You are on page 1of 6
MUDANGAS CLIMATICAS/ARTIGOS MUDANGAS CLIMATICAS E AMAZONIA Carlos A Nobre Gilvan Sampaio Luis Salazar + inlugncias do homem no equltbrio natural do pla- neta atingiram magnitude sem precedente. As mu dangas diméticas antropogénicas estio asociadas is ativdades humanas com o aumento da emisso de ga- ses de efit estua, de queimadss, com o desmatamen- to, 2 formagio de thas urbanas de calor, ete. A Amazénia desempenha tum papel importante no ciclo de earbono planetti, e pode set consi- derala como uma regito de grande rico do pont de visa das influén- cias das mudancas clmtics, Segundo Sala (2001), 0 atual euilibrio inimico da aumosfera amaninica esd sueito a forgas de wansformagio aque levam as varagbesclimaticase podem ser estudada sb ts ifeen- tes aspectos 1 VariagBesclimtica na regido podem ser devidas As variagSes climi- ‘cas plobais, decorrentes de eausas naturais Esas mudangas esto rla- cionadas com variagio da intensidade solar, variagSes da inclinasio do ci- xo de rocagio da Teta, vatiagSes da encenticidade da dubita terest, vie rags das aivdadesvulenicas evariagbes da composigio qulmica daat- mosfea, entre outas. Ester egstos bem documentados sobre a osci- lagéesclimdticas na Amanénia ocoridas duranteasplaciagSes também de vatages mas recentes da temperatura local. Os efeitos do El Nifio, que é tum fendmeno natural, podem estar ineluides dentro dessa categoria. O tempo de resposta is foreas modificadora pode serem um perfodo anual, de décadase milénios. Nao hi muitacosa que sociedade posafzercon- traessastendénciasanio ser se prepaar para minimizascus feito quan- do houverpossibilidade de prevsies centias, como & 0 caso especico das varigfesclimdtieas decorrentes do EI Nifo e La Nita 2, Madangasclimdticas de origem antrépicas,decorrentes de altera- _esdo uso daterra dentro da propria regis amazénica. Taisalteragdes «esto ligadasdiretamente ao desmatamento de sistemas florestas para transformagio em sistemas agrcolas lou pastagem, o que implica em teanserénca de earbono (na forma de diido de ctbono}dabiosfera pa- s2aatmosfera,contribuindo para o aquecimento global, o qual porsuaver acaba auando sobrea regio amazsnica,Evidéncas de estudos observacio- aise estuos de modelagem (como porexemplo: Nobre etl, 1991; Bets etal. 1997, 2000; haseetal, 2000; ha eral, 2001) demonstraram que smadancas na coberturasupeficial podem cer um impacto significative n0 clima regional e global. Evidéncias de eablhos paleolimaticose de mode- lagem indica que essas mudangas na vegetago em alguns sos, podem sercquivalentsSquelasdevias20 aumento do CO2 na atmosfera (Pitman and Zhao, 2000), 3. Variagées climitieas decorrentes das mudangas climiticas globais provocadas por ages antrépicas. Seas cendéncias de crescimento das ‘mises se mantverem, os modelos climiticosindiam que poderd oor rer aquecimento até acima de 6*C em algumas egies do globo até o final do século XX1 E provivel quea temperatura média global durane oséeu- 1oXXTaumente etre 2,0°C a 4,52C, com uma melhorestimativa de cerca e 3,0°C, e muito improvével ue sj inferior a1,5°C. Valores substan- clalmence mas alos que 4,5¢C nko podem ser desconsderados, masa con- cordinca dos modelos coma observagbes nao € to boa para ess valores (PCC, 2007). Concui-se que, mesmono cenirio debaixasemissbes de ga- ses do efeto estua (cendrio BI), as projegies dos diversos modelos do IPCC indicam aumento da temperatra, sobretudo no Hemisfxio Nore. Recentemente Ambrizi etal. (2007), utilizando trés modelos regionais «que foram integradosnuumericamente paraa América do Sul, partie de dar Aosiniciaisobtidos