =1,992-.7, = 710,8.K 1, =hy—hy=C,(T-T) =1,004(1973,2~710,8) =664,7 kak ),| = 664,7 - 269, I ‘Sistemas de Refrigeragao e Poténcia - Fluidos de Trabalho Gasosos Volume de controle: ‘Trocador de calor aalta temperatura Estado de ‘ontrada: Estado 2 determinado. Estado de ‘aida; Estado 9 determinado, Analise: Equacao da Energia: 44 = hy~ ha = Co(T3~ 7) Solugao: ny = Ry — Ita = Cp(Ts~ 72) = = 1,004(1873,2 - 556,8) = 819,3 ki/kg Volume de controle: Trocador de calor de baixa temperatura. Estado de entrada: Estado 4 determinado, 359 Estado de saida: Estado 1 determinado. Andlise: Equagao da energia: Lae] = Pea - Ma = Gy T) Solugio: lau = toa — a = Cp(Pa= 7) = 1,004(710'8 -288,2) = 424,1 kik Portanto, Wy _ 395.2 Mig _ 395.2 — 46 94, Thier“ 819.8” ‘és podemos uilizara Bquagio 1.8 para vrliear teeereallado, Deate modo, 1 L pee eae TF : ner ae 10° Mheemieo EXEMPLO 12.2 Considere uma turbina a giés em que 0 ar entra no compressor nas mesmas condigdes do Exemplo 12.1 € o deixa A pressao de 1,0 MPa. A tempera- tata maxima no cielo é de 1100 °C. Admita que as eficiéncias do compressor e da turbina sejam, res- pectivamente, iguals a 80% e 85%. Sabendo que a queda de pressio no escoamento de ar entre 0 compressor e a turbina é igual a 15 kPa, determine © trabalho no compressor, o trabalho da turbina orendimento do ciclo. ‘Admitiremos, novamente, para cada um dos volu- mes de controle analisados, que 0 ar se comporte como gas ideal, que o ar apresente calor espectfico constante (avaliado a 300 K), que cada processo ‘ocorra em regime permanente ¢ que as variagbes de energia cinética e potencial nos processos se- jam despreziveis, O diagrama dos processos do ci- clo analisado esta mostrado na Figura 12.8. Vamos avaliar os processos que ocorrem no compressor, na ‘turbina e no trocador de calor de alta temperatura. Volume de controle: Compressor. Estado de entrada: P,, 7; conhecidas; estado determinado. Estado de saida: P2conhecida. Analise: Equacio da energia, proceso rea: level = fea Ma Equagdo da entropia, processo ideal: 52," 81 ty (B 7 \R 0 rendimento do compressor é dado por Portanto, (e-1) 092 = 1,092 Ty, = 556,8 K ty, ty Th, —Th _ 556,8-288,2 Iy-h TT tt 0,80 yh, =0,(Ta—M)= =1,004(@24,0~ 28,2) = 3870 ¥ 360. Fundamentos de Termodinamica Volume de controle: Turbina Estado de entrada: Ps =P, ~perda de carga, conhecida, T; conhecida; estado determinado. Estado de saida: P, conhecida. Andlise: —812,8) = 562.4 akg Bquagao da energia, processo real one As 562,4—837,0 = 225,4 kak Equactio da entropia, processo ideal: J aes Volume de . controle: Trocador de caloraalta temperatura Portanto, Bstado de t entrada: Estado 2 determinado, n [P, Estado de 3f4& 2-2) 2 ence, © rendimento da turbina é dado por Andie: yeh eT, auagio da energia: Desig aa Qty = ha~ hy Ngohy, Ty Solugio: Solucao: ae y= Py—perdade carga =1,0-0,015= 0,985 MPa 9236 .7,, =713,9K As seguintes comparagdes podem ser feitas entre _acionamento do compressor & 40 % & fornecido como 05 resultados dos Exemplos 12.1 ¢ 12.2 trabalho liquido. Assim, se desejarmos uma unidade com poténcia Iiquida de 10 000 kW, serao necessé- ____ Wim ty my —_P108 Uma turbina de 25 000 KW e ‘uma compueesee ne “Erilied) 2695 —bea7 —a952 eg aa > ©—-*15-000 KW. Isso demonstra a alrmagao de vee cs ioe x T2ilideal 2085 0647 005.2 Bras 487 ! se eed ed me Be binas a gas apresentam uma relacdo de trabalho cot sumido bastante alta, Como mencionado anteriormente, o efeito das irreversibilidades ¢ diminuir o trabalho realizado na 12.30 CICLO SIMPLES DE TURBINA turbina e aumentar o trabalho consuraide no compres, A GAS COM REGENERADOR ! sor. Como o trabalho liquido é a diferenca entre esses dois, 9 seu valor diminui muito rapidamente quando © rendimento do cielo de tusbina a gis pode ser me- & ghelencias do compressor e da turbina diminuem. _Jhorado pela introdugao de um regeneralor A Flgees O desenvolvimento de compressores e turbinas que 12.4 mostra o esquema do cielo simples de taba ‘bresentem eficiéneias alts 6, portanto, um aspecto gs, de eiclo aberto e com regeneradr, © os daghanes importante no desenvolvimento das turbinas a gis. P-v ¢ T-s correspondentes ao ciclo padrao a ar ideal Note também que, no ciclo ideal (Exemplo 12.1), com regenerador. Note que no cielo {o2-ar 94 y-t cerca de 4196 do trabalho realizado na turbina é con- a temperatura do gas ee exaust, que deiza a taco army pone compressor e, desse modo, o trabalho Ii: na no estado 4, ¢ maior que a temperatura do gis que {uido fornecido pelo ciclo ¢ cerea de 59% do trabalho _deixa o compressor. Assim, calor poule set trench i realizado na turbina. Na turbina real (Exemplo 12.2), do dos gases de descarga da turbina para os gases 2 50% do trabalho realizado na turbina é utilizado no alta pressdo que deixam o compressor. Se Ieee he tte trocador de calor de contracorrente, que 6 co- como um regenerador, a temperatura do gas a ‘aha pressiio que deixa o regenerador, T,, pode, no caso Sdeal, ser igual a T,, que € a temperatura do gis que deixa a turbina, Nesse caso, a transferéncia de calor ‘da fonte externa é apenas necessdria para aumentar ‘temperatura de T,, para T, Essa transferéncia de calor ¢ representada pela érea x-3-d-b-r ea drea y-1-a~ ‘e-y representa o calor rejeitado. ‘A influéncia da relacao de pressio no ciclo sim- Sistemas de Refrigeragao e Poténcia - Fluidos de Trabalho Gasosos 361 @ t WV @ 4 SRA Wace +@ oH ‘ples de turbina a gas com regenerador pode ser mos~ ‘rada analisando-se 0 ciclo 1-2'-3'~4-1. Nesse ciclo, a ‘temperatura do gés que deixa a turbina ¢ exatamente igual & temperatura do gas que deixa o compressor € ‘portanto, nao ha possibilidade de se utilizar um rege~ neradot. Isso pode ser mostrado, mais precisamente, determinando-se 0 rendimento do ciclo ideal da turbi- ‘naa gés com regenerador. (0 rendimento desse ciclo com regeneragao ¢ obti- do do segutinte modo, em que o8 estadlos stio os indica- dos na Figura 12.4. = Op(Ty~ = C,(T,—T) Porém, para o regenerador ideal, Ty = Ty ¢, por- tanto, ay = m- Consequentemente, _edl_, 20% -0) Maen I CST) _1(t/T—) 7(1-T,/03) Figura 12.4 Ciclo regenerative ideal ‘Assim, mostramos que, para o ciclo ideal com re- generagio, o rendimento térmico depende nao somen- te da relacao de pressiio, mas também da relagao das temperaturas maximas ¢ minimas. Note também que, diferentemente do ciclo Brayton, o rendimento dirai- nui com um aumento da relacao de pressio. ‘A efetividade, ou eficiéneia, de um regenerador 6 dada pela expressio da eficiéncia do regenerador e isso pode ser mais bem visualizado se nos referirmos a Figura 12.5, 0 ponto r representa o estado do gés a alta pressdo que deixa o regenerador. No regenerador Regensrador ey combustao Figura 12.5 Diagrama Fs para a definiggo do eficéncia do regenerador, + 9 ‘e- 362 Fundamentos daTermodinamica ideal haveria apenas uma diferenga de temperatura infinitesimal entre as duas correntes ¢ 0 gas a alta pressio deixaria o regenerador @ temperatura Te 1, = Ty. Num regenerador real, que deve operar com uma diferenca finita de temperatura, a temperatura real do gis que deixa o regenerador, 7, é, portanto, menor que 7, A