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ARTIGOS COMUNICACSES TRANSCRIGAO COMENTARIO BIBLIOGRAFICO [ Rev. Bras. Geog. | SUMARIO Olinda Vianna téesquita Rivaldo Pinto de Gusmao Solange Tietzmann Silva Modernizacao da agricultura brasileira ..... Marina Sant’Anna Ind Elias de Castro Maria do Socorro Rocha Classificagao dos municipios das regides me- tropolitanas, segundo niveis de urbanizagao Copémico de Arruda Cordeiro Liicio de Castro Soares A eroséo. nos, solos arenosos da regiéo sudo- este do Rio Grande do Sul José Roberto de M. Peixoto Maria Ménica V. C. O'Neill Consideracées metodolégicas sobre tamanho de firma, : Eitel Henrique Gross Braun Cone aluvial do Taquari, unidade geomér- fica marcante na planicie quaternétia do Pan- tanal : Jorge Jatoba Emprego e industrializacdo: a experiéncia da replap, metropoitana do Recife (RMR) — 1950-1970 . ocr Luiz Roberto Tommasi Ecodinémica 65 Ry 11 164 181 215 Rio dé Janciro | ano 3094] p, 1-224 | oub/aee, 107 ModernizagGo da agricultura ‘| . * brasileira OLINDINA VIANNA MESQUITA RIVALDO PINTO DE GUSMAO SOLANGE TIETZMANN SILVA 1 — UMA ABORDAGEM CONCEITUAL A MODERNIZAGAO DA AGRICULTURA sido tratada com relativa freqiiéneia e expressa através das interagGes existentes entre o setor agrario eo urbano industrial, traduzidas pelo fornecimento de alimentos para a populacao e matérias-primas para a industria, pela liberagdo de méo-de-obra para o setor nao agrario, pela formacao de capital para o desenvolvimento econémico, pela possibilidade de importar e pelo estimulo ao crescimento de mercado interno para produtos manufaturados. Nos paises em desen- yolvimento, a relevancia do setor agrario é reforcada pelo grande ni- mero de pessoas nele ocupadas e pela participagdo da renda gerada pela agricultura no produto bruto nacional. A grande dimensio espacial propria da agricultura e a importancia que as atividades agrarias exercem na organizacdo espacial da econo- mia nao s6 em areas j4 integradas mas também naquelas que se in. corporam ao processo de producao, torna pertinente uma andlise da agricultura em termos espaciais. E a dimensdo espacial deve ser prefe- rencialmente tratada sob a ética do desenvolvimento, j4 que, recente- mente, tem havido preocupacdo em reconhecer o papel desempenhado pelos espacos agrrios no desenvolvimento regional, em considerar as f importancia da agricultura, em termos estruturais, tem Bite Trabalho fot coordensdo pelo gedgrafo Rivaldo Pinto de Gusméo © teve como colaboradores: Carmen Laicia Assumpedo da Silva Nascimento, Francisca Moema Barreto Dias, Luiz Alberto ee Cerquelra do Nascimento e Telma Sueli Aragio do ‘castro Senra 1, Bras, Geogr., Rio de Janeiro, 39(¢) : 3-65, out,/dez. 1977 3 interdependéncias entre desenvolvimento urbano ¢ rural ¢ em avaliar os efeitos da urbanizacao sobre o desenvolvimento rural. Os estudos de desenvolvimento rural passaram a adquirir maior relevancia a partir da preocupacéo em imprimir direcdo As atividades humanas, inserindo-se num contexto de planejamento regional. O cara- ter, relativamente recente, da abordagem geografica ao desenvolvimento rural se reflete na precariedade do quadro conceitual a ela relativo ena auséncia de tentativa de colocagio desses estudos em um contexto tedrico, Em termos conceituais, desenvolvimento rural tem cardter abran- gente, englobando nao s6 0 desenvolvimento agrério mas também as condi¢ées de bem-estar da populacao rural. O desenvolvimento agrario incorpora a modernizacao agraria e também uma. institucionalizagao ligada a aspectos infra-estruturais de apoio crediticio ¢ de pesquisa e extensio rural; ele incluiria, entao, 0 desenvolvimento da atividade agraria e seus aspectos de vineulacao a um contexto econémico-regional. Ja a modernizacao agraria corresponde a uma melhoria da agricultura pela adocéio de técnicas modernas, com o objetivo de alcancar maior produtividade e rendimento da terra e do trabalho. Um aspecto que deve ser Tessaltado, quanto ao conceito de modernizacao, 6 0 da sua relatividade, j4 que cla pode ser representada, em diferentes contextos, por diferentes indicadores ligados a uma grande variedade de técnicas € de procedimentos adotados nas atividades agrérias. Os conceitos de desenvolvimento rural, desenvolvimento agrario ¢ modernizacio agraria colocam-se em niveis decrescentes de abrangén- cia, havendo, portanto, grupos diferentes de indicadores para esses con- ceitos, possibilitando, assim, efetuar analises em separado dessas linhas de abordagem ao estudo da agricultura. Neste estudo o interesse sera essencialmente fixado na moderniza- cdo agraria, constituindo parte de um estudo de caréter mais amplo, onde sera analisado o desenvolvimento rural no Brasil. A auséncia de estudos geograficos sobre desenvolvimento rural e a caréncia de suporte te6rico para esse estudo global, confere-Ihe um sentido exploratério e justifica que se busque isolar linhas de diferenciagdo quanto aos aspec- tos técnico-econémicos e sociais embutidos no conceito permanente de desenvolvimento rural. Torna-se, entao, valido que uma primeira abor- dagem a um estudo de modernizacao agraria scja efetuada a nivel de Brasil, objetivando a obter uma visio geral das caracteristicas e da distribuiedo espacial da modernizagao, e a possibilitar a construgao de uum quadro de indicacdes para estudos em outras escalas de andlise. ‘A conveniéncia de se usar uma gama ampla de indicadores de melhoria das atividades agrarias e uma unidade de observacao inter- mediaria entre 0 Municipio e o Estado, contingenciou a que o estudo da modernizacdo tivesse que ser efetuado através de um corte no tempo, circunscrevendo a analise a consideracdo de uma resposta a um processo de modernizacko, por meio do emprego dos resultados do Censo Agro- pecuario de 1970 ¢ da utilizagdo da microrregiao como unidade funda- mental de observactio. ‘A finalidade de se analisar a modernizacdo neste estudo 6, sobre- tudo, estabelocer as dimensées estruturais da modernizacao e analisar os padrdes espaciais correspandentes a essas dimensdes de melhoria da agricultura brasileira. Partindo-se da idéia fundamental de que a ampliacdo de um mer- cado interno no periodo posterior & Segunda Guerra Mundial, repre- sentada pela demanda crescente dos centros urbanos e das industrias, constitui. um fator de estimulo & moderniza¢ao da agricultura brasilei- ra, considera-se que as 4reas modernizadas correspondem as areas cireunvizinhas das maiores concentracées urbano-industriais. Conside- 4 ra-se, também, que a transmissio de elementos de modernizacio, a partir das areas modernizadas, da-se, preferencialmente, através das principais vias de transporte. Essas caracteristicas do modo de implantacéio e propagacio dos elementos modernizadores da agricultura brasileira tem como decorrén- cia a existéncia de areas em diferentes niveis de modernizacéo, 0 que se configura, espacialmente, em grandes disparidades em escalas nacio- nal, macrorregional e microrregional. Como a modernizacao agraria se vincula principalmente a mudan- gas na combinacio dos fatores de producéo e a dificuldade em quanti- ficar a participacio dos fatores terra, capital ¢ trabalho na combinacao de fatores de producao, varios autores, em suas tentativas de identificar a diversidade de niveis tecnolégicos da agricultura em paises em desen- volvimento, tém optado por colocacées em termos de conceitos pouco precisos de agricultura modernizada e tradicional. Tais conceitos sdo freqiientemente diferenciados apenas em bases qualitativas em funcéo da maior ou menor participagéo dos diferentes fatores de produgio: a agricultura tradicional se caracterizaria pelo maior emprego dos fatores terra e trabalho, enquanto na agricultura modernizada o fator capital terla um papel preponderante com relagéo aos outros fatores. Para o estudo da modernizaco da agricultura brasileira, tendo em vista a impossibilidade de se avaliar a proporedo em que se combinam os fatores de producao, adotou-se como alternativa a verificacio da participacio do capital, que é 0 fator decisivo no estabelecimento dos niveis de modernizacdo. A estimacao desse fator ser efetuada atravé da construcio de indicadores extraidos do Censo Agropecudrio de 1970 que possibilitem aferir a participacao do capital no processo de producao. Esses indicadores serdo basicamente vinculados as caracteristicas inter- nas da agricultura, isto é, Aquelas inerentes @ atividade agréria, abran- gendo as ligadas a utilizacéo da terra, & intensidade e & produtividade € rendimento da agricultura, A construcao dos indicadores ligados aos aspectos mencionados obedeceu a um critério seletivo, tendo sido esco- Thidos aqueles que expressariam, direta ou indiretamente, a existéncia de modernizacao nas atividades agrérias. ‘A dimensdo espacial que fundamentalmente caracteriza a agricul- tura e 0 fato de 0 espaco de anilise, neste estudo, ser o estabelecimento agrério, a0 qual todas as relacdes expressas nos indicadores sao referi- das, conduziu a necessidade de avaliar a Area efetivamente ocupada pelos estabelecimentos agrarios na unidade de observacao selecionada. frouve também o interesse de se medir a expresso, em Area, das ati dades agrérias basicas — lavoura e criacéo de gado — as quais estado associados os indicadores de modernizacao, o que foi efetuado através da percentagem da Area em lavoura e da area em pastagem na rea total dos estabelecimentos agrarios. Um outro aspecto considerado com relacdo ao uso da terra foi o da participacéo da area de terras em descanso na Area dos estabelicimentos pelo que ela pode representar em termos de indicacio de um nivel elementar de sistemas de cultivo. Com a preocupacdo de difundir os inputs aplicados no processo de producao agraria em termos de trabalho e capital, visando a distin- guir diferentes niveis de modernizacao agraria, foram ‘selecionados indi- €adores de intensidade da agricultura. Inicialmente, utilizando dados de carater genérico que se ligam ao emprego das trés categorias basicas de forca utilizada no processo produtivo nos estabelecimentos agrarios, procurou-se retratar um nivel elementar de modo de producti expresso pela relacdo entre forca humana e as demais forcas; um nivel inter- mediario foi fixado, relacionando a forga animal com a humana e um R. Bras, Geogr, Rio de Janeizo, 39(4): 3-65, out./dez. 1977 5 nivel de tecnologia mais evoluido foi expresso pela relacdo entre a forca mecanica e humana, Para indicar o grau de emprego do fator mao-de-obra em relagdo & rea onde se processam as atividades agrarias foi usada uma relacdo de densidade de pessoas ocupadas na agricultura por hectare de esta- belecimento. Partindo da idéia de que a categoria de assalariado repre- sentaria uma relacdo mais modernizada de trabalho e que o emprego permanente implicaria em uma situacdo de maior seguranca e qualifi- cagao do trabalhador rural e de maior estabilidade econdmica do esta- belecimento, construiu-se 0 indicador expresso pela percentagem de empregados permanentes no total de pessoas ocupadas na agricultura. Visando a medir diretamente a tecnologia de produgdo na agricul- tura, foram selecionados, inicialmente, indicadores que relacionam ma- quinas ¢ implementos agricolas com a’ area cultivada no caso de arados e tratores e com o ntimero de estabelecimentos no caso do emprego de colhedeiras. Foram, ainda, construidos indicadores ligados as despesas com bens intermediarios — adubos e corretivos, sementes e mudas e inseticidas e fungicidas — que foram relacionados com a area cultivada, Também servindo para identificar melhoria na tecnologia agraria, foi considerada a percentagem dos estabelecimentos que utilizam fertili- zantes no niimero total dos estabelecimentos. Relacionados mais especi- ficamente com a pecudria esto os indicadores de capacidade de silagem por estabelecimento e despesas com alimentacéo e trato de animais por unidade-gado* de rebanho bovino, eqiiino, suino e ovino, que indicam melhoria nos sistemas de criacao. Para avaliar os resultados do emprego de melhor tecnologia na pecudria bovina, escolheu-se o indicador que expressa a lotacéio de pastos € que foi construfdo relacionando o numero de unidades de rebanho bovino com a area em pastagem, © nivel dos investimentos na agricultura, por indicar maiores ni- veis de renda e consolidacao ou implantacdo de modernizacdo agraria, foi considerado em relacio A area ocupada pelos estabelecimentos. Para avaliar o investimento especifico em mecanizactio, que é um dos aspectos importantes da modernizacéo, foi escolnido 0 indicador que relaciona © valor dos investimentos em méquinas e instrumentos com a area dos estabelecimentos. Um outro aspecto especifico, considerado importante com relacdo a investimentos, foi o ligado a instalacdes e outras benfei- torias pelo que possa representar em termos de estabilidade quanto a modernizacio. Ainda inclufdos nos indicadores de intensidade da agricultura estao © valor dos bens em méquinas e instrumentos agricolas por hectare de estabelecimento, com 0 objetivo de verificar graus de consolidacéo no processo de mecanizacdo, e o numero de veiculos utilizados em ati- vidades diretamente ligadas & producdo por produtor rural, pelo que expressa em termos de eficiéncia e modernizagao no processo ‘produtivo. Com o objetivo de avaliar a eficdcia das atividades agrarias, que forneceria indicagGes sobre o nivel de modernizacao, foram construidos quatro indicadores: um que revela o rendimento da terra expresso atra- vés do valor da lavoura por hectare cultivado, outro que mostra o ren- dimento do trabalho pela relacdo entre valor da producdo agropecuaria e pessoas ocupadas na agricultura, e dois outros traduzindo a produti- vidade da peeuaria de corte e da pecuaria leiteira por meio da percen- tagem do numero de bovinos vendidos e abatidos no numero total de bovinos e do numero de litros de leite por vaca ordenhada. Uni do 6 uma unidade de converstio claborada pela FAO com © propésito de ee permitir comparar diferentes rebanhos. Considerando um bovino como unidade nadrio de valor 1,0, um eqliino equivale a 1.3, um suino a 03 e um ovino a Od, Os vinte e oito indicadores considerados como fundamentais para o estudo da modernizacdo agréria serao analisados através de uma técnica multivariada, visando a identificar as principais estruturas de intercorrelacéo ou dimensées compésitas de diferenciagio da moderni- zacdo da agricultura brasileira. Il — AS DIMENSOES DIFERENCIADORAS DA MODERNIZAGAO DA AGRICULTURA Num pafs como o Brasil, onde sio simultaneos os processos de modernizacao da agricultura é de expanséo da fronteira agréria, com incorporacaéo de novas areas ao proceso produtivo, gerando grandes diversidades na distribuigao espacial dos elementos de modernizacao, torna-se de especial interesse a investigacdo sobre a natureza das di- mensées identificadoras da modernizaco agraria e sobre os padroes espaciais correspondentes a essas dimensoes. Na busca de linhas de diferenciagaéo da modernizacao da agricul- tura brasileira e na anélise da sua distribuico espacial, o emprego da anélise fatorial mostra-se valido na medida em que possibilita indivi- dualizar dimensdes subjacentes ao conjunto de indicadores selecionados e no sentido em que permite aferir os desequilibrios espaciais da moder- nizagdo agraria através do posicionamento das unidades de observacao ao longo das dimensées identiticadas. ‘A aplicagdo da técnica da anélise fatorial aos 28 indicadores esco- Ihidos e as 359 * unidades de observagéo — microrregides — resultou na explicacdo de 77,66% da variancia contida na matriz original de da- dos € na identificacao de sete fatores, dos quais cinco se destacarem pelo seu peso de participacio, englobando 68,84% da variancia original. Dessas cinco dimensées, trés se vincularam nitidamente & modernizacao da agricultura. A dimensao mais diferenciadora tendo obtido um peso de participacdo de 19,78%, pela sua estrutura, péde ser definida como aquela caracterizadora da modernizacao da agricultura com énfase na Javoura. A segunda dimens&o com poder de explicacio de 17,37% inden- tificou-se como sendo ligada 4 modernizacdo da pecuaria, embora con- tivesse também indicadores que a vinculassem ainda a lavoura, A tercei- ra dimens&o em peso de explicagao — 13,90% — devido aos seus atribu- tos definidores, foi individualizada como a dimensdo representativa da mecanizacao da agricultura (Tabs. 1 ¢ 2). ‘As duas outras dimensées, embora ainda significativas em peso de explicacdo, néo chegaram, pela sua composicao, a representar linhas de diferenciagdo da modernizacéo da agricultura, Uma delas, com um peso de explicagdo de 9,25%, caracterizou a densidade de ocupacéo_pela atividade agraria e a outra, com uma percentagem de participacio de 8,54%, definiu um nivel elementar de modernizacao da agricultura. O exame da composicéio dessas dimensées diferenciadoras da agri- cultura brasileira revelou a coexisténcia, em cada uma, de indicadores relatives & lavoura e & criagdo, nao possibilitando constatar, pelo menos a nivel da unidade de observacao adotada, dimensoes especificas de quaisquer das atividades agrarias. % Néo fol considerada a microrregigo do Territério de Fernando de Noronha por auséncia de dados © @ micorreaiso do Rio de Janciro fol agregada a riuminense do Grande Rio para que o Rio de Janeiro nfo fosse a tinica metrépole a figurar dissociada, de sua rea motropolitana, R, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, 39(4) 9-65, out./dez. 1977 q TABELA 1 Matriz fatorial — Brasil a PATORES De VARLAVEIS. WENT. 1 n mt | wv, ¥ roizem | 37% | 13.00% | 925% | S51 01 Pereontsgem da ea des _etahelecimentos ‘he area des misrorenioes 038 048 ots oo 028 oo Pernt, de grea em lavours a. va “otal don eatabslocinentos ool 003 ass 02 Peresntagem da, drone pastagens na deen “otal dow ealabelocimenton 032 059 08 Percentayem da Grea de terrax em deacanso “ha aie, total dos estabelerimenton 091 080 010 0802 05 ——Niimero do estabelecimentas que utiliza for- fa fummans nes teabithoe aeieoly/ttmers 4s eatabelocimeatoe cue ullire force aa tal mecdsion © tnimal © meeiniea opr 008 oot ase 06 Niimero de etabelesimenton que utiliza for- “animal noe teabathos.agresia/men® ie estabelosimentos que ttl forge hee Imada noe ‘eabalhos agricole oor 902 ops or 88 67 NGimero de estabelosimentoe que ulilza for- fa mectniea now traballios saricola/ntme= $6 de estabeloclmentes “que utiliza ora Bamana nos trabathos agreolas 002 010 ot 9080.05, 08 Pessoal ooupsdo na agrieultare por hectare “de extabelesimentos 008 022 093 088 at 08 Pereentagem de empregudos permanentes no “otal de pesoal coupado oor aor 10 Um arado para x heeteres eutivados 012 ots 090 11 Um trator pars © heotaren eultivados 018-991 0,8 12 Uma cothedeira para x estabelecimentos 04008 0,08 13 Capacidade do silagem por estabelecimento —007 003 002 0,10 ME Degpeses com sadubor © eorretivor por hee {ite euler 084 015 008 008 15 Despeans com somentos © mudas por hectare ‘cutieado or 923 08s 0.88 16 Despesas oom insetisidas © fungicidas por Thectare caltivad 080 02897 992 0.11 17 Peroontagem do, nimero de estabslecimentos ‘que une Tertiieantes 083 0.50 028k 0,88 18 Despests com alimentagio ¢ teato de ani ‘aia por waidadergado 085 000 002s 7 19 Unidadegado do robanbo bovino por hestae te se pastagens 000 aot ats OT 028 20 Valor dog inveatimentos por hectare dee ‘aheleciuento 052 991 959080 025 ‘21 Valor des invastimenton em méquinas ¢ ince ‘rumentos aaricclae por hectare de eatube- Telmento 02 208 982 008 08 22 Valor dos invastimentos om intalagdes © ou- "hs benfeltorin por entabelecimento i a 28 Valor des bons em modguinas ¢ ingtrumenton ‘agrioiae por hectare de esteholocimento = 04 19080 0.28. 24 Namero de veleulos por x produtores rumais OAS 077022 0 ~ 01 25 Yolor da lavoura por hectare cultirado 0,98 ook ot 0.08 2% Valor ds produpfo agropeoutria por pessoa ‘soupada ‘a agrieatura a a a 87 —_Perooutagem do nitmero de bovince vendldee ‘Pabatkdos no ‘nimero total de bovines” 0,00 0200005005. 