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Engenharia do Vapor Treinamento Flash Steam and Conden: Engenharia, Servicos e Produtos INDICE SEGAO 1 - INTRODUGAQ. 4 SEGAO 2 - ENERGIA, TEMPERATURA E PRESSAO. 2.1 ENERGIA 5 2.2 TEMPERATURA. 2.2.1 A escala Celsius (ou Centigrado) °C- 2.224 escala Absoluta ou K (Kelvin) ~ 2.2.3 Ponto Triplo 23 PRESSAO 2.3.1 Pressdo absoluta (bara) 2.3.2 Pressdo manométrica (barg) = 2.3.3 Vicuo ou pressao negativa-—- 23.4 Pressdo diferencial 6 6 6 6 6 SECAO3 -0 QUE £ VAPOR? 7 3.1 ENTALPIA es 7 7 7 9 9 0 3.1.1 Entalpia do Liquido, Calor Sensivel ou hy 3.1.2 Entalpia de Evaporagdo, Calor Latente ou hy 3.1.3 Energia Total ou hy. 3.2 THTULO DO VAPOR E ENTALPIA 3.3 RELACKO PRESSAO/TEMPERATURA DO VAPOR- 3.4 RELACKO PRESSAG/VOLUME DO VAPOR ‘SEGAO 4 - VAPOR SUPERAQUECIDO. ‘SECAO 5 - QUESTIONARIO 1 SEGAO 6 -O VAPOR COMO TRANSPORTE DE CALOR 14 6.1 Agua, 14 6.1.1 Agua @ Baixa Temperatura: $$$ $$$ 6.1.2 Agua d Média ¢ Alta Temperatura 14 (6.2. O10 ERMC 63 Vapor 15 (6:4 COMPARACKO DO FLUIKO PARA I KW DE ENERGIA 16 SECAO 7 - QUALIDADE DO VAPOR. 17 7.1 A QUANTIDADE CoRRETA. 7 7.2 TEMPERATURA E PRESSAO CORRETAS- 7 7.3 ISENCAO DE ARE GASES INCONDENSAVEIS. 18 17.4 FONTES DE AR E GASES INCONDENSAVEDS 18 7.5 Le1DE HENRY 19 7.6 ELININAGAO DE IMPUREZAS: 19 7.7 THTULO DO VAPOR: 20 SECAO 8 - TRANSFERENCIA DE CALOR- 21 SECAO 9 - QUESTIONARIO 2 23 SECAO 10 - VAPOR SUPERAQUECIDO. 24 10.1 © DIAGRAMA DE MOLLIER 28 SEGAO 11 - CONDENSADO E VAPOR FLASH. 11.1 VAPOR FLASH- 29 11.2 CALCULANDO O VAPOR FLASH. 30 Pag. 2 Valthermo vir SECAO 12 - QUESTIONARIO 329. 32 SECAO 13 - PURGADOR -33 13.1 0 que Faz UM PuRGADOR? 13.2 CoMO SELECIONAR UM PURGADOR- 34 133 Tos De PURGADORES ——————__________ SECAO 14-GLOSSARIO. 37 cw Valthermo_ Pag. 3 SEGAO 1 - INTRODUGAO © vapor tem sido usado como fluido gerador de trabalho ou transmissor de energia, desde 0 inicio da revolucao industrial. Hoje o vapor € ainda muito utiizado na industria, no s6 para gerar forga mecanica (por exemplo mover uma turbina) mas também para aquecimento e aplicacdo em processos. As vantagens do uso do vapor como fluido motor sao: * Facilidade de distribuigao e controle * © mesmo fiuido motor pode ter trabalho combinado para gerar energia, prover aquecimento ou ser utilizado em proceso. Ainda mais, 4gua e vapor possuem os seguintes méritos: * A agua é sem duivida 0 liquido mais comum do planeta Terra. Ela é abundante e barata; * Agua é quimicamente estavel e inofensiva a saude; * A Agua é transformada em vapor as temperaturas bem inferiores aos limites metalurgicos dos materiais utilizados em geradores de vapor; + Agua e vapor sao bons retentores de calor, e a evaporagao da agua em vapor envolve uma grande absorcao de calor. Isto significa que as dimensdes e o custo das instalagdes nao sao relativamente grandes. * O calor é fomecido ao processo por condensagdo a temperatura constante e com altos coeficientes de transferéncia de calor. Esta condensagao a temperatura constante elimina qualquer variago de temperatura que possa existir nas superficies de troca térmica. uso do vapor garante um meio ideal para o transporte de uma quantidade certa de energia calorifera até o ponto de consumo e isto é feito tdo eficientemente sem a necessidade do uso de bombas de recirculagao. O vapor é utilizado em muitos processos industriais e em sistemas de aquecimento de ambientes hé muito tempo, principalmente devido a: * Alta capacidade de transferéncia de calor * Simplicidade de transportar esta energia calorifera ao longo das tubulagdes de distribuicao. * Facilidade de controle do proceso As vantagens apresentadas no uso do vapor, para processos e aquecimento, provavelmente nao serao superadas por outro meio de transporte de calor. Pag. 4 Valthermo cvio1 SECAO 2 - ENERGIA, TEMPERATURA E PRESSAO 2.1 Energia No contexto deste curso vamos nos interessar especificamente pela energia calorifera. No Sistema Intemacional de Unidades SI as unidades utiizadas sao 0 Joule, definido como 1 Nm de trabalho, e 0 Watt definido como 1 J/s (ou 1 Nmvs). Outras unidades incluem o BTU e a Caloria e os fatores de conversao s4o facilmente encontrados em diversas literaturas. 2.2 Temperatura No Sistema Internacional de unidades a temperatura 6 medida em °C ou K. Nas ‘equagées termodinamicas o Kelvin é a unidade normalmente utlizada. Ca ee] fan] spate] 2.2.1 A escala Celsius (ou Centigrado) °C E a escala mais utilizada pela engenharia, tendo o zero da escala convenientemente, embora arbitrério, correspondente @ temperatura na qual a Agua congela. 2.2.2 A escala Absoluta ou K (Kelvin) Escala similar @ anterior, com os mesmos incrementos, mas com o zero da escala correspondendo com a minima temperatura de uma substéncia quando todos os movimentos moleculares e atémicos sdo cessados (-273 °C). A temperatura absoluta na qual a agua torna-se gelo é 273 K, e a relacdo entre as duas escalas vistas é estabelecida pela seguinte relagao: T(K)= tC) + 273 Por exemplo, na presso atmosférica, a Agua transforma-se em vapor a temperatura de 100 °C ou 373 K. Tendo as duas escalas 0 mesmo incremento, a diferenca de temperatura de 1° C é igual a 1K, entéo um aumento de temperatura de 10 °C é exatamente igual a um aumento de 10 K. Isto é muito importante em calculos de transferéncia de calor nos quais as unidades podem ser expressas em Watts/m?.K ou Watts/m?. °C; note que nao ha diferenga nas equacdes em fungdo das variagdes de temperatura. 2.2.3 Ponto Triplo Este é um ponto fixo escolhido para ser a base da escala termodinamica, no qual localizamos o ponte triplo de Agua pura. =] cyt Vatthermo Pag. 5 © ponto triplo de agua pura é uma combinaco particular de temperatura e presstio na qual gelo, 4gua e vapor podem teoricamente coexistir em equilibrio termodinamico. A temperatura na qual isto ocorre tem sido internacionalmente aceita como um ponto fixo na escala absoluta de temperatura, correspondendo por definic&io a 273.16 K a pressao de 0.006112 bar. Esta pressao € muito proxima do vacuo absoluto. Somente a esta temperatura e pressdo podem os trés estados da Agua existirem na mesma fase. Se nestas condigdes a pressdo for reduzida para uma mesma temperatura, © gelo, ao invés de derreter, torna-se diretamente em vapor por sublimacao. Portanto: a unidade da temperatura termodinamica (Kelvin) € a fragdo 1/273.16 da temperatura termodinamica do ponto triplo da 4gua pura. 2.3 Pressdo As unidades usadas para expressar a pressdo variam muito em termos de escala Imperial e Métrica e diversas derivagdes. As unidades incluem Ibffin?, kg/cm”, bar e Pascal. Aqui usaremos a unidade bar, fatores de conversao sao facilmente encontrados em inumeras fontes. Esta figura ilustra quatro maneiras de indicar a presséo. 