You are on page 1of 15
‘observa Michael Polanyi, “se consideramos a ciéncia da natureza como um onheclmento das coisas e estabelecemos a distingdo entre a ciénca e o ‘onhecimento da cienca, isto ¢, a metaciénca, somos levados a dstinguir {rts nivels logos: os objets da clencia a propria ciéncia e a metacléncia ‘que inca fogicae a eplstemologia da ciénca™. A confusao entre a teotia ‘do conhecimento socologico que faz parte da metaciénca, € as teorias parciais do social que envolvem os prindpios da metacienca socologica na ‘organizagiosistematca de um conjunto de relagdeseprincipos explicativos de tas relages, leva o pesquisador a condenar-se arenunciat a fazer ciencia ha expectaiva de que uma ciéncia da metaciénda ocupeo lugar da ciénca, fu.aconsiderar uma sintese necesrariamente vazia das torlasgerais (ou, até mesmo, das teorias parcils do social como a metaciencia que & a condicio de qualquer conhecimento cinco possive 3c ny Pra ene, ow Kp au Ln 8 34 “ a SEGUNDA PARTE A construgao do objeto 2.0 FATO E CONSTRUIDO: AS FORMAS ‘DA DEMISSAO EMPIRISTA ‘0 ponto de vista afirma Saussure, cia @ objeto". © mesmo é dizer que uma clencia no poderia ser dfinida por um campo do real que Ihe perten- ‘esse Como observa Marx, "a totalidade concreta como toaldade pensada, “onereto pensado, 6 defato, um produto do pensamente, do ato de conceber [Tal como aparece na mente como um todo pensado, a cotalidade € un produto do eérebro pensante que se apropria do mundo da dnica manera possivel ora, essa maneia fee da apropriaao do mundo pea ate rligito ‘ot exptcopratico 0 sujito real subsise, tanto depois como antes, em sua ‘utonomia fora da mente." [K Mars, texto n® 20] €& o mesmo prinepio epistemologico, intrumento da ruptura com o realismo ingénvo, que & formulado por Max Weber: "Nao s, arma este autor, as relagoes reals entre as ‘coisas’ que constievem 0 principio da delimitagzo dos diferentes ‘ampos clentics, mas as relagdes conceituais entre problemas. € apenas ros campos em que ¢ aplicado um novo método a novos problemas e em ‘ue so descobertas, assim, novas perspecivas que sure também uma nova “cencia™ IM, Weber, texto n° 21) Embora as cincia Feats sejam dlvididas, por vezes, em subunigades ~ como a selenograia ou a oceanografia~ definidas pela justaposigao de Aiscptinas diversas que se aplicam a0 mesmo campo do real, iso ocorre ‘somente com inalidade pragmatica de fat, a pesquisa ienciia organiza‘se iebese eh bse et Reet mecmoncrinin et fem torno de objetos construidos que nao tém nada em comum com as Uunidades separadas pela percepgao ingénua. Poderiamos ver 0s elos que ainda igam a sociologia erudita as categorias da socilogia espontinea no Fato de que, muitas vezes, ela se submete as cassificacbes por campos aparentes, sociologia da familia ou socilogia do lazer, sociologia rural ou Sociologia urbana, sociologia des jovens ou Sociologia da velhice. De forma {eral por considerar 2 dviso clenica do eraballo como partiha rel do Feal & que a epistemologia empirista concebe as relacdes entre cienias Vizinas ~ por exemplo, psiclogia esociologia~ como conflios de frontera, ‘Temes 0 direto de ver no principio durkheimiano segundo 0 qual “& necessaro tatar os fatos socials como coisas” (a énfase deve ser colocada em “tatar como") o equvalente espeifico do golpe de estado te6ric pelo ‘qal Gaile constitu o objeto da fisiea moderna como sistema de relagoes| ‘quantficavels, ou da decisao de método peta qual Saussure cia a lingustica seu objeto estabelecenco a distinc entre lingua epalavra:é, com efelto, ‘uma distingo semelnante que Durkheim formula quando, expliccando com: pletamente a signiicacio epistemologica da regra cardial de seu metodo, firma que nenhuma das regras impiitas qu se impoem aos ujeitossociais volta a se encontrar interamente nas aplicacées levadas a efeto pelos partculares, ja que podem até mesmo existr sem serem realmente aplca: fas". 0 segundo preficio de sua obra As regras do metodo socologico diz, ‘com Sufclence clreza, que se trata de defnir uma aticude mental eno de atribuir ao objet um estatuto ontologea [E Durkheim, cexto rf 221. Ese ‘esa espécie de tautologa pela qual a clncia se constitu a0 consul seu ‘objeto contra © senso comum, em conformidade com os prinipios de ‘onstrugao que a deiner, nao se impoe unicamente pela evidénca, porque znada se opoe mais as evidencias do senso comum do que a distingio entre © objeto “reat’, pré-construdo pela percepcao,¢ 0 objeto da cénca, como sistema de relacoes consruidasproposicalmente’. 