28 —Namero de Ikros delete por vaca endenbada 0.29 085 11087. TABELA 2 Andlise = Brasil Matriz de Scores (continua) Ne arcrorreairs | rator | varor | rator FATOR a OMOGENEAS r t ur ¥ RONDONIA 01 Rondaia 2.8085 5,588 3.2228 — 175 a.rH9 acne 02 Alto dures 03 Alte Paras AMAZONAS 04 Ato Sains oS Sure Paras Gi Madea Bip Nero 2 Botinteapurs 50 MedirNmatonas RORAIMA 1 Roraima 0,802 0,0807 — 3.0840 — 3.9816 2,800 PARA 12, Métio Amazonas Paraense 0305 13 Teles Bikes TE Baho-Amazonas asi 13 Kings 28a 1 Fares ate Tf Campos de Mara ato 1g Batco “Toeantinn Tors 1 Mamba 213350 2) Arua Poraense ascre fm Tomekes 2 Gusjare 3 Salento 34 Brapantina 28 Belém 28 Visca AMAPA 2 Macayt 3 Amapoispoaue MaRantido Garant Baimada Ocidental Maranhense Sto Eis S Baixada. Oriental Maranhonse Baloo Paraiba: Marashense Pindasd Trnperateie Alto Meari 0 Grajed ‘Medio Marit GL Alto Ispiesea 2 Chiapas do Sul Maranhense 430 Bao Baten Ho Pastos Bone SSURERREELES E VETTIT Ly pravt 45 Baiso Parnaiba Piauiense 48 Campo Maior Bp Terating 48 Medio Paznatbe Pinuionse 49 Valence do Pinus 3 Florian 51 Bainfes’Agtiovlan Piauienses 32 Alto Paenatia Plauiense 33 Medio Gurgotin 34 Alton Plauie Caninds 55 Chapadas do Brteomo Sul Piaut- Tendtnyaet AR, Bras. Geogr, Rio de Janeiro, 99(4): 3-65, out /dex. 1977 9 MICRORREGIONS 'HOMOGENEAS. (continua) FATOR Ww FATOR, v 10 ceark Litoral do, Camocim ¢ Acarat BalvooMddio ‘Acarat ‘Uruburetama Fortalers ioral de Pacalus jsixo-taguaril Thispaba Sobral Sertoes do, Canindé Bertées do Quixeramabin Berties de Senador Pompeu Médio Joguasibe Serra’ do Pereira Berto doe Inliamuna Tguat Sertso do Saleado Serrana de, Caririagn Bertto do Cari GBapade do “Aarne RIO GRANDE DO NoRTE Balineien Norto-Rio-grandenso Titoral de Sto Bento do Nore Borboreme Potiguar Asreste Potiguar Para Eatolt do Rocha Seniaé Paraibano Carimatat Premonte ds. Borhorema Litoral Paraibano Sertio de Cajareiras Depresito do Alto Pirenhas Care Velhos Agroste de. Borborema rojo Pareibano Agropastori! do arma do Teiseize Pa PERNAMBUCO, agrees Seziio "Pernambucaro do Sto Alto Pajet Bertto de. Moxots Arooverd ‘Sgresto Setentrional Pernambue Yale'do Ipoiues Agreste “Meridional Pernambu- Mata Seca Pemambucana Re Mata Units Perambscana ALAGOAS Sextio Alegoano Bataina © u lt 1 PePUCEy Ee ey Pern neer Hii i HrELD LVL i EELULLUEE Lat 2age Seer e 3462 143 ue? 14386 ‘os 3379 asst 0825 1 4 8 1 i 1 1 2 a (continua) wscnommeattes | razon | razon | vanon re eecomcars “fe a Pe ee i Re oes ign _ ike a WMG — 088 Heald teas =i fee ere fee ou HB ESS See ca 131 Chapadies do Alo io Grande 1 Chapadges doo Camrente Bt Ml Sto Tancian 135 oo ia Diamantina Setentrio- 138 Benkor do. Bonin 180 Plemonte da, Diamentina Ho Corredeiras do Sto Frriciseo M1 Sertaa de Canados 12 Sereinha 1g Felza'de Santona 145 Planalto de Conquista Ho aston de Tapelinen tio de Pavlo.Aforeo Vik grate do" Alugonhas Uo Etoral Norte Balano 151 Recinesre Briana 152 Tabuleiros de. Valenca 153 Planalto de Conquista 1st Caceueira 155 Inigiorana do Bstremo Sol da i 158 Iterdnea do Extremo Sol da “Bahis, MINAS GERAIS So-frencisoona de Janudria ed Bera Geral de Mitas 33889 Ait itis Pardo $2300 Ghapaddes de Paracaty 2.058 AllorAedio Sto Francisco 23802 Montes Cares, 3'bta6 Mineradorado Alto Jequitinbonkia 488 Pastor de Pedra. Azul sae Pastor de Almenara Siiort Medio Rio das Valle tys700 Mineradora do Dismantinn 13u8. ‘Tectia, Oren Sfo03s Pastor! de Nanugue 2hir0a — o1sist Tanz er Bui S501 Governador Valadares 21S020 Mantens ‘isios Pontal do Triingulo Mineiro Togs Uheraba — Lore Planalto de Araxé o.asi8 Alto Sto Praucieo 018080 Gatedrios de Sete Tagore o:0320 Bato Horizonte = Byatt Sidericgioa onssss Bate de Coretings Bioais Bacla do Manhunet 218508 Divingpatie, = Boson 387 EsplatiagoMeridjonat = on1885 188 Mata de Ponte Nova 11858 180 Vertente Ocklental do Caparnd 238 100 Formas = 8303 1BL Fomniea = 0,30 102 Mata de Vises, 1103 303 Mate de Muriaé Lp40 Ot -Mofinaa Minera Bene 185 Campos da, Mantiquei O:a007 183 Mata de UK o/1s03 197 Planalto de Pogos de Caldas = 5,0159 BR. Bras. Geoor., Rio de Janeiro, 39(4) : 3-65, out,/der, 1077 uw (continua) nel MICRORREGIOES gator | Favor | ravor | wator | FaTOR OMOGENEAS. 1 1 mr Ww v 198 Planalip MGneizo Ltt Juni 202 Alta Mantiqueira ESPIRITO SANTO 208 Alto Sto Mateus BOL Colatina 208 Balxuda Rapfrito-suntense S08 Coli “Seren Espeto-san- 210 Eitoral Sal) Epirito-santense RIO DE JANBIRO Teaperuna = 9.0159 Mitseema, 12s 7 Aeacareira de Campos 4025 Castagelo ost = ‘Tees ine B38 Cordeiro = 08058 = Vale do Paratha Flaminense i225 = Serrane Fluminense mt = Vassouras ¢ Piet 2018 7 Baciae de Sao Jogo ¢ Macaeu 20 Fluminense do Grande Rio de “ar 413 = Gabo Fr 028 Baie de Tha Grande = T2106 sio PAULO 225 Allg Araraquarense do Feroan- polis - 208 Alta Araraquarense dle Votupo- 227 Diviwr TurvoGrande Bee 2 ESA Eon, SMe. "Tete 24 Sio Tost do Rio Preto 233 Media Avaraquaren Di) Serra'de daboticn 38 Ribeirto Preto 238 Serra do Batatais bir Nova tte Paulista BHO Alta Norocate de Penspotis Ba Baur ith Hite HILtdtddtdd LELLIELUULt 2h Araraquera : 3 34} Depress Periffriea Setentrional “117023 14,008 81080 OTIS 244 Renata Ocidental da Mantiqueira "Panis 12,0875 ~20,g0 © g.7e L788 245 Alta Paulista Sirsa —"eiaim 42005 ra25 | = Be Jan sa Sr: Se 2 Bo Claro Seige asoars tara — 0085 = 2is Campinas Senboss aoigo ier? A asue 34) Eathheins Hidrominerais Paulista — 03780 — 9,e508 Bj01SL | am8 | — Sao Alig "Sorgeabana do» Presitente 251 Alta Soroeabana de Assis Ouriah 283 Berm de Botueaty BEL Agueateira de Piraciesba 285 Pata 2m Saraaba fendi zanca, Paulista 2e) Valeo Paraiba Paaista 360 Canipon de Lspetnings ehapineab Bit Gram Sto Pesto 3ns Sito Paratba ao Apne 285 Baieada do Ribeira oh Balaada Sentists 267 Canta Norte Palisa 12 (continua) MICRORREGIONS HOMOGENEAS rator | raror | Fagor | varor | ratoR 1 1 big v v PARANA 208 Curitiba, 260 Litoral Paranaense 210 Alto Ribelra Sh Alto Rio Negro Paranense 2 Campos de Lapa 21s Campos de Tonta Grossa re Campos de Taguariatea Bs Sto Aaene do Sul 278 Colonial do Frat 2H Alto Tvet Bre Norte Velho de Vencesleu Bre 21) Norte Velho, de Jucnrezinno 280 Algedocira de. Aca! BSL Norte Nove ele Londrina Det Norte Neve de Maringé Be Norte Noviecimo de Paranavat 2st Nerte Nove de Apucarann 285 Norte Novissimo de Ummuarama 286 Campo Moura ost Pitanga 266 Extremo Oeste Paranaense 353 _Sadocsto Papanacnce smpor de Guarapuavs, m1 Mele Iguacu SANTA CATARINA 202 Colonial de Joiavile 208 Litora' de Tiaiat = esol oon, aso 20 Colonial de lumenau = soa avad gens 205 Golenial do Ttajat do Norte | — nes) 1e2t Saag 30 Golonial do Alto Tajat = oor 2 Ia7a Basak gar Florisnépolis = as O.ar19 Bsa 508 Colonial Serrana Cate i) Das Laas 20 Titgral de Leguna pets OI Arig 00 Carbonitere - fos08 32am Bata SOL Litoral Sat Catorjnense = sr 30255 bask S02 Colonial do Sul Cetarinerso | = 05 Blass ios 303 Campos de Tae = 238 ~ O,faRs — Blo7oS BOL Campos de Curitibanos 1910 — 110855 — 1 6h0s 503 Gelonfal do Ito do Pelxe - jizz 4st 34800 206 Golenial do Oeste Catarinense = is Bigaus aa S07 Planalto de Cancinhas = ‘ross 0,203,207 RIO GRANDE DO SUL fia Encorta da Sera ‘Gera = 310 —_Titoral Setentrional do Rio Gran- ‘de do Sul. = BLL Vinicaltore de Caxias do. Sul B12 Colonial do Alto Taquar Bi Colonial do Balzo Taquart ‘Santa Cras do Sul Sis = = Sue S =38 ay = 1 BIS Literal “Oriental” da Logon dos I = Ager — 7.70 219 = = artes — areies 320 = CMe S Sr4u0s Ban = = 2Nas = 370008 522 ‘Trititaltors de Cruz Alte = = Misia = gress B2h Colonial das Mseoes = Boi 73850 Sot Colonial de’ Senta ora = Stes36 | ap Sit 825 Gotanial de Trt 8,208 7, 1058 B20 Colonial de Brexim. Sao 2 Pyar So Colonial de Hut 528 Passo Fundo 329 Colonia do Alto Jacut B50 Soledad = "1asss Ofgser | S483 Sst Campos do Vararia T12eS Teer. O}0se | — 215688 — 1ses MATO GROSSO S32 Norte Mato-gransenso 2.8007 2.8810 Sak Alto GuaportJaura ates isnzs Set Ato Paragual Disise = 30re9 88 Binixade Coabara Sto Bona 385 Rondonopais Biowo 3a a7 Garns Sina 33g bus Pantanaie olsars | — 81108 Sie Alto Taguast Siszer oja008 HO Pasanatba Bisten — 1 7783 R, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, 30(4) : 3-65, out /dez. 1977 13 (conclusio) MICRORREGIGES HOMOGENEAS ATOR r raror | rator | Favor | FATOR © MIL Ww v Bodoayenn Pastor de. Campo Grande ‘Tres Lagoas Citaposde Vacaria ¢ Mata de Dourados 0,25 Gorks, Extremo NorteGoiano 4.2008 Haizo Aragaaie Goiano 4001 ‘Tocantina do Pairo Afonso faa ‘Medio Tecantine-Arceuais ans Serra, Geral de Gola or0s Alto Toeanting Chapada dos. Veadeiros Vao'do Parand Rie Vermelio "Mato Graso"” de Golds Planalto Goiano Alto Araguia’Goiano Serea‘de Calapo Meia-Pon Budeste Gi = 07423 Biasrs = Mister Vertente Golama do Parunatba Distrito Federal = 2/8304 FATOR | — MODERNIZACAO DA AGRICULTURA COM ENFASE NA LAVOURA Trata-se de um fator indicative da modernizacéio das atividades agrarias, fazendo parte de sua composi¢ao varidveis representativas nao sé de mecanizacao mas também de insumos destinado ao aumento de fertilidade do solo, 4 defesa vegetal e ao melhoramento genético. O emprego desses elementos de modernizacao reflete-se num maior ren- dimento da terra, expresso pelo indicador referente ao valor da lavoura por heetare cultivado e ainda num maior rendimento do trabalho repre- sentado pelo valor da producéio agropecudria, por pessoa ocupada, nas atividades agrarias. Também a esses elementos esté ligado maior volume de investimento por unidade de area, reflexo, por sua vez, de melhor nivel de renda dos produtores, traduzido, ademais, na posse de veiculos para utilizag&o no processo de produeao agraria, © maior valor da terra nas dreas de lavoura modernizada faz com que as atividades de criacao ai realizadas, por usarem menos o fator terra, empreguem mais o fator capital, 0 que resulta numa melhoria do sistema de criacio expressa na dimensao analisada, pela varidvel despesa com alimentacao e trato de animais por unidade-gado. Esta dimenséio de modernizagio fornece indicagées de mudancas, em termos estruturais, na combinacao de fatores de produgao, pois, além de apresentar elementos representativos de melhoria dos sistemas agr4- rios, apresenta, também, elementos reveladores de certo grau de capita lizacdo no procsso de producao em agricultura, No Brasil a modernizagao da lavoura apresenta uma distribuigéo espacial bastante desigual. A localizacao da modernizacao agricola en- contra-se limitada principalmente a Sao Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, parte de Minas Gerais, Parana e Santa Catarina, enquan- to que no restante do Pais a modernizacao se apresenta restrita, quase que exclusivamente as micorregides das capitais estaduais. Os mais 14 altos indices desse tipo de modernizacio restringem-se_praticamente aos Estados de Sao Paulo e Rio Grande do Sul, que se constituem nas duas principais Areas modernizadas do Pais (Fig. 1) Os diferentes niveis de modernizac&o, resultantes do posicionamento das unidades de observagao ao longo da primeira das dimensoes repre- sentativas da modernizagao da agricultura, quando analisados, permitem a identificagdo de duas estruturas principais de modernizacéo agraria com énfase na lavoura, a primeira, de natureza mais abrangente, reu- nindo indicadores de mecanizacdo, através das variaveis trator e bens em méquinas, e indicadores de gastos com insumos representados por adubos e corretivos, inseticidas © fungicidas, sementes e mudas, e a segunda, mais simples, vinculada praticamente aos indicadores de meca- nizac&o tepresentados pelo emprego de trator por unidade de érea culti- vada e pelos bens em méquinas por unidade de area de estabelecimento. Na primeira estrutura, freqiientemente, sao adicionadas como impor~ tantes as variaveis veiculos por produtor rural e despesas com alimen- tagao e trato de animais por unidade-gado, conferindo maior complexi- dade a essa estrutura, que é mais caracteristica do Estado de Sao Paulo e de Areas a ele contiguas de Minas Gerais e Parana. Na segunda estrutura, & mecanizacao se acrescentam, algumas yezes, os gastos com sementes e mudas, com adubos e corretivos e 0 emprego de veiculos, criando diferenciacées internas nessa estrutura que 6 propria do Estado do Rio Grande do Sul e é acompanhada pelo Estado de Santa Catarina e por areas do Estado do Parana. Além dessas duas estruturas vigorantes no Sul-Sudeste, uma es- trutura secundéria de modernizacao identifica areas do Nordeste e se caracteriza, fundamentalmente, pelos indicadores relativos as despesas com sementes e mudas por hectare cultivado e pelo rendimento da terra expresso pelo valor da lavoura por hectare cultivado. Acrescentam- se, com menos freqiiéncia, a esses indicadores o gasto com alimentacdo e trato de animais em microrregides da mata pernambucana, o emprego de mecanizagdo na mata alagoana e 0 uso de adubos e corretivos e inseticidas e fungicidas nos agrestes sergipanos de Lagarto e Itabaiana. Sem constituir uma. estrutura propria de modernizag&o, mas tam- bém nao vinculadas as estruturas identificadas, estdo as capitais esta- duais que ou se caracterizam pela primazia de um dos indicadores com- ponentes da dimensao analisada ou pela participacao de, praticamente, todos os indicadores, porém de modo pouco expressivo. FATOR || — MODERNIZAGAO DA AGRICULTURA COM ENFASE NA PECUARIA Corresponde a uma dimensio indicativa de modernizacdo das ati- vidades agrdrias que, pelo seu contetido, expressa muito mais a me- Ihoria na pecudria. Tissa melhoria, representada por indicadores como os de capacidade de silagem por estabelecimento e investimentos em instalacdes por estabelecimento, se acompanha de condicdes mais esta- veis em termos de ocupaciio de méo-de-obra, representadas pela categoria de emprego permanente, e de um nivel melhor de renda do produtor, traduzido pela posse de veiculos e se reflete, em termos de rendimentos de trabalho, através do indicador valor da producdo agropecuaria por pessoa ocupada, A vinculacao desta dimensdo & pecuaria se confirma pelo fato de nela estar inclufdo o indicador ligado a forma de utilizacéo da terra com pastagens. R, Bras. Geogr, Rio de Janeiro, 39(4) : 3-65, out./dez. 1977 1B ms saw we 9 es apron cx ov sane - cou ya TUSHUE ON Tene OLNAWINTOANSSIO 30 SOGNISI 30 OL3Oud SWINZOONOH S3QI9348ONIN svua Diferenciagées na estrutura desta dimensio séo identificadas a nivel da propria atividade de criacao, exprimindo uma especializacao através da varidvel pecuaria leiteira, ou em termos da existéncia de uma outra atividade importante —'a lavoura — representada pelas varidveis colhedeiras por estabelecimento e ntimero de estabelecimentos que usam fertilizantes, revelando a coexisténcia, a nivel da unidade de observagao adotada, de lavouras e de criacao. ‘A presenca da varidvel area de estabelecimentos na area das mi- corregises fornece uma indicacao de que a dimenséo ora considerada 6 muito mais propria das areas de maior evolueao do processo de ocupa- cao. No Brasil a modernizacdo da pecudria é menos restrita que a da lavoura, mas, ainda assim, limita-se aos Estados de Séo Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, grande parte de Minas Gerais, trechos do Parana e de Santa Catarina, sul de Mato Grosso e de Goids, sul do Espirito Santo, sudeste da Bahia, zona da mata de Pernambuco e ocorréneias isoladas em outros Estados. & quase que exclusivamente 0 Estado de Sao Paulo que detem os mais altos indices desse tipo de modernizagao (Fig. 2). A dimensio representativa da modernizaciio da agricultura com énfase na pecudria, quando examinada em seus diferentes niveis, apre- senta uma primeira estrutura bastante complexa, reunindo indicadores de expressao das atividades de criacéo com orientacdo para corte e leite e da atividade de lavoura, Essa estrutura vincula-se principalmen- te & grande parte dos Estados de Sao Paulo, Rio de Janeiro, e as areas mineiras limitrofes com esses dois Estados; caracteriza, também, areas de colonizacéo mais antiga dos Estados do Sul. Sao ainda identificadas, nesta dimensao, duas estruturas mais simples: uma com coexisténcia de pecuaria de corte ¢ lavoura, ligada a areas do oeste de Sao Paulo, Tridngulo Mineiro, sul de Goids, noroeste do Rio Grande do Sul e outra dominantemente de pecuaria de corte, caracterizada pela alta proporcéo de pastos no uso da terra e pelos grandes investimentos em instalacoes e outtas benfeitorias, encontrada principalmente no sul de Mato Grosso, sudeste da Bahia e algumas reas de Minas Gerais no oeste e ao longo da rodovia Rio—Bahia. FATOR il — MECANIZAGAO DA AGRICULTURA Representa uma dimensdo que expressa a mecanizacdo da agricul- tura brasileira, identificada principalmente pelos indicadores bens em maquinas por hectare de estabelecimento e investimentos em maquinas por unidade de area de estabelecimento que, de certa forma, revelam © processo de mecanizaco e também pelo predominio da categoria de forca mecanica nos trabalhos agrarios e pelo emprego de colhedeiras por estabelecimento. As varidveis componentes desta dimensao fornecem ainda indicacées de que o investimento em mecanizacdo representa parte substancial do volume total dos investimentos por unidade de Area e de que é a lavoura a atividade & qual essa mecanizacao se vincula. ssa dimensdo deixa ainda entrever que a modernizacao da agricultura através da mecanizacdo coexiste com um nivel mais elementar de mo- dernizacao que é aquele representado pelo emprego da forca animal. ‘A mecanizacao da agricultura brasileira esta restrita, essencial- mente, aos Estados do Sul—Sudeste, localizando-se, sobretudo, nos Esta- dos de Sio Paulo e Rio Grande do Sul (Fig. 3) 18 A dimenséo identificada como de mecanizacio da agricultura apre- senta duas estruturas bem caracterizadas que, de certa forma, fornecem indicac6es sobre o processo de mecanizacao: uma, vinculada ao Estado de S4o Paulo com grande importancia relativa da forca mecanica nos trabalhos agrarios, com alta expressiio do valor dos bens em méquinas por hectare de estabelecimento e relativamente fraca importancia dos investimentos em maquinas, 0 que revelaria uma etapa mais avancada no proceso de mecanizacao, e outra ligada ao Estado do Rio Grande do Sul, onde a importancia da forca animal se justapde a da forca mecanica e onde os investimentos em maquinas assumem grande sig- nificado, o que é indicativo de uma etapa menos avancada no processo de mecanizacao. No Brasil a dimens&o ligada & mecanizagao encontra-se, ainda, representada nos Estados de Parana, Santa Catarina, Rio de Janeiro, nas areas de Minas Gerais limitrofes com Sao Paulo e Rio de Janeiro, no sul de Goids e em algumas capitais estaduais e no Distrito Federal. A importancia da forca animal nos trabalhos agrarios, a fraca expresséio relativa da forca mecanica, juntamente com a participacao do valor dos bens em maquinas sao as caracteristicas essenciais dessas areas que correspondem a um padrao pouco evoluido de mecanizacao. FATOR IV — DENSIDADE DE OCUPACAO PELA ATIVIDADE AGRARIA Identifica uma dimenséo muito mais indicativa da densidade ¢ ocupagao pela atividade agraria do que propriamente da modernizacéo da agricultura brasileira. Essa densidade ¢ expressa, inicialmente, pelo indicador pessoal ocupado na agricultura por hectare de estabelecimen- to, que revela a importancia do fator trabalho na combinacio de fatores de producéo, Outra indicacao de densidade de ocupacio é fornecida pela variavel unidade de gado bovino por hectare de pastagem, que expressa a lotagado dos pastos. Como indicadores complementares’ para a apreensiio do significado desta dimensao, figuram o uso da terra com lavoura e a produtividade da pecuaria leiteira. A dimensdo ora considerada é, entao, definidora da ocupacdo com layoura que se acompanha da pecuaria leiteira, 4 qual se liga a expres- siva lotagdo dos pastos e é também reveladora de uma alta participa- go da mao-de-obra nos trabalhos agrarios. A densidade de ocupacio pela atividade agrria no Brasil apresenta- se de modo relativamente disperso, mas, ainda assim, restringe-se aos Estados do Sul, Sao Paulo, parte do Estado do Rio de Janeiro, agreste e mata do Nordeste, baixada maranhense, parte do Pard e grande parte do Estado do Amazonas, havendo ainda ocorréncias isoladas de menor significacdo (Fig. 4). Esta dimensfo, que expressou a densidade de ocupacio pela ativi- dade agraria, no chegou a apresentar estruturas diferenciadoras bem definidas, o que se deu em funcio do fato de as varidveis componentes dessa dimensao e indicativas da atividade agricola e da criacéo com tendéncia a especializacao leiteira ocorrerem com importancia equiva- lente nas diferentes unidades de observacéo. Apenas esbocam-se duas estruturas: uma com significacdo do emprego de mfo-de-obra nos tra- balhos agrarios, caracterizadora das areas do Norte e Nordeste e outra com importancia