1 [= Bar | —— [Presse Manom. [Bar Pressio Atmostérica OBar 1 |Vacuo Perfeito Pressdo Manométrica = Pressao Abs. - Pressao Atmosf. 2.3.1 Pressdo absoluta (bara) Esta € a pressdio medida a partir do vacuo perfeito. Exemplo: no vacuo, pressao igual a zero bar Abs. 2.3.2 Presséo manométrica (barg) Esta é a pressio medida a partir de um referencial, que é a pressao atmosférica local Portanto, presséo manométrica ¢ igual a: Pressao absoluta menos Pressao atmosférica. 2.3.3 Vacuo ou pressao negativa E a pressao abaixo da pressdo atmosférica. A pressao de -1 barg corresponde ao vacuo perfeito. 2.3.4 Presso diferencial E a diferenca entre duas pressdes. Pag. 6 Valthermo cvior SEGAO 3 - 0 QUE E VAPOR? 3.1 Entalpia A geragao de vapor ocorre através do aquecimento da agua até o ponto de ebuli¢ao e entdo por adi¢ao de mais calor faz-se a evaporagdo da agua aquecida transformando-a em vapor. Estes dois estagios tem recebido uma série de denominagées através dos anos, mas podem ser referidos como a seguir: 3.1.1 Entalpia do Liquido, Calor Sensivel ou hy Este € 0 calor necessério para levar a agua até a temperatura de ebulicdo. O termo Calor Sensivel ¢ usado porque o calor adicionado a agua causa uma variagao de temperatura, No entanto, o termo usado atualmente é Entalpia do Liquido. A porgao de calor necessaria para elevar 1 kg de agua de 0 °C até o ponto de ebuli¢ao Pode ser observada em Tabelas de Vapor como a mostrada na pagina seguinte. Exemplo. A pressao atmosférica (0 barg), a Agua ferve a 100 °C, e 419 kJ de energia sao necessarios para aquecer 1 kg de agua de 0 °C até o ponto de ebulicdo, na temperatura de 100°C. 3.1.2 Entalpia de Evaporacao, Calor Latente ou hy Esta € a porcdo de calor necessaria para transformar a agua, na temperatura de ebulicdo, em vapor. Quando é adicionado calor, nao ha mudanca de temperatura na mistura agua/vapor, toda a energia é usada para transformar a agua, do estado liquido ‘em gasoso (vapor). O termo Calor Latente é baseado no fato de que o calor adicionado ao processo nao causa variacéo na temperatura. No entanto, o termo utilizado atuaimente é Entalpia de Evaporacao. Novamente, a quantidade de calor necessaria para evaporar 1 kg de agua a temperatura de ebulig&o, pode ser lida nas Tabelas de Vapor. Exemplo. A pressao atmosférica (0 barg), serao necessérios 2257 kJ de energia para transformar 1 kg de agua a 100 °C em 1 kg de vapor a 100 °C. 3.1.3 Energia Total ou hy Esta € a energia total contida no vapor, e € obtida pela simples adigao da entalpia do liquido com a entalpia de evaporagao. Novamente, esta informagao pode ser encontrada nas Tabelas de Vapor. Exemplo. A pressao atmosférica (0 barg), a agua ferve a 100°C, e 419 kJ de energia so necessérios para aquecer 1 kg de agua a 0 °C até o ponto de ebuli¢ao a temperatura de 100 °C. Um montante de 2257 kJ de energia so necessérios para transformar 1 kg de gua a 100 °C em 1 kg de vapor a 100 °C. Portanto, a energia total € 419 + 2257 = 2676 kJ cv Valthermo Pag. 7 Entalpia em kiikg Pressao Temp. Agua Evaporagao ‘Vapor Volume: Bar °c hy Ys bs ming ° 100 419 257 2676 1.673 1 120 506 201 2707 0.881 2 134 562 2163, 2125 0.603 3 144 605 2133, 2738 0.461 4 152 er 2108 2749 0374 5 159 641 2086 287 0315 6 165 697 2066 2763 0.272 7 170 721 2048 2769 0.240 Extraido da Tabela de Vapor Quando 0 vapor transfere calor para o proceso, é a entalpia de evaporagao que é transferida primeiramente. O vapor vai condensar, resultando em agua a mesma temperatura. Entdo, efetivamente a entalpia de evaporacdo é a energia transferida a Agua a temperatura de ebulicéo para transforma-la em vapor, e posteriormente transferida ao processo, condensando 0 vapor novamente em agua a temperatura de ebuligdo. © vapor @ pressdo atmosférica é de uso impraticavel. Isto porque nado podemos transporté-lo convenientemente a esta pressdo, através das tubulagdes, até o ponto de consumo. Entao para aplicagdes praticas 0 vapor é gerado em uma caldeira (equipamento de geragao de vapor) a uma pressao que corresponde as necessidades do processo ao qual ele é aplicado. Se a Agua 6 submetida a uma pressdo superior a pressdo atmosférica, a temperatura de ebulicao certamente sera superior a 100 °C. Exemplo A7 barg, 0 ponto de ebuligao da agua é 170 °C. Notamos que mais energia deve ser fomecida a agua para eleva-la até o ponto de ebulicao a 7 barg do que o necessario se gua estivesse a pressdo atmosférica. A Tabela de Vapor mostra um valor de 721 kJ para elevar 1 kg de agua de 0 °C até a temperatura de ebuligao de 170 °C. Note que a quantidade de calor necessério (Entalpia de Evaporagao) para transformar gua 4 7 barg em vapor é menor agora do que na agua a pressao atmosférica. © valor agora é de 2048 kJ. A Tabela de Vapor também mostra que a energia disponivel (Entalpia de Evaporagao) para troca imediata quando o vapor condensa, vai decrescer em valor conforme a pressao de geracdo aumenta. Pég.8 Valthermo_ cwo1 3.2 Titulo do Vapor e Entalpia © vapor produzido no ponto exato de ebuligéo para a presséio especifica é conhecido como vapor saturado seco, produzir vapor 100% seco em uma caldeira industrial praticamente impossivel, porque o vapor vai conter invariavelmente particulas de agua. Se a porgao de gua contida no vapor da ordem de 10% em peso, ent&o este vapor dito ser 90% seco e tem um titulo 0.9 Portanto o atual valor de entalpia de evaporagao (energia calorifera) do vapor nao é 0 valor de h,, mostrado na tabela de vapor, mas é o produto do titulo do vapor x e h,. A ‘atual’ entalpia de evaporagao do vapor timido € o produto do Titulo (x) e da entalpia especifica (hig) Entalpia atual= Entalpia de Evaporagao x Titulo 3.3 Relagdo Pressaéo/Temperatura do Vapor Se observarmos a tabela de vapor e tragarmos um grafico de temperatura e pressao, iremos obter uma curva, como a mostrada