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Revista Rumos N.º 1 pp.85-112
Revista Rumos N.º 1 pp.85-112
Momento de Leitura
«A Freira do Subterrâneo»
Martinha Vale a freira outrora, pois este tecimento e a forma como
10.º A não consentia o seu casa- é pormenorizadamente
mento com Vladimir, um patenteada apelando à
jovem de origem modes- sensatez e rasgando hori-
ta. zontes da real consciência
De autor desconheci- que espelham o fanatismo sobre o autodomínio e o
Passadas duas déca-
do, “A Freira do Subter- adjacente à desvalorização nível de omnisciência de
das, o capelão, gravemen-
râneo” foi traduzida para dos direitos humanos, que cada um sobre o próprio
te doente e temeroso pelo
português por Camilo Cas- pode ser o percurso mais ser.
juízo final, remete uma
telo Branco, de quem são viável para o aproveita- Título: A Freira do Sub-
mento mal intencionado carta a Zolpki revelando
notórias fortes influências terrâneo.
literárias. Remonta de um deste exaltamento desme- o paradeiro da carmelita,
que este julgava morta. Autor: Desconhecido
acontecimento real vivido dido da fé. (Tradução de Camilo Cas-
em Cracóvia, uma cidade A narrativa colore as Na sua condição de juiz,
dirigiu-se imediatamente telos Branco).
polaca. diversas penitências desde Editora: Moderna Edi-
Bárbara Ubrik, uma a autoflagelação até à pró- ao convento, libertando-a
e internando-a no hospital torial.
carmelita que fora enclau- pria crucificação levando a
surada num convento por um estado de inconsciên- onde posteriormente aca-
ordem do seu pai devido cia cruelmente perpetrado baria os seus dias. Assim,
a contratempos amorosos, pelo capelão do convento consciencializou-se de que
é descoberta numa cela que tornava as noviças ví- se posicionara no lugar do
subterrânea volvidos vinte timas de violação. E nem pai da noviça, com uma
anos de reclusão e martí- mesmo Bárbara, apesar austeridade cega incapaz
rios. Durante esse tempo de se recusar às torturas de permitir que erros se-
a queda dos princípios lhe conseguiu escapar, o quenciais sejam corrigidos
religiosos e sobretudo mo- que a conduziu à loucura. e exterminados, assentin-
rais é reflectida na falta de Entretanto, Zolpki, o do a escolha da filha.
individualidade, na obedi- homem por quem sacri- Esta é uma vertiginosa
ência absoluta, no sado- ficara a sua vida, havia queda ao fosso da atroci-
masoquismo, no encarce- casado e tido uma filha dade da espécie humana,
ramento da liberdade, um que agora se encontrava grandemente intensificada
aglomerado de imagens na mesma situação que pela veracidade do acon-
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Título: A Rapariga do Gueto. Autor: Janina Bauman. Editora: Pedra da Lua.
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2008 - 2009
Momento de Leitura
«O Rapaz do Pijama às Riscas»
Ana Luísa Senra
9.º B
Nestes últimos tem- horrível nas proximida- nhece um rapaz da sua diferentes da vedação.
pos, tenho lido vários des de um campo de idade, Shmuel, que vive Os acontecimentos
livros, mas um dos que concentração. Bruno “no outro lado” e que, vão-se desenrolando
pretendo destacar é “O n ã o estra- rapidamente e, invo-
Rapaz do Pijama às Ris- com- n h a - luntariamente, Bruno
cas”, do irlandês John p r e - mente, vai caindo nas “arma-
Boyne, visto tratar de ende a n d a dilhas” destinadas aos
um dos temas abor- nada todo o judeus, comandadas
dados na disciplina de do que dia de pelo seu próprio pai.
História no 9º ano, a 2ª se está pija- Uma história que acaba
Guerra Mundial. a pas- mas às de forma trágica, mas
Este livro demonstra, sar e riscas, que, ao mesmo tempo,
através de uma lingua- ques- assim nos ensina muito, prin-
gem acessível, o que o tiona- como cipalmente no que toca
torna de leitura fácil, a s e todos a valores como a ami-
realidade da 2ª Grande muitas os que zade.
Guerra vista por Bruno, vezes ali vi- Aconselho vivamen-
uma inocente criança acer- v e m . te a leitura deste livro,
alemã de nove anos. ca da- Bruno e não só pelo contexto
O pai de Bruno é ge- quelas Shmuel histórico, mas também
neral no exército nazi, pesso- acabam pela lição de vida que
facto pelo qual toda a as que p o r transmite ao leitor.
família teve que se mu- estão do outro lado da travar uma profunda Título: O Rapaz do
dar de uma confortável vedação, pois nada sabe e verdadeira amizade, Pijama às Riscas.
mansão no centro de acerca do Holocausto. não obstante o facto de Autor: John Boyne.
Berlim, para uma casa Certo dia, Bruno co- cada um viver em lados Editora: Edições Asa .
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75 ANOS
Musicbox
«Don’t Wanna Die»
My Federation, Eye Industries, 2008 Bruno Figueiredo
11.º A
Os “My Federation” foram a minha descoberta mais recente. Esta banda de Brighton, Reino Unido,
marcou já a sua presença musical no Reino Unido e mais recentemente no mundo com o seu single “What
Gods are These” introduzido na banda sonora do jogo FIFA
2009 onde os descobri. São uma banda de Indie rock e lan-
çaram em 2008 o seu último CD com o nome de um dos seus
singles, “Don’t Wanna Die”.
Na sua mistura de música rock, electrónica e psicadélica
cria-se um som espectacular que os amantes do rock não vão
querer perder. Para vocês, que não gostam de perder uma
novidade, esta banda é algo a não perder e o som é mesmo
espectacular e muito fixe. Aconselho as Músicas “Don’t Wan-
na Die”, “Open My Eyes”, “What Gods are These” e “Honey
Bee”.