da produtividade da pecuaria leiteira e da lotacdo de pastos, ligada As areas do Sul e Sudeste, sendo o uso da terra com lavoura a variavel comum a essas duas estruturas, R, Bras, Geogr,, Rio de Janeiro, 29(4) 3-65, out /dez. 1977 19 (8am ena WINWNOJG WN SSWNG WOO YUNLTAIINOD WO OYSYZINEIGONT TT SOL TUSWAE ON TUNE OUNZHUINTOANISIG 30 SOULS] 3a Q1arONe ‘SW3NJOOWOK S30I93484OHOIN Tisvua WnLINWOY vO OYySYZINYOIN Tm 40. “WSve8 ON THY OLNSWIATOANASIG 30 SOGNASY 30 OLA/OHd ‘SWANJOONOK S3QI03440Y9IN Tsvua ro re 3 ent 0d 9 ust™ ogee 2093101 one eve ave sa ay vasa ar WROD BQVOINLE Vidd OyOveNO 30 SOMISNIO bold “WSveéa ON WHT OLNAWINIOANSSIA 30 SOGNLS3 30 OL3O¥d SUBNJOOWOH S30I93B4ONOIN Tsvud FATOR V — PADRAO ELEMENTAR DE MODERNIZACAO DA AGRICULTURA Caracteriza-se como uma dimensao indicativa de um padrao mais elementar de modernizagao da agricultura, j4 que de sua composicao fazem parte indicadores como o emprego do arado e da forca animal nos trabalhos agrdrios. A varidvel ligada a consumo de fertilizantes nos estabelecimentos € elemento auxiliar na interpretacéio da dimensao no aspecto referente ao uso da terra com layoura, enquanto a variavel ligada a produtividade da pecuaria leiteira revelou uma especializacéo na atividade de criacao. Este padrdo elementar de modernizacao no Brasil apresenta-se loca- lizado, quase que exclusivamente, em parte do Sudeste e no Sul, havendo apenas trés outras ocorréncias isoladas (agreste de Itabaiana — SE, Distrito Federal e So Luis — MA), 0 que denota que, mesmo sendo um padrao menos evoluido de modernizacdo, ele se situa nas mesmas regides que detém os padrées mais elevados de modernizacdo (Fig. 5). Essa dimenséo, que identificou a existéncia de um padrao elementar de modernizacdo na agricultura brasileira, apresenta uma tinica estru- tura ligada ao predominio do uso de arados de tracdo animal e ao emprego de fertilizantes no proceso de producao agricola, j4 que algu- mas microrregides paulistas mostram caracteristicas que representam muito mais um afastamento com relacdo ao padrao elementar de moder- nizacéo do que uma diferenciagao interna nesta dimensdo analisada. A agricultura brasileira, estudada sob 0 enfoque de modernizacéo, apresentou cinco dimensées principais, das quais trés, pelo seu contetido, demonstraram ser as mais diferenciadoras da modernizacéio da organi. zacdo agréria, Dessas trés dimensoes, uma se revelou mais ligada A modernizacéo da lavoura, outra & modernizacdo da pecudria e a terceira & mecanizacao das atividades agrarias. O exame dos indicadores com- ponentes dessas trés dimensoes mostrou a existéncia de considerdvel Superposicdo, j4 que algumas varidveis indicativas de modernizacdio participaram de mais de um fator, embora com correlacées diferentes. Essa superposicio denota que as dimenses que expressam modernizacdo nao sao dimensdes independentes, uma vez que o processo de moder- nizacao, geralmente, nao se restringe apenas a uma das atividades agra- rias. Um outro aspecto observado na composicéio das dimensdes é 0 da coexisténcia, em cada uma delas, de indicadores de modernizacéo de lavoura e de criagdo, nao tendo emergido dimensées vinculadas exclu- sivamente a uma ou outra atividade, 0 que se justifica pelo uso, neste estudo, de uma unidade de observacdo muito agregada que é a micror- regio. As microrregiées que se posicionaram ao longo dessas trés dimen- sdes vinculadas & modernizacdo da agricultura brasileira localizam-se, sobretudo, nas Regides Sudeste e Sul. As ocorréncias de modernizacao nas dimensées indicativas de lavoura e mecanizacdo sao praticamente coincidentes em todos os niveis e apresentam expressio espacial mais reduzida do que as ocorréncias de modernizacdo ligadas & pecudria, que nao se restringem ao Sudeste ¢ Sul, estendendo-se também para o sul de Goids e de Mato Grosso, sudeste da Bahia, Ha duas principais areas de modernizagao com centro nos Estados de Séo Paulo e Rio Grande do Sul, onde estdo os indices mais altos de modernizagao em lavoura, em pecudria e em mecanizagio. As duas Areas equilibram em extensao quanto 4 modernizacéo da lavoura e da mecanizacdo; no que se refere & modernizagao da pecudria, a drea com centro em’ Sao Paulo apresenta-se mais extensa do que aquela 26 com centro no Rio Grande do Sul. Na area com centro no Rio Grande do Sul, tanto as ocorréncias de modernizacao da lavoura e de mecani- zacao quanto as de modernizacio da pecuaria se verificam nao sO nesse Estado mas também em areas dos Estados de Santa Catarina e Parana. JA na Area com centro em Séo Paulo as ocorréncias de moder- nizagao da lavoura sao mais restritas espacialmente do que as de pecud- ria: as de lavoura limitam-se praticamente a esse Estado, a parte de Minas Gerais e do Paranda e as de pecuaria verificam-se em areas mais. extensas, localizando-se, além de Séo Paulo, em maior parte de Minas Gerais, no norte do Parana, Sul de Mato Grosso e de Goias e no Sudeste da Bahia, Um outro aspecto diferenciador das areas paulista e gaticha é que os mais altos indices de modernizacso da lavoura e da pecuaria e os da _mecanizacio em Sao Paulo situam-se nas microrregides da capital e circunvizinhas, enquanto que no Rio Grande do Sul é no planalto mé- dio que aparecem os mais altos valores em modernizacao da agricultura. No Brasil a modernizacao da agricultura se apresenta com grandes desequilibrios espaciais, j4 que se restringe, praticamente, as Regides Sudeste e Sul, ficando grandes extensoes territoriais posicionadas abaixo da média nacional de modernizacao. Mesmo nas areas modernizadas so elevadas as disparidades internas e ¢ justamente o fato de existi- rem microrregides com indices muito expressivos de modernizacio que explica a presenca de uma vasta area nfo modernizada, quando se aprecia a melhoria das atividades agrarias relativamente a valores mé- dios em termos nacionais Ill — AS DIMENSGES DIFERENCIADORAS DA MODERNIZAGAO DA AGRICULTURA NAS AREAS EM INTEGRAGAO AO PROCESSO DE MODERNIZAGAO Ao se analisar a modernizacao da agricultura brasileira, constatase a existéncia de vasta drea, onde os elementos de modernizagao sio ainda insuficientes para colocd-la acima da média nacional de moder- nizacao. Com o propésito de buscar diferenciar a grande extensfio da érea colocada abaixo da média da modernizacdo da agricultura e de identi- ficar as suas peculiaridades estruturais, restringiu-se o universo de estudo as microrregides da area considerada nao modernizada em termos nacionais. O critério adotado para selecionar as microrregiGes, ainda em integracéio ao processo de modernizacio, foi a sua néo participagdo em ‘todos os fatores ligados 4 modernizacao, Assim, toda microrregiéo que ndo tenha apresentado uma modernizacao consistente, ou seja, se posi- cionado acima da média em todos os fatores de modernizacdo, foi considerada como participante de uma 4rea no modernizada ou em processo de modernizacao. Aplicou-se, entdo, a técnica da andlise fatorial aos 28 indicadores inicialmente selecionados e as 257 unidades de observacdéo que nao apresentaram, na primeira analise, modernizacdo consistente. Essa and- ise explicou 70,18% do total da varincia original dos dados-e apre- sentou sete fatores ou dimensoes diferenciadoras, das quais quatro sao as prineipais pela sua participacdo no total de explicacdo e pela sua composicaio indicativa de modernizacao. Um primeiro aspecto, caracterizador das quatro dimensées selecio- nadas, consiste no fato de elas nao diferirem grandemente com relacio R, Bras, Geogr., Rio de Janeiro, 49(4) : 3-85, out./dez, 1977 7 BRASIL MICRORREGIOES HONOGENERS ao peso de explicactio. A dimensiio de mais alto peso — 15,87% — cor- responde @ modernizacao da agricultura, mas as suas varidveis defini- doras permitem que seja considerada como mais vinculada a atividade de criagdo. Em termos das areas em processo de modernizacio seria, entao, a melhoria da pecuaria a dimensdo mais diferenciadora. A se- gunda dimensao em peso de explicacdéo — 15,02% — contém atributos que possibilitam qualificé-la como mais ligada & modernizacéo da lavou- ra, embora contenha indicadores que nao sio especificos de quaisquer das atividades agrarias. Nas areas em proceso de modernizacdo a me- thoria da lavoura é, assim, também, uma dimensao que exerce um poder altamente diferenciador das atividades agropecudrias, Outra dimens&o, bastante expressiva para a descricéo da estrutura de modernizacio da agricultura dessas areas, é a referente A modernizacdo da atividade agroleiteira, cujo poder de explicacéo alcanga 12,98%; essa dimensao contém, 4 semelhanga das anteriores, indicadores relativos & lavoura e & criagao, A ultima dimensao importante para caracterizar a melhoria existente na agricultura das areas em processo de modernizacio se prende & modernizacio dos sistemas agrarios que englobou 10,20% da varidneia total dos dados utilizados na analise (Tabs. 3 e 4) TABELA 3 Matriz fatorial das éreas em processo de modernizacdo re : | PATORES Oe VARLAVEIS wen. [er [om [om ] ow 01 Pereentagem da Srea doe extebelecimentos na dren des ‘mieronneeiSee 990010 0a 02 ersntagem da dren em lavoura na reg total doe ee “abelec mente 018028072009 (08 —Perecntazem do rea om pactagens na Grea total das ¢9- Tsheleeimenton 050 0.00 081 0,10 0% Peroentaen da rea de tereus em descunso na Ses to= al. dog entabeloeimentos a7 08 0708 05 Namen "de estabelesimentos que utiliza forea human ‘not trsbalhion sgricolayadmero de estabeleeimentes cave utilien forge animal, mootniea e animal e mocks mica oor 00s oot 0.08 06 Nidmero de estabslocimentes que utilion foren_ animal fs trabalhios agrieoasindiaero de estabelecimentas que utili forca humana noo trabalhce asrivolae 08 0800.08 0,04 or Namora\de estabelesimentes que wile Toren meciniea rhea trabalhes “sercolaeniimero” do extabelecimentes {ne ntllee force homens nos trabalhos agroolng | —O67 O18 (08 -Pesnnal eupado aa agzieultura por hectare de ertabele ‘cimentoe ost 01 © Peroustagem dle empregudos permanentes no total de ‘pesnal cewado, 068 0.20 10 Umm arado’ para, X hectares cultivndes oos 050 12 Umme onlbodeira para X catabeleoimenton 035 Oss 1% Capacidade de stegem por estabelesinento O33 Ot TH Despesna com dubs e eoreeivoe por hectare eultivado "Gas Oo 25 Despesa comm gementes e mudas per hectare esitvedlo” 24 BE 16 Despesa cum ‘veticidas fungicidas por hectare eul- ce 445 022 17 Pereentagem do nimero de estebelosimentos que usa erloantes 008 ost 18 Despeat com alimentaglo © trato de animais por uni- ‘dade-gado 013 —0e2 18 Unidadeeado de rebanho bovino por heetere de pes- ‘agen 00s one 20 Valor dos investimentos por hectare de estabelosimento O17 a0 Bt Valor doe lnvestimentos ets mdquinas © inatramenten Turicolas por hectare de estabelecimento ~ 018 os 22 Valtr dog ihvectimentos em instalacdes © outras ben- Totorias por eatabeleimento ore 2% Valor don Fens em méquinas’ © inetrumentos ogrielas or hectare de estabeleciment oa Nemero do voteules por X produtores rueais = 030 Vinlor da‘Tavoura por hectare eultivado 000 Valor da produsie agropecudria por pessoa ooupada na ‘aziculture —0s5 secntaurem do nimero de bovinos vendidos ¢ abatidos ino nimero total de bovizos 908 28 —-Nédinero de littos de lete pr ven ordenhada ont 30 Da apresentacio das dimensées se depreende, entiio, que um segundo aspecto que as caracteriza, quanto a sua estrutura, é a participacao, em cada uma, de indicadores referentes A lavoura e a criacdo, 0 que se deve & sua coexisténcia espacial, sobretudo a nivel da_unidade agre- gada de observacio usada neste estudo — a microrregiao. Essas quatro dimensées basicas explicam 54,07% da variancia ori- ginal dos dados empregados na andlise das areas em processo de moder- nizacdo. As outras dimensdes emergentes, quer pelo seu fraco poder explicativo quer pela pequena participagao de indicadores definidores na sua composigao, néo chegaram a. se constituir em linhas de dife- renciacéo da modernizacéo da agricultura das areas em anilise. FATOR | — MODERNIZACAO DA AGRICULTURA COM ENFASE NA PECUARIA Corresponde a uma dimensio indicativa de modernizacio das ati- vidades agrarias, mas que, pela sua composicao, expressa aspectos mais vinculados 4 pecuéria, nela figurando a variavel indicativa do uso da terra com pastagens. ‘A expressao do investimento em instalacdes por estabelecimento rural é reveladora de condicoes favordveis de renda do empresario rural, traduzidas, também, pela posse de veiculos e expres- sas no resultado do processo de produgao atraves da varidvel ligada ao rendimento do trabalho. Ademais, a importancia da categoria de em~ pregados permanentes indicaria’ maior estabilidade em’ termos de trabalho assalariado. A presenga, nesta dimensao, da varidvel emprego de colhedeiras por estabelecimento sugere que a melhoria na pecudria se acompanhe de elevaco das condigces tecnolégicas da lavoura. Os indicadores: uso de forca mecdnica e despesas com inseticidas e fungi- cidas demonstram, também, melhor nivel das condigdes de producao agraria. ‘A modernizacao da agricultura com énfase na pecudria_acha-se localizada, sobretudo, em torno da area modernizada, da qual Sado Paulo € 0 centro, apresentando maior numero de ocorréncias nos Estados de Mato Grosso, Goids, Minas Gerais e Espirito Santo. Ocorréncias menos freqiientes aparecem no Parana, Santa Catarina e no Norte e Nordeste. ssa modernizacdo da pecudria se dispde principalmente ao longo de grandes eixos de transporte rodoviério ou ferrovidrio como a estrada Ge ferro Noroeste do Brasil, a rodovia Belém—Brasilia e a rodovia Rio— Bahia (Fig. 6). ‘A dimensao caracterizadora da modernizagéo da agricultura com énfase na pecudria, nas areas brasileiras em processo de modernizacao, apresenta, praticamente ao longo de todos os niveis, duas estruturas que se diferenciam ou pelo predominio da pecuaria ou pela importancia da pecuaria e da lavoura. A estrutura vinculada essencialmente & pecud- ria caracteriza-se, sobretudo, pela grande expresso da Area em pastos, pelo valor dos investimentos em instalagdes, pelas despesas com inseti- cidas e fungicidas, pelo valor da producao agropecuaria por pessoa e pelo uso de veiculo, e se liga principalmente @ areas de Mato Grosso, Minas Gerais, Goids, Bahia, Sergipe, Para, Roraima e Amapd. Na segunda estrutura-pecudria e lavoura distinguem-se duas subestruturas: uma que é mais individualizada pelo maior emprego da mao-de-obra nos trabalhos agrérios e que caracteriza areas de Estados nordestinos e outra mais definida pelo uso da forca mecanica no processo de producdo agricola, vinculada a dreas do Sul e Sudeste. LR, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, $9(4) : 3-65, out./dea. 1977 31 20080 THEE —" segs = zELVT osteo = OSE —~ STINE 9% SLT — OLE — Sm99T SEGRE UT SEIT — HLIO % GFE T— T6sRE— TH99T oe UIT FEHR OFT &% S980 ESB — TOE T = eUET ~ gee ONL E— GEEZ T — % Smo1— FESG— soezT song zz ORF DHS SHES T 1% MATZ STE — HET 26GB OLOT SSIS ERI T osuommmegerensay gz $9090 FOZ T — BLE AIST — HOD E— EIRP —~ SORE youn Gr SOST GOR ~~ GOIN E «STG T ~~ cod — eRe F— noe 9 sunueoy, xg ST Bier 0 PLS 0 SLSF 0 $9960 — COOK —- BSH F ~~ 9e88 5 — pfermpy ap sodure at OL O—~ CET —~ Lees GOR E—~ BOER — GIS E— 26Fe E or O40 O16 T—~ FeOLE SEL HSS T —~ sede — bea F ar ets 1 Wee G— OWEH = GHOSE BOLE —~ GROUT # sre T— Seco t— Bite wR — BETZ HSE et MLO BATE — GesDE TET — eT Z— OST F— GOS F a BEST O~- HEL0T GOT ERIE ZS SRUR ISTE OTF — vupoey TT VINIVEOR GIF O~ SoG L—~ SoIFE goa BE GZtEH- cE souozemy-orpaTe OT So T— WIT SOF BIO EeEaT— cloEe— gIeFS pmdyesvoumjoy GD, FIST — O61LT— Ib gS 190 — TIL0 1 OL — #590 9 ‘oifayy OF 80 B8L0 —- 990FT— oM9 St sFEDE— BETO — ZLLE— GOD D wePy 20 ss0E T— FOTOT— 6000 BET I — 96ILZ— Esa — BOLT o smq 90 OTT —~ WILT — 21892 GIG T — OBE — OID — CBG > yung 6g ore — uss G— Zo06s — ssOO ASE SOHO E —LoaT 9 somos OY 50) SVNOZVIWY VIET — seen 0-— szep£ eae = wee T— S066 E— BOSE z song oye WOOT ooZeT—~ 8s STITT = THO — OOTP — OIE yume oy 0. suov oe GIST — oo SHE BESET — seHDE— Les omgpuer 10 VINOGNOU TIA 1A A AL mu 1 1 : co su0Ir c uoLva | uoiva | uolva | udtva | uoiva | uoLva | uoLva SYANGOOWOH sagINANYOUIN (enuryu09) souo0g ap eu40M oBdezusepour ap osszo01d We Sealy — HSTTVNY v VIGaVL OLOL O-- FOTO -- MTGZTO— OST FH TeVHs~—- MEO F— 94617 sporvig ap sogueg, 9820 0— 209 0~— G9 O— FHOLE— GEO Z— 006 zZ— BOF G Teuorpuioyy vqudetgy Te90—~ 281Z0— 0690 — SISVT— Sues Gah — Lose 9 TIL O— $F200 $69 OTD E-- ERO T— GT — ZIG. 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Geopr., Rio de Janelro, 99(4) : 3-65, out./dex, 1977 isea 3 — 4960 & rst T jor) weMsMy oxtmeL ound HON OMNIS syloo ora 2 sopeinog, wyyE o wETONA soduny, Toes #1 swolbery Sau, purr odwe op umup-giodent) oy asuDSsOE-OMN]Y ON OSSOUD OLVIN $1000 S86F THO TIT PERE TT. gop oe) 6ega TE — dunbeg, omy op Ter aie ect ISO GGT ~ «TOTS Ose SIG eT ESE — Wg OP opusiy oT oP TwuoUHUD}IS [0A ore ans od SaNVUD O1t Teso0 TTT use T E208 F ooet GI Be & wwe 9p oMfNUET 208 L989 0. 6610 T POLE Tesh 0 e110 P soe £ sor ap soda), we, L86h Z s08t & FOIE ZT — 2982 9 ee e008 8 — ‘ep sodury;) 808 TIA TA A AL ut bre 1 Omori “ENaC uolva | uoiva | uoiva | yoLva | uoLva | uolva | UOLvaE Se eee da oN (ogsntouo9) FATOR || — MODERNIZACAO DA AGRICULTURA COM ENFASE NA LAVOURA Trata-se de uma dimensdo reveladora da modernizacdo da agricul- tura e cuja composicéo mostra uma melhoria nas atividades agricolas nas areas em processo de modernizacio. Nesta dimensio ha indicacio de um nivel elementar de modernizacdo, expresso por variaveis como a de emprego de arado por hectare de estabelecimento e pelo uso da. forea animal nos trabalhos agrarios. A esse nivel elementar de moder- nizacao acrescentam-se indicios de um processo de mecanizaciio, tradu- zido nao so pelo valor dos investimentos por hectare de estabelecimento, voltado grandemente para o investimento em maquina, mas também pelo valor dos bens em méquinas, valores esses expressos na dimensao pelos indicadores: uso de colhedeiras e de trator. Uma outra melhoria no processo de producao ¢ representada pelo numero de estabelecimentos que usam fertilizantes. Nessa dimensio, predominantemente composta por indicadores ligados & lavoura, esta presente uma varidvel que revela uma especializacéo na pecuaria, voltada para a producdo leiteira, de- monstrando que, a nivel da unidade de observacio utilizada, nota-se a coexisténcia das atividades de lavoura e criacao. A modernizacdo da agricultura com énfase na lavoura tem seus indices mais expressivos nos Estados do Parana e Santa Catarina, si- tuados entre os dois principais centros de modernizacdo da agricultura brasileira. Hé uma outra area importante de localizacdo desse tipo de modernizacéo, abrangendo partes dos Estados de Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Goids e Mato Grosso. Ocorréncias esparsas veri- ficam-se em alguns Estados do Nordeste e Norte (Fig. 7). A dimensao que representa a modernizacdo da agricultura com énfase na lavoura apresenta uma estrutura caracterizada pelo emprego da fora animal e do arado e pelo uso da mecanizacdo. As microrregiées situadas nesta dimensao nao participaram da diversidade de toda a sua composicao, apresentando elementos setorializados de modernizacao, © que se justifica pelo fato de estarem em reas que se integram ao processo de modernizacao. FATOR Ill — MODERNIZACAO DA ATIVIDADE AGROLEITEIRA Representam a dimensio diferenciadora do padrao de modernizacio da atividade agroleiteira das areas em processo de modernizacdo, Essa dimensao apresenta aspectos ligados A densidade de ocupacdo pelas. atividades a ela vinculadas, expressos pelos indicadores relatives a0 uso do fator trabalho no processo de produgao e a lotag&o dos pastos. Apre- senta, ademais, aspectos que refletem um certo grau de modernizacéo da atividade agroleiteira, traduzidos pelos indicadores ligados ao valor total dos investimentos por unidade de area, ao valor dos investimentos e dos bens em méquinas por hectare e as despesas com alimentacdo e trato de animais. As varidveis ligadas ao uso da terra com lavoura e a producdo leiteira definem a natureza das atividades agrarias, As quais as caracteristicas de densidade e de modernizagio estao associadas. A modernizacdo da atividade agroleiteira nas areas em processo de modernizacao localiza-se principalmente em trés dreas descontinuas: uma, nos Estados do Parané e Santa Catarina, outra em Minas Gerais, Espirito Santo e Rio de Janeiro e