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NOocoEs DE CRIMINALISTICA APRESENTACAO 0 objetivo do curso ¢ permitir ao candidate conhecer os principais conceitos da ciéneia criminalstica e as suas apli- cages, o embasamento juridico que fundamenta 6 trabalho pericial ¢ os principais elementos analisades pelos Pesitos ‘os locais de crime, Com o estudo deste material espera-se que o candidato tenba uma formagio s6lida para aleangar um, ‘bom desempenho em qualquer concurso que tenbs, dentre as, matérias do certeme, a discipline NOGOES DE CRIMINA- LISTICA, Este material foi montado e direcionado para cobrir todo © contetido do edital referente a0 concurso,2013/1, para a carreira de Perito Criminal da Policia Civil, publicado pela Imprensa Oficial de Minas Gerais no dig’ 17 de janeiro, de. 2013 (Policia Civil do Estado de MinasiGeraig 2018) Pa refereniadas, vata hs grande reconheeimento nas Sao todos ctl denen ont Gu cionad: re (Welk tals 2012) ESPINDULA, Abel VELHO, Jens Atitonig. GEISER, Gus s Forenses Ue ntrodlgao Bs principale cea ce ee oe (Carvalho) CARVALHO, Todo Luiz: Fundamentos de? ‘icia Criminal. Campinas, Editora 800 (Garcia, et al., 2004) GARCIA, Ismar Estulano, POVOA, Paulo: César de Menezes, Criminalistica. Goidnia. Bditora AB. (Bspindula, 2012)ESPINDULA, Alberi, Criminalistics para ‘concursos. Campinas, Editora Millenium. 2012 (Tocchetto, 2009) TOCCHETTO, Domingos. Balistica Fo- rense-~ Aspectos Técnicos ¢ Juridicos. Editora Millennium. Salionta-se que somente com a dedicagio pessoal focada xno principal objetivo, qual seja, « aprovarao no concurso | pliblicd, ¢ possivel alcangar 0 éxito! BOM APROVEITAMENTO! | Sobre o autor Jodo Bosco Silvino Jianior Sosde Ensiao Distiaviada ga Pablice (poe! a is « rperiéncia na area de Visto Computacional e TMi Ballca, Poss gradusgio em Engenharia trica pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001) e Mestrado em Engenharia Elétrica também pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010) Moputo 1 - DEFINIGAO DE CRIMINALISTICA A busca pela verdade real ¢0 objetivo da Criminalistica, cineia que se propde a identficare analisar os vestigios de uma ago criminose. © Perito Criminal € 0 estudioso da Cri rminalisticn e deve sempre se pautar nos elementos técnicos || constatados,seja na cena do crime, seja no corpo de detto, que pode ser, por exemplo, uma pega documental, um corpo 4 sem vida ou mesmo uma pagina de contedido da Intemet. © termo Crimminalistica foi empregado pela primeira vez em 1898 pelo magisirado austriaco Hans Gross (criminalistica brasileiza ~ Sua doutrina, 2003) (Dorea, etal, 2010), que reconheceu desde cedo, no exercicio profissional, a completa | ineficiéncia dos métodos de investigario entZo empregados aa policia de sua terra natal Eraldo Rabello (Rabello, 1996), renomado Perito Cri- inal, reconhecido como maior referencia da criminalistica brasileira, assim define a criminalistica; ama disciplinatéenico-cienfica por natreza e urtdico penal ‘pordestinagao, aqual concorreparaa elucidagdo eaprova das infrages penais eda identidade dos autores respectivos, através dapesquisa do adequado exame eda interpretagao correta dos vvestigios materiais dessas infragdes” ~ Braldo Rabello 14 a definigdo brasileira de criminalistica, estabelecido no 1° Congresso Nacional de Policia Técnica, a seguinte caracterizagio: ‘Criminalstca:displina que tem por objetivo oreconhecimento € interpretagao dos indicias materials extrinsecos relatvas ao crime ov dr idemtdade do criminoso, Os exames dos vestigies intrinsecas (na pessoa) sdo da alcada da medicina legal” (Dorea, etal, 2010) (Espindule, 2012) Na visto de (Garcia, et a, 2004), também citaslo como referéocia no Edita, a methor definigdo deerimminalistiowe aquela abordada pelo Professor Leos | “Criminalistica é0 uso dessa. eandilise al Imperador César, 20'ser tnformada le servidores havie jogedo milher sels janela aplicara ométodo do “exame'doloeal arte caries de violencia". Outras referéacias histori de elementos objetivos podem ser encontrados em diversos ‘momentos (Dorea, et al, 2010). ‘Ao longo da evolugao da ciéncia criminalistica, seus prineipios fundamentais foram moldados (Dorea, etal, 2010): + Principio da Observagao: sintetizado pele eélebre frase de Edmond Locard, “todo contato deixa um vestigio”. + Prineipio da Andlise: a andlise perical deve sempre seguir o métado cientific. + Principio da interpretacfo: dois objetos podem ser indistinguiveis, mas nunca idénticos. + Prineipio da descrigao: o resultado de um exame pericial & constante em relagio ao tempo e deve ser exposto em linguagem éticae juridicamente perfeta, + Principio da documentagio: toda amastra deve Ser documentada, desde seu nascimento no local de crime até sua andlise e descrigio final, dc forma ase estabe- lecer um historico completo ¢ fel de sua origem. Estes principios devem nortear o trabalho do Perito (Criminal, Em seu trabalhd, o Perio irk se baseartéo somente na observagio cientifica dos fatos, descartando qualquer informagao subjetiva ou gue no possa ser embasada cien- tificemente. A natureza téenico-cientifica da Criminaltstica decorre da utilizagdo dos diversas ramos do contiecimento cientifico, especialmente das ciéncias naturais de da terra (8- sica, quimica, biologia), bemn como das cifncias dela derivadas e ciéncias modemes (engenarias, informética, toxicologia, farmacologia, etc). Por ser uma ciéncia com destinagso eminentemente juridico-penal, a Criminalistica deve sempre se pautar na lei vigente para ating o seu objetivo preefpuo, qual seja, a descoberta da verdade real para a persecugio da justia. A anilise da legislacdo brasileira, conteiido do médulo seguinte, demonsttaré a importincia da Criminalistica no centro juridico atual Resumindo +0 termo “criminalistica” foi cumhado pelo magistrado austiaco Hans Gross, em 1898 mn5 iibWieGeceniminalitiga: dieiplina que tm por aennaaE 5 oT, pos quesee daca, em tes alas. A primeira nla-aniaigara 08 artigos! 155, 156 e 157, que tratam das dis- posigaes gerais da leiem relagto & prova, A segunda aule ‘versaré sobre os artigos'158 a 169, que formam as bases paraa Pevicia Criminal brasileira. teroeira aula analisaré os artigos 170.4175, que detalnar alguns aspectos do trabalho pericial de dreas especificas, #0$ artigos 176 4 184, que estabelecem as normas processuais para 0s diversos alos referentes 80s exames perciais,tais eomo sua requisigdo e admissibilidade. Em diversos momentos a bibliografia referenciada em (Policia Civil do Estado de Minas Gerais, 2013) ¢ mencionada em varios pontos, sem especificar caracteristicas de cada obra em virtude de congrvéneia das enéises, 2.-Artigo 155 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art, 158. 