eliciéncia do regenerador é definida or: yal 24) aes Se admitirmos que o calor especifico seja constan- te, a eficiéncia do regenerador 6 dada pela relagao 2,-T, Ta rh Devernos mencionar que é possivel alcangar ren- dimentos mais altos utilizando regeneradores com reas de transferéncia de calor maiores, Entretanto, isso também aumenta a queda de pressio no escoa. mento, 0 que representa uma perda no ciclo. Assit, tanto a queda de pressao como a eficiéncia do rege- nerador devem ser consideradas na determinagio do regenerador que fornece rendimento térmico maximo para o ciclo, Do ponto de vista econdmico, o custo do regenerador deve ser comparado com a economia que pode ser obtida com seu uso. EXEMPLO 12.3 Considere que um reyenerador ideal foi incorpora- do ao ciclo descrito no Exemplo 12.1. Determine 0 rendimento térmico do ciclo modificado O diagrama para este exemplo é o mostrado na Fi- ura 12.5 e os valores das propriedades podem ser encontrados no Exemplo 12.1. Nesse caso, a prime ralei da termodinamica aplicada ao trocador de ca- lor aalta temperatura (camara de combustao) é: a= hy ~ hy 7,=T108K 1p (ToT) =1,00401373,2-710,8) 64,7 Kikg. ty, = 995.2 kikg (do Ex. 12.1) 3952 95% 64,7 12.4 CONFIGURAGOES DO CICLO DA TURBINA A GAS PARA CENTRAIS DE POTENCIA O ciclo Brayton ¢ o ciclo ideal para a central de potén- cla baseada na turbina a gas, O compressor e a turbina no ciclo ideal sao adiabaticos e reversiveis. Veremos, no préximo exemplo, 0 que acontece com 0 ciclo se trocaimos esses dois equipamentos por outros que ope~ ram reversivel e isotermicamente, EXEMPLO 12.4 Um ciclo ideal a ar Brayton opera com os estados fornecidos no Exemplo 12.1. Entretanto, nesse ciclo, a turbina e 0 compressor operam de modo reverstvel ¢ isotérmico. Calcule 0 trabalho con- sumido no compressor e 0 fornecido pela turbi na e compare esses resultados com aqueles do Exemplo 12,1 Volumes de controle: Compressor, turbina, Andllise: Como os processos sao isotérmicos © rever- sivels, 0 trabalho pode ser caleulado com a Equagao 9.19, Solucao: Para o compressor, w = ~0,287 x 28,2 x In 10 100.5 ks/kg, 0 trabalho consumido no compressor adiabitico, calculado no Bxemplo 12.1, 6 -269,5 ki/kg, Para a turbina, w =-0,287 x 1873.2 x In 0,1 = + 907.5 ki/ka trabalho forneciddo pela turbina adiabatica, eal- culado no Bxemplo 12.1, 6 664,7 ki/kgs. Note que os resultados obtidos, tanto para o com- pressor quanto para a turbina, utilizando processos Ssotérmicos, so mais favoraveis que os relativos aos ‘processos adiabaticos. Esse novo ciclo ideal, composto por quatro processos reversivais, dois deles isobaricos, ‘© 0s outros dois isotérmicos, é denominado ciclo Eries- son, Os motivos para que o ciclo Brayton seja o referen- ial dos eiclos de turbina a gas, nao o ciclo Ericsson, io os processos que ocorrem na turbina ¢ no com- pressor. Como as vazbes de fluido que escoam nesses equipamentos siio grandes, existem dificuldades para se transferir as quantidades de calor necessarias para ‘que os processos ocorram dle forma isotérmica. Assim, ‘es processos nesses equipamentos sao essencialmente adiabaticos como nas operagées de compressao e ex- pansio do ciclo Brayton. Bxiste uma modificacao no ciclo Brayton que ‘tende a mudar seu comportamento em direcao ao do. cielo Ericsson. Essa modificacao consiste em utilizar sutltiplos estégios de compressao, com resfriamento mntermeditario entre os estégios, e expansao em varios estagios com reaquecimento entre os estagios e um regenerador, A Figura 12.6 mostra um ciclo com dois estigios de compressio e dois estagios de expansio fe também 0 diagrama T-s do ciclo padrao a ar cor- Sistemas de Refrigeragao e Poténci 363 respondente. Pode-se mostrar que, para esse ciclo, se ‘obtém 0 maximo rendimento quando sé mantidas iguals as relagdes de pressao através dos dois com- pressores e das duas turbinas. Admite-se, nesse ciclo ideal, que a temperatura do ar que deixa o resfriador intermediario, 7s, seja igual a temperatura do ar que entra no primeiro estagio de compressao, 1, e que a temperatura apés o reaquecimento, Ts, seja igual a temperatura do gas que entra na primeira turbina, 7s, Além disso, admite-se, no ciclo ideal, que a temperatu- rado ar aalta pressio que deixa o regenerador, Ts, seja, igual A temperatura do ar a baixa pressto que deixa a turbina, Ts, Se utilizarmos um grande nimero de estagios de compressio ¢ expansao, é evidente que nos aproxima~ mos do ciclo Ericsson ¢ isso est4 mostrado na Figura 12,7. Nas aplicagdes reais, o limite econémico para 0 niimero de estagios € usualmente dois ou trés. Note que as perdas na turbina e no compressor, bem como as quedas de pressio, que jé foram disculidas, estao sempre presentes em qualquer unidade real que em- pregue esse ciclo. Existem varias maneiras de compor um ciclo ba- seado em turbinas e compressores. A Figura 12.8 mos- tra dois arranjos possiveis para ciclos fechados. Uma Figura 12.7 Diagrama temperature-entropia que mostra como 0 cila da turbine a gas com muitos ‘est8gios se aoroxima do cic Ericsson. Ciclo ideal da turbina a gés, utlizando res ‘fiamanto intetmedidrie, reaquecimento regenerador a 364 Fundamentos daTormodinamica vantagem frequentemente procurada num dado arran- Jo é a facilidade de controle da unidade sob diversas cargas. Uma discussao detalhada desse tépico est, entretanto, fora do escopo deste texto. 12.50 CICLO PADRAO. AAR PARA PROPULSAO A JATO Consideraremos, agora, 0 ciclo padrao motor a ar que 6 utilizado na propulsao a jato. Nesse ciclo, o traba- Iho efetuado pela turbina é exatamente igual ao ne- cessério para acionar 9 compressor. Assim, 0s gases so expandidos na turbina até uma pressio tal que 0 trabalho da turbina é exatamente igual ao trabalho consumido no compressor. Dessa forma, a pressio na segto de descarga da turbina sera superior a da vizinhanga eo gas pode ser expanclido num bocal até a pressao desse ambiente. Gomo os gases saem do bocal a alta velocidade, esses ‘apresentam uma variagao de quantidade de movimen- to e disso resulta um empuxo sobre 0 avio no qual 0 ‘motor esta instalado. O motor a jato foi apresentado na Figura 1.11 e o ciclo padrao a ar ¢ mostrado na Figu- ra 12.9. Bsse ciclo opera de modo similar ao do ciclo Brayton e a expansao no bocal 6 modelada como adia~ batica e reversivel egenerador q a. {he {he Compressor Compressor Turina Tutbina eraéor Compressor Tutbina eraser - 2 caf eat Raa [| intermedia Compressor} ———{~ Turina ol FRegonorador Figura 12.8 Alguns etfanjos dos. componentes +t ‘que podem ser uiiizades em turbinas 2 98s estacionéras, a Sistemas de Refrigeracdo Poténcia — Fluidos de Trabalho Gasosos ‘Almentagéo de combustivel . —2o[camara oe = ta 4 5 =a fconmes cnt Figura 12.9 ‘Seo ideal da turbina gs para urn motor a jato. combustio o 365 Exaustéo do ‘gases quentes Diiusor Compressor Camara de Turbina Socal | EXEMPLO 12.5 Considere um ciclo ideal de propulsao a jato em que oar entra no compressor a (1 MPa e 15°C. A pres- sto de saida do compressor é 1,0 MPa e a termpera- tura maxima do ciclo é 1100 °C, O ar expande na ‘urbina até uma pressiio tal que o trabalho da tur- bina ¢ exatamente igual ao trabalho no compressor. Saindo da turbina, 0 ar expande num bocal, adia- batiea e reversivelmente, até 0,1 MPa. Determine a velocidade do ar na segdo de descarga do bocal. © modelo utilizado para o ar é 0 de gés ideal com calor especifico constante e avaliado a 800 K. Va- mos admitir que cada processo ocorra em regime permanente, néo apresente variacao de energia potencial e que a nica variacao de energia ciné- tica significativa ocorra no bocal. 