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"A RESPOSTA DO ANALISTA (©.cASO Fripa DE Mancaret Livre Angela © Bemardes aang roponabidade so ésmpl urns, 1956) ‘Aleitura do semindsio A angi, de Jacques Lacan, sr vive para encaminhar uma questo reatva parte do ana- Ta na tansferénca, mais expelicamente difcldade para co aalista de mansjaruma stagio em que ests includ, Freud pouco abordou es questio em seus artigos sobre a céenies. Como ele proprio asinalou em cara a Sindor Ferenc, seas conselhos para pracicante da picansis foram sobrenudo no sentido dauilo que nose deve fazer, oe de ‘amar aatengi pat as tentagSes que se optem ands Oe nals nrdevecaderAstambigies de curar-de anecpar 0 saber desishrerilemanda de amor ou-desrechagidty em uma, nio deve age guiado por sia posigio de suc, digs thos asim, "Os obedients no Tevaram em conta elastic ‘dedesscalenas es submeteram como se fssem presigles coma frga de tbu’#leima-se Freud nesta mesma cra Foi Ferenczi quem evo mals lone a pteocupacio com dito iro pessoal do analis, sua formacio, sua capacidade de avala situaglo — quero de tato, diz cle - problema tisando asim a chamada “elstcidade da técnica’. De fo, Ferenc foi o primeiroanalia a temaszar sobre o pape! do anaistanainstauragia © no manejo da transfréacia 3 sus tentar que ago do snaisa vai lém dainerpretagio de sen {ido Todas questo parece sersberafinal em que oanaita se apa em zu a0 (Com regio 20 que anita que svliarem rela fs sur intervenges, Freud diz o segue: “Regrs para esas medidas ndo se deicam dar” Iso éasim porque nfo hi uma técnica. paramo de jlgamenta paraaagistdoanaliarto, 6téenicajesimésico. 0 parker fonecido pla anise "a relagio entreaagio eo desejo que a habit Assim sendo,« abstnéncia do analist, uma ver eonfundids com a tabu da neutraldadecendesia3 desconheceraimplicisio do desjo do anata na wun, Covrearnansrenencu? ‘A rintodusio de eomsideraso do que concerne 40 ana lista na manobrada tasferéncia velo na correc ingles her Asia de Ferenc ormalada em remordecontrtranseeacia ‘Lacan, por su ves, nunca subscreveuo erm de cnr caansfécia.Eatretanto, cle reconheceu que o que évisade porestesaucores~a participate do nalisa na tansferencs conceme 20 deseo do anaista "(.) esa questi da contr uansferéncia nso €verdadeiramente a questo, En estado de coafusto em quenosé colacada que el tom sus significa Esa sigifcaio dna €aquela qual nenbum ator pode ec pa, jtamente na medida em que & iso que Ihe interes: © deseo do nals! Ouse vale maisaonde eves autressiuam 1 problema do ques solugies tenia que eles formularam, Para Margate Lia, a conratranferéncin ur pare da “resposa rou” do analiss, a qual diz espeio a ado 0 que o nals diz, fi, pens, imagina ou sete rlaivamente a su paciente no cuso da andlive: eu sinc, sm sca, ie et- bese fala dereagbs.* Hla questionn impestalidade do ana- lista que servic, por um lado, para ioe a taneferéncia 20s pacientes neue6ticos, mas evra, por outro, a ums “alsa Aicotoniaenzeoaalint como leo resto de sua soa *A scu-verro aaite oper comsus pesionedevesercnmaisai~ ttatico posi Segundo M, Live, manifesagio do anal ta ‘como uma pesioa” rem efeitos importantes, até mesmo ecesstios” para certo pacientes, Com iss ela valorza nfo sé demonsttagio do engajamenro do analista, do seu “estar aff parao pacent, mas, até a0 contrvio, a manifeagio do que le nfo pode suporar, isto 6 eonfssio" do que o feta ‘ontrateansferencialente (0 debate sobre a conuaransferéncia fo essignifiado, para ndslacnianos, como conceit ddesjo do nals. Ainds ‘ue, po fala deste conceit a questi resale muitas eres para {ima confso imagindra quanto ao lugar do analistanarans- Fexéncia, o deseo do analina eteve indubravelmente em a0 rnaandise relat por M, Lite, Maisdo que faer uma critica da concepsio inetsubjeiva da wansferéncia ou do ideal de tutentiidade que desconhece a funglo do emblanresua la- (lo com a verdad, parr’ do principio de que eta analista fem um