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Richard Rorty PRAGMATISMO E POLITICA PAULO GHIRALDELLIIR ee ech n s ey SES oe megiginees eerie mami RSet (tr amas So hens og Sa Sav Emmis | sla madera Sao 202 Pi Penatane sherpa pean a Tos pa ang emt 1 nuit pt at ‘rn ra ee eter cme Nae? er SI mt nian heen rie mr Sumario Introdugio, Paulo Ghiraldelli Jr. 7 Prefacio 25 Trotsky e as orquideas selvagens 29 O fim do leninismo, Havel e esperanga social 53 Racionalidade e diferenga cultural em uma erspectiva pragmatista 77 Justiga como lealdade ampliada 101 A filosofia e 0 futuro 123 Introdugao Uma nova agenda para a filosofia 1 Richard Rorty em sido consderadoo inimig nimeno I daque- Je personage que stentaa“arteknha’ de fldsoo profsional of sofa encravado em uma citeda académicae garcia de pois ‘raicionals. Ans thos dss tipo de Asoo, 0 prjeto de Rorty& an ‘es um abuso antiosfio do que uma entatva ce promover a efor ma da fils Tal personagem,o fils prfissional, sente-eofen- ido pois Rory querse rar do que identifica como um desejo de sua Infra vente: reunie rad justiga em uma visio una — reunio que trea da flsoia coma platonsme a form Resumindo a0 maximo, a doutina gerald dseussio metabo sta’ de Resty pode ser posta da seguinteforma-ofilésoko que acre clita ser capa de dfiniraVerdade estar em contat timo com Ela {ras do que dentist saber sobre sua nateza nk a am Dominus pot Rat tas enema pune ede lume nie fa Sov teeta i ap ade Pragati e paca bm acre etrleptimado a tar nos de usta para a Cida- de ent, exuece se com cet facade dos inimers vemos strc relatando oquanto esa suposta legiimdade se wansor- ‘mou em um faz dito de solicitor ssrifcos de companies enas capa pra adversros 0 qu edundou em pura injusi’ Rory segue a flosofia contemporénea ra sua tendéncia de desinflconar a nogo deVerdade. Ele solpaoprojeto daquelsf- 16sofos que desconsiderand a passager de Nietzsche pela histria da flosofia, ind esto obcecados pela ‘vontade de verade’.N ‘que a verdadenio ext, pois isso seria uma afrmagio paradox até mesmo, tol 0 que Rory diz € gue a questo da‘natueza da verdad’ & dispensével Além disso ele tenta desta a articulagio pretensamenteimediata entre conheciento ~ ‘renga verdadeia tem justificada~e o auposto) dito de tar por justia ou mes- smo de implementa a justia social segundo eras ditadas, quais- quer que ssa Tal desarticulagio fz prt de seu projet cont ti 2 ndaconaismo. A loo, para Rory, no tem mais e250 de se crcunsrever 8 atvdade de encontatfundamentosstimos ou primero, de atte meta e/ouepisterolgico, pra toda a cura, para toda a ago humana ‘Vou expar em nhs gras antikindaonalism de Roxy como ‘motivo para arefoma oa reconstui enin rntemes propia mente rortanos, a redescrigio da flosfis. lém disso flare bre ‘vemente sobre como Rory acreita que poss efetvar as mudan <8 que quer evar alate na lwo, st que deveria conduit ‘osintltuais ds dias de hoje em especial 0 papi foto, no sentido de cumpri 0 que era. 0 objetivo da fsa segundo Hegel a saber ‘areender seu trp em pensimento” Ness 50, apontaei as elias de edescrigho sugerdas eusadas por Rory “G10 find nina Havel expen soc pub ete volume { Nevers mies ahi ft) Sede ex concep eB amas dun ee Neeser 0 pragma cro je oan de Dey ‘levedor uma tun Se ep 1 Em 1920, Dewey esceveu um livre denominad A flesfia mt reconsiragit. Dewey imaginava ser necesséria uma modificagio na flosofia exatamente pelo fato de o mundo ter passado por tes ‘voles —cientifca, politica e industria” A flosoiadeveriaconsi- 0s, ain que 0 que ele chama de ‘exasperagescantemporaine3s! {pelo qual entendo se teferir ao mundo da décado de 1930) "nos az preerie os nomes trios (algumas vezes melodramiticos) como ‘eri te" Entendo esse seu argument come se dssesse que deveriamos sera tibua de agougueio da