RESENHA | RIBEIRO, Darcy. A univesidade necesita. 2. ed rev. ampl. Rio de shneir, Paz e Terr, 1975. 3079, (Estos letinowmericnes, 2). “A Universidade Necessti, de que Darcy Ribeiro esbora 0 model tao. ‘ico, 6 univarsidade moderna, pea sua estutura e pelos seus objet ‘os, mas & sobretudo, 9 universldade das mts evalades cultures inaionais do munde ltino-smericano,proposta 2 sa critica e constan- fe reformulocdo, Instrument supramo de ralzaczo do esforc racio al tanto no campo cultural quanto no econdmic, viande 2 Inagra lo socio! das reectvas populscbes, 0 vigor do carter nacional de cox (Gs uma das nagées iis ea rqueza de sua conbulezo espace & ‘hilizoedolatio-smereans”" A proposta de um modelo de univesdade para a América Latina é ‘presentads, nesta lire, partindo, inillmente, do estado ds deren {es experiéncas do Universcade no Europa ena América ingles. Em se ‘ude, voltando se pora 2 América Latina, analisy a6 tentative do re forms ¢ renovaeso, os demas e flécis, os desafos erucals dante do Drojeto de deservoWimento autdnomo ta Ameria Latina, para fal ‘mente, trocar 3s dietries do modelo toric da Universidode Nocessé 0 tivo ests orgenizado em seis partes: na primera sfo estudaos “os {atorescausis dl cris com ques defrontam todas as universidades do ‘mundo Na segunda, si0 spresentedos os principas modelos ett. ‘ais de universdodes Go mundo moderno e af uae rears eam un Versa Iseino americana, A tersie votes para" pad tradeo- hal de orgatzacdo des universiades latino-smericanas”. A quarta faz lum balanpo des tentatvs de ranovardodesse pedro apresenta als Drinefpies que deveriam nortear ums nove reforms tnivositiri. A ‘ines part tata do proposte de um modelo terico de extvturao Universtiis que beseou-se no projeto que fo! implentado na Univers ‘dade de Bras. “A dts parte un relexS0 sobre o carSter do ‘ coreniio de Anis Tokas era ort doe. ber académico, princoslmente do saber fundodo ns ciérias humanas¢ Sabra os dsaios que. ranovars social eoloce ante 9 univrsicode™ Anslisando 2 ers que afeta as universidades moderns, 0 autor cara: terizwa como conjuntural poles, estrutura, intelectual e ideo. conjuntural na media am que surge do impacto de forcs transfor ‘modoras, noms fase de transis de ume eivilzacso de ose Inds ‘ara uma outra que sof 08 efeitos de um revolueso cents ta oldies ~ 9 Revolugdo Termonuclear. Para as univesidades dos pases ‘Gesonvolvdos, esta arse assume a forma de traumas que surgem doo volvimento do sevs Investigadores @ laboratrios nes tarefas da guerra ‘ris € quente,e de testes provenientes de inovagdes nas atvidades pro dutivas © nos services que passam 2 exigi formarao universiara pa 13 todo 3 orga do trabalho. Para as naedessubdeservolvides, eso crise ‘Soretentase Eamo um desaio para suas univeridades que dover {Zara tareta do auto supersede de suas deilancias para 0 domo de tm saber nave cada vee mas ampliado, ou ver aumentar progress ‘manta sua defzagem histrca om elcid nas adiantcas A eri 6 politica porque surge de confitos sous decorrentes de inte ‘esses expectatvesantaponices de grupos que querem 3: universde ‘de contervadoras ¢ dscplinadsse outros qu 38 disejm ronowidorss 4, ate,revluciondis. A crise 6 estrutural, pols 0s problemas do universidade wtraoassam 0 ‘ei inetutonsl. Polo faro‘detestruturesvigenter concur e ‘duos histérces de esoreosseculares par cris niversidades em cond 00s advrss,nolas 80 fixaram multipos Intrescs 2 atu como obs ufos a sua wanstormacso™ A cris 6 sind intelectual ideolisics, primero porque exge 0 estudo Ge propria universidade para concer os seus concetonantes © 8 ‘uistos de avo transformarso, sayundo porque or préprio unersts. ‘noe 2 divider, uma ver que esas vansforriardes "poder conbuir tanto para universidade constiturse em motor de mucosa soledade globe, como par rigs em fortalaza defensive do statue quo”: Diante das tones dervados desta crise multipla, auniversidade @ com pels 9 discutire propor caminhoe de syperarso de sus problemas. Ee [ss camianos podem sor reduzidos a duas pollias bases uma € «po. Iitica de modermlzacio refers, que corresponde a0 aperfeipoament® da Universidade “de modo 2 tornéla male afiiente no exercicio de sist ingSes conservedoras dentro de soclededes dependentes © submetidas 4 expolioeso neocolonial”: a outa é a politica de erescimento aut6no- 'mo-que prope 2 tansformardo da universidade como uma etapa 10 ‘Sentdo de muder a propria sociedad, «fim de que ole poss “evollr a stupode proietarado extorno ~ lmitado a satistazr condlips de Vida ede prosperidade de outras naydes ~ d dignidade de povo para, Sanhar do comand de sou desing e dlsposto a interar sna claps ‘emergente como nao autdnoma” Festa saber so 4 possve! 2 transfguraczo da universidade que anteipe © at8 mesmo store slavance da aceera-f0evoltiva, Independent de ‘ransformaeto prisiae revolucionéra da sociedad, como emore cor sso crise das univeridades ext inserids om uma crise mae gerl das napdes latino americanss que sofrem dois pos de presbes opetas: hi ‘aqueles que pretendem condua/asd atualizpso histricae os que bus ‘am elo 4 aceerafoevolutiva. “Tal presses so exercdae sobre {odes as insttuedese, de modo pariculsrmente grave, sobre 38 univer Sides, dividindo seus corpo acadbmicos om grupos anteporto exer ango im estrangulamanto cultural conta 2: mals auténceas os. Um outro aspecto que agrava a situaeSo de unversidadeletinoamer- canaereferese 4 campanha de coloniserso cultural de que 2 América {Latina vem sendo objet. “Ninguém ignora que uma sire de érefosintemacianaisenorteamerce- ‘nes tm, hoje, idlas muito pretsas Sobre o to de universidede conve: lente América Latina, sobre as posqulsas que nes caber realizar ¢ 9 hnatureze do ensino a ser minstrade” ‘No segundo parte, 0 autor anlise alguns models clésicos de univers dade Parte de constatapto de que as grandes extruturas universities ‘modernas 380 resultantes do desenvolimento social gio, fondo con Corrido pare o mewmno apenas subsidiariamenta As upiversidades ds. apes subdeservolvides deverdo inverter aquele ‘tnt, fsto 4, toro que atuor como motor de aslorerSo do progres. 1 globo! da ago @ ndo come reflro do desenvolvimento seangado ela soctedade. 0 estudo comparativo ds ciferentesestruturas universities visa iden- tfiear0¢ obstdeiosIntitucionls que difultam o efleae desempento {do papel das universdades om repo d noeS0. (Bor tris dos projtos de atualzpohistrica de que somos objeto" Deserevendo alguns modelos de organizarso universitria 0 autor iden- ‘ica aspoctos postivos e negatives que a universidede Ietinameric-a, 6 mas iustrativa do que 03 estudos normatvos até agora produzl. ‘os peloracadémicos ngewe” As universes norteamericanas “ensinan-nos como, por eftitos re ‘texas, uma esiatire universtiia pode experiment renovarbes Dontineas que ihe permitam aconpantar apolar um proceso de ie {ensa vansformacso socal”. A sua estruturabaseaapresenta aguas ‘arotorstica que diferencia das mais. € 0 eat do sua autonomy uncional, cam rela:Z0 20 governo — embora noo sja com referdncia 4308 financiadores privados ~, a felta de burocratizarSo, a dvesiévde ‘as modaldades dos cursos oferecdos, ee ‘Quanto 3 universidede aloms. um