a terceira no Nordeste. Com expressao secundaria, em termos de ntimero de ocorréncias, situam-se Para e Ama- zonas (Fig. 8). R, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, 39(4): 3-65, out,/dex. 1977 39 41 rns 3 ns 309 ue ~ meee wxnome [7] & vy sae & ‘ast 0 a 2 RON g S ‘yidynozd WN 3SvNJ WOO WUNLINOIWOY WO OYOYZINYZCOW z T vol & a “WSUS ON TWeNY CLNSWINTOANSS3A 30 SOGNIS3 30 O13/08d . & 5 SWINJOONOH S3OIDZYYOUIN Tswua 43 2463, out /der, 1977 WaNON] WN ISWINI WOO YUN. “TISWdE ON TATY OLNAWMOANSSSG 30 SOGNUS] 3a OL3/OYd LR. Bras, Geogr, Rio de Janeiro, 3914) ‘SUINJOOWOH SIOI9HUOYOIN svud SWBNZOOWOH S30I93HNOHOIN TISvua WUISLITTOUSH 3OVOWLY HO OyOYZINYZCON TT YOu WSyUa ON THUY OLNSWIATOANSS30 30 SOGNLSA 30 O13f08d R, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, $914): 3-65, oul. /dex. 1977 Na dimensfo que diferencia a modernizacdo das atividades agrolei- teiras foi constatada somente uma estrutura em que pesaram tanto os elementos ligados 4 modernizacdo da lavoura quanto os ligados & modernizacdo da criacdo e que serviram & definicdo desta dimensdo. Apenas divergem da estrutura de equivaléncia de expressao de ambas as atividades microrregides correspondentes a capitais nordestinas que apresentam, de modo mais nitido, os elementos de modernizacao ligados & criacdo leiteira. FATOR IV — MODERNIZACAO DOS SISTEMAS AGRARIOS Representa uma dimensao indicativa de modernizacdo dos sistemas agrérios, denotando, por sua composicao, uma melhoria técnica no pro- cesso de producao agraria, que se reflete na elevacdo dos valores do rendimento da terra. Nesta dimenso esta presente um indicador de mecanizacéo representado pelo trator, mas nela dominam os elementos ligados ao emprego de bens intermediarics como adubos, inseticidas, fungicidas, sementes e mudas que significam evolu¢do em termos de sistemas agrarios, mas que néo representam uma. capitalizacdo efetiva na agricultura e nem alteram de modo expressivo a combinacio de fatores de produciio. Os elementos de modernizacio componentes desta dimens&o, se bem que mais largamente empregados na atividade de lavoura, sio também préprios das areas em processo de ocupacdo onde se implanta a atividade de criacdo. Por ser uma dimensao diferenciadora de areas em proceso de modernizacio, os elementos dela participantes raramente contribuiram de modo simultaneo para o posicionamento dos lugares. Este posiciona- mento freqiientemente se deve a presenea de um ou outro elemento de melhoria dos sistemas agrarios, deixando entrever o carater inconsis- tente da modernizacao agréria do universo de lugares considerados, A modernizacao dos sistemas agrarios, em seus valores mais altos, localiza-se em duas Areas principais: uma em Santa Catarina e Parana, entre os dois centres principais de modernizacéo do Pais — Sao Paulo e Rio Grande do Sul — e outra na Zona da Mata e Agreste de Alguns Estados do Nordeste. Valores ainda significativos desse tipo de moder- nizacao situam-se no Sudeste, Centro-Oeste e no Norte (Fig. 9) A dimensao diferenciadora da modernizacao dos sistemas agrarios das Areas em processo de modernizacao apresenta duas estruturas prin- cipais, praticamente ao longo de todos os niveis de posicionamento dos lugares nessa dimensdo: uma mais ligada ao emprego de fertilizantes e ao rendimento da terra, caracteristica das microrregides do Norte e Nordeste e outra- vinculada ao emprego de mecanizacao, acompanhado do uso de fertilizantes ou de sementes ¢ mudas, encontrada nas micror- regioes do Sul e Sudeste. Uma estrutura secundaria mais propria de microrregides do Centro-Oeste aparece, em alguns niveis, representada, pelo uso de sementes e mudas e de defensivos no processo de producao agraria. O fato de nao ter sido identificada uma estrutura em que est: vessem presentes, de modo significativo, todos os elementos definidores desta dimensao, se dé em virtude de ser esta dimensao caracterizadora de areas em processo de modernizacao, onde, muitas vezes, esté apenas presente, de modo expressivo, um dos elementos de melhoria dos siste- mas agrdrios. A modernizacdo da agricultura brasileira das Areas em processo de modernizacdo apresentou quatro dimensGes diferenciadoras principais a primeira ligada a modernizagao da pecuaria, a segunda & modernizagao 46 da lavoura, a terceira A modernizacao da atividade agroleiteira e a Ultima & modernizacdo dos sistemas agrarios. Essas dimensdes diferen- ciadoras, pela sua composicao, mostraram certo grau de dependéncia de umas em relacdo a outras, o que é indicado pela presenca dos mesmos indicadores componentes em diferentes dimensoes. Outro aspecto veri- ficado com relacdo a essas dimensées € que indicadores tanto referentes & pecudria quanto & lavoura encontram-se, freqlientemente, numa mesma dimensao, 0 que se deve em parte ao uso de uma unidade agre- gada de observacdo e também ao proprio fato de essas atividades agra- rias apresentarem, freqiientemente, certo grau de coexisténcia, mesmo a nivel de unidades menores de observacao com o estabelecimento rural. As principais areas em processo de modernizacao localizam-se nas Regides Sudeste, Sul e Centro-Oeste; com importancia secundaria estao areas das Regides Nordeste e Norte. A maior freqiiéncia de indices mais expressivos de modernizacao se verifica em torno dos dois grandes cen- tros de modernizacio identificados na analise efetuada a nivel nacional — Sao Paulo e Rio Grande do Sul. ‘As ocorréncias de modernizacao nas quatro dimensdes diferencia- doras mostraram considerével grau de superposicdo. As dreas posiciona- das ao longo das dimenséoes ligadas 4 modernizacao da lavoura ¢ & dos sistemas agrarios sio as mais altamente coincidentes e séo também espacialmente mais restritas que as areas vinculadas & expressaio da modernizacdo da pecudria, Estas apreesntaram a peculiaridade de se localizarem ao longo de grandes eixos de integracdo nacional, o que Ihes confere maior expans&o espacial relativamente as demais, denotando a importancia que atualmente desempenha a pecuaria na incorporacdo de novas areas ao processo de producao agraria. As ocorréncias de mo- dernizacdo da atividade agroleiteira, por estarem mais vinculadas a uma escala regional, sdo as que se apresentaram mais limitadas espa- cialmente, localizando-se em trés principais areas: Sul, Sudeste e Nor- deste. ‘A analise das Areas em processo de modernizacdo demonstrou haver também grande desequilibrio na modernizacao da agricultura, ja que algumas Areas nao se posicionaram, acima da média, em nenhuma das Gimensoes representativas de melhoria das atividades agrérias, mesmo quando consideradas fora de um contexto que ineluisse as reas moder- nizadas, do ponto de vista agrario, no Pais. Esse desequilibrio pode também ser aferido pela inconsisténcia de participagdo das_micorre- gides Nas dimensoes caracterizadoras da modernizagdo das areas em integracéo ao processo de modernizacao. IV — ESTRUTURA ESPACIAL DA MODERNIZAGAO DA AGRICULTURA BRASILEIRA A constatagao da existéncia de grandes desequilfbrios na moderni- zagdo da agricultura brasileira, quando da andlise elaborada a nivel nacional, utilizando as microrregioes homogéneas como unidade de ob- servacdo, conduziu a necessidade de se efetuar uma outra andlise, onde foram excluidas as areas que apresentaram modernizacéo consistente das atividades agrarias. Na primeira dessas andlises emergiram, como ja apresentado, cinco dimensGes diferenciadoras principais, das quais trés mais vinculadas ao processo de modernizacdo da agricultura, e na segunda foram quatro as principais linhas de diferenciacdo da moder- nizacao agraria. R. Bras. Geoor, Rio de Janetro, 28/4): 3-65, out./der, 1997 a i 324m aos 0 us capa com | su vay ws | cas Sony a wean SOWYYOW SHBLSIS SOQ OYS¥ZINEICON AY HOWE TWSHea ON THEN OLNGWINIOANASHG 30 SOONIS 30 OL3OHd ‘SWINJOONOH S3QIO3HYOSOIN. Tsvua 49 R, Bras, Geogr., Rio de Janeiro, 30/4): 3-65, out./dez, 1977 © confronto entre as dimensdes produzidas numa e noutra anélise revelou a existéncia de algumas semelhancas e também de grandes dissimilaridades entre elas. Em ambas as analises foram identificadas dimensées que se vincularam, predominantemente, 4 modernizacao da lavoura ou da pecuaria, enquanto que uma dimensao ligada & mecani- za¢&io, que emergiu na primeira anélise, nao se repetiu na segunda, denotando as diferenciacoes estruturais existentes nos dois universos de lugares considerados. ‘A mensuragao das dissimilaridades observadas foi efetuada através da aplicago do indice de Duncan * aos dados das matrizes fatoriais de ambas as anélises. O exame da tabela de indices de dissimilaridade reve- Jou grande amplitude de valores, permitindo distinguir diferentes niveis de dissemelhanga entre pares de dimensoes (Tab. 5). TABELA 5 FATORES DA E FATORIAL, DAs DE MODERNIZACAO ] Favor m | FAROR 1 FATOR © | FATOR I Modernizscio da | Mod. da Az. | Mod. das Modernizaci Agro. com. om énfase | Atividades | doe Sistemas Enfose na Pestéra) ma Tavoury | Aaralteiray | i FATOR 1 Modern, da. Agricultura fom énfase ne Lavours —SI,L4 rz 6502 218 FATOR I Modernizagio da. Agri. wing, Pecwiria 102 7345 1504 vat FATOR UT Mecanizagio da Agr 788 82,08 61,76 S402 FATOR IV Dens. de Ocup. p/Ativ Renda Ths S401 38,50 S027 ATOR V {Nivel elementar de Mod. de Ageioulturn 88,10 3 60,18 81,55 Foram quatro os pares de dimensdes que apresentaram menor nivel de dissimilaridade. O primeiro deles é formado pelas dimens6es de mo- dernizagao da agricultura com énfase na lavoura, da primeira andlise, e de modernizacao dos sistemas agrarios, da segunda analise, com 27,75°% de dissimilaridade. A semelhanga entre essas duas dimensoes reside no fato de ser a primeira delas mais complexa e nela conter os elementos componentes da segunda dimensao que é, essencialmente, ligada aos sistemas agrarios. A dimensao de modernizacao da lavoura reune nao 86 indicadores de melhoria dos sistemas agrarios mas também varidveis ligadas a outros aspectos da organizacao agraria. ¥indice de Duncan onde X: dimensio na primeira anélise Y¥: dimensio na segunda andlise © segundo par de dimensées, com indice de dissimilaridade de 31,62%, envolveu as duas dimensées ligadas & pecuaria, da primeira e Ga’ segunda andlise. A semelhanca entre essas dimensdes se deve & cir- cunstancia de que elas apresentam praticamente os mesmos elementos componentes, a diferenca entre elas residindo no fato de a dimensao de pecudria na primeira andlise exprimir ndo s6 a especializacao em pecuaria de corte mas também na pecuéria leiteira, enquanto que a da segunda andlise constitui uma dimensao mais essencialmente repre- sentativa da melhoria da pecuaria de corte. A relativamente fraca dissi- milaridade das dimensoes ligadas & pecudria mostra que, tanto a nivel nacional quanto a nivel das areas ainda em processo de modern'zacao a estrutura de modernizacdo dessa atividade ¢ semelhante, sugerindo, entao, a existéncia de menores disparidades em termos de melhoria dessa’ atividade. © terceiro par de dimensées, constituido pela linha de diferenciacdo ligada ao nivel elementar de modernizacao da primeira andlise e pela modernizacao da agricultura com énfase na lavoura da segunda analise, alcangou indice de dissimilaridade de 55,70%. A identidade entre essas Gimensoes se prende ao fato de as variaveis caracterizadoras do nivel elementar de modernizacio terem também participado da composicio da modernizacdo da lavoura das areas em processo de modernizacao. ‘A relativa similaridade entre essas dimensoes ¢ bastante significativa, j& que permite concluir que 0 que se define como elementar em termos de modernizacaio, a um nivel nacional de consideracéo, é o que vai, prineipalmente, identifica a melhoria da lavoura nas areas em processo de modernizacao. © iltimo par integrante do primeiro nivel de similaridade é aquele composto pelas dimensées de densidade de ocupacao pela atividade agraria, da primeira anélise, com modernizagao da atividade agrolei- teira, da segunda anélise. O indice relativamente fraco de dissimilari- dade entre essas dimensdes — 38,59% — se explica em funcdo de os indicadores componentes da dimensdo diferenciadora da densidade de ocupaedo agraria terem também participado, com valores significativos, da definicdo da dimensao ligada a melhoria da atividade agroleiteira das Areas em processo de modernizacao. O mais alto nivel de dissimilaridade englobou seis pares de dimen- sdes com valores superiores a 80,0%, que mostra grandes diferenciacées estruturais na modernizacdo da’agricultura brasileira. Dois pares apre- sentam como dimensao comum a densidade de ocupagao pela atividade agraria, da primeira andlise, que difere tanto da modernizagao da la~ youra quanto da modernizacao dos sistemas agrérios, dimensdes da segunda anéllise, 0 que se justifica pelo fato de conterem, essas tltimas dimensées, indicadores de modernizacao da agricultura, o que nao ocorre com a primeira dimensao que sé contém elementos indicativos da den- sidade de ocupacdo agraria. Dois outros pares tem também uma di- mensao em comum que é o nivel elementar de modernizacao da agricul- tura, da primeira andlise, que é altamente dissimilar com relacio a duas dimensdes da segunda andlise — a modernizacdo da pecuaria e a modernizacao dos sistemas agrarios — devido & circunstancia de estas duas dimensdes possufrem indicadores de um padrao mais elevado de modernizacdo. O quinto par de dimensoes contrastantes é constituido pela modernizacao da layoura, da primeira andlise, e modernizagao da Decuaria, da segunda anélise, que diferem em quase todos os elementos fe sua composicao, excetuando aqueles que sao comuns 4s atividades de lavoura e de criacdo. O ultimo par de dimensdes, com alto nivel de Gissimilaridade, € representado pela mecanizacdo da agricultura, na primeira andlise, que expressa 0 emprego da forca mecanica num nivel R. Bras, Geogr., Rio de Janeito, 39(4): 3-65, out./dez. 1977 51 mais abrangente de toda a atividade agraria e pela modernizacao dos sistemas agrarios, que tem apenas um elemento de mecanizacao repre- sentado pelo uso do trator. Um nivel de dissimilaridade que apresenta ainda valores altos — entre 70 e 80% —- 6 composto por seis pares de dimensdes das duas analises efetuadas para identificar as linhas de diferenciacao existentes na agricultura, Trés desses pares tém como dimensao comum a moder nizagao da pecudria, da primeira andlise, que contrasta com as dimen- sdes da segunda analise — modernizagao da lavoura, da atividade agro- leiteira e dos sistemas agrarios — por apresentar, com relacao a elas, apenas um elemento comum em sua composicao. Um outro par, neste nivel, 6 constituido pela dimensao ligada modernizacdo da lavoura nas duas andlises; na andlise a nivel de Brasil, 4 modernizacao da lavou- ra se vincularam indicadores de rendimento da terra e do trabalho, en- quanto que na andlise das areas em processo de modernizacao a dimen- so representativa da lavoura nao so nao apresentou esses indicadores como teve ainda como lementos de contraste a presenca de indicadores vinculados a um nivel elementar de modernizacao. Ainda no nivel de dissimilaridade entre 70 e 80% estao dois pares comandados pela di- mensfo da modernizacao da pecuaria, da segunda andlise, com as dimen- sdes mecanizacéio e densidade de ocupacao pela atividade agraria, da primeira andlise; a diferenciacdo existente entre esses pares se justifica pelo alto grau de especificidade da dimensao mecanizacao e pela austn- cia de elementos de modernizacao na dimensao ligada a densidade. Num nivel intermediario de dissimilaridade com valores entre 50 e 70% estao presentes quatro pares de dimensdes diferenciadoras da modernizacdo da agricultura brasileira. A dimensao de modernizacio da atividade agroleiteira, da segunda analise, é elemento comum na forma- edo de trés pares em que os outros elementos sio mecanizacio, nivel elementar de modernizacio da agricultura e modernizagao da lavoura, da primeira andlise; o fato de a dimensdo vinculada a atividade agro- leiteira apresentar complexidade estrutural, com elementos ligados ao proprio uso da terra, ao emprego de mao-de-obra no process produtivo € 4 propria modernizacdo da atividade agraria, justifica um nivel inter- mediario de dissimilaridade, j4 que as dimensdes da primeira andlise, que com ela se combinam, apresentam em relacdo a ela pontos de liga: G40. O tiltimo par com indice de dissimilaridade entre 50 e 70% 6 com- posto pela dimenso de mecanizacdo, da primeira andlise, e pela de modernizacéo da lavoura, da segunda anilise; por ser a dimensao vin- culada & lavoura mais abrangente, nela esta praticamente contida a maioria dos indicadores componentes da dimensao mecanizagao, A apreciagao global da matriz de indices de dissimilaridade entre as dimensoes das duas anilises deixa entrever a dominancia dos altos indices de dissimilaridade existentes entre as dimensoes caracterizadoras da modernizacio a nivel nacional, e daquela a nivel das areas em processo de modernizacdo, 0 que se traduz em grandes desequilibrios na estrutura espacial da agricultura brasileira. Esses desequilibrios podem ser notados quando do exame dos mapas (Figs. 10 e 11) representativos da estrutura espacial da modernizacéo da agricultura, elaborados com base no critério de posicionamento dos lugares ao longo das dimensées de modernizacao emergentes das duas analises efetuadas. Para a defini¢éo da area modernizada, levou-se em consideracéo como ja explicado anteriormente, a participagdo das microrregides no3 fatores identificados como de modernizacao, na andlise a nivel de Brasil Assim, toda microrregiao que se tenha posicionado acima da média na- 52 cional, nas diferentes dimensées de modernizacao, foi considerada, pelo grau de consisténcia apresentado em termos de melhoria das atividades agrarias, como integrante da area modernizada. Para a determinacdo de niveis de modernizacao dentro dessa area foi elaborado um indice somatério a partir das classes de “scores” correspondentes aos trés fa- tores fundamentais de modernizagéio. As classes de “scores” de cada um dos fatores foram transformadas em uma escala ordinal, com valores entre um e cinco que, apés somados, resultaram em uma escala de valores entre trés e quinze. Os valores provenientes do somatério foram categorizados em cinco niveis de modernizacao. As unidades de observacdo nao participantes da area modernizada foram consideradas como estando em processo de modernizacao. Essas Areas foram objeto de uma outra analise visando a identificar diferentes niveis de integracao a esse processo, definidos em funcao da participa- cao dos lugares nos quatro fatores de modernizacao dessa andlise. Quatro niveis foram determinados através da consisténcia de participacao das unidades de observacao nas posicdes superiores & média da modernizacao da agricultura das dreas incluidas na segunda andlise. Assim, no pri- meiro nivel foram enquadradas as microrregioes que participaram, acima. da média, nas quatro dimensGes de modernizacao desta andlise ¢ assim, sucessivamente, até que o quarto nivel integrasse as microrregioes que apenas se posicionaram favoravelmente num tnico fator. [As unidades de observactio que nao se posicionaram acima da média em nenhuma das dimensdes de modernizacio da segunda andlise fo- ram consideradas como constituintes de uma area no integrada ao processo de modernizacao da agricultura. © arranjo espacial das categorizacées, efetuadas em fun¢do dos critérios adotados de consisténcia de participacdo dos lugares nas di- mensées compésitas de indicadores de modernizacio agraria, permite visualizar a estrutura espacial da modernizacio da agricultura bra- eira. © espaco considerado como modernizado (Fig. 10) corresponde a duas principais Areas: a primeira compreende o Estado de Sao Paulo, o norte do Parana, parte do Triangulo Mineiro, Mojiana mineira e o sul de Minas Gerais e a segunda é composta pelo Estado do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, Além dessas duas areas de maior representatividade espacial, existem outras areas com significagéo em termos de modernizacéo da agricultura. Uma delas abrange parte do Estado do Rio de Janeiro e parte da Zona da Mata de Minas Gerais e otra, com continuidade territorial com relacio 4 de Séo Paulo, é constituida pelas microrregiées paranaenses de Curitiba, Ponta Grossa, Campos de Lapa e Jaguariaiva. Ainda na categoria de areas modernizadas, mas