do modelo climsticoglobaldo Hadley Cenire,conclu- am que para periodo 2071-2100, em relagio a0 periodo 1961-1990, 0 ‘maior aquecimento ocoreréna Amazdnia com aquecimento entre 48°C parao cenirioA2de misses de gases de efitoestlae de 35°C paraoce dri B2, Em relagio &precipitagio, o cendtio B2 apresenta diminuigio da precipitagio no norte ecm parte doleste da Amazinia, enquanto que 0 ¢e- érioA2 apresenta disnuigio da precipitagio no nore, lestee regio cen- tal da Amazin MUDANCAS CLIMATICAS/ARTIGOS partido Relatrioda Quarta Avaliagéo do IPCC (1PCC2007), hi maior cetera nas pojegées dos padiSes de aquecimento ede otras catateist cas de excala regional, inclusive das mudangas ns padres do vento, preci pitagioe alguns aspectos dos eventos extemos edo glo. Aasociago en- tte events extremos de tempo ¢ lima observads eas mudangas do lima recente As projegSes do IPCC (2007) inicam um maior mero de dias quent ondas de calor em todas as repies continent, principalmente «em regis nas quaisa umidade do solo vém diminuindo. Hé anda proe- es de aumento da temperatura minima disia em todas as reises cont entas, prinipalmente onde houve reragio de neve ede geo, Além dis, dias com geadaseondas de fio esto se tornando menos frequents. Deacordo com o PCC (2007), oaqueciment global pode levara muda «as nos padres de vaiabildade de grande escala ocenicae atmosttica Por exemplo, as projges de diversas modelos indicam eventos El Nifo- Osclago Sul (Enso) mais intensos eh evidéncias observaconais ques portam esa projegio (Boer etal, 2004). O Enso st assciado com algu- ‘mas ds mais pronunciadas variabilidadesinteranais ds padréeslimsti- cosem muita partes do mundo /AQUECIMENTO GLOBAL, VARIABILIDADE NATURAL E EL NINO Asans- lsesde diversos modelos climsticosglobsisindicam que com oaumento da temperatura global, devido a0 aumento dos gases do efioestf, o lima lo Pacifico tender a iar parecdo com uma stuagio de E1 Ngo (Kau son and Manabe, 1995; Mitchell eral. 1995; Mechl and Washington, 1996; Timmermann etl, 1999; Boer etal, 2000), Enretato, as raes para tal semelhanga siovariadas,c dependem da epresentagio de proces sos isco parameutzaées nos modelos (IPCC, 2007) Para a Amatinia,etudos como Ropelewski and Halper (1987, 1989), ‘Marengo (1992, 2004), Uvo etal (1998), Ronchail etal. (2002) emuitos ‘outs idenilicaram que anomalias negaiva de precipitagio no ceneo, norte eleste da Amazin soem gral associadas com eventos de Fl Nio- Oscilagio Sul Enso} c anomalia de TSM no Antico topical. Esese- tos ressltaram que algumas das maiores seca na Amaia foram devi dasa: I. aocorréncadeintensos eventos de EI Nifo: 2 forte aquecimento das iguas supeficais do Adintco tropical norte durante o verio-outubro no Hemisério Norte: ou 3. ambos (Marengo el, 2007),A variabilidade dasanomaliasde TSM no Pacifico topical éresponsvel por menos de40% avariabilidade da precipitagio na baci amazSnica (Marengo, 1992; Uvo cal, 1998; Marengo etal, 2007),oquesugereque osefetosdeoutrasfon- tesdevarabildade, as como ogradiente meridional de TSM no Adin cointertopical (que feta princpalmente a regio norte central da Ama- nia), ou process de supericie e grande freqéncia de uansentes do Alntio Sul (importante para sul da Amazinia) podem srtambém im- portantes na varabilidade inter anual dapreipitagio na regio (Marengo tal, 2003; Ronchal era, 2002: Marengo etal, 2007) 'MUDANGAS DOS USOS DA TERRA ECLIMA Com respeito 3s modifiagSes detemperatraparaa Amazinia, segundo Nobre (2001),nor-sequeapro- jegdo de aumento de temperatura global segue a mesma tendéncla de a ‘mento de temperatura’ superficie devdo ao