aspecto a ser ressltado refrese 20 {ato de que no seu period dureo, a atividade clara de investioc do ‘sobrepujova qualquer preocupatdo com 0 ensin. A universidade sovgtic, emboratenha pontos comuns com o sistemas {escrits anteviormente, difere dos mesmos pa medida er que est ala ‘ionada com o praceso de implants do scilismo. Entre as carect- ‘istics aterencias dese sistora de onsino siperior, ancontarmse 36 ‘ograda pela sdoeso do merxismoleninism como método de investi. ‘Hoe como teria geal expletive d sciedadee da hist, at De toda experidnei do universidode sovidtcs, 0 que so destaca 6.0 mo: {como “enfrentouvitoriosimente odesfio de formar um nove corpo Ge dingentes natonais comprometidos com o proceso de transforma. (80 revoluciondrie da sociedad, cad vee mak capactados 9 dominar, Eultare aituniro saber moderna” Estes aspects, entre outros, constituem 0 egado de herang interncio ‘al para organizaedo univers ltino-smerieana, Todovi, 9 mes’ ‘ambim reeebeu « ncorporou vies apectos negatives 0 cato doco ‘iter efits, to inglés ou alomdo, de nosis universidades, 0 esto 90. {oerdvco «patricia com que era exereaas a ctodrs, 0 caster Bur fritico que transform ot nossa universes em verdaderae Peper (es pubbias, como as francesa, et “Evidentomonte, a universidadelatinamericaa 6 futo de sua scieda i. Subdesorvolida como a sociedade em ques Insre, undada como ‘enpreendimentoalhelo mediante projetos forénecs que fxaram popu Tapes om cortos pontos ~ nfo para riarnovassociedydesautOnomes, lapostae 9 vver © proprio destin, mas para asatifado das conde des ‘de exstncia de prosperidads des napoer colonise”. Ne teresa parte, Darey Ribeiro faz um balenco do que & 9 univesiade latine- ‘americana de hoje. Procura analitar objetvamante a universdade rea, ‘0 seu modo de inser na scledade gob, a Yorma como nels ns ‘reve 2 realdede crcundante,nutrindo 0s ideal culthvados« os meca- ‘isms universitiries de perpetuae20 dos sstamas socials que 2 Ins ‘Na quorta part, faz “um bolango erftieo dos eforgos mals destacsvoe ‘de renovaeio, om andamento, 0 uma avaia-S0 dos sacs quo deron- {amos”. Sto deseritos a experbnca de Cordoba (1918) eos esforcos de ‘moderniapto tontaes, entre outras, pelos universidadesuruguaa, b= ‘liao argentina. O autor faz referinea, anda, 008 projtoe de ae ‘anizap¥o que ocorreram no Chile, na Costa Rica e om outros pases, ®cita como exemplo de experince renovadora 3 Universidade de Bx ‘fia A andlse das organiagBes universities latino-smericans possibiltou ‘deniticor algun clemas por eas enfrentades, como humsnisnoprag- Inatismo, clndfcienoprofissionaliamo, ellésmomasiiaedo, ee "Todos estes cena so alzes por Bo proporem ope eas ante (quas @ univeridade tra de escoler, mas dsolveram em ambigdde ‘des alguns dos problemas eruclas da universe lating americana” Depois de fazer uma sucinta apreciaeSo dos dllemas flazes ou ambi. 08,0 autor examina os dessfosefetivos, em relacdo 0s quas 3 Un- Yersdaces latino amercanas dover tomar poses clare. ‘Si oe “al 9 opefo entre a expontaneidade eo planejamento, come police de desenvoWimento ds unvorsidede, 1) 2 opedo entre 0 compromisso do universide com 9 nagso seus Droblemas de desenvolvimento 22 pesturascadéicetradclonal. fe ‘hada om 8! mesma © dediade 3 eruledo gratultae desnteresiads Exava, bana ano Tn 10 ont, 1982‘do destin nacional, ou Incapar de relacinwr a atvidade univers ‘ia com uma site cided 0 autor faz alguns comentirias sobre oss dias oppose apresanta um rol de sssentaprinc/pos como requsitosbiscas de uma nove reforma. ‘Essesprinetpios esto agrupados nos soquntesapectos: responsaiida ‘es da univrscode;direties da Yeforma eerutual; carrera do me stiri; a universidede eo estudonte; 9 universidadecradora; a univer Side docente; a universidade difusora: a universidade e a nog nt ionalizagso politica de universidade. Em sepuide, aprecanta um modelo teorico de organizesSo universts ‘ia, 0 modelo proposto basoiase numa estrutura Intgrada por tes ‘ipos de componentesbisces: a) Os Institutos Centrais que sfo entdedes dedicaes & doctels e 3 ‘pesquisa nos campos ds clénoas, letras e ates. Seu clive justice 5 tanto plo sou aor propedtio oar uaaveforneto profi _b) 2s Fculdades Prfisionais que se ocypam com o ensno des ciéncas “Splcadas. Si0 organizades para receberextudantes que jéobtiveram ‘Tormacdo universitria bisa © buscam nesas faculdades cursos de treinamento profisional ede expecaiacdo para 0 wabalho, @ ) os OraSos Complements que oferscem a comunidade univers ‘sos servicos de informers, fuse, eleS,asistncla¢ eporte, ‘etirando destas atvidades 0 su valor educacionl,colborando No ormacdo de diversce tos de proisonais univarstrios, slim de ‘olocara universidade am contato com a socedade global. Fatando do vantagons dessa estruturatrpartidy, 0 autor cita entre ou- ‘935, a5 sepuintos afta 9 dupliaeso desnecesiria @ dspandoes dein {alagbes« equlpamentes ada por dois anes «ope proisianal do ai. ‘ho. proporeions modslidedes novss de formar clonic pec {26to profisiona, et 0s tnstitutos Contrais, af Faculdades © os Orgies Complementares consttuem a macrocsvutra orginica do universiade (0 Institutes ¢ as Feculdades foram complexos jntegativos devido 435 suas artculcdes funclonals ~ Inerdependéncia diditica que ocorre ‘om 9 exsttnela de Gros comune de ensino e pesquisoe exigem caps. ‘ldade de uma ado contugads@ de Intercdmbio recfprocasatisftbro. (0s Dapartamentos serum as unidedesoperacionisbdsies ce doctnci, pesquisa, extnsto ¢ itso cultura. Cade Departamento corresponde ‘um campo de especializaeao w integra espcilsts em unidades per ‘manents, tanto para 0 exere/io ds pesquse como pars dar cursos unk esi. 0 Departamento faz parte da mscroesrutura de unversidede 2 que pertance (Instituto Cental ou Faculdade) 20 lad de outros ado, o- Imo. 08 Centros ¢ Programss. “Centres s8o unidadesIntoriscpinoes de pesquisa ou doctnels, de carftr permanent, quo ofereceM %0 Des ‘sca! dos Dopartamentes recursos e equipamento para 2 execurso de ‘projetosexpectcos de trabalho. Programas 880 stvidodes interac. hares de pesquisa ou docineta que, por seu cardtr eventual ou provid ‘io, no stream a criapao de Ogdos permanente, como seria 0 caso (os Contros” © problema fundamental da reforma, todavia, “ndo etd na ténlea do nova estrutur, mas na determinaeso do contsido de poder que mars. ‘80 rumo e 0 ritmo do proceso de transtormanso. Este ieladie i beratvo Indes 0 cogoverno das univrsicades, Istituto Contras, Fe uldades © Departamentos, pelos profesore e alunos, como 0 rej ‘ bisico ds edileocdo de Universidade necssra". Finalmente, 0 autor faz algumas reflexbes sobre o saber scadimico, partinds do prestupesto de que a princpaldefcincls da ative Glantiiea exereica em nosss univeridades é 2 fata de adequarso € Sutenticidade. “Adequarso 20 nose melo tural @ humane, encar- {dos com dtiea de estrangetos. Autentcidaderelaivamante a nosso ‘ores @ ntorases, que 86 podem s manifesta como iaiossnersig © ‘ctncian, porque © quo #0 fac 82 simulsedo ou 2 dupteaeso proctra ‘Ss elvan Em anexo & spresentads » comunicerio felts por Heron de Alencar, 3 Asomblla Munelal de Edueap20, no México, om setombro de 1964, ‘Sabre. Universidade de Basia.