Se quiserem ouvir algumas faixas e conhecer melhor a
banda podem ir aos sites:
http://www.myspace.com/myfederation
http://www.ilike.com/artist/My+Federation/songs
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#1
2008 - 2009
Musicbox
«Are You Ready for the Blackout»
X-Wife, Nortesul, 2008. José Roberto Gomes
9.º C
Este é o mais recente álbum da banda portuense X-Wife. O seu indie-
rock electrónico surge agora com ainda mais força, não querendo dizer
que o anterior “Side Effects” não tivesse já demonstrado a energia das
suas músicas. A melodia da guitarra e a fantasia dos sintetizadores, vo-
calizações com um certo punk, sempre cheias de garra, aliados a linhas
de baixo vigorosas e ritmos de bateria bastante consistentes, fazem com
que o rock destes jovens seja algo de “mesmo fixe’’, algo dançável, já
que ninguém fica indiferente a tanta energia. Tendo já reconhecimento
no estrangeiro, os X-Wife provaram que “o que é nacional é bom”, ou
neste caso, muito bom. Misturas de sonoridades de Bloc Party, Wolfmo-
ther, Kaiser Chiefs e Daft Punk ajudam a entender o som desta banda.
Eles andam aí. Se tiverem oportunidade vale mesmo a pena vê-los.
Canções frenéticas e algumas doses de loucura esperam-vos.
Enchem e animam por todo o lado onde passam.
Com o grande potencial que demonstraram, acredito que sejam mais
um dos orgulhos nacionais no estrangeiro.
Recomendo!
«Ten»
Pearl Jam, Epic Records, 1991.
Celso Simões
Antigo Aluno
Início da década de 90, um novo som “explodia” em Seatle, o Grunge. Este estilo musical é muitas vezes classifica-
do como uma ramificação do hardcore, heavy metal e rock alternativo obtendo um resultado tão agressivo e gritante
quanto as suas letras. Cabelos compridos e despenteados, camisas de flanela amarradas à cintura, t-shirts de outras
bandas e calções largos compunham o visual grunge.
Como uma das maiores bandas de grunge surgiram os Pearl Jam, também eles originários de Seattle. Encantaram
a América em 1991 com o seu primeiro álbum, o “Ten”, álbum este que marcava pela sonoridade muito bem conse-
guida e pela genialidade das letras que estava presente em todas as músicas, que eram geralmente relacionadas com
angústia e sarcasmo, entrando em temas como a alienação social, apatia, confinamento e desejo pela liberdade.
Tendo em conta o panorama grunge da época, os Pearl Jam eram um pouco diferentes de outras bandas do
mesmo estilo, como por exemplo Nirvana, Alice in Chains ou até mesmo Soundgarden. Adoptando um som não tão
frenético, os Pearl Jam apostavam muito mais na mensagem inerente a cada música, factor este determinante no
sucesso que a banda tem vindo a alcançar nos quase já 20 anos de carreira, provavelmente muito por culpa do seu
vocalista Eddie Vedder que é o principal autor da maioria das letras da banda.
Grande exemplo de uma letra do álbum “Ten”, que tem como pano de fundo os podres na nossa sociedade, é a
faixa “Jeremy”. Esta música fala de uma história verídica de um jovem de 16 anos que nos EUA se suicidou com um
tiro na cabeça em frente a toda a sua turma e da sua professora, mas o objectivo da música não fica apenas por
denunciar este macabro acontecimento; vai muito mais além disso. A música quer passar a ideia de que se te sentes
excluído, posto de parte e não te sentes amado, a melhor vingança é viver, e provar a ti mesmo que és capaz de
ultrapassar tudo e todos.
Se ainda não ouviram Pearl Jam não sei do que estão à espera... Se por outro lado já ouviram, posso dizer-vos
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que compreendo perfeitamente o que estão a sentir… é difícil parar não é?
75 ANOS
FILMSTAR
«Capitães de Abril»
Maria de Medeiros, Alia Film, 2000.
Mariana Lopes
6.º A
Em Portugal, na noite de 24 para 25 de Abril, uma canção desencadeia um Golpe de
Estado Militar que irá mudar a face do país e o destino dos Territórios dominados em
África.
Ao som do poeta Zeca Afonso, com a música: “Grândola Vila Morena” as tropas revol-
tosas tomam os quartéis. A Revolução Portuguesa distingue-se pelo carácter aventuro-
so, tanto como pacífico e lírico.
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#1
2008 - 2009
LIBERDADE
«E não esquecer que a partir do momento que te-
mos a liberdade para tomar uma decisão ou fazer
uma escolha, a responsabilidade de tal acto passa a
ser nossa» Diana Ferreira
8.º B
A palavra liberdade regras nem leis). Lutar são espancadas ou exe- tese de tomar as nossas
assume várias designa- pela liberdade não se cutadas. São alguns dos próprias decisões mas,
ções por todo mundo, resume apenas a ques- inúmeros exemplos da se essas decisões não
Freiheit (em alemão), tões de regime político falta de liberdade vivi- gerarem mais liberda-
Sloboda (em croata), (como ocorreu em Por- da por essas mulheres. de, todas as lutas tra-
Vapaus (em finlandês), tugal com a luta pelo Mas não é preciso via- vadas anteriormente
Liberté (em francês), regime democrático jar para tão longe para se irão perder. Por isso
Freedom (em inglês) ou em vez de um estado encontrarmos situações cabe às gerações fu-
Frihet (em sueco), mas ditatorial) surgem tam- que nos revelam que a turas gerar mais liber-
bém quan- liberdade feminina ain-
do falamos dade e fazer com que
da está muito longe da
por exemplo os esforços anteriores
desejada. Na Europa a
pelo direito não sejam esquecidos.
