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en AAntropologia da Administragao e da Govemanga no Brasil: Area Tematica ou Ponto de Dispersao? Care Costa Tscina « Antonio Cass de Soa Lima presente coletinea sinaliza-nos questSes que ‘veemos diante quer de um conjunto quer de um escopo timido demais, que ura antropologic a sensagao de reconhec- ado pelo tema da religio, tampouco pode ser mais opoligicas sobre 0 que em Ciéncia Politica foi chama- configurando-se um mote dssico do subearnpo de de assesswia 3s) padi paddas, ampiara-se e complexificarim- a rm, vim colocando desafios metodolbgcs, salizam em livros, artigos, tses dissertagdes, em mesas,s = de trabalho ¢ comunicagées em congressos, do Departamento de Anuropologi ds Univer: coordenaera do Laboraté00 de Anropoogi, istinguindo tal leque de investimentos da chamada Antropologia eho qu, muitas vezes, as referéncas hibliogrificas seiam bastan- Nic pretendemos afirmar uma homelogia entre 0s estuios de polié- «as publics uma antropologia da adinizmario e da guemanca, embora exam mabalhos de antropdiogos que se aproximem de estados de imple menaglo ¢ avaiagdo de polticas piblicas Tampouco € correto destacar com vveeméncia a novidade de estudos de administagio e governanga~ tajet6xias de longo curso de investigacio como as de Giralda Seyferth sobre politica imigratorias os desmentem com facade? s desvios € nio ceder aos efeitos de renominacio de tado da arte” de campos teméticos. Tais empreendimentos aca- ‘bam porimpor uma visio unifomizance de espagos tensionados e dinimicos de refexdo com elevado pendor para se tornarem reserhas legitimas legiimadons da posicio de seu autorneste campo, Esse tipo de intervencio, que hierarquia ¢ desqualifica, ualifcando seu autor, poderia ser chamada ce “a migica do especialista", que traveste como invesogasio ¢ estudo a mera opiniio de um autor, investda de uma retérica objedvante ¢ salpicada de ‘efeséncas bibliogrificas, omissSes estrategicamente escolhidas, que assim pre- tendem programar o futuro, Se nfo 0 conseguem de todo, com frequéncia Axmono.oci. na Amsensracto & on Governnes Ho BM » geram danos de longa d fruros no mito distr para a histsia da disiplina,susctando, em lescoberas"erecuperagdes, norey da lineraara existente na fo Iboratérias* Par oleitoriniiant, pode serum rnct, as piginas dos programas de pés-grai- tudo, nesse campo done de ufaniseos tcunfalstas,epicos de invessimentos programéticos que visam delnic“espacos privados de pesquisa” ou invadir” reas consolidadas eoutras disciplinas. Acumulamos um material pondenivel que pode ensejar siuitos outros artigos. icos, em Cuja constcuiclo os trabalhos de cudieu dveram um papel fandamental, conguar 38, como as de Cheater (1 as mais recentes editadas por Das ¢ Poole 006), entre muita outeas, ns di uma visio internacional ~-masto mais evidente autores de lingua francesa, como Ab Assim, use de admininragao adjetiada de eros. Em seu verbere, Polit iano de incoutivels funciondsios administra io constante dos quadros institucionais de Estado ida que breverente, era dies coletividade (seja ela lores, de integrantes de uma rede de ONC Asmmorotoc ba Assman cio £ Ds GoMEaNan So BAAst. 5 Iegtindeds (0 diceto qc tom acuele que governa de exercer poder € coetsio sobre quem é governaco e o quanco ¢ pereebido como corretamente cxerci= sejam passives de acesso piblico. .adotaremos wma visio mais abrangeare do pois, caso contritio, um melhor desen- ricipal, estadual federal, priticas estraruantes ee cio de seus funcionésios -,seja em seus sideraremos como parte desse dominio a prépria fosma social acredtada como ordenando uma coletividade (no caso do Esta- do Nacional braileto, 0 regime republicano ¢ademocracia), a qual se com- bbinam cena e