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TRABALHANDO COM TEXTOS Dos dois textos a seguir primeiro aborda o pensamento lento o segundo trata da importancia da are para @ ‘exercicio de um pensamento livre. Leia-osatentamente, ‘extol Para pensar cientificamente, precisamos lidar com 0s ¢0. rnhecimentos e preconceitos que jd trazemos cristaliza- dos, como as opinibes — grande cbsticulo a ser removido, como explica 6 flésafo Gaston Bachelard no texto abaixo ‘A formagio do espirite cientifico ‘Aideia de partir de zero para fundamentare aurentar ¢ proprio acervo 6 pede vingar emculturas de simples justapo sirdo,emqueum fate conhecidoéimeciatamente umarigue- 2a, Mas, diante do mistério do ral, a alma nie pode, por de- eto, tornar-se ingénua. impossre anlar, de um sé golpe tedos os conhecimentos habtuais, Diante do real, aguilo que cremos saber com clareza ofusca 0 que deverlames saber (Quando o esprto se apresente& culture centifca, nance & over, Alids, é bem velho, porque tem cidade de seus precon- ceitos. Aceder & ciéncia € rejuvenescerespirtuclmente, ¢ aceitar uma brusca mutagéo que contradi o passedo. ‘A ciénci, tanto por sua necessidade de corcamente como por principio, opSe-se absolutemente & opiniéa. Se, em determinada questo, el legtima 0 opinido,é por mo- tives diversos daqueles quedo origem & opinido: de mode que a opinido esté, de direito, sempre errata. A opiniic pense mal: néo pensa: traduz necessidades em conte: Cimentos, Ao designar os objetcs pet utidade, ela se mn- pede de conhecé-los. Nao se pode basear nada na apni: antes de tudo, & preciso destru-ta. Ela éprimeire obstécule ser superado, Nao basta, por exemplo,corigi-laem deter- rminades portos, mantende, como uma espécle de moral provisria, um conhecimento valgar provsério, O esprit cientifico probe que tentamos urna opinio sobre questées que néo compreendemos, sre questées que no sabemos formular com careea. Em primero ugar, éprelso saber for- ‘mular problemas. ,digam o gue disserem, na vide cientifica 0s problemas no se forrulam de modo espontineo. E jus temente esse sentido do problema que caracteriza 0 verda- deiro esprit cientifico. Para 0 espirite cientifco, todo conhecimento é resposta 0 uma pergunta. Se néo hé per gunte, nie pode hover conhecimento cientifico, Nada & evidente. Nada é gratuito. Tudo &construido, BACHELARO, Gaston. formacio do espirto cintfco.Riode Janeiro: Centraponto, 1996. p. 17-18 OOO Questies sobre o texto BI 0 que quer dizer a sequinte afirmacio de Bachelard: aceder a ciéncia é rejuvenescer espiritualmente [..}? Utlize dados do proprio texto eas informagées sobre as caracteristcas da ciéncia moderna que voce estudou neste capitulo, B Por que, sequrdo o text, a frmuagio do problema caractetiza oes cettico? ‘Texto 2 Para Nietzsche, apenas quando usamos 0 “chapéu de bobo’ a vida é suportével. Segundo esse Filésofo, a arte rnps ajuda a deixar de ser "pesados e sérios’ e experimen- tar opensamentolivre. Nossa derradeira gratiddo para com a arte. — Se no tivéssemos aprovade es artes ¢ inventado essa espéce de cult do néo verdedeito,« percepcéo de imverdade e men dacidade gerd, que até agora nos & dada pea ciéncia ~ da itusio e do erre como condicées de exstércia cognes cente e sersivl - seria intlerdve para nés.A reid te- ria por consequéncia a néuseae suid. Mas agera a nossa retidéo tem uma forga contrévia, que nos jada a evitar cansequéncias tols a arte como. boa vontade da aparén- ia. Néo proibimas sempre que os olnes arredonder,ter- rminem 0 porma, por assim diver: ¢ ent@o no é mais « eterna imperfeigae, que carregames pelo rio de vir @ ser ~ ent cremos carregar urna deusa eficamos erguthosos e infantis com tal servico. Come fendmeno estétic a existéncia ainda nos é su- portdvel, e por meio da arte nos sie dades olhos e méos «, sabretude, bea consciéncia para poder fazer de nbs rmesmas um tal fendmeno, Ocasionaimente precisamos descansar de nds mesmos,clhando-nos de cima e de longe @, de uma artstca dsténcia, rindo de nés ou chorendo por nés; precisacs descobir o her6le também o too que ‘nd em nossa paixdo do conhecimento, precisamosinosale- agrar com nossa estupidez de vez em quando, para poder Continua’ nos alegrando com o nossa sabedora!€ justa- ‘mente por sermos, no fundo, homers pesados e séros,€ antes pesos do que homens, nada nos faz tanto bem como 0 chepéu do bobo: necessitames dele diante de nds mes ‘mos ~ necesstamos de toda arte exuberante, futuante, dangante, zombeteta, infantile venturose, para nao per- dermos 0 liberdade de pairar acima das coisas, que 0 nosso idea! exige de nds. Seria para nés um retrocesse air totalmente ne moral, justamente com a nossa susce tivel retidéo, e, por causa das severas exigéncias que af Fazemos a nés mess, tornamo-nos virtuosos menstros € espantalhos. Devemos também poder ficar acima da mo-

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