abaixo. Ela é chamada de curva de saturagdo. Agua e vapor podem coexistir 4 qualquer pressdo nesta curva, ambos a temperatura de ebuligéo. Agua e vapor na condig&o de ebuligéo (ou condensa¢ao), sao chamados de 4gua saturada e vapor saturado respectivamente, porque eles esto saturados de energia calorifera. Se no vapor saturado nao existe a presenga de agua saturada, ele é chamado de vapor saturado seco. 200 120 160 40 120 0 o 1 2 3 4 5 6 7 8 8 OH DB OM Press (bara) Curva de Vapor Saturado Quando o vapor esté acima da curva de saturagdo, ele é conhecido como vapor superaquecido. A temperatura acima da temperatura de saturagéo é chamada de grau de superaquecimento do vapor. Agua encontrada em condigdes abaixo da curva de saturagao é conhecida como agua subsaturada, cvior Valthermo Pag. 9 3.4 Relagdo Pressao/Volume do Vapor A densidade (p) de uma substancia é a massa (m) dividida pelo volume (V) desta substancia. O volume especifico v, € 0 volume dividido pela massa e é, portanto, o inverso da densidade. Suas unidades sao m*/kg ou dm*/kg onde 10* dm*/kg = 1m*/kg. Dai: _m_il voy Considerando a estrutura molecular dos liquidos e gases, percebemos que a densidade do vapor é muito menor que a densidade da agua, porque as moléculas do vapor esto mais distantes umas das outras. A condigées atmosféricas, as densidades da agua e do vapor so respectivamente 1000 kg/m? e 0.6 kg/m?. Esta enorme diferenga é percebida se uma porgao de agua é levada a fervura, 0 vapor resultante rapidamente toma conta do ambiente. Quando a presséio do vapor aumenta sua densidade também aumenta. Inversamente 0 volume especifico do vapor diminui. 18 18 14 12 1 oa (miko) 08 Volume Especifico oa 02 Relagao Pressao/Volume do Vapor Se através do dados da tabela de vapor, tragarmos um grafico do volume especifico em relagdo a pressdo de vapor, obteremos uma curva como a mostrada acima. Notem o grande aumento do volume especifico quando a pressao do vapor esté abaixo de 6 barg. Pag. 10 Valthermo vor SEGAO 4 - VAPOR SUPERAQUECIDO Se o vapor produzido na caldeira for submetido a uma superficie com alta temperatura, a temperatura do vapor vai aumentar e ficaré maior que a temperatura de saturagao. © vapor nesta condigdo é dito entéo superaquecid com um némero de graus referentes quantos graus ele foi aquecido acima da temperatura de saturagao. © vapor superaquecido nao pode ser obtido dentro da caldeira. O vapor saturado deve passar através de um trocador de calor no qual o meio de aquecimento so os gases da queima de combustivel da caldeira. © vapor superaquecido é aplicado, por exemplo, em turbinas para movimentar o rotor e realizar trabalho. A energia que realiza este trabalho s6 pode ser proveniente do vapor, consequentemente 0 vapor perde energia ao passar através do rotor da turbina. Se o vapor estiver na temperatura de saturagao, esta perda de energia vai fazer com que parte do vapor condense. Sabemos que, as turbinas tém varios estagios, e que o vapor sai de um estgio e entra diretamente no préximo estagio da turbina. Isto significa que o vapor saturado iria se tomar mais umido a cada estagio ao qual fosse submetido. Isto néo ‘somente causaria golpes de ariete, mas também as particulas de agua levariam a turbina a ter sérios problemas de erosao. Esta nao € a Unica razao para usar 0 vapor superaquecido para movimentar turbinas. O vapor superaquecido pode convenientemente atingir altas velocidades através das tubulagdes e no interior das turbinas, aumentando significativamente a performance da turbina. © vapor superaquecido para movimentar turbinas pode estar @ 150 bar/550 °C, isto é , com mais de 200 °C de superaquecimento. A energia contida na parcela de superaquecimento pode ser determinada como segue: h, do vapor saturado a 150 bar = 2611 kukg h, do vapor & 150 bar/550°C = 3445 kulkg portanto a energia do = 3445 - 2611 = 834 kJikg superaquecimento Isto pode parecer um ganho de energia, mas o fato 6 que esta condicéo de superaquecimento dificulta extremamente a eficiéncia de sistemas de troca térmica Exemplo Consideremos, para este exemplo, uma porgdo de vapor superaquecido com calor especifico de 1.186 ki/kg °C. Sabemos que o vapor superaquecido deve perder temperatura, até a temperatura de saturagao, antes de condensar e liberar sua entalpia de evaporacdo, e certamente a porcdo de calor cedida pelo vapor superaquecido para tomar-se saturado é muito pequena. Vapor a 6 barg superaquecido de 175 °C tera que ser resfriado a temperatura de saturago a 6 barg (165 °C), antes de condensar. Portanto 0 calor cedido por 1 kg de vapor superaquecido para atingir a temperatura de saturagao é: cv Valthermo Pag. 11 = 1 kg x 1.186 kJ/kg x 10 °C. = 11.86 kJ © calor cedido pela condensagao de 1 kg de vapor a 165 °C (entalpia de evaporagao) pela tabela de vapor é igual a 2066 kJ Esté claro que em processos de troca térmica (aquecimento) o vapor superaquecido & pouco usado porque: ‘* tem pouco calor contido em relacao ao vapor saturado ‘* 6 “pobre” para aplicacao de troca de térmica ‘* pode reduzir a performance do processo Ha situagées em que o superaquecimento do vapor pode atuar como redutor de eficiéncia do processo, por exemplo onde o vapor é injetado diretamente no produto, e sua performance depende da condensagao do vapor. Exemplo O condicionamento de racao animal depende efetivamente da formagao de ‘pellets’, que € conseguida através da injeco direta de vapor na mistura. © vapor superaquecido ofereceré uma barreira formagao dos pellets, devido 4 sua condensagao ser mais demorada. Por esse motivo a valvula redutora de pressdo de vapor que alimenta esse tipo de equipamento, esta distante cerca 6m da conexao de entrada do condicionador de ragao primario. ‘A obtengao de vapor superaquecido através da redugao de presséo do vapor sera discutida na segao 10 deste manual. Pag. 12 Valthermo cvio1 SEGAO 5 - QUESTIONARIO 1 1. Qual o ponto de saturacao da agua a pressao atmosférica? 2. © que significa o termo "vapor saturado seco"? 3.Em relacdo a curva de vapor saturado onde se encontra a area de vapor superaquecido? 