2 an is ie ni nt in net ‘edi os p Sc oe pn ares so met soso rae Se ui, tnpua tar aoa Fas 86 9 0) | tam ee, porga 3 sa do cme os means econ te 2 ae 2 ‘Soca end onerous ran aca unsoumens pct ‘Seri pa eosanas pose 0 pce to “optic Sts cn ‘Stes jum a qe ose res 4 - NNio @ possivel evtar a carefa de construir 0 objeto sem abandonar a busca por esses obletospré-construidos, atos socal separados, pereebidos ‘e nomeados pela socologia espontanea” ou =problemas socais ctja preter, ‘existirem como problemas soclolgicos & tanto maior na media ern tém mais realidade socal para a comunidade dos sociblogos.NSo € Siticente mulplicar os cruzamentos de criterios tirados da experiencia omum (basta pensar em todos os temas de pesquisa do tipo "as diferentes formas detazer dos adolescentes de um grande condominio da periferia este de Paris? para construir um objeto que, resutante de uma serie de divsoes reais, continua sendo um objeto comum e nao tem acesso@ dignidade de abjeto clencico pelo simples fato de que se presca a aplcagio das técnieas ‘ietifcas. Sem davida, Allen. Barton e Paul F.Lazrsfld tem motivos para ‘observar que expressées, tals como “consumo conspiaio™ oU white-collar ‘rime, constroem objetasespecifios, rredutives 20s objetos comuins, ch ‘mando a atencao para fatos conhecidas que, pelo simples fato da aproxima- ‘0, adqulfem um novo sentido’, masa necessidade de consul designacoes {speciicas que, até mesmo formadas comaspalavras do vocabulariocomum, ‘onstroem novos objetos ao construe novasrelagdes entre os aspectos as coisas, ndo constitu mais do que um indi do primeiro grav da rupture epistemologica com os objetos pré-conscruides da sociolgia espontanes, am eleto, os conceitas mais capazes de desconcertar as nocbes comuns no detém, em estado isolado, o poder de resistirsstematicamente a Woica sistematica da Ideologia: 20 rigor anaitico e formal dos conceit ditos *operatstios®opbe-se 0 rigor sintétlco e real dos conceitos que receberam a ‘cannes gon eee ocean — ‘Tow sm ents de poses points eos cnc om ‘Sei maa es boas ee ss cnt eri com eo ‘Sco een or ere cont 9 erasers quo ono So bac ce 9 ‘So ncn qm hg rn tamer ab an en ‘to om nse opis one ce Sepa sta Ax narn € aeelsane on of uneAnasin soa Rasen Upset {hy Sos Scns he Popes of Det Pee teed eh ” Jo de “sistémicos porque sun wach presupbe a referencia ese no sitetna compet de suns ner elaoes Por mal paral e berm que aca um objet de psa, poe ser detnio e consrado Peano de_ una problemen terca que permicasubmeter a ua ‘Mteropaeo sistem ov aepecos da rene colbcados em relagio {Mice pele questo que hes formlags. 2.1," abdieagées do empiismo” Hoje em dia, juncamente com toda areflexio tradicional sobre a clncla, reconhece-se com demasiada faclidade que toda observacao ou experimen ‘ogo implica sempre a formulagao de hipoteses. A defini do procedimen- to centco como didlogo entre a hipotese ea experiencia pode, entetanto, Sedegradarnaimagem antropomérfica de uma trocapela qual dois parceros assumiriam papeis prfetamente simetrcose interpermutaveis; ora, no se pode esquecer, de modo algum, que o real nunca toma ainiciativa ja ave so {a resposta quando € questionado, Bachelard defend, com outras palavras, {que *o vetoreplstemologico [.] Val do racinal ao real eno, inversamente, {a realiade a0 geral, como era professado por todos os filesofos, desde ‘Aistoteles até Bacon” [6, Bachelard, texto” 23). ‘Se € necessérialembrar que “a teoria domina o trabalho experimental desde sua concepcio ate as tltimas manipulagses de aboratrio™ ou ainda (que “sem teoria, n8o © possvel regular Um Unico instrumento, iterpretar eae ngs tatiana evans dest boa menses seed nt erie ot oftana bein Gps name see att epoas ee nso sn ecnete om eae espe es atts opercnsa tm detenmmo sexiness weg seen cone sie ences sue opr eae eine ‘Enc ccc es econ oem eee a ut ald ern recat wo ag ome aeons fer et ‘aro cate 4 trlogo 6 ees ca roe Te ele Sen ener 9.17 ‘uma nica eitura*& porque a representacao da experincia como protocola {de uma constatagaoIsenta de qualquer implicacao teéricatranspatece em mil indices, por exemplo, na conviccio, ainda bastante comum, de que txistem fats que poderiam sobreviver tas qualsteoria para a qual e pela ‘qual tinham sido flv. No entanto,o destino infliz da nocao de totemismo {que o proprio Lévi-Strauss aproxima do destino da histeria)bastaia para (desir a erenca na imortaidade clencfica dos Fatos: uma vez abandonada { teeta que os reunia, o fates de totemismo voltam ao estado de poera de ddados de onde tinham sido trades, durante algum tempo, por uma eoria e ‘de onde poderiam ser Grados por outrateoria coma condo de Ines confer ‘outro sentido". asta Cer tentado uma ver submeter & andlise secundéria © materia coletado em fungao de outra problematic, por mais neutra que esta possa Ser na aparénca, para saber que os daca mais vicos nunca estariam em ondigBes de responder completa eadequadamence a questbes paras quals {pelos quais nao foram construides. Nao se trata de contstar, por prindpo, $3 validade da utlizagzo de um material a usado, mas sim lembrar as con- ‘igoes epistemoogicas desse trabalho de retraducéo que Incide sempre Sobre fatos consruidos bem ou mall endo sobre dados.Semelhante trabalho Ge inerpretacio,cujo exemplo ja era dado por Durkheim em sua obra 0 Suicidio, padera’ ate mesmo consttuir o melhor treino