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i Micro-organismos e Microbiologia 2 Michael. Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P. Clare Bytes mictbicloia—o stud dos nicronorg Jnismos. Miero-organismos sao organismos unicelula- 468 mlerascdpices ¢ virus, os quais S40 microscopicos, poréin acclulares. Do que trata a microbiologia? A microbiologia trata de ccélulas e de como elas funclonam, especialmente as bacté- vias, um grande grupo de cclulas de enorme importancia, basica e pratica (Figura 1.1), A microbiologia envalve a di versidade ea evolugio, sobre 0 modo como diferentes tipos de micro-organismos surgiram ¢ 0 porque disso, Envolve também o estudo do que os micro-organismos realizam no, ‘mundo como um todo, nos solos € nas aguas, no corpo hu- ‘mano eem animais e vegetais. De uma forma ou de outra, 0s :micro-organismos afetam todas as demais formas de vida na, ‘Terra (Figura 1.1b); sendo assim, podemos pensar na micro- blologia como a base das ciencias bioldgicas. (Os micro-organismos distinguem-se das células de or ganismos macroseépicos. As eélulas de organismes macros- ‘copicos, como vegetais ¢ animais, sao incapazes de viver de forma independente na natureza, existindo somente como parte de estruturas multicclulares, como sistemas organicos, de animais ou vegetais folhosos. Por outro lado, a maioria, {das micro-organismos € capaz de realizar seus processos Vi. tais de crescimento, geracio de energia e reproducso, inde pendentemente de outras eélulas. Este capitulo inicia nossa viagem ao mundo microbiano, ‘Aqui descobrimos o que so micro-organismos e seu impacto, sobre a vida, Preparamos 0 paleo para 2s consideragBes sobre a cestnutura e evolussio de micro-organismes, as quais sero desen- volvidas no préximo capitulo. Também situamos a micrabiolo- gia na perspectiva historica, como um processo de descober.a Cientifica. A partir das contribuicoes marcantes dos microbio- Tgistas antigns, assim como dos cientistas atuais, podemos ver ‘a microbjologia atwando na medicina, na agricultura, no meio ambiente e em outros aspectos disrios de nossas vidas. (@) intRoDucAO A MICROBIOLOGIA [Nas cinco primeiras segées deste capitulo, ‘campo da microbiologia, analisaremos os micro-organismos, ‘como células, verificaremos onde e como os micro-organis- ‘mos vivem na natureza, revisaremos a historia evolutiva da ‘vida microbiana e examinaremos o impacto que os micro-o ganismos tiveram, ¢ ainda tém, na vida dos seres humanos. Figura 1.1 Micro-organismes. (a 6) Una nica célula microbia- ne pode aoresentar existéncia independiente. S50 apresentadas fotomicrografias de micro-organismas fototéfcos(fotesintetizan- 5}, denominados (a) bactérias pinpuras o (b) cionobactérias As bactenas pirpuras encontvavam-se dentra.cs primaitos organismas, fototrficos na Tera a cianobacterias foram 0: primeios fototifi- ces produtores de Oxigbnio. As cianobacterias oxiganaram a atmos: fera, abrindo 0 caminho para a evalugsa de outras formas ce vida (6d) Na natureza ou om laboratéro, as céulas becterenas poder rescer, originanda populogées extvemomente grandes. 530 apre sentados (d] uma florescécia de bactéras plrpuras fcomparar com, {36 Figuras 1146 1.18) em um pecueno lagna Espanha, Lago Cisé,, €@(d) células bioluminescentes (que amitem luz) da bacteria Photo- bacterium lingnathcultadas em um meio de cultura laboratoral Um militro de aqua do lago (d ou uma colonia da paca (3 contérn mais de 1 biho (10) de eélulas incividuas, (4.1) Microbiologia A ciéncia da microbiologia abrange dols temas: (1) 0 enten- dimento dos processos bésicos da vida, e 2) a aplicagao de nosso entendimento acerca da miccobiologia para beneficio dda humanidade, ‘Como uma eteneia biologica basica, a mcrobiologta ut liza e desenvolve forramentas para a anilise dos processos, fundamentais da vida. Os cientistas foram capazes de ad- guirir um conhecimento sofisticada sobre a base quimica ¢ fisica da vida a partir dos estudos dos micro-arganismos de- vido a fato deas céluias microbianas compartitharem varias caracteristicas com as células de organismos multicelulares; dle fato, todas as eélulas apresentam muito em comum, Além disso, as células microbianas podem crescer em meios de cultura artificiais, atingindo densidades extremamente altas (Figura 1.14), tornando.as prontamente disponiveis a0 est: do bioguimico e genético. Essas propriedades tornam os mi ‘xo-organismos excelentes modelos para o entendimento dos ‘processos celulares em organismos multicelulares, incluindo (08 seres humanos, ‘Como uma cincia biolégica aplicada, a microbiologia lida com varios problemas préticos importantes da medicina, agricultura c indstria, Por exemplo, a maioria das doengas