0 diagrama do ciclo esta mostrado na Figura 12.9. A andlise do compressor é a mesma do Exemplo 12.1. Os resultados daquela solugao sao: Py=01MPa Ty = 288,2K Pp=10MPa — T,=556,8K hovel = 260,5 ki/ikg, " Aandlise da turbina é também a mesma do Bxem- "plo 12.1, Entretanto, nesse caso, ; Py=10MPa 7, Assim, Volume de controle: Bocal, Estado de entrada: Estado 4, determinado. Bstado de saida: Ps conhecida. Anélise: Equaco da energia: % nya cosine 7, Pe, Solugao: Como Ps ¢ igual a 0,1 MPa; pela segunda lei, deter- minamos T's = 710,8 K. 20 59(T, ~T,) = 2>1000x1,004(1104,6-710,8) ‘Equagao da entropia: 525,97, 366 —_Fundamentos daTarmodinémica Nee QUESTOES CONCEITUAIS a. 0 ciclo Brayton tem os mesmos quatro proces- 05 que 0 ciclo Rankine, no entanto as represen- tagdes desses ciclos nos os diagramas T-s e Pv so muito diferentes. Por que isso ocorre? b. E sempre possivel agregar um regenerador a um ciclo Brayton? O que ocorre quando a relagao de pressdes é aumentada? ¢. Por que vocé utilizaria um resfriador interme- didrio entre os estigios de compressio? 4.0 motor a jato nao produz trabalho de eixo; como ¢ gerada a propulsao nesse motor? 12.60 CICLO PADRAO DE REFRIGERACAO A AR Se considerarmos 0 ciclo de refrigeracdo original, ba- seado em quatro processos e descrito na Figura 12.10, ‘que opera com um fluido de trabalho que nao apresen- ‘ta mudanga de fase (gasoso), o trabalho envolvido no processa de expansio isventrépica nao seré pequeno, a0 contrério do que ocorre com os ciclos que operam ‘com processos que apresentam mudanca de fase. Por- tanto, no ciclo padrao de refrigeragao a ar, vamos rea~ lizar 0 processo de expansdo numa turbina, e esse ci- clo esta esquematicamente mostrado na Figura 12.10. Note que esse cielo de refrigeragao é essencialmente ‘0 inverso do ciclo Brayton e é utilizado na liquefagio fio ® @ suing ompreesr ig \ \ t t © © fe r 2 LZ | Tolambient) 4 7 (Temperatura do. LE espapo refigeraco) Figura 12.10 Ciclo-pacrda oo retrigeracto# or, do ar (veja o sistema Linde-Hampson na Figura 12.24) e de outros gases; ¢ também ¢ aplicado em certas si= tuagoes especificas de resfriamento, como no caso dos sistemas de climatizagio de cabines de avioes. ‘Ap6s a compressio de 1a 2,0 ar é resfriado em: consequéncia da transferénela de calor as vizinhangas A temperatura Ty. O ar é entdo expandide no processo 3-4 até a pressio de entrada do compressor e a tempe- ratura cai para 7, na turbina (expansor). Calor pode, ‘entio, ser transferido ao ar até que se atinja a tempe- ratura TO trabalho, para esse ciclo, 6 representade pela érea I-2-B-4-1 ¢0 efeito de refrigeragao ¢ repre- sentado pela érea 4-1--a-4, 0 coeficiente de desem- penho € a relagio entre essas duas dreas. ‘A determinacio do coeficiente de desempenho de um ciclo padriio de refrigeragao a ar envotve o eélculo do trabalho liquido entre o compressor e o expansor conforme apresentado a seguir. pet =e Wy Meme My — y(t") ¢,(7, =) o,(% - %)-¢,(% - 7) Utilizando calor especifico constante para avaliar as diferencas entre entalpias ¢ as relagdes para pro~ ccessos isoentropicos, Lemos 25) Utilizamos Ty/Tp = T/T, com a relagdo de pres- ses , = P2/P,, € obtiveros um resultado similar 20 de outros ciclos, O ciclo de refrigeracao é um ciclo Brayton com 0 escoamento do fluido de trabalho na diregaa inversa e apresentando as mesmas relagdes entre propriedades, Na prética, esse ciclo tem sido utilizado para 0 resfriamento de avides. A Figura 12.11 mostra um es~ Turina Figura 12.11 ‘Ceci de rerigeragio a ar utlizado no resfriamento de evides, ‘quema desse ciclo. O ar frio, obtide na segao de des- carga da turbina, é soprado diretamente na cabine, € ‘assim proporciona 0 efeito de resfriamento. E possivel obter termperaturas muito baixas se incorporarmos trocadores de calor contracorrente no ciclo, Provedendo desse modo, obtemos o ciclo ‘basico utilizado nas usinas de liquefacao de ar a bai- ‘xa pressio e em outros dispositivos de liquefagio Sistemas de Reftigeragao e Poténei Fluidos de Trabalho Gasosos 367 “Trocador de calor, ° Ken of [om | Be ® ® © oomrets) Turion Figura 12.12 Ciclo de rerigeragdo @ ar com trocador de calor. de fluidos (tal como o aparetho de Collins utilizado para liquefagao de hélio). O ciclo ideal, nesse caso, 6 mostrado na Figura 12.12. B evidente que a tur- bina opera a temperaturas muito baixas ¢ isso cria problemas significativos ao projetista desses equi pamentos, Assim, a escolha do sistema de lubrifica- (cdo e dos materiais € fundamental para a operagio segura dessas turbinas. EXEMPLO 12.6 Considere o ciclo padrao a ar simples de refrigera- do da Figura 12.10. 0 ar entra no compressor a 0,1 MPa e -20°C e 0 deixa a 0,5 MPa. Sabendo que oar entra na turbina a 15 °C, determine: 1. O coeficiente de desempenho desse ciclo; 2. A descarga de ar no compressor para fornecer 1 kW de refrigeracao. Para cada volime de controle neste exemplo, 0 modelo para o ar é o de gis ideal com calor espe- cifico constante e avaliado a 300 K. Vamos admitir ‘que cada processo ocorra em regime permanente fe que nao apresente variagbes de energia cinética ou potencial. 0 diagrama para este exemplo ¢ 0 da ura 12,10, € 0 ciclo completo € considerado, de ‘que 0 COP na Equagao 12.5 com ry = Py/Py é dado por oo e Volume de controle: Expansor. Estado de ‘entrada: Ps (= P,) conhecida, 7's conhecida; estado determinado, Estado de safda: P, (= P,) conhecida. Andlise: Equagio da energia: We= Nighy Equagdo da entropia: sa= 8 368 — Fundamentos daTermodinémica Assim, Volume de controle: Trocador de calor a baixa temperatura, Estado de entrada: Estado 4, conhecido. 