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CABECADO B A con WA MUDR Com © conrexna SOCAL ue és mulata na cor ‘comes cor néo pega ta ta quero o tou amor” t0u cabslo nfo noga’ do Lamartine Babo @ rméos Valence Vamos diteto a0 ponto. O tratamento dispensado a um negro muda quan- do muda o contexto social? Subindo alguns degraus na escala social, conse- gue © negro escapar a0 preconceito? No livro Méo somos racistas, 0 jornalista Ali Kamel reroma uma velha controvérsia, afirmando que o prin- cipal problema no Brasil nao é a aio racial, mas a baseada na classe social Em estudo apoiado pelo Programa das Nagées Unidas para o Desenvolvi- ‘mento (PNUD), entretanto, Rafael Guerreiro Osério* baseia-se em pesquisas recentes para declarar que “ainda que se comparem brancos e negros do mes- ‘mo nivel socioecondmico, persistem desigualdades entre eles inatribuiveis a utras fontes que néo o racismo”, Lenta mas progressivamente, o pafs toma consciéncia de seu proprio racismo, embora a popularidade do livro de Kamel ‘mostte que ainda ha vozes dissonantes, Para avaliar quantitativamente essa hipétese, a PESB procurou responder uma questio: a percepgio que se tem da cor de alguém pode variar segundo © status atibuido a sua profissio? Para isso a pesquisa utilizou o método de amostra dividida: a amostra total da pesquisa é dividida em duas outras idén- ticas, com apenas uma diferenga: em uma delas,aplica-se uma outra versio de ‘uma determinada pergunta ~ ou de mais de uma. O que fizemos foi, na pri- “Ein A Mba Sc dos Neos Bravo par do rojo Cama so Rac © Supa das Ba {ld Rach, apoiado plo PNUD. capitulo] Q) meira versio, apresentar a foto a seguir com a seguinte pergunca Se a hipétese de que o contexto modifica a percepeio que se tem da cor de que ofa) senhor(a) olhasse a foro desse mecinico de c = epee a alguém estiver corre, entio deve-se esperar que as respostas as duas perguntas : “Gostatia arro € dissesse se essa pessoa & branca, parda ou preta.” Mecanico de carro Na segunda versio do questionatio, 0 entrevistado era confrontado com ‘outa foto da mesma pessoa, agora vestda de reno, com a pergunta: “Gostaria que ofa) senhor(a) olhasse 2 foto desse advogado e di 4 al ssesse se essa pessoa é bran- ‘a parda ou preta.” Cada uma dessas vers6es foi dirigida a grupos diferentes, Porém com o mesmo peril de escolaridade, sexo, idade etc Advoga sejam bastante diferentes. Nesse caso, o advogado tenderd a ser mais elassifica- do como branco do que 0 mecinico de carro, Note-se que a foto para esse ex- perimento foi cuidadosamente escolhida. Ela deveria mostrar um pardo tipico, porque apenas assim seria possivel testar a variagio pendular da cor.* Como 0 pardo tipico esté exatamente no meio da escala que vai do branco a0 preto, é com ele que melhor se pode avaliar efeito do context, nesse caso a profissio, nna forma pela qual as pessoas véem a cor de alguém. Outro cuidado importante foi colocar essas perguntas antes das questoes sobre relagées raciais, que se iniciava no bloco posterior. Com isso, pretende- ‘mos assegurar que no houvesse influéncia de um bloco de perguntas sobre as respostas ao outro. Antes, porém, de passarmos aos resultados, cumpre expli- car por que essa técnica, com perguntas em duas versées de questionario, permite avaliar a hipétese em questio. Aconteceu com a empregada doméstica do autor desse livro la estava fazendo aula de auto-escola para trar carteira de mororista. Em duas cocasides, ela foi sozinha & auto-escola tentar obterinformagdes importantes para a prova que ia fazer e nio conseguit, Quando eu fui, obrive as informagées necessérias. Isso aconteceu no bairro do Itaim, no municipio de Sao