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Peter P4l Pelbart re come See an A VERTIGEM POR UM FIO Politicas da Subjetividade Contemporanea eer eters —— on ¢ 1 : Copyright © 2000: eterPal Pelbart Copyright © desta edigdo FditoraTluminuras Lida Copa Fé -estioa garatuja amarcla sobre Matéria em forma le axila (1968), técnica mista sobre tela (81 x 100 em), Antoni Tapies. ‘Colegio Joao Miré (Palma de Mallorca). Revisao: Renata Cordeiro Fumes de capa: Fast Film - Editora Fotolitos Composicao e fibmes de miote ominaras ISBN: 85-7321-125.3 Dosso tte conta com o apoio cultural da via net works 2000 EDITORA ILUMINURASL Rua Oscar Freire, {233 - CEP 01426-001 - Sao Paulo - SP - Brssit Tel: (Oxxl1)3068-9433 / Fax: (Ox 1)282-5317 E-mail: ilumsinur@iluminuras.com.br Site: htep:/4vwwdluminuras.com.br INDICE PROLOGO PARTEL - SUBJETIVIDADE CONTEMPORANEA Eu(rekat) 2 PARTE POLITICAS DE SUBIETIVIDADE Direitos humanos e cyber-2umbis Da claustrofobia contemporinea. Cidade, lugar do possivel.. PARTE HL CRITICA ECLINICA Literatura e loucura A gorda saide dominante_ Solidi de Bartleby PARTEIV ALOUCURAEMCENA Deserto vermelho Usinzz ~ Viagem a Babel. 23 29 43. 53 8. 83 3 witli: PARTEV. ‘TEMPOELOUCURA © tempo se quebra ‘Tempo e psicandlise Da psicose Subjetividade esquizo.. PARTE VE VARIAGOES TEORICAS Imagens de tempo em Deleuze Rizoma temporal “Tempo pos-moderno Oanjo da enone PARTEVIL AGUERRAE O TEMPO Lembrar de esquecer Lampe! A vergonha ¢ 0 intolervel REFERENCIA DOS TEXTOS 13 127 us 161 177 183 187 193 201 207 on 221 PROLOGO ‘Um trapezista se dé conta, subitamente, de que sua visa esté por um tri: “Viver assim, com uma 6 barra entre as mos. E vida, isto?” A existéncia de repente Ihe parece estreita demais, pobre demais, frigil demais. Passa a exigir dois trapézios ein vez de um, e promete “nunca mais e ers circunstincia alguma” voltar a apresentar-se ‘como antigamente, pendendo de uma sinica barra CO trapezista de Kafka, na sua exclamagio apavorada, expressa o que as acrobacias do mundo contempordneo tentam dissimular a todo custo: a percepglo vertiginosa de ue estamos por um fio, a descoberta penosa de ver-se reduzido a quase nada, a suspel- ta crescente de que esse pouco talvez ndo baste para prosseguir. Ao lado da certeza esvaida, a vida depauperada, 0 abismo escancarado, a quebra irremisstvel no fio do tempo € no contorno da alma, Se alguns dos textos que seguem podem ser colocados sob o signo desse sobressalto, © foco principal da maioria deles estd em outra parte. Pois se € certo que parecemos desarmados diante dos miltiplos sentidos que o desgosto primeiro do trapezista continua ‘a suscitar (0 conto de Kafka chama-se “A primeira dot”), é preciso ir além do susto e de ‘seus efeitos de superficie para sondar os gestos de reinvengao da vida que ele esboga. N3o hi como fazé-lo, no contexto contemporiineo, sem antenar para a mirfade de riscos, ‘ofertas ¢ urgéncias na qual nos langa, na sua oscilaglo sincopada, a barra do presente. ste um vo demos de sobras, derests, Quse um diode bord. Reuni aqui tudo agile que roceou uma pesquisa de anos, erica e pessoa, em torno da interseccHo nite fempo'e subjetividade. As vezes um estudo sistemstico produzdo alhres Vai Ginando’ margem ume quantidadeimensa defanjassoltas, anotagBes de pecs, ots de rodapé, pinas avulsas cujo destino em geral€ apéadice, 0 Tixo ou @ favela, Eno enti em retrospect, essa massa de textos vai se revlando menos Fragmentitia do qe parcia a prista vst, eo autor sed conta de que exist, em tneio ao enon apafente, que acéncia conempocinea chama de