Mulher ainda encontra
de igualdade. situações onde a sua E não esquecer que a
Refiro-me por liberdade não se com- partir do momento que
exemplo ao para à do Homem. Em temos a liberdade para
papel da mu- aspectos tão simples tomar uma decisão ou
lher ao longo (supostamente) como a fazer uma escolha, a
dos tempos. distribuição dos postos responsabilidade de tal
Existem paí- de trabalho ainda não acto passa a ser nossa.
ses do Médio existe igualdade. Não Em liberdade somos co-
Oriente onde querendo transformar locados diante de nós
a mulher este artigo numa rei- mesmos para fazermos
nem sequer vindicação feminista, as nossas escolhas. No
tem alguma afirmo que a raça Hu- final desta reflexão con-
implicação mana ainda está muito segui alterar a minha
no destino longe da liberdade ple-
do país e em definição de liberdade.
na. Libertamo-nos dos Esta não se resume
no fundo significa para muitos dos casos nem regimes ditatoriais (nos
todos o mesmo. Simbo- sequer controlam a sua apenas a poder sair
países onde ocorreu
liza a independência, o própria vida. Meninas com os meus amigos
essa mudança) para, a
direito de se agir e pen- proibidas de ir à escola quando quero, poder
seguir, nos prendermos
sar de acordo com a sua e condenadas ao anal- tirar a carta de condu-
no mundo do capita-
vontade, mas sem nun- fabetismo. Mulheres ção aos dezoito anos ou
lismo, consumismo e
ca esquecer que com a impedidas de trabalhar sair de casa dos meus
corrupção. Em vez de
liberdade não surgem e de andar pelas ruas pais aos vinte, mas sim
utilizarmos a liberdade
apenas os direitos mas sozinhas. Mulheres com a autonomia para poder
conquistada para cons-
também os deveres de os dedos decepados por expressar as minhas
truir um mundo justo e
modo a impedir que li- pintar as unhas. Casa- ideias e poder com es-
correcto optamos pelo
berdade conduza a uma das, solteiras, velhas ou sas ideias gerar acções
egoísmo, e pela sede
anarquia (corresponde moças que sejam sus-
de poder excessivo. A li- que construam mais li-
a uma desordem sem peitas de transgressões
berdade dá-nos a hipó- berdade.
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2008 - 2009
Teatro
«O Cavaleiro» Raquel Oliveira
7.º C
No dia 26 de Janeiro rezou toda a noite. Re- Os frades acolheram-no Andou tanto que
fomos ver “O cavalei- zou no lugar onde a Vir- em sua casa e trataram pensava que já estava
ro” retirado da obra “ O gem, São José, o burro, dele. Ficou lá duran- perdido e nesse mo-
cavaleiro da Dinamar- os pastores, os Reis Ma- te três meses e depois mento, ao longe, viu
ca” de Sophia de Mello gos e os Anjos tinham partiu. uma luz, uma grande
Breyner. adorado a criança aca- Finalmente tinha luz e pensava que era
A peça começou com bada de nascer. Rezou chegado o dia 24 de uma fogueira. Aproxi-
uma data muito impor- pela paz no mudo, pelo Dezembro, o dia mais mou-se e quando olhou
tante, o Natal. Nessa fim da miséria e pediu a curto do ano. Era uma reparou que não era
noite o cavaleiro, ao fim Deus que o fizesse um caminhada longa e o uma fogueira mas sim a
da ceia, disse aos seus homem de boa vonta- tempo estava frio. A flo- maior árvore da floresta
parentes e criados que de. resta perto de sua casa enfeitada com luzes. Aí
ia partir para a Palesti- Visitou várias cida- estava cheia de neve e percebeu que era a sua
na, a Terra Santa, mas des como Veneza onde o rio congelou. Os mo- árvore de Natal e mes-
que passados dois anos ouviu várias histórias radores perguntavam mo ao lado estava a sua
iria voltar e estaria em sobre a cidade e ob- se ele queria ficar em casa.
casa antes da ceia de servou a sua beleza. sua casa mas ele dizia Esta história, levada
Natal. Visitou também Floren- sempre o mesmo: de boca em boca, cor-
Na primavera o ca- ça que era uma cidade - Não posso, prometi reu os países do Norte.
valeiro deixou a sua encantadora e cheia de que estaria hoje em mi- É por isso que na noite
casa e dirigiu-se à Pa- alegria. nha casa. de Natal se iluminam os
lestina. Visitou um por Mas quando regres- Os amigos avisaram pinheiros.
um os lugares santos, sava para casa ficou que a neve era tanta Gostei muito do te-
mas principalmente a doente e foi bater à que ele não conseguiria atro!!!
gruta onde o Menino porta de um convento caminhar, mas não deu
Jesus tinha nascido. Ali onde habitavam frades. ouvidos.
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75 ANOS
Porque é que a Mas a água que rio transportará esses sólidos não evaporam,
água do mar é salga- precipitou não era sal- sais para o mar. Aliado a ficando no mar. A água
da? gada… Então porque é este processo, também evaporada e precipitará
Cerca de 70% da que a água do mar é às rochas do fundo dos outra vez, repetindo o
superfície terrestre é salgada? oceanos são retirados ciclo.
constituída por água, A origem da salini- sais. Com o passar dos
mas apenas uma pe- dade na água do mar Os fenómenos de anos, a salinidade do
quena parcela (apro- deve-se, em grande vulcanismos libertam mar aproximou-se de
ximadamente 22%) é parte, à erosão das ro- para a atmosfera subs- um equilíbrio. Foi um
água doce. chas terrestres, dissolu- tâncias voláteis (tais longo processo, alteran-
Nos primeiros tem- ção de sais das rochas como dióxido de car- do-se com os ciclos de
pos da sua formação, a do fundo dos oceanos, bono, cloro e sulfato) glaciação e com o movi-
Terra era formada por de vulcanismo e da po- onde uma parte das mento dos continentes.