de animais ¢ plantas é causada por micro-organismos. Os ‘micro-organismos desempenham papéis importantes como agentes de fertilizagio do solo e na base da produgio a par tir de animais domésticos. Muitos processos industriais em larga escala, como a produgio de antibiéticos e proteinas ‘humanas, sdo amplamente baseados em micro-organisms. Assim, tanto os aspectos prejudicials como os benéticos dos :icro-organismos afetam a vida diaria dos seres humanos, A importéncia dos micro-organismos Neste livro, veremos que os micro-organismos desempe- nnham papéis centrais nas atividades humanas ¢ em toda a vida na Terra, Embora os miero-organismos sejam as meno- res formas de vida, eles constituem, coletivamente, a maior massa de matéria viva na Terra e realizam muitos proces- 0s quitmicos necessérios a outros organismos. Na auséncia ‘de micro-organismos, outras formas de vida jamais teriam surgido e, alualmente, nd poderiam ser mantidas, De fato, © oxigénio que respiramos & resultante da atividade miero- biana realizada no passado (Figura 1.16). Além disso, vere- ‘mos como os seres humanos, a8 plantas © 08 animais estio intimamente associados as atividades microbianas na reci- clagem de nutrientes essenclais ¢ na degradacao de materia orginica, Nenhuma outra forma de vida ¢ tao importante para a sustentagao.¢ manutengao da vida na Terra quanto 0s micro-organismos. (Oy uniuisrutzenignis ja enistian na Te1ta ha Villides de anos antes do surgimento das plantas e animais (ver Figura 1.6), e veremus em capitulos posteriores que a diversidade da vida microbiana é significativamente maior do que aquela de plantas e animais. Essa enorme diversidade ¢ responsdvel por algumas das propriedades espetaculares dos micro-orga- nismos. Por exemplo, veremos como os micro-organismos s0 capazes de viver em ambientes inadequados a outros organismos ¢ como as capacidades fistologicas diversas dos :micto-organismos os posicionam como os primeiros quimi- cos da Terra. Acompanharemes a histéria evolutiva dos mi cro-onganismos e veremos que trés grandes grupos celulares podem serdiferenciados a partir de suns relagies evolutivas E, finalmente, veremos como os micro-organismos estabe- leceram importantes relagées com outros organismos, algu- mas beneficas e algumas prejudicias. Tniciaremos nosso estudo da mierobiologia consideran- do a natureza celular dos micro-organismos. = ((1.2__) Micro-organismos como células ‘Accélula é a unidade fundamental da vida. Uma tinica eélula € uma entidade, separada das outras eélulas por wma mem- ‘brana; varias celulas também contém parede celular externa a membrana, Uma célula contém variedade de compostos Microbiologia ce Brock 3 | o Figura 1.2. (a) Céulas bacterianas em forma de baclo observa: as 20 microscdpio éptico; uma tnica célula apresenta cerca de 1 lum de cigmetro.(b) Serio longitudinal de uma célula bacteriana fom diviso, observada 20 microsespio eletrénico. As duas areas mais clas cotrespondem aos nuclevides, egies no intrior da blue contende DNA condens quimicos c estruturas subcelulares (Figura 1.2). A membrana forma um compartimento ou “recipiente” necessério & ma- rutencdo das proporeées corretas de constituintes internos da eélula e que a protege contra foreas externas. Contudo, © fato de uma célula ser um compartimento nao signifien que seja um compartimento selado. Ao inves disso, a membrana ésemipermesivel e, desse modo, a célula corresponde a uma cestrutura aberta e dinamica. As eélulas comunieam-se ¢ tro- cam materiais com seus ambientes, ¢ esto constantemente sofrendo modificagbes. Estudaremos a estrutura e funcio ce- lular em detalhes nos Capitulos 2,4 18, ‘Quimica celular e estruturas essenciais As ceélulas sao estruturas altamente organizadas que con- sistem em um conjunto de quairo componentes quimicos: proteinas, dcidos mucleicos, lipideos e polissacarideos. Essas sarandes molécuilas sio denominadas maeromoléculas e, co- Tetivamente, correspondem a mais de 95% do peso seco de ‘uma célula (o restante é uma mistura de precursores de ma- ‘cromoléculas ¢ fons inorginicos). A quimica e o arranjo pre- cisos das macromoléculas nos diferentes tipas de ceélulas as tornam diferentes umas das outras. Assim, podemos afirmar ‘que a8 células apresentam muito em comum, mas cada tipo diferente de cslula ¢ quimieamente tinieo Hi virias estruturas essenciais em uma célula, A mem ‘brana citoplasmatica (também denominada membrana ce- lular) &a barreira que separa o interior da célula do ambiente ‘extemo, Internamente A membrana celular, existem vérias estruturas e compostos quimicos em suspensiio ou dissolvi- ddos em um fluido denominado eitoplasma, A “maquinatia’ cltoplasmatica responsavel pelo crescimento ¢ pela funcao celular inchui 0 niicleo ou nucleoide, onde 0 DNA celular (0 genoma) ¢ armazenado, ¢ ribossomos, estruturas compos- tas de protefna e RNA, a partir das quais novas proteinas sio sintetizadas na célila, A maioria das células microbia- nas também tém parede celular: A parede celular, em vez da ‘membrana celular, confere rigidez estrutural 2 célula e impe- de seu rompimenta osmético. 