desmatamenco.Asvitassim- Iagées dos efeitos climatic da substituigio da florsta por pastagens na Amaninia (por exemplo: Dickinson e Henderson-Sellers, 1988; Shukla ct al, 1990; Lean ¢ Wastilow, 1989; Nobre etal, 1991; Hendetson-Sellerset al, 1993; Manzie Plancon, 1996; Hahmann eDickinson, 1997; CostacFo- Jey, 2000; Rocha, 2001; Werth Avisar, 2002; Voloitec Royer, 2004; Cor reia, 2005 e Sampaio et al, 2007) eas observagées dos projetos Abracos (Gash etal, 1996; Gash and Nobre, 1997) e LBA (Experimento de Grande sealada Biosfera-Armosferana Amazdnia)indicam quehium aumento da temperatura entre 03°C 3°C,redusio da evaporansprasoente 15% ¢ 308% eos estudos numéricosindicam redugio da preciptagio ente 5% ¢ 20% devdo amdang de vegetaso de floesapaapasagem Esteaumen- to de temperatura € compardvl iquele projtado para 0 cendtio BI, mas bem inferior Squee prevst para ocendrio A2 para final do século XXL Provavelmente os efeitos de aumento de temperatura induzidos pels mu- ddangsglobaiseaquelesadvindos dos desmatamentos se somariam,aumen- tando orsco deincéndios forests porque secamento davegeragionaes- tagho sea e sua flamabilidadesio maiores com temperaturas mas alts. (Nepstad etal, 1999), Adicionalmente, Schneider ecal, (2006) encontta- 1am que odesflorestamento da Amazinia evatiaa um aumento da varia Jidade do Enso eum aquecimento médioanval no Putin equatorial lest Esse aumento da vatabilidade do Enso estariaelacionado com um aumen- to datemperatura da superficie na regio deslorestada que levaraa mudan- «aso padtio de vento prdximo a supericc, qu se estendeiam até Pac fico e Alinco afetariam o vento superficial sobre o ocean, com anoma- liasdeoesteno Pacticoleste Em resumo, paraa Amaziniaosaumentospro- jetados de temperatura atuariam como feedback posi eaumentariam a susetbildade dosecosistemasamazdnicos is mudancasclimstcasglobais devido ao aumento do eft esta cregionais devido a0 desmatamento MUDANGAS DOS USOS DA TERRA E HIDROLOGIA © cfeito do desmara- mento ¢ das mudangas climitica afta o ciel hidrolégico em todas as e- «alas de tempo: em esaas de tempo dediasa meses, levama madangasna incdéncia de inundagGes em escala de tempo sazonasainteranual, ddangas nas cataterisicas da seca € principal manifestagio hidolégica;¢ emescaasde anosadécadas,asteleconexSes nos padres de ciculago glo- balatmostéria, ocasionadas pela interagio oceano-atmosfera, afetam a hi- drologia de algumas regises, especialmente nos uSpicos, por diferentes cventos,entre cles EINifo (Nise etal, 2001), A muudanga climiticare- presenta um rso prac ciclo hidroligico na Amazbnia, uma vez queoas- -mento de temperatura provocaré uma maior evsporagioe maior anspita- i das planes, o que levard a uma aceeraio do cil hidrolégico (Case, 2006).Se,além disso, a precipitaio diminuir durante aestaci seca om- acto das mudangasclimatica no regime hideol6gico na Ama ainda mais agravado (Nijssen etal, 2001), intens seca ocorida,nosi- doeste da Amazinia em 2005, teve fortes impactos na navegagio,aricl- tua, geragio de hidroeleticidade, eafetou de forma dirtaeindietaa po- pulaso rbetinha de grande parte da Amazénia (Marengo et al, 2006). i serd [AQUECIMENTO GLOBAL E AMAZONIA Desde a publicasio do Terceiro Relatio de Avaliagio do IPCC e patcularmente para o Quarto Relaté- rio (PEC 2007), hi uma compreensio cada vez melhor dos padres pro- jetados de precpitagio. E muito provével que ocorra aumento da quant dade de precipitagio nas alts latitudes, enquanto que redusdessio prové- ves na maior pate das regiescontinentaissubteopicais (em até cera de 20% no cenirio AIB em 2100), continvando os padres