12.7 CICLOS DE POTENCIA DOS MOTORES COM PISTAO Discutimos na Segao 11,1 0s ciclos de poténcia basea- dos em processos que ocorrem em regime permanente (os processos que envolvem trabalho nao ocorrer a resstio constante e, nos ciclos fechados, as transfe~ réncias de calor ocorrem a pressao constanite) e os ci- los de poténeia que realizam trabalho a partir do mo- vimento de um pistéo num cilindro (os processos que envolvem trabalho nao ocorrem a volume constante), ‘Nas proximas quatro segdes apresentaremos ciclos ideais de poténcia a ar para ciclos em que o trabalho € realizado pelo movimento dle pistdes em cilindros, envolvendo um ou dois processos de transferéncia de calor a volume constante. E interessante, antes de analisarmos os ciclos lutilizados nos motores com pistio, apresentar alguns termos € definigdes que sao importantes na andlise esses ciclos. Os motores mais utilizados nos automé- veis operam com quatro, seis ou oito cilindros e cada Conjunto cilindro-pistao apresenta diametro nominal B. O pistdo esta conectado a um virabrequim (mani- vela) por meio de uma biela. A Figura 12.13 mostra o esbogo da configuracao cilindro-pistao utilizada nos ‘motores de combustao interna, Observe que o Angulo da manivela, 8, varia com a posi¢ao do pistao no cilin- dro, 0 curso do pistéio é dado por S = 2Reran 2.6) 0 volume deslocado no motor pode ser caleulado com a equagio Vacs = Nein Vansx ~ Vain) = Nei Acs (12.7) Note que o volume destocado no motor caracte- riza bem o seu tamanho. A razao entre os volumes in- Estado de saida: Estado 1, conhecido, Anélise: Equagao da energia: = hy hy Solugdo: t & ha ~ ha = Cp(Ty — Ty) = 1,004(253,2 - 181,9) = 71,6 kivke Para se obter uma capacidade de reftigeragao de kW, mee) %, 716 ,014 kals ternos, méximo e minimo, da camara de combustao é: denominada relagao de compressao Vents! Veuin 2.8) ry = Rt 0 volume desiocado no motor em conjunto com a relagtio de compressdo caracteriza a geometria do mo- tor. O trabalho especifico liquido num ciclo completo é utilizado para definir a pressao média efetiva Mia = PPAO= Poct(Ypue thas) 12.9) Vela ou injetor de SPM Figura 12.13 Configuracdo cilindro-pistdo utlizada nos motores de combusts interna ‘Sistemas de Refrigeragdo e Poténcia — Fluidos de Trabalho Gasosos 369 trabalho liquido realizado por um eilindro em sum ciclo Wig = mivjq = Prot(Venix Venis) (02.10) Podemos utilizar esse resultado para determinar a poténcia do motor, ou seja, eM rating Fata GQ a2ap ‘em que RPM significa rotagdes por minuto, Esse resul- tado precisa ser corrigido pelo fator % quando a equa- io for utilizada no eélculo da poténeia dos motores ie quatro tempos e isso ocorre porque sdo necessrias as revolugdes completas para que o motor de quatro tempos complete o ciclo. ‘A maioria dos motores é de quatro tempos e apre- senta os seguintes processos (o movimento do pistao.e a posigdo da manivela se referem a Figura 12.13): Processo/ Posigio da Variagio Movimento de Adnissio/1S PMS @PMI/ 0-180 graus Pate. Vf, escoamenta de adissio VuPLTt. Compressso/1S PM aPMS/ 180-360 graus Imrigdo¢ Combustio Aproximando-se 10,0 rapidamente de fomecido, PY, Tt PMS/360 graus Expansio/1S PMS PMI’ VEPLTL 360-540 graus| Exaustéo/! S PMiaPMS/ Pace, V4, ‘340-720 graus ‘escoamento de exaust Observe-se que como os processos de admissao e ‘=xaustao (escapamento) se realizam durante um cur- 's0 do pisto, duas rotagdes com quatro cursos do pis- ‘20 sdo necessérias para o ciclo completo. Num motor ‘Ge dois tempos, a exaustao comeca antes de a expan- ‘sto ser completada ¢ a admissao se sobrepbe no tempo = parte do proceso de exaustao e continua durante ‘= compressiio, Isso reduz. a eficacia dos processos de ‘sompressdo e de expansio, mas ha geragio de poten- ‘sia em cada rotacao e a poténcia total é quase duas ‘sezes a poténcia do motor de quatro tempos do mes~ tamanho. Motores de dois tempos sao usados como sores a diesel em navios de grandes dimensoes & ‘como pequenos motores a gasolina para cortadores de ‘gama e ferramentas manuais. Por causa do potencial ‘ ocorréncia de fluxo cruzado entre o fiuxo de entra- & (com combustivel) ¢ o de exaustao, o motor de dois ‘tempos de gasolina teve seu uso reduzido e nao pode ‘s= adaptar aos requisitos atuais de baixa emissao. Por exemplo, motores de popa para propulsao de bareos que anteriormente eram motores de dois tempos agora sio motores de quatro tempos. Os maiores motores so motores a diesel usados ‘em aplicagées estacionérias para geragéo de poténcia e-em aplicagdes méveis para sistemas de transporte, como em locomotivas e navios. Uma central de poten cia comum a vapor néo pode iniciar o funcionamento autonomamente e assim tem o apoio de um motor a diesel para acionar sua instrumentacao e sistemas de controle. Uma localizagao remota em terra ou em uma plataforma de perfuracao e extragao de petréleo em alto mar também usa um motor a diesel para geracao de poténcia. Os caminhées e énibus usam motores a diesel devido a sua alta eficiéncia e durabilidade; com poténcia variando de poucas centenas até cerca de 500 HP. Navios usam motores a diesel com rotagao de 100 a 180 RPM, e dessa forma ndo necessitam de uma caixa de redugio até a hélice (esses motores podem ter sua rotagdo invertida sem a necessidade de uma caixa de redugao). 0 maior motor do mundo é um mo- tor de dois tempos a diesel com deslocamento volumé- trico de 25 m® e 14 cilindros, fornecendo uma poténcia méxima de 105 000 IP, utilizado em um navio porta- contéineres. 12.8 0 CICLO OTTO O ciclo padrao a ar Otto é um ciclo ideal que se apro- xima do motor de combustao interna de igni¢ao por centelha. Os diagramas P-» e T-s desse ciclo estao mostrados na Figura 12.14. 0 processo 1-2 6 uma com- pressiio isoentr6piea do ar quando o pist4o se move, do ponto morto do lado da manivela (inferior) para o ponte morto do lado do cabegote (superior). 0 calor 6 endo transferido para 0 ar, a volume constante, en- quanto o pistdo esté momentaneamente em repouso no ponto morto superior (num motor real, esse proces so corresponde a ignigdo da mistura combustivel-ar pela centelha, € queima subsequente). processo Figura 12.14 Ciclo padrdo aar Otto, 370 Fundamentos daTermodinamica 3-4 6 uma expansio isoentrépica e o processo 4-1 é © de rejeicao de calor do ar, enquanto o pistao est no onto morto inferior, Admitindo que o calor especiifico do ar seja cons- tante, determina-se 0 rendimento térmico deste ciclo do seguinte modo: Qn-9, m0, (7,7) = AL 1k. ee me Oe Gy mG, (7,7) _2, (0/71) 1, (Ty/T%—1) Além disso, observamos que a fae 5 ™ \% ™% Portanto, aig) em que 17, = Telagio de compressaio Sis RLS Um fato importante a ser notado € que o rendi- mento do ciclo padrio Otto 6 fungao apenas da rela- ‘go de compressio e que 0 rendimento aumenta com ‘© aumento dessa relacdo, A Figura 12.15 mostra o gré- fico do rendimento térmico do ciclo padrio a ar em fungio da relagao de compressao. Também é verdade que para um motor real de ignicao por centelha o rer dimento térmico aumenta quando a relagao de com- ressdo 6 aumentada. A tendéncia para a utilizagao de relagdes de compressio maiores 6 induzida pelo es- Torco de se obter rendimentos térmicos maiores. Mas uandlo se aumenta a relagao de compressao, num mo- tor real, ocorre um aumento na tendéncia para a deto- ‘naga do combustivel. Hssa detonagiio é caracterizada Por uma queima do combustivel extremamente rapida © pela presenga de fortes ondas de pressio no cilin- dro do motor e que originam as chamadas “batidas” Portanto, a maxima relacao de compressao que pode ser utilizada é aquela em que a detonagao € evitada, © aumento das relacdes de compressio ao longo dos ‘anos, nos motores reais, foi possivel devido ao desen- volvimento de combustiveis com melhores caracteris- ticas antidetonantes, principalmente com a adigao de chumbo tetraetil. Recentemente, entretanto, foram desenvolvidas gasolinas isentas de chumbo que apre- sentam boas caracteristicas antidetonantes © isso foi feito para reduzir a contaminagao atmostérica Alguns dos pontos mais importantes, que diferen- Giam 0 motor de ignig&o por centelha de ciclo aberto do ciclo padrao, sao os seguintes: 1. Os calores especificos dos gases reais aumentam, com o aumento de temperatura, 2. 