4 Michael T Madigan, John M, Martinko, Paul V, Dunlap & David P Clork 1. Compartimentalizacao e metabolismo ‘As cats capt os nutrontes spar co melo ambiente, ‘eazam sua ransfornacao e elma os prodtos {xorg no eo, Porta, a edle € um sistema arto, \ de cate farete Meio ambiente 2. Reproducao (crascimento} (0s campostos quis caplados do meio ambiente s20 ‘ransiormados em novas cas sab @contolagensties cles cus proexistetes. e@-2ee@ 2. terenlagso ee erereey oma um wspore,normalmenie come parte do un co do sealer ee eo-@ 4. Comunicagao ‘4s cas comunicam-se ou hieragom por meio do Compactor qumioos que 200 iberacca ou capadoe. 5. Movimentagao ‘Ngumas céulas aso copazes de realzn a utopropulsto, ne ae 6. Evento ‘Asc contam ganes« evoluom de forma a aoressctar eva propradadee blagion. Aa aoa hoganatces Tovar ao olagous evolubvas eve as cae, Novas on Seles resi fa Figura 1.3 Caracteristicas da vida eelular. Somente determine 38 cSlulas sofem diferenciacio ou s30 capazo: de moverem 2 (Cela dos rutrintan © @ (ago de aiais Blocombustveis CH, )) exe A ioe) Et oremecagao oh poate asl _ poluentes cous (BREE ~ oo, rumen uenismos gensicamente ere eamcemeear EE gn “oats poten neragta meyookne (Cis oe) aw & =< — > Figura 1.7 Impacto dos miero-organismos sobre 0: seres hum: 1s. Embora muitas pessoas pensem nae micro-orgenmosro conte ‘odor doangat ilecrioean, poveos mise organtimae ae cfetvemen te causadores de ccencas. No entento, os micra-organismos sfatamn vitios utes azpectos da nari vides, conforma lustrade aqui mes diarreicas. Além dessas, os seres humanos 20 redor do mundo so ameagados por doeugas que poderiam emer air subitamente, como a gripe avisiria, uma doenga viral de aves com o potencial de infectar hospedeiros alternados, disseminar-se rapidamente em uma populagéo. Doengas: exéticas e raras, como a febre hemornégica por ebola, tam. bem poderiam disseminar-se facilmente em paises desen. volvidos, uma ver que as viagens intercontinentals $80 10 comuns atualmente, Como se isso nao bastasse, considere ‘4 ameaga para os humanos representada por aqueles que disseminam agentes microbianos de bioterrarismo. Indu- Ditavelmente, os micro-organismos ainda constituem gra vves ameagas a side humana Embora devamos considerar a poderosa ameaga repre- sentada pelos micro-organismos, na realidade, a maioria de- les nao € prejudicial aos seres humanos, De fato, a grande ‘maiocia dos micro-organismos nap acarreta danos aos orga- nismos superiores, sendo, 2o invés disso, benéficos — ¢, ema iutos casos, até mnesmo essencials ~ a0 bem-estar human ‘© a0 funcionamento do planeta. Agora consideraremos esses aspectos dos micro-organismes, Micro-organismos e agricultura Nosso sistema global de agricultura intensiva depende, em ‘muitos aspectos importantes, das atividades microbisnas (Fi gura 1.7). Por exemplo, algumas das principais eulturas envol- vem plantas denominadaslegwminasas. As leguminosas vivem em estteita associagaio com bactérias que formam estruturas Aenominadas nidilos em sine raizes. Nox nédulos radicula res, essas bactérias convertem 0 nitrogénio atmosférico (Ny) em nitrogenio fixado (NH), que as plantas utilizam para seu ‘erescimento. Gragas as atividades dessas bactérias fixadoras, de nitrogénio, as leguminosas nao requerem o uso de fertilt- antes nitrogenades dispendiosos e poluentes. ‘Também de grande importancia agricola s4o os mieror ganismos essenciais 20 processo digestivo de animais ru- inantes, como o gado bovine e ovino. Esses importantes animais possuem um compartimento digestivo especial de- nominado rime, no qiial densas populagdes de micro-or- ganismos realizam a digestao da celulose, o prinepal eom- ponente das paredes celulares vegetais, Na auséncia desses. ‘micro-organisms, 0 gadlo bovino es ovinos no poderiam dlesenvolver-se 2 partir de substincias reas em celulose, mas, pobres em nutrientes, como capim e feno, (Os micro-organismos também desempenham papéis essenciais nos cielos de importantes mutrientes das plantas, particularmente aqueles do carbono, nitrogénio e enxofre. As atividades microbianas que ocorrem no solo ena gua conver fem esses elementos em formas prontamente assimiladas pe- las plantas. No entanto, além dos beneficios a agricultara, os icro-organismos tam®ém podem exibir efeitos negatives, as doengas