0 jit Jormaré sua comvicedo pela livre apreciagao da prova produzida em contraditério judicial ‘do podendo frndamentar sua decisdo exclusivanente nos elementos informatvos colhidos na investigagao, ressabvadas as provas cautelares, no repetiveis e a= tecipadas. (Redagao dada pela Lei n* 11.690, de 2008) Pardigrafo iinico. Somente quanto ao estado das pesso- 1s serdo observadas as restrigdes estabelecidas na lel civil. (Incluido peta Lei n° 11.690, de 2008)" A tova redagao do artigo 155 vise a contemplar as mu- éangas ocorridas em 2008, especialmente aquelas elencadas xa nova redacio do artigo 159 do mesmo diploma legal, que consentiram que nlo somente as Autoridades Poticial © Judiciria interpusessem quesitos para os Peritos Oficiais, as também e0 Ministerio Piblico,assistente de acusasio, ofendido, querelante ou imputado foj facultado este direito. Anda, permitiv-setamibém,na fase inquisitorial, ou sej, di rante o inquérito poicial, a constiuiglo de assistente téico para acormpanhar os exames de corpo de delito ser realizado naqueld fase. Assim, diante da palavra “exclusivamente”, | cempregada na nova redaco daquele artigo, entende-se que | (0s elementos de prove colhidos na fese inquisitorial somente poder ser utlizados pelo julgador na formagaa do seu livre convencimento se produzidos em respeito ao contraditirio e ampla defesa, e tfo somente nesta hipotese (Castro, 2009).. Bae fer obsersiiido ciiccessidadle ucdequaeto e pro- jaca de provet dade da alegacio criminal a0 acusado, sobipenaide: absolutéria. Embora, em alguns trechos, a nova redacdo seja extremamente semelhante & redagao antiga, tal mudanga provocou grande alvorogo no meio juridico, uma vez que os ppontos alterados mostraram-se, segundo a visdo de muitos (Amorim, 2008) (Franco, 2009) (Carvalho, et al., 2008), } inconstitueionais. Segundo esses autores, 2 inconstituciona- | Iidade reside na necessidade de imparcialidade da Autoridade | Judicial, que seria ferida pela previsdo desta Autoridade poder | ordenar a produgdo antecipads de provas, exposta no inciso 1. JA aprevisio para que o juiz possa determinar, no curso da instrugo ou mesmo antes de proferir sentenca, a realizagio. de diligncias para dirimir divida sobre ponto relevante ja era cexpressa na forma anterior daquele artigo. 4-Artigo 157 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art, 157. Sao inadmissiveis, devendo ser desentra-~ nhadas do processo, as provas ilicitas, assim entendidas 4s obtidas em violaedo a normas constitucionais ou legais, (Redacao dada pela Lei n° 11.690, de 2008) 57 $1" Sao também inadmissiveis as provas derivadas das Ticitas, salvo quando néo evidenciad 0 nexo de cane salidade entre wnas ¢ ouiras, ou quando as derivadas ppuderem ser obtidas por uma fome independent das primeiras.(ncluide peta Lei n° 11690. de 2008), $2" Considera-se fonte independente aguela gue por $136, Soguindo os tramites tipicas e de praze, préprios da investigagdo ow instrugdo crintinal, seria capaz de condzir ao fato objeto da prova, (ncluido pela Lei n® 11,690, de 2008) $3" Preclusa a decisdo de desentranhamento da prova declarada inadmissivel, sta sera inutilzeda por deciso judicial, facultado as partes acompanhar o inciden- te. (Inciuido pela Loin” 11.690, de 2008) § 4° (VETADO) Outro artigo também alterado pela fei no 11,690, de 2008, bbeseia-se no principio dos frutos da drvore envenenada (Oli- veira, 2006), advindo do dircito norte americano (“fruits of ‘poisonous tree”), tem seu nascimento em ura preceito biblico de que a drvore envenenada napade dar bons frutos, ou se, | proWH Hfcte-origindria 08 iniciel contaminaria as demais _plcvas deconentes (Filguciras) redado antiga deste artigo “Contemplave apenas lis apreciacio da prova plo juiz, ndo ee ilidadé Gapcova ilfeit, ja expressa di Constituigag Federal Brasileira (Brasil, eee toma seexpresta.a repulsa pela | prove obtida or conleriie Brilhantemente iolaidaié cons- i ote internacional ou, ou “sermaterial ow ui 5S discorretana quanta Avaltetapto do Arti- £0.15 ang ee 2008) (Ferreira, 2008), (Oiveto do § 4° do artigo |-@ a’ descontaminagiio do : en ‘Art, 158. Quando a infragdo deixar vestigios, seré indispensével 0 exame de corpo de delito, direto ow indreto, nao podendo supri-foa confssao de essa,” © Artigo 158 do Cédigo de Processo Penal é um dos pilares juridicos da eriminalistica. Ele exprime a indispen- sabilidade do exame de compo de delito no processo, mesmo ‘em caso de confissdo do acusado, demonstrando-se como uma importante ferramenta para garantir a justiga e imparcialidade 1no processo, De acordo com este artigo 2 Unica e suficiente condigdo para a realizagdo do exame de compo de delito é a cxisténcia de vestigios quando da ocorréncia do crime, que so as pepas alvos das andlises dos Peritos. Notase que tal artigo nao fez nenhuma referéncia & questo da preservagio do local de crime ou ao tempo decorrido desde o crime. Quando 8 falta preservacao, que é decorrente do isolamento do local, 9 proprio Cédigo de Processo Penal tem ferramentas que contemplam esta situago e serdo mostradas adiante. Quanto a0 desaparecimento dos vestigios, seja pela a¢do do tempo, intempéries ou qusisquer outros meios, 0 legislador admite a constituigao da prova de maneira indireta (Oliveira, 2006) 58 Pensado como forma de contrabalangar as outtas provas, seja corroborando ou refutando os demais elementos proba- térios, o Artigo 158 muitas vezes nao ¢ respeitado, seja por ineficiéncia do Estado, seja por omissio dos responséveis pela requisig&o da Pericia ou mestno dos proptios Peritos. Assitn, a fiscalizacdo pelo cumprimento do artigo 158, independente- mente dos motivos, deveria ser uma rotina para os promotores de justia c os magistrados, quando encontrassem no processo situagdes em que houvesse vestigios e nfo fossem realizados 0s competentes exames periciais (Dorea, et al,, 2010). {6- Artigo 159 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art 159. 0 exame de corpo de delito 2 outras pertolas serdo realizades por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Redagao dada pela Lei n° 11.690, de 2008) $1" Na falta de perto ofcial, 0 exame serd realizado por 2 (lias) pessoas idéneas, portador§i de giploma de curso superior preferencialmente na drea espeetfica, com a natureza do exame, (Redo dada 11.690, de 2008) iff te ot §2° Osperitosnd : of i pela Lei with 690, de:2008). dentre as que tiverem habilitagao técnica 3 y intimagao € 0s quesiios ques sejam encaminhados cor” e én (des) dias, podendo apresentar as rent Oa di complementar; (Ineluido pela Lei n° 11.680, de 2008) Mindicar assisientestéenicos que poderdo apresentar ‘pareceres em prazo a se fzado pelo juit cu ser inguiridos em audliéncia. (neluide pela Lei n” 11.690, de 2008) § 6° Havendo requerimento das partes, o material pro- batério que serviu de base d pericia seré disponibilizado no ambiente do drgdo oficial, que manteré sempre sua suarda, ¢ na presenca de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossivel a sua conser- ‘aga. (inciuido pela Lei n° 11.690, de 2008) § 7" Tratando-se de pericia complexa que abranja mais de uma drea de conhecimento espectalizado, poder-se-d designar a atuagdo de mais de um perito oficial, a parte indicar mais de um assistentetéenico. Incluldo pela Lei n° 11.690, de 2008)” Com nova redago a partir de 2008, o artigo 159 de- monstra claramente a atribuigao legal dos Peritos Oficiais na realizacao do exame de corpo de delito. A tinica excegio feita ‘corre ne falta de Perito Oficial, expressa no § 1° Neste caso, a lacuna produzida pela inexisténcia de Perito Oficial constituido pelo Estado seria suprida por duas pessoas portedoras de diploma de curso superior, preferencialmente, em érea especifica do conhecimento necessério ao exame em especifico, Surge enti a figura do Perito Ad Hoo, denomins- Go dade