0 process de combustdo substitui 0 proceso de transferéncia de calor a alta temperatura e 4 com= bustao pode ser incompleta, 3, Cada ciclo mecanico do motor envolve um processo de alimentacao e de descarga e, devido as quedas de pressiio dos escoamentos nas vélvulas, é neces- séria certa quantidade de trabalho para alimentar 0 cilindro com ar e descarregar os produtos da comt- bustao no coletor de escapamento. 4, Bxiste uma transferéncia de calor significativa en- tre os gases © as paredes do cilindro. 5, Existem irreversibilidades associadas aos gradien- tes de pressao e temperatura Rendimento térmico, macs Cores 4b e7 8 ona NTS Relacto de compres,» Figura 12.15 Rendimento térmico do ciclo Otte em fungéo de relagéo de. compresséo. Sistemas de Refrigeragdo e Poténcia ~ Fluidos de Trabalho Gasosos 371 EXEMPLO 12.7 A relagdo de compressio num ciclo padriio a ar Otta € 10. No inicio do curso de compresstio, a pressfo é igual a 0,1 MPa e a temperatura é 15°C, Sabendo que a transferéncia de calor ao ar, por i- clo, ¢ igual 1800 ki/kg de ar, determine: 1. A pressdo © a temperatura no estado final de cada processo do ciclo. 2. Orendimento térmico. 3. A pressdo média efetiva. Sistema: Ar contido no cilindro. Diagrama: Figura 12.14. Informagao do estado 1: P; = 0,1 MPa, T; = 28,2 K. Informagao do processo: Quatro processos conhecidos @igura 12.14). Também sabemos que 7, = 10 e gy = 1800 ki/kg. Modelo: Gas ideal com calor especifico constante ¢ avaliado a 300 K. Anilise: ‘Segunda lei da termodinamica para 0 processo de ‘compressao (1-2); Bquagdo da entropia: sy=s1 im, tN AW 4.(i) ce 4.(4) veira lei da termodinamica para o processo de mento de calor 2-3: odes so(Ts— Ta) inda lei da termodindmica para 0 processo de 0,827 mks, 100 Tif! =288,2 x10 =723,9 K 1 x10! =2,512 MPa 0,0827 Pkg 467 <. P, =11,222 MPa =2,61:.7, =1287,5K Bsse valor pode ser verificado, determinando-se 0 calor refettado 4% =C, (2, ~T,)=0,717(288,2~1287,5) = 2716.5 kik 1083,5 %) (0,827-0,0827) ta Note que esse valor de pressdo média efetiva ¢ alto. Esse fato € provocado, basicamente, pelas ‘condigdes de transferéncia de calor ao ciclo (a vo~ Jume constante). Como a variagao entre os volu- ‘mes é pequena quando comparada com a variagso apresentada para o ciclo Brayton, a pressio média efetiva deve ser grande. Assim, 0 ciclo Otto é um ‘bom modelo para simular um motor de combustao interna com ignigdo por faisca. Se umn motor real que desenvolve certa poténcia apresenta pres- sso média efetiva pequena, ele deve operar com ‘um grande deslocamento volumétrico do pistao e esse grande deslocamento acaba provocando ‘grandes perdas por atrito no motor. 12.9 O CICLO DIESEL A Figura 12.16 mostra o ciclo padriio a ar Diesel. Bsse 6 0 cielo ideal para o motor a diesel que também é co- nhecido por motor de ignigo por compressao. [Nesse ciclo, o calor ¢ transferido ao fluido de tra- balho a pressio constante. Esse processo corresponde 2 injegdo e queima do combustivel no motor a diesel real. Como o gas expande durante a transferéncia de calor no ciclo padirao aar, a transferéncia de calor deve ser apenas suficiente para manter a press constante, Quando se atinge 0 estado 8, a transferéneia de calor essa e 0 gas sofre uma expansio isoentrdpica (pro- cesso 3-4) até que o pistio atinja o ponto morto in- ferior. A reeigao de calor, como no ciclo padrao Otto, ocorre a volume constante e com 0 pistio no pont morto inferior. Essa rejeicao simula os processos de descarga e de auimissio do motor real. 0 rendimento do ciclo padrao Diesel 6 dado pela relagio ©(M-%) _,_% (M/T-1) Tee G5(=%) HG (/7, 3) (12.13) importante notar que a relagio de com- pressio isoentrépica no ciclo Diesel ¢ maior que a relacao de expansao isoentrépiea. B também para ‘um dado estado antes da compressdo e uma dada re- lagdo de compressao (isto €, dados os estados 1 e 2), 6 Tendimento do ciclo diminut com o aumento da tem: peratura maxima. Isso ¢ evidente analisando 0 diagra- ma T-s do ciclo. As linhas de pressto eonstante & de volume constante convergem. Assim, aumentando-se a temperatura de 3 para 3’, necessita-se de uma gran- de adigio de calor (Area 3°3'~c-b-3) e o aumento do trabalho realizado correspondente a alteraciio do ciclo é relativamente pequeno (érea 3-8'-4"-4-3) Podemos fazer varias comparagies entre 08 ciclos Otto e Diesel; porém mencionaremos apenas duas, Con- sidere o ciclo Otto 1-2-8"-4-1 e o Diesel 1-2-3-4-1, que ‘temo mesmo estado no inicio do curso de eompressio, ‘o mesmo deslocamento volumétrico do pistfo ¢ a mesma relagdo de compressio. f evidente, pelo diagrama Ts, que 0 ciclo Orto tem um rendimento maior. Bntretanto, na pratica, 0 motor a diesel pode operar com uma rela- ‘¢20 de compressao maior que a do motor de ignicao por centelha, A razao disso é que, mum motor de ignicao por centelha, comprime-se uma mistura ar-combustivel ¢ € detonacao (batida) torna-se um sério problema se for usada uma alta relagao de compressdo. Esse problema no existe no motor a diesel porque somente o ar 6 cam- primido durante o curso de eompressio, Portanto, precisamos comparar 0 ciclo Otto com uum ciclo Diesel e, em cada caso, selecionar uma rela- ‘edo de compressio que pode ser conseguida na priti- Figura 1: Ciclo pacrdo a ar Diese cea. Tal comparagao pode ser feita considerando o ciclo Otto 1-2'-3-4-1 e o ciclo Diesel 1-2-3-4-1. A pressio ea temperatura méximas stio as mesmas para ambos os Ciclos, 0 que significa que o eiclo Otto tem uma relagao de compressao menor que a do ciclo Diesel. F evidente, pelo diagrama 7-s, que nesse caso o ciclo Diesel tem um, rendimento maior. Assim, as conclus6es tiradas de uma comparagio entre estes dois ciclos devem ser sempre relacionadas as bases em que a comparagao é feita O ciclo aberto real de ignigao por cormpressio di- fere do ciclo padrao a ar Diesel da mesma maneira que 0 ciclo aberto de igni¢ao por centelha difere do ciclo adrao a ar Otto. Sistemas de Refrigeragdo ¢ Poténcia ~ Fluidos de Trabalho Gasosos 373 EXEMPLO 12.8 Um ciclo padrao a ar Diesel presenta relagho de compressdo igual a 20 e 0 calor transferido ao fluido de trabalho, por ciclo, é 1800 kJ/kg, Sabendo que no inicio do processo de compresséo, a pressao ¢ igual 0,1 MPaea temperatura é 15°C, determine: 1A pressdo e a temperatura em cada ponto do ciclo. 2. O rendimento térmico, 8. A pressao média efetiva, Sistema; Ar contido no cilindro, Diagrama: Figura 11.30. Informagao do estado Informagao do processo: Quatré processos conhecidos (Figura 11.30). Também sabemos que rp = 30 e qy = 1800 kirk Modelo: Gas ideal com calor especifico constante e avaliado a 300 K. P, 201 MPa; 7, = 2882 K Andlise: Equacdo da entropia para o processo de compres- slo 1-2: $2551 Resin, Be . 4.