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23-02-2008
ATAQUE E DEFESA
O TUMOR NA HISTÓRIA
ESTRATÉGIAS ANTICÂNCER
Veja o que propõe o neuropsiquiatra David Servan-Schreiber para
barrar o mal. O mix sugerido por ele contribuiria para reduzir
inflamações associadas à doença e reforçar as células de defesa:
OS TIPOS DO PROBLEMA
As várias formas da doença são classificadas da seguinte maneira:
O SUICÍDIO
Fonte:
http://saude.abril.uol.com.br/edicoes/0295/medicina/conteudo_2697
65.shtml?pagin=1
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APAGUE A LUZ!
Durma melhor e: perca peso, diminua a pressão arterial e
reduza o estresse
Editora Campus
2000
Apague a luz!
Durma melhor e: perca peso, diminua a pressão arterial e
reduza o estresse
Bent Formby e T. S. Wiley
Auto-Ajuda 377 páginas
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
Introdução 13
PARTE 1, 21
SEGREDOS E MENTIRAS
UM 23
Queremos acreditar: a igreja dos falsos deuses
DOIS 41
No escuro: Um evento no nível da extinção
PARTE II 59
NÃO ESTAMOS SOZINHOS
TRÊS 61
Uma autópsia da terra:
O meio ambiente controla a genética da obesidade
QUATRO 83
No gelo: A evolução, a biofísica e o escuro
PARTE III 97
A VERDADE ESTÁ AQUI
CINCO 99
Negue tudo:
O sono controla o apetite e, portanto, a obesidade, o diabetes e a
hipertensão
SEIS 121
Tudo está dentro da sua cabeça:
Não dormir e comer açúcar demais v]ao levar você à loucura
Sete 145
O melhor lugar para esconder uma mentira é entre duas verdades:
O que faz parar o maior relógio de seu corpo
OITO 169
Dez segundos para a autodestruição:
No esquema evolutivo, o câncer é simplesmente o novo “você”
PARTE IV 193
SÓ OS PARANÓICOS SOBREVIVEM
NOVE 195
Controle dos danos:
O método rítmico de comer para evitar a extinção
DEZ 235
Tenha medo, muito medo:
Somos uma espécie em perigo
GLOSSÁRIO 245
NOTAS 267
ÍNDICE 369
- Charles Darwin
A descendência do homem
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INTRODUÇÃO
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nome que pode pegar... Talvez assim a perda do sono atraia
alguma atenção. De alguma maneira, a idéia de relacionar a perda
do sono a ser credor ou devedor de alguma coisa – igual a dinheiro
– atribua ao assunto maior importância. O dinheiro sempre fala alto
– e essa dívida de sono que você está contraindo tem um custo
anual direto, para a nação, de 15,9 bilhões de dólares, e um custo
indireto de mais de 100 bilhões de dólares, em horas perdidas de
trabalho e acidentes. Mas nós dizemos que o custo é, na verdade,
bem maior.
É o custo da sua vida.
Dormir depois que o despertador toca, cochilar no teclado do
computador ou derramar o café na mesa de trabalho, não são os
principais desastres para quem dorme pouco: a morte é a pior
conseqüência.
E, quando falamos de morte não estamos falando de acidentes de
automóvel.
Como a nação, estamos doentes porque não dormimos. Estamos
gordos e diabéticos porque não dormimos. Estamos morrendo de
câncer ou do coração porque não dormimos. Uma avalanche de
artigos científicos escritos e revisados por colegas nossos dão
suporte à nossa conclusão de que, quando não dormimos em
sincronia com a variação sazonal da exposição à luz, alteramos
definitivamente um equilíbrio da natureza que foi programado em
nossa fisiologia desde o Primeiro Dia. O relógio cósmico está
embutido na fisiologia de cada ser vivo.
A história que estamos prestes a contar é tão óbvia e, no entanto
tão fantástica, que você não acreditaria, se não fosse verdade. Há
mais coisas na história da perda de sono do que qualquer um de
nós esperaria, porque até agora ninguém foi capaz de enxergar o
quadro completo.
Nós enxergamos – e vamos mostrá-lo a você.
Em Apague a luz, provamos que a obesidade e os principais
assassinos relacionados a ela – doenças cardíacas, diabetes e
câncer – são causados por noites curtas, por trabalhar durante
horas ridiculamente longas, por, literalmente, queimar a vela nas
duas pontas – e pela eletricidade, que nos permite fazer tudo isso.
A causa, com toda a certeza, não é comer gordura demais ou a
falta de exercício.
Pesquisamos o crescimento da obesidade e das chamadas
doenças relacionadas a esse aumento de peso durante dois anos e
meio. Nossas conclusões são suportadas por mais de uma década
de pesquisa feita no National Institutes of Health (NIH), em
Washington, e em mais de
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outras fontes científicas. A nova abordagem em relação à doença
pode ser humilde e desconcertante, mas é o preço da verdade.
Então ouça.