4. Vapor superaquecido é pouco utilizado em processos de aquecimento, por que? 5. Utilizando a tabela de vapor saturado, responda: + Temperatura do vapor a 1.15 barg * Volume especifico a 7.3 barg * Entalpia especifica de evaporagao a 8.0 barg. ‘+ Pressao relativa a 140 °C. 6. O vapor é gerado na caldeira a 8 barg e com titulo 0.95. Qual a entalpia de evaporagao disponivel por quilo de vapor? 7. A que temperatura e pressdo ocorre o ponto triplo de agua pura? cw Valthermo Pag. 13 SEGAO 6 - O VAPOR COMO TRANSPORTE DE CALOR Os fluidos geralmente usados para aquecimento sao: + Agua: baixa, média ou alta temperatura. + Oleos térmicos + Vapor 6.1 Agua 6.1.1 Agua a Baixa Temperatura A agua é aquecida a 82° C e circula através das serpentinas do sistema. Sua principal aplicagao é 0 aquecimento de pequenos tanques. A queda de temperatura tipicamente utilizada em sistemas deste tipo 6 de 11 °C até um maximo de 17 °C, mas existem sistemas que utilizam grandes quedas de temperatura por volta de 40 °C. 6.1.2 Agua a Média e Alta Temperatura A agua 4 média e alta temperatura € obtida em diversos sistemas pressurizados de aquecimento de agua. O principio de funcionamento destes sistemas 6 0 de aquecer a gua e transport4-a ao proceso num mesmo sistema interligado. Sistemas de agua pressurizada séo compostos por vasos de pressao selados. A pressdo € conseguida pela injegdo de gases inertes, geralmente o nitrogénio, por meio de um equipamento especifico de pressurizagao. Sistemas de agua a alta temperatura séo geralmente pressurizados 4 600 kPa, que corresponde & temperatura de saturacéo de 165 °C. Contudo, o sistema é controlado Para operar com temperatura de 148 °C. Esta temperatura de controle, abaixo da temperatura de saturacdo, é usada para prevenir a formacdo de vapor, dentro do sistema, se ocorrer alguma queda de pressao. Esta diferenca de 17 °C é chamada de margem anti-flash Sistemas de agua quente 4 média temperatura sdo também sistemas pressurizados, desenvolvidos para trabalhar com temperaturas entre 100 °C e 120°C. E novamente aplica-se a margem anti-flash. TCC) T2€C) at Cc) Pressio UTHW m1 82 1 ‘Atmostérica MTHW 120 80 40 3.5 barg HTHW 148, 88 © 6.0 barg Fluxo de energia (kW) = m x AT x calor especifico ‘Onde m= Vazao em massa em kg/s AT = Diferenga de temperatura em °C_ calor especifico= 4.186 kJ/kg K para agua Pag. 14 Valthermo vor 6.2 Oleo Térmico Processos que exigem altas temperaturas, podem utilizar sistemas de leo térmico como opgao ao uso de agua quente pressurizada ou sistemas de vapor. Estes processos de dleo térmico operam a pressdo atmosférica, utilizando fluidos nao t6xicos tais como derivados de petréleo, para temperaturas de até 300 °C. Produtos sintéticos especiais so utilizados quando sao necessérias temperaturas entre 300 °C e 400°C. Sistemas de éleo térmico apresentam as seguintes desvantagens: * sao inflamaveis sob determinadas condigdes * 08 coeficientes de transferéncia de calor sao inferiores aos do vapor e da agua * 0 dleo é mais caro que a agua. 6.3 Vapor * Pelo fato de conter mais energia de calor, o vapor normalmente requer uma tubulagao menor que a requerida pela agua para transportar a mesma porgao de energia. Isto significa menor custo da instalagao. * Tubulagées para vapor sdo relativamente leves. Um sistema de agua com 55 metros de comprimento e 150 mm de diametro interno pode conter 972 kg de agua, mas o peso do vapor a 6 barg de pressao preenchendo a mesma tubulacao citada, teria um peso aproximado de 3.6 kg. Isto simplifica os cuidados com ancoragem de tubulagdes. * 0 fiuxo de vapor é causado pela queda de pressdo ao longo da tubulagao. Nao ha a necessidade de utilizagdo de onerosas bombas de recirculagdo. E verdade que sistemas de vapor necessitam de bombas de alimentac&o para a caldeira e talvez bombas de retorno de condensado, mas a comparagaio de custo destes equipamentos ainda é favoravel ao vapor. * © vapor é fiexivel em carga, pois podemos aumentar e diminuir 0 fluxo dentro dos limites do equipamento. Os problemas verificados nos sistemas liquidos sao relativos ao uso de: 1, bombas de velocidade varidvel 2. balango hidraulico do sistema 3. controle de pressdo diferencial * ao contrario de outros sistemas, 0 controle em sistemas de vapor é feito por meio de valvulas de controle de 2 vias. ‘* O vapor apresenta uma série de vantagens no ponto de consumo: O coeficiente de troca térmica do vapor é mais que duas vezes maior que o encontrado na agua. Portanto a instalacdo tem dimensdes menores. © vapor preenche qualquer espaco com uma temperatura uniforme, significando que o gasto com defletores pode ser evitado. Temperaturas menores podem ser obtidas pela simples reducao na pressdo do vapor, através de uma valvula redutora de pressao, no ponto de consumo. cv Valthermo Pag. 15 * A temperatura uniforme do vapor é, para qualquer processo industrial, uma grande vantagem em relagdo ao dleo térmico ou a agua a alta temperatura, que apresentam variagdes de temperatura ao longo da superficie de troca térmica. Esta caracteristica é especialmente importante em processos que necessitem de uniformidade na temperatura ao longo da superficie de troca térmica. Exemplo: 1. Uma secadora consiste de diversos cilindros rotatives alimentados com vapor. 2. A variacao na temperatura da superficie do cilindro secador pode causar diferengas na qualidade final do tecido que por ele passa. © processo de manutencao é um item que deve ser levado em consideragao quando do projeto do sistema. O acesso para manutengdo em sistemas de vapor € feito imediatamente apés a despressurizagao do sistema. Nao ha a necessidade de drenar todo o sistema, como acontece em sistemas de dleo térmico, por exemplo 6.4 Comparacao do fluxo para 1 kW de energia Vamos comparar a vazéo em massa requerida para transportar 1 kW de energia, utlizando cada um dos trés meios de transporte de energia citados: Agua Vazo kg/s = 1000 W = 0.0217 kg/s 4186 J/kg K x (82 -71 °C) Oleo Térmico Vaziio kg/s = 1000 W = 0.091 kg/s 550 J/kg K x (300 - 280 °C) Vapor Considerando vapor a 6 barg. Entalpia de evaporagao por quilograma: 2066 kJ Sendo 1 kW = 1 ku/s Vazao em massa para transportar 1 kW = 1 20660 kJ/kg = 0.00048 kg/s A comparagao da vazdo em massa torna, obviamente, favoravel 0 uso do vapor! Pag. 16 Vaithermo cvior SECAO 7 - QUALIDADE DO VAPOR © vapor pode estar: ‘* Disponivel no ponto de utilizago * Disponivel na quantidade correta + Apressdo e temperatura corretas. * Livre de ar e gases incondensdveis © Limpo * Seco Vamos discutir estes itens. 