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INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
PARTE I – Fundamentação Teórica e Processo de Enfermagem
1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1.1 - CONCEITOS
Plaquetas
Coagulação
Trombocitopenia
Congénitas e hereditárias;
1.1.3 - FISIOPATOLOGIA
A PTI divide-se em aguda e crónica. A PTI aguda é auto-limitativa, tem uma duração
inferior a 6 meses , atinge crianças entre os 2 e os 6 anos (sendo o pico mais alto aos 4
anos) e habitualmente surge na sequência de uma doença viral. Por outro lado a PTI
crónica, ocorre com mais frequência em menores de 1 ano e maiores de 10 anos de
idade, com maior prevalência no sexo feminino, sendo então originadas pela produção
de um auto-anticorpo (IgG) contra um antigénio plaquetário (PHIPPS, 2003).
• Contusões fáceis:
Petéquias
Equimoses
Geralmente sobre proeminências ósseas
• Sangramentos de mucosas:
Epistaxis
Hemorragia gengival
• Hemorragia interna evidenciada por:
Hematúria
Hematemese
Melena
Hemartrose
Menorragia
As plaquetas são células altamente diferenciadas sem núcleo, cuja a função primordial é
a formação do coágulo de sangue inicial, antes da actuação dos factores de coagulação.
Deste modo é então compreensível que uma deficiência de plaquetas interfira com a
formação de coágulos, sendo maior a predisposição às hemorragias.
1.1.5 - DIAGNÓSTICO
Normalmente a PTI é diagnosticada, quando são realizados testes para excluir outras
doenças mais graves como as leucemias, linfomas e síndromes mielodisplásticos
(FONTELONGA, 2001).
1.1.6 - TRATAMENTO
Os corticosteróides podem ter uma acção multifactorial. Pois atribui-se a ele o aumento
da estabilidade da parede vascular, imunosupressão e diminuição do clareamento das
plaquetas (MANTOVANI, sem data).
0,25 g/kg 1
Anti-D 25 mcg/kg 2
50 a 60 mcg/kg 1
75 mcg/kg 1
Segundo LOGGETTO (sem data), a esplenectomia deve ser a última opção terapêutica,
só em casos de sangramentos persistentes que comprometam a qualidade de vida e sem
resposta a qualquer terapêutica medicamentosa. Uma vez que está indicada, deve-se
fazer profilaxia com penicilina, vacinação prévia contra bactérias encpsuladas e rápido
tratamento dos episódios febris.
1.1.7 - PROGNÓSTICO
Proteger e tratar as lesões das membranas mucosas ou cutâneas, devido aos riscos de
infecção. Estas lesões causam desconforto acentuado nos pacientes, além de
favorecer infecções diversas, principalmente por fungos;
Promover a adequada higiene oral, para evitar infecções. Fazer utilizar e escovas
macias para a limpeza dos dentes;
Promover cuidados para evitar a dispneia como, por exemplo, manter a cabeceira da
cama elevada visando facilitar os movimentos respiratórios e expansão da caixa
torácica, fornecer oxigenoterapia;
Informar que o doente pode sentir-se fatigado e asténico. Nestes casos deve procurar
o médico;
2. PROCESSO DE ENFERMAGEM
“Para responder mais concretamente aos verdadeiros problemas de saúde, que não se
resumem somente às patologias e menos ainda ao consumo de actos médicos, as
enfermeiras utilizam, no seu campo de actividade específica, um método científico de
resolução de problemas, o chamado processo de enfermagem” (PHANEUF, 2001).
O processo de enfermagem é constituído por cinco etapas consecutivas, ainda que por
vezes as fases se sobreponham:
a) Recolha de dados
b) Análise e interpretação dos dados
c) Planificação da intervenção
d) Execução da intervenção
e) Avaliação
Permitir uma relação mais positiva com o doente, tornando-o o centro dos
cuidados, com participação nestes e não como mero espectador;
NANCY ROPER
Nancy Roper apoia o seu “Modelo teórico”num “Modelo de vida”, como podemos ver
na seguinte tabela:
Modelo de Vida Modelo de Enfermagem
3- Continuum 3- Continuum
Dependência / Independência Dependência / Independência
4- Factores que influenciam as 4- Factores que influenciam as
Actividades de Vida Actividades de Vida
5- Individualidade de Vida 5- Enfermagem Individualizada
Estas Actividades de Vida são um conjunto de acções inerentes ao ser humano que ele
procura sempre realizar no seu dia-a-dia.
Cada uma destas actividades deve ser apreciadas isoladamente devido à sua
complexidade; embora estejam relacionadas entre si.
Outro aspecto importante nas actividades de vida é que as prioridades entre elas variam
consoante as circunstâncias; neste aspecto é de primordial importância para a
Enfermagem.
Escola Superior de Saúde Jean Piaget / Algarve Página 16
Estudo de Caso PÚRPURA TROMBOCITOPÉNICA IDIOPÁTICA
O Ciclo de vida
➢ Vida intra-uterina;
➢ 1ª Infância;
➢ 2ª Infância;
➢ Adolescência;
➢ Idade intermédia;
➢ Idade adulta;
➢ Idade madura;
➢ Velhice.
Continuum dependência/independência
É importante termos em atenção que nem todas as pessoas nasceram com o mesmo
potencial para se tornarem independentes em todas as Actividades de Vida.