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tínhamos hobbies, jogávamos beisebol, montávamos miniaturas de
navios, éramos membros de clubes e líderes de escoteiros. Hoje,
embora o número de horas que dedicamos ao trabalho e ao lazer
seja aproximadamente o mesmo, a proporção mudou
consideravelmente. Nos últimos trinta anos, desde 1970,
encontramos novas paixões para acrescentar às antigas: fazer
exercícios, ir ao médico, agüentar um tráfego cada vez mais
ensandecedor, assistir a 150 canais e a filmes de verdade na TV a
cabo, além dos mais recentes bandidos: e-mail e eBay. Não admira
que não sobra tempo para dormir ou cuidar das crianças.
Então, por que os guardiões da nossa saúde não prestam
atenção ao estresse e à falta de sono antes de colocarem a culpa
na comida? Vai advinhar. E quando resolveram examinar a dieta
dos americanos e dar conselhos, fizeram tudo ao contrário.
Disseram à população para comer açúcar e evitar gorduras.
Ao revelar como seu corpo evoluiu junto com o planeta e tudo o
mais que nele existe, e ao explicar como esse corpo utiliza o
alimento para provocar o sono e lidar com o estresse, podemos
dizer exatamente o que acontece – à sua mente, ao seu corpo e ao
planeta – quando você come. Agora vamos lhe mostrar a luz.
A ciência do ritmo circadiano explica tudo. Todos os mistérios
podem ser desvendados. Neste livro, examinamos as evidências
científicas através das lentes da biologia evolutiva e da biofísica.
Os mapas moleculares nos mostram o caminho de casa e nos
contam de novo o que sempre soubemos. O sono controla o
apetite, e o apetite e o estresse controlam a reprodução. Dormir,
comer e fazer amor controlam o envelhecimento.
Os hormônios melatonina e a prolactina são atores fundamentais
em nossa conexão mente-corpo-planeta. Eles se comunicam com o
sistema imunológico e com o sistema de metabolização de energia,
em relação aos ciclos de luz-e-escuridão. A insulina e a prolactina
orquestram a química cerebral que governa a serotonina e a
dopamina no cérebro, para controlar nosso comportamento e
estado de espírito. Serotonina e dopamina controlam o
comportamento em relação à comida e ao sexo. Resultado: pouco
sono faz você ficar gordo, faminto, impotente, hipertenso,
canceroso, e com o coração doente.
A energia solar é a catalizadora de todo tipo de vida. A quantidade
de luz que age sobre você informa os “controles” do seu “sistema”
sobre a rotação e a órbita do planeta em que vivemos. Esse
posicionamento global ajuda nossos sentidos a ficarem de olho no
estoque de alimentos.
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É essa comunicação cósmica que nos diz, desde o início dos
tempos, quando comer, o que comer e quando reproduzir, para
maximizar a comida disponível. Nós e todos os outros organismos
neste planeta evoluímos com o giro do planeta – dentro e fora da
luz do sol.
O fato de você estar lendo isto significa que o sistema teve
sucesso.
O fato de você querer ler isto mostra que o sistema está
desmoronando.
A maioria das pessoas está absolutamente cansada de controlar o
peso e preocupar-se com o coração. Estamos prestes a lhe dizer
como parar.
Poderíamos ter dado a este livro o título de Perca peso enquanto
você dorme, mas nos pareceu demasiado vulgar. Quase o
chamamos de Mantido no escuro, depois que descobrimos
exatamente onde eram conduzidos os estudos que provavam nossa
premissa: em Washington. E ninguém menos do que o National
Institutes of Health confirma que é um “dado” científico dizer que os
ciclos de luz-e-escuridão:
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Se o NIH realizou a maior parte dos estudos que fornecem as
provas de que a depressão, a obesidade, as doenças do coração e
o câncer podem ser prevenidos, em grande parte dos casos, se as
pessoas simplesmente dormirem mais e apagarem as luzes, por
que eles nos mantiveram no escuro até agora? Por que continuar a
insistir que dietas ricas em carboidratos e exercício vão nos curar?
Será que eles estão realmente tentando nos matar?
A verdade é sempre mais estranha que a ficção. Os cientistas da
MacArthur Mind/Body Foundation, da Universidade de Chicago, da
NASA, do National Institutes of Health e do National Institutes of
Mental Health, esses últimos em Washington, vêm estudando
biofísica ao longo da última década. Isso significa que os mais
importantes pensadores científicos dos Estados Unidos estão
pesquisando a mesma ciência que nós pesquisamos para este livro.
Enquanto você lê, também eles estão provando que nos
reproduzimos e nos alimentamos sazonalmente, que temos um
metabolismo fartura-fome, que desenvolvemos diabetes, doenças
cardíacas, câncer e depressões graves se dormirmos menos de
nove horas e meia por noite durante pelo menos sete meses no
ano.
Quando perguntamos ao Dr. Thomas Wehr, o chefe do
departamento que estuda os ritmos sazonais e circadianos no NIH
em Washington, se ele achava que a população tinha o direito de
saber que com menos de nove horas e meia de sono por noite – ou
seja, no escuro – as pessoas a) nunca serão capazes de deixar de
comer açúcar, fumar e beber álcool; e b) com grande margem de
certeza desenvolverão uma das seguintes condições: diabetes,
doenças cardíacas, câncer, infertilidade, doença mental e/ou
envelhecimento precoce, ele respondeu:”Bem, sim, ela tem o direito
de saber. E deve ser informada; mas isso não vai mudar nada.