hisria mas pelos olhos do prudente ‘alulador das consesineias das gies fturas do que pes olhos do moraista, Deveriamos ver os horrores de nosso: ‘0 names cémicos como ‘enganoso”e intelgen- wo no como pists de algo profunco em mrs mesos ou come pists de nosso esti dimo, mas como igbes instrativas ‘Uma cs aplicagies da sugestdo de Burke para nossa exaspe rages mais aentes sera vera que Lala chama de® cio de even tos abertos com a Revohigo Russa” como o que nds, de esquerd, sempre cot. as melhores ds intense, nos rapaccamas engana ‘mos egabamos ands mesmos embora ganhemos muita exper Util, Esa atte nos ajudariaa evita arto a autepaabenizagio por ‘nosso hetoamo quant a acetagio da perspectiva Reagan-Thatcher ‘de que foros ides cracls ou ingénuosidiotas. Aceitarasugesti de Bark e, portato, vera bistra recente em um enquadrament Sup at ice! mais do gue épso 0 tigico sgniicaraaprovetar © maximo a morte de mies de pessoss a0 encarar as crcurstinclas dessas rmortes como inseutvas para evilae martes Raluras. Signifcaria tsar de nossa famiiaridade com os vrios acougueiros que presi- ham a tabua de cares da histia ~ pessoas como Adriano e Ata, Napoledo e Stalin, Hitler e Mao para evitarimit-los. Burke desenvolve seu quase iiossnesitico,etalver capeioso, sont do term ‘coma’ um sentido que no tom mauitarelag30 «om o fazer rir na seguinte passage Aco rage msn de comple de tesa’ Noplane io ese cin et sempre na espace ri id com. honed ai con bn (a coma & esencilment humor, conduzn et poi. ox de comporatiea sabia 3 comes costes. drama 2x0 de cncenticdades¢deshdaes, Mas el ni ot nests ‘mente cninada ao dima, C melhor de Behar, Mlle & aka cui Visto dew sngulo burkeano, floss dy histiria no esa de gel é um cspstivo para fda com sm epost mine decom plesidade de estemunho"*-E uma continuacio da metatisiea por ou ros meios uma tentatia de continaar claws humanisade em tum contest nen mesmo apis esmos ter sd desert com amplamenteimelevante para nossa esperangas. Eu modo de pon=| mover tum cuto-cictito na argumentagio politica rotulando gual quer nova okva de art on mexinsenta lositcn ou sugesto politica se progresssta' ou weacionia’ As pessoas.a quem Burke chama de cients’ da histo” sugerram que tuo que se nha de fazer «a adicionar 0 novo item som valor de uma varivel em umn con= junto equogdes, coal o resultado, portant, descorise a nova “sugestio ceerari ou retadara o moximento de um grande obeto| pido sobre o qual as tors ds “cientistas” da hist inham nos dado ina apeensio conccitual sida, ‘Se pudéssemos abanlanaro propsnito dessa pseudocigncia e pararde usar Hist’ como nome de um grande objeto indetin ‘doa respeto do qual as grandes toras so rquistadas poseiamos | ler feremy Bentham, Mar eVeblen ~e,atuaksen como pessoas que nos adam a entender como nos enganamos passa do que como pessns que nas dizem o que deveriamos fazer ro futuro, les poderam ser is mals como exibindo as conseyi «as inesperadas edolorosas das tentativas de nossosancesrais de fazer a coisa cota, da que como explicando ainadequacio dos con teitos de nossosancestrais em relago a0 objet fabulso e grande que eles € nds tentamos conceber, Lé-los desse modo takez nos ajudisse a para de tentar encontrar sm sucessor para ‘eaptalisrno" fou ‘ideologa burgues’ como o nome para a Fabulosa Coisa Ma Poderiamos,ento, parar de testarachar um sucessor para ‘alas se trabuihadora'~ por exemple, ‘Difeenca Diversidad’ — como ‘nome para a titima encarnagio do Logos. Ler ese registra his- trio ao modo de Burke tlvezajudasse a evita o que Stanley Fish hams de “esperangada tora atiundacionalsta”~a ida de que ‘o materiale eo Sento de historicdade mais radicats até mes- ‘mo que 0 deseo de Marx, de algum modo, fornecer um objeto de tama nova marca, ainda maior apesar de ainda