Estima-se que por ano
uma massa em fusão. luição. Estes processos quais acaba por ser
os oceanos recebem
À medida que foi arre- deverão ter começado transportada com a pre-
cerca de 2,5 milhões de
fecendo, os elementos há cerca de 3800 mi- cipitação directamente
toneladas de sal (como
mais densos ficaram lhões de anos, devido para o oceano ou indi-
o sal de cozinha que uti-
no centro e os menos à existência de rochas rectamente através dos
lizamos). O equilíbrio é
densos migraram para com esta idade desin- rios. O vulcanismo sub-
atingido devido a algu-
a superfície, sendo que tegradas no início das marino arrasta a partir mas espécies de seres
alguns gases (oxigénio, grandes chuvas. do manto alguns para o vivos que utilizam o sal
hidrogénio, metano e A água das chuvas mar. As fontes termais, para construir os seus
vapor de água) esca- contribui em certa par- devido às grandes tem- esqueletos ou conchas
param para formar uma te neste processo. Ao peraturas, dissolvem e para outros proces-
atmosfera. Quando a embaterem nas rochas, muitos sais da crosta sos. A salinidade média
terra ficou mais solidi- retirar-lhes-ão alguns oceânica. é de 3,5%, sendo maior
ficada houve uma pre- sais que, juntamente Depois destes pro- nos lagos e menor em
cipitação acentuada na com os sais já existen- cessos, certa porção da zonas costeiras, pola-
superfície terrestre que tes na superfície terres- água do mar que tinha res, e perto de estuá-
deu origem aos ocea- tre, serão arrastados sais dissolvidos, evapo- rios de grandes rios.
nos. para os rios. Depois, o ra, e como os sais são
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frustrante porque pen- 22 matérias ou então
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mais conhecida da Bél-
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“Acantonamento” de
Turma Sara Martins
9.º C
Passo a passo, de- manhã nas piscinas de mas também um olhar berto que nesse dia fazia
grau a degrau chegámos Maximinos e outra com inquietador e postura de anos. Preparámo-nos para
ao final da etapa... Cres- deliciosos ingredientes indiferença. Porém isso só o pequeno-almoço e diri-
cemos… O La Salle foi a para fazermos um almoço tornou mais interessante gímo-nos para a cantina.
nossa casa... E foi nesta partilhado no Colégio S. servir cada um deles. Nestas refeições fazíamos
mesma casa que mais Caetano. Depois deste enrique- umas pequenas orações
uma vez a direcção de Depois da cansativa cedor programa da tarde, antes e depois arrumáva-
turma da tão espectacular manhã e do irresistível voltámos ao Colégio La mos e limpávamos a can-
professora Diana Ferreira, almoço partilhado, já de Salle, onde tomámos ba- tina para que tudo ficasse
fez um “acantonamento baterias carregadas, fo- nho, organizámos os nos- impecável.
de turma”. mos para a parte do pro- sos espaços de dormida e Aproveitámos o resto
Parámos, olhámos grama verdadeiramente fomos jantar na cantina da manhã para tratarmos
para trás e revivemos, vol- motivante, o Voluntariado do Colégio. Estávamos dos pormenores para a
támos a sentir saudade, na Cáritas. Inicialmente até então acompanhados nossa Festa de Finalistas.
está tudo a acabar, parece foram-nos apresentadas pelas fantásticas profes- Depois de tudo concluído
mentira! Como seria de- as instalações, objecti- soras Diana Ferreira, Paula e das tarefas cumpridas
pois, depois deste ano? E vos e projectos actuais Lopes e Carla Barbosa, no fomos almoçar. De tarde
as memórias? Cada tesou- da associação. Foi neste entanto para nos acom- cantámos, cantámos, can-
ro da turma? momento que, por combi- panhar na noite tivemos támos, cantámos… E de-
E certamente não nação prévia, recordámos a presença do professor pois de tanto cantar…
merecido, reconhece- alguém muito acarinhado Carlos Novais. Vimos um Chegou o momento da
mos, mas necessitado, pela nossa turma, o pro- filme, petiscamos e de- oração. Era o último ano,
fessor Paulo Cabeleira, do- pois… camarote! Fomos e ainda que com poucas
concretizou-se o 2.º
cente do Colégio La Salle dormir. Obviamente agora lágrimas e até palavras,
Acantonamento de Turma.
no passado ano lectivo. só posso falar do que se jamais se poderá esquecer
Tudo ficou devidamente
Depois fomos distribuídos passou veridicamente na o que se sentiu e disse.
preparado para o dia 2 de
para diferentes áreas, des- sala das raparigas. Bom o Lanchámos e despedi-
Abril. Pedimos ao Irmão
de dobrar e dispor devida- que é certo é que depois mo-nos. Dois dias apenas
César Martín para que pu-
mente a roupa, a organi- de conversar e brincar que por muito valeram. E
déssemos utilizar as insta-
zar o armazém... um pouco, o nosso corpo é aqui que tudo reside, é
lações do Colégio, falámos
No armazém havia forçou-nos a parar, estáva- aqui onde está a beleza
com alguns professores
Iogurtes, Cadeiras de Ro- mos exaustas! deste nosso grupo. Não
sobre a possibilidade de
das... A roupa e os brin- 8h00 e todos já abría- fomos a um parque de
nos acompanharem nesta
quedos, que iriam para mos os olhos perturbados diversões, não fomos a
actividade e recebemos
uma outra aérea, aí en- pela luz que entrava por outro país nem ao Sul. Fi-
uma resposta positiva da
tram dobradas e dispostas entre as persianas. Com- cámo-nos por CASA, pois
professora Carla Barbosa,
por idades e estações para prámos um bolo e cantá- aqui CRESCEMOS, aqui
Paula Lopes e do professor
que nos dias de levanta- mos os Parabéns ao Ro- SOMOS FELIZES!
Carlos Novais.