Ninguém vai apagar mesmo as luzes...”
Talvez não.
Afinal, a luz é sedutora. Quanto mais tempo ficamos acordados,
mais aprendemos. É por isso que os americanos são os melhores e
os mais brilhantes – e também os mais doentes do mundo.
Mas ainda acreditamos que algo pode acontecer.
Afinal, quando os números divulgados pelas autoridades disseram
aos americanos, no final da década de 1960, que era melhor
encontrarem tempo para fazer exercícios ou então morreriam, eles
passaram a fazer exercícios. E quando nos disseram para cortar a
gordura de nossa dieta porque senão morreríamos, todas as
fábricas de alimentos se prepararam para isso. Quando a medicina
declarou que os remédios para
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diminuir o colesterol seriam a nossa salvação, enquanto ficávamos
cada vez mais doentes. A gente botou as pílulas para dentro como
se fossem balas de chocolate. É claro que muita gente ganhou
dinheiro com o movimento do condicionamento físico, com os
alimentos de baixo teor de gordura e com os remédios. Mas a única
pessoa que vai se beneficiar com o sono é você mesmo.
O que está em jogo, aqui, é se queremos ou não ir mais cedo
para a cama e trabalhar menos horas por dia. Com os
minimercados 24 horas, 250 canais de televisão e a internet para
surfar a noite toda, reverter nosso ritmo exigiriam um esforço
hercúleo. Sabemos disso, mas estamos prestes a fazer da volta ao
tempo dos dinossauros uma escolha pessoal, não federal.
Acreditamos que a população merece, de nosso governo, o acesso
aos fatos e a uma consultoria nutricional mais precisa.
Nós pagamos por isso.
Todos os americanos sabem que Washington é pródiga em
segredos, mas é um pouco difícil de engolir que, ao mesmo tempo
que o Departamento Federal de Medicina nos diz para ingerir uma
dieta pobre em gordura e 58% de carboidratos para curar
obesidade, diabetes, doenças cardíacas e câncer, o NIH, que fica
do outro lado da rua, está provando que o consumo excessivo de
carboidratos, provocado pela privação do sono, figura entre as
causas dessas mesmas doenças.
Por que vimos sendo mantidos na ignorância, quando eles
sempre souberam da verdade?
PARTE I
SEGREDOS
E MENTIRAS
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UM
QUEREMOS ACREDITAR:
A igreja dos falsos deuses
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A trama engrossa quando dois cientistas fora-da-lei o
descongelam ilegalmente para tirar vantagem do fato de que ele é
uma não entidade numérica – e, como tal, pode ajudá-los a
derrubar o regime fascista que controla os Estados Unidos em
2173. Há uma conversa em que eles discutem o progresso do
paciente:
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nutritivas. Na década de 1970, as saladas e barras nutritivas
certamente seriam classificadas como “comida saudável” para os
“maníacos da saúde”. Todos se sentiam muito confortáveis com o
fato de que havia os “maníacos da saúde” e o resto de nós.
Atualmente, se você não cuida da sua saúde, é considerado um
imbecil.
Hoje em dia tudo é rotulado “de baixo teor de gordura”, “sem
gordura”, “99% livre de gordura” ou “com 30% menos de gordura”,
na tentativa de se qualificar um “alimento saudável”. Até mesmo os
sucos de frutas e as massas secas são vendidas como “sem
gordura” porque somos todos imbecis. Seu médico e os doutores
que aparecem na mídia, todos dizem – mesmo depois que os livros
Protein Power do Dr. Atkins, já provaram o contrário – que você não
consegue carboidratos de alta qualidade para perder peso a menos
que consuma:
O MÓDULO DE DEUS
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lobos temporais do cérebro, que emite repetidamente fagulhas de
atividade elétrica quando a pessoa pensa em Deus ou tem qualquer
sentimento relativo à espiritualidade. Nós, cientistas, conhecemos
isso através das tomografias de monges, freiras e esquizofrênicos,
quando “falam com Deus”. Quase na frente desses lobos temporais
está a amigdala, um órgão de formato amendoado que imbui os
eventos de intensa emoção e de sensação de significado.
Devido à forma como os lobos temporais são estruturados e
sensorialmente conectados com a amigdala, eles são as regiões
mais eletricamente sensíveis do cérebro. O Dr. Persinger tem
conhecimento pessoal sobre isto porque ele criou um elmo com
molas de fios de aço colocadas logo acima das orelhas (lembra
Woody Allen em O Dorminhoco?). Ao passar uma corrente elétrica
cuidadosamente controlada através dessas molas, o médico cria
um campo magnético pulsante que imita os padrões transmissores
de energia dos neurônios nos lobos temporais. Isso gera uma
experiência espiritual mística completa, com uma saudável dose de
paz. Os cobaias do Dr. Persinger relatam um “efeito opiáceo, com
uma queda substancial da ansiedade e uma elevada sensação de
bem-estar, semelhante aos relatos de iluminação”.