materalidade, por exemplo, na visio de poderes Executivo, judicirio}. Incluimos, assim, 0 jogo politico parsidatio ea ese- ditas no gove 80 segmentos do empresariado e do “smundo do mercado" imbrieados profindamente no funcionamento real da “miqhina prbli ‘mo das reapropea metas de um deal de regime democritico patticipativo por um pe co)lbeal sim no sentido foucauliano de teenologias de goveeno (Foucault, 2000, 2008a, 2008b), de invencio de segmentos socias especificos por dispositivos que se estatizam a0 longo mento do que é td vel neste mom gy Casta Coors Tepamna Annonso Casiose Saves Lat do tempo, ainda que ni sejam exclusivamente limitados aos exercicios de poder da chamada administrate ita ‘Tal ampliagdo permite contemplar os vasiados caminhos pelos quais se chegou a um campo ternitico que aqui se inttula admininruzan e goernana, analico na matesiadade, n0 simbolismo e nas prisicas do primeiro desses stro lado, queremos reconnecer uma vastadispersio de dit stgagio que conduzisum a rabalhos: 0, no entanto, sofia 0 tratamento teérico-analica que efe- vamente tematize adniniirio ¢ govrnanpa Procuraremos mapear as principals zedes entcleos de pesquisadores ¢ sua maior ou menor instnucionalizacio, percebendo, simukeneamente, 08 espagos especiicos desse campo temstico que seconstinuem emadensamentos teérico-ctaogrificos Dire, administraco governamentalem seus aspectos onganizaconais, notmasivos, operacionais ¢ simbélicos, estudos sobre 0 Legislatvo, processos axiministativos de atibuiclo de dirttos er). Ao mes- amplo matesial a uma leitura sob as chaves da adminisrazao ¢ da govrrman, Uma breve genealogia da dispersaoe do adensamento ‘Tomando 0 ponto de visa da dispersio, podemos ver, fines inicios em aichos de pesquisa como o Centro Latino-Americano de Ciéncas Soc- ais (Clapes)¢ 0 Centro Brasileiro de Andlise e Panejamento (Cebrap), uma gama imensa de vengo das agies dos planos do regime sobre rurais (povos indigenas, sieuadas em meio cura et) ss (Canna Cars Tenn Asross Catoscie Sovza Lis ro Dusham e Ruth Corréa Leite Carcioso), do Programa de Pés-Graduagio em Antropologia Social do Museu Nacional (PPGAS/MN-UFRJ) e do Pro- ‘ngma antropologia urbana que, sob variadas outms influéncias se desenvol ‘yeu na préptia USP desdobrando-se hoje, veremos adiante, em estudos nos ais o Estado escd explictamente designado como tal E importante nosar oalhos dessa duas pesquisadoras, ambém esavam pec AsTiopaLocts m4 ADae TAA cAO E O4 GOFERKANCA NO BRAS. ” problemas foram indiscatvelque deve ‘eho (1976, 1978) ~investimentos que se tum campo temético em franca expansio, mar de cidlogo (Palmeira, 1977). O trabalho de Velho ‘odo comparativo para, por meio da nogio de fonteina mr capitlisea no campo que, no caso do Estado, Nos estudos sobre nessas ditegSes redundariam na anilise antzo- -miamentis na gestio de terms pablicas (Almeida, yutzos; O'dwyer, 1993). Veremos adiante que, dos Cana Corea Tessa Atsronso Cuazae ne Sotzs Lacs ratte € gourmanra aos anos de 1990 a 20C0, pardndo 19 da vida politica cosidiana em meio rural!" No contexto urbano, jd parcialmente apcatado anteriormente, amas ‘como migragi, trabalho sssaasiado, favelas, ecceagio e ages da administra ‘io publica para grandes intervenedes urbanisticss, lado a lado com estudos que mostivam as cansformagbes de formas de soczblidade até entia igen tes nas Gdades, num acentuado processo de “rise do Brail tradicional" — ‘embora nio articuladas de maneira dea — igualmente transbordaram ques- tes que, se nc foram pensadas como guitar pubes ou ages de Eade, no ceixaram de ser uma etnografia de sua implementagko, de seus resultados, anos ¢ ganhos. Uma consti iniial is lstas de dissertagdes e ceses. das nos programas de pés-graduagio de Antopologia Social