microbianas de plantas e animais provocam impor. lantes perdas economicas na induistria agricola. Por exemplo, ddoengas como o mal da vaca louca podem ter efeitos dramati= ‘cos na comercializaeao da carne bovina, e doencas microbia- nas de culturas vegetais podem reduzir significativamente produgao de graos ou de outros prodiutos vegetals valiosos, Micro-organismos e alimentos ‘Uma vez que vegetals # animais destinados ao consumo $30. produzidos, eles devem ser disponibilizados os consumnidores em uma forma saudivel. Os micro-organismos desempenhain papéis importantes na indstviaalimenticia (Figura 1.7), Ade- composicio de alimentos por si s6 resulta em enarmes perdas, econdmicas a cada ano. De fato, as induistias de enlatados, alimentos congelados e alimentos desidratados surgiram para, preservar os alimentos que, de outra forma, sofreriam a de- {erioracao microbiana, Doengas transmitidas por alimentos também devem ser consideradas. Uma vez que um alimento destinado ao consumo humano pode permitir 0 erescimento de micro-organismos, Inclusive pat6genos, os alimentos de ‘vem ser preparados e monitorados adequadamente para evitar 4 (ransmissdo de mfcro-organismos causadores de doencas. No entanto, nem todos os micro-organismos encontra- dos em alimentos provocam efeitos danosos em produtos, alimenticios, ou naqueles que os ingerem. Por exemplo, vie ios laticinios dependem de transformasées microbianas,, incluindo as fermentagdes que produzer queljos, iogurte & ‘mantelga, Chucrute, picles e algumas salsichas também de- ‘ver sua existéncia as fermentagoes microbianas. Além disso, produtos de panificagao e bebidas alcoélicas dependem das atividades fermentativas de leveduras, originando diéxido de carbono (CO,) para produzir a massa da pao e 0 cool como, tum ingrediente essencial, respectivamente. Muitas dessas, fermentagdes serao discutidas nos Capitulos 21, 25, e 37 +1900 )) preumeria (oA. Gastarserte Doorca cardiaca ‘ora Dosnca ena Aesdentes cancer Doonges ds intone 0 100 ‘©bi0s por 100,000 incnuas Microbiologia de Brock 9 2008 Doonpa cariaca ‘canoer Acidente vascular eres! Doenga pumonar Aeidentes Grpee peur Diabetes Ds Suictto rose hepatica Homi eso feos ° 100 (bites por 100,000 indvdos 200 Figura 1.8 Taxae de mortalidade para as principaie causas de morte nos Estados Unidos om 1900 © 2008. Em 1900, es locrces infeccioaas aram as pincipsis caurse de morte, enquanto, tualments alas s80 de menor importéncia, As doongas microbianas 0 apre- sentadas em veimelho, as causas nao micicbianas, em verde. Dados abtides de Centro Nacional de Estatsticas de Sade dos Estados Unidos Micro-organismos, energia ¢ meio ambiente Os micro-organismos desempenhiam papéis importantes na proxlugio de energia (Figura 1-7).O gas natural (metano) €um produto da atividade microbiana, proveniente das atividades ‘metabélicas de micro-organismos metanogénicos, Os micro- -organismos fototrficos podem absorver a energia Iumino- sa, produzindo biomassa, a energia armazenada nos orga _mos vivos. A biomassa microbiana e os materiais descartados, como 0 lixo doméstico, excedentes da produgio de gros © produtos de excrecao animal, podem ser convertidos em bio- combustiveis, como metanole etanol, por meio das atividades dos micro-organisms. O etanol prostido pela fermentacio ricrobiana da glicose a partir da cana-de-agticar ou do ami- do de milho é um importante combustivel em alguns paises, como o Brasil, © estd se tommando um componente mais in. portante dos combustivels nos Estados Unidos. (s micro-organismos podem também ser utilizados na degradagao de poluentes gerados pelas atividades humanas, processo denominado biorremediagao microbiana (Figura 1.7). Os miero-organiomos podem ser uilizados para eonsu- mir Gleo derramado, solventes, pesticidas e outros poluentes {éxicos ao ambiente. Com o tempo, caso entrada ce poluca= tes cesse, as reas poluidas poder ser limpas sem a interven: g40 humana, por meio dae atividades de micro-organismos naturalmente encontrades. A biorremediagao simplesmente acelera 0 processo natucal de limpeza por meio da introdu- ‘sd0 de micro-organismos consumidores de poluentes, ou de hutrientes espectficos que auxiliam os micro-organismos a ‘degradarem os poluentes. Dentre a grande diversidade de miero-organismos presents na Terra, existem vastos recut +08 genéticos, Atualmente, os pesquisadores estdo estudando ‘eases gonos a fim de desenvolver novas solugées para proble- mas de poluiglo ainda mais desafiadotes, Micro-organismos e seus recursos genéticos Além da limpeza do meio ambiente, as riquezas genéticas ‘do mundo microbiano podem ser utilizadas na geracao de produtos de valor comercial. Os micro-organismos foram, utilizades por