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se ® iho FACUDADE DE TECNOLOGIA Cane rs APOSTILA ELEMENTOS DE MAQUINAS 1- OBJETIVO Desse curso & transmitir conhecimentos que permitam conhecer ¢ elaborar o dimensionamento de érgios de maéquinas, levando-se em conta as cargas atuantes, concentragdes de tensdes, fadiga; temperatura; ambiente de trabalho e outras condiges. 2- CONTEUDO PROGRAMATICO * Introdugio * Importincia do assunto * Caracterizagio de um elemento de maquina * Anilise de tensdes, © Tensdes ciclicas © Concentragdo de tensdes ‘+ Elementos de unio . Parafusos © Chavetas ¢ estrias © Pinos ¢ anéis + Rebites » Transmissao de poténcia © Parafusos e acionamento Correias chatas, trapezoidais ¢ dentadas Corrente de rolos Cabos de ago Arvores de transmissio * Acoplamentos # Engrenagens © Cilindricas © Helicoidais + Cénicas Sem fim e coroa ‘* Elementos de sustentagao . Mancais de sustentagao © Mancais de deslizamento © Mancais de rolamentos +» Elementos de armazenagem de energia + Molas . Volantes 3 - REVISAO DE RESISTENCIA 3.1 - LEI DE HOOKE- MODULO DE ELASTICIDADE Ao serem solicitadas as diversas pegas de um equipamento, as mesmas sofrem deformagdes. Em geral projeta-se essas pegas de tal forma que cessando as solicitagdes, as mesmas voltem a sua forma original. Exemplo disso é uma mola helicoidal na suspenso traseira de um vefculo. Estamos falando é claro, do periodo de vida util de cada elemento. Consideremos uma barra prismatica homogénea e isotrépica conforme indicado na fig. 3.1, de tal forma que a carga P no deforme plasticamente a barra ane 6) i Figura 3.1 - Com a forga F aplicada tem-se um alongamento da barra = Al - Sejae € -4 {adimensional) - Para cada tensio, dentro do limite elastico, tem-se um valor de Al. = O fator de proporcionalidade entre tensio e deformagao é chamado de médulo de elasticidade “E”; (3.2) 3.2 - DIAGRAMA TENSAO — DEFORMAGAO Zeornsen YC tee SE Econ ARID: Mi vi Umite DE MorokezQUAU 0pve Figura 3.2 - O grafico apresentado na figura 3.2, tipico de um teste de tragdo para um ago carbono ~ Para o ago em geral E= 21.000 Kgf /mm’. 3.3 - MODULO DE ELASTICIDADE TRANSVERSAL, E claro que com o alongamento longitudinal da pega, ter-se-4 uma redugdo na segio transversal. issa deformagao transversal é proporcional 4 deformagao longitudinal, mas de sinal contrario, ou seja: Al + — segao transversal reduzida (tragdo) Al. ~ —+ segio transversal aumentada (compressio) - _ Essa proporcionalidade é designada pelo coeficiente de Poisson - p. a= pe (G3) - E quando se tem uma carga cisalhante, existe 0 médulo de lai transversal. 20+) &4 3.4 - PRINCIPIO DE SUPERPOSIGAO ~ Tensdes ¢ deformagdes so produzidas num corpo pelas forgas que aluam sobre o mesmo, experimentos j4 comprovaram, dentro de certas deformagées, que as tensdes resultantes em qualquer ponto do corpo devido ao sistema de forgas aplicado € igual ao somatirio dos efeitos devido a cada forga aplicada individualmente, isso é conhecido como o principio da superposicao. ~ Para que se possa aplicar o principio de superposigio, as cargas individuais devem ter uma relagdo linear com a tensio ou com o deslocamento, ¢ nfo deve haver uma ‘mudanga significativa na geometria do elemento analisado devido a carga aplicada. Aplicagao 1: ~ Calcule e represente as tenses atuantes na sego AA na pega indicada na figura abaixo: Figura 3.3 Dados: - espessura da pega: 25 mm - forga F=1000K ef ~ Analisando a segdo ‘AA’, veremos que a mesma sofreré uma tensdo de tragiio devido a forga F, e também na regidio ‘AA’ teremos uma flexdo. = Se utilizarmos o principio da superposigio, poderemos calcular a tragio de F separadamente as tensGes devido 4 flexdo provocada pela forga F na seco AA. ) Caracteristicas da segdio AA: VIA Figura 3.4 Area= 60 x 25 = 1500mm? 1, = 225 « 78195mm* 12 