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Apáte.

Dentro do orfanato.

- Duvido que tenha mais demônios por aqui, mas de qualquer jeito, é melhor nos separarmos. Vá para o
quarto das meninas – Ordenou William para Clara.

- Eu não!

- Estava esperando por isso. Certo, então vamos juntos para o quarto dos meninos, vasculharemos o local
juntos.

Para Clara, tudo aquilo era um pesadelo, estava assustada, queria sair, ou acordar de tudo aquilo. Desejou
que nada daquilo acontecesse. Preferia voltar aos dias normais onde Daniel e ela apenas conversavam e
brincavam.

Infelizmente, nada disso iria acontecer.

Quando ambos chegam perto de seu destino, vêem vários rastros de sangue pelo caminho.

A moça estava com o coração palpitando a mil.

Ouviram o barulho de algo como se fosse alguma coisa grossa se arrastando pelo chão.

De repente, um corpo de um órfão foi jogado contra a parede do corredor, ele já jazia sem vida. Isso fez a
amiga de Daniel começar a chorar e correr para longe dali.

William não foi atrás dela, sabia que teria que encarar um inimigo mortal.

Uma criatura saiu do dormitório, estava se arrastando com suas unhas grandes. Tinha pele bem morena,
cabelos lisos, grandes e separados por duas tranças, uma em cada lado do rosto. Seu rosto lembrava uma
indiana jovem, de mais ou menos vinte e seis anos, portava um sorriso maligno no rosto. Esse ser não tinha
pernas, nem caudas, apenas as partes superiores do corpo: barriga, peito e abdômen.

- Apáte... – a entidade o reconheceu – O engano... tinha que ser você.

- Olá, William, quanto tempo – Disse o monstro com uma voz maligna – Como vai o Daniel?

- Não é da sua conta – Retrucou apontando a faca para o demônio.

- Pretende me matar? Usando o corpo de Daniel – gargalhou – será que vai conseguir? Sabe que ele não
tem um bom físico.

Apáte estava certa, Daniel não era bom em esportes físicos, a entidade dentro dele sabia disso.

- Está certa. Mas não custa arriscar.

- Sabe que vai acontecer se falhar – o inimigo riu e partiu para o ataque.
- Sei sim... – murmurou.

Apáte começou atacando com um golpe simples tentando rasgar a pele do corpo do menino, que só podia
se esquivar para trás, pois o corredor era muito pequeno. O inimigo não dava muitas brechas para ataque,
queria acertar seu rival de qualquer jeito. Quando deu uma pausa no ataque, William aproveitou a
oportunidade e fincou a faca no pescoço do monstro, mas, o bicho não gritou, apenas contra-atacou na chance
de acertar a cabeça do outro, movimento que falhou por pura sorte e rapidez da entidade no menino.

O engano tentou uma nova estratégia, tentou subir pelas paredes, mas foi impedido por uma encravada da
arma branca em sua mão direita. Desta vez, Apáte gemeu e caiu no chão de barriga para cima, oportunidade
perfeita para William que esfaqueou o monstro na barriga duas vezes antes que o outro tentasse se defender
com a outra mão ainda boa.

Assim que a indiana conseguiu se por de barriga para baixo, levou outra facada no pescoço, novamente
contra-atacou, mas usando sua boca para morder sua vitima que se esquivou, mas levou um corte no pescoço
mesmo assim.

- A brincadeira acabou – Disse Apáte desaparecendo – desta vez, você ganhou, William.

O corpo de Daniel se caiu no chão, estava bem cansado, mas, a entidade não podia ficar parada, ainda
faltava achar alguém.

_______________

Clara estava encolhida perto de uma parede, e chorando. Ela ficou horrorizada com a cena que viu
anteriormente. Queria que tudo acabasse ali e agora.

Sentiu uma respiração profunda em cima dela, mas não viu ninguém, então, reparou em um quadro, nele,
estava pintado um homem com uma mascara, tinha cabelos loiros e olhos cor de mel.

Para a menina, aquilo era estranho, nunca viu aquele quadro na vida desde que foi para o orfanato.

Tentou aproximar-se da pintura, mas foi interrompida.

- Clara! – A voz de uma mulher ecoou pelo local. Era a diretora do local.

- Senhora...

- O que está fazendo aqui? Vá para o seu quarto – gritou, e colocou sua mão nos da de Clara.

A jovem sentiu a mão fria da diretora, como se estivesse morta, também pode perceber que ela tinha o
rosto acinzentado. Aquela não era a verdadeira dona do local.

- Você não é ela... – sussurrou a menina.

- O que?

- Você não é ela! – Clara gritou e ia esfaquear a pessoa a sua frente, mas uma outra mão a interrompeu.
Ao virar-se, notou que estava sendo segurada pelo homem do quadro, desta vez, materializado em sua frente.
Estava com uma veste branca que descia até o chão.
- Me solta!

O ser não obedeceu, apenas a olhava firmemente a pessoa que em vão lutava para escapar das mãos dele.

- Hei, vocês.

Ambos a diretora e o homem de mascara olharam para quem tinha chamado. Era Daniel.

Assim que ambos notaram a presença dele, desapareceram.

- Clara – Correu até ela – Está tudo bem?

- Daniel – Falou com a voz baixa – Desta vez é você mesmo?

- Sim, sou eu...

A jovem o abraçou forte e chorou aos prantos.

- Eu vi o que aconteceu – Sussurrou ele – Eu estava com o William e vi tudo que estava havendo aqui. Mas
não posso ficar mais aqui. Eu sinto muito.

- por... Antes de terminar, a garota sentiu seus músculos contrariem, seu corpo não a obedecia, Daniel
soltou-se dela e correu.

- Espere Daniel, por favor – A menina Suplicou e foi atrás dele.

- ‘’Sabia que ela não ia te deixar ir’’ – falou William na mente de Daniel.

- Eu sei – Afirmou o outro.

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