centenas de anes na fabricagao de produtos da, {ermentaco do leite, bebidas alcodlicas e similares, Mais ze- ccentemente, 0s miero-organismos vém sendo cultivados ema, escalas extremamente altas para a produgio de antibisticos, enzimas especificas e varios compostos quimicos. Porém, atualmente, vivemos no mundo da “bioteenologia”. A bio” tecnologia empresa micro-organisms geneticamente mo« ficados para sintetizar produtos de elevado valor comercial (Capitulo 26).A biotecnologia utiliza as ferramentas da enge- nharia genética ~a manipulagao artificial de genes e produ tos génicos (Figura 1.7). Os genes provenientes de qualquer fonte podem ser manipulades ¢ modificados utilizando-se ‘micro-organismos e suas enzimas como ferramentas molecu= Jares. Yor exemplo, a sulin humans, um horm@nio encon- trado em quantidades anormalmente baixas em individuce, com diabete, ¢ atualmente produzida por bactérias moditiea- das por engenharia genética, nas quals foram inseridos genes. da insulina humana. Empregando a genOmiea, o sequen- Clamento e a andlise dos genomas dos organismos (Capitulo 13), € possivel pesquisar 0 genoma de qualquer organisino nna busca de genes codificadores de proteinas de interesse co- mercial, Atualmente, constitui-se em uma operacio rotinelta, 1 clonagem de um gene de interesse em um hospedeiro ade- ‘quado, sintetizando-se a proteina codificada por cle em wma, eseala que atende a demanda comercial. ‘A microbiologia como uma carreira A drea da microbiologia ¢ replets de oportunidades para aqueles que buscam carreirasreaizadorase gratificantes na cincia, Por exemplo, os microbiologistas encontramse na i nha de frente da medicina clinica, visando 0 desenvalvimento © a popularizagao de metodos para diagndstico etratamen- t0 de doengas infecciosas. A pesquisa e 0 desenvolvimento ‘em empresas farmacéuticas, quimicas e bioquimicas e de biotecnologia, frequentemente correspondem a base dessas realizagées, sendo impulsionadas pelas atividades cient ficas dos microbiologistas. Além disso, 03 microbiologistas desempenham papsiscssenciais nas indstrias de alimentos 10 Michael T. Madigan, John M. Martinko, Paul V. Dunlap & David P, Care e bebidas, na satide priblica, em laboratérios de pesquisa go- vernamentais ¢ universitarios, em pesquisas ambientais e no ensino e treinamento em cigncias hiolégicas. Dessa forma, alem de dominar os prinetpios da talvez mais excitante den- te as ciéncias biolégicas, os alunos de microbiologia atual- ‘mente dispdem de maltiplas ope6es para voltarem seu amor A biologia para uma carreira desaliadora 2 recompensadora, Neste ponto de nosso eapftulo introdutério, a influéncia ddos micro-organismos na sociedade humana deve estar cla- ra. De fato, temos muitas raz6es para conhecermos os micro- organismos, sas atividadles e seu potencial de beneliciar ou prejudicar os seres humanos. Como citou o eminente cientis- ta francés Louis Pasteur, um dos fundadores da microbiolo- sia moderna: “O papel dos infinitamente pequenos na natt- reza € infinitamente grande”, Prossegulremos nossa jomada no mundo micrebiano realizando uma visio geral histérica das contribuigdes de Pasteur ¢ de alguns oulrus & ciéncia da microbiologia como a conhecemos atualmente, : (Qs micro-organismos podem ser tanto benéfices como | prejudiciais aos seres humance, Embora tenhamas a tendén fla de anfatizar ae micro-erganiemor nocivos (agentes do doencas infeccioses)hé, ne netureze, mais micro-crganismes benéficos do que prejuciciais 11 De que maneira os micro-organismos s80 importantes na indstria aientcia e na agricutura? 1 Cite dois combustivels que sé produzides por micro organises, 11 0 que se entende nor biatecroloaia e come ela pode smelhorar 2s condigies de vida dos seres humans? OS CAMINHOS DOS DESCOBRIMENTOS DA MICROBIOLOGIA Assim como qualquer outra ciéncia, a microbiologia deve ‘muito a seu pasado. Embora possua ralzes multo antigas, a ciéncia da microbiologia, na realidade, nfo apresentou um grande desenvolvimento até o século XIX. A partir de entio, 2 drea cresceu de forma explosiva, expandindo-se para mu. tos campos novos, porém relacionados, Agora, passaremos a tmilhar esses caminhos dos descobrimentas 1.6 } As raizes historicas da microbiologia: Hooke, Van Leeuwenhoek e Cohn [Embora a existencia de criaturas pequenas, invisiveis @ olho nu, tenha sido especulada ha muitos anos, sua descoberta esti ‘associnda & invengio do microsespio. Robert Hooke (1635- 1703), um matemitico e historiador natural inglés, também foi um excelente microscopista. Em seu famoso livro, Micro graphia (1665), 0 primeiro livro dedicado as observacoes mn crosc6picas, Hooke ilustrou, dentre varios outros temas, as cstruturas de frutificagao