arto estanho: um onto para one converger distnis trjetiras —- no mes caso, muitasintighes Emibrionéras, desvios aventuroso, curiosidades atrevidas, nfo soficentemente ‘maduresias para contvirem umatese", mas autinomas suficint para distribu rem seus préptos indfios IAs tjetras deste liso gitam em tomo, pois, do efeito de verigem que resuita ™ dessa interseesio entre a subjetividadle contempordnea, com suas mutacbes proprias, 2 a8 cisbes na nossa experiéncia do tempo, seja nas suas manifestagdes estéticas, linicas,filoséficas ou tecnolsgicas, Tal amplitude temética comporta matérias muito hetetosézeas, desde uma anedota de Internet até as desventuras de um anjo da morte, uma reflexdo sobre a cidade contemporinea, um filme de Antonioni, 0 didtio de Kafka ou mesmo uma peca de teatro encenada com pacientes do Hospital-Dia “A Casa”, onde trabalho, Tudo serve para nutri o pensamento: diferentes perspectivas se revezam, diversos encadeamentos so tentados. Pareceu-me que cada uma dessas modalidades expressivas ou te6ricas, representava um vonvite para experimentar de modo renovado a nogiio de subjetividade, de tempo e mesmo de mutagao. ‘A quinta parte deste livro tem um tom nitidamente mais sistematico do que as, ddemais, jf que & composta por fichas de leitura sobre a questao do tempo na loucura, segundo diversas teorias “psi”, Apesar da diferenga de estilo, esse bloco guarda uma cconexiio Secreta e necesséria com o restante. Reservei um tltimo capitulo para uma incursso de indole inteiramente pessoal na hist6ria naga pessoal do Holocausto, Fazia eu, af, € provavel, uma pesquisa “intima” sobre tempo, meméria, historia e subjetividade, ou ainda sobre as imagens de tempo de que dispomos e as quais recomemos nas nossas diferentes narrativas em torno de colapsos inenarraveis, sea na escrita, no sonho ou mesmo no cinema. ‘Parte dos textos aqui reunidos foi originalmente apresentada em coléquios e mesas redondas, ou em cursos na Universidale, Mantive, na medida do possfvel, o tom coloquial e ziguezagueante, o cardter ao mesmo tempo circunstancial e experimental dessas falas. A afinidade te6rica com a filosofia de Deleuze, evidente na maior parte dos textos, no descarta outras entradas nem hibridismos diversos. Fiquei menos pre- ccupado em garantir alguma coeréncia tedrica entre esses percursos do que em ir ‘operando conceitos, descrevendo cenarios € testando as hipsteses de trabalho. Por isso no tentei em momento algum colmatar 0 inacabamento dos vsrios textos aqui reunidos, nem stenuat a variagio perspectiva que eles propiciam. Talvez 0 leitor tenha a impressio, a percorrer estas paginas, de atravessas um canteiro de obras a céu aberto, Se for 0 caso, a0 menos 6 essa uma imagem sinténica com uma das preocups- es bisicas deste livro, qual seja, ade conceber a prépria subjetividade como obra a cu aberto — obra aberta. ‘Aos que me presentearam com sua Vizirhanga nos tiltimos anos e assim colabora- am, voluntéria ou involuntariamente, na elaboragio destes textos — amigos, mestees, alunos, pacientes, aliados e sobretudo as almas gémeas com quem me foi dado com- partilhar secretamente, sem que elas sequer o soubessem, o que aqui vem a lume —, {que este livro possa valer como retribuigio e Ihes chegue sob o signo de minha inaprecisvel gratidio. PARTE I SUBJETIVIDADE CONTEMPORANEA sibjetividad” [-] designagi escolida como que para svar anssa parte de capiritualidade. Por que subjetividade, eno para descr ao fundo do sujeito Sem perder oprivlégio que est encarna, essa presenga privada que 0 corpo, meu corpo sesvel, me