7.1 A Quantidade Correta és necessitamos da quantidade correta de vapor para uma determinada aplicagao. Para permitir isto, as tubulagdes devem ser corretamente dimensionadas a partir da vazao necesséria para 0 processo. 7.2 Temperatura e Pressdo Corretas © vapor deve ser formecido ao ponto de utilzacdo na pressdo requerida pelo sistema, ou a performance seré comprometida. Isto é também fungao do correto dimensionamento da tubulacao. ‘Ainda que a pressdo registrada no ponto de consumo seja a presséo desejada, nao podemos afirmar que o sistema est correto. Se ar ou gases incondensaveis estiverem Presentes no vapor, a temperatura do vapor nao seré correspondente 4 temperatura de Saturagéo encontrada nas tabelas de vapor. ‘Ou seja: Quando o ar é misturado ao vapor, a energia contida em uma porgao de mistura menor do que a energia contida nesta mesma porcdo de vapor puro. Isto significa que a temperatura seré. menor. Este efeito segue a Lei de Dalton para Pressées Parciais. Ela nos diz que na mistura de vapor e ar, a presséo total 6 a soma da pressdo parcial de cada um dos gases componentes, se cada um ocupa-se por sua vez o volume total ocupado pela mistura. Por exemplo: Se a pressdo total da mistura vapor/ar € 1 Barg (2 Bar Abs.) e a mistura ¢ feita de 3 partes de vapor para 1 parte de ar, entao: Pressao parcialdo ar= 0.25x2BarAbs. = 0.5 Bar Abs. Pressao parcialdo vapor= 0.75x 2 Bar Abs. = 1.5 Bar Abs. Da tabela de vapor, nés podemos verificar que a temperatura de saturagdo do vapor & 1.5 Bar Abs. (0.5 Barg) é aproximadamente 111.6 °C. A temperatura esperada para uma pressdo lida de 1. Barg ( assumindo que so exista vapor puro no sistema), seria de 120 °C. cviot Valthermo Pag. 17 Utilizar esta mistura vapor/ar para um determinado processo seria 0 mesmo que utilizar vapor puro a pressao de 0.5 Barg., mesmo que a pressao registrada no manémetro do sistema seja de 1 Barg. Se a presséo maxima disponivel ou aceitavel para o processo for de 1 Barg, a temperatura nao seria atingida. Em muitos processos, uma temperatura minima deve ser atingida para desencadear reagSes quimicas ou fisicas no produto. Exemplo Uma determinada temperatura minima é necesséria em esterilizadores. 7.3 Isengao de Ar e Gases Incondensaveis A presenga de ar causa problemas, pois como vimos, nao podemos relacionar a pressao do sistema com a temperatura, devido ao efeito da pressdo parcial do vapor. Além disto o ar ainda é uma barreira a transferéncia de calor. Detalharemos este assunto mais adiante. 7.4 Fontes de Ar e Gases Incondensaveis ar esta presente nas tubulagdes de vapor e dentro dos equipamentos, antes da partida do sistema. Da mesma maneira se o sistema foi preenchido com vapor isento de ar, € Posteriormente desligado, a condensagao do vapor forga a entrada de ar pela formagao de vacuo. O ar ainda pode ser admitido na tubulagao por estar dissolvido na agua de alimentagao da caldeira. A 80 °C, a agua pode dissolver por volta de 0.6%, de seu volume, de ar. A solubilidade do oxigénio é duas vezes maior que a do nitrogénio, isto significa que: © ‘ar’ dissolvido na 4gua contém uma parte de oxigénio para duas partes de nitrogénio, mesmo sendo a relagéo para o ar atmosférico de uma parte de oxigénio para quatro partes de nitrogénio. Didxido de Carbono apresenta grande solubilidade, cerca de 30 vezes maior que a solubilidade do oxigénio. Agua de alimentagdo e condensado, expostos a atmosfera, podem facilmente absorver estes gases. Quando a agua é aquecida na caldeira, 0s gases so evaporados junto com © vapor e arrastados para o sistema de distribuicao de vapor. A menos que a agua seja totalmente desmineralizada e desgaseificada, ela conterd carbonato de calcio solubilizado (devido 4 reacao do carbonato de calcio com o sédio) que propiciara a formacao de duras incrustagées de calcio no interior da caldeira. O carbonato de sédio pode dissociar no interior da caldeira de alguma maneira, liberando diéxido de carbono. Em caldeiras de alta pressdo, a agua de alimentacéo é passada por um sistema desaerador antes de ser bombeada para o interior da caldeira. Um bom desaerador pode reduzir os niveis de oxigénio dissolvido para 0.003 cc por litro de agua (um valor satisfatoriamente baixo), e este oxigénio residual pode ser eliminado através de um tratamento quimico. No entanto, a porgao de oxigénio vai estar, também, acompanhada de 0.006 cc por iitro, de nitrogénio, que o tratamento quimico nao consegue eliminar. Se a caldeira é de Pag, 18 Valthermo cv tamanho razoavel, produzindo 10.000 kg/h de vapor, ela consumira por volta de 10.000 litros de gua por hora, arrastando 60 cc de nitrogénio. Em 1000 horas (ou 6 semanas de trabalho ininterruptos), teremos arrastado por volta de 60 litros de nitrogénio atmosférico. Quando injetado em um trocador de calor com uma superficie de troca térmica de 50 metros quadrados, 0 nitrogénio sera suficiente para formar uma pelicula de 1 mm de espessura a pressdo atmosférica, e proporcionalmente menor quando sob pressao. A7 Barg, a barreira de troca térmica formada pelo nitrogénio tera o mesmo efeito de adicionarmos uma camada de 2 metros de cobre em toda a superficie de troca térmica do equipamento. Mesmo o melhor tratamento quimico e fisico néo impediré a presenca de gases incondensaveis no vapor que sai da caldeira. Ainda mais, quando os trocadores de calor sao alimentados via controle de temperatura eou trabalham por bateladas, é inevitavel a aplicagdo de quebra-vacuo, para permitir a drenagem eficiente do equipamento, temos entao a admissdo de ar, em um sistema supostamente fechado. A presenga de ar em sistemas de vapor é mais comum do que suspeitamos. Essa 6 uma das causas de baixa eficiéncia e corroséio do equipamento. 7.5 Lei de Henry A relagao de equilibrio que governa a concentragao de gases dissolvidos saturados 6 a “Lei de Henry’. Ela estabelece que a massa de um gés solivel, dissolvido em uma massa definida de liquido a uma determinada temperatura, € aproximada e diretamente proporcional 4 press&o parcial do daquele gés.. Isto é aplicado para gases que ndo se combinam quimicamente com o liquido. Oxigénio e nitrogénio dissolvidos em agua, obedecem particularmente bem a “Lei de Henry’. A equivalente constante de proporcionalidade, chamada constante de Henry, é adotada por conveniéncia numérica. Isto porque ela depende da temperatura, os gases séo menos soliveis a altas temperatura. Ela também é afetada pela presenga de sais dissolvidos (ex.: agua do mar), pois muitos gases so menos soldveis em agua salgada. 