Paulo, em abril de 2006. Bla é preta; eu sou branco. ec SS ee li A técnica da amostra di ‘A expressio derivada do inglés split ballor designa uma técnica muito difundida entre metodélogos ecoordenadores de survey porque permite testa perguntasa um custo relativamente baixo. Mais importante do que iso, permite proceder a expe. Fimentos nos quis todas as variveis sio mantidasconstantes, menos uma, a que é ‘mensurada pela pergunta que varia de acordo com a versio do questionério, Em amostras divididas, hi pelo menos duas versbesligeiramente diferentes do ‘mesmo questionsio,apicadas nas subamostras da pesquisa, Eo que i assegurar que as eventuais variagées nas respostas possam ser intiramente atribuidas As diferentes versbes." A rtulote exemplo, imagine uma pesquisa cm que as duas verses do ques- tionstio aplicado sejam idénticas, 4 excegéo de apenas uma pergunta. Numa dels, avalia-se @ governo, oferecendo-se 20 entrevistado como opges de resposta "timo", “bom, “ruim” e“péssimo. Na outra, as alterativas incluem também “regular”. As- sim, as diferengas entre os percentuais obtidos para as respostas “timo”, “regula”, “rim” e “péssimo” poderdo ser inteiramente atribuidas (desconsiderando-se a mar- ‘gem de erro da pesquisa) a diferenga na formulacéo da pergunta. (Os dados da amostra dividida da PESB estéo nas Tabelas 1 a 5. Para cada tabela, apresentamos a proporgio de entrevistados por versio de questionstio ‘© proporcio total da amostra. Na Tabela 1, pode-se perceber que o perfil das duas subamostras, verses 1 € 2, é muito semelhante para todos os cruzamentos realizados. Observa-se que, na versio 1, 299% dos entrevistados eram habitantes do Nordeste, na versio 2, 27%, € no total da amostra, 28%. As diferencas sio pequenas (a maior delas & de 4 ppontos percentuais paraa faixa até a 4 série de escolaridade) e praticamente todas «stdo compreendidas na margem de erro da pesquisa, que é de aproximadamente 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Portanto, pode-se afirmar que a8 diferengas, se ocorrerem, na anise das duas perguntas sobre a cor do mecinico ¢ do advogado néo serio causadas por diferengas nas duas subamostras, ma onic menor imporani uc wd re do gu denise rea i experinete ma ividida por regia oo Tabela 3. Amostra dividida por idade Tat oO 2 2 a 2 sii Tabela 4 ‘Amostra dividida por escolaridade west 2 2 2 7 Wied o a 2 3 2 To ° 8 2 3 @ Tabela 5 Amostra di por PEA e nao-PEA Varo 2 @ ca 2 7m ‘Quem ¢ mais preto, o mecanico de carro ou 0 advogado? Pelos resultados obtidos, a hipétese que defende que a cor depende do contexto ‘esti errada. Ao contririo da teoria que diz que profissoes de starus mais elevado “embranquecem” as pessoas, as diferengas apontadas pela pesquisa mostraram ‘que a identificagao que se fez.do homem da foto nao softeu qualquer influéncia. A proporcio da populagio brasileira que o classifica como “pardo”é rigorosa- ‘mente a mesma, esteja cle vestido de terno, como advogado, ou de macacio, apresentado como mecanico de carr. ‘Tabela 6 ‘A mudanga de cor por profissao acinico ta eral) 3 orga rio 2 1% 7% 5 7 Tat ” D i (Os percentuais, na verdade, seguiram na diregio oposta i esperada, Surpreen- dentemente, o advogado ¢ mais identificado como preto do que o mecinico. As diferencas nas porcentagens de “branco” e de “preto” sio irrelevantes do ponto de vista estatistico (996 e 16% para preto e 14% e 7% para branco) A conclusio é consistente: 0 contexto nao muda a forma como os brasileiros véem a cor das pessoas, Uma pessoa sera branca, independentemente de profis so, classe social, relagées pessoais, ou qualquer outro elemento contextual (© mesmo se aplica a pardos e pretos. Se