Enquanto o Dr. Persinger caprichava em sua melhor
caracterização de cientista louco, Vilayanur Ramachandran, Ph.D.,
diretor do Laboratório do Cérebro e da Percepção da Universidade
da Califórnia, em San Diego, entrava em contato com o céu. O Dr.
Ramachandran anunciou, em 1998, que havia descoberto o
“módulo de Deus”. Este “módulo” está localizado no cérebro, numa
área dentro dos lobos temporais, que se torna eletricamente ativada
quando uma pessoa pensa em Deus ou em espiritualidade, ou
relembra uma experiência “mística”. Olha, isso me parece familiar.
Sabemos também que o estresse, a tristeza e principalmente a
falta de oxigênio estimulam fortes descargas elétricas na mesma
área, vizinha ao módulo de Deus. Como a falta de oxigênio
desencadeia estas explosões neurais, alguns cientistas acreditam
que esse mecanismo pode ser o responsável pelas várias
experiências de euforia e tranqüilidade próximas da morte. Também
a apnéia do sono, em pessoas com lobos temporais
descontrolados, pode significar que elas ouvem alguém chamar seu
nome quando adormecem, ou que têm uma “experiência fora do
corpo”, como a sensação de estar voando, durante o sono.
Podemos dizer também que a hiperventilação resultante do
exercício, junto com o estilo de vida Yuppie-urbano de baixo teor de
gordura,
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aciona o módulo de Deus. É por isso que o barato do corredor é
uma experiência tão religiosa.
Seu cérebro pensa que você está morrendo. Mas você só está
sem fôlego.
Receamos que você esteja sem tempo também.
A verdade é que todo esse exercício está fazendo mais do que lhe
dar um barato. Está exacerbando a queima de seus receptores de
cortisol. Correr é uma resposta de medo. No mundo real, significa
algo está querendo te pegar; pelo menos é o que seu corpo e seu
cérebro pensam. Se você correr por tempo suficiente, todos os seus
sistemas acreditarão que você vai conseguir ultrapassar aquele
predador. A química cerebral que acompanha as corridas longas
evolui para tornar mais agradável a saída deste mundo. Isso
significa que a falta de oxigênio, sozinha, vai acionar aquela parte
do cérebro que nos leva para o céu ou, neste mundo, nos dá uma
razão para continuar correndo. O mecanismo da química cerebral
que o faz ver Deus enquanto fica sem oxigênio evolui a partir das
respostas programadas – respostas a impulsos ambientais que não
mais existem, respostas que, num passado remoto, podem ter salvo
sua vida ou tornado a morte agradável.
Pois agora essas respostas o estão matando.
VIDA SAUDÁVEL?
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II teria servido, em outro tempo e lugar, para manter aquecidos os
órgãos internos e ser utilizada como energia durante o período
normal de fome (o inverno). A ingestão cada vez maior de
carboidratos (açúcar) sempre acaba numa produção maior de
colesterol também, porque os carboidratos baixam a temperatura de
congelamento da membrana celular. No mundo real, você nunca
teria acesso a uma tal quantidade de açúcar, a menos que fosse
verão antes do inverno. Mas você não vive no mundo real.
Da próxima vez que seu médico disser que seu colesterol está
alto demais e que você deve cortar gorduras e fazer mais exercício,
diga-lhe que ele está errado. Diga-lhe que você não está doente,
que só vai hibernar – e que não quer congelar. Talvez ele ache
graça.
Você, por outro lado, deveria estar chorando pois tem um grande
problema.
Todos os sistemas que evoluíram para mantê-lo vivo, e que o
mantiveram até este ponto, estão berrando: “A fome está
chegando!!!”
Quando você se exercita dia e noite para driblar o ganho de peso
que seu corpo e sua mente desejam, você aciona sua “resposta de
estresse”. E a mensagem que você envia a esses sistemas é: “Ai,
meu Deus, a fome está chegando e tem um tigre atrás de mim!”
Acredite, isso não é solução.
Na realidade, o exercício pode muito bem ser o último prego de
nossos caixões coletivos. A resposta de estresse ancenada quando
você corre para salvar sua vida naquela esteira eleva seus níveis de
cortisol. Se você faz isso de vez em quando – digamos, a cada dez
dias, a resposta episódica natural do cortisol vai manter seu
coração e cérebro saudáveis. Mas se você faz exercício feito um
maníaco mais de uma vez por semana, os altos níveis de cortisol
resultantes de todo o exercício crônico na verdade imitam o
estresse da época da procriação, quando as longas horas de luz e a
competição (principalmente para os machos) mantinham o cortisol
em picos anuais. A competição sexual é a situação mais
estressante possível na natureza, depois da morte. O período da
procriação seria um fracasso sem uma base de gordura para
sustentar uma gravidez durante o inverno. Assim sendo, não é por
acaso que a compulsão por carboidratos, para gerar gordura,
coincide com os altos níveis de cortisol e de hormônios sexuais. É
preciso ter pão no forno em agosto ou setembro para a maioria dos
mamíferos, para que o bebê possa nascer em abril ou maio, na
primavera, quando o alimento é abundante.