arr faire anal ewentarel veifiar de que tal da clinica ela presta cons em seu relate A ssvoxsamuane (Com rela roadie desu esposta, diz M. Lake, © anaiseedevesimie008; de responstbildade. A responsa- bildade die espeito mio os "palavas, iis, arose reagies do anal, mas incuitambém a decisio de delegarresponsa- bilidades Para nuangar a questo da responsabilidade do analisa, (M. Litdedstngue ers categorie de pacientes: os verdadeiros picics, os verdadeirs neudtcos, ence os dos uma er (ira categoria onde se encaxavam o que na época schamava de borderlineseas dics neuroses de carter psicopatias. Nos ‘eos de picose, anal, quando a hospializagso do pacente Eecessi, livin-se da erga de responsabilidade, 20 delegar pare dela por exemplo, 8 equipe piquitica. Nos casos de euros, a prOptia andlise cond osyjetoassumira sua res ponsbilidade, Os casos da rercira categoria de pacientes 0 queles que fait oanaisa superar mis tensoeresporsab- lilade eaquiseindlui cao qu ela problematiza nese artigo ‘Mas como Lacan ealatece na aula X do Semindeio da Angin, DSouetn, sets eetracategosinde pian i> ‘ns mencionada, de pos desujesim de“amgzemalae- ag etna) como aetna * ergunto-mese no seen ‘quaariamn aqui alguns dos chamados“desafioscontempori- ‘eos da clinica que se refere Romildo do Régo Baros em seu trabalho sobre ar computes nos novos sintomas dig os ao analsa oxicomania, bulimia, ec Eda que i ou tras considerages sere fetas para sustentar esa aproximar ‘io, mas quero com iso valriaar a questo clinica abordada por Lite, razendo-s pao debate dosimpases dios concem potdneos os quis, site vezs, dizem respeio 3 diicaldade tlefner goo pass ao inconscigte" ousjaradenansc- ‘mara compulsio.Asepigionmum motivo parawelembtar." Seo Aperen ransferencial surge, como defini Freud, ali onde algo resin ememoraio, ito ésearepaigioebretro ‘tabalho de astociagSo lee; no hérpor outro lad, anise postiel ater que anata ejay de alguma form, inculdo ‘ess ransferenca: (© que Lacan raga no acting ut € seu enderesamento Est disigido 40 Outro. Ee hd anal, drige-se ao nals, Seeleacupeuewelugan pier pes de... tem quand méme rerponsailidade que perarice.2 ess ugar. que-acioua par Esa formlado 4 noe permite um primeio desloce Fento importance na questo apresentada por M. Lite, uma ‘yezquea responsibildade do analina dz espeltoao lugar que cde sceitou eapar, ou melhor, 2 desejo que 0 auoriza a oct pareste lgire nto pessoa do analista responsive pla ps oa do seu paciente, como pode resoaralguma das formula bes de M, Lite. Mase iso resiua a quero, a seduz a responsbiidade, © analisa roma pate ma vids do paciene © Ur ering so digidos para est ug Io ni épouca cos. (problema nesses caoe que x casifcava como “limi tes" Ga eatenso do aeing em lugar de tabalhoanaliio, io pacienes que auam e nfo necesriamente filam sobre iso ‘iso se tata de fila de tansferéncia, uma vex que a prépria tranferéncia€definida pelo Agim, mas alex sea 0 <0 lesions uma cere espetfcdade na tansferénci, 0 que e- Sou Lacan 2 flare "cransferncia sevagem."Avwanseréo- Tpesem andi 0 acing” A questo que conceme 0 srangjo da ansferéncia, dia Lacan, éa de comm domestica 2 funserénla sagem, come fire clefante selagem erat no curl! © exs0 Fra Frida oi encaminhada pars o uatamento com Margatet Lid pla ansistente social queaacompankara num ntrroge ‘Gro polcal aps um dese furos. Durante mais de doisanos, quer mencionou seus 0s deptomaniacos &analit, ilha de pis udews aura Alemanka narista, Frida teve uma infin eau, Seu pi foi um homem brant, mas gocénico, aidso e megalomaniac, A al ponte que no Sectou que alg de mal pudesse Ie ocorter e ao emigrou da Alemanka, como todos desu fafa, emoreeu num am po de concentra, Sua mf, ainda vr, er uma pessoa mes squinhae fla fo flr aalina, desdobra a histria de uma infincin sania porurma me cxigentehigermoral eseeraum pa ‘Grado, so qual ela obrigadn pea mica servir—o quem ‘ieda fara com pranr senda ose sua mae que