voce tivesse uma filha, preferiria que ela se casasse com um branco, um preto ou um pardo? Mesmo que o branco fosse mecanico de carro? Hé virias maneiras de mensurar 0 preconceito racial, Na PESB, usamos duas. Na primeira, foi medido o assim chamado preconccito estatistico. Foram apre~ sentadas sete fotos que formavam uma escala entre a pessoa mais branca poss- vel, de acordo com caracteristicas como cabelo € olhos claros, e a mais preta possivel, com libios grossos e nariz achatado, Solicitamos aos entrevistados que dissessem qual daquelas pessoas era a mais inteligente, a mais pobre, a mais preguigosa, a mais malandra etc. Essa mancira de medi o preconceito mensura, ms — cm grande parte, as percepgdes sociais mais difundidas: seas pessoas de cor pre- ta sio vistas como mais pobtes, entéo haverd a tendéncia dos resultados capra- rem esta percepgio. Dai a expressio “preconceito estaistico”. A outra maneira utilizada na PESB foi a apresentacio de fotos que combi- nnavam trés caracteristicas: a cor da pessoa — branco, pardo e preto: a profissio — advogado, professor de ensino médio e mecainico de carro, ¢ a origem regio- nal dividida entre nordestino € néo-nordestino. Para isso, apresentamos trés cartées diferentes, cada qual com ast fotos (tal como visto na seqtiéncia dos cartes 1, 2 € 3) € as respectivas caracteristicas. Por exemplo, no cartio 1, 0 branco ¢ o pardo estio trajando macacio e foram apresentados para o entrevis 1s. O preto, vestindo camisa social, foi mostrado aos entre vistados como professor do ensino médio. No cartio 2, 0 branco era um advogado nordestino, o pardo, um professor do ensino médio também nordestino e o preto, um mecinico de carro. Em to- das as fotos, as roupas buscavam estar de acordo com 0 que se espera da respec- tiva profisio. No cartio 3, 0 branco era apresentado como professor do ensino médio, 0 pardo como advogado ¢ o preto como advogado nordestino, Cartio 1 ‘Mecénico Mecénico Professor Cartéo 2 5 4 ‘Advogado nordestino _—~Professor nordestino Cartio 3 Wo d Professor ‘Advogado ‘Advogado nordestino 5 Para cada um dos erés cartes foram feitas quatro perguntas: 1. Se ofa) senhor(a) nao tem filha, eu gostaia que ofa) Sr(a) imaginasse «que uma filha sua fosse escolher um desses homens para se casar. Com qual o(a) Sr.(a) gostaria que sua filha se casasse? 2. E se ofa) senhor(a) pudesse escolher um desses homens para dar um ‘emprego de confianga? Qual escolheria? 3. Ese o(a)senhor(a) pudesse escolher um desses homens para scr seu che fe no trabalho, qual escolheria? 4. Se pudesse escolher, qual dees ofa) senhor(a) gostaria que fosse seu vizinho? Diferentemente da primeira forma de medit o preconceito, dessa maneira avaliamos as percepg6es pelo modo como estamos acostumados a ver com maior freqiiéncia — os brancos tém os melhores empregos, 0s pretos sio os mais pobres Foi a forma para que pudéssemos avaliar 0 preconceito normativo, Aquele “pre- conceito ativo", que faz com que as pessoas tomem decisées acerca de como clas gostariam que o mundo fosse organizado. Se alguém prefere que sua filha venha a se casar com um branco ¢ nio com tum pardo, seré este 0 primeiro passo para indusir a mosa, ou outras pessoas de seu relacionamento pessoal, a se comportar de acordo. © mesmo se aplica 4 es- colha do local de moradia, a vizinhanga, e& escolha de um emprego, em fungio ddas pessoas com as quais serd obrigado a conviver ou trabalhae. As nove fotos foram apresentadas em nove combinagées diferentes entre cor, Profissio ¢ origem regional. Os resultados aparecem nas Tabelas de 7 a 9. Em cada uma delas, foram assinalados em negrito os percentuais mais elevados, ‘embora a simples