(4) e 2B (2) 1%, Re Primera let da termodinamica para o processo de transferéncia de calor 2-3: dy = 295 = Cp(Ts-T2) Equagdo da entropia para o processo de expansio 8-4 S429 Assim, 12.10 O CICLO STIRLING Outro ciclo de poténcia ideal a ar que discutiremos ¢ 0 ciclo Stirling. A Figura 12.17 mostra os diagramas P-v © T-s para esse ciclo. Calor é transferido ao fluido de trabalho durante o processo a volume constante 2-3 e também durante processo de expansao isotérmica 3-4, Calor ¢ transferido do fluido de trabalho (tejei- tado do ciclo) durante o processo a volume constante 4-1 e durante 0 processo de compressao isotérmica 1-2, Assim, esse ciclo ¢ igual a um ciclo Otto em que os. ‘Também, Tatmico = © Pet = cn (=a) Solugao: processos adiabaticos sao substituidos por processos isotérmicos. Note que o ciclo Stirling inclu dois pro- cessos de transferéncia de calor a volume constante € assim ele deve apresentar uma alta pressao média efetiva se a variagdo de volume total durante 0 ciclo é mantida num valor mnimo, Esse é 0 modo utilizado para que esse ciclo se torne um bom candidato para a aplicagdo em um motor alternativo (trabalho realizado pelo movimento de pistao num cilindro). Os motores baseados no ciclo Stirling tem sido desenvolvidos como motores de combustio externa 374 Fundamentos daTetmodinamica Figura 12.17 Ciclo er para Stiring com regeneragao, O significado da regeneracao pode ser visto na Figura 12.17. Note que a transferéncia de calor para 0 gis no proceso 2-3, correspondente & Grea 2-8-b-a-2, 6 exatamente igual a transferéncia de calor do gas no processo 4-1, correspondente a area 1-4-d-c-1, Assim, no ciclo ideal, todo o calor transfe- ido ao ciclo, Qx, 6 fornecido no processo de expansiio isotérmica 3-4 e toda a rejeicao de calor, Q;, ocorre no processo de compressao isotérmica 1-2. Como todas as transferéncias de calor ocorrem em processos iso- térmicos, a eficiencia desse ciclo € igual A eficiénela do cielo de Carnot que opera entre as mesmas teruperatt- ras, As mesmas conclusdes podem ser obtidas para 0 cielo Ericsson, discutido brevemente no Seco 12.4, se forem adicionados regeneradores no ciclo basico. 12.11 OS CICLOS ATKINSON E MILLER 0 ciclo Atkinson é um ciclo com poucas diferencas em relagao a0 ciclo Otto. Como esse ciclo, tem-se uma relagtio de expansdo maior que a de compressao de modo que o proceso de rejeicao de calor pode ocorrer ‘a pressfio constante, A alta relacdo de expansao per- mite que seja obtido mais trabalho, o que faz com que esse ciclo tenha uma eficiéncia maior que a do ciclo Otto. Mecanicamente, 0 movimento do pistéo nesse ciclo ¢ mais complicado e deve ser feito mantendo- se as valvulas de admissio abertas durante parte do processo de compressao, 0 que acarreta em uma re~ ago de compressio menor que a nominal. Os quatro processos do ciclo sao mostrados nos diagramas P-v © T-s na Figura 12.18 Para os processos de expanséo e compressao (s constante) temos: yt % Raja e qa 0 processo de rejeigéo de calor (P = constante) for- neces als % 1 (“5 © a=hnh ea eeienea do cilo é dada por, a yt ™-7 hE bah zt denominando a menor relagdo de compressio RC; = (v/v) € a relagiio de expansdo RC = (vg/v3), pode ‘mos expressar as temperaturas como: RO Re, 7,=| 4) = 227 ces) mu a) RG, —o Figura 12.18 ciclo Atkinson Sistemas de Refrigeracdo e Poténcia — Fl © considerando a relagio entre Te Ts, podemos ‘bter: y= 7,ROm! = BC p pot RC", pat a Substituindo as temperaturas na Equacao 12.14 sebtemos: az.) ‘© de forma similar aos outros eiclos podemos ver ‘ue apenas as relagies de compressdo/expansao ‘s4o importantes. Como nos motores reais pode ser diffeil de se as- segurar Py = P, alteragdes eomo uma expansio mais ‘curt e uma superalimentago podem ser realizadas Jevando ao chamado ciclo Miller, que & um ciclo en- tre 0 ciclo Otto e o Atkinson, conforme mostrado na Figura 12.19, Bsse cielo é 0 ciclo modelo para os moto- ses hibridos utilizados no Ford Escapade e no Toyota Prius. Devido a existéncia de um processo adicional no ‘ciclo Miller, a expressio para. eficiéncia do ciclo € um ‘pouco diferente da apresentada para o ciclo Atkinson. -Ambos os ciclos apresentam uma eficiéncia maior que 42do ciclo Otto para uma mesma relagio de campres- Ph s=constante y 4 Figura 12.19 Ciclo Miler. 375 io. No entanto, devido ao curso de expansao maior, eles tendem a produzir uma poténcia menor para um. ‘motor de mesmo tamanho. Na configuragao do motor hibrido, o pico de poténcia na aceleracao produzido pelo motor elétrico consumindo energia da bateria. Comentario: Se conhecermos 0 estado 1 (alimentagio) ¢ as rela- oes de compressao RC; e RC, temos 0 ciclo Atkinson completamente determinado, signifieando que apenas a liberagio de calor fixada conduz.a esse ciclo. A li- beragdo de calor é funcio da mistura ar-combustivel e, dessa forma, o cielo nao é um resultado natural de estados ¢ processos eontrolados. Se a liberagao de ca- lor € um pouco alta, entao 0 ciclo seré um ciclo Miller, ou seja, a pressio nao caird o suficiente quando a ex” pansio se completar. Se a liberacao de calor ¢ peque- na, entdo a presso tera um valor abaixo de Py quan- do a expansio se completar e pode nao ser possivel a exaustao contra uma pressfio externa maior. Dessa forma, € evidente que a irmplementagao prética de um ciclo Atkinson acaba resultando em tm ciclo Miller. QUESTOES CONCEITUAIS &. Qual é a diferenga existente entre os processos de compressao dos ciclos Otto e Brayton? £ De quantos parametros voc® precisa para de- terminar completamente um ciclo Otto? E um cielo Diesel? 8. Os processos de allmentagiio exaust néo esto incluidos nos clelos Otto e Diesel. Como esses processos afetam a eficiéncia do ciclo? 12.12 CICLOS COMBINADOS DE POTENCIA E DE REFRIGERACAO Bxistem muitas situagées em que desejavel combi- nar dois ciclos, tanto os de poténcia como 0s de refr- geracdo, em série. Por exemplo: esses ciclos sao muito utilizados quando a diferenca entre as temperaturas mndxima e minima do ciclo é grande ou quando se de- seja “recuperar” calor num processo (o objetivo dessa operagao é aumentar a eficiéncia térmica do proces- 50). A Figura 12.20 mostra um ciclo combinadlo de po- téncia, conhecido como ciclo binsrio, que opera com tum circuito de agua e outro de metal liquido, A vanta- gem dessa associagao € que o metal Liquido apresenta pressdes de vapor menores que as da agua, e assim & possfvel que o processo de mudanga de fase do metal liquido ocorra a uma temperatura alta, mais alta que a-eritica da agua, ¢ 4 uma presstio moderada. O con- 376 Fundamentos daTermodinémica densador de metal liquido se comporta como um re- servatorio térmico para o ciclo d'agua, Assim, os dois, ciclos sao casados pela escolha correta das varidveis operacionais e 0 ciclo combinado pode apresentar alta eficiéncia térmica. As pressties de saturacéo e as tem- peraturas para um ciclo combinado égua-metal liqui- do tipico estao mostradas no diagrama T-s apresenita- do na Figura 12,20. Outro tipo de ciclo combinado, que tem recebido muita atengao ultimamente, é 0 baseado na utilizagao do “calor perdido” na exaustao da turbina a gas do ci- elo Brayton (ou de outro motor de combustao, como 0 a diesel) como fonte térmica para um ciclo de poténcia vapor d’égua ou de outro fluido. Assim, 0 ciclo a vapor opera com um ciclo de bottoming de cielo de poténcia a gés ¢ isso € feito para aproveltar o alto rendimento térmico do ciclo combinado, Uma dessas combinagdes, composta por