o exgise. Se Mdsobedecese te, apanhava deseu pai com chicoe, sobre tudo quando se recsava pedir desculpas. Ame, por sua ven Fag Ihe entigos eres emesmo anos depois en apa de estar on crimes pasados, jf puaidose“perdoados’ Frida us que brigaa toda a vida com ela, brigava também com seu rari e hava infernizado seu casamento impresionante que inicalmeate cls vena se referido a seus pis como sendo pesoas comin, amves que s6 mui to aor poucos rena revelado esa oust versio. Iso denora a Fangio da fala no tatamenco qu integrao perio preliminar Aandlse "Nox primeito sete anos derablho, a pacente nfo ents ropriamente no dscursoanalco,emboraalgunsekeicosera- tins da fungo da fila se faa seni. “Ela roa menos ‘ena elagi com os outros era mas Hci", resume a analisa ‘Maro estencial peemanecia intocado. "Seu apeo emocional me permaneciaimutiel eelanunca chegouafizeroluo por seupal™ Dsante ese tempo, a anal fx “mia nerpreages da eanlerenca™ eur tana icerpreagoes de seid, mas ‘estas no tinham signifade pars a paciente. Em sua, a pa conte ilva, seis melhor, atuava menos, mas no muda rade discus. Nos rermos de M.Litle“Atxnaferéncia nfo se tomnara el" Nada ques analsa disesse era subjetivado pela cient ainda que intelcualsse o que ow de sua aalsa, ‘dando incksveconselhosa seus conkecidospautados no que cerrado. Apo desturem deacon ques dificuldaces ‘Seencns permaneciam,estivam pensando em para por a ‘in eto di pacente chegs fra des, ansrorad, 208 rants: ls uma amiga da fafa, havia morro subiamente ‘a Aleman, Frida, que nfo hivia odio fazer o luco peo pi ira agora um lito devstador}indo comia, no dormia, 6 falavaem le A analisa fz vias intespreages de sentido ‘que nfo tem ein algum eo estado da pacinte permanece inalerado eau via coe isco. Aanalia, cao saber revel ‘ici impotene diz as pacente que exe sfrendo 20 vi lasofrerdesejeito, num desaafo, mosr-seaetada pela dor desaperdasfrids pela paciene ssa imtervenglo opera a mudanca de discurso que todas asincerpretagbes nua aviam operado, A paciente muda sta posgio enuncatvse pSe-ae 3 tabalharmatanserénia, Mas 0 qué operouse a? Frida he diz que pela primeira ver pe la como “wa verdadeiea pessoa, iotlment diferente desoa mie.” (0) Totataeyre nirexenTe be sus ae De fito, mas de uma interven da analse do & ps cient um lugar diferente daquele que esa parece ter encom trad junto sua mie, leo iustea-se melhor com outra inter ‘enc da analisa por ocsio de una convocaso judicial f= {a paciente por nfo er pago a passagem de rem, Este ating far srie com muitos autos que expem a paciente a algun tipo de isco. Com respito aos stings analista vé com0 ‘dererminante a relsdo com a e—para quem a paciente foi spenas um prolongamento de si, como asirala Lacan. iar sea, nos oubos de separarda me um objeto: "Eisalum ob ‘er considera como tl, que deixem dle x jeno que merece x Frolerum insane”? diam seusatosdigidos mae. Poisbem, ‘no momento em quea pciente preciso comparecet sob tal pela infagio no tem, aanalistaoferece Ihe um atestado tno qual pacienteédesrcacomoalguém que estiem «at mento devido ase comportamento impulsivo, mas € wma pstoa honertae confide” "A pacientes surprecnde, pois seus pus a tratavam, 20 comtiso, come lade, mentros, etc Ess resposa da analis tana teanfenca ale tenha abet alguma va parauma nova posi subjeiva, Tee por cfr imediato uma cera reifics- ‘io da paciente em rela aos ricos que corsa embora ees Teniham pesisido ainda ur empo nueanto,o que M, Lite valorza neste episdio ée premio autntica de seu entimenos, rm contaposiio & hi- poets vgente nas rela farilares da paciente. Darmesina us foxma que, porocssio da deoago provoca pola more dels, supe que aeficica de sua interven rede na manifesto de sensimentoeveraderamente expeimenrado pela aaa {Uva venoanutna ron [M. Lite acre que €preismente na medida em que canals rerponde como “pesoa na realidad” que cle écapaz ‘de operaronde a nterpreasio €ineficas, Um primeleoaspec- to