do MN: da USP, UnB, Unicamp, UFSCar, UFSC, UFRGS, CFR], Uer,, UFM FPR, UFG e UFPE demonstou a amplinide dessas peeocupagiesteriticas ‘as formas de problematint-las Nao tencionamos, aesse momento, proce- dex a urna releinura minuciosa desse material, esdarccendo que citamos mais cemblemética que sstematicamente um conjunto de autores (Com as vertentes © excecdes mencionadas, em nenhum desses rs _grandes feixestemiticos —indigenas camponts urbano— aide de emografar cle manciza sistemitica 0 funcionamento das agées da adminis samental se faz presente, ainda que muitas cmogratias dessas ontem com copioso material paca relecuras, i que se referem Ha no entanto, excecSes, que enfrensaram o funcionamento da vida politics no Brasil sob chaves inowsdoras. Uma dessas vias de reflexio a paras do final das anos 1970 pode ser encontrada nos tabalhos de Roberto Dadar voltdos paraa compreensio da cidadania, da construrio do Brasil como aacio, seus valores, 1itos € dramas tanto em eventos piiblicos como paradas¢ desfiles, quanto nos meanciros dos encontros catidianos com 38 regras igualitrias vividos em seus manejos hierirquicos (DaMatta, 1979, 1984, 1985). Uns anise dos amigos de P es.com bast ‘Sveecho brsleim”ambassoboenagiodeDeblaca re nanaentesmmpttn onsen Arwinia Latins onpanizada por Jungueira e muitos félegos do indigenismo”, na qual a0 sobre 0s povosindigenas 0 autor expt sicade de produair uma “etapa (.]dos processos tabelecimenco de terrasindigenas no Brasil”, que cfetivamentesignficaea nals “processos judicos, administrtvos e po- lkicos pelos quais o Estado ¢ levado a reconhecer determinados direitos socials envolvid © da gorernanca, Frm trabalhos posteriores, esse direcionamento seria aprofundado como, por exempio, na realizagio de uma anilise da situagio da Fund: io ao projeto Estudo sobre Teeras Indige- ‘nas no Brasil: Invasdes, Uso do Solo ¢ Recursos Nanurais, que se estendew de 1985 a 1993, Esse projeto ensejou nio apenas mapeamento do proces- 10 de regulatizagio fandiicia aplicado aos povos indigenas, mas também, dissersagbes ¢ teses de dowtorado notadamente sobre processor de a Cron Costa Tena Antenna Cannes S008 Lata assomiam como panes entretecdas da socits analsados. Cm ano antes, Souza Lima 1995, p. 11-18, 2009, p. 11-21) (Ourros deseavolvimentos de grande importincia nese carmpo temitico, 100 a chave da dispersio, esto nos tabalhos de Casto (1990, 1995} e diver. mesmo até o que se convenicionou chamar de “democratizacSo" do pals Mos os antroplogos mencionados, alguns des een ‘apearennos a seguir, para os anos 1990 e 2000, ‘mente panicipacio em inscincls da administagio direta em 6rgios consul ‘mplicaram, suas sucessivas emendas com as repercus sparadentso e para forado "mundo dos direitos”, derem Enfise crescente uma antropologia do Diseito convergindo como uma das vertentes tematic mais importantes em. ‘matiéa de adensamentos ra Antropologia da Administracio eda Govermanca Ao mesmo cio saberes antropologicos ¢ antropélo- gos, demandando posi ticos, profissionais,tedricos eesuudos emoprificos esse eenstio, as associagSes Gentfcastiveram e contineam tendo um papel fundamental como espacos de anticulagine didlogo entre redes de pes- _qusadores voltados 20 campo cas privieas governaments eda cidadania. No Sonal de Pés-Graduagio Pesquisa em Citncias Soc- .quic Grupo de Trabalho (GT) que eve como foco a discussio 4: entze cultura e politica, por vezes tendo esse tiulo, outras combinarido-o com as ideias de deologiae cultura popula. © CT foi organizado por Gilberto Velho, Eunice Durham ¢ Ruth Cardoso (as, dans nem sempre presenres por outros compromissos), rendo atuado em. todas as reanides entre 1979 ¢ 1982 e, depois, em 1984, 1994 e 1995. Foi is sum em que os trabathos apresentacos € a8 questes 3s que vimos, remontam 20s ancs 1960, 1 sobre 0 campo antropolégico, alargando ais (Anpoc), propostas, confirnanc reverberaram amplarn es, ten atuado por meio de otras inicia- concursos de pesquisas sobre teméticas licagdes,sendo o Prémio ABA //Ford de Disei- cio cm 2000, curante a presidéncia de Yonne Lite, um dos principais!” Coletineas outras organizadas pela Associagio, todas constitudas a partir de discussbes realizadas em diferentes espagos pro- picados pela associa i Em todas essa publicacies, o proprio papel do antropélogo sempre se fez presente como objeto de re! (Case Costa Tanta & Axrone Castes 02 Sova Lath No plano de ums reflexio internalista & Antropologia essa conjunnara aecp s0 campo da produgio antrapalégica no Brasil dislogou com a pro 0 380 do primeizo, ¢ das h 120 caso do segundo, Outras deena entrees, apresenga de Cifond Geert no cen da Anopolo- gata chanada ‘omaram.se crisicas de arigem variada, specificas namesma quads fem-s¢ Gta, por exeralo, 28 pro- em Glia instincia, 20 Estado contemporineo em sociedades complexas, Algurnas das prmeirase mais infuentes consequéncas aesse particdar foram ce incremento dos estados sobre nacionalismos, os chamados estudos pés- coloniais ¢ aqueles sobre o desenvolvimento. Em suma, uma configuragdo F € orbita o problema do surgimento ¢ da manurencao da forma conecito de Estado nacional, Adicone-s isso. crescente necss- feade de redo sistemitica geada pelo progressivo aumento dos espacos de profissionalizacio extrauniversitiris,seja na administragio pliblica de Esta- dos nacionais, em agéncias de cooperagio técnica intemacional~ fendmeno ‘que ganhou novos matizes no mesmo periodo -, seiaem organizacies no overt sobretado n0s desdobramentos dos “procestos de democta- Saacio” pos-regimes auxotitcios coeténeos e sobreviventes 20 “indo da (Guerra Fra” em paises larino-americanos,afrcanos ¢ ast campesinos, owes rigens plaid pe, crete Eos Wolf oc Bra ean mate et m= We? 2008) nonecto & na Gennangs No Baast. ss os investigadores em Anuopologia didoga- mages acima mencionadas, razendo as mar- perioda até o presence, Intersticios discipiinares graduagio. Nosso ((e)producto antropols “cissicoe” dadiiplina cdagens floséficas ¢ uma 40s contemporiineos se contrapSem a outa tends em que os autores da ‘Antropologi slo combinacos aos de outras ediniesdscipnates. Uma consulta nl internet ~até porque ner ru est disponibilzado homoge: is ementas de curso dos programas de pés-griduacio em Antropologa nos apresenou, como tendéncias gerais, dois pos de cursos nos quais a adminizmazio a gveranga os a polica, 0 poder e/ow o Estado — so shordadas: 0 que tomamnatemitica em sicomo efxo articuiador da Wteratura a ser discutida, e aqueles que, a partic de outro incluem, ‘utara e Poder”, “Antropologia do Po- 1tropologia do: ionais”, “Antropologis eo estado das ganizagies estatas” “A ntropologia do Dieta /Jurcica" trazem uma or. anizacio bibliogrifies alr uma apresentacio de autores fondado- rescom construcio de (que consinsem histor guns problemas especificos ent os muitos iexdes antropoldgicas em eouno das el (Cases Corea Tenis Anrono Cantos Souza Ln, rarura sobre campesinat ‘em um dos verores princ ca. Outros eapicos Alguns desses cursos sio enviesados pela tendéncia 20 centramento na literatura anteopoligieae alguma Slosofia (politica ou no); ‘outros recuperam amplamente a letura sobre politica em sociedades ditas sem Estado ou acéfaas. 