No dia 2 de Abril lá es- mento estivesse tudo sufi-
távamos todos, ansiosos, cientemente organizado.
divertidos e verdadeiros Nesta mesma insti-
criadores de expectativas tuição havia balneários,
perante o programa pre- lavandaria e salas onde
visto. Cheios de mochi- se instalavam os cursos
las, guardámos tudo nas profissionais. Porém, foi
respectivas salas, entrá- quando servimos os jan-
mos nos carros e carrinha tares aos apoiados, jantar
acompanhados de duas esse que foi feito por nós,
distintas mochilas, uma tal como as sobremesas,
com material necessário que pudemos ver um sor-
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para passarmos uma bela riso e ouvir um obrigado,
75 ANOS
Um Pouco de Ciência...
«Glaciação na Serra do Gerês»
Paula Lopes
Professora
Em Portugal Conti- geral, consistentes com dem à frente e aos lados calotes glaciárias; segui-
nental a Serra do Gerês o modelo geomorfológi- da língua glaciária e os damente as calotes gla-
representa a segunda co existente, e melho- blocos erráticos são blo- ciárias transformaram-se
maior elevação, com ram o conhecimento da cos cuja localização só se em línguas glaciárias que
cerca de 1534 metros cronologia dos episódios explica pelo transporte deslizaram para zonas de
de altitude. Esta região glaciários e da dinâmica por gelo. menor altitude, aprovei-
pertence ao Distrito de glaciária do Norte de Por- As estrias e polimen- tando as redes de dre-
Braga (Concelhos de Ter- tugal. tos, embora pouco pre- nagem pré-existentes; e
ras de Bouro e Vieira do A serra do Gerês, servados, revelam-se por fim as línguas recu-
Minho) e Distrito de Vila caracterizada por uma muito importantes, na aram, mantendo-se ape-
Real (Concelho de Mon- monotonia litológica confirmação de proces- nas preservadas neves
talegre). apresenta uma geomor- sos glaciários, pois em- nos circos glaciares. Para
Desde o século XIX, fologia laboriosa. As suas bora a pequena escala, o estudo desta dinâmica,
várias foram as alusões paisagens são típicas de só se justificam por uma as moreias foram impres-
feitas à possível ocorrên- uma morfologia graníti- dinâmica glaciar intensa. cindíveis, bem como os
cia de processos glaciá- ca, modelada pelos mais Os vales glaciários em depósitos que as consti-
rios na serra do Gerês. diversos fenómenos, no- “U”, pouco evidentes nes- tuem.
A hipótese foi levantada meadamente o crionival, ta serra, correspondem Apesar de resumida,
por Ricardo Jorge (1888) o periglaciar, o fluvial e a às condutas das línguas a dinâmica da glaciação
e mais tarde, discutida meteorização. Na zona glaciárias. A falta do seu na serra do Gerês parece
por Choffat (1894). Des- mais alta da serra, as registo dever-se-á a uma ter sido deveras simples;
de então, vários investi- geoformas denunciam evolução fluvial posterior estudos anteriores têm
gadores que defendiam a presença passada de à glaciar. concluído que o Gerês
a existência de uma co- Glaciares. A paisagem da As rochas aborrega- não foi apenas modelado
bertura de gelo nesta serra do Gerês contém das correspondem a ro- por um fenómeno glaciar
serra, desenvolveram geoformas que teste- chas polidas e moldadas mas por vários e durante
esforços para encontrar munham a evolução da pela passagem da língua um período de tempo su-
provas que validassem mesma. glaciar, sendo estas tam- perior ao que se julgava
esta hipótese, mas só As geoformas que bém pouco característi- anteriormente. Assim, as
com Girão, em 1958, melhor testemunham cas na zona em estudo. idades da Glaciação do
foram detectados os pri- processos glaciários na A cartografia de todas Gerês poderão rondar
meiros vestígios da gla- serra do Gerês são os estas formas, contras- os 300 000 e os 16 000
ciação. Na actualidade, circos glaciários, as mo- tantes com a morfologia anos BP.
a datação de superfícies reias e os blocos erráti- granítica predominan- A confirmação de
rochosas com evidências cos a grande escala e, os te na serra e, o estudo processos glaciários na
de glaciação nesta serra, polimentos e as estrias a de depósitos glaciários, modelação da paisagem
através de isótopos cos- escala menor. nomeadamente os tills, da serra do Gerês veio
mogénicos de 21Ne, per- Os circos glaciares permitiu inferir os limites contribuir para a descida
mitiu distinguir várias fa- provam que aquele lo- da extensão da glaciação do limite de altitude infe-
ses glaciárias numa área cal correspondeu a uma na serra do Gerês. As- rior de neves perenes ao
onde, até ao momento, zona de acumulação de sim, concluiu-se que os nível peninsular, sendo
apenas se considerava nevados durante o perí- pontos de maior altitude este facto muito impor-
uma única, atribuída ao odo de glaciação; as mo- funcionaram como acu- tante para os estudos da
Würm. Os dados obti- reias são um amontoado muladores de neves, que glaciação internacional.
dos são, de um modo de blocos que correspon- se transformaram em da glaciação interna
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2008 - 2009
PRO-LINUX
«E se de repente não houvesse mais
vírus informáticos no mundo?»
