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René Descartes 1596-1650) seul XV Também conhecido por seu nome latino, Renatus Cartesius, com o qual assinou vias de suas obras, foi un fiésofo frances dos mais inflventes Po periodo modema. Fundou a cor- rente filosifica do racionalismo, a0 defender que 0 conhecimento ver~ dadero s6 pode ser produzido pelo cexercicio da raxlo,a pati de certas ideiasinatas colocadas em nossa ‘mente por Deus, ecusando a inter ferencia dos sentidos. Além da fllo- sofia, dedicou-se & matemstica, & ceometria a fisca, Tavez voce js tenia ouvido falar do “plano carte- siana", uma das criagdes deste pen: sador, entre suas virias obras, cestacase, na terreno di filoso- fia, Discurso do métedo (1637) € Meditecées sobre filesofie primeira (ast). — Embora discordantes entre si, essas hipdteses partiam do princi- piode que havia um elemento primeiro do qual derivariam os elemen: tos naturais (terra, agua, are fogo), bem como da ideia de que. da combinagio desses quatro elementos, surgitia tudo 0 que existe. © importante a observar & que esses fildsofos antigos procuravam abandonar as explcagSes miticas ou religiosas sobre 2 origem do mun- do e das coisas, construindo uma hipdtese racional, isto é, uma ideia ctiada pelo exercicio do pensamento, por meio da observacao dos fe- rnémenos naturais e com base em uma argumentacao, Com isso, eles procuravam construir um conhecimento que pudesse convencer as pessoas por sua clareza e sua coeréncia, a diference da religiio, que esperava que as pessoas confiassem de modo "ceo". Iss0 0$ aproxima da perspectiva cientifica atual. Por mais curiosas que possam parecer sas teorias hoje, elas se fundamentaram er idelas que nio sio muito diferentes das atuais bases da quimica e da fisica, Um exemplo é a propria ideia de dtomo: seria deste elemento, que nao conseguimos ver e que de tio pequeno nao pode ser dividido, que todas as coisas sio formadas. Ora, fisica e quimica modemmas trabalham com essa mesma hip6tese, embora 0 conhecimento que possuimos hoje em torno daquilo 2 que chamamos atoro sea muito mais elaborado e se diferencie bastante do conceito antigo criado pelos filésofos atomis- tas pré-socriticos A ciéncia moderna: entre racionalismo e empirismo Como vimos, 0 que chamamos hoje de ciéncia foi criado e consoli- dado a partir do século XVII com as experimentagdes de Galileu Galle. Nessa épaca, discutia-se intensamente qual seria o métado apro- priado para se chegar aos conhecimentos verdadeiros. 0 filésofo e ma- tematico René Descartes incomodava-se com algo que observava: nas aulas de matematica, nao via discordincias entre seus professores, que ‘sempre chegavam as mesmas conclusdes: porém, nas aulas de flosofaa as conclusées eram sempre diferentes e nunca se chegava a um acordo. Segundo ele, isso se devia ao fato de que em matematica trabalhava-se sempre da mesma forma, enquanto que na filosofia cada um trabalhava de seu jeito Buscando uma fonte segura para o conhecimento, Descartes afr- maya que sb a razio & confidvel, pols os sentidos podem nos enganar, como jd ohaviam enganado quando ele tentava conhecer a realdade € construir um conjunto de conhecimentos sobre ela. Um dos exemplos que ele dava para iso é o sequinte: quando colocamos uma colher den- trode um copo com qua, de modo que parte dela fique dentro da Squa «parte fora, verios uma espécie de “desvio" na colher, como se ela es- tivesse torta. Porém, sabemos que ela nio esté torta, e basta tiréla da qua pata verificar isso. Sua conclusdo: se sabemos que os sentidos nos tenganam algumas vezes, 0 que nos garante que eles ndonnos enganem sempre? Nada. Por isso eles nao sio coniiéveis.

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