de bolores (Figure 7.9). Essa foi a ‘primeira descrigtio conhecida de miero-organismos. A prime 1a pessoa a visualizar bactérias fol o comereiante e construtor Figura 1.9 Robert Hecke e um microscépio antigo. (3) sts ‘Glo do microscopio utiizado por Robert Hooke em 1664. As lentes objetivas eram adaptadas na extemidade de um fle ajustavel ‘com ailuminagie focalizada no espécime, a pantr de uma ince len +21) (6) Um desenho da Rober Haake. Este dasenho, publicado fom Mierographis, om 1655, eartespende a primeita desengao de tum micro-organismo. © organisa é um boler aauiada crescendo fom uma superficie de cour. Ax extrturas ertedondedae lasparan ios) contém os espores do bolor. hholandes amador de microsc6pios Antoni van Leeuwenhoek (1632-1723), Em 1684, van Leeuwenhoek, que conhecia o tra- balho de Hooke, utilizou microse6pios extremamente simples, de sua propria construc (Figura 1.10), para examinar 0 con. tetido microbiano de uma variedade de Substncias naturais, ‘0s microscopios de Leeuwenhek exam rudimentares, ‘quando comparados aos padrées atuais, mas, pela manipu- laga0 e focalizasdo previsas, cle fol capaz de visualizar bacté- ‘as, snictu-urgauisinos consideravelmente menores que bo- lores. Ele descobriu as bactérias em 1676, enquanto estudava infusoes aquosas de pimenta. Fle relatou suas observagoes ‘em uma série de cartas enviadas & prestigiosa Royal Society of London (Sociedade Real de Londres), que as publicou em 11684, em uma versio em inglés. Desenhos de alguns “peque- ‘nos antmalculos", como van Leeuwenhoek os referia, estao iusteados na Figura 1.10, Com 0 passar dos anos, as observagies de van Leeuwe- nhoek foram confirmadas por outros, mas o progresso no entendimento sobre a natureza e importancia desses orga- rismos mintsculos manteve-se lento por cerea dos 150 anos seguintes, Somente no século XIX, os microscépios aper- feigoados tornaram-se amplamente disponiveis e, nese pe- rfodo, « extenstio ¢ a natureza das formas de vida microbia nas tornaram-se mais evidentes, Durante a segunda metade do século XIX, importantes avaneos foram realizados na nova cieneia da microbiologia, prineipalmente devide & atencao dada a duas importantes 4questdes que surgiram na biclogia e medicina naquela ¢po- ca: (1) 0 questionamento a respeito da geragio espontinea © (2) da natureza das doengas infecciosas. Respostas a es- sas questdes emergiram a partir do trabalho de dois gieantes no novo campo da microbiologia: o quimico frances Louls Pasteur e 0 médico alemiio Robert Koch, Porém, antes de explorarmos seus trabalhos, consideraremos resumidamente ‘o trabalho revolucionario de um botinico alemao, Ferdinand Cohn, contemporaneo de Pasteur e Koch e fundador da area atualmente denominada bacteriologia, Ferdinand Cohn © a ciéncia da bacterlologla Ferdinand Cohn (1828-1898) nasceu em Breslau (atualmente pertencente Polonia), Ele especializou-se em botdniea © fornou-se um excelente microscopista. Seus interesses na ral ccroscopia o conduziram naturalmente ao estudo de plantas unicelulares ~ as algas~e, posteriormente, As bactérias fotos: sintetizantes. Cohn acreditava que todas as hactérias, mesmo aquelas desprovidas de pigmentos fotossintetizantes, eram ‘membros do reino vegetal, c seus estudos de microscopia sgradualmente afastaram-se das plantas ¢ alzas, dirigindo-se as bactérias, incluindo a grande bactéria sullurosa Beggiatoa (Figura 2.17) Cohn estava particularmente interessado na resistencia térmica apresentada por bactérias, o que o levou a descobrie © importante grupo de bactérias que formam endospores. Atualmente sabemos que os end6sporos bacterianos so ex- tremamente resistentes ao calor. Cohn descreveu o ciclo de vida da bactéria formadora de endésporos Bacillis (célula ve- ‘ectativa —+ endésparo -» célula vegetativa) ¢ descobriu que a células vegelativas de Bacillus, mas niio seus endésporos, ram morias pela gua em ebuligao. De fato, a descoberta dos end6sporos feta por Cohn ajudou a explicar por que seus contemporfincas, como cientista irlandés John Tyndall, des- cobriram que a fervura correspondlia a um método ineficiente de impedir 0 crescimento microbiano em inlusdesliquidac. Microbiologia do Brock 11 » o Figura 1.10 © microseépio de van Leouwenhoek. (3) Uma replica do microscépio de van Leeuwenhoek. A lente @ montads fem uma place de bronze, adjacente & ponta do parafuse sjuctaval de foco. (6) Detenhor de Antoni van Leeuwenhoek representande, bbactéras, publicados em 1684. Mesmo a partir desses desenhos relotivamante rudimentares podemos ‘econhecer vriostipos mor folégicos de bactérae comuns: A, C, Fe G, boetérias em forma de bastonete: E,em forma esizrica ou do coco; H, grupos de cocos, (@ Fotomicrografia