faz viver como minha? Mas sea pretendida “subjeti- Vidade" é 0 outro no lugar de mim, elando €subjtiva nem objetiva, 0 outro é ‘sem nterioridade, o anénimo é seu nome, o fora seu pensamento[.] Maurice Blanchot ot Ldertwre du désasve, Pais, Gallimard, 1980, pp. 48:9. EU(REKA)! Forcas poderosas ¢ estatégias insuspeitadas redesenham, a cada dia que passa, nosso rosto incerto no espelho do mundo, Face A vertigem das mutagSes em curso, sobretudo nessa matéra prima tio impalpave} quanto incontorndvel a que chamamos de subjetividade, e a exemplo do que ocorreu desde a queda do muro de Berlim, no paramos de nos perguntar 0 que se passou, 0 que teré acontecido que de repente tudo ‘mudou, que jé no nos reconhecemos no que ainda ontem constitufa 0 mais trivial cotidiano? Aumenta nosso estranhamento com as maneiras emergentes de sentir, de pensar, de fantasiar, de amar, de sonhar, € cada vez mais vemo-nos as voltas com imensos aparelhos de codiieago e capita, que sugam o estofo do que constituta até 1 pouco, nossa mais fntima espessura Subjetividade e Pés-Modernismo Talvez seja conveniente acompanhar Frederic Jameson em pelo menos uma parte de sua avaliagao sobre o momento p6s-moderno!. O chamado capitalismyo tardio, segundo ele, teria penetrado e colonizado dois enclaves até entdo aparentemente inviolaveis, a Natureza co Inconsciente. O Inconsciente, diz Jameson, foi agambarcado pela ascensio da midia e da inddstria de propaganda, segundo uma nova l6gica cultu- ral docapitalismo que nao cabe esmiugar aqui. Importa, nesse contexto, o prego que se ppaga quando o capitalismo impregna a tal ponto a esfera cultural e subjetiva, com ‘conseqiéncias que se conihecem sob o nome de pés-modernismo: descontextualizacio dos objetos, privilégio da superficie, império do simulacro, fim das hermentuticas da profundidade, seja da esséncia e da aparéncia, do latente e do manifesto, ¢ com isso da idéia mesma de repressio. seja ainda dos pares autenticidade e inautenticidade, alie- ‘magdo e desalienagiio — categorias que orientaram nossa cultura marxista, freudiana, existencialista, ou suas hibridagdes diversas. Ao mesmo tempo fim do sujeito centrado, fu do ego burgués, bem como das psicopatologias desse ego, esmaecimento dos nifetos, © desbotamento da grande tematica do tempo, da meméria e do pasado, a irrupgao de um eterno presente de fascinagio com seu efeito alucindgeno, a leshistoricizagao generalizada, etc. 16 podemos interromper esse resumo canhestro de algumas teses de Jameson, € 1) Fredric Jameson, Por Modernismo ~ A Ligica Cultural do Capitaiome Tart. Sb Paulo, Atica, 1996, u Sbvio para distanciar-nos do requisit6rio generalizado a tudo isso que ele enfia ale- gremente no saco de gatos chamado pés:mvadetisme, Mas apesar da temalizagdo Expfcia da aubjetvidade enquanto tal ser ewassa em Ses texts, coniia a0 menos Feet um de ses pots de parida para so pensar de mod alsin a ello nize aubjtvidae e capitaismo, questo incntornvel eas sequen dat algom Semido 2 expresso “subjtvidade eontemportnea",Parafraseando Tameson, seria possvel dizer que o capitalismo tardio, mulinacional, global, lobaririo, mundial Fategrad, em Suma, chame-se como s qulser este momento que vemos, de fo tomou de assltoasbjetividade para invest-la numa escla mane vis, Flix Guta hamiva a atenglo para essa preponderdncia dos flores subetivos na login Capitals, e obretudo para o mao pelo qual as mquinaseenolgies de informa- gfe de comunicagto operam no corto da subjetivdede humana, nfo 6 na sua fnemdri, na sa incigecia, mas também na sua Senibllidae, nos