aos substitutos do Perito Oftcial ‘Acontece que, muitas vezes, este artigo nfo ¢respeitado, seja pele inobservancia da determinagao de que os substi- tuios sejam portadares de diploma de curso superior, seja pela atuacdo ilegitima de‘outros que nao Peritos Ofciais, no curso da investigaco, no levantamento de provas de natureze eminentemente parcial, Neste caso, ctam-se como exemplos “lauds periciais” elaborados por outras canriras policiais (detetives, agentes, investigadores, eserivaes, delegados ou até mesmo policials militares) ou mesmo por insttuigdes ex- trinseces ao meio pericial (Ibama, IEF, Coxpo de Bombsiros Militares, CREA), que so incluidos no inquérto policial e, posterionmente no processo, considerados como provas peri Cis, conforme pode se dbservar, por exemplo, no trabalho de “Recognigao Visiopréica do Local de Crime” (Deogual- 4o, 2006), Referenciandd zo Antigo 157 do mesmo diploma ntado antebiorestie 8a luz do Artigo 159, os tidos nesses trabalhos nao realiza- ae tltinio ea80, pelos Peritos Ad fe ezals. Novamente caberia, nesses se que attoy otic ae eau 3 a mtv lagdo posterior do assistente ae do Perito por influéncia do Visando gerantr @ possibilidade de contraprova do tra- balho pericial, a¥seguradh pelas alteragdes ora comentadas, © § 6° extabelece que os dros periciais deverio manter a ‘guards do material probatdrio que serve de base & Percia, al dispositivo trouxe grande iesponsabilidade ao érgio pericial a partir do momento que demandou grandes investimentos para geranta da preservagdo dos materias, onerando ainda mais tais Srpos, Observa-se ainda que a anise dos materais foi permitide apenas no ambito do Orato Pericial, de maneira ‘que nem mesmo o magistyado poderé emitir autorizagio para retirada do material daquele rg. Jia complexidade de algumas pericias, que podem de- mandar 0 conhecimento avangado de duas ou mais areas de atuagio peticial, facultou consttuigdo de mais de um Perito Oficial ow assistente téenico, Finalmente ressalta-se que, apesar desta alteragio ter como objetivo garantira ampla defesa e contraditério no que tange & produgdo da prove percil, tal dispositive acarretaré, também, em tuna situagdo de injustia e cegregagio social, uma vez que somente os mais afortunados poderao arcarcom 0s elevados custos de costituicko de assistentestécnicos. 7-Atigo 160 do Cédigo de Proceso Penal (Brasil, 1941) “Art, 160, Os peritos elaborarao 0 laudo pericial, onde descreverdo minuctosamente o que examinarem, e res ponderdo aos quesites formulados. (Redagdo dada pela Lei n° 8.862, de 28.3.1994) Pardgrafo iinico, O laudo pericial seré elavorado no prazo mésximo de 10 dias, podlendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos pperitos. (Redagdo dada pela Lein’ 8.862, de 283.1994)" ‘A claboragdo do laudo persia é 0 foco do Astigo 160, ‘que estabelece nko s6 a forme de como tais Iaudos deverto ser elaborados (minuciosamente), mas também © tempo de elaboragio de tas laudos. 0 legslador entendeu que o prazo | de 10 dis seria suficiete para a elaborago da maori dos | laudos pericias, facultando # extensto deste prazo em casos | excepeionais, condicionada ao requerimetoxdos Peritos, Encanto, nt naira boli dos aos, fa th vite de complexidade dos exames, seja em virtude da sbbre de. tbat a qual io submtios os QuapgPoncl na gage ‘maioria das vezes este prazo.m aS feviguo Alice aes las andlises periciais dem conan geese 2 i sane GEE AEE ipstst rfee or gees Bren, no Sea oe ee outro, do isto uma obngsibved natureza, so realizados'somenl oe ‘os quais, via de regra, fismeion: do dia. Ainda, mesmo ei casos de ex: pericias podem e devem aguardaro estabelecimento de ‘ee tas condigdes logisticas para que sejam visilizadss, como porexemplo loess que ofeeyam riso a seguranca do Perio, | O objetivo deste artigo € garantir a celeidede na realzasto | dos exames pericias, de forma que apenas casos em que haja | lguma inviablidade técnica de realizagio dos exames, © prazo sea estendido, 9-Artigo 162 do Codigo de Proceso Penal (Brasil, 1941) “Art, 162. A autépsia serd feita pelo menos seis horas depois do dbito, salvo se os peritos, pela evidéncia dos | sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes da- quiele prazo, 0 que declarardo no auto. Pardgrafo inico. Nos casos de morte violenta, bastard a simples exame extern do cadver, quando ndo hosnver Infragdo penal que apurar ou quando as lsBes externas permit precisar a causa da morte endo houver ne- | Cessidade de xan interne parca vercaga de agua circunsténcia relevante.” | 59 ‘Ainda versando sobre o tempo de reaizago de pesicias, 6 artigo 162 trata dos exames necroscépicos, que deverto ser realizados pelo menos seis hores depois do horério presumido da mort. Tal artigo visa garantir que casos de morte apacente possata passar desapercebidos dos médicos, deforma que estes examiner uma vitime ainda com vida. A ressalva se fkz 208 evidentes sinais de morte, que por si s6 jé descartam a hips- tese anteriormente levantada, Tais evidentes sinais de morte seriam a decapitacio, a carbonizagao completa, 0 avangado estado de putrefaglo, que por exceléncia jé demonstra que & || morte ocorreu ha mais de seis horas, e a auséncia de érgios essenciais & sobrevivencia, 10-Artigo 163 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art 163. Em caso de exumagdo para exame cadavéri- £0, a autoridade providenciaré para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligéncia, da qual ‘se lavraré auto circunstanciado, Pardgrafo iinico. O adiinistrador de cemitério piblico ‘bb partolerbiieardo lugér da sepultura, sob pena de gato derrecusa ou deflto de quem Ari 164. (0s chiliveres sera sempre forografados < nuposista em que fovent Iielidalda possivel; todas as Tosdes externas e vestigios ixados-no locai.do'crime. (Redagao dada pela Lei n” Art, 168,-.Para representar as leses encontradas no ‘caddver, os perites, quando possivel, juntardo ao laudo do exame provas fotogrificas, esquemas ou desenhs, devidamente rubricados.” Novamente sto dadas, pelo legislador, orientagies de como deve ser © exame pericial, determinande que nio 86 0s cadiveres sejam fotografados, como o sejam na posi¢sio fem que foram encontrados. Recomenda-se também o te- ‘vantemento fotografico das lesdes extemas constatadas no | cadaver e também dos vestigios deixados no local de crime. ‘Tal determinagao torna o lauido pericial wina ferramenta de pespetuagto do fato delituoso, transformando 0 Perito nos “othos do juizo”. Outrossim, as Fotografias no laudo pericial auxiliam sobremaneira a compreensio do fato, devendo tais ilustragdes apresentarem 0 maior nlimero de recursos para facilitat a o entendimento do que © Perito quer demonstrar, || valendo-se também de esquemas ou desenhos, conforme expresso no Artigo 165. 