para a vigléncia| {pistemagica na medida em que exigea expicitao metodica das proble= mmatias e prindpios de construgao do objeto que sdo Investidos tanto no Material, quanto no novo tratamento que he & aplicado, 05 que estio & tspera de mitagres a partir da criade miica~ arquivos, data e computers ~ ignoram o que separa esses objetosconstrulds que so 0s fats cleniicos (coletados por questionario ou inventario etografico} dos objetos reais que sto conservads nos museus e que, pela sua “excessiva concretude’ ofere- ‘em a inerrogacao ulterior a possibldade de construgdes indefinidamente Fenovadas. Por esquecermos essas preliminares epistemogica,ficamos fexpostos a tratartiferentemente 0 Identico e de uma forma idéntica 0 “erente, ompararo incomparavele deixar de compararo comparsvel, pelo faco de que, em sociologla, 0s “dados", ate mesmo 0s mals objetivos, so ‘obtidos pela aplicagio de grades (aixasetaras, de remuneragao, et) que Iimplicam pressupostos teorieos ¢, por esse motivo, deixam escapar uma ” intormagio que pode sido preendia por outa constrio ds ats” © posts que tata os ats como dads ext condenado a proceder ‘eerpretagbesinconseqentes porque se igoram com as oa sips ‘Sntrraoes obits encondgoestenicas semetnaees em 0520s, onser led etodolopes sobre as condlges da relerao como timsubstut da mesna eles sore enerpretao seed Somene ua imagem mutiads do procedimnta experimental pode cranformar "submit as atos"nomperav ico pects de una {leet contest, 0 socelogo €partubrment ead a prociat seat. fanga re cater Genin de soa scpna a sobrevaazr av exgencas {Trl aul snc da atuer,Rltrpetado segundo ua tea {he e-simplsmente a do emprsino cltura imperatio dena da Sibmisdo a fat leve& demo pura esinpis prac o dado. Asses profsionls de campo ds cena do homer ue professam umn fe Sretqada no que Niece camara dogma daimadiadapreeplo”€ neecsiio var a-afimagio de Alexandre Koy: "No surgimento Slenan csc, a experienc =o sentido da experinda rdiventr = lmstow sea desempentar papel de obseacu"™ Com eft, ¢ com seo empiismo aa propusese como ideal que socitgs se tlase como tl A sodolgl sera menas vlnrvel 3s ‘entaghes do empitsno se ostesficent embrre,com Pinar, ave “os fnos ao ata Amalin ds nls humans, verse oat de ‘Beraaremumejetque fal com tes, quando sodlog retenerar dos atosa proses #0 conctostedricn qe Ihe perma constr ‘alsa eaten, cote sempre isco dese lar a0 que €afrmado por Seusnrmadores No basta que osociogo ex eacia dos ston, fag a erovaco fel dasnfrmagoese ares fortis po" estes, Pa Jesicaconuta dls ate meso, abs que propsem: 2 roceder Ses ns cate cde susp smpeanent sn roa ogee pls preogies dos qu el esta, por um miso fasarente true alsamente objetivo da socologaespontnea centre ‘Salo espontnea desu objet. 19-hour ees ec’ cate ese cel Eau mace w oop Ces ee ase aPoors, ‘teletext ma men de este 30 ‘A obrigagio de retermos simplesment, para Uestionar o real ou os iméodos de netognee do real, determiados elementos eats, na rea ‘ade, pr uma interrogag que se gna ese nega como inter Sem divida a melor forma de corrermesoisco = 20 nega que'aconsats, {do pressupoe a construgao ~ de constaar um nada Que contra nossa ‘onene,seabamos construindo. Podeamos dsr uma enten de exempior {Ge catos em qe, ugando restringi-se 4 neutalidade a0 lmitarse str doaisurso dos sets os elementos deseuquestonaro,osacelogo prope $0 ulgamento dos sets determinads jlgamentosormulados or outos Sujets e come o isco de situa seus suelo em rego 3 ulgamentos que em ele propio sabe sitar, ou consierarjlgamentossuperticas, ssc dos pela necessidade de responder a questOe desnecesiis, com expres Sao de uma aide profunda. Aida ha mais © socilogo que recisa ‘onsrugo contoladae conscente de seu astanciamento a0 real ede 313 So sobre oreal pode nos por aos sues determinadas quests que ‘ho fazem parte €a experenca dlese dear de formular as quests $uscadas poral experienc, mas ands formula les, com oda gen ade, as questbes que ele proprio se formula respeto eles, por uma Confsio posts entre as questoes que se colocam objetivamente 208 Silos ews questes que eles se formula deforma conslente,Porant, © woiologo tera de fazer uma fl exclna quando desencamihade por afta sofa da objetvidade, vir a tenear anlar como sodoogo, io €supreendente queohiperempiismo, que aba do dete dever da construgo toric, em Benefiio da ool espontanes noone Je roo a losoflaespontinea da agdo humana como express transparent 2 s'mesma de uma delberacio concen e volunarainumersspesqisas ‘de mouivago obretdo retrospective pressupoem que es ueltosposam deer, durante um momento, a verdae objetiva de seu comportament fe onserver dea de forma conn, uma memoria adequada), como se 9 fepresenagio que os sujeltos tem de suas decsbes ou aes no feasse Aevendo nada as racionalzagbesretospectvas™ Sem duvia,podese © eves clear os mais eats disursos, mas com a condo Ge ver Nees nto a explicasao do comportamento, mas um aspecto do