observados nas tendénciasrecenes. Entretanto, hi ainda muita incerteza em relago Bs MUDANCAS CLIMATICAS/ARTIGOS possiveis mudancas na preciitago pluviomeéticaem escala regional. De acordo com Li etl. (2006), os modelos climaticos globais do Inergovern- mental Panel on Climate Change Fourth Assessment Repor (IPPC AR) prevéem diferentes padres da precpitagio na Amazénia sb ainlutncia do cendvio SRES A1B paraa mudanga climatic global. Cinco de onze mo- delosetudados prevéem um aumento a precipitago anual, ts modelos prevéem um decrécimonapreciptagio eos outrosteésnio indicam padtio significatvo de mudanca da precipitagio na Amazinia,Incerceras nos pa- Ades prevstos de mudangas na TSM no Pacifico e Alinco topics, re resentagio denvens e feedback da superficie na Amana 03 princ- pais fonts dasincertzas na previsio de mudangas na precipitago da An 2bnia, Por out ado, as projes6es do IPCC (2007) indicam que é muito provivel que aja um aumento da intensdade da precipitacio em diversas regis, sobretudo na regio tropical. Além diso, hd projegBes de seas ge- neralizadas em reiéescontinentais durante o vero, NaAmazénia, precpitagio €sensivel 3s variagSessazonal,interanualede- cadal da TSM (Fu era, 2001; Liebman and Marengo, 2001; Marengo, 2004), O aquecimento do Patio topical leste durante eventos ELNiso suprimea preciptagio da exagiochuvosa através da modifiagio da circu lacio de Waker (lesteoeste) eva osextratedpicosno He misléro Norte (Nobre and Shukla, 1996). VriagSes na recpitagio da Amaz6niasfo também conhecidaspores- tarem relacionadas is TSMs no Adlintico tropical Lieb mann and Marengo, 2001). Um aquecimento do Adi tic topical nore relativo ao sul levaauma mudangapa- rao norte oeste da Zona de Convergénci Inerropical (ZCIT) esubsidéncia compensatsiasobze a Amazbnia (acta, 2001). AsTSMs no Alinco também exerem uma grandeinfluéniana precipita da estagio sca (ju- tho-outubro) no oes da Amazénia pelo atraso no inicio dda Mongio da América do Sul (Marengo tal, 2001 Hanis tal. 2006) Eventos exttemos, como a seca de 2005 no oesteesudoest da AmazSnia, num cendi futuro de aumento de CO? diminuigo de aecossis, podem, sctornarmaisfcqientes.£ provévelque umaumentonatemperaturadast- perficiedomarno Atintico nore tropical tnasido acausa da seca de 2005, 1a Amazdnia, que hava aauséacia de epis6dio E1Niio. so implicou n- ma diminuigio daintensidade dos venosalsios de nordestee do transporte «de umidade do Adintco topical em drego a regio amaabnica Segundo Marengo etal. (2007) a cuss da seca ocorida na AmazSniaem 2005 nio «stiorelacionadasao EINifio, masa uéspossivesfatores:(1)oAtantio nor- teteopical anomalamente mais quente do que o normal, (2) aredugio ain- tensidade do transporte de umidade pelos alisios de nordeste em diego 20 sul da Amazinia durante o pico da etago de vero, e (3) diminuigio do movimento vertical sobre est part da Amazsnia,esultando num redid desenvolvimento convectivo ¢reduxia precipita, Esss tes ftores io dinamicamente consstentes na medida que iguas mais quenes no oce2n0 Adintco opical norte induztiam movimentosascendentes atmosvicos sobre esa regio, com abaixamento da presio atmostica, € movimentos descendents compensatrios sobre a regio da sca no oeste-sudocste da Amazénia,cconseqjente aumento da presio atmosvea. Ese patio de anomalis de presioredurra a intensiade dos venosalsios wansportan- doumidade do oceano para a Amazénia er) pe ry Pe aC NOS Tg Pod Le Cd bed 24 \VARIABILIDADE CLIMATICA E INCENDIOS FLORESTAIS Quando a flo- resta€sujeta a priodos anomalamentesecos, aumentaa probabildade de acorréncia de qusimadas que podem destuir