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A arte de escrever poesias

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Samuel Godinho

A arte de escrever poesias

Poesias para jovens leitores!

Samuel Godinho Produções

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O livreto “A arte de escrever poesias” foi
produzido em casa, por Samuel Godinho.

Godinho, Samuel
A arte de escrever poesias
Poesias/ Samuel Godinho- BH, MG
Jardim Editora, 2009

Produção Completa:
Samuel Godinho

Assessoria e revisão:
Silvânia Godinho

ANO - 2009

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Agradeço primeiramente
àquele que guiou meus dons, me deu
disposição e tornou tudo possível: Deus.

E agradeço
àqueles que me ajudaram e estimularam
neste trabalho, como meus pais e irmão.

Agradeço também
a todos os meus familiares e professores.

E dedico
a todos os leitores, especialmente aos meus
padrinhos que apreciam minha arte.

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Índice
Introdução: A arte de escrever poesias ...... 7

Lua ............................................................. 8
O que é horizonte papai? ......................... 10
A Chuva ................................................... 12
Estranho Vazio ........................................ 14
Os Sonhos ................................................ 16
Produção de Texto ................................... 18
É como brincar de amar? ......................... 20
A Árvore .................................................. 22
Primavera ................................................. 24
Inexplicável ............................................. 26
Metamorfose do Amor ............................. 28
Homenagem aos Diretores Escolares ...... 30
O Afogar .................................................. 32
O dia em que aprendi a amar. .................. 34
Para onde vou? ......................................... 36
Porém Diferente ....................................... 38
Nossa Terra .............................................. 40
Povo Étnico .............................................. 42
Tem a Gaiola ........................................... 44

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Introdução
A arte de escrever poesias

Poesia é a Arte de fazer versos.


Ela não só entretém como também toca,
eleva e encanta.
É uma forma especial de linguagem, mais
dirigida à imaginação e à sensibilidade do
que ao raciocínio. Em vez de comunicar
principalmente informações, a poesia
transmite, sobretudo, emoções.
Para transmitir emoções em palavras, usa-
se de tudo, permitindo ao poeta liberdade na
escrita, o que não quer dizer que para
escrever uma poesia não se leva tempo.
A inspiração tem que vir espontaneamente
e isso que torna difícil usar apenas o
coração.
Para escrever as poesias deste livro gastei
um ano, esperando vir inspirações para
diferentes textos. Com isso pude abordar
diferentes temas e emoções e brincar ao
máximo com as palavras.
Espero que gostem do que vão ler.

O autor.

7
Introdução da poesia: “Lua”
A Lua, um corpo celeste que gira em
torno da Terra, foi minha inspiração
para essa poesia. Veio durante a noite,
enquanto estava deitado na cama para
dormir, quando vi seu reflexo forte na
parede e me levantei para ver o que
era. Era lua cheia. Refleti a noite toda
sobre a função poética da lua e no dia
seguinte, ao acordar, escrevi o poema.

8
Lua
De que serve a lua?
Senão para ser título de minha poesia.
De que serve a lua?
Senão para ser deusa indígena.
De que serve a lua?
Senão para iluminar a noite.
De que serve a lua?
Senão para ser comparada
á um belo sorriso ou olhar.
De que serve a lua?
Senão para ser admirada.
De serve a lua?
Senão para enfeitar o céu.
De que serve a lua?
Senão para ser garagem de foguete.
De que serve a lua?
Senão para inspirar lendas.
De que serve a lua?
Senão para ser pintada
sobre uma simples paisagem.
De que serve?
De que serve?
Serve para tudo o que pouco importa.
Mas não a menosprezo,
pois se fosse de pouco valor
não perderia meu tempo escrevendo
sobre o que julgo ser pouco.

Poesia
9
Introdução da poesia: “O que é
horizonte papai?”
O Horizonte sempre me inspirou
então o difícil foi encontrar o
conjunto certo entre o título, os
versos e estrofes, e o final da poesia.
Contudo essa foi uma das minhas
poesias que mais me agradou, em
relação ao conjunto com as palavras e
ao sentimento.
A ideia de colocar essa pergunta de
um filho ao pai, como título, veio
depois que eu escrevi a poesia
explicando o horizonte e percebi que
seria a resposta ideal a tal pergunta, o
que deu muito certo.