L,= a = 450000mm* ) Esforgos na segdo AA: - “Cortando” a viga na sego AA, teremos o seguinte diagrama de forgas: - Logicamente os esforgos indicados na segao AA mantém 0 equilibrio da pega. Figura 3.5 M = F(S+60/2) = 35000Kgf ¢) Tensées na segdo AA c.1) Tem-se uma tensdo de tragéo (devido a F) 0, = 61K ef mm’ A 1500 - + cl 2 Figura 3.6 €.2) Determinagao da tensio devido a flex (M) Me @ = observe que o momento tende a girar a sego em torno do eixo yy — 1 logo 0 momento de inércia a ser utilizado € 0 yy. Mec _ 35000330 _ 9 a5 mm? 7, 450000 - Determina-se portanto, o efeito na segdo AA devido a forga de tragdo F, ¢ 0 efeito na segdo devido ao momento M. - Aplicando o principio da superposig0 — c.1 + 6.2 Figura 3.7 = © principio da superposigao permite portanto, trabalhar com cada esforgo em separado e somar todas as tensdes de cada esforgo para se ter a tensio atuante em determinado ponto do corpo. 3.5 - TENSOES ATUANTES NUMA PECA - Uma das situagdes mais dificeis para um determinado projeto, & definir quais esforgos atuam numa determinada pega, além disso é claro, & definir quais esforgos devem ser considerados ¢ quais podem ser desprezados. Muitas vezes a dificuldade de calcular e determinar um certo tipo de esforgo é tao trabalhoso e dificil de calcular que 0 projetista faz uso de “fatores de seguranga” - Nao & por outra razio, que novos equipamentos produzidos em larga escala, testados em laboratério e no campo antes de sua comercializagao, 3.5.1 - Tragio Cnn = vats = (@) (b) Figura 3.8 — tragio e compressio 3.5.2 - Compressio Feopres F T° Para corpos cilindricos vide capitulo 6.4.1.1 -Hé casos que temos compressio devido ao contato das superficies de dois corpos conforme figura 3.9. }) Mancal plano a) Roletes externos ¢) Eixo em mancal d) Par de engrenagens Figura 3.9 3.5.3- Cisalhamento simples i — ne Ned Figura 3.10 - Observe que as duas areas em negrito do pino resistem ao cisalhamento (corte), sendo que as duas dreas resistem ao esforgo F. ; a ad? Area =, como sto 2 seydes-> Area = =; 2F rece mal - Consideramos um cisalhamento simples quando a carga atua praticamente na seco, ou seja, ela ndo provoca nenhum momento na segdo, somente o cisalhamento. 3.5.4 - Tragao e compressio na flexio = Quando temos um carregamento qualquer que cause momento em uma dada segdo, essa seco sera, devido a esse momento, rotacionada em tomo de sua linha neutra, wusando por isso uma flexdo na viga. - Um exemplo disto é dado no exemplo abaixo — seja uma viga conforme a figura 3.11 Figura 3.11 Ri= Fall; R2=F(l-a)ll ~ Determinagio da forga e do momento atuante numa segdo qualquer xx. - “Cortando” a viga nessa segdo, determina-se a forga € 0 momento atuante no baricentro da segiio que mantenham o equilibrio estitico da viga. Figura 3.12 .R+R2- x R= ao WovZ (essas so 2 nomenelaturas utilizadas) © médulo de resisténcia (adotaremos W) tanto para céleulo da tensdo de como para tensio de tragio. Aplicagao 1: Determine as tensdes miximas de compressdo ¢ de trago na segdo “AA” da viga carregada como indicado na figura. Figura 3.15 Valores de W., © Wy 3 Wg = 410° mm" w,, = 1,2x10°mm* Valores da tensdo de tragdo e compressio: Froese = Feampestn = 2N | mam? Aplicagio 2: Uma viga “I” em balango é carregada conforme indicado na figura. Determine: a) Astensdes maximas na viga b) A tensdo no ponto P na seo mais solicitada da viga ¢) Sendo a tensio admissivel = 20Kgfimm?, a viga esti adequada para o cartegamento? d) — Retirando a carga de 800Kgf, a viga pode trabalhar com 0 momento atuando no cixo yy (viga “deitada”)? Figura 3.16 Dados da viga I: Viga I de 8” x 27,3 Kg/m Figura 3.17 Respostas: 6 yay = 182K gf Imam? b)o, =14,3Kef | mm* yay < Fao ~ A viga esta adequada Doni = 64> poy - A viga ndo pode trabalhar na posigdo indicada na figura 3.18 Figura 3.18 Com a flexdo, além