uma turbina a gés e um ciclo a vapor do tipo Rankine, esta mostrada na Figura 12.21. Nessa combinagao, 0 resfriamento dos gases de exaustio da turbina a gas € a fonte de energia para os processos de transferéncia de calor com mudanga de fase (ebulig&o) ede superaquecimento do vapor gerado. O projeto des- sas instalagoes deve ser feito de modo a evitar 0 ponto de pina (pinch point), ou seja: deve-se evitar que a temperatura dos gases atinja a temperatura de mu- Suporaquscedor de vapor agua e caldera de mereiio danga de fase do vapor sera que se tenha transferido a quantidade de energia necesséria para que 0 proceso de evaporacio esteja completo. Outro modo de utilizar o “calor per to do ciclo Brayton ¢ a instalagZo de um ciclo de po- téncia que opera com uma mistura de substéncias como fluido de trabalho. Um exemplo dessa aplicagao €0 ciclo Kalina que utiliza uma mistura égua-aménia como fluido de trabalho num ciclo de poténeia do tipo Rankine, Essa combinacao de ciclos pode apresentar eficiéncias muito altas, pois as diferengas de tempera- tura entre os dois fluidos podem ser controladas por meio do projeto criterioso do ciclo combinado. Ciclos combinados de refrigeragdo stio utilizados quando a diferenca entre as temperaturas do ambien- te ea do espaco refrigerado € grande, como mostrado nos sistemas em cascata no Capitulo 11. Esses ciclos podem também ser constitufdos pela junao de um cielo de um motor térmico que produz 0 trabalho ne- cessirio para acionar um ciclo de reftigeragio, como mostrado na Figura 12.22. Isso ocorre quando 0 motor de um carro produz trabalho de eixo para acionar 0 ar-condicionado do carro, ou quando a poténcia elé- trica gerada pela combustio de algum combustivel é utilizada para acionar um refrigerador doméstico. O sistema de absorgao de aménia, mostrado na Figura 11.26 € um sistema que proporciona uma grande redit- G40 no consumo de trabalho mecanico. Considere um volume de controle ao redor dos componentes locali- 7o Wig ip ea| f Turbina | Figura 12.20 Ciclo combinado égua-metal liquide, v ages nae ® lo mar hag Cio Farina | a Ranking a Icondonsado} | ——] pr ol ® Wenn Bet Figura 12.21 Ciclo de poténcia combinado Brayton/Rankine | one {fam we CYL) jm fa Figura 12.22 errigerador ou bomb de calor acionadas por um motor teico Sistemas de Refrigeracdo e Poténcia - Fluidos de Trabalho Gasosos, 377 zados no lado esquerdo e verifique que eles substituem © compressor em um ciclo de refrigeracao padrao por compressiio de vapor. Para utilizacao em localizagoes remotas, consumo de trabalho pode ser totalmente eliminado, como mostrado na Figura 12.22 com a com- bustio de propano como fonte térmica para acionar um refrigerador sem uso de eletricidade. Descrevemos somente um pequeno mimero de ciclos combinados, como exemplas de aplicagdes que possibilitam também a abtencao de melhoria na eficiéncia geral. Obviamente, existem muitas outras combinagdes de ciclos de poténcia e de refrigeracao e algumas delas sero apresentadas nos exerefcios deste capitulo, RESUMO. AAs turbinas a gés operam com o ciclo Brayton, Esses ‘equipamentos podem ser utilizados na geragio de ele- ‘icidade e também séo ulilizados nos motores a jato, ‘produzindo empuxo. As turbinas a gas so leves, apre- -sentam poténcias altas e ocupam volume relativamen- ‘fe pequeno. Assim, so equipamentos indicados para ‘s: aplicagdes em que 0 espaco e o pes6 sao restrigoes -mportantes. O trabalho consumido no compressor uti- ido no ciclo é significativo, Desse modo, a eficién-cia ‘do compressor influi muito no rendimento desse ciclo, “Mostramos os efeitos das inclusdes de regeneradores ¢ sesiriadores intermedidrios no eomportamento do ciclo ton. O ciclo padrao a ar de refrigeracao, inverso do -scelo Brayton, foi também apresentado em detalhes, Os ciclos Otto € Diesel so 0s ciclos padrao dos ‘motores que operam com conjuntos cilindro-pistao. Esses ciclos modelam a operagao dos motores a gaso- “na e a diesel de dois ou quatro tempos. Mostramos a nfluéncia da relacao de compressio sobre a eficiéneia ‘térmica, Nessa demonstragio admitimos que as pro- ‘priedades dos gases que ocupam 0 interior do motor 'sS0 iguais aquelas do ar frio. A pressio média efetiva ‘Si definida e utilizada para relacionar o tamanho do ‘motor com a poténcia produzida. Descrevemos os ci- ‘clos Atkinson e Miller que s&o modificagdes dos ciclos ‘cos e que so implementados nos motores hfbridos lernos, Tarabém apresentamos rapidamente o ciclo Surling, que é um exemplo de motor com combustio externa, ‘Terminamos 0 capitulo com uma descrigao curta dos ciclos combinados. Os ciclos em cascata S40 utili- zados quando a diferenga entre as temperaturas das fontes quente e fria é significativa e a combinacao de diferentes tipos de ciclos pode ser interessante em vi- Tas situagdes, adicionando-se um cielo fopping ou bo! toming. Por exemplo, existem vérias instalagoes esta- cionarias, e de grande porte, em que um ciclo Rankine acionado com a energia rejeitada por um ciclo Brayton, ou um motor térmico pode ser utilizado para aciona- mento de um refrigerador ou bomba de calor. Apés estudar o material deste capitulo vocé deve ser capaz de: + Conhecer os fundamentos da operago de turbinas a gas e motores a jato. + Reconhecer que os processos nos componentes dos ciclos nao sao reversiveis. + Entender os processos do ciclo padrio de refrigera- co a ar, ‘+ Conhecer os fundamentos dos motores que operam, ‘com conjuntos cilindro-pistao, * Conhecer os prineipios de operagiia dos varios ciclos, ‘motores que operam com conjusitos cilindro-pistio. + Desenvolver sensibilidade para saber quais so 0s parfimetros importantes de cada ciclo + Reconhecer que 0 arranjo da maioria dos ciclos reais, apresenta modificagdes em relagia ao ciclo basico. + Conhecer o prinefpio de como eiclos podem ser com- binados para atingir um objetivo, 378 Fundamentos daTermodinémica CONCEITOS E EQUACOES PRINCIPAIS Ciclo Brayton Relagao de compressio: Eficiéncia do ciclo basic: Regenerador: Efciéneia do ciclo com regenerador: ‘Trocador de calor intermediétio (“intercooler”) Motor a ato Empaxo Poténcia de propulsao: Ciclo de Refrigeragio padrao a ar Coefciente de desempeno: Ciclos em Maquinas com Pista Relagio de compress Volume destoeador Curso! Pressaio média efetiva Poténcia gerada num cilindro, Eficiéncia do ciclo Otto: Eficiéneia do ciclo Diesel Ciclo Atkinson: Bficiéncia do ciclo Atkinson: Ciclos Combinados Ciclos topping e Uottoming: ‘Sistema em eascata: Ciclos agregados: 15 =PatalPoaina (Telagho entre pressoes) -re-br ‘Trocador de calor utlizado para minimizar a energiarejltada no ambiente Foye ae Utilizado no resfriamento entre estégios de compresstio. Diminut o trabalho necessério para a compress, Néo produz trabalho liquido. © bocal de descarga ¢ utilizado para ‘maximizar a energia cinétiea do escoamenta, P= ri (¥.