comportamento a Ser expleado, sempre que aredita eludir a tare de construlr os fatos em Fungao de uma problematic teorica, 0 sociblogo submete-se a uma constru- ‘o que e ignorae que ele ignora com tal, coletando no maxim discursos| ficticis fojados pelos sujitos para enfrentarem a situacao de pesquisa € responderem a questGes artifical, ou ainda, 20 atifcio por excelénca da ‘usnda de questoes. Portanto, ao renunciar 20 seu prvilegio epstemologi- 0, 0 sociblogo estarasancionando uma socilogiaespontanea, 2.2, Hipéceses ou pressupostos ‘Seria mult fail mostrar que toda pratcaclentiica, até mesmo e sobre tudo quando, obcecadamente,reivindica 0 empirismo mas cego, implica pressupostos teoricos; lem disso, 0 socidlogo so podera escolher entre Incerrogagoes inconscientes, portant, incontoladas e Incoerentes, e um ‘lenco de hipoteses metodicamente construdas para serem submetias a prova experimental. Ao recusar a formulacio explicta de um elenco de Fipoteses baseado em uma teoria, ele fica condenado a aplicar pressupostos ‘ue nao sao diferentes das prenogdes da Sociologia espontineae da ieolo~ ia Isto as questoes econceltos que temos como sujeltos socials quando hao desejamos télos como sodiologos. assim, eihu Katz mostra como os ‘autores da enquete, publicada como titulo The People's Choice, no conse- {ulram encontrar na pesquisa baseada em uma prenocao ~ a “massa" como Diblico atomizado de receptors ~ 0s mes de apreender empiricamente 0 Fenémeno mais importante em maceria de difusto cultura, ou sea, 0 “ux0 tem dols tempos” (two-step flow) que s6 poderia ser estabelecido mediante luma rupeura com a representacdo do pubico como massa desprovida de ‘qualquer estrucura”[E: Kotz, texto” 241 span ot eg ye ces ee ‘Sete tie dates pede mat peat eons ec ‘pest vm te nn ge ec a ens ‘rps nite tans ann poe nc spasm at ‘anes pt ada a st Sr um ars pees € ‘nce tng soe rite pec me He itor tater as peta psa ows hm est ‘orate egy mse econo sunreacns eset hts ecaant ‘onom rie Se tan une ns So asar e 2 se guinea gst pono ps se Tpn oesioe mae aceta rs eno Se sree remanent oe re Eee, ey ee eso iat oa ua gun drt a san Aan nt aca eal oatneee ecient Scola se amore do emi toate seh eee cor oe cen ero coe Sere aan oanceoneeeree Stacansrshenseeumanin ace nemeseel andcnemasn ln ot mone eS i ees en pore eerste oro ots rep oer pepe aeiciatg sa caster esta stasis saaes canta cregrmbeen etary meni i ene as Seana anatenge ee Por exemplo, uma técnica aparentemente to irtepreensive einevitavel ‘quanto a da amostragem ao acaso pode eliminar completamente o objeto a pesquisa, sempre que tal objeto ique devendo alguma coisa a estrutura fos grupos, cuja supressdo,Justamente, a razao de ser da amostragem 20 2acaso. Assim, Elihu Katz observa que, “para estudar esses canals do fuxo de influéncia que sio 0s contatos entre individuos, 0 projeto de pesquisa revelou-se inoperante pelo fato de er recorrido a uma amostra ao acaso de individues abstraidos de seu melo ambiente social... Na medida em que ‘ada Individuo de uma amostra 20 acaso so pode falar por si proprio, os Jeaders de opniao, na pesquisa eeitoral de 1940, spodiam ser identicades pela crenca em sua decararao" Alem dseo,0 autor observa que essa erica ‘ndo permite compararos leaders aos respectivos seguidores, mas somente osleaders eos ndovleadersem gral". Vése aicomoa técnica, naaparencia, ‘mals neutra aplica uma teoria implkita do social ou seja, a de um pabiico| ‘oncebido como "massa atomizada’ isto @, no caso, a teoriaconsciente ou Inconscientemence aplicada na pesquisa que, por uma espécie de harmonia tec met 33 nnn eae eit cm neon eta ocho sre era ea etm *gmere tei. nn ee cr 2 a ne ieareoron oan de tere re nes aca arte ee ee ne ae Se a a sls Zee a et eee Soe diene ec eo ac toa ae in secant eer Pasa ae es» es 123. A falso neutaldade das eéenicas: objeto construde ou artefato ae apna iar quovax woe opatas ee a ret oh eae! elo a ee eee rs a 2 gg fs Sree 2 a ee Fama ee Scie ae een aan en eee cane Ferri rion empresa eptea comic ia de que "pee uo erable Caer een ar rapes suomi ae Ci ever estan ns xchat stn so ange ce ees eS cee rte ati nd te orgs h Karoo el, Commo me ofa sc cans ee oer 7,5 281307 Sin, soit pic, rears men MR S12. se sempre facile muitas vezes ester de seus pressupostosideologios © de ‘es valores ultimos. 