Gil Afonso
Professor
E se de repente não ção?”; “Porquê ter de Linus Torvalds, criador vie Maker(c), navegar
houvesse mais vírus no comprar computadores do kernel do sistema na net, ver filmes, ou-
mundo? Era um sonho, de última geração que operacional GNU/Linux vir música, jogar, ver
não era? E se pelo me- custam milhares só e fundador da Free Sof- fotos, consultar e-mail,
nos os vírus, trojans, porque o Windows(c) tware Fundation, numa fazer chamadas, utilizar
adwares, spywares, não assim o exige se pos- entrevista concedida à o Messenger, o Moodle,
existissem? so fazer tudo e ainda revista Computerworld, tudo isso e muito mais,
Pois bem, em Linux mais rapidamente no “Se fazes as coisas de com a única diferença
não existem. Pelo me- meu velhinho?” - no uma forma diferente de não pagarmos por
nos não conheço nin- fundo a dúvida da utilizada no isso.
guém que tenha visto persiste e é ine- Windows(c), Para saber mais po-
um. Esta é apenas uma vitável, “Porquê mesmo que dem consultar:
vantagem de utilizar estar preso se seja melhor é http://www.gnu.org
Linux em vez do tradi- posso ser livre?”. pior, não im- - o Sistema Operativo
cional Windows(c) , não Este artigo, porta. O GNU - “Gnu’s not Unix”
esquecendo o símbolo poderia mui- melhor é http://www.fsf.org -
(c) para prevenir que to bem ser pior se é Free Software Founda-
alguma comissão de única e diferen- tion, Fundação para o
direitos de autor nos e xc l u - te”. Software Livre http://
venha aplicar coimas siva- Por www.noepatents.org -
por utilizarmos estes men- últi- protesto contra as pa-
programas que fazem t e m o tentes de software na
muito menos e custam acer- v o u Europa http://www.
muito mais. ca das apenas gnupress.org - docu-
Claro que a questão vantagens da utilização deixar cair por terra mentação livre
de fundo é e sempre do chamado software alguns mitos urbanos, http://www.kernel.
será: “Porquê Linux se livre (Open–Source), do género, “O Linux é org - “casa” do kernel
já tenho Windows(c)?”. mas por certo que não um extraterrestre dis- Linux
Pois bem, esta questão chegaria toda a revis- farçado de pinguim que http://www.gnome.
poderia ser facilmen- ta para tal tarefa. Na fala numa linguagem org - The Gnome Foun-
te respondida usando verdade, penso que o não perceptível pelos dation
outras questões como: principal entrave para humanos” - de facto, http://www.kde.org
“Porquê pagar se posso a massificação deste a verdade é que todos - ambiente gráfico
ter grátis?”; “Porquê ví- sistema está unicamen- os programas com que http://www.essr.net
rus, antivírus; anti-isto, te relacionada com a estamos habituados a - Escola Secundária de
anti-aquilo, se isso for fobia que temos à mu- trabalhar no Windows Soares dos Reis http://
do passado?”; “Porquê dança, no entanto, nos (c), têm correspondên- www.essr.net/essr_gnu
ter soluções informá- tempos que correm, cia em Linux, o que - a nossa experiência
ticas em escolas ou não podemos ignorar quer dizer que pode- com GNU/Linux http://
empresas que não se as potencialidades e mos trabalhar com o www.ansol.org - Asso-
podem adequar à rea- benefícios de tal mu- Word(c), Powerpoint(c), ciação Nacional para o
lidade de cada institui- dança. Como refere Excel(c), Windows Mo- Software Livre.
100
75 ANOS
PÁGINA DA MATEMÁTICA
Nuno Fernandes
Professor
CONTAS DE FADAS
No País das Fadas o tempo conta-se de uma forma muito especial: um ano
são 4 meses, um mês são 6 semanas e uma semana são 8 dias. A Fada Flor
tem um ano e meio, duas semanas e sete dias de idade. A Fada Água tem um
ano, três meses e meia semana de idade. Qual das duas nasceu primeiro e
quantos dias têm de diferença?
PITÁGORAS
Pitágoras foi um filósofo e matemático grego que viveu aproximadamente
entre 569 a.C. e 475 a.C. e nasceu em Samos. Apesar da sua importância,
pouco se sabe da sua aparência física e da sua infância.
Ao longo da sua vida contactou com filósofos importantes que o influen-
ciaram nas suas ideias matemáticas. Fundou uma escola religiosa filosófica
em Crotona denominada em sua homenagem de pitagórica, e teve muitos
seguidores. Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos
números - para eles o número era considerado como essência das coisas.
Deve-se também a Pitágoras a descoberta das proporções em que uma
corda deve ser dividida para a obtenção das notas musicais. Contudo a sua
maior descoberta foi o famoso Teorema de Pítágoras que afirma: Num triân-
gulo rectângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
hipotenusa.
O SÍMBOLO
O símbolo da escola pitagórica era a estrela de cinco pontas
inscrita num pentágono. Este pentágono e a estrela nele inscri-
ta, composta por diagonais, têm propriedades que os pitagóri-
cos pensavam serem místicas.
Repara que:
• As diagonais que formam a estrela intersectam-se de
tal maneira que formam outro pentágono, mais pequeno, na
direcção inversa.
• A intersecção de duas diagonais divide uma diagonal
em duas partes diferentes.
• A razão entre a totalidade da diagonal e o segmento
maior é exactamente igual à razão entre o segmento maior e o
segmento menor.
Experimenta ampliar a estrela pitagórica e desenhar as dia-
gonais dentro do pentágono mais pequeno.
O que acontece?
101
#1
2008 - 2009
DISCURSOS
Vitor Sá Lara Barbosa
11.º A 11.º A
Caros colegas, para isso. É, de facto, Vivemos numa sociedade onde, para grande
Cada vez nos impor- revoltante ver o nosso parte das pessoas, o consumo de drogas é visto
tamos mais connosco e comportamento sobre como um meio, através do qual, o seu mundo se
não paramos a olhar os as coisas materiais sa- transforma em algo calmo e sem problemas. Mas,
outros. A cada dia que bendo que há pessoas a verdade é que isto não passa de uma ideia ilusó-
passa somos uns se- que nunca o vão poder ria. Pessoas que vêem a sua vida desabar sobre si
res mais activos nesta fazer. mesmos, vêem nas drogas uma “luzinha” ao fundo
sociedade consumista, Nós, como pessoas do túnel escuro e cheio de obstáculos que é a sua
tornamo-nos cada vez consumistas, ou neste vida. O que estas não percebem, ou não querem
mais consumistas em caso “egoístas” devía- perceber, é que estes actos contribuem em demasia
massa porque só olha- para aumentar a escuridão desse mesmo túnel.
mos parar um pouco e
mos para nós próprios Será que vale a pena trocar tudo por meros mo-
fazer um esforço para
e para os nossos capri- mentos de ilusão? Porquê desperdiçar tempo de
perceber que vivemos
chos. vida e proveito desta, quando ao rejeitarmos tudo
dependentes uns dos isso beneficiamo-nos a nós mesmos?