eneenas de milhares de hec- tare de floresta injec na atmosfea grandes quantdades de fumaga eae- rossbs que poluem o a em extensas reas, afetando a populagio ¢ com po- tencial de afer o ntcio da estago chuvosa ea quantidade de chuva na re- gif (Andreae etal. 2004). Considerando os eniris de mudanga dimst cadomodelo do HadCM3 paraoIPCCIAR4, a duragio da estagio seca po- devia aumentar em até dois meses ou mais na maior parte da Amazénia, 0 aque levaria ao aumento da estaio seca dos atwais 3-4 meses para 5-6 meses ra Amazdnia central oriental. Esse aumento da estagio seca implicaria ‘num aumento do rsc da ocorténcia de queimadas emudangana imato- logia da chuvao que favorecetia a substtuigio da flreta por savana (Liet al, 2006). Estes impactos eclégicosafetam aposbilidade de manejo su- tentével da lorestana regio, o que € uma premissa bisia paraa economia regional (Brown etal, 2006) ( risco dos impacos das mudaneas climatics na Amazinia aumentsain- damais quando somamos 20 aquecimento global as aleragées de vegetagio resultantes das mudangas dos sos da tera, notadamente os desmatamen- «os dasflorestastropicais dos cerados. Um outro fator importante 0 fogo, poisafloresta densa amaznica er. praticamenteimpenetrivel 20 fogo, mas devido com- binagio da fragmentagio florestal, desmatamentos € aquecimento em razdo dos préprios desmatamentos € devido ao aquecimento global aliada a pritica agricola predominante qu utlizafogo intensamente, ese qua dro esd rapidamente mudando ea feqiéncia de incén- dios florstas vem etescendo a cada ano. Com iso, € quase certo que aconteceio rearanjos importantes nos ccosistemas € mesmo reistibuigio de biomas. A as sombrosavelocidade com que tas alteragbs exo cor tendo, em comparasio iquelas dos processos naturals em ecossstemas,introdurséia ameaga a mega-diversidade de espécies da floraedafauna dos ecosistemas,em especial da Amazdnia, com o provivel resultado de sensvel empobrecimento bioligico (Nobe etal, 2005), MUDANGAS CLIMATICAS, BIOMAS E BIODIVERSIDADE Segundo Nobre (2001), paraa Amaz6nia, sc houverreuio de preciptagbesindusidaspe- las mudancasclimsticas lobais, estas se somam is redugéesprevistas como resposta ao desmatamento (Nobre ctl, 1991), aumentando sobremanci ra suscetibilidade dos ecossistemas amazdnicasao fog ccausandoaredu- so das espécis menos tolerantes sec, podendo a induzir uma “savani- zacio" de partes da Amazdnia,ParaaAmética do Sul topical, tomando-se uma médiadesasprojeges de aumento de temperatura, constata-sa pro jes do aumento da ica desavanas uma diminaigio da ica de catings ro semi-sido do Nordeste do Brasil Salazar etal. (2007) caleularam, uii- zando cendios dimiticosde 15 modelos cmticos lobais do IPCC-ARS, as eas onde o consenso dos modelos (> 11 models) indicam mudangas nosbiomas.na América do Sul tropical os cendros A2e Bl deemissées de ses de efio est, Paraoperiodo 2020-2029, 3.19 da florestaropical seta subsiulda por savana,e pata finais do século (2090-2099) a tea que serdsubstivaida aumenta pata 18% no eendtio A2, Esta mudanga nos bio- mas, devido ao aquecimento global, ocorte prine MUDANCAS CLIMATICAS/ARTIGOS Amanda, regio eta que coincide com uma zona que teoricamenteapre~ senta dis estados de equilbro vgetagio-ima: 10 primeito que corre: pponde a padro de vegetagio atual com a maior parte da Amazinia recor bertaporfloresta topical 2. um segundo estado de equilbvio, onde apas- celeste da Amantnia é substituida por savanas (Oyama e Nob, 2003}. l= 40 em repercusses muito importante, que a mudancaclimética pode serum doisfatores que poderiam evar o sistema de um estado de equlbrio