seus afeos, nos bens fanaa inconscene: © ‘Das inimeras conseqléncas dessa investda maciga sobre a subjlividade por pate do capitalism cy acance ninda mal vslumbramng a0 menos dus parecem Incontestveis,eperavem umeurioso eft bumerangue, Pimelrament,asubjtivi- dade ganhou vsibilidade como um dominio proprio, relevante, capital. Michel Foucault oexpresou nests termes: hoje em dla, a ado das lts talons conta & dominagdo (de um povo sobre outo, por exempo)e conta a exporag (de uma clase sobre outta, por exempla) éa ta contra ts formas de assijetameto, iso € de Sobmissio da subjelvidade, que prevalee cada vez mas. Do que ele conclu: “0 objetivo principal hoje nflo\€ desenbrir que somos, mas reust-la". O segundo tfeito bumerangue, estetamenteligado 1 ese, € 0 sepuinte: se-a violencia do capitalismo na sut dnsia de moldar de cabo t abo a subjetividade se revelon tlimarente de modo to obseen eesctneaado, a0 menos te sso a vantagem de nos desfazer do ito de uma subjetivdade dada, Podernosento, por fim, compen Ia como plenament fabricada,produzids,moldade, modulada— e também, por que ve. partir da automoduldvel Talvez Venham da esses discursoscontempordne0s Imaspreocupado em reiventar a ubjeliviade do que em deitéla O que Foucault xpi da sepuinte maneirs Cabe-os “promovernovas formas de subjeividade, Fecusando otipe de individuaidade que nos fo imposto durante sézulos"™| Fabricagiio da subjetividade (Ora, a fabricagio sociale historica da subjetividade ndo é um tema novo. Nietesche ‘mostrou quanta violéncia ¢ crueldade foi preciso para moldar o homem nessa sua forma atual, quanto terror foi preciso para incrustar nesse animal um minimo de civi- lidade, de meméria, de culpa, de senso de promessa e divida, em suma, de moral! S50 e6lebres os métodas evocatos por Nietzsche como auxiliares da mneménica entre os 1 Michel Foucault, Questions et fponses. In H. Dreyfus © P. Rabinow. Michel Focal, un parcours philosophique. Pars, Gallimard, 1988, pp. 303-308, 12 alemies: 0 apedrejamento, o empalamento, 0 dilaceramento ou pisoteamento por avalos, fervura do criminoso.em éleo ou vinho, o popular esfolament, a excisko da carne do peito, et, Recentemente se mostrou que a dcilizagéo de um corpo pode recorreratecnologias mais suaves, dispensando até mesmo a violencia diet, fsa Novas maneiras de moldar 0 corpo, modelé-lo, mar-lo,excité-lo, erties, obriga- toa emit signos, etc. Nao cabe aqui sprofundar 0 sentido dessa domestcago, da gual, pelo visio, ainda nada vimos. Basta lembrar o que da se depreende mais © mais como um tuismo: se form do homem, a formahomem é uma moldagem histrica complexa @ mutante, nfo hi porque desesperat-se com a exclamagio do filGsofo “Bstamos canes do homem". O que o enastia 6 o fato de que’® homem se tornou tum verme mediocre einsosso, e que esse apeqcnamentonivelado se trnau meta de civilzagfo. O homem esta doente, e sua doen¢a chama-se homem, ess forma reativa « impotente que se pretendeeterizar™ E preciso entfo seguir Nietzsche ato fim, mesmo e sobretudo quando seus textos. sugerem que © homem aprisionou a vida, ¢ que ¢ preciso livarse do homem para liberar a vida... trmos contemporineo isso significaria que quando o poder toma de asslto a vida, tendéneia crescente detectada por Foucault hij duas décadns, a resisténcia invoca o poder da vida, bem como de suas maltpls Forgas "Mas como liberar as forgas aprisionadas sob a carcagaatual do homem? E uma vera total, cruel, brutal esofisticada 0 mesmo tempo, nfo menos violent, talve?, déaque aquela que dew origem a esa forma que se quet hoje