Nós, como seres hu- outros e devíamos pen-
manos inseridos numa São questões como estas que devem ser coloca-
sar em moderar as nos- das perante todos nós. No entanto, muitas vezes,
determinada sociedade, sas atitudes para que
desempenhamos de- teimamos em não procurar respostas a todas estas
as coisas a nível global questões que, ao não serem logicamente reflecti-
masiado bem o papel
se pudessem alterar das, deitam por terra todo o sentido da vida, do
de egoístas em que só
um pouco. Uma grande mundo, das relações inter-pessoais, etc.
interessa e só valoriza-
evolução parte de nós e O consumo de drogas é, sem dúvida, impacto
mos o “eu” e não pa-
começa com a atitude evidente na sociedade actual. Mas será que esta
ramos a olhar o outro,
de cada um, por isso luta contra esse impacto? Ou promove ainda mais o
mas simplesmente só
devemos estar atentos consumo excessivo de droga?
nos interessam os bens
às tristes realidades que Várias notícias nos chegam, acerca de acções
materiais e todas as coi-
estão à nossa volta para de ajuda a toxicodependentes, ou campanhas de
sas que procuramos ad-
sermos úteis a quem luta contra o consumo de droga. Todas estas acções
quirir de uma forma va- mostram o lado bom da sociedade. Lado esse em
zia, simplesmente para precisa. Por isso, para
que haja uma modifica- que a sociedade demonstra solidariedade perante
nos alimentar o ego. os outros.
O anteriormente ção das coisas, o que é
bem preciso, temos que No entanto, na maior parte das vezes, a socieda-
referido é uma perfei- de no seu todo contribui activamente para desper-
ta face da moeda que partir de nós próprios
tar no indivíduo o desejo de consumir determinadas
demonstra uma socie- e não temos que estar
substâncias. Os meios responsáveis essencialmente
dade consumista, mas à espera que o outro
por essa influência, são os meios de comunicação.
como bem sabemos a tome a iniciativa. Neste caso, não a publicidade em si, mas a publi-
moeda tem duas faces Assim termino o cidade que é feita indirectamente através de séries
e podemos dizer que a meu discurso, dizendo televisivas, entre outras.
outra face da moeda é que devemos fazer um A mensagem que se pretende transmitir quando,
bem mais triste porque esforço por modificar as numa série ou telenovela, determinadas persona-
no mundo em que vive- realidades mais difíceis gens se apresentam como consumidores de drogas,
mos há gente que não que nos envolvem, caso é a de que devemos rejeitar todo o tipo de acções
tem possibilidade de ser contrário não há mu- de consumo dessas substâncias.
consumista porque não dança. Mas será que o público que assiste a estas séries
tem quaisquer posses percebe mesmo a mensagem correctamente? Ou
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75 ANOS
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te difícil de saciar! com Jesus, crescemos bro de 2008)
#1
2008 - 2009
Poemas Teu alegre sorrir, teu
doce canto
Teu alegre sorrir, teu doce canto
Que numa bela manhã se mostrou
Eclipse do Coração De amizade bela, amor eterno
Invadiu meu ínfimo, me alegrou
Quando a lua encobriu o Sol E quanto de tudo gostaria
As suas brumas a morte encorajaram Simples canto, alegre melodia
Quebrou o leme cego pelo farol De um mundo misterioso brotou
O coração, as lágrimas naufragaram Que tocando no teu rosto ecoou
O gelo sombrio fez o corpo tremer Será a sombra dos teus passos?
A loucura da mente infernal Será a luz da tua presença?
Cristalizou o sangue a escorrer Sem ti, perdida, no meu mundo estou
Rasgou a alma o sopro do mal. Sem ti nada é igual
Então, o cosmos despe o meu véu Oh se tudo fosse normal
Asas de fogo despertam o sentir Se pudéssemos mudar o mundo tu e eu.
Renasce das trevas o Anjo divino
A luz do seu olhar ilumina o céu Sandra Gomes
As estrelas brilham o seu sorrir 10.º A
O seu beijo rouba o meu destino.
Martinha Vale
Alegre vida, sozinha e
10.º A triste
Meus sentimentos em Alegre vida, sozinha e triste
Conforto amargo, de uma vida só.
tuas palavras Sofro e choro daqueles que não viste,
Rasgo o coração molhado com dó.
Meus sentimentos em tuas palavras
Tuas palavras podiam somente Toda a riqueza que já não existe
Com aquele frio olhar ardente Foi nevoeiro que ainda persiste
Tudo me dizer quando me olhavas. Daqueles que feudais ainda são
E onde persiste a desunião.
Habituada a tudo o que me davas
Deixei cair uma lágrima tristemente E assim no mundo existe fome e guerra
Surgindo um sorriso descontente Naqueles em quem o sofrimento chora
De quem te amou e agora abandonavas Do infortúnio que veio da terra.
104
75 ANOS
Eurico,
O Sonhador
Entrou o meu luar timi- Convoco as letras para
damente uma reunião
Entrou o meu luar timidamente Convoco as letras para uma reunião
Encostou-se à parede do teu quarto Fazer um texto com elas desejo
Desenhando nela um busto de gente Criar com elas saudade, um beijo
Que olhava teu corpo intensamente. Teu rosto pintado com elas ou não.