10
O que é horizonte papai?
É onde o sol
encontra o mar,
onde ele nasce
e se despede.
É onde os olhos
não podem mais ver,
onde as miragens aparecem
sobre as dunas de areia.
É a linha
entre o céu e a terra,
a linha por trás das montanhas
onde o arco-íris não vemos mais.
É onde os barcos somem,
de onde vem os pássaros
e para onde vão os sonhos
quando encontram o fim.

Poesia
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Introdução da poesia: “A Chuva”
Não foi muito bem a Chuva quem me
inspirou nesta poesia, mas sim o que
ela ou a falta dela podem provocar. As
enchentes, as secas e o uso humano da
água me sensibilizaram e me
estimularam a escrever o poema a
seguir.
Com esse tema usei muito do que as
palavras podem passar através de um
texto, aproveitando bem a liberdade
que somente a poesia oferece.
Mostrando essa mesma história por
vários pontos de vista, quis passar uma
ideia de preocupação múltipla, já que
todos nós dependemos da
regularidade da chuva.

12
A Chuva
“Chovo logo no
A chuva chove, córrego e limpo a
esquenta e vira região,
nuvem. quem liga para
E a nuvem feita de inundação?”
ar e de água
vai olhando o mundo “Nossa não seja má!
a sua volta Lembre-se do sertão,
e vai dando volta aquele gado
olhando o mundo. morrendo de sede
e você nessa
Olha o sertanejo, indecisão.”
olha o córrego quase
a transbordar, “E aquele bebezinho
olha o bebê a que ama deitar no
passear pela grama chão,
molhada, se não tiver chuva e
olha a máquina de forte
irrigar. acaba-se a grama
verde e toda a
E olhando tudo plantação.”
aquilo
fica na indecisão: “E agora?
“Onde será que Não aguento mais...
chovo, não sei o que fazer...
no córrego, na Vou chover no
grama ou no sertão?” oceano
e dane-se vocês.”
Tudo aquilo para
quê?
Parece fácil
escolher: Poesia

13
Introdução da poesia: “Estranho
Vazio”
“Estranho Vazio” foi a forma que
encontrei para expressar um
sentimento momentâneo que me
afligiu, baseado no que sentia no
momento e no que já havia sentido ou
pensado escrevi o poema.
Esse que expressa o individualismo e
a contradição do sentimento e do
vazio, passa totalmente ao leitor essa
emoção e esse sentimentalismo
clássico da poesia.

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Estranho Vazio
Estar com pessoas
que não te gostam,
ou que você não gosta delas:
É estar num deserto
com serpentes amarelas.

Ir a festas
cujos convidados
são desconhecidos:
É naufragar no oceano,
com todos desaparecidos.

É um vazio,
um conjunto nulo
que é cheio de zeros.
É sentir-se estranho,
no meio de tanta
gente estranha.

Poesia
15
Introdução da poesia: “Os Sonhos”
Fazer “Os Sonhos” foi bem
diferente, já que essa não é uma
poesia comum e sim uma Poesia Visual.
Na poesia visual, que é outro
exemplo da variedade e liberdade da
poesia, você precisa brincar não só
com palavras, mas também com
desenhos. Esse tipo de poesia tem que
divertir a mente ao mesmo tempo em
que diverte os olhos. E isso é muito
divertido, apesar de complexo.
De qualquer forma espero que
gostem deste tipo de poesia também,
pois eu passei a gostar.

16
Os Sonhos

Nos sonhos você pode ser


GRANDE ou pequeno,
GORDO ou MAGRO,
pode ♥ ♥ijar quem você
ama...
Pode “viver” o que você não
vive.

Poesia
17
Introdução da poesia: “Produção
de Texto”
A ideia dessa poesia surgiu
realmente dentro de sala. Estava sem
inspiração alguma para escrever um
poema, mas tinha que fazê-lo. Pensei,
pensei e nada de escrever. Por fim
tive a ideia de colocar no papel a
minha situação no momento e deu no
que deu.
Apesar de ter uma organização nada
padrão, “Produção de Texto” ainda é
uma poesia simples de ser
interpretada e de fácil compreensão.
Espero que gostem!

18
Produção de Texto
__ Tanta coisa,
pouco tempo

Tic-tac,
Tic-tac

Do que
posso falar :
Amar, dançar, sorrir,
chorar .
Passa tanto,
passa tempo

Tic-tac,
Tic-tac

Tanto a pensar
e tão pouco a escrever
O tempo a terminar
e minha poesia vou finalizar...