inistinto ~ um ob eto shamado tale, de-Linguager’ eu Discurso! ~ em toro do ual teceremos nassas Fantasias” Foucault - mais uch bss a, goo rh cts al Se Mactan 9 donk Ha een sx Burke me impressona, em resumo, como tendo 0 tipo de tude em relagio a histria que talvee agradasse a Havel. Eu 0 vejo ‘como um tipo de anti-Marx, uma contrapartida ao anti-Lenin de Havel ois Burke pensa.ahistra como uma colegio decontos ad- rmonitrios, mas que uma narrativa dramstica coerente Se adatar~ ‘mos aconcepgio de histra de Burke, poleernos nos tornar menos admiradores da apocaliptica conversa arespeito de “ses etn, ‘menos inclinados 3 escatologa,Tois no mais imaginarftnos um Logos Encarnado fabuloso e grande chamado “Humanidade, cv _desdobrar tem de ser interpretado ou como lta hersca ou coma de lino migco. Em ver dso, deveriamoswltarnsso pensamento para 23s muitas comunidades humanas, bem diferencadas, do pasado, ‘eda uma das quas nos expe am ou mais contos adaonttos A puns desses cants paderiam serie 3 mudanca de uma ou mais co- ‘munidades humans diferentes des cas ce hoje, dependendo de suas ierentes necessktadese opgies. Ponsarahistria dese modo svi paar de tentarescolhot pon tos hisircos ctuciis do mando, bem como figuras com «ssp pel: paar detent achat eventos hstricos que, de algumn modo, fencapsulam ¢ revelam 0 todo abrangente da Histéria por meio da esquematizagia de todo o especto das posiblidades bert para a Humanidade sso seria aplcar erie socal que Burke disse da eitica herria As obras satim em sewespetrcatrangini Oars de um omen ¢ um mas su temperaments é out, Esanos splint ha de Mande wane Ling sued um eo 3 9 ge dos {Coen upton pa ue Ln see Fe ‘tendo Bshs ean cto tosgus poner ss me Ds si th Emir ir nas ane eso bub give ayuda Me sony Sina dec cnt flo nes hansi ce Ta se me tari mane tn ineando gue a0 agrupar apart descontando cada catgria poe tsa de ard com sua nate, els pace Se apoua taste «a oma, © que poeta serum mr nds de dizer. ualquer qe saa posi, 2 re edd melhor foe de coma Hi poucos anos, Havel eos signatiios da Carta 77" brindaramn com um novo exemplo de poesia social a poesia socal da esperan «a Ese exemplo torna claro que tal esperanga pode entire pode Algumas vezes até mesma serreaizada, sem respaldo de ums filo sofia da hisinaesem estar loclizada no cantexto dem gpico ou de ‘uma tagéiacjo er sep a Humanidade. © modo com que Burke pensa a ctica social ‘ns sins, comparagio econttase que se abst da tentatva de ser algo csmicoe de lng aleancee que se contenta em ser praden te @ de alcancelimitada ~ pode ser recomenvdado aos estdantes| cj imaginago tem sido iuminada por esse exempo, om compara contrasts ente ts po: 2 Kenna fe, Ata, 107. poy aga a rags Sequel ea Mal Dene ep ‘pene wg ales rmedtos yn kta rane isch da mun Miva presto ss a eee aio al ca ae ohh Nn densa a aves irs i sana a x Teh debe Racionalidade e diferenca cultural em uma perspectiva pragmatista Neste ensaio dscutoalgumas questées que surgem quando se firma que ceterminadas clturas sin mais racionais do que outs «portato, melhores. Essas quests tamiaim emengem quand se airma que algumas cularas si menos racionalists e, portant, melhores do que nutras. Comegars dstinguindo tis sents do terme “racionalidade Racionalidade-1 € 6 nome de ums habilidade que fas tém mais do que amebas, que sens humane usirios de inguagem tm mais do que antropides no ususios de linguagem, «gue se res humanos armados com tesmolagia moderna tim ma do que aqueles que ni a possuem: a hablidade de enirentar @ meio a= bent, ajustanda ss reagbes aos estimulos deste, de modos com Plex edelicados 80 & chamado 2250 (ni algumas ves, ‘eapacidade de sbrevvénsa’ El & etcamente neutra, no sentido se que essa habildade,sovinho, no ajuda a dedi gules ‘ua qual cututa seria melhor