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Agora você está na academia de ginástica, é novembro e o
horário é um momento qualquer entre seis e meia e nove e meia da
noite; pelo menos dez watts de luzes florescentes estão acesos,
intensificados pelos espelhos que brilham diretamente em seus
olhos e sobre a pele de seu corpo superexposto. Você levante
pesos, corre e caminha numa esteira ou trilha, e se for realmente
suicida, está num StairMaster ou girando.
Saiba que, para seu corpo e sua mente – que evoluíram, ao longo
de milênios, para reconhecer os sinais da Natureza – você está
numa luta, uma disputa mortal, igualzinho aos gnus que golpeiam
com os chifres, que você vê no Discovery. Você está lutando por um
ovo, pela imortalidade ou apenas por uma chance no próximo
round. Essa luta parece razoável para seu corpo porque as luzes à
noite (a luminosidade da sala de ginástica) significa que estamos no
auge do verão, e que você deve se acasalar ou vai se tornar
violento. É por isso que o cortisol fica elevado durante o dia: para
fornecer glicose aos músculos para correr ou fugir, e para mantê-lo
calmo para os processos de tomada de decisão – no caso,
acasalar-se. É por isso que, quando somos constantemente
banhados por luzes inesgotáveis, sentimo-nos todos tão nervosos
(leia-se: paranóicos, agressivos, histéricos, apressadíssimos), até
mesmo quem não se exercita, até nos desligarmos de tudo.
Nesse estado crônico, você não está apenas mantendo alto o
nível de açúcar no sangue, o que sobrecarrega o sistema de
resposta da insulina com os efeitos mobilizadores do açúcar no
sangue do cortisol; na verdade, também está se tornando resistente
à insulina enquanto se exercita.
Esse fato significa que o exercício pode engordar.
Enquanto você faz exercícios feito um maníaco e vive numa dieta
de baixo teor de gordura, ganha peso até se cheirar um biscoito.
Além disso, de quebra, desperdiça hormônios sexuais, causa
câncer e provoca supressão do seu sistema imunológico. O cortisol
alto crônico também altera sua percepção do tempo e fez com que
você viva constantemente correndo. É essa percepção alterada do
tempo que provoca o período de divagação tarde da noite, antes de
ir para a cama, quando você fica acordado sob a impressão de que
deve haver algo a ser feito, ou de que você não concluiu seu
trabalho. Aí você enche mais de açúcar, porque não dormiu – e sua
insulina vai à estratosfera. Sabemos que só esse comportamento já
o torna gordo e doente.
Acredite, a culpa não é da falta de exercício, da carne ou da
manteiga.
Nem da gordura, de jeito nenhum.
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De verdade, gente.
Se a ingestão de gordura saturada causasse obesidade, já
estaríamos lá na frente, no sentido de reduzir a obesidade
nutricionalmente. Todos nós teríamos a aparência de supermodelos.
Estamos comendo menos gordura e nos exercitando mais do que
nunca, mas não lembramos em nada os supermodelos.
Na verdade, estamos horríveis.
Estamos mais gordos e doentes do que nunca, em toda a história
do nosso país. E o problema não é apenas a nossa aparência
terrível: nossos planos de erradicar doenças cardíacas, câncer e
diabetes foi para o brejo. O americano mediano na verdade ganhou,
em média, quatro quilos de peso desde o início da uerra do baixo
teor de gordura” contra a obesidade.
O pressuposto que cultivamos com carinho durante trinta anos era
que perder peso cortando gorduras e fazendo exercícios levaria a
uma redução importante nas ocorrências de doenças
cardiovasculares, sem mencionar o diabetes e o câncer.
Mas não foi o que aconteceu.
E quando não aconteceu, a medicina disse que os cientistas
disseram que a gente não tinha cortado gordura suficiente. E que,
se diminuíssemos o teor de gordura de todos os alimentos
processados, se reduzíssemos o consumo de carne vermelha e
criássemos imitações de gordura com o Olean, a marca do olestra,
a maré finalmente se reverteria. Hoje, todos esses milagres e metas
já se concretizaram, a gente se exercita dia e noite – e, no entanto,
muitos de nós já tentaram, pelo menos uma vez durante os últimos
anos, virar vegans.* Todos os dias os apresentadores de televisão,
os documentários, novos âncoras e programas de culinária nos
dizem que a vida de baixo teor de gordura funciona. E você jamais
saberá que não funciona, a menos que dê uma olhada nas
estatísticas e no crescimento das vendas de remédios para dieta.
Esses números mostram um quadro totalmente diferente.
Dizer que o cenário não é tão róseo, no mínimo, uma brincadeira
de mau gosto. Estudos recentes mostraram que perdemos mais de
________________ ___
*Vegans: vegetariano radical, que não consome qualquer produto de origem animal, nem
mesmo laticínios. (N.T.)
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um milhão de vidas, só de doenças cardíacas. O grande rumor,
entre os estatísticos, é que as mortes por doenças cardiovasculares
têm sido omitidas indiscriminadamente. De alguma forma, embora o
número de mortes por doenças cardíacas tenha caído, o verdadeiro
número de ataques cardíacos subiu bastante.
Isto significa que alguém está manipulando os números.