TROON!!!

__O sinal do recreio, hora de entregar meu


poema para a professora.

Poesia
19
Introdução da poesia: “É como
brincar de amar?”
Eu realmente quis definir de uma
forma poética o sentimento que essa
poesia nos passa. “É como brincar de
amar?” é isso, essa definição desse
sentimento.
Para mim um sentimento que envolve
brincadeiras, festas e amor só pode
ser o sentimento mais puro que existe.
E foi isso que eu quis passar.
A ideia de fazer suspense sobre o
que a poesia fala até o penúltimo
verso, foi ótima e veio no momento em
que a colocava no papel. Alem disso,
sem esse “suspense” a poesia ficaria
um pouco menos interessante.

20
É como brincar de amar?
Vale tanto o
quanto amar.
Às vezes o amor,
com ela se reúne.

Sabe,
é como brincar
em dupla, trio, quarteto...
até em grupo.

Pode ser melhor


que festa .
Pode ser até
a própria festa.

Sabe,
a amizade
é assim mesmo...
Ou mais?

Poesia
21
Introdução da poesia: “A Árvore”
As árvores, as flores e a natureza,
de uma forma geral, inspiram a todos
os que sabem ver com olhos de
artista. A mim não foi diferente.
Essa poesia foi um desafio que me
tomou tempo, pois eu tinha sido
inspirado pela beleza das árvores e
sua destruição, mas não sabia como
passar esse sentimento para o papel.
No final eu consegui passar esse
sentimento de dor, revolta e
destruição da beleza.

22
A Árvore

Lá está a árvore,
com seu caule imóvel,
apenas as folhas a bailar.

O vento frio vem


e ela treme.

O outono chega,
ela desfolha.

O lenhador vem,
ela chora...
ela morre.

Poesia
23
Introdução da poesia: “Primavera”
Escrever uma poesia comum sobre a
Primavera, a estação das flores, ou
um acróstico de palavras com cada
letra é fácil e fica simples, mas fazer
um acróstico com finalidade poética é
bem mais difícil.
Para eu fazer essa poesia e encaixar
as letras da palavra primavera sem
fugir do assunto foi complicado, mas
eu encontrei a harmonia perfeita
entre frases e letras e ficou bem
legal, como vocês vão ver a seguir.

24
Primavera

Primavera é a estação do ano em que as flores


Reunidas desabrocham,
Intercalando entre
Margaridas, rosas, violetas e
As mais belas flores. Até o
Vento muda, fica mais suave
E dá as plantas um balanço que
Reina e faz da primavera
A estação mais bela do ano.

Poesia
25
Introdução da poesia:
“Inexplicável”
Apesar do título, essa poesia é bem
fácil de explicar. Nela eu tentei
mostrar que a poesia não tem uma
definição comum, onde todos darão
sempre o mesmo significado para esta
palavra.
Para mostrar esse sentimento de
incerteza sobre a definição de poesia,
coloquei na primeira estrofe frases
que indicam pensamentos de uma
pessoa confusa.
E depois concluí que o significado de
poesia é amplo demais, praticamente
Inexplicável.

26
Inexplicável

Poesia não é...


Talvez seja!
É pensar!
Pensando bem,
talvez não seja,
É como cantar!
Quem sabe seja?

Na verdade é brincar,
sentir, ouvir, viver, dizer...
falar... sei lá!
Algo que nenhuma palavra pode explicar.
Ou que só todas juntas podem dizer,
mas que poeta pode escrever
explicando algo
Inexplicável.

Poesia
27
Introdução da poesia:
“Metamorfose do Amor”
Não sei o que mais me inspirou, se
foram as metamorfoses ou as
borboletas, mas para essa poesia foi
essa semelhança borboleta,
metamorfose e amor que abriram
minha mente.
Contei este poema como uma
história não muito feliz, mas baseado
nesse sentimento passageiro que se
confunde com o amor. Além disso, as
borboletas vivem pouco tempo e
depois que eu descobri isto fiquei
inspirado, foi aí que surgiu a
comparação.

28
Metamorfose do Amor

Como uma borboleta


pensou ele,
tão belo
seria o amor.