60 12- Artigo 166 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art, 166. Havendo divide sobre a identidade do ca- diver exumado, proceder-se-é ao reconhecimento pelo Instizuto de Idemificagao e Estatistica ou reparti¢ao ‘congénere on pela inguiricdo de testemmunhas, lavrando- se auto de reconhecimento ¢ de idemtidade, no qual. se descreverd o cadéver, com todos os sinais e indicagdes. Parigrafo inico, Em qualquer caso, serdo arrecadados eaautenticados todos os objeros encontrados, que possam ser tteis para a identficagao do eadtiver: Artigo complementar 20 163, trata do reconhecimento dos cadavers exumados, admitindo-se também o reconheci- ‘mento testemunhal, eas0 0 meio téenico nio seje suficiente para alcancar 0 objetivo, 13- Antigo 167 do Codigo dePracesso Pena Bi, 1941) “Art 16%. Nao send postive exaie de nip dele, por haverem comes ye sew defensor $1" No exame conten auto de corpo de’ om ou retifcd-lo, do delito no art, 129, § 1°, 1, do ee ser feito logo que deeorra 0 prazo de 30 dias, comado dda data do crime. ty 129 lesoes §3° A falta de exame complementar poderd ser suprida ela prova testemunhal Mais um artigo destinado especificamente a0 exame médico-legal, tal artigo visa a complementagio do laudo em virtude da necessidade de estabelecimento de condigdes para que 0s resultadas possem ser observados, como no caso do disposto no §1°, I, do Artigo 129 do c6digo de processo penal, qual seja, a incepacidade para as ocupagdes habituais por mais de trinta dias. 15-Artigo 169 do Cédigo de Provesso Penal (Brasil, 1941) “Art, 169. Para efelto de exame co local onde howver sido praticada a infragio, a autoridade providenciard ‘mediatamente para que ndo se altereo estado das coisas até chegada dos perito, que poder ao instruir seus la ios com fotografas, desenhos ou esquemas elveidatives. fe Pardgrafo tinleo. Os peritos registrarao, no laudo, as alteragdes do estado das coisas ediscutirdo, no relatério, as consegiiéncias dessas alteragies na dindmica dos {fatos. (Incluido pela Lei n” 8.862, de 283.1994)" Com redagao muito semethante & do Artigo 6, 1, do ‘mesmo diploma legal, 0 Artigo 169 vise garantir as condi- ¢¢5es ideas para a realizaiio do exame pericial, qual seja, a preservagao da integridade da prova, Este mesmo artigo, no seu pardigrafo nico, dé ac Perito aferramenta necesséria para intervengio nos casos em que o isolamento e a consequente preservagdo do local nao sejain observadas, qual seja, 0 re- gistto, no laudo, das alterapdes do estado das coisas, seguido da discussio das consequéncias des alteragbes no telatério, Este artigo, conjugado com 0 artigo 158, demonstra que 0 cexame pericial é obrigatorio mesmo que o local ou pega no estejam preservados. Isto se explice pelo fato de que somente © Perito 6 0 profissional Habilitado a identifcar os vestigios, suas alteragdes e a influéicia delas no trabalho final. Infetiz- Iente estas questdes sto, por lenigncia de muitos, inclusive i ierminais,selegadas ag'Segudo plano, tendo como §crinigbtetidos com destruigdo ou rom- le Ststdclld a subtragdo da coisa, ou por meio de escalada.ios peritos, além de descrever os vestigios, indicardo cain quéinsirumentas, por gue meios¢ em gue época presumem ter sida 0 fto praricado. te qualia © orme, Art 172. Proceder-sé-é, quando necessério, 4 avaliagdo de coisas destrutdas, deterioradas ou que constitwam produto do crime. Parégrafo tinico. Se impossivel a avaliagdo direta, 08 eritos procederdo & avaliacio por melo dos elementas existentes nos autos e dos que resuliarem de ailigéncias, " Referente aos Crimes Contra 0 Patriménio, o Artigo 171 descreve exigencias que visam auxiliar a qualificago do crime (destruicao ou rompimento de obstéculo, ou por meio de escalada), de acdrdo com 0 Ariigo 155, §4", 1 e I, do Cédigo Penal. Jé 0 artigo 172 tem por objetivo orientar a decisdo do juiz de reduzir « pena de reclusio ou substitui-la por pena de detengiio ou multa, de acordo com a avaliagdo da, coisa destruida, deteriorada ou que constitua produto de rime, 61 18- Artigo 173 do Céidigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art. 173. No caso de incéndio, os peritos verificaréo a causa € 0 ugar em que houver comecado, 0 perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patriménio atveto, a extensdo do dang eo seu valor ¢ as demais circunsténcias que interessarem & elucidagao do fato.” | Exame afeto a érea de Engenharia Legal, a pericia de incéndio é contemplads neste artigo, que visa estabelecet requisitos para a pericia em caso de incéndio. Apesar de nio mencionada, a determinagao da natureza do incéndio, seja por modalidade culpose ou dolosa, também ¢ missto do Perit, sendo muitas vezes fundamental no processo. Ainde, | ‘observa-se em muitos estados brasileitos pericies de incéndio | sendo reelizadas pelo Corpo de Bomnbeiros Militar. Em alguns | casos, tas pericias ocorrem em substituigdo a Pericia Oficial, sendo utilizada no processo de maneira ilegal€énforme ja meneionade quando de andlise do Artigo 159, Em outros casos as periciasrealizedas pelo Compo de'Bo beer ‘em momento posterior &realizagiodt Bericia ie — te ise be Serena ra, 1941) | = oe wpareeto, poderdaseinr a 4 oo = js wal ow sobre IV. quando ndo hower escritas para a comparacéo ow {orem insificlentes 08 exlbides, a autoridade mandaré | ‘que apessoa esereve o que the for ditado. Se estiver au- sente pessoa, mas em lugar cet, esta iia diligencia ‘poder ser feta por precatéria, em que se consignardo ‘as palavras que a pessoa serd intimada a escrever.” Desta vez © legislador estabelece 05 requsitos para 0 | ‘exame de comparacio de escrita, realizado por Peritos em | srafoscopia, geralmente lotados na ies de Documentoscopia Forense. Sao estabelecidos os critérios que garantem a iden- tidade da pessoa alvo do exaime, bem como do material a ser analisado. Mengdo especial se faz ao inciso IV, que determina que a autoridade mandaré que a pessoa escreva o que Ihe for dtado, Apesar da fei se refers &autoridade, potiial oa juicdia, geralmente quem estabelece 0 que soré escrito é | Perito responsavel pela realizagao do exame, uma vez que este 0 detentor do conhecimento das exigéncias tGonicas para realizado do exame. 20- Artigo 175 do Codigo de Processo Penal Brasil, 1941) “Art, 175. Serdo sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prética da infragio, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficféncia.” (Os exames de eficiéncia dos instrumentos empregados ‘tm como objetivo determinar se os mesmos apresentavam ccondigSes de terem sido utilizados na pratica da infragto penal. Dentre varios, os exames mais comuns sBo os examnes de eficiéncia em armas de fogo, rotineiramente feitos 10s, Iaboratérios (Dorea, et al., 2010) de criminalistica. Outros, ingirumentos também podem ser submetidos a este exame, tais como ferramentas, equipamentos e dispositivos diversos, suspeitos de terem sido utilizados na pratica da infragao penal Insta consignar que, de maneira brilhantemente ressaltada ppelo Professor Alberi Espindula, “wma particularidadenesse tipo de exame que deve ser observada pelo requisitante da pericia é quanto ao aspecto da especificidade do tipo de crime eextrelacianado ou ndo conté igérumento que sea remetido © Parégrafo finigo. Os quesitos do juiz e das pares serao transcritos'ma’precatéria.” Nos casos em que os exames serio realizados em juris- igao diversa aquela onde corre o processo, a fei determina que quem faré a nomeacao do Perito € 0 juizo deprecado,, pelo fato deste ser o conhecedor dos Peritos existentes na sua jurisdig3o. Tal excegSo ¢ feta apenas no caso de acdo privada ce condicionada ao acordo das partes, 23-Artigo 178 do Codigo de Processo Penal (Brasil, 1941) & exeme be tango be debsho ‘Art, 178, No caso do ert. 159, 0 exame serd requisttado pela auioridacle ao diretor da reparticao, juntando-se ao pprocesso o laude assinado pelos peritos.” © Antigo 178 determina forma como a Autoridade deve fazer a requisigao da pericia, ndo de maneire individual, dire- tamente ao Perit, esim ao ditetor do érgio peticial que, pelas suas premrogativas, faré a designacao do perito responsavel pelo atendimento da demanda. 