E o luar que lá no alto tudo via Letras, cores em luz pintada no tempo
Este milagre calmamente assistia Sem ti em mim sou tudo, sendo nada
Ah! Foi-se apagando devagarinho. Viver é contemplar a tua beleza.
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#1
2008 - 2009
Reencontro de Sonhos
Adriana Figueiredo
10.º A
Inimaginável o que nos. aparecia na escola… Por desenhado no Céu…
há muito tempo andara Nessa noite, algo ain- vezes, quando precisa- Começou então a
a acontecer naquela ín- da mais especial acon- va de se afastar das re- sonhar: sonhava que al-
greme, mas acolhedora teceu do que o habitual. alidades dos humanos, gum dia seria capaz de
aldeia… Uma aldeia em Quando a lua surgiu, e vinha ter comigo, aqui tocar aquele rosto… e
que quase todos eram a magia se começou a para o céu, onde enchia tentava mil e uma ma-
humildes, mas felizes… sentir, um rosto perfeito o corpo e a mente de neiras diferentes de o
Onde o Sol nascia todas foi nitidamente visto no sonhos, e logo voltava fazer… O rosto parecia
as manhãs com o chil- céu… e a estrela come- para a Terra, de novo incentivá-lo, como se
rear dos passarinhos… çou a falar à Terra: sonhadora… Um dia, lhe dissesse para sonhar
Contudo, faltava o sonho - Hoje, vou contar- como acontece com to- cada vez mais alto, pois
aos habitantes daquela vos uma história… – co- dos os humanos, Zoé um dia conseguiria… E
aldeia, para completar a meçou Abi. Os huma- cresceu, e a certa altu- uma paixão surgiu entre
sua felicidade. Foi então nos interrogavam-se ra, deixou de existir… Os o rapaz e o rosto dese-
que tudo começou: to- de onde viria aquela seus sonhos eram agora nhado no céu… E era
das as noites, que antes voz, mas a curiosidade transmitidos no Céu… tanta a leveza do seu
eram escuras e frias, e o interesse que a voz Ultimamente, o Céu amor que ele deslizou
agora se haviam torna- havia despertado neles achou por bem partilhá- como que voando, sem
do mágicas… Como que era tanta, que todos los com os humanos, ninguém o ver, até ao
uma varinha de condão permaneciam sentados, para que aprendessem céu… E, quando pare-
invadisse o luar, e o seu ao luar, sem qualquer que sonhar é o primeiro cia estar perto, erguia a
toque fizesse com que a ruído, ouvindo a voz passo para alcançar a mão para lhe tocar, mas
magia se soltasse per- que vinha do céu. felicidade… Além disso, nada físico conseguia
correndo o ar quente - Há muito, muito o céu estava a ficar sem alcançar… voou sempre,
até chegar às estrelas, tempo, viveu na Terra espaço para guardar os sem desanimar, espe-
fazendo-as sonhar, e a criança mais sonha- sonhos de Zoé… Agora rando a hora em que
estas transmitissem ao dora que alguma vez que já sabem o porquê tocaria aquele rosto e
cosmos um infinito sen- conheci… Zoé, era uma de toda esta magia vos teria felicidade eterna.
timento de bem-estar… menina encantadora… invadir, a minha tare- Até que atingiu uma al-
Ninguém compreendia Os seus cabelos com- fa para convosco está tura em que o ser hu-
o sucedido, até que um pridos percorriam as cumprida, e despeço- mano já não é capaz
dia, uma das estrelas suas costas levemente, me com desejos de bons de sobreviver… Então,
decidiu contar ao mun- enquanto seus olhos sonhos para todos, e tal como aconteceu a
do o porquê de toda expressavam os senti- não se esqueçam: “ So- Zoé, e como acontece-
aquela magia: mentos mais belos…A nhar é o primeiro passo rá a todos os humanos,
-Esta noite, contarei sua pele branca trans- para ser feliz!” também este rapaz dei-
aos humanos o nosso parecia uma felicidade Um rapaz que se en- xou de existir… deixou
segredo! – Revelou Abi imponente vinda do contrava então sentado o mundo calmamente,
ao cosmos. seu interior, e todas as numa pedra, num lugar com um sorriso no ros-
-Assegura-te então, crianças queriam ser maravilhoso e encan- to, e um brilho no olhar,
de que eles sonharão como ela… Zoé era uma tador, ouvindo a água como se soubesse o
cada vez mais, para simples sonhadora… pura e cristalina da fon- que o esperava… Então,
que as noites se tornem Para ela, não havia im- te cair nas pedras e fa- finalmente, alcançou
cada vez mais belas… possíveis, e a vida era zer um som relaxante, aquele rosto… E agora,
– respondeu o cosmos, um conto de fadas… No observava o luar… Após eram dois os rostos so-
com a sua voz grossa entanto, Zoé, que vivia deixar de ouvir a voz da nhadores que se dese-
mas doce, que ecoou como todas as crianças estrela, erguia a mão nhavam no Céu…
nos ouvidos dos huma- da altura, nem sempre tentando tocar o rosto
106
75 ANOS
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#1
2008 - 2009
Educação Visual
Ana Costa
9.º A
Marco Cabo
9.º B
José Falcão
9.º A
108
75 ANOS
Roberto Barbosa
9.º C
Rita Grenha
9.º C
109
#1
2008 - 2009
Carlos Ribeiro
9.º B
Roberto Gomes
9.º C
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75 ANOS
Angustia
- Salvador Dali
Elsa Lameira
9.º B Cátia Araújo
9.º A
Mulher ao Espellho
- Pablo Picasso
111
#1
2008 - 2009
PASSATEMPOS
SUDOKU
Fácil Médio Difícil
DIFERENÇAS
Encontra 10 Diferenças
Polaroid...
“MAGALHÃES,
Uma ferramenta Multiusos”