Como uma borboleta


esperou lentamente,
metamorfose transformar
amizade em amor.

Como uma borboleta


viu que foi tempo perdido,
esperar por aquilo
que em um dia acabou.

Poesia
29
Introdução da poesia:
“Homenagem aos Diretores (as)
Escolares”
Escrevi esse poema na sala de aula,
realmente como uma homenagem ao
dia do diretor escolar.
Baseei-me em meu contexto escolar
e na diretora da escola onde estudo.
Não citei nomes na poesia, pois apesar
de ter sido baseada na minha
realidade decidi dedicá-la a todos os
bons diretores que cuidam
dedicadamente das escolas do Brasil.

30
Homenagem aos Diretores
Escolares

Como forma de homenagem


à cargo tão importante,
escrevo-lhe este bilhete
homenagem- comprovante
do trabalho competente
por ti realizado:
Da escola tão carente,
ao objetivo alcançado.

Poesia
31
Introdução da poesia: “O Afogar”
“O Afogar” é uma poesia de amor e
como toda poesia desse tipo não é
simples de escrever, mesmo sendo tão
comum. Exige muita inspiração e
criatividade, para que ela não pareça
sem emoção.
Aparentemente o final parece
trágico, mas na verdade demonstra a
preocupação e o arrependimento de
alguém em deixar o amor terminar, ir
embora, afogar.
Quem conseguir entender o
verdadeiro sentimento por trás
daquelas palavras fará a associação
com sua vida ou as levará como lição
para os amores futuros.

32
O Afogar

Como pude
deixar de te amar,
perdi a cabeça
passei a chorar...

E nos meus rios de lágrimas


passei a banhar,
Seu Amor,
até vê-lo afogar.

Poesia
33
Introdução da poesia: “O dia em
que aprendi a amar.”
Pelo título tem-se a impressão que
essa poesia fala inteiramente de amor
e paixão, mas não é bem assim. Esse é
um poema que fala do sentimento de
mudança que o amor traz para a gente.
Nessa história o “amor” do título e
do último verso não é aquele amor
entre um homem e uma mulher, mas
sim o amor ao próximo, amor de amigo.
Espero que esse texto sensibilize
vocês leitores e os faça perceber que
o amor é também esse espírito de
mudança.

34
O dia em que aprendi a
amar.
A partir de hoje,
vou deixar o orgulho de lado,
olhar o mais pobre nos olhos
e dizer a minha mãe que a amo.

A partir de hoje,
vou refletir sobre aquilo que tenho,
dizer obrigado a Deus
e abraçar quem está do meu lado.

A partir de hoje,
vou perdoar todos que merecem,
para pedir perdão humildemente
e reconquistar quem eu havia perdido.

A partir de hoje,
não vou ter vergonha de demonstrar meu
afeto,
de cumprimentar um colega
e dizer “Eu te amo!” a minha namorada.

A partir de hoje,
posso dizer sem problemas,
sem pensar se é mentira
que eu aprendi a amar.

Poesia
35
Introdução da poesia: “Para onde
vou?”
“Para onde vou?” expressa um
sentimento de derrota de alguém que
se encontra perdido e sozinho, sem
ter como lutar.
Para passar essa ideia de
incapacidade e solidão escrevi a poesia
com a imagem de uma guerra em minha
cabeça, por isso a história ficou tão
natural.
A graça da poesia não está em
simplesmente lê-la, mas sim em
interpretá-la de forma correta e
perceber todo sentimento presente
naquelas palavras.

36
Para onde vou?

Para onde vou?


Se estou aqui perdido
num lugar desconhecido,
só mato e lixo
é o que restou.

Para onde vou?


Se estou aqui parado
semi-imobilizado,
sem saber qual a razão
do meu braço baleado.

Para onde vou?


Se meu corpo está ferido,
minhas pernas estão cansadas,
minhas armas desarmadas
minha vida arruinada.

Para onde vou?


Se a fogueira apagou,
se não ha água ou espada,
e se a fonte da alma
não mais me achou.

Poesia
37
Introdução da poesia: “Porém
Diferente”
Essa é uma poesia de composição
simples e que nos ensina sobre
enfrentar os obstáculos da vida. Para
conseguir isso eu usei uma comparação
entre vida e mar, especificando a
principal diferença.
Esse poema me veio à cabeça quando
me lembrei da frase popular: “A gente
tem que cair para aprender a
levantar”, porém eu a expliquei em
forma de versos e estrofes.