24-Artigo 179 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) ‘Art. 179. No caso do § 1"do art. 159, 0 escrivdo lavraré 0 auto respectivo, que seré axsinado pelos peritos ¢, se presente ao exame, também pela autoridade Parégrafo iinico. No caso do art, 160, pardgrafo nico, 0 laud, que poderd ser datilografado, seré subserito € rubricado em suas falhas por todos os peritos.”” © Artigo 179 apresenta a formalidade necesséria a constituigao dos Peritos Ad Hoc, que devem assinar auto de nomeacao lavrado pelo escrivdo para aquele exame em espe- cilfico, Recorrendo aos comentitos referentes 20 Artigo 159, 1s ilegalidades 1a comentadas sio baseadas principalmenté na inexistencia deste auto de nomeac2o daqueles que eleboram ‘05 “laudos pericias” sem serem propria e legalmente cons- tituldos. 16.0 parégrafo tinico abre a possibilidade de utilize- fo de ferramentas (datilografia) para factitarexmethorar a apresentagdo do laudo, dispensando a confecgio d¢*préprio punho, porém exigindo a subserigdo e rubric em sade-u das folhas pelos Peritos, como instnumentd de sins autoria daquels pega / gue basea elencados em principio twang. Vis olegisladorintoducin ete epostg pertosanalisem e apresentea st Sov 27-Artigo 181 do Cédigo de Proceso Penal (Bris “Art, 181, No caso de inobsorvincia de formalidades, ou no caso de omissbes, obscuridades on contradigdes, ‘9 autoridade judictéria mandard supra formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redagdo dada pela Lei n° 8.862, de 28,3.1994) : Parégrafo iinico. A autoridade poderé também ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.” Este artigo refere-se & inobservincia das formalidades previstas neste diploma legel, Analisando a redagio dada, pela Lei no 8.862 de 1994, somente o juiz poderd determinar a revisto ou mesmo confecgao de um novo exaime por outros peritos. Caso o ministério piblico, defensoria, assisténcia de acusagio ou defesa, ou mesmo a autoridade policial entendam que ocorreu alguma das falhas citadas no caput do artigo 181, deverdio argui-las ¢ representar ao magistrado para que este sim tome as providéncias necessérias (Dorea, et al, 2010). 28 -Artigo 182 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art, 182, 0 juz ndo ficaré adsirito a0 laudo, podendo caceitislo ou rejeité-lo, no todo ou em parte.” Este artigo expresse j no obrigatoriedade de aceitagso 4o laudo por parte do juiz, Resselta-se que 2 propria previsto cexpressa no artigo 155, jé analisedo, garante esta mesma situagto, 29 Artigo 183 do Cédigo de Processo Penal (Brasil, 1941) “Art 183. Nos crimes em que ndo couber agao piilica, observar-se-d 0 disposto no art. 19. ‘© Artigo 19 do Cédigo de Processo Penal preceitua que “Nos crimes em que no couber ago publica, os autos do in- ‘quérito serdo remetidos a0 uizo competente, onde aguartarso a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serio entregues a0 requerente, se o pedir, mediante trasiado”. Tais la requerida ao: eselineci- 2 4 1 OFjule fat favre apkecincao da prova (Ar. 155) "A prva cabera qui fizer a alegagto (Art, 156, + A provaillia ao ger admiida (An. 157) *+ Quando a infragdo deixar vestigios, o exame de corpo de delito,direto ou indireto seré indispensével (Art. 158). + Os exames de corpo dé delito ¢ outras pericias serd feito por Perito Oficial (Art. 159). + Oexame de corpo de delito poderd ser feito em qualquer dia eu qualquer hora (Art. 161), + Os cadaveres serdo fotografados na posigéo em que forem encontrados, bem comb os demais vestigio (Ar. 164) + Para que sj feito o ene de loval, a Autoridade prov denciars para que no fe altere 0 estado ds coisas até chegada dos Peritos Ciiminais, Caso sejam constatadas alteragdes, os peitos as registrarto no Inudo e discuttto no relatério as suas consequéncias (Ast. 169, + Nas pericias de laboratério os Peritos guardaréo material cuficiente para ealzacBo de nova perici (Art. 170). + 0 juiz no fica adstrito a laudo, podendo aceita-o ou reeitiso no todo au em parte (182). + Se for desnecessiria 40 esclarecimento da verdade & pericia seré negada (Art 184), 63 Mopvto 3 - LEVANTAMENTOS Periciais EM Locais DE CRIME 1 Introdugio | Neste médulo voct ird aprender o que é 0 local de crime, ‘como se dé o trabalho do Perito Criminal no local de crime ¢, principalmente, aimportincis do Isolamento e Preservagi0 do local de crime para o sucesso do trabalho pericial. Novamente todas as obras referenciadas no Eaital serao compiladas para trazer 0 pensamento de cada autor, bem como suas pectlia- ridades, 2-Conceito e classificagio de local de crime ‘A.cena ou local de erime ¢o(s) anibiente(s) onde ovorren a a¢do delituosa, eompreendendo todo 0 espaco fisico onde se fencontarem vestigios desta ago, Melhor colocando, citando o renomado Professor Carlos Kehdy, em sua.abraManual de Loess de Crime, de 1959 (Kehdy, 1959). “LOCAL DE CRIME é toda érea onde enh 0 {fato que assima aconfiwaggi@ dha ea cexifa as providénciagsda pal Ressalians aoe : 2004), meneionadlds nas palavras do-Pat Peoria Libr ae atte Coane cto lainede.” No local de crime se concentram os vestigios que enili- ro a investigagdo police! se forem cometemente levantados ¢ intexpresados ‘Visando maior compreensivo do conceito de locale | crime ¢ provarando alcangar as especifcidades de cada vin, diversos autores estabeleceram crtéros para classficagto de Jocais de crime. ‘Umm dos primeiros crtérios registrados na literatura criminalistica brasileira foi aquele proposto pelo Professor } Carlos Kendy, em 1.959, que estabelece que o local de rime | pode ser classificado segundo dois critérios (Kehdy, 1959): | 1° Quanto ao local em si: divide-se em local interno local externo, sendo o primeiro compreendido em todo am- biente fechado, isto é, no interior das habitagdes de qualquer espécie, O segundo refere-se a éreas compreendidas fora das, habitagdes. 2° Quanto @ natureza do fato: divide-se em tocal de | sangue, local de homicidio, local de furto, furto qualificado, | incéndio, ete. ‘A ideia do Professor Carlos Kehdy era, com a classifi- cago do local, responder a duas perguntas: “onde ocorreu 6 fato?” e “qual a natureza do fato ocorrido?". A primeira ppergunta seria respondida pelo primeiro crtério e a segunda questo pelo segundo critério, Ainda segundo aquele autor, ambos 0s critérios se dividirem ainda em andlise do ambiente imediato e do ambiente mediato. O ambiente imediato € a frea onde ocorreu 0 falo ¢ o ambiente mediato é 0 entomo do local imediato ou, nas palavras do proprio autor, “a drea intermedidria entre 0 local onde ocorreu 0 fato e 0 grande ‘ambiente exterior”. Com algumas concordincias com o critério estabelecido pelo professor Carlos Kehdy, 0 crtério seguinte foi proposto ppelo Professor Eraido Rabello (Rabelio, 1996): Loon 08 ce Fenn pescontiuee Noercorte Natoee wir can eipacrene objetiy Westie material, a classificagao jagiela-estabelecida na bibliografia referenciada, is Bee uela contida em (Dorea, etal., 2010), apenas una pequgna alteraco erm relacdo a0 : bs piineitoss20 os yefulos aunt peo increas dtarnadcs pela tiv denomi lado. Caso. ‘gilocal aleance mais de um imével expectvay vjssteteesso, denomine-se focal tos: geralmente relacionados aos veiculos, cceracterizam-se deste forma porque os vestigios ea con- ‘sumago do fato delituoso podem abranger 0 veiculo, set ‘exterior, os arredores e o trajeto percortido. Ainds segundo os autores referenciados em (Dorea, et al,, 2010), a classificarao do local de acordo com a natureza do fato delituoso (como local de roubo, arrombamento, incén- dio, acidente, homicidio) ndo deve ser utilizada tecnicamente inconvenigncia técnica) porque o fato delituoso somente | ser doterminado juridicamente de acordo com os elementos ‘olhidos no local de crime. 