45505 histéricos especificos. Jie segundo po de curso ~ aquele que, a past: de outro recor, destaque para a eenologia indigena, as celagdes in complexas, os estudos de ginero, a antzopologia lobalizagio eos estudos ambientus. E predominanremente nesse conjunto cpoder, os cursos trax preender o recorteprincipalda discpina. ‘Asm, porexepl, Michel Foucanit e sua eaborario sobre a govemamentaldadee, mais especifcamente, sobrea En expect E. E. Evans-Patthard, Edmund Leach, Max Gisckman ¢ Vieoe Totnes, somber presenter emioutns mecaidader de cum ‘20 manejo das populacse: foucaultiana so ferramentas conceitusis imporantes para compre: ‘Tratar-se-ia, portanto, precor igrafias no permite aferit 0 quanto a discussio cetmogtifica reverbera na reflexio sobre as teoras acerca das formagSese dos processos estatais ou, ainda, se essas teoras sio objeto de exerutinio em sua ),c- aco em 1993, mais bem explorado no antigo sobre ginero neste mesmo vokeme, porém, entre suas inhas ce pesquisa, here dribuigio da ase 2 , na adminiscragio de justiga ¢ agio polical no mesmo tezzen 2000, 2006 dente outros}, ent ours mais, Adriana G. Pisciteli (2004, 20092, 20096), cujos trabalhos mais recen- ses demonstrim aspectos do exerci cosidlano da adminimayo na pmernanca decorpos ¢ sujeitos sociaisvaridos, com fontes tedricas bastante afies is smercionadas No imbiro do MN-UFRJ, organizou-se, em 2001, 0 Laboratério de Pesquisas em Etnicidace, Culrura ¢ Desenvolvimento (Laced, ), sob a coordenagaio de Joko Pacheco de Oliveira e Anto- aio Carlos de Souza Lima” Nele, reaniu-se um conjunto de pesquisas ¢ esc uma siete da tse de dourormenco de Lima (000), odeatada Wooreranr. ‘bul de Arrud 2006), onginalmese ‘uma tee de douorado needs Ema ama cpa 3 sty ie emeen 10 indies «gone: wo Base Ss Prana, eieadsia 0 PPGAS,IN em 2002 Sanaa RRNA RE REE ERE os Govemiasca so Bis, * re passaram a ser desenvolvidos desde 1998, mas re terra indigenas desde a década 3s indigenistas ¢ movimentos indigenas, iades na dea da administra © gern set foco principal” Contando com sucessivos Snanckamentos da Fundacio Ford ¢ hoje da Fa é integrado por diversos pes- guisadares. No proprio MN-UFRJ, Vianna (1999, 2003, 2005}, cujo trba- Iho tem-se voltado para a administragio de justia e produgio de direitos, abordando teméticas cas como as formas de gestio da infincia, sesuais (Vianna ¢ Lacerda, 2004), em orentado preocupagdes, como o de Ferreira 2010)” Nos anos 2000, observamos outrarticuasoeelevante no que concerne 0s escudos antropol politica ¢ do Estado 20 ambito do Nicleo ssquists (Nufep, da Universidade Federal es judas ene pbicon ge bhdconvergéncias entre arbas e ourrasinsinuigbesgovemamentas. Assim, en- ‘20022, 002%, 20026) de cbalhos dreamene forados nas ages da rr algumas des pubieadan coro Ramos (2006), Bronz 2010) Valente 2319, 6 (Casta Costa Terra x AxToN Caains be SozA LA (Mora, 2003); etnografias do lugar do “bico” no cotidiano do policial (Coe tes, 2005) e sobre a conseructo da verdade na experiéncia do “disque-dentin- cia” oasintesagdes entre ainformacio anéaima, os policais ea eidia (Mores, Aandlise do Estado, tea em que mantém suasinvestigagies e orientam pes- 8 Ger ambi Sich 009, Mae G05, Nascine (009, ose es ou © tga atin Niseode Ancona Pots do Ede = do eealo da UFPR). tena Axrmorotoait a4 AnsasTnacko © ba Govern Ho Baas, pias, publicaram, em 2000, na Revste de Antmpolega, 0 artigo “Notas sobre aanilie antropoligca do Estado bnasiero”, num rar esfoxgode utra- passagem dos limites da construgio de etnografiss Juntamente com Abrea (2000), que estudou o Congresso Nacional como espago para pensar a poll- tice brasileira como um sstema de trocas, Bevilaqas e Leiner tém sisternati-/ ‘camente orgunizado grupos de tabalhos sobre Antropologia do Estado nas Reunides de Antropologia do Mercosul (RAMS) ¢ também nas Reunies Brasiirasde Antropologa. Mais recenternente, outros nicleos é laboratécios foram ciados, o que indica odinamismo do campo ¢, consequentemente,anecessidade de estr- ‘mos atentos par o surgimento de novas redes erecortesetnogréficos, fa em nleos novos owantigos, em grupos de pesquisa nessa remicae em articu- coordenado por Gustavo Lins Ribeiro (Ribeiro, 1991, 2008a, 2008, € Pesquisa Antropologia Politica da Satide), coordenado por Carla C. Teixeira (Ceixeia, 20082, 2008b).