7.6 Eliminacgao de Impurezas —S vio Vaithermo Pag. 19 Hé um grande ndmero de fontes de impurezas em sistemas de vapor. @ arraste de s6lidos da agua da caldeira devido a incorreta operagao da caldeira * escamagiio da tubulagao ® residuos de solda * excesso de material nas juntas Todas estas indesejaveis substancias influenciam a baixa eficiéncia de operagdo do sistema de vapor. Isto € causado por: * Excesso de substancias do tratamento de agua, vai ser arrastado pelo vapor e depositado nas superficies de troca térmica reduzindo o fluxo de transferéncia de calor. * Escamagao da tubulacdo pode interferir na operagao de valvulas de controle e purgadores. E essencial, para a protegdo contra a sujeira da tubulacao, a instalagao de filtros. A protecdo contra o arraste de produtos quimicos nao pode ser feita através de filtros, mas 0 uso de separadores de umidade podem melhorar significativamente a eficiéncia do proceso, 7.7 Titulo do Vapor Na Segdo 1 nés aprendemos que a presenga de agua no vapor reduz a quantidade de energia por unidade de massa do vapor (A entalpia de evaporagao). Percebemos que o vapor deve estar 0 mais seco possivel, Assim como reduz o calor contido no vapor (por unidade de massa), a presenga de agua no vapor cria um filme de agua nas superficies de troca térmica reduzindo o fluxo de transferéncia da calor. Pag. 20 Valthermo cor SECAO 8 - TRANSFERENCIA DE CALOR A eficiéncia e 0 custo do processo de troca térmica com vapor esto intrinsecamente ligados ao calor que é transferido do vapor para o produto a ser processado. A figura acima é muito importante. Ela nos coloca face a face com a razao de todo o processo de vapor: a transferéncia do calor gerado na caldeira através do equipamento Para o produto final. O que acontece neste estagio do processo é fator decisivo da eficiéncia do mesmo. A parede de metal indicada na figura é a superficie de troca de térmica de um determinado trocador de calor. Ela separa o vapor do produto a ser processado. Do lado direito da parede existe uma camada de produto estagnado e possivelmente queimado formando uma ligeira encrustag4o. Esta camada pode oferecer uma considerdvel resisténcia ao fluxo de calor para o produto. Esta camada pode ser eliminada pela limpeza regular da superficie da parede. A resisténcia ao fluxo de calor pode ser reduzida pela agitag4o mecanica do produto, quando 0 processo permite tal aco, eliminando a camada de estagnacdo No entanto, nossa atencdo deve estar voltada particularmente para o lado esquerdo da parede de metal, o lado do vapor. Primeiramente existe uma camada de incrustagdes formadas pelas impurezas presentes na tubulagao ou arrastadas pelo vapor proveniente da caldeira. Isto ocorre quando o tratamento de agua € precario ou quando a caldeira trabalha com pesados regimes de produgao de vapor, nos limites de sua capacidade. Se esta superficie for regularmente limpa, haveré uma melhora notavel na eficiéncia de troca térmica. Mas, além da camada de incrustagao, existem mais duas camadas entre o vapor e a superficie metalica. Uma delas ¢ a camada de agua, e agua é um péssimo condutor de calor. A segunda é um filme de ar, e este 6 0 maior inimigo da boa transferéncia de calor que podemos observar. Estas duas camadas devem ser removidas o mais rapido e eficientemente possivel. Se isto nao for feito, a transferéncia de calor, e portanto a eficiéncia do processo, serao insatisfatorias. cviot Valthermo Pég.21 sec pence) 41 Filme de ar noon 2. Filme de condensado 3 Superficie aquecida de metal 4- Filme de agua Fig. 2 Vejamos 0 que acontece com o processo de troca térmica nestas situagdes. A camada de Agua é de 60 a 70 vezes mais resistente a transferéncia de calor que a parede de ferro ou aco da superficie de troca térmica, e entre 500 e 600 vezes mais resistente do que o cobre. © Os efeitos da camada de ar so mais drasticos. Nés todos sabemos que o responsével pela eficiéncia dos isolamentos térmicos de tubulagéio, é a pequena massa de ar contida entre as fibras do material do isolamento. * O ar é de fato 1500 vezes mais resistente ao fluxo de calor do que 0 ferro ou 0 aco, e no menos que 13000 vezes mais resistente do que o cobre. Isto significa que uma camada de ar de apenas 0.025 mm de espessura, seré mais resistente, a troca térmica, que uma parede de cobre de 330 mm de espessura. Os efeitos praticos das camadas de agua e ar sdo mostrados na figura acima. Na fig. 1, vapor @ 1 Barg esta sendo usado para elevar o processo a temperatura de 99°C. Na fig. 2, 0 mesmo efeito é atingido com vapor a pressao de 0.7 Barg porque a camada de ar e Agua foram drasticamente reduzidas. A pressdo original de vapor de 1 Barg seria agora capaz de aquecer 0 processo rapidamente e com grande eficiéncia. As presenga das camadas ar e gua nas superficies de troca térmica dos equipamentos nao € um fato isolado. Isto ocorre em todos os processos de troca de calor com vapor, € alguma providéncia deve ser tomada a respeito disto. A solugdo dbvia 6 reduzir a espessura das camadas nas superficies de condensagao. Pag. 22 Valthermo_ cvio1 SEGAO 9 - QUESTIONARIO 2 1. Descreva as vantagens do processo de vapor em relago ao proceso de troca de calor com 6leo térmico. 2. Quais as vantagens de gerar 0 vapor a altas temperaturas e reduzir a pressdo proximo ao ponto de consumo do vapor? 3. © que vocé entende por “Titulo do Vapor"? 4. Descreva as desvantagens da mistura vapor/ar quando comparadas com o vapor puro. 5. Descreva objetivamente com o ar e gases incondensaveis invadem o sistema de vapor. 