de um esfreqaco de sangue humano observe cdo em um microseépio de van Leeuwenhoek. As heméclas esta claramento aparontos. Uma dnica hemécia aarezents cimetro de ‘proximadamente 6 ite 12 Figura 1.11. Desenho feito por Ferdinand Cohn, em 1866, da ‘grande bactéria flamentasa oxidants de enxofre, Beggistoa mi. ‘abil. Os pequenos grénulos no interiar da oélula consstern em ‘ennai element, produzido apart da oxidacio de slfeta deh srogtnio (HS). Cohn foi o primeto a identiiear 03 grBnulos como sondo de enxofre. Uma célula de B. mirabilis apreserta cerca de 15, mde dismeto, Cohn continuou seus trabalhos com bactérias até sua ‘aposentadoria, Ele introduziu os fundamentos para 0 sis- tema de classificacao bacteriana, incluindo uma tentativa inicial de defini a natureza de uma espécie bacteriana, um assunto ainda nao resolvido atualmente, ¢ fundow una im pportante revista cientifica sobre a biologia de plantas e mi- crobiana. Cohn foi também um grande delensor das técnicas @ pesquisas desenvolvidas por Robert Koch, o primero mi crobiologista médico, A Cohn também é atribuida a part cipacio no desenvolvimento de metodologias simples, mas ‘mut eficientes, pata impedir a contaminagao de meios de cultura, como a utilizagio de buchas de algodau para fecha (8 frascos ¢ tubos, Esses métodos foram posterlormentetti- Jizados pon Kuch, resultando em ium rapido progresso no iso Tamenio © na caracterizagio de varias bactérias causacoras de doengas (Socio 1.8) Robert Hocke foi o primelto a descrever 0s micro-organis ‘mos, ¢ Antoni van Leeunenhoek foi a primoiro a descrever asbactéris. Ferdinand Cohn fundow a rea da hecteriologie ‘edescobriu os endésporos bacterianos, 11 O que impediu 0 desenvolvimento da ciéncia da micro Biologia antos da era de van Leauveonhoek? 1 Qual importante descoberta se originow a partir dos cestudos de Cahn sabre a resistencia térmica dos micro- ‘organiames? : (4:7 ) Pasteur e a derrota da teoria da a geragao espontanea A segunda metade do século XIX testemunhouo florescimen- to da ciéncia da microbiologia. O conceito de geracao espon- ‘nea foi derrubado c a ciéncia da microbiologia de cultura pura emergiu. Vérios gigantes cienisficos despontaram nessa ‘Michael T. Madigan, John M, Mertinko, Paul V. Dunlap & David P Clark @ » Figura 1.12 Desenhos de eristais de écido tartérico (C.H,O,) ‘eitos por Louis Pasteur, que llustvaram seu famoso artigo sobre atividede Sptica. (a) Cristal levdgira forma) 1) Cristal eames +0 forma D). Observe que os dois cristaiscorrespondom 2 imagens xpeculares (=> Sep80 3.6) As letras nas faces dos cists referer se &forma com que Pasteur marcau ae facos das imagens especu lates dos dois crstais. As cores foram adiionados pats iustar de ‘forma mais clara as faces das imagens expeculres, ‘eta, sendo 0 primeiro destes o francts Louis Pasteur (1822+ 1895), contempordneo de Cola, Isémeros dpticos e fermentacdes Pasteur especializou-se em quimica ¢ foi um dos primeiros (6) Um iguico.nso Opescogodo | Oigutdo & ‘ti verde oeoa debrace eters por erase. erumschama —agoscmento tense Pci micr-orgarismos Sspeeionades ra canta (8) Olde entamente retro Oto pemanece casted B_- iy (os micro-rganimes ‘rosea no iuieo. (©) © fas00 &incinado, porn ® contate da poara eontendo. ‘miro-oganizmas com oud eot Figura 1.13 Derrota da geracie espontinea: © oxporimen- +0 do Pastour omprogando 0 frasco com pescoco de clsne. (3) Esterizagia do conteudo do frasco. () Se ¢ frasca permanecasse na posigdo vertical, na cearcia crescimento microbiano, (cl Se o8 ‘micro-orgarismos aprsionados no pescago atingissern 6 quo es- ‘er havi erescimento micrbiana ne”) impediam a entrada de matéria particulada (contendo (os micro-organisimos) ne corpo principal do frasco, © que ccausaria a putrefagao. (O caldo esteriizado em um frasco de Pasteur nao soltia putrefacio ¢ os micro-organismos jamais surgiam no frasco tenguanto nfo houvesse contato entre o pescogo e 0 liquide estéril. No entanto, se o frasco fosse inelinado de modo a permitiro contato do liquido estéril com o pescogo contami- nado do frasco (Figura 1.13c), ocorsia a putrefagdo e logo 0 liquide apresentava inimeros micro-organismos. Esse expe- rimento simples encerrou eletivamente a controvérsia sobre fa geragdo espontinea, permitindo que a cigncia da micto- biologia avancasse a passos firmes. Casualmente, o trabalho de Pasteur também levou a0 desenvolvimento de procedi ‘mentos eficientes de esterilizagdo, os quais foram refinados ¢ estendidos as pesquisas microbiologicas tanto biisicas como aplicadas. A cigncia dos alimentos também deve mito a Pas- ‘eur, uma vez que seus prinefpios s0 atualmente aplicados no envasamento e na preservagio do leite e outros alimentos (pasteurizagao). 