perteneer Racionaliade-2 60 nome de um ingredenteexea qus os sere hhumanos tim e que falta 20s brutos. presen dss ingredient {em nds é uma razdo para nos descreverros em term ifecentes| slogueles que usimos para descwe organismos nio-humanes Essa presen ni pode sor relazida a ums cerenga degra em moss posse de racionalklade-1. Fla ¢ stint, uma vez gue fa metas, Pgs ota ose edu aotrabaho de garantira mera sobreivénca por exem- plo, poder decidir que seria melhor morera fazer certs coisas. Ape lar para a racionalidade-2estabelece uma hierarquia avaliatva em ‘vee de simplesmente um ajustamento de meios aos fins acetos Racionalidade-3 & de modo geral, sindnimo de tlerincia = 2 habilidade de no ficar demasiado desconcertado dante do que &| Alterente de sa capacidade de no responder agessivamente aes sas diferencas. Essa habildade aeomparina um desejo de alterar os rdprios habits do somente de conseguir mais do que anterior ‘mente se queria mas de se remodelarem um ferent ipo de pes soa que quer coisas diferentes daguelas que queria antes. la também acompanha uma confianga mais na pesuasio do que na for, wma Jnclinaglo para conversa antes do que brig, queimar ou bans. E “uma virtuce que capacita individu e comunidades 2 coexistir pa ‘emo pe er un se de X-emibira pasa epi sanet 0 ehora Racin iru tl ua preci pga racionaldade-3 um equlfro ene a press para no feiros ou tros ea tolernca para com os diferentes mods de vida; entre a vigilincia conta a crucidade ¢ a relatineia em erguer um estado [pan-dptico. Como bons pragiatistas, os habitantes dessa utopia ‘no pensatiam a respeito dest mesmos como aqueles que realizam ‘a verdadeitanatureca da humanidade, os que vivem de acordo com a racioalidade-2, mas simplesmente como sere elise lites, vi ‘vendo vidos mats rcas do que a dos habitantes das comunidades bhumanas anteriores (0 que acantece quando examinamos 0 t6pico ds diferengas culturais a partie desse Angulo deweyano? Quand tentamos fa 26-lo, a seguintes questoes tornam-se saienes: ess utopia de ‘weyana preservariaas diferencas cultuais geograticamente delim tadas em seus lugares atuais ~ por eemplo, as dierencas ene as ultras budistae hindu, chinese japonesa,skimica erst, ou Tan «ata to, 00 sua mai parte ex um iquifcador? Sea opg30 fs ‘selma seria urn eno? Aigo muito importante teria sido treme clvelmente perdido? Ou novas diferongas cultura as iferengas “entre nova culturas-1 que se formariam espontapeamente no inte Fior dessa utopia tolerante—compensariam o que foi perdido das ve Tas dierencas? ‘Quando a questo éapresentada desse mado, a nica expos: ta plausiel parece ser ningusm sabe, mas ado pace haver nen ‘no razo particular para se ter esperangs quanto 3 imortalidade de qualquer conjunto de diferengas culturais contemperdness, core ‘posta &esperana de que al conjunto poxeria se, por fim, supe ado por im conjnto novo e mats interessante. Na Europa mo slema, no faz mut falta a cular de Urdos cleus oa da Cartago ‘aga, Presume:se que os indlanos de hoje no sintam muita fala las cuturas que foram deslocadas e, aos poueos,estepadas, como a8 dos powosflantes da lingua sa, orginios do Nomt. Ein ambos ‘05 ca50s, hi 0 sentimento de que hoje temos uma grande divers dade cultura, alvez tudo de que precisamos, e que Ur e Harappa nfo so mats sadosss do que os cavalospeé-histicos o mame «0 tgre-dontes-do-sabre. Dadas as sete mil espcies de piss, ringusm chora muito pelo Archaeypergs: Dado rico plurasmo da Europa mederna, ninguéen se importa muito seo alates co gals tardio os do bretio ~ ou os sonetstas ou os argutetos seguiones se Anctea Pllaio ~desaparecerar, Lamentamos a perda eminer te de pissaros de certos paaisose das grandes bleias porque bbemos que levad dez milhdes de anes para que uma nova espécie de igual