pan outro nolesteda Amazinia, Outros esudos também apontam parare- dug das éeas de loresta (White etal, 1999; Cramer etal, 2001; Schol- zeetal, 2006; Cook and Vay, 2007} ox seu completo colaso Jones eal, 2003; Coxet al, 2004) Em Scholze etal. (2006), risco de perd da loresta em algumas partes da Amannia é de mais de 40% paras cendrios que apresentam urna anoma- lia de eemperatura maior que 34C. Por outro lado, se houver vendéncia 20 aumento das preciptagies, estes atuariam para contabalangar a redo das chuvasdevido ao desmatamento eo resultado final seria mais favorivel 2 manutengio ds ecosistemas eespéies Adicionalmentealgunsestudostém mostadoque oextématodaplantaabre senos com altasconcentragées de CO? (Feld etal, 1995), 0 que reduz d- reamente o flux de umidade da suprlicie para aatmosfera (Sellers el, 1996). Ito pode aumentar a temperatura do ar préximo da superficie pelo, aumento darazio entre ofuxo de calor senile fuxo de caorlarece, Nu- smaregiio como a Amazénia, onde muito da umidade paraa precpitagioad- ‘vém da evaporago& super, aredgio daabercuraestomatal pode tam- bém contibuir para um decéscimo na preciptagio (Beets etal, 2004). Se grandes eas da Amazinia orem substtuldas por savana, a aridezpode- i aumenta é que vegetagioadaptada a0 fogo tem uma menor wanspta- so. Em Schole etal, (2006) concise que éprovivel uma maior freq cia de fog (rsco > 60% para temperatura> 3*C) em muitaszonas da Amé- rica do Sul. Em Hutyra etal, (2005) é mosrado que as florestaspresentes em Sreas com altafregiénca de secs (> 45% de probabilidad de secs) po- dem mucas para savana, sea arider aumentar como prevsto pelos cenéios demudangaclimitica (Coxetal, 2004; Fredlingstein tal 2003) Portan- «co cerca de 600,000 km2 de lorstaextarioem potencilrisco de desapate- cet (> 11% da iea tora vegeta) ‘Aflorstaamazénicacontém uma grande pate da biodiversidade do mun- do, pois mais de 129% de todas as plantas com flores sio enconttadas na ‘Amazénia (Gentry, 1982). Sendo assim, ameagas 3 exiténca da floresta amazinica indicam sis ameagas & biodiversdade, Entretanto existe poucosstudos sobre os cfeitos das mudangas climiticas na distbuigio de species. Em nivel global, Thomas eal. (2004) avaliaram oriseo de ext side espécies para rea que cobrem cerca de 20% da superficie terteste, cencontraram que ete 15% e 37% das espécesestariam comprometidas com iso de extingéo até o ano de 2050. Em nivel regional, as simulages de Miles etl, (2004), bascando-se nos cenirios fururos do HADCM2- Geal (que assume um aumento anual de 19 na concentrasio de CO2), smostraram que 43% do conjuno de espéciesabsreas analisadas na Ama- 2a setiam nio-viéveis para o ano de 2095, Para que as especies aftadas possam stings novas zona bioclimsticas, a dispersio e migragio deverzo ser feitas em centena de qulémestos (Hare, 2003). Muitos dsses expe sentos de modelagem nfo tém considerado as in‘luéncas nio-imsteas como as mudangas do uso da tera, odesmatamento, a dsponibilidade de gua, as pestesedoengas, queimadas, todas as outras que possam limitar 2s a migrago edspersio de espécies (Case, 2006), No trabalho de Salat. (2000), estudou-se 2 mudanca na biodiversidade para o ano 2100, cons- derando alguns desses aspects eidetificou-se qu, para os hiomas topi- cals, os prncipais agentes que afetam a biodiversidade soo ws da tera€ as mudangas climatieas CCONCLUSAO A Amaninia vem sendo submesida 3 presses ambientais de origem anctdpica crescents nas imas décadas, tanto presses diets ad- vidas dos desmatamento dos ineéndis loretais, como presses resu- «antes doaquecimento global. Acstabildadeclimatica, eolégicacambien- cal