Significa, também que as pessoas continuam tendo tantos
ataques cardíacos e doenças cardiovasculares quanto sempre
tiveram; no entanto, procedimentos como cirurgias, angiogramas,
uma droga que dissolve coágulos chamada t-PA, 911 e angioplastia
as têm salvo, por enquanto, e com isso o índice de mortes tem
caído. Isso para falar só em morte cardiovascular; outros 60 milhões
de pessoas (isso é 25% da popoulação norte-americana) vão
acabar morrendo de doenças cardíacas, tendo em vista seu perfil
de risco.
Alguns desses “riscos” são cigarro, idade, gênero, pressão alta,
elevadas taxas de colesterol, diabetes, estresse e, logicamente, a
obesidade, o pesadelo médico de quase todo o mundo (em nossa
sociedade), o terror não é a pogreza, as doenças cardíacas ou
sequer os crimes violentos; a idéia assustadora de que, um dia, a
pessoa pode simplesmente acordar de manhã e constatar que está
realmente gorda).
Muito bem, agora acorde e sinta o cheiro do milk-shake dietético.
O homem mediano, nos Estados Unidos, não é magro. Tem 23%
de gordura corporal, enquanto a mulher mediana tem 32%. Esses
números tornam o cidadão médio 53% mais gordo do que o ideal
saudável, e a cidadã média pelo menos 50% mais gorda. Em 1961,
a obesidade atingia, historicamente – ou pelo menos assim se
pensava – 20% de toda a população. Em 1995, o Centers for
Disease Control and Prevention nos revelou que o número de
americanos gravemente obesos havia aumentado 30%, somente
durante a década de 1980. lembre-se da academia de ginástica.
Nos vinte anos anteriores, essa mesma estatística de obesidade
permaneceu inalterada, em um quarto da população. E este é
exatamente o mesmo período de vinte anos em que se desenvolveu
o grosso da pesquisa nutricional que hoje seguimos. Esse intervalo
de vinte anos assistiu também ao fim da comida de verdade, da
semana de trabalho de quarenta horas e das férias de suas
semanas, assim como ao advento da TV a cabo, dos telefones
celulares, do correio de voz e do e-mail.
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JÁ PENSOU NISSO?
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cinco, ou talvez sete horas a mais de luz, num período de 24 horas,
dia sim dia também, durante sete meses por ano, completamente
fora de estação. Isso entra ano e sai ano, década após década –
até a mãe ter câncer de mama e a filha ter acne e ser gorda demais
para estar na capa da Vogue. E o Júnior, com apenas 1.70 m de
altura, ainda por cima ter asma. Se o nosso pai imaginário estiver
presente, terá artérias obstruídas, pressão alta e excesso de açúcar
no sangue.
Como tudo isso acontece é um completo mistério para a ciência
médica.
A desastrosa derrocada na saúde do povo americano corresponde
ao aumento das atividades noturnas estimuladas pela luz e ao
consumo de carboidratos que as acompanha. Considere apenas o
aumento do peso médio de jovens adultos e adolescentes ao longo
dos últimos quinze a vinte anos. Na média, esse peso aumentou,
previsivelmente, mais de 5 quilos. O percentual de adolescentes
obesos estava em 15% na década de 1970, e subiu para 21% na
década de 1990. agora, está acima de 30%.
Um recente artigo de primeira página do New York Times citou a
televisão como a causa do aumento da obesidade entre os jovens.
O artigo se baseava apenas na premissa “preguiça”, alegando falta
de atividade física exercício). A causa é a televisão, sim, – mas não
da forma que eles pensam. Grande parte dos jovens de hoje
nasceram num mundo de baixo teor de gordura/exercícios pesados.
Mais de um terço deles se autodeclaram vegetarianos, ciclistas,
montanhistas e patinadores. E há aproximadamente 12,5 milhões
de jovens como esses hoje nos Estados Unidos. E quando se
pergunta a esses jovens adultos por que são vegetarianos, a maior
parte diz que é por causa da saúde; o resto só acha que é legal.
Eles não tem idéia do que estão fazendo a si mesmos.
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com relação ao fracasso da dieta de baixoi teor de gordura em curar
doenças ou salvar vidas. Sua resposta fraca e inconsistente:
“Desde o início isso era apenas uma hipótese” – não demonstrou
vergonha alguma.
Essa “hipótese” custou mais vidas do que as duas guerras
mundiais e o conflito do Vietnã juntos. Basta verificar as estatísticas
da American Câncer Society e da American Heart Association nas
últimas três décadas. Em 1999, a previsão era de que, só de
câncer, 1.257.800 pessoas iriam morrer.
Se preferir uma projeção de futuro, consulte os números
misteriosos da American Diabetes Association sobre a crescente
população de diabéticos Tipo II. Agora, os pesquisadores estão em
busca de explicações genéticas para a obesidade porque, se temos
certeza de alguma coisa, essa certeza é de que a obesidade é o
começo do fim. A obesidade é a precursora do diabetes adulto. Não
é coincidência o fato de que, até o final do ano 2000, haverá mais
de 25 milhões de diabéticos Tipo II. É cerca de 98% de toda a
população diabética. Se todos os 25 milhões se tornarem
diabéticos, com certeza uma grande parcela deles terá doenças
cardíacas e pressão alta – duas condições que levam ao derrame.