remover, ecujo campo de batatha nfo é oxsn sendoo préprio gompo do homem, desde os seus genes até os so¥s estos, sua percep, seus afectad Nada esta decidido, pois o homem continua sen- do, conforme a definigao de Nietzsche, “o ainda nio domado, o etemamente futuro”. \ 0 retrato que Nietasche nos lega€ também um chamamests: 0 homem, um grande experimentador de st mesmo partir da que cabetia introduzr o tema da subjeividade contempordnca ¢ sob «9 signo desta triple determinaga0: a forma-homem historicamente esculpida, 8 mal- Spl frgas que batem a pora © pe em xeque essa mesnafrm-homem, ea ida do experimentador de si mesmo. As novas forgas Seria preciso perguntar-se, a partir desse pano de fundo, quais novas forgas, moleculares, césmicas, biotecnol6gicas, cibernéticas, na sua violéncia de infamia ou promessa, estio em vias de desfazer hoje a forma-Homem vigente. Quais forgas até agora desconhecidas nos forgam hoje a novas configuragGes, ou a novos outramentos, segundo o termo cunhado pelo poeta Fernando Pessoa, ele que eta especialista no assunto de virar outro, de outrar-se? Por exemplo, que novos arsertbamentos estariam vocorrendo a partir das Forgas do silfcio, que complem as maquinas de terceira geragio, 1) Fiedrich Nistasche. Genealogia de moral, Paulo César Souza (iad). S80 Palo, Hrasilicnse 1997, p. 63. As FeferEacasuleriorespertencem a0 mesma lv, 13 i ou da engenharia genética? O que nos dizem os olhos inexpressivos da primeira ovetha clonal? Como eserove Deleuze, “no cae femer ov esperar, mas buscar nova armas”. Poi€4e o capitalismo onfvoro € multiforme requer, com toda evidéncia, uma plasieidade subjetiva sem precedentes essa mesma plasticidade reinventa suas dabras € resisténcis, muda suas estratépas, produz incessantemente suas Tinhas de fuga, refaz suas margens, Recta também suas opacidades, suas zonas obscuras, suas intimi- dads, seus novos prageres, seus reeacantamentos, seus animismos maquinicos e sua erética inconfessivel! como 0 que se viu reventemente no estupendo filme Crash. Cronenberg disse que o romance de Ballard em que se baseou esté simplegmente antecipando a psicologia do século XXI, Se ness filme os caros sta usados fisica © sexualmente, é porque o corpo humano deve doravante ser concsbido com suas extensbes tecnol6gicas e nervosas, Como o escreveu uma psicanalista paulista, 0 carro passa a ser “uma alegoria de estranhas relagSes posstveis com o inumano tecnologizado™. E preciso reconhecet entio as novas conexdes e hibridagdes, os novos territérios existenciis que pipocam por toda parte. Se 0 capitalismo desterritoraliza os sujeitos de suas esferas natais, fazendo com que as vezes eles se tetetitorializem sobre referénciasidemitérasarcaicas ou mididtcas, ao mesmo tempo essa nomadizagio generélizada pode signifier uma refludificagio aberta a novas composigées, a novos valores © novas sensibilidades. E nesse vetor, molecular, subrepresentativo, coletivo, que podem surgir novos agenciamentos de desejo os ‘mais inusitados, polifonicos,Reterogéneos. Seria lamentivel se frente asso, continu {ssemnosaferrados a uma representagio reasseguradora de subjtividade, num modelo ‘denttario que considerarfamos como traido ou perdido, enquanto de fato a vivernos esgargada por todos 05 lados,e devassada por um exterior cada vez mais intrusivo! Sujeito e subjetividade Talvez o descolamento progressivo da idéia de subjetividade da consagrada nogio de sujeito, na qual tem origem ¢ da qual ela deriva, seja uma maneira de incluir uma certa

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