0 debate sem fim sobre a -neuralidade aktologiae ‘Serve, quase sempre, de substituto a dscustao propramenteepstenoleica sobre’ "neutralidade metodologica” da tecnica e, por esze motive, fomece ‘uma nova caudo a ilusdo positvsta. Por um efeito de desocarmento, © Inceresse pelos pressupostos éicose pelos valores ou fins limos evita © ‘exame critico 2 feria do conhecimento socolglco que esta implicada nos ‘tos mais elemencares da pratica, Por exempo, ndo ser por qu se apresenta como arealizagio paraig- smatica da neutalidade na observacao que, entre todas as tecnica decoleta de dados, a entrevista nao-diretiva € tao frequentemente exaltada, em ‘detsimento, por exemplo, da observacao etnografica que, a0 estar equipada ‘com as regras impositivas de sua tradi, realiza mals completamente Ideal do inventirio sistematico, operado em uma situaao real? Temes © direico de suspetar da preferéncia que goza tal técnica, quando observamos {que os ebricos’,metodblogose utlizadores do instrument que, no entanto, ‘sho pouco avares de conselhos e insrusbes, nunca tentaram se interrogar metodicamente sobre as distorcoes especies operadas por uma relaga0 social tio profundamente arifcia quando nao sdo controladas as press posicdesimplictas ,nesse caso, os sueltos socks esto iualmente pris ostos a falar livremence de todas as coisas e, ances de tu, de sl proprios, fe também aptos a adotar uma relacao, 20 mesmo tempo, constrangedora © inemperance com a linguagem, a entrevista ndo-diretiva que rompe 3 reciprociade das trocas costumelras (ais, exigivel de forma desigual, Segundo os meios e as situagbes! incita 0s sueitos a produzir um artefato verbal ais, desigualmente artificial, segundo aistancla ence arelac30.com a linglagem favorecda por sua classe socal e a relacao artifical com 3 linguagem que € exigida deles. Para esquecer de colocar em questio 2 neutrlidade das tcnicas mais neutras do ponto de vista formal, ¢necessirio deixar de perceber, entre outras coisas, que as técnicas de pesquisa s30 ‘utrastantastécnicas de socablidade, qulificadas do ponto de vista socal schotzmane A. Straus, texto n? 26. Robservacao etnografica, que para a experimentacio social 6 que a observacio dos animals em melo natural & bara a experimentagao em laboratri, faz sentir 0 caraterfictii eforgado ‘da maior parte das situacdes soca criadas por um exerci rotinero da socologia que ¢ levado tanto maisa ignorara Teaco nolaboratorio", quanto ‘st limitado ao conhecimento do laboratrioe ds instrumentos de labora- (ori, testes ou questionarios. Da mesma forma que nao existe gravagao perfetamente neutra, assim ‘também nao ha perguntas neutras. 0 socologo que nao submete suas 55 propria interrogagbes a interrogacie Socologica nao estara em condicoes [io fazer uma analise socologca verdadeiramente neutra das espostas que ‘los susctam, Por exemple, uma pergunta tao univoca na aparéncia como ‘Cote "Voce trabalhou hoje!” A analise estatstca mostra que ea suscica ‘espostas diferentes por parte dos camponeses da Cabilia ou dos camponeses (do sul da Argelia, or, se estes se referissem a uma definigéo“objeiva” do trabalho ~ isto € 2 defnigdo que a economia moderna tende a nculcar aos ‘Sgentes econémicos ~ deveriam fornecer respostas semelhantes. € com 2 ‘ondiqao de que ele se interrogue sobre o sentido de sua propria pergunta, iver de tra a conclusdo preciptada de que as respostas sao absurtas ou ‘Gadas de ma fe, que 0 socilogo tera algumas possibldades de descobrir que 3 definigao do trabalho que esea implicit em sua pergunta nao corresponde 3 defnigao que as duascategorias de sujeltosimplicam em suas espostas ‘Vesse como uma pergunta que nao ¢transparente para quema forma pode Sbaubilare objeco que, inevtavelment, eta constr, embora no tenta sido feitaproposkalmente para constuilo (LH. Goldthorpe eD. Lockwood, texto 1 271, consiferando que possvel perguntar sea lo que for a quem quer ‘que jae que tod sujeito tem quase sempre suficiente boa vontade para Fesponder, no minim, qualquer cosa a qualquer pergunta, mesmo que esta {ja lrealo questionador que, por falta de uma teoria do questonaro, nfo Se incerroga sobre a significagao especiiea de suas perguntas, correo isco ‘Se encontrar facimente uma gargnia do realismo de suas pergunas na ‘ealidade das resposta receb\das Incerogar, como faz Daniel Lerner, sub~ proletaios de pases subdesenvolvidos sobre sua aptidao ase projetarem fos hers pe(eridos de cinema, quando no sobre suarelagdocoma eitura (de formas, ¢ correo rsco bem evidente de coletar um flats voc que tera ‘Commo Unie sigaiicagao a que Ihe for conferida pelo socologo a0 ratélo ‘Sino um alseurs signficane', Sempre que o sociologo for inconscente em road, va eatin en Agee,» poe Mon i i 9%, B23 de ses ne sean to deere ec pe a nga pes ona ue Sa pear amc cngecsiteoer inept a 20ers the Peng of Tar Soe re Pref, Nm a So ee rece osm n met 56 relacio @ problematica implicada em suas perguntas, pvar-se-a de com preender a problematica que os sujeits impliam em suas respostas:nesse €as0, esto preenchidas as condicbes para que passe desapercebido o equ ‘oco que leva a descrever, em termos de auséncia, deerminadas realiades, \esimuladas pelo proprio instrumenco da observacaoepelaincengae, social mente condicionada, do utizador do instrument. Por mais fechado que se, o questonério no garantenecessariamente a univocidade das respostas pelo simples fato de submeter todos os sujetos 2 perguntas formalmente idéntias, Pressuper que uma pergunta tem 0 mesmo sentido para sueltos socas separados peas dferencas de cultura, [rsociadas 