6. Descreva graficamente as barreiras ao fiuxo de calor na superficie de troca térmica de um equipamento e explique sua influéncia na ineficiéncia do processo. cio Valthermo Pag. 23 SECAO 10 - VAPOR SUPERAQUECIDO Na segao 1 fizemos referéncia ao vapor superaquecido. E necessdrio neste ponto, conhecermos mais sobre o assunto e discutir suas aplicagdes. Nés jé sabemos que o vapor em condigdes acima da curva de saturagdo, esta superaquecido. Nés sabemos também que o superaquecimento é devido a exposigéo do vapor a superficies com altas temperaturas: como um trocador de calor ou um superaquecedor, dentro da prépria caldeira, que utiliza os gases da queima do combustivel da caldeira como meio de aquecimento. Ainda 0 superaquecimento pode ser alcangado através da reducao da pressto do vapor, ao passar por uma valvula redutora de pressdo, produzindo um vapor seco. Esta concepgao de que a redugao da pressdo de vapor gera vapor superaquecido, deve ser tomada como uma aplicacao extremamente particular. Isto ocorre somente se 0 vapor antes da redugdo de pressdo for 100% seco ou contiver uma porgdo muito pequena de umidade. Vejamos 0 exemplo do vapor saturado seco passando através de uma valvula redutora de pressao: 165°C 150°C THe — 2764 kJikg Placa de orificio V_ Vilvula redutora de pressio Condigées do vapor a montante da valvula: 6 barg saturado seco. hg (tabela) = 2764 kJ/kg Pressao do vapor a jusante da valvula: 1 barg Desconsiderando perdas de energia o vapor vai estar constante a 2764 kJ/kg. Das tabelas de vapor vamos encontrar que a temperatura do vapor a 1 barg € 120°C e se ele 6 vapor saturado seco contém (h,) = 2707 kJ/kg. Se o calor contido no vapor é constante 4 2764 kJ/kg, nés temos um excesso de calor no vapor a jusante da valvula redutora de pressdo a 1 barg. Este excesso de calor faz com que a temperatura do vapor aumente. Se procurarmos no diagrama de Mollier (diagrama de entalpia/entropia para vapor), descrito adiante, ou nas tabelas de vapor superaquecido, nés encontraremos que a pressao de 1 barg contendo 2764 kJ/kg 0 vapor tera uma temperatura de 150 °C. Pag. 24 Valthermo cv Portanto 0 grau de superaquecimento do vapor a 1 barg é : 150 °C - 120 °C = 30 °C de superaquecimento. No entanto em sistemas de vapor usuais, 0 vapor nunca 6 100% seco. Nos devemos entender que a entalpia adicional no vapor a baixa pressdo (a jusante da valvula redutora) vai primeiramente ter que evaporar toda a umidade presente no vapor antes de superaquece-lo, e se essa entalpia for insuficiente para isso, entdo o vapor no sera superaquecido. Exemplo: Condigao a montante Condigées a jusante 6 barge titulo do vapor 0.85 1 barg Considerando a condi¢ao a montante: Calor contido no vapor = hy + (0.85x hy) = 698 ku/kg + 1756 klik = 2454 kiikg Considerando a condi¢ao a jusante: Pressdo de vapor de 1 Barg corresponde a hg = 2454 kiskg sendo hg =hyt+he Entéo hg = hy + (hg x titulo do vapor) 2454 kik = 506 kJ/kg + 2201 x titulo do vapor Titulo do vapor = 0.89 Portanto, 0 vapor nestas condigdes nao sofreu superaquecimento mas somente melhorou © titulo. Isto porque 0 excesso de entalpia do vapor a baixa press40 evaporou parcialmente a umidade contida no vapor. 10.1 O Diagrama de Mollier A figura mostra, uma parte do diagrama de Mollier. Ele parece complicado pois existem muitas linhas a ser mostradas. * A linha de saturagdo do vapor divide o grafico em vapor superaquecido e vapor saturado; ‘+ linhas de constantes de pressdo atravessam ambas as regides; + linhas de constantes de temperatura na regido de vapor superaquecido; * @ linhas de constantes de titulo do vapor (x) nas regido de vapor saturado. Estas coincidem com as linhas de pressao, porque a temperatura de saturagéo depende da pressao de saturacao. cvio1 Valthermo Pag. 25 As linhas do grafico permitem estabelecermos pontos de referéncia, e se estes pontos Tepresentarem a situagao inicial e final de um proceso, ent&o a linha pode representar 0 processo. Uma expansdo perfeita no interior de uma turbina a vapor, ou outro equipamento a vapor, € representada pelas linhas verticais descendentes; isto porque notamos que a entropia é constante enquanto a pressdo esta decrescendo. Também uma perfeita redugao de pressao através de um valvula controladora de Pressao em uma linha de vapor, apresenta entalpia constante e pressdo decrescente no Processo, e portanto pode ser representada no grafico, pelas linhas horizontais que cortam o gréfico da esquerda para a direita Estes dois exemplos mostram as vantagens de utilizar o grafico para analisar o comportamento do vapor em processo; ele nos permite ter uma representagao grafica de todo o processo. No entanto, se a condigao final do processo extrapolar os limites do grafico, devemos fazer uso de tabelas especificas. pressio presséo p2 Entropia Expansio perfeita Redugao de Pressao (Q=0) Pag. 26 Valthermo cv exemplo Considerando uma perfeita expansao do vapor de: p, = 50 Bar, t, = 300 °C através da turbina, para p, = 0.05 Bar. Neste caso x, (titulo do vapor) e h, (entalpia) ndo podem ser encontradas pelo diagrama de Mollier, porque se tragarmos uma linha vertical do ponto 1 ao ponto 2, que é 0.05 Bar, estaremos (supostamente) fora do grafico. Portanto, devemos encontrar a condicéo de expansdo da turbina através de tabelas, e considerar que a expansdo perfeita ocorre a uma entropia constante, sendo s,=s,. Entao S$, = 6.21 kJ/kg do grafico = 8, = xSg2* (1 =X) MS q) = (x, (8.40) + (1 - x, )(0.48) valor de s,, tabelado Portantox,= 621-048 = 0.723 84-048 eh EX hy + (1-%)) + (1 =x, Ih (0.723)(2562}+(0.277)(138) valor de h,, tabelado = 1890 kJ/kg cot Valthermo Pag. 27 SECAO 11 - CONDENSADO E VAPOR FLASH Quando o vapor transfere energia para aquecer um material mais frio, seu estado fisico muda de gasoso para liquido (condensado). Neste processo somente 75% da energia fornecida pela caldeira para a geragao de vapor é utilizada, os outros 25%, ficam retidos no condensado. © condensado é descarregado através de purgadores de uma pressdo maior para uma pressdo menor. Como resultado desta queda de pressdo, alguma parte do condensado Teevapora (vapor flash), e este flash pode ser novamente utilizado no processo. A Proporgao de vapor flash varia de acordo com o nivel de redugao de pressao entre o vapor e condensado , mas normalmente a massa de flash gera em tomo de 8 - 15% da massa de condensado. Este condensado além de conter calor 6 uma Agua destilada ( teoricamente sem impurezas), ideal para o uso como agua de alimentagao de caldeiras. Devido a sua alta temperatura a quantidade de gases dissolvidos, principalmente o oxigénio, 6 reduzida Na Effen a energia retida no