esplendor se desenvolva, mas quando tomamos 0 crisis ris, 0 iaismo,o budsmo ¢ o humanismo seul do Ocidente mole suspetamas que dada a pa, ariqueza, 2 se lida? utdpica~ esas cultura 1 sro estispadas somente quando vas culturas de 30 menos igual esplenlr, estverem disponivois pata assumir seus hagas, ssa esposta fil indica que assimile otipico da diferenga cultural pelo lado errado. Ps esse tipo € um dos que est muito vivo hoje em dia po causa da suspeita de que aquilo a que me re fra despreocupadamente como “humanismo seclar do Oxidente rmodeeno”é um tipo de monstro onivoro, que engole toda a 0 tras cultuas-1 © 6 ineapaz de produit divesidade a parti de si _mesmo. Essa suspeita est Tigada a uma outra desconfianga, ade que 4 perspectiva deweyana que mantenho~ aguela que pradue © que Ashhs Nandy chama de “pragmatism teenocttico evolucionsta™ 3 desvia de tela as questbes importantes. cs olhos de Nandy "de muits outros, Dewey & simplesmente um representante a mak le uma cukira-1 no atoertca que, mesmo se orgulhando de sta ociidadee tolrncla, ests engajada na trea de destrir tas as osiildades cle diferenga cultural ~ uma cultura-1 que é, no fun Rosen die cokual mum poops pis a do, iis, esti violet intrinsecamente posta 9 cltura-2 6 a0 desenvolvimento da racionaidade-3, _Do pontode ita de Nandy seo compreentlerinciae pag _matismo ~racionaidade-3 ea visio de que a acionalidade existe ~ si camo leo e gua, Nandy dria que a insisténca pag _ndtica de sero ser humana simplesmente como um orgenisino-2 mais, ¢ cukuras humanas eomo portadoras de memes, nenbum sis quais~ organismos ou cultuas ~ mais pronimamenterlaciona ‘dos aalgotrans-histrico (como Natureza ot Des} do que out, incompativel coma tipo de toleraia das diferengs cutis que Permit um lugar para agile que 6 impontante na tradigho in sana, Nandy, presumo,acctaa visio que, na segue passage, lescreve coma senda a de Gandhi Gandhi rte 0 Oidente mera basicmente por causa de su cesnnicenticac cca Fac, a cua i in tes uma tora da wanscendria no pert ser acevel moral a nitamente le saba qu oul okie do mud aero 3. dnc pe gotana que se orglhas dese nc ea com Pltamente soar deconhssimento He tama uaa egitim odo Ocidente madera como uma ue superar vinba de wn ‘eologa que conecia as socedadesseularizad ome speres [smu eculorzadas uma We aaa kl, superoie Jo bet ident tomas oma a Dewey negara que poderia haver uma avaliagio abjetva do (Ocidente como superior tut court, Pos superoridade &, para um ragmatista, compre eat acs popes ce alga gue se est en lo solcitado serv Masel insistirio om tes pontos. Primi _gumas das realizagies do Oeidente— controle epinin, ample da alfabetizagio, melhor dos transportos edascomunicagies ten pts dronizagio da qualidade dos objetos de primeira necessidad,e35 ‘sim por dante — provavelmente no tém como ser dispensads por alguém que asexperienciou, Segundo, o Osidenteé melhor do que ‘qualquer outa cultura conhecida no que se referea questoes de po- lia social como resultados de experimentagio ftura, mais do que dle pincipis aes tomadasa partir do pasado. Tere, acon nha entre manipulago retirica © argumento genino que busca ‘alidade ~ uma linha que penso que Habermas acenta demas. Se paramos de pensar a azio como uma fonte de autora ver os simplemente como processo de alangar concordincia pela perstiaso,entioa dicotomia kantianae platinia padrio entre a 230 esentimento se extinguits Esa dicotomia pode see substitu Por uma fina continua de gous de cena edesjoscoincientes em alguns pontos”. Quando pessoas cujos comportamentos ¢ desejos {que no coincidem so bastante dscordantes, elas tim atendncia TR Tops que Dasdin domo gue ds sees ue sa 9 ings pe mann nt rant rr yar ‘seus psu sieram tos sprouse ian pel everest ‘Routan ron Hr soe es eye car Stew de