4 origem de classe, é ignorar que as diferentes linguagens nao ‘iferem apenas pela amplicude de seu lexico ou grau de abstracao, mas também pelastematias e problematic que veiculam. A critica feita por Maxime Chastang a0 “sofisma do psicologo"apica-se sempre que for igno- Fada a questao da significagzo diferencia que as perguntas eas respostas fevestem realmente segundo a condigao e a posicdo social das pessoas Interrogndas. "0 estudane que confunde sua perspectiva com a das criangas festudadas acaba coletando a propria perspeciva no estudo em que juga festarcoletando a das erangas 1. Quando pergunta “Sera a mesma coisa Crabathare Brincar Qual a diferenga que existe entre o trabalho eo jogoT’, fcaba impondo, pelos substantvos propastes pela sua pergunta a dferena tstabeleida pelos adultos que parece estar sendo colocada em questio por tle [Quando 0 entrevistador classifica as respostas ~ nio segundo os {ermos que as constituem, mas segundo o sentido que thes daria se ele proprio as tivesse proferido - nas tes categoras do ogo-faclidade,Jogo-nu= {lida e Jogo-siberdade, ee forca os pensamentos infantis se siuarem em ‘seus compartimentos Miosoicos™. Para escapar desse etnocentrismo fin- {uisteo, ndo basta, come ja vimas, submeter as afrmagbes coletadas pela fetrevista ndo-diretiva 3 anise de conteudo,correndo orisco de nos del= ‘armos influenciar elas nogdese categorias da lingua utlizada pelos suje\- ‘tos 50 @ possvel nos libertarmos das pre-construcdes da linguagem, quer se ‘ms mea, cee tin etl ones hea be aera a en Temrcnatteraucins dette atpotstaam aren sana erat ‘Sew pie opr pn a senor ajorag¢ ‘intstecinetanut oor year nas wena wo csc? aps Forte tga ps ut io urs acta maori 0 0. ‘ex tetas pos ext ete peri apes prea» rg eee ‘Mince sgt coca orm ofan, com maw caren. Pw cng, orn aoe 37 ‘rate da linguagem do cientsta ou da inguagem de seu objeto, ao instaurar- thos a dialetica que leva as cnstrucges adequadas pelo confronto metodico {de dois sistemas de pré-construches” [C Levistrous, M, Mauss, B. Malinovs- i, coxtos 28,29 © 30. ‘ainda nao foram tradas todas a conseqUénclas metodolgcas do fat0 de que a Ceenicas mais cassicas da socologia empiric estao condenadas, por sua propria nacureza,acria situagbes de experimentaco fcc, essen almente, diferentes das experimentagies socials produidas, continua mente, pelo desenrolar da vida socal. Quanto mais as conduas e aitudes ‘cuudadas dependerem da conjuncur, tanto mais a pesquisa corre 0 risco ‘dese limiter a apreender, na conjuntura particular permitia pela situacao ‘Se enquete, atitudes e opinides que no tém valor além dos limites de tal ‘Siuagdo. Assim, a5 pesqulsas sobre as relagdes entre as classes ¢, mals Drecamente, sobre 0 aspecto politico de tas relagbes, esto condenadas [quase nevitavelmente a chegar concluséo do enfraquecimento dos conf fos de classe. porque. as exigencias técnicas as quais elas devem se Submecer levam-nas a exculf as situagdes de cise e, por conseguint, omam difell apreender ou prever as condutas que surgiriam de uma Situagao de conflito. como observa Marcel Maget, €necessario “refrirmo- hos historia para descobre as constantes ie’ & que elas exlstem) de FeagBes a novas situagoes, A novidade histrica exeree a funcao de "Teatvo’ para revelar as virtualidadeslacetes. Dal, a utilidade de acompa inhat 0 grupo estudado ao encontrar-se perante novas sicuacBes; de fat, 2 evocagao dessas situagdes nao passa de um mal menor porque nao é possvel multiplicar indefinidamente as perguntas™*. contra a definicaorestriiva das técnicas de coleta dos dads que leva 2 confer 30 questionario um privilegioIndiscutivel e a considerar simples- fente como substiutos aproximatves da tecnica régia determinados mé- ordos que, no entanto,si0ta0 coificads e tao experimentados quanto 05 (da pesquisa etnografica ‘com suas tenicas especcas,descrcio morfolegi- ‘a tecnologia, cartografia,lexiologa, bografa,genealogia, etc), enecessir Fis rest observarso metbdiaesisematca seu primadoepistemologico™ {iain serous ea see co potas camo ena oe Se em ester onsen sie ea hes sar scan asserts site ee st ne ae eae ce es corte are CHR ay 1587. 208 2 ners enn sets eat mc ec a se vero conan arma nas pars racist csi o ison preiyb doe cole te chats ie ania aquis ines aepenidaes ees ee wn rian pat cae eoabcean i aaa Tea ee ee ee arian gil db rods, trecasuio bere ge he oyerieet eer Coat tna guna poe ane Sono pO toe ce gus an a auariede perisa pubes Bran comiepse que rods dla Geformuir eo wcarsret ya sicaogh tude pasado dcalqu ds nage ube se cay frees pete races =u et Fea orepnauar intense clear oteuado ta ober ce a sj str sss pps conta Ai 9 areas se anal na cae enprsa de cee eo 2 ve curse tk eto, hsm co as Ceca de a ns mantles tom ane va co exageo aan se a enciperto cams sore ate» detrei cae ashe aot erqucmente selves seats ier cn enc cheone ome Se oar ear esse ae Pe cacao, cu por una wag acres ee a ce pesaies vbr