observasio nao permita obter nenhuma conclusio de grande relevancia sobre o preconceito racial, nem sobre a influéncia que a profissio ou ‘origem regional possam vir a ter sobre ele. Na Tabela 9 (cartio de fotos 3), nio hhd nada em negrito na segunda coluna porque os percentuais ficaram muito réximos, dentro da margem de erro da pesquisa Tabela7 Cartio de fotos 1 - Preferéncia por branco, pardo ou preto em fungao de profissao e origem regional Pessaa gue cone Pessoa gue paren) com | Pessoa qm cores aren! ‘Tabela 8 Cartao de fotos 2 - Preferéncia por branco, pardo ou preto em fungao de profissao e origem regional Passoacom | Pessoaaquom | Pessoaque | Pessoa que wamgostaria | dariaun J escoberia pare omprego do es a eerie a ‘canfanes a ry Tabela 9 Cartao de fotos 3 - Preferéncia por branco, pardo ou preto ‘em funcao de profissao e origem regional ee es ee ee en num | escoteragare | gosta gue queatinase | emproyodo J sorseucholo | fare seu oe oe ee rane reir ana so * 2 a as. a EEE Pca, séegny 0 = z a Fras, ogee nro « ” ” 2 “ao lan on A ” " a Nara ie ° a 0 ° ‘Uma maneira de organiza estes dados ¢ decompé-los em fungio das caracterst ‘as estudadas, Assim, como sio quatro perguntas para tés cartes com txts fotos, as cores — branco, pardo e preto ~ aparecem 12 vezes cada uma dela. Além disso, 0 ‘experimento foi elaborado de tal forma que as profssées aparecessem também 12 vezes. © mesmo se aplica 4 origem de nordestino, 20 passo que nido mencionar a corigem, isto a de nio-nordestino éatinica caractristica presente 24 vezes. A Tabela 10, que apresenta os mesmos dados das Tabelas 7 a9, deixa bastante claro que os brancos sio os preferidos ~ NA MEDIA ~ quando se desja que a filha ‘ase com alguém, ou nas stuagées de trabalho moradia. Esta conclusio vale inde- ppendentemente da profissi e da regio da pessoa de cor branca. No outro extremo, a maior vtima de preconccito nio é 0 negro, como muitos podem achar, mas o par- do, Conclusio que jétinha sido obtida na medigio sobre preconceito estatistico, + 31% dos brasileiros, na média, preferem pessoas de cor branca quando se trata de escolher 0 marido para a filha, o colega de trabalho, chefe ou subordinado, ¢ 0 vizinho: + A proporcio & de apenas 249% para os pardos, as maiores vitimas do preconecito: + E 26% para as pessoas de cor preta Tabela 10 Os brancos sao menos vitimas do preconceito ‘ergata am 8 aa eae a © cto roams ot 7 2 % sero to 5 2” o acorns ante? cr ° » oy dareneee ® cates vio 2” 2 Observando-se este mesmo dado de maneira mais especifica isto é, decom- pondo-o em funcio da pergunta, vé-se que o branco & preferido por 45% (qua- se metade da populagéo) para casar com uma filha (Tabela 11). E de longe a cescolha quando s trata de alguém para fazer parte da familia (O branco também é 0 preferido quando se trata de escolher 0 chefe no tra- balho, o que vale para 31% da populagio. Os pardos nao lideram a preferéncia ‘em nenhuma das quatro perguntas. Séo os pretos que ficam na frente em “dar tum emprego de confianga” ¢ “ter como vizinho”. so Tabela 11. 0 preconceito de cor em funcao de casamento, ‘emprego ¢ local de moradia lina etm cin ml cure sponta at md, ovals eto, 0 malo rele A.anilise das profissoes (Tabela 12) mostra que hé diferengas importantes. Na ‘média das 12 situagées, os professores de ensino médio tém mais prestigio do que 08 advogados. Eles sio os preferidos nas situagées de casamento, relacionamento ‘no emprego e na vizinhanga. Hipéteses que expliquem esse resultado podem ass0- «iar a profissio como tipica de classe média, mais almejada do que a advocacia por diferentes grupos sociais, ou mesmo porque o fato de ensinar é visto como impor- tante, relevante ¢ socialmente ttl, © fato é que, independentemente das explica Ges possiveis, o prestigio nio segue necessariamente a percepgbes existentes sobre a remuneragio de cada ocupacio/profssio, Acredita-se que, na média, os advoga- dos sejam mais bem pagos e tenham mais oportunidades do que os professores do ensino médio. Porém, 0 prestigio social nao segue esta visio. ‘Tabela 12, Professor do ensino médio tem mais Prestigio de do oque advogado, que tem mais prestigio do que mec: : = EH Seeman 7 oe oar * one a = erepo a cs eS > oa z oar 7 > ae 2 = me oe oo 7 7 = — = a 7 = one > . om cos > t= vane 2 =e 7 om = vom = hae = 7 = = ES PL ORIN ST ARTIC Resumindo, se 0s brancos sio os preferidos quando se trata de casamento € chefia no trabalho e os pretos quando esti em jogo um emprego de confianca a vizinhanga, entre as profssées, 0 professor de ensino médio é unanimidade. Lidera as preferéncias nas quatro situag6es analisadas (Tabelas 12 € 13). Por outro lado, diferente do que ocorre com a cor — com os brancos lideran- do folgadamente as preferéncias para casamento ~, quando se fala de profissio, ‘0s professores néo ficam muito distantes dos advogados. O que é de suma im portincia,jé que se trata de um tema fundamental na faz e quem nio faz parte da familia iedade brasileira: quem ‘Tabela 13 0 prestigio profissional em funcao de casamento, do emprego e do local de moradia a “Alin cm tm de ina mais scar pont at més, aloe em ni, omar reads, © mesmo tipo de anilise foi realizado para comparar nordestinos ¢ nio- nordestinos. O resultado é que nao ha nenhuma diferenca entre as duas origens: 27% preferem os nordestinos (média de 12 situagoes) ¢ 279% preferem os nio~ nordestinos (média de 24 situagées). Ahierarquia cor — profissao: o context nao muda a cor, mas diminui ou aumenta o preconceito [As ts cartelas de fotos apresentam nove diferentes combinagdes entre cor (ts cores diferentes) e ocupasio (trés ocupagées). Por outro lado, a combinagio entre as duas médias, relativa& cor com a que diz respeito a profissio, resulta em. uma hierarquia de cor ~ profissio (Tabela 14). Alguns resultados merecem destaque: + Os brancos ocupam as duas primeiras posighes; *+ Os pardos ocupam as duas iltimas posigbes; + Nas cinco primeiras posigdes, és sio brancos; + As quateotiltimas posigées sio ocupadas por pardos (duas) ¢ pretos (duas); + Ser branco e mecinieo de carro (a profissio de menor satu) é melhor do que ser pardo ou preto e advogado; [Nas quatro primeitas posigbes, quatro slo professores; © pardo e o preto mais bem posicionados sio os que estio associados 4 profissio de professor. 3 resultados reafirmam que hé preconceito racial, favorecendo os brancos «em detrimento de pardos e pretos. B ele néo € suave (se & que se pode dizer que hd preconceito suave) como o estatistico; trata-se sim de um preconceito nor- mativo, Tem interagio com a posigio social mensurada com a ajuda de uma ‘proxy: a profissio, Os pardos e pretos que alcangam uma posigio social melhor (algo equivalente a professor do ensino médio) sio vistos com menos preconcei- to do que os que ficam na base da pirimide social (mecinico de auroméveis). Quando este resultado é analisado & luz da amostra dividida utilizada para ‘medir 0 impacto do contexto social na cor, pode-se afitmar que nio se muda a 253 “ percepgio de cor que se tem de alguém por causa da profissio ou do contexto, mas 0 preconceito diminui na medida em que pretos e pardos ascendem social- mente. Embora continuem sendo vistos como pretos ou pardos, da mesma for- ma como quando estavam na base da pirimide, as barreiras que antes existiam

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