Inserem-se nesta categoria os indivíduos com grandes incapacidades físicas e/ou
mentais.
Os Enfermeiros que lhes prestam cuidados deverão ter como resultado esperado a
independência máxima em cada uma das Actividades de Vida, através de um programa
individualizado.
Noutros casos, em certa altura do seu Ciclo de Vida o indivíduo pode ver-se privado da
sua independência numa actividade de vida, tanto devido a um acidente como a uma
doença; neste caso o resultado esperado será a recuperação da independência na
actividade de vida afectada, no mais curto espaço de tempo possível.
É importante desenvolver a capacidade de julgamento profissional, ou seja, devemos ter
competência de avaliar as capacidades do doente, não o impedindo de continuar a
realizar as Actividades de Vida Diária.
Por outro lado não se deve exigir a um paciente que atinja a independência para o qual
ele não tem capacidades.
Já sabemos que cada pessoa, qualquer que seja o seu grau de independência, realiza as
suas actividades de forma diferente. Esta diferença surge porque uma variedade de
factores interferem na forma como cada um realiza as suas Actividades de Vida.
Enfermagem Individualizada
Os dados recolhidos foram fornecidos pela doente, pela mãe e através da consulta do
processo clínico. A colheita de dados foi realizada principalmente no dia 24 de Abril de
2008.
RN de parto eutócito, gestação normal, com 3.900 Kg, sem complicações. Esta criança
alimentou-se de leite materno até aos 12 meses de idade. Apresentou-se sempre
saudável até aos 11 anos de idade. Em 2003 foi diagnosticada Púrpura
Trombocitopénica Idiopática.
A “Mariana” recorreu pela primeira vez ao serviço de urgência pediátrica, por
apresentar petéquias.
A PTI foi diagosticada por apresentar frequentemente contagem plaquetária inferior a
10.000/mm3, tendo então iniciado tratamento com imunoglobulinas e corticosteróides.
Desconhece alergias.
Tratamento:
Dexametasona 40 mg EV, durante 4 dias (Hospital de Dia)
A jovem “Mariana”., apresenta bom aspecto geral: limpo e cuidado. Tem os olhos
castanhos, tem o cabelo castanho escuro. Aparenta ter a idade que tem e veste-se de
acordo com a idade e sexo.
Mucosa oral
Sem alterações.
Abdómen
Sem esplenomegália.
Extremidades
Sem alterações.
Tem apresentação cuidada e limpa. Bom aspecto geral. Veste-se de acordo com a idade
e sexo.
Eliminar (independente)
Respirar (independente)
Sem alteração.
Comunicar (independente)
Sem alterações. A jovem verbaliza quando sente calor ou frio. Veste-se de acordo com a
estação do ano.
Sem alterações.
A jovem é estudante, frequenta o Ensino Básico. Gosta de estar com o grupo de amigos
e no computador.
Sem alterações.
Aceitação da Doença
Sem alteração.
Refere que já encarou a doença pior, neste momento leva uma vida normal, sem se
sentir inferior aos colegas (SIC).
Doente: “Mariana” Sexo: Feminino Idade: 16 anos Diagnóstico: Púrpura Trombocitopénica Idiopática
Inicio Fim
/ /
PROBLEMAS reais e OBJECTIVOS ACÇÕES DE ENFERMAGEM AVALIA
Rub. Rub.
potenciais ÇÃO
1- Incentivo à adolescente ao repouso em caso de
2- 1. Alteração da Promover mobilização dificuldade na mobilização;
AVD adequada; Informação aos familiares para a necessidade de
Mobilização, repouso;
manifestado por Prevenir quedas. Ensino das manifestações/ sinais de astenia, de
astenia/artralgias forma a prevenir quedas;
/fraqueza devido Prestação de apoio emocional e encorajamento da
à doença. adesão à terapêutica, responsabilizando a
adolescente;
Encorajamento da adolescente a escolher
actividades, aceitando a responsabilidade para a
Independente com
FOLHA DE FARMACOLOGIA
Doente: “Mariana” Sexo: Feminino Idade: 16 anos Diagnóstico: Púrpura Trombocitopénica Idiopática
Via de Administração:
Endovenosa
Dose:
40 mg 24/24 horas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É então possível observar que o processo de enfermagem é essencial para uma melhor
prestação de cuidados ao doente e satisfação das N.H.B.
Com a realização deste estudo de caso consegui estabelecer uma relação de proximidade
e confiança com esta adolescente/família. Tendo então desenvolvido a componente das
relações humanas.
Todos os obstáculos que surgiram ao longo deste estudo de caso foram ultrapassados
pelo empenho, motivação e dedicação, assim como pela colaboração e disponibilidade
da Enfermeira Dolores Carrasqueira, para o esclarecimento de dúvidas e fornecimento
de informação relevante para a realização do trabalho.
Para finalizar e concluindo tudo o que foi referido anteriormente, posso afirmar que a
experiência de conhecer outras realidades me enriqueceu a nível pessoal profissional.
Foi de extrema importância o contacto com esta adolescente, em particular, mas
também com todas as outras com quem tive a oportunidade de contactar durante a
minha passagem pelo Hospital de Dia de Pediatria. Todos os nossos meminos são
crianças especiais.
BIBLIOGRAFIA