das tensdes normais de tragdo e compressao, ocorre também tensies de cisalhamento, Nao ser desenvolvido como se obtém essas tensdes, serio colocados apenas os resultados finais. OM, br ) Onde: Q: forca cortante atuante na segao. Ms: momento estitico da area hachurada em relago & linha que passa pelo c: gravidade da segao, by: largura da segio onde se quer determinar a tensio de cisalhamento, I: momento de inéreia da segao, Exemplo: Viga retangular ~ Para tenso na posigdo indicada por y Ms= (ax b) x (y+ a/2) Wa ‘ A Figura 3.19 Exemplo: viga T Figura 3.20 Aplicagao 1: - Para a viga da aplicagdo 1 — item 3.5.4, segdo “AA”) no: a) ponto A (cixo xx) b) ponto B ©) ponto C Respostas: a)t = 0,25N/ mm? byt = OL6N / mm? or=0 3.5.6- Cisalhamento devido a torso - Veremos aqui toredo de pertis fechados. *; “1°; “T" no so compativeis com os célculos a seguir. ~ Perfis laminados tipo“ Ms=axbxe Onde: ¢=y + a/2 ¢- centro de gravidade da area hachurada. Figura 3.21 determine a tensio de cisalhamento (na Figura 3.25 - Como exemplo, seja uma viga engastada conforme mostrado na figura 3.25. Aplicando- se um momento de torgio T, ter-se-4 tensdes cisalhantes nas secdes transversais conforme mostrado na figura 3.26 Figura 3.26 Sendo: ie J, Onde: - Ip éomomento de inércia polar. Tr = Com 0 momento aplicado, a barra softe uma torgo angular y; Tl Figura 327 Onde: G: médulo de elasticidade a torgao. ~ Para validade das equagdes para determinagao das tenses de cisalhamento, as consideragdes abaixo devem ser seguidas: 1) Comprimento | >> raio R; 2) As faces perpendiculares ao eixo axial, permanecem perpendiculares apés a aplicagao do torque T; 3) O didmetro da barra (2R) permanece inalterado apés aplicagdo do torque; 4) As linhas radiais permanecem retas apés a torgao. Bem! Vamos olhar as figuras para acompanharmos o desenvolvimento: - Tem-se uma parte do corpo cilindrico indicado pelos pontos A @ H; yl = rdb vio rod - Para todo 0 comprimento 1, tem-se: rpaly Figura 3.28 | 1 LZ, D rAd Vista de “K” Figura 3.30 - A lei de Hooke é aplicada nesse caso, utilizando-se 0 médulo de elasti transversal “ t=Ge, Onde: rd _ rb at Dessa forma: t= ot 8 Figura 3.31 - Como @ & constante para toda a segdo para um certo torque aplicado, teremos: Ge 7 = Fre proporcional a0 rio; T= [radar G6) dA ~ Area infinitesimal da secdo transversal - Veja que a integral, representa a expressio geral do momento de inércia polar Tr Sy, G2 - Desenvolvendo para uma barra redonda: Jp=frda In =f f raear e nat xD* % “232 dee Soak tdo 72 Figura 3.32 - Observe que no caso da barra, a tensio de cisalhamento maxima I de Ta = Logo, substituindo em (7) ra iney, R TR Tic = G8) Jp = Observe que a expressiio geral para uma segdo qualquer é: Tr ram Jp = No caso de uma barra redonda sélida, tem-se: Tat it G9) Aplicagao 1: -Determine a tensio de cisalhamento max. que ocorre no eixo indicado na figura abaixo: G= 8050Kgfimm? Figura 3.33 Resposta: Tax = SK ef mm Aplicagao 2: - Determine a tensdo no didmetro interno € no externo do tubo carregado conforme figura abaixo: Figura 3.34 - Quando aplicarmos um torque na posigdo indicada teremos a seguinte situagdo: Grg 7 n= oa. => observando-se que: 4 = ¢ Gr 2a > observando que: 4 = 4, ‘Tem-se também: = dessa forma n=4r,: TLR 7 =U. TLR _T2R aOR. J, P logo > T1= 472, Ti+T T1=087 72=021 - Maior tensfo ocorre no lado esquerdo da figura, 4r, (day! = dy") 32 Jp = 746x108 mm* rth ren 1600000mm.Kefi50 7,46x10° Taq = 10,7 Kef I Tq = 7,5Kef mm’? < 0, P< 8, =70 Aplicagao 3: - Idem a aplicagao 2, mas com as seguintes modificagdes: a) Fixo sdlido (@ 100); b) Eixo sélido e cotas 350 e 650 em substitui¢do as cotas 200 e 800; Respostas: 8) Tyo 81Kgf / mm? > compare com o resultado encontrado para o eixo oco. b) Tie 6,6Kgf / mm”

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