com pequena ex- pressdo espacial, estao o Distrito Federal, 0 extremo oeste paranaense e microrregiées de capitais estaduais, algumas vezes acompanhadas de micorregioes contiguas: 6 0 caso de Belo Horizonte—Divinopolis, Vito- ria, Maceié, Recife—Mata Seca e Belém. ‘As areas modernizadas foram categorizadas em cinco niveis (Fig. 10). O primeiro, que retine as areas que apresentaram cs mais altos indices de modernizagao, 6 formado por trés microrregiées paulistas: Grande Sao Paulo, Jundiai e Campinas, caracterizadas por uma estru- tura complexa de modernizacao, que incorpora todos os tipos de inputs de intensidade pelo capital, no processo de producdo, e que abrange todas as atividades agrarias; também a micorregio gaticha — Colonial do Alto Jacuf — encontra-se neste primeiro nivel e sua estrutura de R, Bras. Geogr, Rio de Jancito, $9(4) : 3-85, out./dez. 1977 53 csr 33 os a wo OWSYZINYIGOW 30 SIZAIN OVZINUICON WAY WO YunLinoidoW Yo OWDUZINYZOON YO TMIONdS3 WyNLNYLSI SWINZQOWOH S3Q102NYONDIN. Tsvaa sts erway erase wos SWINZDONOH S3QI93H4OUOI Tsvua us-nyeecey con N04 smu one a OydWuOILMI 30 SIBNN OyOHZINUIGOW 30 OSSII0¥d OW OyOWHOSINI W3 SW3HY SYN YeRLINOWWDY YO OYSWZINGIOOW WO TYIOWdS3 YUNLNULSI Swed ON WHNY OLNSWINIOANIS30 30 SOOMISI 30 O13/0Hd 57 4, Bras, Geogr., Rio de Janeiro, 39(4): 3-65. out./dez. 1971 modernizacao se define através dos altos indices de mecanizaco ligados 4 atividade agricola, © segundo nivel de modernizacdo englobou principalmente micror- regides de Sio Paulo, localizadas, sobretudo, na Mojiana e Araraqua- rense, no vale do Paraiba, Paranapiacaba e na costa norte paulista. Escas areas apresentaram, como as trés microrregides paulistas do nivel anterior, uma estrutura de modernizacio que se individualiza pela sua complexidade, reunindo todos os elementos definidores de modernizacao das atividades agrarias, com excecao da costa norte paulista, ai posi- cionada em fungio dos investimentos em maquinas que vém se pro- cessando no seu. restrito espaco agrario, Ainda neste nivel estdo as microrregiées gatichas de Ijui e Passo Fundo, semelhantes a microrre- gido do alto Jacui, pelo intenso emprego da mecanizacao nos trabalhos agricolas. © terceiro nivel de modernizacao apresenta-se mais disperso, porém ainda com mais expresso em So Paulo e Rio Grande do Sul. Em Sao Paulo, sao as microrregides da Noroeste, da Paulista e de parte da Araraquarense que participam deste nivel, individualizado, em termos de modernizacéo, pela coexisténcia de dois padrées: um ‘com énfase na mecanizacao € alguns insumos modernos e outro representado pelo emprego da forca animal. Nas microrregides do Rio Grande do Sul sio observadas duas estruturas: uma caracterizada pela mecanizacao e pelo uso da forca animal, correspondente, sobretudo, a Areas do noroeste, a Porto Alegre e a Caxias do Sul e outra pela mecanizacéo e por elementos de melhoria na atividade de criacao, localizada no extremo sul do Estado. Ainda neste nivel situa-se grande parte do Estado do Rio de Ja- neiro onde a modernizacao se vineula 4 mecanizacéo, ao consumo de fertilizantes e aos insumos ligados 4 pecudria leiteira. Nele incluem-se também as microrregides do Parana — Ponta Grossa, Jacarezinho ¢ Acai — e a microrregido de Minas Gerais — Pocos de Caldas, com estrutura de modernizacdo analoga 4 das areas patllistas deste terceiro nivel, onde a mecanizacao e o emprego da forca animal sao as carac- teristicas principais de sua modernizacdo. O Distrito Federal e Belém completam o conjunto de microrregioes deste nivel e se definem, a primeira pela mecanizagao e pelo emprego de outros insumos modernos, € a segunda pela primazia da mecanizacao nos trabalhos agricolas. O quarto nivel de modernizacao apresenta-se com maior dispersio que os anteriores. Em Sao Paulo corresponde as areas das altas Arara- quarense, Paulista e Sorocabana, dos campos de Itapetinga e baixada do Ribeita, em Minas Gerais compreende Areas do Tridngulo, sul e parte da Mata, no Prana abrange parte do norte, o extremo oeste, Curitiba e campos de Lapa, no Rio Grande do Sul engloba principal- mente Areas do vale do Jacui, do litoral lagunar, algumas areas coloniais e os campos de Vacaria. Ainda neste nivel esto 0 oeste catarinense e 0 alto Itajai em Santa Catarina, So Jodo e Macacu, Vassoura e Barra do Pirai no Rio de Janeiro, Maceié em Alagoas e Recife e Mata Seca em Pernambuco. A modernizacao dessas areas caracteriza-se, fundamentalmente, pela existéncia de dois padrées: um, de carater elementar, ligado ao uso da forca animal e outro, mais evoluido, individualizado pelo emprego da mecanizacéo nos trabalhos agrarios. Outros insumos modernos como adubos, inseticidas, sementes, racées e medicamentos séo também uti- izados no processo de produgdo, embora nao de maneira generalizada, havendo areas caracterizadas mais pelo emprego de um ou outro desses insumos, 58 © iiltimo nivel de modernizacao 6 representado apenas por cinco areas: uma em Minas Gerais — Ubé — uma no Rio de Janeiro — Cantagalo — duas no Parana — Jaguariaiva e Paranavai — e uma no Rio Grande do Sul — Camaqua. Essas areas participam das mesmas caracteristicas de modernizaco das areas do nivel anterior, apresen- tando coexisténcia de uso de forga animal e de mecanizagéio e emprego de alguns insumos modernos. ‘Alem das Areas modernizadas, foi identificado um vasto espaco con- siderado em integracio ao processo de modernizacao, que foi categorizado em quatro niveis (Fig. 11). O primeiro deles € representado por areas mais integradas a0 processo de modernizagao, sendo constituide prin- cipalmente por microrregiGes localizadas entre as duas principais areas modernizadas, ou seja, nos Estados do Parané e Santa Catarina, e por microrregides do Estado do Rio de Janeiro, de parte do sul de Minas Gerais e pelo alto Paraiba em Sao Paulo; com menor expressio espacial esto neste nivel algumas areas da Mata e Agreste nordestinos, capitais como Salvador e Fortaleza e Tomé-Acu na Amaz6nia. As areas em processo de modernizacao, incluidas neste nivel, sdo caracterizadas prin- cipalmente pela superposigao de dois padroes de modernizacdo: um, mais elementar, representado pelo uso do arado e da tracéo animal e outro, mais evoluido, constituide pelo emprego da mecanizacdo nas ati- vidades agrarias, basicamente constituidas pela lavoura e pela atividade de criacdéo com énfase na especializacao leiteira. ‘As areas consideradas no segundo nivel de integragao ao processo de modernizacao estao localizadas, sobretudo, no centro-sul do Pais. ‘As microrregides do sul de Mato Grosso, sul de Goiés e as de Minas Gerais (Ponta do Triangulo, Araxé, altos Parnaiba e Sao Francisco e Mata da Corda) sao caracterizadas principalmente pela modernizacao da pecuaria e pela mecanizacio da lavoura; as demais areas de Minas Gerais, do Espirito Santo, de Sao Paulo, do Prana e de Santa Catarina se individualizam pelo dominio do emprego do arado de tracéo animal, ao qual se superpde 0 uso da mecanizacao e de fertilizantes nas ativi dades agrarias voltadas para a producéo agroleiteira; as dreas nordes| nas deste nivel, quanto 4 modernizacéo da agricultura, se identificam pelo emprego de fertilizantes e pelo rendimento da terra e, quanto as atividades agrarias, as microrregides da Bahia (Cacaueira e Recéncavo) , as matas do Rio Grande do Norte, Paraiba ¢ 0 litoral norte de Alagoas se caracterizam mais pela lavoura, enquanto as microrregides do baixo Paraiba, Agreste setentrional de Pernambuco, Proprié e Itabaiana se individualizam pela producdo agroleiteira. O terceiro nivel de integragao ao processo de modernizacao constitui um padrao mais fragmentado. As areas de Mato Grosso, Minas Gerais, Espirito Santo e Bahia, que dele sao participantes, caracterizam-se principalmente pela modernizacdo da pecuéria, representada, sobretudo, pelo investimento em instalacdes e pelas despesas com sementes, mudas € defensivos agrarios. Ainda vinculadas a atividade de criacao estado as Areas de Roraima e Amapa identificadas, em termos de modernizacd unicamente pelos investimentos em instalacées, Neste mesmo nivel, p rém com outros aspectos individualizadores quanto as atividades e a elementos de modernizagao, estao as Areas dos Estados do Maranhao, Ceara, Pernambuco e Alagoas (Batalha) voltadas para a producao agro- Ieiteira e caracterizadas, em relagao & modernizacao, pelos gastos com alimentaco e trato de animais e fertilizantes e, secundariamente, pelo uso da mecanizacdo, Também definidas pela atividade agroleiteira, mas fundamentalmente ligadas ao emprego de fertlizantes, estao as areas do Para, Sergipe ¢ as demais de Alagoas. Mais definida por indicadores que expressam 0 uso da terra e ndo a modernizacdo esté a microrregiao R, Bras, Geogr., Rio de Janeiro, $9(4) : 3-63, out./dez. 1977 59 signs suaNreD ‘SWANZOOWOH S30:934HO4IIW Tsvua amazonense do alto Solimées. Ja nas areas do Parana ¢ Estdo do Rio de Janeiro, incluidas neste nivel, ainda que também agroleiteiras, se individualizaram por um padrao mais elevado de modernizacéo, expresso pela mecanizacdio, superposto 2 um padrao elementar de modernizacao, baseado no uso do arado de tragao animal. © quarto nivel, que representa o menor grau de consisténcia em termos de integracao ao processo de modernizacdo, é constituido por reas localizadas sobretudo no Centro-Oeste e Sudeste, Este nivel for- ma um padréo mais fragmentado nas Regides Nordeste e Norte. Os elementos definidores das areas participantes deste nivel so muito mais vinculados aos indicadores de utilizagao da terra do que propriamente aos de modernizacao. As diferenciacoes existentes, no que se refere & modernizaciio, consistem no fato de que as areas de Mato Grosso, Goids, Minas Gerais, Espirito Santo, Bahia (piemonte da Diamantina e Inte- riorana do extremo sul) e Para (Guajarina, Araguaia e campos de Mavajé), caracterizadas, fundamentalmente, pela atividade de criacao de gado, apresentam, como elementos de modernizacio, os investimentos em instalacdes e 0 emprego de sementes e mudas ¢ defensivos na agri cultura. Ja as dreas do Nordeste, voltadas sobretudo para a produgao agroleiteira, identificam-se, em geral, pela presenca de um indicador de modernizacaio representado, ou pelos investimentos e bens em ma- quinas, ou pelos gastos com alimentaciio e trato de animais ou ainda pelo uso de fertilizantes. Quanto As demais areas da Regido Norte, a sua caracteristica fundamental, em termos de lavoura, consiste no ele- vado rendimento da terra por hectare cultivado, resultante nao tanto da produtividade mas em funciio do alto preco alcancado pelos produ- tos agricolas. As éreas modernizadas e em proceso de modernizacéio encontram-se localizadas principalmente no centro-sul do Pais. Em geral, as areas que apresentaram modernizacao da agricultura vinculam-se sobretudo 4s maiores concentragées urbano-industriais. A partir da principal area modernizada — 0 Sudeste — configuram-se 4reas em integracéo ao processo de modernizacao, que se dispoem em niveis decrescentes de integrag&io, no sentido norte e oeste, orientando-se segundo importan- tes eixos de comunicagao, como se verifica ao longo das rodovias Belém— Brasilia e Rio—Bahia e da ferrovia Noroeste do Brasil. Ja no sentido sul, a proximidade de outra area modernizada — o Rio Grande do Sul — confere ao espaco existente entre as duas Areas modernizadas niveis mais elevados de integragao ao processo de modernizacao (Fig. 11). No Nordeste e Norte configura-se um outro padriio espacial de mo- dernizacdo: as Areas modernizadas correspondem, geralmente, as capi- tais de localizacao litoranea e os diferentes niveis de integracdo ao pro- cesso de modernizac&o se dispdem do litoral para o interior ou interligam, ao longo do litoral, os micleos modernizados. Com descontinuidade, € com fraco nivel de integracao ao proceso de modernizacao, apresentam- se areas serranas do sertao nordestino. Dois grandes espacos mostraram-se néo integrados ao processo de modernizacao da_agricultura brasileira: um deles é constituido por quase todo 0 sertdio do Nordeste, atingindo praticamente todo o norte de Minas Gerais, norte e leste de Goids e quase todo 0 Maranhao; 0 outro corresponde 4 maior parte do Pard e do Amazonas, ao Territério de Rondénia e ao Alto Guaporé—Jauru, em Mato Grosso. Também nao integradas ao processo de modernizacao, e com expressao espacial redu- zida, estao alto Ribeira no Parana, tabuleiros de Valenca e litoral sul na Bahia. Esses espacos, por serem fracamente dotados de elementos de melhoria nas atividades agrérias, néo apresentaram condigées de integracéio ao processo de modernizacéo da agricultura. 62 A categoria espacial, efetuada sob a dtica da modernizagao da agri- cultura, evidencia grandes disparidades a nivel nacional, contrapondo ao centro-sul modernizado ou em niveis de maior integragao ao proceso de modernizacdo, grandes espacos no Norte e Nordeste com areas res- tritas modernizadas ou em processo de modernizagao e vastas éreas n&o integradas a esse processo. Essas disparidades séo também notadas a nivel de consideracao intramacrorregional mesmo em termos de Su- deste e Sul, onde estao localizadas as duas grandes areas modernizadas do Pais — Sao Paulo e Rio Grande do Sul — e onde também se encon- tram areas nao integradas ao processo de modernizacéo como o norte de Minas Gerais ¢ o alto Ribeira no Parana. Disparidades sio também constatadas no contexto interestadual, dado o fato relativamente fre- qiiente de o limite estadual separar Areas que, embora contiguas, apre- sentam niveis contrastantes de madernizacdo agraria, 0 que pode ser atribuido ao papel exercido pelas politicas estaduais de melhoria da agricultura, Um outro aspecto, em termos de disparidade, é observado na escala intramicrorregional ¢ se traduz pela coexisténcia de um nivel elementar com outro mais evoluido de modernizacao agraria, resul- tantes das disparidades também verificadas a nivel de produtores ou a nivel de produtos agrarios. BIBLIOGRAFIA ARAUJO, Pau'o Fernando Cidade de e SCHUH, G. Edward — Desenvolvi- mento da Agricultura, Livraria Editora, S40 Paulo, 1975, 192 pp. BALDWIN, Robert — “Padrées de desenvolvimento nas regides de coloniza- co recente” — in Textos de Economia Regional XII — CEDEPLAR, — traducio mimeografada — Belo Horizonte, 1972. 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APEC Editora S.A. Rio de Janeiro, 1971, 369 pp. — “Modernizagao ¢ Dualismo Tecnolégico na Agricultura, Alguns Comentarios’, in Pesquisa e Planejamento Econémico, Revista do IPEA, vol. 3, n° 1, Rio de Janeiro, 1973, pp. 51-93. TARRANT, John R. — Agricu‘tural Geography, Problems in Modern Geo graphy, David and Charles: Newton Albot, Great Britain, 1974, 279 pp. TAYLOR, D. R. F. — Spatial organization and rural development in freedom and change, Mc, Clelland and Stewart Limited. Toronto, 1975. SUMMARY Due to the lack of geographical studies and theoretical grounds for analyzing Brazil's rural development, the authors have restricted this work to the study of the Brazilian agriculture ‘modernization process in order to establish its concept, structural dimensions and correspondent spatial patterns, Based on data from the 1970 Census of Agriculture, concerning land use and agricultural productivity and efficiency, 28 indicators have been constructed. ‘To those indicators related to %59 Brazilian microregions, the factorial analysis technique as been applied, presenting 77.06% of the data original variation and identifying 3 basic dimensions: emphasis on farming, ‘modernization of livestock and mechanization of agriculture, The analysis of the spatial distzi- bution of the scores in those three dimensions ha: revealed the existence of 2 main areas of modernization: one i Sio Pawlo and the cther in Rio Grande do Sul, In order to determine ‘the other sress and their peculiarities, a second analvals has been made on the microregions laced above the mean in the 3 dimensions of the first analysis. The factorial analysis technique applied again to the same indicators and to 257 microregions has presented 70.18% of the original varistion and has determined 4 bat livestock, farming and dairying, fe dimensions of modernization: agrarian systems, ‘The application of a ditferentiation index to identity existing similarities and differences as permitted to compare the dimensions of the first analysis with those of the sscond analysis. Based on these analyses, 2 maps have been composed to synthetize the spatial structure of the Braztilan agriculture modernization process: one for the modernized areas and the other for the modernizing areas. The obsorvation units placed above the mean in the 4 dimen- slous of the second ansiysis have been considered as components of an area not included in the process. ‘The spatial structure of the Brazitian agriculture moderniestion process has shown that ‘the modernized areas correspond to the surroundings of the country’s largest urban-industrial centers and that the diffusion of the modernization elements starts from those areas, especially by the principal means of transportation. The differences at national, macroresional and ‘intrastate levels are the remarkable features of that svatial structure, RESUME Fate de fondements théoriques pour Yenalyse globale du développement rural au Brésil et a'études géographiques sur le theme, ee travail a été consscré a Vérude de la modernisation agraire —— Yamélioration de agriculture au moyen de techniques modemes pour ausmenter Ja productivité et le rendement de le terre et du travall — avec Vobjectif d’établir ses dlmensions structurales et les modéles spatiaux correspondants, Les 28 indicateurs utilises dans cette recherche ont été élaborés sur les données du Recensement de l'Agriculture de 1970 concernant utilisation de la terre, et Vintensité, productivite et rendement de Y'agriculture. L'application de Ia technique de Vanalyse factorielle aux indicateurs relatifs & 959 mlcrorégions brésiliennes a expliqué 77.68% de la variation originale des données et e déterminé $ dimensions: emphase sur le labour, modernisation de V'élevage et mécenisation de agriculture. L’anatyse de la distribution spatiale des résultats dane cee 3 dimensions a revélé Voxlstence de 2 alves principales de modernisation de agriculture brésilienne: "une fen Sho Paulo et Yautre au Rio Grande do Sul. Pour déterminer les autres alres eb ses particula- rités, une deuxléme analyse a été développée, portant sur les microrigions placées at-dessous de la moyenne dans les 3 dimensions de Vanalyso initiale, Une autre application de la technique de Vanalyse factorielle aux mémes indicateurs et a 257 mlerorésions a expliqué 70.18% de la variation originale et a déterminé 4 dimensions fondamentales de modernisation: élevage, Inbour, activité agro-laitiére et systémes agraires, Wapplication d'un indice de différentiation a permis identifier des ressembiances et des Aisparités existantes et de confronter les dimensions de Ia premiére et de Ja deuxiéme analyse, A partir de ces analyses 2 cartes ont été élaborées en synthétisant la structure spatiale de In modernisation de Yagriculture brésllenne: Vune pour lee aires déja modernisées et Vautre pour ies aires on procés de modemisation. Les unitée d'observation plactes au-dessous de la moyenne dans la deuxiéme anslyse ont été considerées comme des aires i I'écurt du procts, Lianslyse de 1s structure spatiale de 1a modernisation de Vagricultute brésilienne a montré que Jes aires modernisées correspondent aux alentoura des plus grandes agglomerations urbainese industrielles du pays et que le propagation des éléments de modernigation se fait a partir de ees aires par les prinetpales voles de transport, Les disparités observées aux niveawx national, muacrorégional et départemental sont les carscteristiques de cette structure, R, Bras, Geogr., Rio de Janeiro, 39/4) : 385, out./dez. 1977 65 ClassificagGo dos municipios das regides metropolitanas, segundo niveis de urbanizacdo INA ELIAS DE CASTRO MARIA DO SOCORRO ROCHA MARINA SANT’ANNA nos centros urbanos brasileiros tem gerado o apareci- mento de varias ordens de problema, em escala nunca antes conhecida. Dentre estes problemas destaca-se, pelo seu significado socio-econémico, a impossibilidade da infra-estrutura do sistema previ- dencidrio do INPS em acompanhar, satisfatoriamente, 0 aumento da massa em crescimento. Em