er valor af ode raver para o campo da acto anli- tic, por asim dizer, algo que we contrapoe3 interpretaio de sentido, situando, a0 contro, um so saber dodo do ana- Tia. Als, que em sea dessbaf a aalista demonste que mio sabe nis como tot la pela iterprtagio parece sti, por si 4, um efito para a paciene, Hi inclusive o rato de una cexperénciade M. Lil da mesma ole masa primeira en ‘rev com Winnicot:"D.W. mantevee em léncio, 56 dse ‘0 terminar ahora: nfo sei, mas me paece que (Isto me alviou, que ee pudese adie que ado sabia (7 No aso Ade Frida, a inervengo da nalistaoperou uma vieda de ds cutso por introdusir a fungio do corte cujs conseqiencias sordariadiane i, enrtanto, um outoaspecto aa formulagio de Lite qe denon ims concep do lugar do srl na cansernci, 4 qual, justamente,considero problemtica Poe “pessoa na teaidad” ca paece dizer foe da ranferdncia, como sea rans Feréncn no fore realidadee, mais dliado ainda, como seo analisa pide incervrde our lgae que noo que a tans- Feréncia Ihe outorga Mas,enfim,o que autora quer cernire a faa deoutea definigio,chama de penioe na reldade? Uina posibilidade inctesine 3 de entender ino no sentido do deseo do ana lea no manejo da transferéncia. O analisa 56 opera desde 0 lugar que ou ma transferéncia, mas ese ugar deve perma- cer Yago, ot sca, a pessoa do analista ago pode ocupé- 6 ‘Asim, aredico qu, a pattir dor exemplos que ela dé, 0 que IM. Lite formula em tenor de analiza como pesoana rel dadediz respite, rian vues, rmanobra que permite 20 at- Fist, ao no se confundir com o eu lugarnatranseréncia dat tum novo lugar de enunciago par opaciente Owean pa para (Com Lacan, vése melhor que nfo fo a expresso sincera dleseus sentimentce positives que operaram o clit surpreen dene para pacent, Fo, 20 contro, por tex reveado uma falta no Outro quea intervengio da analisa phe itodurira Fungo de core. Com sua interven, a analisca teria revel- ddoa Pia um lugarde fle, ou meso sewlugn de fla para 0 Ouro, Tacan dieques6é posh fire oto dealguémn de quem se psa dizer fi ua fila, O que sem jogo noo, como ‘efnala Laan, teferindo-s s formlagSesfreudianas de “O En eo Iso, €idenifiacio regesiva com o objeto peri do Como Lacan interpreta isso neste seminiria? O objeto peadido 0 4, aguilo mesmo que nfo se tem 20 amar. AME, Gir Lacan, dar o quedo se cm.*O que me retora no lo aqui que no ten afta que ata? mas também aqui- oem que eu ihe em representar para sua (daquele quese fi) falas o objeto « a qual poterior’ me identtcn, endo sido un flea, Ou ej, no centro da dilia do ter edo ser que Freud problematiea entre © amore identifiagio.” Lacan coloca relasa undadora do sujet coma fa. Asim aiden ‘feagio como objeta de ator perdido, da qual nos fila Freud fem 1923, como condigi do luc, & edimensionada quando fe considera que o objet perdido no luo €aprépria Fangio, 8). Neste txcmplo, a0 contro, parece que a paiente ocupou o Tagae ‘deobjet, provocando anal cmsua divstosubjeiva. Mas qual masa nancaperimenon sang dames weielitcmauco mn paces dma plo pace secre eae na nnsetnciegindoa regina “eee Porqu indoors Sa guna Lacan ao si paces no anata anew do mina 6 qr ee ura ie psoas pies abi Ge ere ca dep downalnt i confundecom es Cee sting ee -poulo porum dejo mas ade quo imple dear pce pelo dere un stag pea, Seon aut ques pond sala, fendacomo act, nda um cone, oper vada pars ono cc colnussaoane no bao Eefio Eda eae Ate do que Laan desceveem Subventodo i ei ala cand cra oli pode cae eee mide gulp) Eibslretena queso sine ienemen uc sch dace Alda er sou ee 0 porto cena adv vara de ovenagde cnet anal como Lite © wn fiom er uc et reson ea cide coo Be Smo pared anc No devia Fee TR Sconar, desber ier com no quando rio dota venue ea ano cen sn ride sig dc nto. posible aemeraca dum nov dir se a npr por pip ado © to et ef dea ere a at as ur int em am que jusamentpor super se pode ve ales dots evaded ~

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