das floresasropieaisamanbnicas est ameagada por esas ctesentes pet- curages, que, a0 que tudo indie, poder ‘uo, Aciéncia ainda nio consegue precisar quio prdximas estamos de um possvel ponto de ruptura do eqilbrio dos eossstemas mesmo de gran- de parce do bioma Amazénico, mas principio da precaugio nos aconselha alevarem consderagio que tal pont de ruptua pode nfo estar dstante no faruro. Um colaps de pares da floret topical tard conseqiénciasadver- sas permanents parao planeta Terra ornate ainda maiores no fie ares ANobre, Gen Samp Lai Salaar spear db Cos de Preise de Timp Bnd lind (CPTEC), de nits Noa de Pgs Epc pe) IBLIOGRAFIA SUGERIDA: Ambriza Ts Rocha, Rs Marengo. Psntehenko, 8.1: Alves, Li Fermande2, J, “2007: Censiosreglonalizados de clima no Sasi para a século XX: roe «8esdeclimausandotrésmodelosreglonais" Relatério3,NinsteriodoMeio Ambiente, Secretaria de losversidadeeFlorestas, Diretrlade Conserv (fo da Bosiversidade - Mudancas cimstcasclabais eefetos sobre a bod vetsdade- Sub projto:Caracterizag odo cima atuale defini dasaltre Bes climaica parse eritriabrasiler 20 ongodosécuo XXL Bras verero2007 Andreae, MeL. “Smoking ran clouds over the Amazon” Science, 303,137 1342.2004 Bells R.A: Cox, PM; Haris. C:Hunlingfor,C. Jones, C9. Theroleat ecosystem _atmosphereintraction insulated mazon forest leback unde lal cl ‘mate warming’. Theeretcaland Applied Climatology, 78, 157575. 2004 Belts RA; CoxPM: Lee and Woodward FL, "Contrasting physoloical and structural vegetation feedback in cimate change simulations” Natur, 387, 7967991997. Betts, RA; COxPM :Lee'E, and Woodward, FL "Simulates responses of poten tialvegetationto doubies-CO2 climate change and feedbacks on nearsurta cetemperatre, Global Ecology and Biogeography 9,17HB0. 2000 Boer G.J;Fato,G. and Ramsden, 0.*A transient imate change simulation with ‘greenhouse gas and aerosol forcing: projected climate forte 2st century” Cm, Dyn 16, 427-450, 2000, Bron, LF; Schroeder; Setzer, A: Maldonado, Panta: Duarte. and Ma rengo, "Fire in rain forests of southwestern Amazonia: Mltinational se telite imagery for monitoring and for informing the publ". E0S Transac: tions, 87(26), 253264, 2006, ase, climate change impacts in tne Amazon: review of sient terature (Write Fund WWF)". Bth Conference ofthe Parties tothe Conver tion on Biologia Diversity.20-31Marc, Curitiba, Brazil 2006 MUDANGAS CLIMATICAS/ARTIGOS Chase, TN; Pielke, RA; Kitt) TGF; Neman, RR. 3nd Runnin, SI, "Simulates impacts of historical land cover changes on global climate in northern wir ter"Clim. Dyn, 16,9306 2000. Correia FW. "Modelagem do impacto de modificagbes da cobertura vegeta amazGnica no cima regional e loba”. Tese de doutorae, hpe Séo José os Campos, 2008. Costa,M.H.eFoley J.A,"Combinedetfects of dforestationand doubled ates DhericO2concentations onthe cate of Amazonia. J Climate13:18-34, 2000. CoxPM Betts R.A; Collins, M; Harris PP HuntinafodC. and Jones, ©. "Ama~ onan forest dleback under clmate-caroon cycle srojections forthe 2ist century’. Theorethical and Applied Climatology, 78, 137456. 2004, Cook, KH. and VizyK"Efects of 2st century climate change onthe Amazon Rainforest ouinalof Climate Submited, 2007, Cramer W.A.etal. “Global response of terrestrial ecosystem structure anafunc~ tion to CO2 and climate change: results from six dynamic loba vegetation models. Gaba! Change Biology 7357-373. 