14 na opiniao de (Garcia, etal. 2004), esta classificagao de local de acordo com & natureza 6 pertinence ‘Ainda versando quanto a classificagao dos locais de crime de acordo com a bibliografia indicada em (Policia Civil do Estado de Minas Gerais, 2013), 2 abordagem de (Velho, etal, 2012) quanto a classificagdo dos locais € a soguinte: + Quanto a regio da ocorréncia: Tmediato - £4 Srea de concentracko dos vestigios da ‘ocorréncia do fato. Mediato - compreende as adjacéncias do local onde ‘ocorren o fato, 64 *+ Quanto a preservagio: Tddneo - sdo aquctes onde os vestigios forain man} os inalterados desde a ocoréacia do fato até 0 seu completo registo, Iniddneo -sio aqucles em que os vestgios foram alte~ rados ¢ considera-ge 0 ocd! contaminado, A alteracdo pode se dar por adiedo, subtragdo ou substituigdo,, + Quanto ares Tnterno -éaqucle coberto, podendo ter ou no sua ea confinada por paredes,fetndo os vestigiosprotegdos ‘contra as intempéries Externo - & aquele que esté sujeito & influéncia das intempéries, que podem eearretar alteragdes ou des- truigdio das evidéncias fsicas, Virtual - € aquele onde nio hé relagao direte enire eterminado espaco fisico e a presenga dos vestigios 9 ser percno, Por excelnca, 08 locas de crime de internet sfo locais virtuais. i (Bspindula, 2012) nao faz comentirios especifivos quanto classificagdo de locas de crime. O tema Sizocal de Crime” ndo € abordado em (Tocchetto, 2009). 3 Isolamento ¢ preservaca0 A fonte de informacoes do Petia a ee rofissional. Para qued €eto do loca | e roe oo primeira medida a sofa, arelirada do arbient See ee 169 do Cod do mesma s Teta pelos Pevitos Ofcius Aste oer en pone 2 Dedisposto na lel, que visa a plese vale Get finda outros motives para odsolaniet de | 3.1 Garaatir a seguranca fisica do Perito Muitas vezes 0 Perito pode corer risco de vida ao realizar © wabalho pericial em um local mal isolado. Cite-se como exemplo levantamentos de locais de acidentes de trénsito 38 movimentadas, sobremaneira em condigdes de idade por se tratar de horério noturno. ‘Ontra situaeao equela em que o local se situa em éres de alta criminalidad, tais como favelas dominadas pelas qua- drilhas de tréfico de drogas. A indispensabilidade do exaine de compo de delito justifica que um aparato de seguranga seia estabelecido pelas foreas policiais de maneira a permitir que © Perito possa desempenhar o seu trabalho. ‘Observe-se, ainda a importincia do isolamento em locais proximos & encostas ou grandes leitos de Agua, uma vez que a queda nessas condigdes pode ser fatal 32 Controlar o acesso as informacoes obtidas no trabailto pericial Em um primeiro momento, somente os policias relaciona- dos ainvestigagao policial devern te acesso as informagSesobti ds nos levantaments periciais. Somente @ Autoridade Policial, titular da investgagto, pode determinar quai informagdes devers ser transmitidas aos familiares da vitima ou a midia esas nessocsatea | Novamente demonstra-se a necessidade do isolamento, desta vez para permitir que as informagOes obtidas nao sejam captadas por pessoas indevidas nas proximidades do loca. 3.3 Preservar a integridade it imagem da(s) vitima(s) Durante os levantamentos periciais, principalmente em locais de crimes contra a vida, faz-se nevessério despir 0 cadaver na busca de vestigios relacionados & ago delituose Quando @ vitima esté na via piblica ou em locais de fécil acess0, 0 isolamento inadequado expe a integridade da ‘imagem da vitime, pois tanto as curiosos quanto a midia teréo total visibilidede do cadaver mu, Para evitar este problema deve-se recomrer ao isolamento adequado, impedindo a ficil visualizagao do corpo. 3.4 Permitir 0 bom andamento dos traballos periciais Para realizar um bom trabalho o Perito deve ter tranqui- Jidade para raciocinare fazer as coletas ¢ fotografies necessé- rias a0 laudo pericial. Em um local tumultuado, com grande aglomeragio de pessoas, deo de reporters, invasdo da rea de isolamento ou exisiéncia derisco 20 Perito, tranquilidade hecessaria simplesmente ido existe. ma, vez. que 0 local se gncontta bem isolado, apbes Jimpbrtunar o Perito sio coibidas antes doo exams, fciando j cob Ragen correta 0 “sal eliarpesimentonto local décrime, que ee SRE Seite iasntracto Plocais de morte violenta, : aver coh tabi ou pléstico; em loca de ehtieldosyelculos do posicionameato original Sst0" de trfego na area onde se concenttam 0s ‘vestigio; ¢alterdpdo de objetos em locais de crimes contra © patrimonio, detire-aitras. No mbdulo referente aos VES- TIGIOS, certamente a questio da preservagdo ficari mais cevidente, pois sertio mostradas as consequéncias das alteragdes dos vestigios na determinagdo da dinamica do crime. Resumindo + Local de erime & a porgio do espago em que, aparente- mente, necesséria ou presumivelmente, hajam sido pra- ticados, pelo criminoso, ou eriminosos, os atos materiss, preliminares ou posteriores, & consumagao do delito, € com este diretamente relacionados, + Classificam-se como Ermos ou Concomidos, Abertos on Fechados, Mistos, Méveis ou Iméveis, Isalados ou Contiguos + O isolamento do local é a retirada do local imediato de todas as pessoas até o érmino dos exames perivais. + A preservagdo do local é a no altergao do estado das, coisas, ou seja, nfo alteragio dos vestigios e demais elementos do local Moov to 4 - Vestictos, Evinincias E Inpicios 1. Definigdes e classificagdes © Inguérito Policia é 0 procedimento administrative que regista a pare escrta da investgagto criminal, estaoconjunto de diligéncias e providéncias realizadas com 0 objetivo de apurar aautoriae materialidade do feo pico, demonstrando- as através de provas, de acordo com o disposto no Inciso Il do Amigo 6 do Cédigo de Processo Penal: “Art.6" Logo que tiver conkeckmento da prética da in- _fragdo penal, a eutoridade policial deverd: 111 colher todas as provas que servirem para o escla- renee dente comune Mas, final, 0 que é prova? O temo frog orga do latim “probatio”, que pode ser traduzida comijex} mentagéo, verficagio, exaie, confifiiaeto, confront, dando oxgema vet prabare 2010), De maneir Coa au tos, puiblicos 0 fiscais¢ outos. + Material: compo 8H, mento do esime, ete ‘Anda, a prova divide-se em direta, que refere-se 20 fato probando, ou indireta, que afrme outro fato do qual, por via de racigcinio, se chege ao que se deseja provar, necesstando dd umn raciocinio intitivo (Dorea, etal, 2010}. OutrasdefingBis so também extremament importantes xno campo probotirio, qusis