wena e ap comin rfc se onan me Moses mono ery evn St sai ocd aa Saunton ma ane dn nmr eh Redan pac cdr am nays orn an posi corm ede pds de pensar que 6 outro & maluco ou, de modo mais polo, iacio nal, Quando ha consideraveleoincéncia. no entanto, elas podem “concordat em diverge cansierar 0 cutee cama 0 tipo de pessoa com quem se pode viver~e, por fim, alee, 0 tipo de pessoa com {quem se pode firmar amizade, casamento e assim por diate reconizar as pessoasa ser racionais na perspectva que ofe- eo, simplesmentesugert que, em algum haga em meio a cengas cess, pode haver recursos suficientes pra permit a concorde ‘a sobre como coexistir sem violéncia, Coneluie que alguns ¢iere~ :mediavelmente nacional nioé perccaer que tal pessoa no est f2- endo um uso adequado de suas facldades dadas por Devs E,antes, Petceber que tal pessoa ndo parece compartilhar crengas e desejs ‘conosco de modo sufciente 2 tornae possvel uma conversagio f= tera sobre questées em disputa Assim, rlutantementeconcluimos “que temas de abandonar a tentativa de ampli sua ientidade mo- ral ecolocar em funcionarnento um mvs vice ~ algo que pas ‘stemvolver ameaga ou mesmo 0 uso da fora. ‘Uma nogo mais forte de racioalidade, mais kantiana, sria Jnvocada se alguém dissesse que se racional garante uma pacifica resolgdo de confit ~aquela nogdo que diz que, seas pessoas es- {do dispostas o hastante para caminat juntas raiocnando, entB0.0 |que Habermas chama de “a fora do melhor argursento” 35 condu~ 28 concordincia”, Essa nogio mais forte de racionalidade meso bastante instil. Nao veo propsitoem dizer que & mais raconal pre= Ferr seus vizinos sua famiiaem ur holocaust nuclear, ou prof rirestancar ganhos Finances no mundo 2 presen as instiigBes ‘das sociedades iberais do Ocidente. Usarapalavta‘taconal para reconhecer a solugioescohida por alguém para tis dilemas os usar 16 Dew esos depensanonh he cer Habe Br Man Ror : "yaa de eho une nl ara sonnet ion de Habermas pel Cs rao a Ral ‘expresso “renters a orga do melhor argument” para caracte riearo mado de fazer as pazes com sua consiéncia tazera si mes mo clogs varios, De modo mais geral, a idéia de ‘melhor argumento! sé faz sentido se for posivel lene uma relagiotanseural natal de relevancis, ue conecta proposigdes de modo a formar algo como oem natural das raze’ de Descartes, Sem essa order natal pode-se somente avaliar argumentos por sua eicia de produzie “concordincia entre pessoas ou grupos partculares, Mas nog re _querida de relevnca intinseca, natural ~arelevincia ditada no pela necessidade de alguma comunidae, mas pela r2230 humana ‘coma al ~ no parece mais plausivel ow iti da que agquels de wm Deus cuiaYontade pode ser invocada para resolver confitos etre «comunidades. F,penso cu, uma versio meramentesecularizada da ula primera noxio. Sociedaces ni-ocidentais, no passado, foram certamente = ticas em relacio aos conquistadores que explicaram que eles as t= ham imadide por abediénca a ordensdvnas. Mak recentoment, lastém sido cticas em rela aos ocidentais ue sugerem que de veriam adotar modos ocifentas para se tornatem mais racionais (Essa sugesti fo abreviads pot lan Hacking em: "Mim raconal, voce Jan’) Na abordagem cla acionaldade,recomendo, ambos formas dl cetcsmo esti igualmentejustfcadas. Masso no significa ne ar que esas sociedades deers adotar mados recente ocidentai, ‘por exemplo, por meio do abandono da esravio, da toetdncia da Pritiea religions, da elucagio das mulheres, da permisso de case 'mentos ene pessnas ce 9498 eens dierentes da oledinca com 1 homowsewualdade, da escrupulosa objegio contra a gue, © as ‘im por dante. Como ocidental Teal, penso que ees deveriamn cee tamente fazer todas esas cosas. Concord com Rawls sabre o que

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