o teats eu amen te ane obereio, ou anda pe overran oes, Ness Ler reels iver ela que alge meodsgosetabeecem os a aac men a fries essere rae renga inencio somo de ose eto cous ae taped um os stents da caer eas an ss sevapcasyorexenpin sapioyars oka eacostomorsnecs Fae eeacis acum tamer estos to deve GST ae econ oainaiem dn seston as conamica soon et condcsonmatatas cos recess ead com Patt conanes preventer cosegia pode aap inset merraio su berger cuperen ee agus oma: sae tia creo tn, nes ope as Ulan, gorse Se tiga ber tas cats 9st pee Fae ee ee gs nace al cera Seieeewcmees Seon aspecto das condutas ¢, até mesmo, por um efeito de deslocamento, desva- lovizar 0 proprio projeo de apreende-las”. ‘Ocorre que 0s metodogosrecomendam o recurso as técnlcas cassicas 4a etnologa; no entanto, 2 (ansformarem a medicio na medida de todas ‘coisas eas tecnieas de medicao na medida de toda a tecnica, 50 conseguem ‘er nisso 0s apoio subalternos ou expedientes para "encontrar ieias* nas primeiras fases de uma pesquisa” e, por conseguinte, exduem a questio propriamente epistemologica das relacbes entre os métodos da etnologia © sda scioogia ignordncia recprocaé ao prejudicial para o progresso das fduas disciplinas, quanto 0 entusiasmo desmedido capaz de suscitar a troca incontrolada de aspectos pecullares a cada uma dela; alias as dua atitudes igo sdo exclisivas, A restauracio da unidade da antropologia socal enten- {ida no sentido pleno do termo endo como sindnimo de etnologla)pressupse lima reflexao epistemologica que tenderla a determinar 0 que as duas ietodologias icam devendo, em cada caso, 3s tradicbes de cada uma das Aisclinas eas caracteristias de fato das sociedades que elas tomam como ‘objeto. se nao ha divida de que aimportacio sem controle de métodos © ‘oncetos que foram elaborados no estudo de sociedades sem escrita, nem tradigbeshistricas, pouco diferendadas socialmente e pouco expostas 205, Contatos com outrassociedades corre isco de levara ao deabsurdo basta pensar, por exemplo, em determinadas nalises“culturalistas” de sociedades stratfeadas), € por demals evidente que € necessario evitar consderar eras limitagbes condcionais como limites de vaidade inerentes a0s méto- dos da etnologia nada impede de aplicar 0s métodos da etnologia 3s Sociedades modernas, coma condigao de submeter em cada caso, relexo epistemologia os pressuposts implcits de tals metodosrelacivos 8 estru- tra da sociedad e a lgica de suas transformacoes”. 'Aé mesmo as operacdes mais elementares e, na aparéncia, 2s mais ‘automatics do tratamento da informagao implicam escohas epistemotogi- as e mesmo uma teoria do objeto. € por demas evdente, por exemplo, Ue 2 rea rn pan ae ce gs a uc sc, pr crcl AX trun «Pareles of qui Ana Sc nee a um saa i onan Ft lie re oi Rem as er saves Ren soso nee sen ern of on un vrata, coating a te ren to Rae area ed eee arpa pr oaepiones Sent Si alan pea eee ee ene eee crit tr ae anes aa a eee ae cae Tare to tanan sees Li a a ean ee See en dene vensbarascnguoce oes a ote, eaters oom ae econ os es smlte pesos See re efit nce conve praerecat ae ssc encrams Abc em TCC anne eer cennenf encuie eee ks rock So Ct an we Sead a a ee ober aee cero a i esau aiuto ot Sa tr pac anaes ue, an ate sotonameicoar™ sesmeiosinar ais Fae ear manip de cata: a i Se mas eas tren? a oe ae te rocwo ae maetioe FE dns roponts on caenetés ot te 3 artes Roo ae saa ac a i aru aie esse np ee ee neon ot gare ee Se A ee anos a emanate Ee ne ccraeping en tn derenes Lee ee nas eae eee LE ee ee mak unter Yo Te ae edits setroulics cos aban ca ee aaiar cova hse cmos eh ee re emia cuca plone ot ee eet Ginn ts secon Peo, te 2. Dewey eb he ery f gay Ho, Naa YO, AB ‘i tal ton taneous occ 3 BoA, Sparse Seana ot ao existem velhos porque nao se sabe em que dade, em que momento da ‘ida, comega a velhice. Enfim, seria necessrio nos perguntarmes se 0 método de anaise dos adios que parece o mais adequado ase apliado a todos ostipos de relagdes ‘quantlcaveis, a saber, analse multvarlada, nao deve ser sempre subme {ido 2 interrogacio epistemologca: com efeito, ao postular que & possvel Jeol, alternadamente, a ado das diferentes variavels do sistema completo da relacoes no interior do qual elas atuam, a fim de apreender a eicdcia propria de cada uma dels, essa tecnica priva-se de apreender aeficacia que tim fator pode obter de sua insergdo em uma estrutura e, até mesmo, 2 tefickla propriamente estrutural do sistema dos fatores. Alem disso, 20 adotarmos um sistema definido pelo equlibrio pontual como um coree ‘Sinernco,corremas orisco de dear escapar o que o sistema fica devendo ‘20 seu passado e, por exemplo, 0 sentido diferente que dois elementos ‘Semelhantes na ordem das simulraneidades podem conseguir pelo fato de Serem originarios de sistemas diferentes na ordem da sucess, isto €, por fexemplo,trajetorias biograficas diferentes”. De forma geal, a utlizagao fexperiente de todas as formas de célculo