sejam: Presungio:juizo,opinito pessoal, conviogdo ou suspeita que formam nossa consciéncia (Dorea, tal. 2010), Vestigho: € toda marca, objeto, sinal, rastro, substancia ou ‘elemento que seja detectado em local onde hija sido praticado | tum fato delituoso (Dorea, et al, 2010). Na visio de (Velho, ‘et al., 2012), 6 todo objeto ou material bruto constatado e/ot rocolhido em local de crime ou presente em uma situagao 8 ser periciada e que seré analisado posteriormente. Evidéncia: segundo (Velho, et al., 2012), 0 vestigio ‘que, apds as devides andlises, tem constatada técnica, técnica ce ciemtificamente, sua relago com o fato periciado. | jets tds. 65 Indicio: 6 todo ¢ qualquer fato sinal, marca ou vestigio, conhecido ¢ provado, que, por sua relagdo necessiria ou possivel com outro fato, que se desconhece, prova ou leva a presumir a existéncia deste dlkimo (Dorea, et al., 2010). A interpretapo do legislador em relagao ao indicio esté expressa ‘no Amtigo 239 do Cédigo de Processo Penal, que define indicio como “a circunstincia conhecida e provada, que, tendo relago com o fato, autorize, por induglo, coneluir-se @ existéncia de outra ou outras circunstincias” (Brasil, 1941). Ao olhar menos euidadoso, os conceitos de vestigios © indfcios podem ser sindnimos, entretanto hé uma sutil dife- renga entre eles. Enquanto 0 vestigio refere-se a uma possi bilidade de relagdo como fato delituoso, o indicio demonstra imequivoca relagao com o crime. Nas palavras do Professor Githerto Porto, referenciadas em (Dorea, et al., 2010), “O vestigio encaminka; 0 Indico aponta" (0s indicios, segundo (Dorea, et al., 2010), dividem-se «em duas categoria, a saber: Jndicios propositais: sto jctes delibetadamente pro- ds peloliinem,com dlguma inalidade, subdividindo-se iyos falaiieapses dorumepi now frias, elementos io a ei alerad com nig de conduzi um a oe ee “scene emob- sm nes de in erimento, ‘particular Inicialmente spots Sian tipos de vestigios ¢ as 28 oe Edital para o Concurso para a Carreira de Perito Critninl: 2.1, Manchas de sangue ‘As manchas sanguineas se apresentam com muita |] frequéncia nos locais de crime contra a vida. O estudo das -mesmas é de sume importncia e visa, sobretudo, determiner a principio, se realmente se trata de sangue humano, qual & ‘grupo sanguineo, fator RH e efetuar comparagdes do perfil genético (DNA), exames efetuados no laboratério criminal, obviamente, depois de adequada colheita procedida pelo Perito, quando do levantamento do local. Cabe, entretanto, exame no préprio local, de aspecto morfolégico da mancha, isto &, da forma como se apresenta aderida a uma determinada superficie, @ qual pode fornecer detalhes importantes para se estabelecer a possivel dindmica do evento. Seguindo a classifieagao do Professor Luiz Eduardo Dorea, um dos autores de (Dorea, et al, 2010), as manchas de sangue dividem-se em: 66 2.1. Manchas formadas por projesio Gotejamento: 0 sangue cai impulsionado somente pele fora de gravidade, com goticulas que se irradianqiase re- ularmente pela queda perpendicular das gotés varidindo Seu aspecto em razdo da distancia entre 0 foco qué a Saute a superficie em que vai se depos i Salpicos: O sangue gravidede, conjugada com ulna ceGuhde 16 Impulsio. Os salpicos se apresentam sob forma no se dispdem regularmente. Sob esse aspecto, a presen ddessas formas podem nos indicar: -Manchas produzidas por sangue caindo, estando & regito ferida em movimento (mio, brago, antebraco). Apresentam-se ligeiramente alongadas ¢ esse alongs: ‘mento ¢ tanto mais pronunciado quanto mais rapido for 0 movimento; : 68 = Manchas produzidas pela acio de um objeto, como por exemplo, a ago de um machado, cujo sangue que! se adere i lémina € projetado em alguma superficie em decorréncia dos golpes aplicados; ~ Manchas produzidas por impacto de projéteis, tanto ne ‘entrada quanto na safda, epresentando aspecto salpica- do, com grande dispersao. H = Manchas produzidas pelo ferimento numa artéria, sofrendo impulso pela propria pressdo sanguinea. Apresentam-se muito alongadas, no se dispondo re- gularmente e, geralmente, indicam o ponto inicial’ de agressio sofrida pela vitima. | 2.1.2, Manchas formadas por contato ‘Sto produzidas pelo vontato de uma parte do corpo, im- prognada de sangue, contra uma superficie quaiquer. 2.1.3. Manchas formadas por eseorrimento Sto enconttilas.ti imeios permedveis, tis como mas vestes da vitine, indiciado ou em qualquer tecido existente 10 loca (lengol, toalha, ete.) pisos de terra, areia, ete; 2.1.5. Manchas formadas por limpeza ‘Sto produzidas em decorréncia da tentativa de remogiio de uma mancha de sangue'previamente formada, Geralmente € possivel perceber 0 contorno da mencha original, formada pela coagulagao do sangue nas bordas daquela mancha, 241.6, Manchas de esperma ae ‘Sto geralmente encontradas nos locais de crime de natureza sexual, sendo pesquisades com maior, ncidéncia nas roupas de cama, nas vestes da vitima git do suspeito, no “ambiente vaginal, no eto, preservativos abandonados ou em ‘outros pontos ou ddjetos, de acordo co sa "As mainchas de sperma segues te do sangue, caracteriz ait dentificados pelo exame microscipico, por ineio de tée- nicas especiais, das célulasconstituints. & matéria abordada ros compéncdios de medicina legal, endo de extremo interesse | cm locais de infanticiio. | ficedas.nos loceis spo sent oS. Manchas de vi 67 2.4, Manchas de fezes Sto encontradas geralmente nos locais onde ocorre morte por asfixia ou em casos em que a vitima jé entrou na fase igasosa da putrefacio. Tamnbém podem ser encontradas em Tocais de envenenamento. Nao oferecem muitos elementos pesquisaveis. 2.5, Manchas de urina ‘Aexemplo das manchas de fezes, so comumente veri- ‘de morte,por sgfixia e em outros tipos de lizados para sufocat & as Tocais de morte ais somo esamo, juco vase, soo, ete. Poder, por melo de txame ibrar, orecerdados importantes par a dent ficago do criminoso, 2.9. Fibras e pelos Criminalisticamente importante em locais de morte vio- Tenta, a pesquisa de fibras e pelo pode determinar aidentidade {do ctiminoso, bem como revelar, em ceitos capos, a presenga de luta na ocasigo do crime. E importante fazer a distingo ‘entre fibra vegetal e pelo ¢ entre pelo humano e animal. 2.10. Mareas de pegadas e pneus Particularmente importantes em locais do crime, 2s pegadas e marcas de pneumaticos oferecem um rico eampo de pesquisa e anilise pericial. Os principais, estudos visamn identficar marcas e mode Tos, bem como caracteristicas especificas da pega que produziu a marea, ob & 26 68 2.11, Impressdes dentais e labiais Embora mais relacionados & odontologie legal, tais ele- ‘mentos podem ser encontredos em locas de crime em objetos, alimentos e até mesmo na vitima ou autor. A comparagao de arcada do suspeito deve ser feita por profissional habilitado. 2.42. Mareas de ferramentas Nos diversos tipos de locais com que se defroniao perito, como crimes contra 0 patriménio, homicidio, danos, podem ccorrer vestigios representados por marcas de ferramentas, os quais devidamente analisados poderao trazersubsidios de alta valia numa fatura investigaao. 