decorréncia disso, numa tentativa de solucionar, a curto prazo, 0 problema, os recursos disponiveis foram alocados de maneira desorde- nada, gerando um padrao espacial de distribuicdo dos servicos previden- ciérios que nem sempre atende, de forma eficiente, As necessidades da populacao beneficiaria, Diante ‘disto, justifica-se, plenamente, a preo- cupagao da administracéo do INPS em diagnosticar o desempenho dos servicos e beneficios prestados para poder desenvolver o processo de racionalizacao na atuacao da autarquia ‘Ao iniciar-se a elaboragdo de Plano de Localizagdo de Unidades de Servico (PLUS), no entanto, constatou-se ser necessario, numa primeira etapa do trabalho, dar-se prioridade as regides metropolitanas, dado que estas dreas apresentam caracteristicas especiais, onde a problema- tica do atendimento & populacdo beneficiéria do INPS exige solugdes mais urgentes e em grande escala. A concentracao da populacéo em quantidades crescentes Fate trabatho € parte de um documento mais amplo visando a earacterizagto s6eio~ econdmica das resides metropolitanas legalmente estabelecidas no Pais, Esta contri- bbuicdo no Grupo de Trabalho do Plano de Localizacéo de Unidades de Servigo do INPS (GT-PLUS) ‘atendeu aos termos do Convenio SEPLAN/MPAS/INPS/IBEA/LEA, celebta> 49 ¢m 20-01-78 © pudlieado ve DOC, n." 22, de 62-02-76, 66 A primeira destas caracteristicas vincula-se 4 importancia do papel desempenhado por essas regides na vida do Pais. Estas areas, mais do que centros de grande atividade econémica, sao centros de ‘comando econémico-financeiro, de comando politico, de controle social e de ace- leracdo cultural a nivel regional e, até mesmo, nacional. ‘A segunda é a presenca nessas regides de uma grande massa de beneficiarios do INPS, uma vez que elas possuem cerca de 28 milhoes de habitantes (1975) que representam, aproximadamente, 45% da popu- lacao urbana do Pais. A terceira corresponde ao acelerado aumento dos efetivos destes beneficidrios, uma vez que ai ocorrem as maiores taxas de expansao do mercado ‘de trabalho, seja no setor tercidério ou secundario. Desse modo, os problemas essenciais das regiées metropolitanas passam a ter repercussio nacional e exigem, portanto, politicas gover- namentais definidas, de forma precisa e imediata, Cabe acrescentar, no entanto, que as regides metropolitanas foram compreendidas néo somente como um espaco geograficamente delimi- tado que foi institucionalizado mas também como um conjunto de unidades espaciais (municipios) que apresentam uma vida de relacéo, seja econémica ou social, bastante intensa, gerando, em decorréncia, um padrao caracteristico de organizacao do espaco. Em outras palavras, a regido metropolitana é constituida nao somente pela metrdpole mas pelo conjunto de municipios que mantém com ela intensas ligagdes de ordem econdmica e social. Para aperfeicoar o sistema de distribuicao de prestacdes de servicos do INPS, faz-se imprescindivel conhecer-se primeiro a estrutura s6cio- econémica da regiao onde o processo de racionalizacao do sistema de- vera ocorrer, para que seja realmente possivel locar e aparelhar as uni- dades de servicos, de acordo com as necessidades especificas de cada regido. Em fungdo disto e tendo em vista a prioridade dada as regides metropolitanas, 0 objetivo deste estudo compreende 0 desenvolvimento de uma andlise das caracteristicas sécio-econémicas destas regides prio- ritérias, tendo em vista a classificagao dos municipios componentes segundo os seus niveis de urbanizacao. 1 — AS REGIOES METROPOLITANAS Podemos identificar no sistema espacial brasileiro um sistema urba- no composto de 9 subsistemas, cada um comandado por uma metrépole. Este sistema funciona como um quadro de referéneia para alocacao de recursos € para orientacdo do desenvolvimento urbano e regional. De maneira geral, assume-se que, aplicando investimentos macicos de capi- tal, equipamentos e outros fatores nestes centros, 0 desenvolvimento se difundiria deles para todo o sistema espacial, especialmente por meio dos subsistemas urbanos inferiores, comandados por aqueles 9 centros. Uma metrépole, por sua vez, pode ser definida como uma cidade em escala excepcionalmente grande, seja na populacdo aglomerada seja na area continuamente urbanizada, ou mesmo na importaneia das re- gides ¢ cidades que est’io sob seu comando econdmico. Assim sendo, metrépole é, na realidade, uma cidade-regiao que, a partir de um micleo principal e gracas aos recursos da sociedade industrial, induziu a rapida urbanizacao das areas vizinhas, envolyendo antigos nucleos, integrando- os em uma nova realidade sécio-econémica e tornando ultrapassadas as unidades politico-administrativas que lhes correspondiam. R, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, 99(4) : 66-81, out./dez. 1977 67 Desse modo, regio metropolitana pode ser definida como um sis- tema espacial composto, de um lado, por uma metrépole de diferentes centros secundarios e zona rural e, por outro, de um conjunto de eixos de comunicacéo unindo os centros secundarios e as zonas rurais, tanto entre si como com a metrépole, através dos quais se consolida, progres- sivamente, 0 processo de integracio que caracteriza funcionalmente estas areas. As 9 regides metropolitanas brasileiras referem-se as seguintes me- trépoles relacionadas por ordem decrescente de tamanho de populacao de suas 4reas metropolitanas em 1975: So Paulo, Rio de Janeiro, Re- cife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Curitiba e Belém. Algumas observacées quantitativas e qualitativas sobre as regides metropolitanas brasileiras podem ser feitas: 1.8 As nove regiées metropolitanas contém quase metade da popu- lag&io urbana brasileira e mais de um quarto da populacio total. 2.2 As duas maiores regiées metropolitanas (Sao Paulo e Rio de Janeiro) contém mais da metade da populacdo total das re- gides metropolitanas e mais de um quarto da populagdo urba- na do Pais. 3.2 © desenvolvimento de projecdes para 1980 e 0 ano 2000, a partir de 1970, revela que as nove regides metropolitanas con- centrarao em cerca de 10 anos um terco da populacdo total e duplicaréo em 30 anos a populacéo que possufam naquele ano. 4.2 A maioria das regides metropolitanas situam-se no litoral, praticamente a beiramar e as poucas mais afastadas distam menos de 100 km da costa, a excecdo de Belo Horizonte dis- tante 400 km do oceano Atlantico. Os dados apresentados na tabela I corroboram a importancia das regiées metropolitanas no Brasil. Analisando-se as taxas anuais de crescimento da populacao urbana das Regides Metropolitanas como um todo, constata-se que esté havendo uma diminuicao do ritmo de cresci- mento geral, uma vez que todas elas tendem a apresentar, entre 1970- 1980, taxas de crescimento inferiores aquelas observadas entre 1960-1970 (tab. II). Observa-se, no entanto, que este fato nao é uma caracteristica especifica das regides metropolitanas, pois a taxa anual de crescimento da. populacéo urbana do Brasil também diminuiu de uma década para outra, embora em menor escala. Deve ser ressaltado, no entanto, que no perfodo de 1960-1970 a taxa de crescimento anual da populacdo urbana do Brasil é inferior A taxa de crescimento anual da populacdo urbana das regides metropo- litanas no mesmo periodo, enquanto na década de 1970-1980 a situacdo tende a se inverter, pois a taxa deste crescimento no conjunto das re- gides metropolitanas é inferior 4 do Brasil. Este fato pode estar vinculado, por um lado, & efetiva diminuicéio do ritmo de crescimento da populacdo urbana das regies metropolita- nas e por outro ao processo de incremento populacional dos centros de porte médio no Brasil, ocorrido mais intensamente a partir de 1970. Estes apresentaram em 10 anos, isto é, entre 1960-1970, um acréscimo populacional de 90% aproximadamente, enquanto que em apenas 5 anos, ou seja, 1970-1975, j4 apresentaram um acréscimo de cerca de 65: A anélise da tabela II revela ainda que, embora todas as regides metropolitanas tenham tido seu ritmo de crescimento reduzido, a posi- 68 REGIOES METROPOLITANAS TABELA I Regides Metropolitanas Populagao Tq sopme © | a some a | % sopee REGIOEs, TOTAL, 1975 ‘BopUracto, MBPROPOLITANAS | “C000 hab) URBANA’ DO | ‘Tora, “bo Pats Pais So Poul een Rio de Janeiro 8 520 ie SUBTOTAL 36. 256 ma Reafe Belo Horizonte Porto leer susrora 564 10.4 98 ToraL 1000 451 2r0 BRASIL URBANO RAST 107 145 FONTE: INPS/GT-PLUS, Anufrio Eetatstion do Brasil, 1075, TABELA II Regides Metropolitanas Tazas anuais de crescimento da populagdo urbana CRESCIMENTO POPULACIONAL — % a.a | 1960 ~ 1970. Sto Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Recife Porto Alegre Salvador Fortaleza Curitiba: Belém Total Brasil 4.99 414 FONTE: INPS/GT-PLUS, (0 relativa de cada uma, no que diz respeito ao ritmo de crescimento, nao se alterou substanciaimente entre as duas décadas. Considerando os dados apresentados na tabela III sobre as condi- g6es sociais das regiées metropolitanas, constata-se inicialmente que estas regiées, tomadas em conjunto, apresentam em todos os indica- dores adotados uma situagdo superior Aquela observada para o Brasil. Este fato vem corroborar as afirmacées feitas anteriormente neste texto de que a regides metropolitanas sao focos de comando do processo de desenvolvimento do Pais. Em fungdo disto, nao é de surpreender a 70 a OAL SOMTOSVN SOWIE Sor MA The SVIMYO, SVINYLINYS soolsy SaQOVIVISN SOFTPOTIVOC % SOTTIOINKOC SOTTPOTINOC 2 OYOVTAdOd 7) sony /SOH 1A sjeyoos soxopeatpur spupmmodonan soorbay Tm VIaav. 71 68-81, out. /dex, 1977 Rio de Janeiro, 9944 Geoor R, Bras, superioridade de sua situacdo em relacdo as outras areas do territério nacional, apesar de, paradoxalmente, esta mesma superioridade acar- retar intimeros problemas de ordem predominantemente social. Esta superioridade exerce um poder de atracdo nas massas mais propensas ao deslocamento, que afluem continuamente para essas regides, contri- buindo substancialmente para aumentar o seu porte e seu dinamismo, mas também sobrecarregando os equipamentos fisicos e sociais que nao conseguem acompanhar este crescimento populacional. Observa-se, no entanto, analisando os valores dos indicadores para cada regiao metropolitana, que as regides localizadas no Nordeste brasi- Jeiro apresentam niveis inferiores n&o sé aos das outras regides metro- politanas como aos do Brasil. Deve-se isto, possivelmente, ao fato destas regides refletirem as condigées sécio-econémicas desfavoraveis tanto no que diz respeito as condicées de vida como acs equipamentos urbanos que predominam naquela macrorregiao. Em outras palavras, o “porte” econémico nao tem correspondido ao tamanho e ao ritmo de crescimento populacional, gerando uma constante defasagem entre os equipamentos urbanos fisicos e sociais e a sua clientela nessas regides nordestinas. Por outro lado, constata-se ainda da anélise da tabela IIT que a regiéo metropolitana de Belo Horizonte ocupa em quase todos os indi- cadores uma posicéo relativa inferior ao esperado, o que é de estranhar, uma vez que ela esta localizada na macrorregiao mais desenvolvida do Pajs, ou seja, 0 Sudeste. Deve-se isto, provavelmente, ao fato dessa re- gido vir apresentando, a partir de 1960, taxas anuais de crescimento populacional muito elevada (tab. II), fazendo com que a melhoria das condicdes de vida e o crescimento do equipamento urbano nao con- sigam acompanhar essas taxas de maneira proporcional. Analisando separadamente cada um dos indicadores selecionados (tab. III), observa-se, no que diz respeito 4 fecundidade, isto é, mimero de filhos ‘por grupo ‘de mulheres em idade fértil, que a variacao das taxas entre as regiGes obedece a um comportamento universal, ou seja, as regides metropolitanas localizadas nas macrorregides de menor de- senvolvimento apresentam taxas mais elevadas do que as localizadas naquelas de maior desenvolvimento, As duas tinicas regides que fogem a este esquema sao as de Belo Horizonte e Curitiba, uma yez que ambas apresentam taxas relativamente elevadas, considerando-se que estéo localizadas nas macrorregies de maior desenvolvimento. No caso da primiera, este fato pode ser explicado em funcdo da intensa e recente metropolizagao, o que tem atraido grandes contin- gentes migratérios, cuja estrutura etaria caracteriza-se pela predomi- nancia de pessoas em idade fértil, contribuindo, assim, para maior inere- mento da taxa de fecundidade. No caso da segunda, a fecundidade mais elevada decorre, possivelmente, do fato da maior parte dos municipios componentes dessa regido possuirem um elevado percentual de popu- lagdo rural, Quanto ao percentual de populacéo ativa urbana que recebe até 2,5 salérios-minimos, observa-se que as duas regides metropolitanas que apresentam os menores percentuais, isto 6, Rio de Janeiro e Sao Paulo, sao aquelas que possuem maior dinamismo econdmico, podendo portanto oferecer um mercado de trabalho superior, tanto quantitativa como qualitativamente. Algumas regides metropolitanas, no entanto, apresentam posicéio relativa que nem sempre corresponde & esperada. No caso de Salvador, a sua posicdo acima das regides de Belo Horizonte e Porto Alegre esta, provavelmente, associada & producdo industrial na regido, ligada a ex- ploracdo e beneficiamento do petrdleo, o que tem provocado uma ele- 12 yacao do nivel salarial. Por outro lado, a posicao relativamente inferior a esperada na regiao de Belo Horizonte se explica, possivelmente, pela recente expanséo dos efeitos desenvolvimentistas a partir da metropole, fazendo com que alguns municipios ainda nao tenham sido atingidos pelos beneficios deste processo de desenvolvimento, diluindo-se, desse modo, 0 valor mais alto da metrépole pela rea periférica de baixo “status” sécio-econémico. Os indicadores referentes ao “Percentual de Domicilios Rusticos” e ao “Percentual de Domicilio com Instalacées Sanitdrias Precarias” reve- jam que as regides metropolitanas do centro-sul do Pais apresentam situagdo sensivelmente superior as do Norte e Nordeste, em funcao de sua localizacéo em areas mais desenvolvidas, Quanto ao “Percentual de Domicilios Servidos por Rede Geral de Agua”, a situacéo é, de maneira geral, semelhante. As regides precaria- mente servidas sao as localizadas no Norte e Nordeste, enquanto que as melhores equipadas encontram-se no Sul e Sudeste, com excecdo de Curitiba ¢ Belo Horizonte. A posicio da primeira, por sua vez, pode ser explicada em decorréncia dessa regio metropolitana apresentar o maior percentual de “habitat” rural, nao possuindo, portanto, esse tipo de equipamento muito desenvolvido. Quanto a Belo Horizonte, 0 baixo percentual de domicilios servidos por rede geral de Agua decorre, prova- yelmente, da incapacidade do processo de expansao deste tipo de equi- pamento em acompanhar o rapido crescimento populacional observado na regiao. Finalmente, no que diz respeito a taxa de sobreviventes, medida pelo percentual de filhos vivos em relacdo aos nascidos vivos, a analise da tabela III revela, ainda, que as regides metropolitanas do Sul e do Sudeste se destacam das demais, apresentando percentuais razoavel- mente superiores, em funcao das melhores condigGes de vida que usu- fruem seus habitantes. Em suma, os indicadores sociais adotados revelaram nitidamente a existéncia de uma disparidade entre as regides metropolitanas da metade Norte e Sul do territdrio nacional, disparidade esta que repre- senta o reflexo do acentuado desequilibrio sdcio-econémico regional existente no Pais. Este fato evidencia, ainda, que a condicao de regio metropolitana nao tem conseguido anular as caracteristicas predomi- nantes das areas, apesar de, em relacdo as mesmas, se apresentarem sempre melhores. Por outro lado, constata-se, ainda, que esta disparidade nem sempre se apresenta espacialmente bem definida, isto é, certas regides metro- politanas de macrorregides mais desenvolvidas apresentam, algumas vezes, indices sociais com valores baixos, enqanto que algumas regides metropolitanas de macrorregides menos desenvolvidas apresentam esses valores mais altos. Deve-se isto, provavelmente, a complexidade de fato- res que atuam no organismo de uma regio’ metropolitana, gerando assim combinacées complexas e resultados algumas vezes inesperados. 2 — CLASSIFICAGAO DOS MUNICIPIOS SEGUNDO O NIVEL DE URBANIZAGAO processo de urbanizacao apresenta dois componentes: um quanti- tativo e outro qualtitativo, Em funcao disto, a avaliacéo do nivel de urbanizacdo de uma usidade espacial s6 deve ser realizada considerando estes dois aspectos. Esta avaliacdo, no caso do presente trabalho, torna- se mais importante quando se leva em consideragao que a massa previ- R, Bras, Geogr, Ric de Janeiro, 39(4): 66-81, out./der, 13 dencidria 6 constituida de populacdo eminentemente urbana. Assim sendo, faz-se necessario conhecer 0 nivel de urbanizacao, seja no aspecto qualitativo seja no quantitativo, de cada um dos 117 municipios compo- nentes das nove regides metropolitanas do Pais. A avaliacdo do nivel de urbanizacio dos municipios das regides metropolitanas brasileiras foi realizada através das onze vridveis clas- sificadoras, relacionadas a populacéo ou a alguns aspectos do equipa- mento urbano existente em cada municipio. Para se obter uma visao mais nitida de cada um dos dois aspectos componentes do processo de urbanizacao, dividiram-se as variaveis em dois grupos, compreendendo o primeiro aquelas que refletem mais a evolugao quantitativa do processo eo segundo a sua evolucao qualitativa. Dessa forma, o primeiro grupo compreende as seguintes varidveis: populacao total; populacdo urbana (Ye), crescimento da populagéo urbana 1970-1975 (%); populacdo ur- bana ocupada nos setores secundario e tercidrio (); populacdo entre Oe 14 anos (%); e 0 segundo: populacao urbana economicamente ativa até 2,5 salarios-minimos (%); numero de filhos tidos por mulheres entre 15 e 49 anos; numero de filhos nascidos vivos; domicilios rusticos (%);, domicilios servidos por rede geral de agua (%); domicilios com instalacao sanitaria precaria (%) Os municipios foram ordenados em cada variavel, sendo considerado © primeiro aquele que apresentasse a melhor situacdo, Assim sendo, na classificacdo dos municipios, em cada conjunto de variaveis, 0 de melhor posicionamento seria aquele cujo somatério dos valores de sua colocacao em cada varidvel fosse 0 menor. Para simplificar a anélise final dos resultados, optou-se pela divisao das duas distribuicdes dos valores obti- dos pelos municipios em cinco niveis. Desse modo, cada municipio pode ser posicionado, do primeiro ao quinto nivel, em cada conjunto de varia- veis, 0 que possibilitou avaliar a distancia, maior ou menor entre o aspecto qualitativo e quantitative do processo de urbanizacao dos muni- cipios. Assim, cada um dos 117 municipios das regides metropolitanas apresentou uma combinacdo de dois valores que representavam a sua colocacao no primeiro e no segundo conjunto de variaveis. Fortaleza, por exemplo, apresentou uma combinacao 1-4, 0 que significa que no primeiro conjunto de variaveis ela esta no primeiro nivel e, no segundo, no quarto nivel, o que revela que quantitativamente o seu processo de urbanizag&o pode ser considerado significativo, mas, qualitativamente, ainda se apresenta insatisfatorio, Obtidas as combinagées da posicdo de cada municipio, agregaram- se as mesmas em seis grupos, correspondendo cada um a situacdes diver- sas do processo de urbanizacao. O grupo I é compreendido pelos municipios que apresentam as combinagées 1-1 e 1-2, Essas combinacées significam que o desenvolvi- mento quantitativo do processo de urbanizacao esta sendo acompanhado pelo desenvolvimento qualitativo. Os municipios que apresentam tais combinagées possuem centros urbanos mais dindmicos, tanto em relacdo ao porte ou ao crescimento da sua populacéo urbana como também em relacéio as suas atividades econdmicas. Ao mesmo tempo, possuem, em termos relativos, melhor nivel de vida, dado que a renda e 0s equipamen- tos urbanos encontram-se mais bem’ distribuidos, Dos 21 municipios componentes desse grupo, 20 localizam-se nas Regides Sudeste e Sul e apenas um — Salvador — na Regido Nordeste. Por outro lado, fazem parte desse grupo os municipios-sedes das regides metropolitanas, com excecdo apepnas de Belém, Fortaleza e Recife. Os demais municipios so, de uma maneira geral, aqueles mais importantes da periferia imediata do