Essas complicações são as que mais matam os diabéticos.
Há anos que se prevê que a redução da gordura na dieta reduziria
também o câncer; só que as estatísticas nos mostram uma
crescente incidência de câncer de colo, associada a uma queda na
incidência de morte. Isso significa que o câncer de colo está
aumentando, mas as pessoas estão morrendo menos disso. Isso
não quer dizer cura; no caso do câncer de mama e de próstata,
podemos ver aumento na incidência e também nas mortes. Esses
dados sobre câncer de mama, próstata e colo são os que, com toda
certeza, deveriam ter apresentado queda, dadas as mudanças que
os americanos fizeram na dieta dos últimos quinze anos. Em vez de
reconhecer a dieta de baixo teor de gordura, a pesquisa médica nos
deu Mevacor, Provachol, Proscar – e agora Tamoxifen e Raloxifene.
A medicina admite que a “melhora” nas estatísticas de câncer é
conseqüência do diagnóstico precoce, não do tratamento ou da
prevenção. Mas o diagnóstico procece aumenta apenas o período
de conhecimento – a vitima só fica sabendo antes que vai sofrer e
morrer. Na verdade, não muda a data da morte. O diagnóstico
procece nunca salva vidas; com maior freqüência, apenas as
prolonga por tempo suficiente para confundir os números. E todos
esses números provam que estamos no caminho ERRADO.
Concordamos que a intervenção da dieta com certeza
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pode reverter o curso da doença. Cortar carboidratos pode curar a
obesidade e grande parte do diabetes, mas não as doenças
cardíacas, e com certeza nem todos os tipos de câncer. O final
dessa história é a EXTINÇÃO.
A comida é parte dessa equação, está bem, mas não é a
resposta. A resposta está no ritmo circadiano e na evolução.
A resposta está em comer, dormir e reproduzir-se em sincronia
com a órbita do planeta, ou acabar como os dinossauros. As longas
horas de luz artificial que confundem seu ancestral sistema
regulador de energia também destroem o revestimento de seu
coração, e portanto o colesterol em excesso pode obstruir o fluxo
sangüíneo. Ao longo do curso da evolução, seu subconsciente foi
condicionado e ajustado para acreditar a agir da seguinte maneira
quando as luzes ficam acesas por um período muito longo: “Coma
carboidratos agora, ou morra mais tarde.” Da mesma forma, ao
longo do curso da evolução, seu subconsciente foi condicionado e
ajustado para acreditar e agir da seguinte maneira quando as luzes
ficam acesas por um período muito longo: “Acasale-se ou morra.”
Esse instinto que responde à luz tem sido a base de nosso
metabolismo fartura-ou-fome e, em última análise, de nossa
sobrevivência, durante pelo menos 3 milhões de anos. Todos os
efeitos da exposição crônica à luz e o consumo de carboidratos que
acompanha essa exposição, em outro tempo e lugar, ter-nos-iam
preparado para o pior: para a falta de comida e para os dias mais
frios, curtos e escuros, em que há menos sol.
Nós sempre “nos fartamos” para agüentar a “fome” que
certamente viria – até agora. Infelizmente, a verdade em nosso
tempo é que ingerimos carboidratos hoje e morremos mais
depressa. Nosso corpo traduz como “verão” as intermináveis horas
de luz artificial. Como ele sabe, instintivamente, que o verão vem
antes do inverno, e que o inverno significa falta de comida,
começamos a desejar carboidratos, para acumular gordura para um
período em que o alimento é escasso e deveríamos estar
hibernando. Esta é a fórmula:
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Essa escassez é acompanhada de:
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realmente a culpada. A história nos ensina que todas as doenças da
civilização surgiram com força total depois da Revolução Industrial,
quando a eletricidade tornou real a disponibilidade da luz artificial
ilimitada e barata. Foi a lâmpada elétrica que transformou a noite
em dia. A curva do desempenho de preços da lâmpada elétrica é
semelhante à curva do desempenho de preços de um computador
portátil. Uma lâmpada de 100 watts custa 33 centavos de dólar em
qualquer supermercado; em 1883, a mesma quantidade de luz
custaria ao consumidor US$1.445. Os especialistas concluíram que
as máquinas usurparam nosso bem-estar físico; na verdade, foram
os alimentos processados, refinados e adoçados que entraram pela
primeira vez na nossa vida (ao mesmo tempo que as luzes
estenderam o nosso dia e mudaram nosso apetite) que provocaram
todo esse processo. Embora o instrumento da destruição possa ser
a alimentação, a causa da morte é algo bem mais insidioso.
A CAUSA DA MORTE
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enorme força de trabalho. As luzes geravam empregos para pagar
por elas. No final da década de 1920, as caras máquinas instaladas
nas fábricas já haviam começado a funcionar junto com os
ponteiros do relógio. De repente, estavam rodando durante as 24
horas do dia, enquanto, apenas uma década antes, a energia
proveniente do gás era cara demais para ser usada durante a noite
inteira. Antes da eletricidade, as fábricas só funcionavam durante
dez horas. Essa segunda Revolução Industrial remapeou o
panorama econômico.