2.13. Exame de solo A comparagiio entre amostras de terra colhidas em cal- gados, vestes © objetos, de suspeitos, com padrbes do local de crime, na maioria das vezes, serve somente de orientagao. pra ainvestigagdo policial. Também podem ser encontrades em locas de crimes de rns, auxando nana de veiculos em fuga. ef 2.14. Outros vestigios Existem ainda outros ibliografia relacionas tineia, sero me no. das aulas segy soe fy 2.14 Al : | | Pode ser cOnbideradas as th (para paredes, para ic). de trénsito podem indicar vefoulo envolvido que possi do atrito decorrente da colisio, ete; 2.14.2. Ferrugem Podem em alguns casos apresentarem semethanga com manchas de sangue podendo também, se encontradas nas vestes do agente ou vitima, indicar que arma ou instrumento achavatn-se oxidados, além de outrasinformacdes a depender de cada caso, 2.44.3. Pegas de roupa Observam-se em muitos locais a presenga de pecas de indumentéria, que podem auxitiar na elucidagie do fato, pelos vestigios que apresentarn: 2144.Lama ‘Oferecem interesse porque podem indicar lugares por onde umm individuo tenha passado. Podem ser encontradas nos pésdescalgos,caleados, nis roupgs emo local do crime sendo ge, rubs ss sern calgamento, ete corp ma (imediagdes mao do autor Ou da vitima, alos de crime lizada apre- stema de funcio- jento semiautomético 7 ox automitico de repeticzo. engradas ern locas euja anna, apesar eo manual, ejeta os estojos, ou ainda de ser de funcionament no caso de munieiamento de revélveres e armas similares Projéteis: podem ser en- contrados sobre 0 piso do local, incrustados em objetos ou mesmo no podem indicar que a vit- foi alvejade quando T {é estendida sobre o piso. Buchas/separadores: sio encontrados em locais onde {oj utilizada arma de calibre nominal (espingarda). Quando ‘encontrada no corpo da vitima pode indicar tiro efetusdo & pequena distancia, we 69 2.14.7. Mossas | Sao as marcas produzidas pelo impacto de projeteis | contra superficie rigides. Podem indicar a diregio e sentido | da trajet6ria do projet, bem como informar se houve algum impacto anterior. 214.8, Perfuragies a fisssagem satemapsente in As poeiras podem ser encontradas sobre 0s objetos ¢ nas roupas das vitimas ou do autor. Podem oferecer algum resultado pritico, quando o crime iver sido cometido em local intemo eo eriminaso tiver acesso por escalada, sendo entio possivel constatarem-se vestigios de pocira no proprio local. | além, obviamente, das evidencias da escalada. 2.14.10. Manuseritos [Nos locais de suicidio, mui- las vezes so encontrados bilhetes manuscrites pelas vitimas, que deverio ser recolhidos,juntamen- te com padroes de grafismos da ‘mesma, para exame grafoiéenico, 2.14.11 Venenos cha en cals de crime pois, de- Gas pessea 1 pubes gncate “haesing wevanse de DNA nto possi eta capacidade, uma ver Podem ainda ser aban- donados nolocal do crime objetos utilizados durante | s acto delituosa, seja para cconsumar 6 erime propria- mente dito ou part acessar local. Nesterol sio exem- = pos facas, machados, foi es, porretes, pés de cubra, alavanca, chaves falsas, chave-de-roda, chave-de fonda, e quaisquer outros objetos. Nestes casos 0 Perito deve ainda citar se HESS) hécortelacdo entreo instr mento eas caracteristicas dos ferimentos verificados navitimna. 70 Por se tratar de material especifico preparat6rio do con- curso, a sequéncia adotada em toda a apostila segue rigoro- samente 2 mesma sequéncia do edital. Entretanto, para gue ‘© candidato consiga compreender totalmente este tépico, no ‘entendimento deste autor, seria importante compreender as informagoes a serem transmitidas no Médulo 5. Mooputo 5 - Principais Vesticios Encontrapos EM Locals DE Crimes ‘Obs.: Caso queira o candidato avancar até 0 médulo de- uinte para, apds a compreensio dele, retroceder aeste, nd0 hhaverd prejuizo algum. Pelo contrario, entende o autor ser esta a melhor alternativa diditica, 1. Principais vestigios em locais contra pessoa tenha compreendidou ‘De manciraaiuite’ a disgnose em local dé ‘A bordagem de (Gareia, etal 3004) Ha some hhomieidios quanto 20 tipo (simples, qualificado e culposo) ¢ meio empregedo (armes de fogo e braneas,instrumentos improvisados, venenos, asfixia e precipitagao), menciona a questo da protegdo das provas e faz consideragées diversas, estas sim fazendo alguma meng aos vestigios encontrados, porém de maneira pouco detalhada, Nao tratando especifica. mente dos locais de crimes contra a pessos, (Espindula, 2012) faz um brithente trabalho de relacionar todos 08 aspectos :metodologicos dos levantamentos de locais de erimes contin a vide, porém sem destacar quais seriam os principas vestigios «em locais de erimes contra a pessoa, couforme menciongdo «em (Policia Civil do Estado de Minas Gerais, 2013) A obra de (Tocchetto, 2009) trata especificamente do tema “Balistica Forense”, néo mencionando os vestigios relacionados tos locais de crimes de erimes contra & pessoa. i Embora nenhuma das bibliografas referenciadss bm (Policia Civil do Estado de Minas Gerais, 2013) rate espdei- ficamente dos principais vestigios em locais de crimes coatra ‘pessoa, coma experiéncia deste autor eonjugada coma vasta literatura sobre o tema, inclusive a referenciada, 6 possivel determinar os principais vestigios encontrados dos levanta- mentos desses locais. Nesta etapa a andlise seré direcionada ppara situar os vestigios j4 apresentados anteriormente 2 est natureza especifica de crime. 1.1. Manchas de sangue Por se tralar de more violenta muites vezes associado ‘A uilizagdo de uma ou mais armas, um vestigio bastante co- ‘murn em locais de erimes contra a pessoa slo as manchas de sangue. Podem estar presentes no corpo ¢ vestes da vtima, 4o autor, no local, em objetos que possam ter sido utilizados como arm, etc. Rastros de sangue podem indicar que o inicio 4a agio agressiva se dew em outro focal e se estendeu para aquele ambiente alvo dos exames. Nos loeais onde ocorreu hhomiefdio, quando presentes, as manchas de sengue sio um importante instrumento para determinar a dindmica do fato, sondo a anlise da sua morfologia o principal estuda aser feito 2 loco, Gotsjamentos ingicem, gusgucia de movimento ou -tmavitaditéietembajxa Velocliade Salpicos podem indicar oe flog seforte hemorragia produzida pelo iiise teh, \tilizagio,de arma-de fogo, de mmanchas dessa, wih porais. Orta Ssnanc! diferenciahiasinen es as | Guisntidade de vestigios evar unin gan: repens eaconrados sobre o pisoe jaddem indicar que a vitima foi alvejada mesmo 0 Jf caida sGibre qpso. Estojs (cépoulas) podem indi- car a utlizagSo de armas bemiautomiticas e/ou autométicas. A propria localizapa0 dos estojos & por si sé um vestigio importante, que pode muitas vezes denunciar a posigio e/ou deslocamento do stirador, Por sua vez, a presenca de estojos de uso comum em armas de repeticao manual, tsis como revélveres e espingardas| indica que o atirador teve tempo para efetuer o desmuniciamento da arma. Buchas indicam a utilizagio de armas com projéteis mntltiplos. i 1.4, Venenos Em locais de crimes contra @ pessoa em que so em- pregados venenos, muitas vezes os vestigios s80 mais suis Copas que podem ter sido utilizados para conter um liquide com substincia venenosa, resis de comida envenenada, se- ringas e demais objetos que possam ter sido utiliaados para 1 administrag20 do veneno podem estar presentes no local € deverto ser cuidadosamente manuseados.

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