2001 Dickinson, RE. and Henderson-Selers, A." Modeling tropical deforestation study of GCM lang-utface parameterization”, Quartely Journal ofthe Ro- yal Meteorsloicl Society, 14: 439-467 1988, Fie 1B: Randerson I. and Malmstrong, CM. "Global net primary production combining ecology and remote sensing" Rem, Sens Eniran, 5, 788.1995. Frielingstin P: Duresne JL; Cox, .M. and Rayner, “How positive is he feedback between climate change and the carbon ce", Tellus, Ser. 8, 55, 682-700,2003 Fu RDieknson,R.E: Chen, M. and Wang, H."How do tropical sea surface tem peratures inruence the seasonal stration of precipitation inthe equate- tlalAmazon, J cin, 1, 4003-4026, 2001 Gath JHC, Nobe, CA; Robert, JM-and Victoria, Amazonian deforestation and climate. Wiley Chichester 585.1996. Cash, LAC Mobre, CA, "Climatic effects of Amazonian deforestation Somer Sul fom abraco”, Bulletin of the American Meteorological Socety, 7, 15, p823-8301997 Gentry, LH. “Neotropical faite versity’, Annals of the Missouri Botanical Garden, 69:557-593, 1982, Hahmann, Dickinson RE °RCCM2-BATSmodelover tropical South Ameria-ap~ lations to tropical deforestation - Journal of Climate, v10 194419641997 Hare, WL "Assessment ofknowiedgeonimpacts of imate change contribtionts the specication of rt.2 ofthe UNFCCC”. WBGU Potsdam, Beiin2003, HarrsPP;Huntingord,C; Cox PM. "In luence of tianticandPacileSSTon Ama- zonbasin future climate change." Geophysical Research Letters, submited Henderson-Sllers A. etal. "ropcal deforestation modeling local to regional scale ciate change”, Journal of Geophysical Research, vl 98 (D4), pp. 7289-7315, 1983, Hutyra, LR. Munger JW:Nobre, CA; Saleska SR. and Vieira, S.A. "Climatic var riabiity and vegetation vulrerabilty in Amaz6nia". Geophysical Research Letters, 32,2472, di10'029/2008GL0249812005. IPE Climate Change 001: The scietfic basis, Contribution of werking group tothe third assessment of the Intergovernmental Panel on Climate Change Cambridge University Press, 881pp. IPCC Climate Change 2007: Summary for polieynakers. Cont-ibutlonf working ‘group Ito the fourth assessment rezort of he Inergovernmental Pane on Climate Change. 26 Jones, C.D; Cox. Mi EsseryR Hs Roberts Land Weodage,M. J. "Strong carbon eye feedback na climate model wth inerativeCO2 andsulphate erases", Geophysical Research Letters 309-1478, 2003, Knutson, TR and Manabe, .Tine-mean response over the topical Pactcioin ‘creased CO? ina coupled ccean-atmasshere model”. Climate, 8,218 21993995, Lean. Warrion.D.A. "Simulation ofthe eginalclmaticinpactof Amazon ce forestation”. Nature, v342 (6248), pp 41-413, 1989, LU. WsFu, Rand Dickinson. "Ranfallandits seasonality over the Amazon nthe st century as assessed by the coupled models for the IPCC ARA”. Journal of Geophysical Research, D02.2006, Licbmann, 8 and Marengo, A "Inerannual variably ofthe any season and rainfallintheBrazilan Amazon Basin’, J. Clim, Wf, 4308-4318, 2001 ana, A; Plante, S."A simulation of Amazonian deforestation using GON. callrate ith Abracos and Arme ata. I: Gash, HL. ¢t aed Amazonian esforestation and ciate. chcestr UK. John Wiey,pp-505-529,1996. Marengo,."Interdecadalvaiablity anc trend of ranfallacros the Amazon ba Sin’. Theoretical and Applied Climatology. 78, 79-96, 2004 Marengo, JA “interanal varity of surface climate inthe Amazon basin", Int. climatol, 2, 853-863,1992 Mareng, JA; Liebmann ;Koushy¥E;FilzolaN.P and Waier.C."Onsetandend oftherainy seasoninthe razon Amazon Basi’ vim 835-852. 2001, Marengo, J. A. etal “Ensemble simulation of regional rina features in the (PTECICOLA atmospheric GCM", Climate Dynamics?) 459-475, 2003, arengo,JA, etai"The Drought of Amazonain2005". Journal ef Climate, Sub mitted, 2007 ech .A. and Washington, WM. “EINino-ke imate change in amodel within creased atmaspherc CO2-

You might also like