O trabalho noturno trouxe mais dinheiro de várias maneiras. Não
apenas forrou os bolsos dos donos das fábricas; gerou também
mais empregos e dinheiro para uma subclasse econômica de novos
imigrantes. O mais importante, porém, é que o trabalho noturno
trouxe com ele uma economia de serviço. Essa economia fez
proliferarem transportes, restaurantes e mercados 24 horas,
quadras de tênis e jogos de beisebol noturnos, pontos de jogo e por
aí vai. A eletricidade alimentou o telefone, que é a base de nossa
atual capacidade de comunicação de ficção científica, e que
permitiu que os pequenos mercados se tornassem globais. Existe
até uma nova pérola de terminologia, na língua inglesa, para este
fenômeno, graças à Internet: 24 por 7. Foi um golpe de sorte
ridiculamente terrível, num século que de outra forma seria bem
interessante, o fato de que, exatamente ao mesmo tempo que o
açúcar começou a ser usado para preservar e embalar “comida”
industrializada, nós tivéssemos a oportunidade de ficar acordados a
noite toda para comê-lo.
É claro que, naquela época, não havia muitos alimentos
industrializados no mercado; porém os que existiam utilizavam
xarope de milho altamente refinado (em máquinas industriais) para
evitar perda de umidade e aumentar a vida de prateleiras de
produtos. Muitos alimentos industrializados ainda usam o mesmo
conservante. Até os pãezinhos de aveia adoçados com mel, feitos
com grãos integrais e de baixos teores de gordura, bem
embaladinhos, que você encontra próximo às caixas registradoras
dos minimercados, são preservados com açúcar. É altamente
esclarecedor observar, neste ponto, que a incidência de diabetes
Tipo II caiu tremendamente durante as duas guerras mundiais,
época em que o açúcar era racionado.
O INSTRUMENTO DA MORTE
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medicina começaram a reconhecer uma condição chamada
hiperinsulinemia crônica. Este é o termo que designa a insulina
elevada crônica, produzida no próprio organismo. Isso só pode
ocorrer quando a pessoa consome carboidratos de forma crônica.
Na natureza, nunca seria possível uma pessoa comer carboidratos
de forma crônica. As árvores e plantas dão frutos apenas em uma
estação e floresce na outra. Viver só de açúcar por mais de um ou
dois meses não seria possível, a menos que você estivesse se
preparando para hibernar, como uma marmota, durante um longo
sono de inverno.
A mídia não fala muito sobre insulina, a não ser em relação ao
diabetes do Tipo I; por isso mesmo, as pessoas pensam na insulina
como um remédio para os diabéticos do Tipo I – que, seja por
razões virais ou por serem auto-imunes, não conseguem fabricar a
própria insulina.
A insulina é o elemento central em ambas as formas de doença,
pois ela controla o nível de açúcar no sangue ao se encaixar nos
receptores das células como uma chave que abre uma tranca. Uma
vez abertos os portões, o açúcar presente no sangue pode entrar e
energizar todas as células do organismo. A resistência à insulina é a
incapacidade do corpo em responder à insulina que é produzida
normalmente, porque os receptores recuam para salvar sua vida.
Cada função do seu corpo – desde a comunicação básica molécula
a molécula até operações complexas, como o controle do apetite ou
da temperatura – está numa estreita zona de normalidade chamada
homeostase. Um recuo dos receptores de insulina é uma tentativa
de controlar a quantideade de açúcar permitida. Insulina demais
não é normal.
A pista reveladora de nosso destino ameaçador é que a incidência
de resistência à insulina vem ocorrendo em pessoas cada vez mais
jovens. A população inteira está envelhecendo em ritmo acelerado.
A resposta lógica seria reequipar todas as indústrias alimentícias e
aconselhar as pessoas a evitarem o açúcar, certo? Foi essa a
nossa abordagem em relação á gordura, e a população aderiu em
massa. Acredite em nós, com o açúcar isso não seria assim tão
fácil. Seria mais parecido com Proibição. Somos tão viciados numa
dieta de baixo teor de gordura e alto teor de açúcar quanto os
alcoólatras são viciados em álcool, porque os altos níveis de
insulina criam, no cérebro, o mesmo estado criado pelo álcool.
Os alcoólatras “dormem” depois de um pileque não apenas
porque o álcool em si temum efeito sedante sobre seus receptores
opiáceos, mas
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também porque a enorme carga de carboidratos da uva, dos grãos,
da batata, do cactus ou, no caso do rum, da cana-de-açúcar contida
na bebida literalmente os faz adormecer. Lembre-se disso toda vez
que tomar aquela taça de vinho após o jantar. O pico de insulina
depois de um pileque transforma a serotonina do cérebro em
melatonina – e isso quer dizer luzes apagadas. Em nossa cultura,
ingerimos tantos carboidratos num único dia quanto um
bêbado durante um porre. Para ele e para nós, a recuperação
natural é a mesma.
Dormir.
A RESSURREIÇÃO DA VERDADE
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DOIS
No escuro:
Um evento no nível de extinção
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