micleo das regioes metropolitanas localizadas nas regides Sudeste e Sul. 14 © grupo II é compreendido pelos municipios que apresentam as combinagées 1-3, 1-4 e 1-5, Essas combinagées revelam que os munici- pios possuem centros urbanos dindmicos, a semelhanca do que ocorre no primeiro grupo, embora o desenvolvimento qualitativo do processo de urbanizaciio nao tenha sido proporcional a este dinamismo. O desen- volvimento do equipamento urbano basico e a distribuicéo da renda nao tém acompanhado, satisfatoriamente, a expansao dos nticleos urbanos. Dos municipios componentes deste grupo, dois sio sede — as re- gides metropolitanas de Fortaleza e Recife. A presenca desses municipios, com fung6es econémico-administrativas importantes, numa macrorre- gido de fraco desenvolvimento sécio-econdmico reforca 0 seu poder de atracdo, uma vez que eles representam uma das poucas alternativas na regido para a populacao predisposta a migrar. Em funcao disso, esses municipios apresentam ritmo de expansio demografica superior ao dina- mismo de suas atividades econémicas, o que dificulta a melhoria pro- porcional da qualidade de vida de seus habitantes Os outros municipios, de maneira geral, localizam-se nos princi- pais setores de expassdo do espaco urbano dos nticleos das regides metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Sao Paulo e Porto Alegre, o que tem favorecido um crescimento muito répido, nem sempre acompanhado pela expansao proporcional dos equipamentos ur- banos. Em sintese, essas combinacdes demonstram que algumas vezes é dificil conciliar gigantismo com’ qualidade de vida, O grupo III compreende os municipios que apresentaram as com- binagées 2-1, 2-2, 3-1 e 3-2. Esses tipos de combinacées demonstram que 0s municipios possuem centros urbanos de médio porte, onde 0 processo de urbanizacdo, sob 0 ponto de vista quantitativo, esta sendo, por en- quanto, acompanhado pelo desenvolvimento qualitativo, Dos 15 municipios componentes deste grupo apenas Belém é sede de regido metropolitana. Suas funcées administrativas e comerciais do passado, acrescidas de fungées industriais do presente, permitiram uma expansio satisfatéria do seu equipamento urbano. Os demais municipios localizam-se nas regides metropolitanas do Sudeste e do Sul e possuem centros urbanos onde, de maneira geral, predominam as atividades industriais, A presenca dessas atividades, aliadas ao porte da populacao desses centros, tem gerado condicdes para que a melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes acompanhe satisfatoriamente 0 seu proceso de expansao urbana. © grupo IV é composto pelos municipios que apresentam as com- binacdes 2-3, 2-4, 2-5, 3-3, 3-4, e 3-5. Os municipios que apresentam tais combinagdes possuem centros urbanos cujas atividades produtivas nao tém sido capaz de gerar recursos que possibilitassem uma cleva- ¢&o do padrao de vida de seus habitantes. Em outras palavras, 0 desen- volvimento quantitativo do processo de urbanizacao nesses municipios, ainda que regular, no foi acompanhado proporcionalmente pelo desen- volvimento qualitativo. Os 25 municipios componentes deste grupo estao distribuidos por todas as regides metropolitanas, com excecéo apenas das Regides de Belém e Fortaleza. O grupo V é constituido pelos municipios que apresentam combi nagoes 4-1, 4-2, 5-1 e 5-2, Essas combinacées evidenciam que os muni- cipios possuem centros urbanos de pequeno porte, onde o equipamento basico se expandiu, guardando as devidas proporcdes, de maneira satis R, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, 29(4) 66-81, out./dez, 1977 15 fatoria. Em outras palavras, o desenvolvimento quantitativo do processo de urbanizacao é fraco, porém tem sido acompanhado convenientemente pelo desenvolvimento qualitativo. Dos municipios deste grupo, apenas um localiza-se na Regiao Nor- deste, enquanto os outros seis encontram-se na Regio Sudeste. © grupo VI é composto dos municipios que apresentam as combi- nacoes 4-3, 4-4, 4-5, 5-3, 5-4 e 5-5. Essas combinagdes evidenciam que os centros urbanos dos municipios componentes sao de pequeno porte e 0 padrao de vida de seus habitantes é baixo. Em suma, tanto o desen- volvimento quantitativo como o qualitativo do processo de urbanizacio desses municipios possuem um ritmo bastante lento. Dentre os seis grupos apresentados este 6 0 que possui o maior niimero de muniefpios, representando cerca de 34% do total dos muni- cipios das regides metropolitanas. As regides de Belém com 50%, Fortaleza com 80% , Recife com 45% , Salvador com 50%, Belo Horizonte com 36% e Curitiba com 79% sao as que apresentam o maior percentual de municfpios com este tipo de combinacao. Esses municipios sao aqueles que, de maneira geral, pos- suem atividades produtivas vinculadas ao meio rural, e que nao tém sido capazes de gerar recursos suficientes para incrementar um maior desenvolvimento urbano, tanto quantitativo como qualitativo. Nas regiGes metropolitanas do Rio de Janeiro e Sdo Paulo o ntimero de municipios com este tipo de combinagao é bastante reduzido, tendo em vista que as atividades produtivas dessas regides sdo capazes de im- pulsionar 0 processo de desenvolvimento urbano qualitative e quanti- tativo. Por outro lado, a regio metropolitana de Porto Alegre nao pos- sui nenhum municipio com este tipo de comunicacao. Classificagdo dos Municipios das Regides Metropolitanas segundo o processo de urbanizacao (continua) ‘GRUPOS comBrnactn MUNICIPIOS 5» Grupo | 62 Grupo [i> Grupo [ 2 Grape [ B= Gripe | an Gra Belém Ea a Ananindeua, cae Portslers Ms Aauiris 5 Eaveaia & ‘Saranguape £ Paratubs, z Onda : Recite os Taboatio Pangea Rilo Tourenco da. Mata Cabo Yearaca Tamarac Morena Salvador re Gamarari oe Cendeine a Sto Francisca do Conde Simges Filho Teapot Lauro de Freitas Vent Cran 76 (continua) Gre pos COMBINACORS. Municipios. Belo Horizonte a 1s Sova Sn 32 18 Grape ‘Grune [ae Grape | a> Gre | 6+ Gre [or Gao Lagoa Senta {Hlbeitso das Neves Thine Rio de Janeieo Niepot Nicer ‘Sto Gongalo Nove Teta ‘Sto Toto de: M Baaue de Casion a = Aen . a Pataca engual Monearatiba we Marea et Teaborat a io Paso Guarulhos Ostaco Banta’ André Sto Bernardo do Campo Sio Castano do’ Sul Dladema Mavg Carapicutba, re Bebo sea ra Franco da Rocha ‘Moji des Cruses Pod Bideso Pires Catia Ferraz de Vasconcelos a fire: Imbe-cusea Aru Bintiba-Mirim, ‘ Raleslpolie t Pirapora do Bom Jesus roa Santana de Parnaibe 5s Gurion ay Piraquers 2s io José dos Pinkais se ‘Aravedria 43 Garpo Ea ‘Almirante Farandaré is Content ss Bale Nova os Borakirn do Sul 4 Golomb ba Sfandirtube sa Campina Grande do Sul = Quatro Parran a Hoo Branco do Su oS R. Bras. Geogr., Rio de Janeiro, 39(4): 66-81, out /dez, 1977 71 (conclusao) GRUPOS COMBINAG! MUNICIPIO “4° Grupa | 82 Grupo | 6» Grupo Porto Alegte Canoae Kowa Hamtoungo Sto Leopoldo, Sapucaia do Sol Este Cachocirinbs Gravatal Guatbe Estinela, Velho Campa Bom ‘oma Viamto, MUNICIPIOS COMPONENTES DOS 6 GRUPOS IDENTIFICADOS GRUPO I COMBINAGO y-1 2 Salvador Belo Horizonte Rio de Janeiro Nil6polis Niterdi Nova Iguacu » Gongalo So Joo de Meriti Sto Paulo Disdema, Guarulhos Osaseo Santo Andvé Bernardo do Campo S80 Caetano Curitiba Porto Alegre Canoas Novo Hamburgo Si0 Leopoldo GRUPO 1 — COMBINAGOES Fortaleza, Recife Olinda Contagem, Duque de Caxias Carapicutba Taboio da Serra, Sapueaia do Sul 78 GRUPO TIE ~~ COMBINAGOI Belom, Sabaré Moji Pos Ribeito Pires Cachoeirinhe Esténeia Velho Esteio Gravatat Guatba Nova Lima Petrépolis Caiciras Franco da Rocha So José dos Pinhais GRUPO IV — COMBINAGORS Jaboatio Paulista Sao Lourengo da Mata Camagari Candeins Betim Santa Liicia Magni Majé Paracambi Barwer Col Ferraz de Vaseoncelos Franciseo Moraio Hapeciriea da Serra Tiapevi Taquaqueceinba Jandira Rio Grande da Serra Piraquara Alvorada Campo Bom Sapiranga Viarnio R. Bras. Geogr., Bio de Janeiro, 39/4): 66-81, out. /der. 1977 19 GRUPO V — COMBINAQOHS 41 9 5—1 4-2 5-2 Sao Francisco do Conde Coots Pedro Leopoldo Rio Acima, Mangaratiba Cajamar Mairipora Santa Isabel GRUPO VI -- COMBINAGOES 4—3 5-3 4-4 5-4 4-5 5-5 6-3) Aquinis 6-5) Caneaia 6-5) Maranguape 6-5) Pacatuba 6-5) Cabo 5) Igaraga 4-5) Ttamaracé, 6-5) Moreno 6-5) Ttapariea Lauro de Freitas Simoes Fitho Vora Cruz Tbivité Lagoa Santa Raposos. Ribeirdo das Neves ‘Vespasiano Tiaborat Maries Arujé Biritiba-Mirim, Imbu Imbu-Gasgu Gnararema, 6-5) Fignitiba (5-5) Pirapora do Bom Jesus (a5) Sales6polis as Santana do Parnaiba ay Almirante Tamandaré (a5) Arauesiria (4-3) Balsa Nova, 6-4) Bocaitiva do Sul G4) Campo Grande do Sul 6-5) Campo Largo (ay Colombo Gy Contenda (5-3) ‘Mandirituba o-~) Quatro Barras 6-5) Rio Branco do Sul 6-5) 80 SUMMARY ‘The first step in the improvement of the distribution system of INPS's services in a certain region {s to analyze the socioeconomic structure of that region. As the body of beneficiaries fof urban population, it is important to consider the quantitative and qualitative aspects of ‘he wrtanieation process and to determine the urbanization level of each “municipio”. In view of the priority given to the Country's Metropolitan Regions, the socioeconomic ‘characteristics of those Rezions have Eeon analyzed and the component “municipios” have been classified according to eleven variables related to population or to some aspects of the actual urban equipment, With the purpoce of obtaining @ clearer view of the two aspects of the urbanization process, the eleven variables havs been divided into two groupe: the first showing the ‘quantitative evolution and the second the qualitative evolution of the process, The “municipios” Ihave been ranged in cach variable according to their situation and, to simplify the final analysis of the results, five levels have been established for each group of variables, allowing. ‘the evaluation of the difference between the qualitative and the quantitative aspects of the urbanization process, Fortaleza, for example, has presented the combination Inf: first position in the first group and fourth position in the second group of variables, Therefore, ite urbanization ‘process has proved quantitatively significant but quelitatively unsatisfactory. Finally, all the combinations have been distributed into six groups, each group corresponding to a aitterent degree of the urbanization process. RESUME Pour pertectionner le systéme de services do VINPS dans une certaine région, i faut connaitre @abord Ia structure cocio-deonomique ‘de cette répien. Puisque la masse bénéticlalee fest composée d'une population surtout urbaino, i importe de déterminer le niveau d'urbanisation do chaque munieipalité en considérant les deux aspects du procés urbanisation: quantitetit et qualitatit. Attendu que les Regions Métropolitaines du pays sont rezardées comme prioritalres, on & developpé dans étude une analyse dee charactéristiques socio-économiques de ces Régtons, en laseifiant lee munieipalités selon Je niveau d'urbanisation et ou moyen de onze variables concernant 1a population ou quelaites aspects de Téquipament urbsin actuel Pout obtenir une notion plus nette des doux aspects du procs d'urbanisation, on a agrégé lee variables en deux groupes: Je premier reflétant Yévolution quantitative le deuziéme Yevolution qualitative du procés. Dans chaque varlable, on a disposé Jes municipalités selon eur situation et, dans chaque groupe de variables, on s établi cing niveau pour simplisier Yenalyso finale des résultats, ce qui a permis de ‘classifier les munleipalites du premier au. ‘cinguiéme niveau et a’évaluer la difference entre Vaspect quantitatit et aspect qualltatif du procés d'urbanisation, Fortaleza, par exemple, s présenté la comblnalson 1-4: premidre position Je premler ensemble de variables et quatridme position dans le deuxiéme ensemble, c'est & dire un procés d'urbanication quantitativement signitiestif mais qualitativemont insatisfalsant. Pinalement, & partir des combinsisons obtenues, on a déterminé six groupes, chacun de fees groupes correspondant A un certain dogré du procés urbanisation. R, Bras, Geogr, Rio de Janeiro, 89(4): 66-81, out./dex, 1977 81 A erosdo nos solos arenosos da regido sudoeste do Rio Grande do Sul COPERNICO DE ARRUDA CORDEIRO LUCIO DE CASTRO SOARES 1 — APRESENTACGAO e Meio Ambiente — SUPREN, da Diretoria Técnica do IBGE, foi realizada, em outubro de 1975, uma viagem de estudos regiéio sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, com a fina- lidade de colher, in situ, dados e informacées sobre a ocorréncia de ex- posicdes de areia resultantes da erosio superficial nos solos arenosos daquela regiao. Designados para executar este trabalho de campo, chegaram a cidade de Alegrete, em 21 daquele més, o engenheiro agronomo Copér- nico de Arruda Cordeiro e 0 gedgrafo Licio de Castro Soares, que nos seis dias subseqiientes visitaram sete municipios do chamado “‘sudoeste gaticho”, percorrendo cerca de dois mil quilémetros dentro da regido (Fig. 1) ‘Apesar do pouco tempo disponfvel, foram feitas observacdes em qua- torze daquelas formas de erosdo nos Municipios de Alegrete, Sio Fran- sisco de Assis, S40 Vicente do Sul, Jaguari, Cacequi, Rosario do Sul e Quarai?; no Municipio de Cacequi foi visitada uma grande vocoroca. A selecdo dos municipios a serem visitados decorreu de informagées colhidas em um artigo sobre a erosdo na Campanha Gaticha — publi- 1 Com excogio de So Francisco de Assis, So Vicente do Sul ¢ Jaguari, os demais mu- niciplos visitados encontram-se na tradiclonalmente chamada “Campanha Gate! agora denominada “Mierorregido da Campanha", de acordo com a Divisio do Brasil fem Microrregiées Homogéneas, elaborada pelo IBGE, em 1968 (v. ref. 8 da Biblio srarin). P:: iniciativa da Superintendéncia de Recursos Naturais 82 io pRancisog! pease). “sto icenre “Y post ALEGRETE, uRusUAL sanTaNa. 09 iva FIG.1 pilus /s.01 my : cado em julho de 1975 em periddico especializado na divulgacho de as- suntos de natureza geografica? e pelo Departamento de Recursos Na- turais da Superintendéncia do Desenvolvimento da Regido Sul — SUDESUL, que jé havia estudado o fenémeno em marco de 1975 nos Municipios de Alegrete e Cacequi, No Municfpio de Jaguari n&o houve oportunidade de serem encon- tradas as formas de erosio em tela, na rapida excurséio realizada pela vertente oriental do vale do rio Jaguari; todavia, o escritério da ASCAR em Jaguari informou haver a ocorréncia das mesmas a oeste do Muni- cipio, proximo a divisa com Sao Francisco de Assis. Contribuiu, sobremodo, para que este trabalho fosse levado a bom termo a inestimavel colaboracao dispensada: — pela Delegacia do IBGE no Rio Grande do Sul, que colocou & disposicgo uma viatura adequada ao tipo de trabalho a ser executado; — pela Superintendéncia do Desenvolvimento da Regio Sul — SUDESUL — que nao s6 forneceu cépia do documento resultante do es- tudo de mais de uma dezena das formas de erosio em apreco — estudo realizado por uma equipe de técnicos do seu Departamento de Recursos Naturais — como permitiu que a gedgrafa Irani Schénhofen Garcia, integrante daquela equipe, prestasse seti valioso auxilio durante as pe: quisas levadas a efeito nos Municipios de Alegrete e Cacequi; e 2 V. ve § da Bibliogratin R. Bras. Geogr, Rio de Janeiro, $9(4) : 82-150, out./dez, 1977 83 — pelo PROJETO SUDOESTE I, através da colaboracio oferecida pelo engenheiro agronomo Eleyr Gausmann, chefe do Nicleo de Exten- séo Rural do Projeto em Alegrete, cuja experiéncia na recuperacdo dos solos arenosos regionais degradados pela erosio foi muito proveitosa por ocasido das visitas feitas, em sua companhia, aos Municfpios de Alegrete e Sao Francisco de Assis. O presente relatério pretende fornecer uma informacao preliminar sobre a ocorréncia de algumas das formas de erosao superficial em solos arenosos da Campanha Gaticha, fruto de observacoes realizadas em cin- co municipios do “‘sudoeste” do Rio Grande do Sul, ou seja, nos Muni- cfpios de Alegrete, Sao Francisco de Assis, Sao Vicente do Sul, Cacequi e Quarai. Em sua Primeira Parte o engenheiro agrénomo Copérnico de Ar- ruda Cordeiro faz uma apreciacao geral sobre o uso da terra na regifio percorrida e seus problemas nas reas afetadas pelos processos erosivos em tela; na Segunda Parte o gedgrafo Lucio de Castro Soares apresen- ta, em seus aspectos gerais e particulares, a descricdo de cada uma das formas de erosio estudadas, bem como uma tentativa de explicacdo das suas origens. PRIMEIRA PARTE. 2 — USO DA TERRA NA REGIAO SUDOESTE DO RIO GRANDE DO SUL — PROBLEMAS DE EROSAO COPERNICO DE ARRUDA CORDEIRO 2.1 — Introdugao Ja sete municipios do Rio Grande do Sul — Alegrete, Sao Francisco de Assis, Jaguari, Sao Vicente do Sul, Cace- qui Rosario do Sul e Quarai (Fig. 1) — para reconhecimento de varias manifestacées de erosao em lencol que ali se processa, caracterizada por manchas de areia (areais) com formacio de dunas e aspecto de deserto. O fenémeno da erosao no Brasil constitui grave problema que tem merecido a atencio do Governo, como se depreende da promulgacdo da Lei n.° 6.225, de 14 de setembro de 1975, do Decreto n.° 76.470, de 16 de outubro de 1975 e do proposto no capitulo Grandes Temas de Hoje ede Amanha, do II PND. Assim, tendo em vista, também, as atribuicdes que o IBGE conferiu a SUPREN, justifica-se a idéia de proceder-se a0 estudo de erosdo em todo o Territorio Nacional, uma vez que afeta um dos recursos naturais da maior importancia, sendo o mais importante —o solo. Essa preocupagéo em fazer uma observacdo do fenémeno na regifio visitada se robusteceu, sobretudo, com as noticias publicadas na im- prensa ', que 0 apresentava com caracteristicas de gravidade, afirman- Ors relatério é resultante de viagem empreendida 1 Guedes, Ui deserto ameaca o pampa; v. ref. 5 da Bibllogzatia 84 Foto 2 — Os derrames basditicos @fo um relevo quase plano na Campanha Gaiicha, como 0 ‘mostrado nesta fotografia, tomada a 26 km a noroeste da cidade de Santana do Livramento, do, inclusive, a formacao de desertos na Campanha Gaticha. Foi o ponto de partida surgido de forma casuistica para inicio de estudo da eroséo no Brasil, a ser feito de maneira sistematica através de viagens para verificagéo sumaria, como a que € objeto do presente relatério, 2.2 — A regiao visitada Os municipios visitados situam-se na chamada Campanha Gaticha que, juntamente com outros circunvizinhos, constituem uma tipica 1 gido de fronteira, localizada na parte sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, a cerca de 500 quilémetros de Porto Alegre R. Bras. Geogr, Rio de Janeiro, 39¢4); 82-150, out./dee, 1977 85 2.3 — Relevo A 4rea visitada da Campanha Gaticha oferece, quanto ao relevo, duas feicdes distintas, que lhe sao peculiares. Sua porcdo oeste-sudoeste assemelha-se a uma vasta planicie, mas na realidade pode ser considerada um baixo planalto (200 a 300 me- tros), formado por derrames basalticos (trapp), cujas bordas apresen- tam escarpas (cuestas) de pequena altura?,'esta “vasta planicie”, suavemente ondulada, corresponderia & superficie mais baixa do Pla- nalto Meridional (Fotos 1 e 2). Em sua porcao oriental, situada em nivel mais baixo, predominam terrenos sedimentares antigos, principalmente arenitos tridssicos. Seu relevo lembra o de uma planicie levemente movimentada, pelo fato de ser predominantemente constituido por extensas ondulagdes (modeladas naqueles arenitos, com reduzida altura e vertentes convexo-concavas), que recebem na regitio o nome de “‘coxilhas” *; formas de relevo residual (morros-testemunhos) — regionalmente denominados “cerros” ¢ talha- dos tanto em arenito como em basalto — sobressaem acima do nivel geral das coxilhas* (Fotos: 3 e 4). 