que petmitem a analise de um Conjunto de reagBes pressuporla um conhecimentoe consciéncia pereita- mente clas da teorta do fato social implicada nos procedimentos, gracas ‘0s quais cada uma dela seleciona e consti6i tipo de relagdes entre variavels que define seu objeto. ‘Quanto mais facimente as regras técncas da utlizagao das técnicas se prestam 4 codificagao, tanto mais dif sera defini e, mais ainda, encarmar fa pratca 0s principios capazes de determina 2 utlzacao de cada tecnica fe levasse em consideraga, de forma consciene, os pressupostos logos ‘04 sociologicos de suas operacoes. Quanto aos prinapios des prinapos, 05 ‘Que regem a utlizagao correta do método experimental em socologa , por {esse moto, constituem 0 fundamento da teoria do conhecimento sociolo~ ‘ico, S40 0 opastos a epistemologia espontanea que podem ser constante- mente transgredidos, inclusive, em nome dos preceltos ou formulas dos quis Jlgames tirar partido, assim, a mesma inteng2o metodologica de nao nos limitarmos as expressbes consientes pode levar a aribur a construcSes, tais como a analse hierarquca das opinioes,o poder de passar das declara- ‘hes, por mas superfcais que sejam, pard as aucudes que estdo na sua 2c manda i nr de comma et 0 vie, sto 6 trasmutar magcamente 0 concent em inconset; cy serum precedmanoWendco marque iaaaa por aces nee ot fara eauturaIneonslente da mensagem de tnprewsa por mols ie wee nats etal qos, wo mshor os ets so conegue resect Grande diculde algunas verdes pinsas eas com fda conse Er pls prodoes da mensgem Da mesma forma, o principio da neutralidade étic, lgar-comum de todas as trades metodologicas pode, em sua forma rotnera,ineieatparadoral- mente ao erto epistemologico quando, afina, sua pretensio ¢ evlt-o. E, realmente, em nome de uma concep¢30simpiista do relativism cultural que ‘determinados socilogos da “cultura popular" dos meios modernos de ‘comunicagio podem ciara iusdo de se conformar com a regra de ouro da ‘nia etnol6gica ao tratarem todos os comportamentos cultura, desde a ‘anggo folcorca ate a cantata de Bach, passando por uma cancao da moda, ‘como se o valor que 0s diferentes grupos Ihesatibuem nao fzesse parte de ‘sua realidade, como se nem sempre fosse necesséro relacionar as condutas ‘aturais 20s valores aque elas se referem objtivamence para hes resttur ‘eu sentido propriamente cultural. Osociologo que decide ignoraras iferen- (5 de valor que 0s sujeitos socials estabelecem entre as obras de cultura ‘pera de aco uma cranspesicaolegtima, por ser neonrolada, do relative ‘20 qual se obriga etnologo quando considera culcuas que fazem parte de Ssocledaesdiferences: as diferentes “culturas" que se encontram na mesma Sociedade estratifcada estio objetivamence situadas umas em relacao 25 ‘utras porque os diferentes grupos se situam uns em relacio aos outros, fem particular, quando se referem a elas, pelo contraio, a relaca0 entre ‘ultras que fazem parte de sociedades diferentes pode existirunicamen- {ena e pela comparacio operada pelo etndlogo. 0 relatvismo integral rmecaniisca leva 20 mesmo resultado do etnocentrismo ético: nos dois ‘casos, a relacio do observador aos valores daqueles que ele observa le, or conseguinte, a0 valor deles| toma o ugar da relagao que estes mantém objetivamente com seus valores. *Qual€o isco, perguntaBachelard, que aceitaradispender seus recursos para construr um aparelho desituido de qualquer significacao teorica®” Inumeras pesquisassocioogicas nao resistriam a tal interrogagao. A demis- ‘io pura e simples dante do dado de uma pratica que reduz o elenco de hipoteses a uma série de antecipacoes fragmentarias e passivas leva as ‘maniulades cegas de uma técnica que engendra automaticamente artefo- {os,construcdes vergonbosas que soa carcatura do ato consruido met- 6 ica e conscientemente, to cientificamente. Ao se recusar a ser 0 sueito enafco de sua soclolgia o socilogo posiivista dedica-se, salvo milagre do inconsciene, a fazer uma socilogia sem objeto cientiico, squecer que 0 fato construido segundo procedimentos formalmente irrepreensives, mas inconscients desi mesmos, core o isco de er apenas lm artefeo, ¢ admit, sem qualquer outro exame, a possibldade de aplicar ‘as teenicas&realdade do objeto 20 qual so aplcadas. sera surpreendente jue os que proessam que s tém existencia clentica os objetos que possam Ser apreendidos ou medidos pelastecnicas disponivel,sejam levados, em Sua pratca, a considerar como digno de ser conhecido unicamente 0 que pode ser medido ou, por ainda, a conferirexisténciacenificaa tudo 0 que Se deixa medi Os que fazem como se todos os objetos fossem suscetiveis fe uma unica e mesma tecnica, ou indferentemente de todas 25 tecnica, lesquecem que as diferentes cecicas podem, em cerca medida variavele com Fertdimentos desiguais, contribut para o conhecimento do objeto, contanto ‘que sua utlizgao sea contolada por uma reflex2o metodica sobre as con-

You might also like