38
Porém Diferente

Às vezes
caímos inesperadamente,
marcando-nos
para sempre.

Às vezes
supondo o perigo
o enfrentamos de frente,
caímos,
mas sem ficar com marca alguma
aprendemos a levantar.

A vida é assim
ondulada,
meio sem fim...

Como um oceano,
porém diferente em detalhe:
Enquanto os oceanos
acabam num continente,
a vida atravessa as barreiras,
sem olhar para trás.

Poesia
39
Introdução da poesia: “Nossa
Terra”
Essa foi uma poesia bem difícil de
fazer, pois apesar de já ter tido a
ideia sobre como fazê-la, tive que
pesquisar muito sobre palavras
indígenas e africanas.
O objetivo era falar sobre a nossa
terra, o Brasil, através das palavras e
linguagens de diferentes origens. Com
isso espero que vocês leitores
aprendam um pouco mais sobre as
nossas palavras.

40
Nossa Terra

De abacaxi a mandioca
jacaré e jabuti,
todo tipo de palavra
que a gente encontra por aqui.

Tem jiboia
tem capim,
palavra indígena
é assim.

E a cachaça e o cachimbo
o berimbau e um quitute,
é a África aqui presente
é o batuque da gente.

O Brasil é colorido
o Brasil é misturado
é o estilo da gente
é um negócio “arretado”.

Poesia
41
Introdução da poesia: “Povo
Étnico”
A inspiração para este poema foi o
povo brasileiro e a diferença étnica.
Baseado nisso, imaginei uma imagem:
um turista oriental via na rua uma
pessoa de origem africana, uma de
origem indígena e outra de origem
portuguesa e se assustava com aquilo.
E foi descrevendo esta imagem que
formei a poesia.
Outro detalhe interessante foi a
ideia de colocar um turista oriental no
texto, já que no Brasil atual a gente
encontra por aqui pessoas de todos os
lugares do mundo e imagino que a
maioria deles se assustaria em ver a
imagem de várias etnias ao mesmo
tempo.

42
Povo Étnico

Com os olhos bem abertos


vejo um negro na esquina
um índio de terno e gravata
um português a alguns metros.

Atravesso entre eles


com meus olhos bem puxados,
com interesses constantes
de turista assustado.

E me digo como sempre


que país mal assombrado
que lugar mais bagunçado
de diferença eminente.

Mas eu estou aqui contente


com tal assombração
pois diferença eminente
exige compreensão.

Poesia
43
Introdução da poesia: “Tem a
Gaiola”
Essa poesia é tão complexa que até
para mim, o autor, torna-se difícil
explicá-la.
A inspiração me veio quando vi o
desenho de um pássaro com expressão
triste, preso em uma pequena gaiola,
mesmo assim não posso afirmar que
minha personagem trata-se de uma
ave.
Esse poema expressa tantos
sentimentos (angústia, solidão,
incerteza) que torna interessante e
intrigante sua leitura e interpretação.

44
Tem a Gaiola
Tem a gaiola Tem são dez anos,
e eu sozinho, preso vinte talvez,
nela. entre os lixos que
Tem a TV tenho
do lado de fora, calendário não tem.
e tem a viola, e tem
a sacola. Olha que bom!
Bonito talvez!
Tem a comida A gaiola aberta
para mim servida , e posso voar,
tão esperada pois agora é tarde
e tão querida. e eu vou ficar,
pois mal sei se sei
Tem um menino voar!
tão pouco que vejo,
e tem umas fotos Estou acostumado,
em preto e em pareço conformado,
branco, e quem sabe
e tem um menino... animado!

Tem tudo isso,


que nunca eu tive
e que pouco me
importo,
pois comparado ao
que tive,
quando fui livre...
Nossa!
Só tenho lixo.

Poesia
45
Samuel
Godinho
(o autor)
Nasceu em Belo
Horizonte, Minas
Gerais, em 1996.
Filho de Miguel
Arcanjo e Silvânia
Godinho, sempre
se interessou por
arte, arquitetura e
por escrever
histórias e livros.
Atualmente cursa
o Ensino
Fundamental na
Escola Estadual
Síria Marques da
Silva, onde sempre Ilustrações retiradas
da Internet.
estudou.

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