* HE, no entanto, pesquisidores que, nfo tendo se onganizado em miicle- (0s, mantém importantes trbalhos na diego dos temas aquiabordados, ot- ganizéndo-se em extensasredes com pesquisadores posicionados em varadas aaincias. E 0 caso de Gilberto Velho, consoante eeu extenso investimento na lscussio dis relagdes ence cultara e politica, instiuies e poder, viokznciae coridiano em contextos urbanos diversos; Fane (1999); e, em tempos mais recentes, Piccolo (2006) ¢ Barreto (2006), no MN-UERI* Na UnB, Kelly Oliven onentow trabalhos como os de Nasciment na UFRGS, No IFCS-UFR), ainda que nfo na forma de um laboratério, [Neide Esterc tem desenvolvido importante tubbalho de pesquisa eformagio a parc do denominado Projetos ¢ Atores Socioambientais na Amaz6nia Brasileira ~ Trajetocas, que jd gerou diversas dissertages e teses.” Ouxo pesquiiudor com esse perfilé Mauro Willam Barbosa de Almeida, do [FCH- ‘Unicamp, cuja linha de pesquisas, Teritoriatiade e Processos Socisis e os trabalhos junto comuma ampla sede de universidades, pescuisacores e ONGs ‘no projeto Popuiagées, Agrobiodiversidade e Conhecimentos ‘Tradicionais Asociados cém gerado pesquisas c orientacdes de dissertacSes ¢teses, Horizontes Futuros Em que pese o acimmulo de seflexio sobre adminisrario ¢ governanya onside nos trabalhos aqui elencados,# 0 denso ediversificado eaapeamento Podemos sinweizar essa multipicidade de esforgos segundo duas gran- des tendéncias constatadas no suey. Aquela que busca um adensamento te6tico efetvo, tendendo a ultrapassar as “eorias emogriticas” de objetos ‘mais ou menos dados, produzindo um hosizonte eérico especifico a0 cam- po temitico enfrentado, para uma ruptura episterioligica coma dispersio tama decanmagio de fees de processas ex de Estado e construgio da nasio, hoxizor sragdoe germane, de modo a produ lidade capac » enquanto hipdteses, sugerir novus investipages e novos Ear esas, enconcamn-se Sanna nice (20025 « Besmandes (2009), como se s6 dela pudessem (ou devessem) asso- verdes, ainda que sso sea feito com principios @ qualquer questio formulada, excluindo uma 3s campos disciplinares;e @) outrs que constrGia seladas como matéri para a producio etnogeifica ten clog tom fn como s Sociologia a Ciéncia Politica, a Historia e, por vezes, a Geografis;o que é tanto mais significative no caso da anilise da adrinirxio € governance, rea relativamente recente no estudo antropols- ico de sociedades complexas, ainda que profundamente araigada na tradicio deestudo do que foi concebide como “altesdade”. (ea lacuna teérico-analitca que as acompa+ -dimentos ¢ recursos) eo Estado como uma relagdes, processos, estruturas qu fongSes, Fm que nivel s estioperaado, por exemplo, sminada experiéncia ou pritica politica nio passa pelo Estado ou com este nada rem a ver? O que se esti entendendo por Esado nesse contexts? Epliitaressas mediagSes em configuracdes particu +5, apontando as genrilizagSes rentiveis a serem fas, parece-nos ser fanda- do Estado em ambos os regist0s. © (Cans Corsa Terman # AnTonso Cantos be Souza Las 2xé agora nio tendo surgido nenhuma vo2 a se rec \inieaa ser ouvida. A escolha do tema para integrar um indicio d sie denovas problemitias felizmente,comoa ABREU, Domingos S.No fie de agenba, Histsas de adocdo e da adogio internacional se Bas, Rio de Janeizo: Relume Duszari, 2002. ALMEIDA, Aledo Wage 80 podes segional. Bit F S, Antonio A.; RUBEN, Guillermo R; DEBERT, Guita G. (Ong). Deseo M. PLA. 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