14 Michael 7. Magigan, John M, Mortinko, Poul V. Dunlop & David P Clare © Figura 1.14 Louis Pasteur e os simbolos de suas contrbul- {es 3 microbiologia. (3) Ua cédula de cinca francos Franceses ‘A céciula exbe uma pintura de Pasteur simbolos de suas muitas ‘conquistas Gentifias. O monino pastor Jean Baptista Jupila #ius- ‘ado afugentando um eo ralvoso que havia atacado um grupo de criancas.A vacina antiréoice de Pasteur salvou a vida do Jupie, Na Franca, o franco precede o euro como moada,(b)instituta Pasteur, Pats, Feanga, Fotografia da estrtura original constr pelo gover: no frances pare Pasteur enaugurada em 1888, Atualmente, 0 Insti= tuto Pasteur é um campus contando varias construgdes, A crinta de Pastour © 0 museu onde estdo expostos os fracas com pescago de Cane onginals 9 outros aquinamentoe centhicos este localizados na constugse origina Outras realizages de Louis Pasteur Pasteur teve varios outros triunfos na microbiologia e me dicina, além de cou trabalho seminal em relagio a geragio cespontanea. Alguns destaques incluem o desenvolvimento de vacinas contra as doengas antraz, célera aviria e raiva, durante um period cientificamente muito produtivo de sua vida, de 1880.2 1890.0 trabalho de Pasteur envolvendo a rai- va fol sew éxito mais famoso, culminandlo, em jalho de 1885, com a primeira administragio de uma vacina antirrabica em ‘um humane, um jovem rapaz franeés, Joseph Meister, que hhavia sido mordido por um clo raivoso. Naquela época, a ‘mordida por um animal raivoso representava uma sentenca de morte, A noticia sobre o sucesso da vacinagao de Meister edo jovem pastor Jean Baptiste Jupille (Figura 1.142), admi- nistrada logo apés, disseminow-se rapidamente e, no decor- rer do um ano, cerea de 2.500 pessoas vieram a Paris para serem tratadas com a vacina antirrabica de Pasteur, A fama de Pasteur decorrente de sua pesquisa sobre a raiva foi legendaiia e Jevou © governo francés a construir 0 Instituto Pasteur, em Paris, em 1888. Originalmente concebi- cdo como um centro ciinico para tratamento da raiva ede ou- tras doengas contagiosas, 0 Instinuto Pasteur é, atualmente, principal centro de pesquisa biomédica voltado & produce dle antissoro ¢ vecinas (Figura 1.140). As descobertas de Fas teur na medicina e veterinaria no foram importantes apenas por si, mas também auxiliaram a solidificar o conceito da {eoria que associava as doencas aos germes, cujos prinefpios estavam sendo desenvolsidos nesse mesme periods por Ro- bert Koch, um segundo igante dessa era ae Louis Pasteur é melhor lembrodo por zeu engenhozo expe Fimento demonstrando que os organismoa vivos née erem gerados espantaneamente a partir da materia inanimada, © twabalho de Pasteur nessa drea levou a muitas das teenies bsicas centras 3 cléncia da microbiologia,incluindo 0 con ceitoe a pratca da esterizacéo. ) | i 1 Defi o termo attr 1 Como 0 axperimento como frasco em pescogo de cisne de Pasteur demonstrou que o concelto de geragso espcn- {nea era invade? (1.8 ) Koch, doenga infecciosa e —— surgimento da microbiologia de cultura pura A comprovagio de que micro-organismos poderiam causar doongas possivelmente constituiu 6 maior impulso no desen: volvimento da ciéneia da microbiologia. 16 no séeulo XVI, acreditava-se que algo que causasse una doenca poderia ser Transmitide de tum individuo doente a um individuo sadio. Apés a descoberta dos micro-organismos, acreditava-se am- plamente que eles cram responséveis, embora faltasse uma prova definitiva, Melhorias nas medidas sanitérias promo: Vidas por Ignaz Semmelweis ¢ Joseph Lister forneceram ‘evidencias indiretas da importancia dos micro-organismos como agentes causadores de doengas humanas, porém so- ‘mente apés 0s trabalhos de um médico alamo, Robert Koch (1843-1910), o conceito de doenga infecciosa recebeu uma fundamentacéo experimental A teoria das doencas causadas por germes e os postulados de Koch Em seu trabalho inl, Koch estudou o antraz, uma doenga do gado ¢, ocasionalmente, de seres humanos. O antraz & ccausado por uma bactéria formadora de endéspores, deno- tminada Bacilas anthracis, A partir de anlises microsc6picas ccuidadosas e uilizando corantes especiais, Koch verificou {que as bactérias sempre se encontravam presentes no sangue dde um aninal que estava morrende da doenga, Entretanto, Koch ponderoit que a mera associagto da bacteria com a ‘doenca nao era suficiente para provar que ela correspondia a real causa da doenga, Em vez devo, a bactéria poderia ser uum resultado da doenga. Como a causa ¢ 0 efeto poderiam ‘ser associndos? No caso do antraz, Koch pereeben uma opor tunidade para estudara causa eo efeito experimentalmente,

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