2.4 — Clima Quanto a temperatura (temperatura média dezembro-margo vari- ando de 22 a mais de 24°C), o clima da Campanha Gaticha caracte- riza-se por verdes brandos, mas podendo apresentar maximas absolu- tas superiores a 40°C; seus invernos so frios, sendo comum a tempera- tura descer a menos de 0°C, tendo sido registradas minimas absolutas de até — 40c, A pluviosidade varia na Campanha Gaticha de 1.250 milimetros, na parte sul, a 1.500 milimetros na parte norte; o regime pluviométrico apresenta, no entanto, notavel distribuicéo por todo o ano, ndo havendo uma. estacéio seca propriamente dita °. De acordo com a classificagao climatica de Képpen, o clima da Cam- panha Gaticha pode, assim, ser enquadrado no grupo C (temperatura média para o més mais frio abaixo de 18°C, mas acima de — 3°S; tem- peratura média do més mais quente acima de 10°C), tipo Cfa (f — sem estagdio seca distinta e a — com temperatura de verdo acima de 22°C), 2.5 — Vegetagao A rea percorrida faz parte de uma regido natural das mais tipicas, como o Campo Sul-Brasileiro, de vez que sua vegetacéio, somente na borda setentrional (Municipios de Jaguari e Séo Vicente do Sul), chega a se constituir em mata. O restante da area 6 praticamente coberto de flora graminea, sulcada de ténues corddes de mata. 2 baino planaito basditico do oeste-sidoeste da. Campanha Gaticha & formado pelos reversos dessas “cuestas”. Ab'Saber, O relevo brasileiro e seus problemes, DD. 148. @ 151; v. tef. 1 da, Bibliogrtia, Lima. Contribuipdo ao estudo da Campanha Gaticha, p, 345; v. ref. 4 da Bibliograti Ab'Saber. Op. lt, p. 148. Demingues, Nimer & Alonso, Dominios ecoldgicos; v. ref, 2 dn Biblicgratia. wae 86 Foto 3 — Relevo estrutural (testemunhos areniticos) no vale do rio Jaguar, afluente do Thicwi. Av esquerda 9 certo do Loreto (sie m) eA direlta 9 certo Aguay (289m), vistos da" rodovia 'RS-2 (Municipio de Sao’ Vieente do. Sul). Foto 4 — Relevo estrutural (cerro basiltico) em melo aos “campos finos” do divisor Cati-Areal (Municipio de’ Quarai). Fragmentos de basalto no lelto da estrada vicinal (eorredor de gaddo) que ‘eva a Estancia e Cabana do caly). ‘A boa irrigac&o e, sobretudo, os depésitos fluviais de rios como o Jacui, Tbicui e Cacequi possibilitaram matas em que aparecem 0 an- gico, a figueira, os salgueiros e os jerivas. Essa mata, ao se desenvolver para o sul, transforma-se em formacées de galeria, cuja vegetacao é re- presentada por maricas, sauces e angicos. Além desses, h outro tipo de mata isolada, subtropical, de forma arbustiva, composta por mirtaceas, anacardiaceas, sapindaceas e algu- mas leguminosas. Os campos séo predominantes e ocupam a maior extensdo da area, formando a Campanha Gaticha. As gramineas de producao estival séo as mais numerosas, encon- trando-se com freqiiéncia 0 capim-forquilha (Paspalum notatum) © A. Bray. Geogr. Rlo de Janeiro, 394): 62-180, out./dex. 1977 87 também os géneros Andropogon, Bathriochloa, Paspalum, Axonopus, Panicum e Aristida. As espécies de gramineas de producao hibernal, ge~ ralmente pouco freqiientes, séo as dos géneros Stipa, Pitochaetium, Bri- za, Poa, Eromus e outras de menor importancia (Fotos 5 e 6). Feta § — “Campos finos” sobre derrame baséltico no Municipio de Santana do Livramento. Considerados exeelentespestagens ‘naturais, neles é "eriado extensivamente, mas com tecnica’ ‘avancadas, o melhor gado bovine, ovino € tallino do Pals, Foto 6 — “Campo tino” com gado Hereford ¢ ovelhas Mering, Note-se o relevo fracamente ‘ondulady do topo do derrame basiltico, Municipio @e Santana do Livramento. As leguminosas mais freqtientes sao dos géneros Desmodium, Sty- losanthes, Mimosa, Phaseolus, Collea e Tephosia, entre as de ciclo esti- val e as Tripolium polymorphum, Medicago hispida, Vicia sp e Lathyrus sp, de crescimento hibernal, mas pouco freqtientes. Os campos apresentam, de modo geral, incidéncia de espécies ar- bustivas e semi-arbustivas, podendo ser encontrada a vassoura (Bac- charis sp), a guabiroba-do-campo (Campomanesia sp), 0 alecrim (Ver- 88 nomia sp), a carqueja (Baccharis sp), a maria-mole (Senecio sp), 0 capim-barba-de-bode (Aristida patens), o caraguata (Erigium sp) é 0 mio-mio (Baccharis coridipolia)’ (Fotos: 7, 8, 9). Foto 7. — Pastagens no vale do rio Ibicut, que corre c: evaguém dos cerros tabulares. arenitieas’'vistos ao fundo,” proximo. A estagho. do ‘Tistey da RVRGS, no Municipio de Alegrete, Note-se 4 presenea do eapim-barha-de-bode (Aristida palens) steminéa altamente competitiva, invasora dos pastos que erescem em solos aeidos esgotadon, Fotos tomadas da todovia estadual KS-3 (Municipio de S40 Francisco de” Assi). ie targa mata gaserla (foto 1.36) tagem préxima aos areais do Cati, um dos quais pode ser visto ap fundo. Note-se Avintensa inyasdo do capim-barba-de-bode (Azistide ‘palens) no pasto do primeiro. plano. da fotografia. Municipio de Quaral. 2.6 — Economia A principal atividade econémica da regiao situa-se no setor prim: rio, salientando-se a pecudria com a criacdo de gado bovino de racas européias finas e de gado ovino de racas puras, enquanto que as la~ vouras mais expressivas sao as de trigo e de soja, altamente mecaniza- das e ocupando grandes areas, G _Relatdrlo do Projeto Sudoeste 5, pp. 1-14; v, ref, 4 da Bibtiogratta R, Bras, Geogr., Rio de Janeiro, 39(4) : 2-150, out,/dea, 1977 89 Foto 9 — © caraguata (Brigium sp) & uma bromeliécen invasora das pastagens sulinas. Quando fem assoclacoes mais densas chegam a reduzir a aren util dos pastos, uma ver sue os seus agres- slvos espinhos impedem que #s reses pastem nos trechos mais infesiados. Foto tomada em Dasto ‘crescendo em solo oriundo da decemposieno do basaite, préximo a ia dos areais do Cath Munieipto de Quaral A pecuaria, que ocupa cerea de 93% da area dos municipios visi- tados, 6 a explotacéo dominante, pois, nessa regiéo encontram-se as maiores concentracées de gado bovino e ovino do Rio Grande do Sul. Quanto a bovinos e ovinos, a regiao conta, respectivamente, com cer- ca de 11% e 6% dos totais desses rebanhos no Estado. Os rebanhos sui- no, eqitino, caprino, etc., sio de menor expresséo * ‘As lavouras, em comparagio com a pecuaria, ocupam pequena rea dos municipios visitados, abrangendo varias culturas, em que se desta- cam, pela area ocupada e valor da producao, as de trigo, soja, arroz e milho. A cultura de arroz distribui-se por toda a regio e é a tinea com emprego de irrigagao, ocupando zonas com topografia plana, geralmen- te préximas aos cursos de agua. As culturas de trigo e soja, em fase de expansfio e j ocupando as maiores Areas de lavoura, sfo as mais me- canizadas. Estas lavouras, juntamente com as de milho, sdo feitas em reas mais acidentadas, onde se encontram tipos de solos mais adequa- dos para essas atividades. A tabela numero 1, a seguir, mostra a area ocupada com lavouras e pastagens e o miimero de cabecas dos rebanhos bovino e ovino no Rio Grande do Sul, bem como nos municipios visitados A tabela n.° 2 apresenta relacdo com nome regional da unidade e descrigdo sumaria da respectiva classe dos solos existentes nos Muni- cipios de Alegrete, Sao Francisco de Assis, Jaguari, Sao Vicente do Sul, Cacequi, Rosario do Sul e Quarai. 7 _Relatério do Projeto Sudoeste I, pp. D 1-17 o D 1-18; w. ref. 6 da Bibliogratia 90 ASS 186 LO FL OTF 262 F ZL O8T | wetoqug | swtoqeg | ey wary oy | wy sory ee | penne —__—_| -|——— = sous | og | sepia meN joduiog, | ayuauweniog, syavp “TL vray aoad DVLSVd svuaoAw ‘Wai0L SvuUaL. OL6T 2p osta — nupnoed 2 vsnoant ‘Ing op apne ory Op opyIsa T VIgavL 91 22-150, out./dez. 1977 R, Bras, Geogr., Rio de Taneiro, 39(4) TABELA 2 Solos dos Municipios de Alegrete, Séo Francisco de Assis, Jaguari, Sdo Vicente do Sul, Cacequi, Rosdrio do Sul e Quarai (Rio Grande do Sul). (continua) IDENTIFICAGKO: MUNICIPIO oa (Nome Regional) (Clase do Bolo eget 1 $0L08 COM HORIZONTE B LATOSSOLICO (NAO a -HIDROMORFICOS) ° rut Ata Litowalo Versielio-eveuro Distico S0L08 COM HORIZONTE. B TEXTURAL P ane GILA” De ATIVIDADE BAIXA (NAO. HIDRO: Sottero) Sto Boris Latertno Brano-avermelbado Diststico Bio Peli Podsdlea Vermeinorsauneo 1V —- $0108 COM HORIZONTE B TEXTURAL Ane GILS DE ATIVIDADE ALTA. GHDIOMORFIGOS) UUruguaiana Bruntem Hitromérteo Vreson! Pianonolo Yaereat Plasencl Vien Bhutuees Widroméetieo VII ~- $0108 POUCO, DESENYOLVIDOS &, ARGILA DE ATIVIDADE ALTA (NAO HIDROMORFICOS) Redeesal Scion Liidees Buteiions Podeeral olor Liteon Eutroione Pedretal @) Solos Litsees Butriione IX— 80108 POLOO, DESENVOLVIDOS 12 _aRGILA DE OMTIVIDADE ‘ALTA GHIDROMORFICOS) Rscobar Vertinola X— SOLOS ARENOSOS, QUARTZOSOS PROFUNDOS (Sk0" ntpRomgnercs) Iieut ‘rein Qvartoean Ditties XI — TIPOS DE. TERRENO Aloramento. de Alegrete ASSOCIACOES DE SOLOS ‘Sto Franciaco de Assia 92 Pareeal (2), Sto, Pe “dro, Heeohiar e Alor fugento de Rochas ‘ga Borla © Views Big Borin, Virilia © Pesregal (1) cruz Alta {tio do Castitbos 9 Boris Bao Ped Santa Maria Vacteat ( Pedreral Q) Guapupi Civiaco ¢ Chazeue ‘Sto Forde ¢ Virginia Sho Borde, Virsinia © ‘Pedeezsl (1) 1 SOLOS CoM HORIZONTE B LATOSSOLICO (NAO UIDROMOREICOS) Tatossolo Vermotho-esearo Ditrético MW SOLOS COM HORIZONTE B TEXTURAL E ARGIDA DE ATIVIDADE BAIA” (NAO HI ‘DuontorFtcos) Podzélico Vermelho-amarele Tatertico Brunovavermetiado Distrion Podadlien Vermelho-ameareo SOLOS COM HORIZONTE B TEXTURAL 1 ARGILA DE ATIVIDADE Atty GHDROND REE Brunizeon Hidronieico Planosslo VII — $0108 POUCO DESENVOLVIDOS E aRGIL\. DE-ATINIDADE 118 (XO. HIDROMORFICOS) oloe Litilions Eutriece VII -- SOLOS POUCO, DESENVOLNIDOS B_ARGHLA DE. APIVIDADE “BAIN (SAO INDROMOREL Solos Litdicos Districos ASSOCIACOES DE SOLOS W (continua) IDENTIFICAGZO entctero: as (Nome Regional) Classe de oto Saguart $0108 COM HORONTR & TEXTURAL B. ‘iio de Castithor 10 Peso via Santa Masia ‘Vaescat (i. Charmin Guagapi ago ¢ Charny fio" Paley 'e Afton ‘mento de Rochas Sto Viownte do Sut ARGILA DE ATIVIDADE BAIXA (NAO HIDRO- MORFICOs) Poduflis Varmelboramarslo Podaslics Vormelheramarcle SOLOS COM HORIZONTE B TEXTURAL E. ARGIA DE ATIVIDADE ALTA (NAO. HIDRO- ArOHEICOS) Brgnigem Avermetbado IV SOL08 COM HORIZONTE B TEXTURAL & ARGILA DE ATIVIDADE. ALTA. (HIDROMOR: Ficos) Exnizam Hidromértiso Planoesolo VII — $0108, POUCO, DESBNVOLVIDOS # ARGILA DE“ATIVIDADE ALTA (NAO HIDROSOMEICOS) Solos Litdliens Putotlons VIII ~ SOLOS, POLCO DESENVOLVIDOS BH ARGILA DEL ATIVIDADE “BAIXA' “GAO. MIDROMORFE alos Litslions Distnicos ASSOCIAGOES DE SOLOS m M1 SOLOS COM HORIZONTE B TEXTURAL. ARGILA “DE ATIVIDADE BAIA (NAO THI DroMorricos) Sin Pedro Podelicg Vermeiho-ararelo IV $0108, COM MORVONTE B TEXTURAL, E ARGILA DE ATIVIDADE. ALTA" (HIDROMOR- cos) Santa: Maria Beunieem Hidronséeico Vacneat (0) Phanonso| Caco = SOLOS COM HORIZONTE B LATOSS6IICO (XO HIDRONOREICOS) Crur Alta Tatessola: Vermelboreeouro Distriien IE — SOLOS COM HORIZONTE. B TEXTURAL B_An- GUA DE ATIVIDADE BATXA (NAO HIDROMOR- a0 Peto Podssiteo Vermelho-amarelo TI S0L08 CoM HORMONTE B TEXTURAL BAR GILA’DE ATIVIDADE ALTA (NAO HIDROMORe + FIcos, Veula Grande Brunieen IV ~S0108 COM HORIZONTE B TEXTURAL B AR- GILA DE ATIVIDADE: ALTA GHDROMORFICOS) Sante Maria Brunisem Hidramérico ‘Vaeaeat Phinosolo ASSOCIAGOES DE SOLOS Sto, Pera ¢ Santa ‘Stari Rosttio do Sul Il $0L0$ COM HORIZONTE B TEXTURAL B an- GILA” DE VATIVIDADE AINA’ (AO. 'HIDRO- MGREICOS) So Pedro Podatice Vermelho-amarclo IV — SOLO CoM HORIZONTE B TEXTURAL BAR. GILA DE ATIVIDADE: ALTA (HIDROMORETCOS) Pinal Branizem Hiromirieo Ponche Verde eunisem Hidromértien Vértion Bro Gabriel Planoesolo Senta Mar Branizem Hidromértioo VII — SOLOS POvCO DRESFNVOLVIDOS FE ARGILA DE ATIVIDADE ALTA NAO. HIDROMOREICOS) Podregal (2) Bolos Litiliens Butéfiens Pedetal () Solos Livliean Rutttione TX SOLOS POUCO DESENVOLVIDOS, BL ARGILA, DE ATIVIDADE “ALTA. (HEDROMORFICOS) Acoeud Vertissolo R, Bras. Geogr., Rio de Janeiro, 99/4): 82-150, out /dex. 1977 93 (conclusao) IDENTIFICAGEO enteteio | Unidede | OFome Regional) | Classe de Solo Rosdio do. Sal ASSOCIACORS DE SOL0s: Pedrogal (1) ¢ Excobar Pedresal (1), Sho Pee ‘dro, Excober @ Aflo- sanjento de Foca sap "Pedro'e Senta ‘Marin Querat 11 — SOLOS COM, HORIZONTE B TEXTURAL EAR. GIES” DB. ATIVIDADE. BAIXA (NAO™ HIDRO- MOREICOS) ‘Sho Pedro Podatlien Vermelio-emarelo IV — SOLOS COM HORIZONTE B TEXTURAL FAR. GILA DE, ATIVIDADE ALTA. (HIDROMORFICOS) Crugusiane imine Hidromértiooe Vacteat C) Phanosalo VII ~- $0L0$_POUCOS DESENVOLVIDOSBARGILA ‘TIVIDADE ALTA (NAO HIDROMORFICOS) Solos Litclioos utritioe Boor Litdieos Eutwitiem Sloe Litelices Butrstioos IX SOLOS, POUCO DESENVOLVIDOS © ARGILA DE ATIVIDADE “ALTA. (HIDROMORFICOS) Eseobar Vertissalo FONTE: Lavantsmento de Reoophesimento doe Solos do Estado do Rio Grande do Sul; v. ref. 5 da BE Dlioaratia 2.7 — Consideragées sobre o uso da terra e problemas de erosao Sabe-se que uma pastagem abusivamente utilizada por rebanhos povinos perde sua capacidade alimentar e tais rebanhos sentem as con- seqiiéncias da fome, podendo chegar a sofrer alta mortalidade, sendo, portanto, parcialmente dizimados. Diminuindo o ntimero de cabecas, com o tempo a pastagem poder refazer-se e continuar sua funcéio e seu ciclo vital de equilibrio, através de aproximagées sucessivas. Entre- tanto, se 0 rebanho for de ovinos, que pela sua conformacdo dentaria cortam ervas e o pasto ainda mais rente, serao consumidos nao somente 0 talo do capim mas também a sua raiz — embrido que permite a recuperagao dos pastos, Assim, o excesso de pastoreio podera liquidar a pastagem, transformando 0 campo em deserto. O campo, dessa forma, no estado de deserto, atinge outro nivel estavel de equilibrio ecolégico nao havendo, praticamente, forcas naturais capazes de o levarem & recuperacao. Por outro lado, a utilizaco agricola mal orintada poderé conduzir uma area a situacao semelhante. Nos tltimos dez anos a sociedade agrdria brasileira deu passos de- cisivos no sentido de superar velhos métodos de atividade agricola, que contava, praticamente, apenas com os recursos naturais da terra e a forca humana. O aceleramento industrial abriu novas perspectivas para o agricul- tor brasileiro, principalmente como produtor de alimentos. A producio de méquinas agricolas permitiu a adocéo de modernas técnicas em la- 94 vouras cujos produtos se destinam a interno, mas sempre para substituic © caso do trigo. Exatamente essa lavoura e mais a de soja tiveram notavel incre- mento, nos tiltimos anos, na regio visitada. A utilizagdo de terras, cuja vocaciio é servir de pastagem natural, em lavouras — como é 0 caso da Campanha Gaticha — poder acarre- tar prejuizos de dificil recuperagao, ou até irrecuperdveis, transfor- mando, em ultima andlise, campos em desertos (Fotos: 10 e 11) exportagéo ou mesmo ao consumo io de parte da importacao, como é Foto 10 — Cultivo de trigo em curvas de nivel ¢ em solo de pastagem pobre sobre derrame baséitico campos ovelncitos”), onde se nota manifestacio ae erosao, no Municipio te Alegeete Foto tomada da rodovia estadual HS-35 e413 km da cidade de Alesreve, Foto 11 — Campos de trigo no Municipio de Caceaui (divisor Santa. Marl a cldade de Cacequi. Foto tomeda da rodovia extadval que liga Cavey Hosirio do Sul R. Bras. Geogr. Rio de Janeiro, 39¢4) : #2180, out./dez, 1977 95 96 BIBLIOGRAFIA AB'SABER, Aziz N. 0 relevo brasileiro e seus problemas. O Brasil, a Ter- ra e o Homem. Sao Paulo, 1 (3):135-350, Cia, Editora Nacional, 1966, il. DOMINGUES, Alfredo J. P., NIMER, Edmon & ALONSO, Maria T. A. Dominios ecolégicos — Subdominio III-5. Subsidios 4 Regionaliza- cdo. Rio de Janeiro, IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia, Ser- vigo Grafico do IBGE, 1968, pp. 11-36, il. GUEDES, Fernando. Um deserto ameaca o pampa. Revista Geogrética Universal. Rio de Janeiro, Bloch Editores S.A, (10):62-72, julho, 1975, il. LIMA, Miguel A. Contribuicéo ao estudo da Campanha Gaticha. Sao Pau- lo, Anais do I Congresso Brasileiro de Gedgrafos. Associacio dos Geé- grafos Brasileiros, Emp. Graf. Revista dos Tribunais, 1954, pp. 344- 375, il. MINISTERIO DA AGRICULTURA. Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado do Rio Grande do Sul (Convénios: MA/DPP — SA/RRNN; INCRA/RS — MA/DPP — SA/DRNR), Recife, 1973. SUDESUL — PROJETO SUDOESTE I. Relatério Final da Ordem de Servico n.° 4, Porto Alegre, 1970. SEGUNDA PARTE 3 — OBSERVACOES SOBRE ALGUMAS FORMAS DE EROSAO NOS SOLOS ARENOSOS DA REGIAO SUDOESTE DO RIO GRANDE DO SUL LUCIO DE CASTRO SOARES 3.1 — O estudo realizado pela SUDESUL A ocorréncia de processos erosivos nos solos arenosos da regiéo su- doeste do Estado do Rio Grande do Sul foi objeto de criterioso estudo por parte de uma equipe técnica da Superintendéncia do Desenvolvi- mento da Regido Sul — SUDESUL, composta de um geélogo, um enge- nheiro-gedgrafo e trés gedgrafos *, que em marco de 1975 realizou pes- quisas nos Municipios de Alegrete e Cacequi, com a finalidade de “iden- tificar, definir, localizar e dimensionar as areias” provenientes daqueles processos degradacionais, Na apresentacfio do documento inédito, intitulado “DIAGNOSTICO SOBRE A PRESENCA DE AREIAS NA REGIAO SUDOESTE DO RIO GRANDE DO SUL”, que resultou dos trabalhos de campo da mencio- nada equipe, é informado que esse documento constitui “um estudo especifico das areias em questao”, bem como terem sido enfocados “os aspectos da geologia, clima, vegetacio, hidrologia e finalmente a andlise da problematica de eroséo que foi identificada na regiéo sudoeste do Rio Grande do Sul.” Para a realizacio desse seu trabalho, a equipe técnica da SUDESUL utilizou, entre outras, as seguintes fontes de informacéo: — imagens do satélite ERTS, nas escalas 1:1 000 000 e 1:5 000 000; — fotografias aéreas do Projeto AST-10, na escala 1:60 000; — cartas da Diretoria do Servico Geografico do Exército, na escala 1:50 000; e, — levantamento de campo com reconhecimento aéreo. Utilizando cartas topograficas da DSG (folha Passo Novo, de 1948 e folhas Manuel Viana, Lagoa Parové, Passo do Caverd e Cerro das Ca- cimbas, de 1953), a equipe técnica da SUDESUL identificou “manchas de areia”, ou “areais”, em 3 municipios da regido (9 em Alegrete, 1 em Cacequi e 2 em Quaraf), que perfaziam, entdo, uma area estimada pela equipe em 737 hectares, no total. Valendo-se das imagens do satélite ERTS, na escala 1:1000 000, pode a equipe “identificar uma regio de concentracao de areias no Mu: nicipio de Alegrete, usando os canais 4 e 5, bem como uma pequena mancha, numa janela do arenito de Botucatu, no Municipio de Qua- rai” !, Engeahelro geéarafo Osmar Olyntho Moller, geégrafa Irani Schénhofen Garcia, ge6- Jogo Antonio Carlos Simbes Pires Geske, gedgrafa Alda Therezinha Randazzo ¢ ged. erafa Maria Luisa Rosa, 1 SUDESUL, Disgnéstico sobre a presenga de arcing na reside sudoeste do Rio Grande do su. R, Bras. Geogr, Rio de Janeiro, 39(4) : 82-150, out./dex, 1977 97 Examinando as fotografias aéreas produzidas pelo Projeto AST-10, a equipe ndo s6 conseguiu identificar as ocorréncias das exposigdes are- nosas j4 assinaladas nas cartas da DSG como também constatar o crescimento das mesmas, entre 1948-1953 e 1964; em 8 das 12 manchas de areia identificadas o aumento em Area variou de 12,5 a 52,5 hectares, naquele periodo. Quanto ao tipo de relevo sobre o qual ocorrem as “manchas de areia”, ou “areais”, por ela estudadas, a equipe concluiu que tais for- mas de erosdo superficial “aparecem nos divisores de agua, se esten- dendo ao longo das pendentes, onde as vezes nascem afluentes dos rios” e que tais ocorréncias mostram “feiges peculiares que as diferenciam dos depésitos de areias ao longo dos rios”; quanto As caracteristicas granulométricas das arcias, informa que estas se apresentam “com textura suave e formas arredondadas” # © documento oferece ainda uma sintese sobre 0 passado geold- gico e tipos de rochas da area em que esto localizadas aquelas manchas de areia, seguida de uma anilise geral do fendmeno e das conclusoes a que chegou a equipe sobre o mesmo. Na copia desse documento, cedida pelo Departamento de Recursos Naturais da SUDESUL, o leitor menos familiarizado com a dinamica dos processos degradacionais dos solos arenosos do sudoeste do Rio Grande do Sul encontraré informacées que possibilitario melhor acom- panhar a descrigdo, que adiante ser feita, de cada uma das formas de erosdo estudadas e ainda a tentativa de explicacdo das suas origens, 3.2 — Formas de erosdo superficial observadas Descrigdo resumida MUNICIPIO DE ALEGRETE 3.2.1 — Areal préximo & rodovia RS-55 e a 15 km da cidade de Ale- grete. 3.2.2 — Erosdes préximas & rodovia estadual RS-55 e a 19 km da ci- dade de Alegrete. 3.2.3 — Areal visto da rodovia estadual RS-55, de um ponto distante 21 km da cidade de Alegrete. 3.2.4 — ErosGes proximas & rodovia estadual RS-55 e a 25 km da ci- dade de Alegrete. Areal na bacia de um pequeno afluente do arroio Sao Jost tributario do rio Tbieui. a | 3.2.6 — Areal & margem da estrada municipal que vai do km 29 da rodovia estadual RS-55 4 Fazenda Sao Joao, de Eurico Ma- ciel Dornelles. 3.2.7 — Erosao préxima a estrada municipal que vai do km 29 da rodovia estadual RS-55 4 Fazenda Sao Joao, de Eurico Maciel Dornelles. 3.2.8 — Areal na Fazenda Sao Joao, de Eurico Maciel Dornelles. 2 SUDESUL. Idem, 98

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