-¥e) cequagao da quantidade do movimento) WV, 10(¥,-V, Voss “or ay? °C = Vine Veyn (Felagdo entre volumes) (Unix ~ Yin) SActiare (um ellindro) 2Raqs CUISO do pistio na compressao e expansio. n/a — Vai) = Wi Vinx ~ Vai) (05 se o motor for de 4 tempos) Vrs ~ Vin = Wma, Ac, =i ago de compreso); RO =" relat de expansio) Os ciclos de alta e baixa temperatura Cielos de refrigeragao montados um sobre 0 outro Refrigerador acionado por um motor térmico Sistemas de Refrigeragao @ Poténcia ~ Fluidos de Trabalho Gasosos 379 PROBLEMAS CONCEITUAIS 12.1 12.2 124 125 27 Um ciclo Brayton é igual a um ciclo de Carnot? Descreva os quatro processos que ocorrem em um ciclo Brayton. Por que o trabalho utilizado na compressio do fuido de trabalho no ciclo Brayton é mais signi- ficativo que aquele utilizado no ciclo Rankine? Para um ciclo Brayton, a aproximagéo de “ar frio" (cold air) apresenta uma formula para a eficiéncia. Se utilizarmos os calores especificos calculados a temperatura média para cada va~ riagao de entalpia, tal procedimento fornecera um valor maior ou menor para a eficiéncia? Adensidade do ar varia com a altitude, A efieién- cia de um motor a jato também varia? Por que as duas turbinas na Figura 12.7 e 12.8 no esto conectadas ao mesmo exo? Por que o ciclo de refrigeracdo a ar nao é de uso comum ern refrigeradores domésticos? A variagao do estado na alimentagao do ciclo Otto (P), 71) pode alterar a eficiéncia do ciclo? 28 129 12.10 141 12.12 12.13 Bssa mesma variagio pode influir na poténcia produzida por um motor real? Para uma mesma relagio de compressao, um c- clo Otto tem uma eficiéneia maior ou menor que a de um ciclo Diesel? Quantos parametros sao necessérios para des- crever completamente o ciclo Atkinson? E para ciclo Miller? Por que poderia ser considerada a utilizagio de lum ciclo combinado para uma central de potén- cia? E para uma bomba de calor ou reftigerador? E possivel aproveltar os gases de exaustio de ‘uma turbina? Onde um refrigerador acfonado por um motor de combustdo interna poderia ser itil? Gomo todo processo de transferéncia de calor & promovido por uma diferenga de temperatura, uals sio as consequéncias clesse fato sobre 0 comportamento dos ciclos reals comparativa- mente aos ciclos ideais? PROBLEMAS PARA ESTUDO Giclo Brayton e Turbinas a Gas Ru Rb 216 Um ciclo Brayton deve ser alimentado com ar a 300 K e 100 kPa. A taxa de transferéncia para © ar na camara de combustao seré 670 kJ/kg € a temperatura maxima no cielo, imposta por restricdes metalirgicas, 6 1200 K. Qual é a mé- xima relacao de compressito que pode ser uti- lizada nesse ciclo? Considerando a relagao de compressio caleulada, determine a eficiéneia do ciclo utilizando propriedades do ar fro. Um ciclo Brayton ideal tem a pressiia e a tem peratura do ar que entra no compressor Iguais @ 100 kPa e 290 K e a relagao de pressio do com- pressor igual a 15 para 1, Utilizando proprie- dades do ar frio, determine a transferéncia de calor especifica ¢ 0 trabalho liquido especifico produzido. Considere uma instalagao estacionaria de tur- bina a gas que opera segundo o ciclo Brayton ‘deal e que fornece uma poténcia de 100 MW a um gerador elétrico, A temperatura minima do ciclo 6 300 Ke a maxima ¢ 1600 K. A pressao minima do ciclo € 100 kPa e a relacdo entre as pressdes no compressor é igual a I4 para L a) Calcule a poténcia desenvolvida pela turbina ea poténcia que é utilizada para acionar 0 compressor. b) Qual ¢ 0 rendimento térmico do ciclo? 12a7 1218 1219 12.20 12.21 Considere um ciclo padrao a ar Brayton ideal em que a pressio e a temperatura clo ar que en- tra no compressor so iguais a 100 kPa e 20°C e a relacao de pressao do compressor é igual a 12, para 1. A temperatura maxima do ciclo é 1100 °C ea vazio de ar € 10 kg/s. Admitindo que 0 ca- lor especifico do ar seja constante (fornecido na Tabela A.5), determine o trabalho necessario no compressor, 0 trabalho da turbina eo rendi- mento térmico do ciclo, Refaca o problema anterior admitindo que o calor especifico do ar seja variavel (utilize a ‘Tabela A7). Um ciclo Brayton ideal tem a pressiio e a tem- peratura do ar que entra no compressor iguais a 90 kPa e 290 K. A cimara de combustao adi- ciona 1000 kJ/kg. Determine o maximo valor da. relagdo de pressao do compressor de forma que a temperatura maxima ndo exceda 1700 K, Um ciclo Brayton produz uma poténcia liquida de 50 MW. O ar entra no compressor a 17 °C e 100 kPa e a relacdo de compressa utilizada no ciclo € 14:1. A temperatura maxima do ciclo é 1600 K. Determine o rendimento térmico do ci- clo ea vazao de ar utilizando propriedades do ar fio, A. poténcia gerada num ciclo Brayton 6 ‘14 MW. A relago de compressto utilizada no ci- 380 12.22 12.28 12.24 Fundamentos daTermodinémica clo€ 16:1 e oar entra no compressor a 17 °C e 100 kPa, Sabendo que o proceso de combustio no ciclo pode ser modelado como uma transferéncia. de calor especifica igual a 960 ki/kg, determine a maxima temperatura que pode ser encontrada no ciclo ¢ a vazio massica de ar no ciclo. Admita que as propriedades termodinamicas do ar se- Jam constantes e iguais aquelas do ar fro, Refaga o problema anterior, considerando que as propriedades do ar sejam iguais as fornecidas na ‘Tabela A.7.1, em vez das propriedades do ar frio. Refaga 0 problema 12.15 considerando que as propriedades do ar sejam iguais as fornecidas na ‘Tabela A.7., em vez das propriedades do ar fro. Refaga 0 problema 12.14 considerando calores especificos varidveis utilizando a Tabela A.7. Regeneradores, Resfriadores Intermedidrios e Ciclos ‘Nao Ideais 12.25 12.26 12.27 12.28 Seria methor incorporar um regenerador ideal a0 ciclo Brayton do Problema 12.20? Bm um ciclo Brayton com um regenerador ideal, 0 ar entra no compressor a 290 K e 90 kPa, com pressiio e temperatura méximas iguais a 1170 kPa e 1700 K. Determine a transferéncia de calor especifica e o rendimento térmico do ciclo utili- zando propriedades do ar frio, Um regenerador ideal é incorporado ao ciclo padrao a ar Brayton ideal descrito no Prable- ‘ma 12.17. Caleule o rendimento térmico do ciclo que apresenta essa modificacao. Considere um ciclo de turbina a gas ideal com regenerador. A relacdo de compressio utilizada no ciclo ¢ 12:1, 0 compressor ¢ alimentado com ara 300 Ke 100 kPa e a maxima temperatura no ciclo € 1600 K, Determine a eficiéncia do ci- clo, admitindo que as propriedades do ar sejam constantes e iguais Aquelas referentes a 298 K. Se nés aumentarmos a relagio de compressao, a diferenga entre as temperaturas T, ¢ 7; indica- das na Figura 11,21 diminui. Em que relagao de 12.29 12.30 12.31 compressio 7', = T, eo regenerador nao podera ser utilizado? A Figura P12.29 mostra um compressor de ar de dois estagios com resfriador intermedisrio. A temperatura e a pressao na seco de entrada do compressor O1 sao iguais a 290 K e 100 kPa. Apressio no estado 2 ¢ igual a 1,6 MPa. Admita ‘quea temperatura do ar na setio de descarga do resfriador intermedirio seja igual & temperatu- Tana segao de entrada do compressor, Pode-se mostrar que a pressdo dtima para a operagao do compressor (situagao em que a poténcia utiliza da no acionamento do compressor é minima) € dada por P; = VP\P, Determine, na condigao étima de operagio, o trabalho especifico no compressor e a taxa de transferéncia de calor no resfriador. {ite Rostiador [© ==) ar oO

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