condensado é de: Total de energia no vapor a 17 barg = 668 kcallkg Energia transferida para o produto quando o vapor condensa = 458 kcal/kg Energia deixada no condensado = 210 kcalkg Proporgao da energia total = 210/668 = 31,4 % Portanto se fizermos uma estacdo eficiente de coleta e reaproveitamento deste condensado poderemos gerar grandes economias. Pag. 28 Valthermo| cvio1 11.1 Vapor Flash © ‘Vapor Flash’ é gerado do condensado quente (na temperatura de saturagao), quando ‘sua pressdo cai. Até mesmo a agua, a temperatura ambiente de 20°C devera borbulhar se a pressao cair abaixo de 0.02 bar abs. A 4gua a 170°C iré borbulhar em uma pressao abaixo de 6.9 bar g. O vapor gerado pelo processo de flash é 0 mesmo vapor daquele que 6 geredo na caldeira quando adicionamos calor em uma agua saturada. Vapor é vapor! A diferenga entre vapor vivo e vapor flash € que : Vapor Vivo é todo o vapor que € produzido dentro da caldeira. Por exemplo, Se uma carga é aplicada para uma caldeira, e esta tem uma pequena queda de pressdo, entdo alguma quantidade de agua da caldeira iré evaporar (flash) para complementar 0 vapor, 0 qual esté sendo produzido pelo fomecimento de calor do combustivel (6leo). Este vapor reevaporado € chamado de vapor vivo. Portanto 0 vapor flash € 0 vapor gerado através da descarga de purgadores. Em qualquer sistema de vapor onde 0 objetivo é a maxima eficiéncia , 0 vapor flash deve ser separado do condensado. Ele pode ser utilizado em equipamentos com uma pressao menor. Cada kilograma de vapor flash utilizado um kilograma a menos na geracao de vapor da caldeira. Ele seré também um kilograma a menos jogado na atmosfera, onde poderia causar damos as estruturas da fabricas e até mesmo criar reas de risco. Se algum uso do vapor flash esté para ser feito, nés precisamos saber como disponibiiza-lo. A quantidade de vapor flash pode ser obtida por célculo ou através de uma tabela. Como exemplo, utiiizaremos um vaso encamisado. Valvula Vapor 10 bar g, 184.7C hy = 2781.7 klk Condensado 10 bar g,184.1C hy =781.6 kilkg Descarga Condensado e vapor flash Obar g 100C h = 419.04 kJ/kg cot Valthermo Pag. 29 11.2 Calculando o Vapor Flash © condensado entra no purgador como Agua saturada, com a pressio de 17 barg e temperatura de 206°C. Sua entalpia de saturacdo da agua € 210 kcal/kg. Apés passar através 0 purgador, a presséo do condensado é a pressdo da linha de retomo ou seja 0 barg. Nesta pressdo a entalpia de saturagdo da agua é 101 kcal/kg e sua temperatura é 100°C. Se em um kilograma de Agua saturada a 0 bar g for adicionado 109 kcal (210 - 101), entdo esta entalpia ira evaporar alguma quantidade de agua. A entalpia de evaporagao a 0 bar g € 540 kcal/kg. Um adicional de 109 kcal deve evaporar 109/540 = 0,20kg de vapor por kg de gua Igualmente quando um kilograma de condensado (contendo 210 kcal ) alcanga a linha de retomo (onde a pressao é 0 bar g) ele tem uma injegao de 109 kcal acima da entalpia de saturacdo da agua. A mesma proporcao de 109/540 kg de "Vapor flash” Sera evaporado. Entaipia em Kikg Pressao Temp. ‘Agua Evaporagao Vapor Voume Bar c te he he mg ° 100 a9 2257 2676 1673 oF 120 506 2201 2707 0.88% 2 134 562 2163 2725 0.603 3 144 005 2133 2738 0.46% 4 182 on 208 249 ora 3 159 et 72086 257 0315, 6 165 ca 2066 2763 0272 7 170 7a 2048 2769 0240 Entao:— Entalpia de saturacao da agua a 17 bar. Entalpia de saturagao da Agua a 0 bar. Adigao Entalpia de evaporago 0 bar. Proporgo de vapor flash ..... = 0.20 kg/kg de condensado Pag. 30 Valthermo cv SEGAO 12 - QUESTIONARIO 3 1. © vapor pode ser superaquecido passando através de um trocador de calor. Descreva outro meio de superaquecimento do vapor. 2. Considere o vapor a montante de uma valvula redutora de pressdo a 6 barge com titulo de 0.8. Demonstre através de calculos qual sera a condicao do vapor a jusante da valvula se ele tiver sua pressdo reduzida para 5 barg. Se reduzirmos, agora, a pressao para 1 barg, qual sera a nova condigao do vapor? 3. Considere o vapor a 5 barg e 250°C. Utilizando o diagrama de Mollier, determine: a) — Aeentalpia espectfica. b) — Aentropia especifica. 4. Que processos de vapor podemos indicar através do diagrama de Mollier? a) _Linhas verticais descendentes. b) _Linhas horizontais, da esquerda para a direita. 5. O que é ‘Vapor Flash’? Pag. 32 Valthermo cvio1 SEGAO 13 - PURGADORES purgador é parte essencial de qualquer sistema de vapor. Ele 6 a importante ligago entre 0 vapor utilizado e 0 condensado retornado, devendo impedir a saida de vapor do sistema, mas descarregando 0 condensado, assim como 0 ar e gases nao condensaveis. Apesar do purgador ser um equipamento isolado, seu efeito no sistema de vapor é de grande importancia. O processo atinge a temperatura de trabalho rapidamente ou apresenta resposta lenta, com grande perda de eficiéncia? A instalagao esta livre de problemas, ou um purgador inadequado pode permitir a ocorréncia de golpes de ariete, corrosao, vazamentos e custos de manutengao maiores que o necessario? E uma grande verdade que um purgador inadequado instalado em um sistema de vapor pode, ainda que aparentemente, nao apresentar problemas. Algumas vezes, o purgador Permanece sempre fechado. O condensado nao drenado neste ponto nao trara problemas pois sera simplesmente arrastado para o préximo ponto de drenagem da linha de vapor. Somente um profissional especializado reconhecera que o desgaste prematuro de valvulas de controle, vazamentos e perda de eficiéncia do sistema de vapor, podem ser facilmente evitados se prestarmos atengao especial ao sistema de drenagem da instalagao. Todos os equipamentos mecénicos sofrem desgaste e os purgadores ndo so excegao desta regra. Quando os purgadores por algum motivo quebram com a sede aberta, certamente uma poreao de vapor vai passar para a linha de retorno de condensado, em qualquer situagéo uma massa de vapor maior do que a esperada. Para evitar isso, existem hoje, modernos equipamentos de detecedo de falhas em purgadores, que auxiliam os usuarios a melhorar a eficiéncia de suas instalagées. A importante tarefa de especificar purgadores para drenagem de linhas de vapor e equipamentos, melhorando sua eficiéncia, torna-se mais simples se entendermos o funcionamento e as diferentes caracteristicas de cada tipo de purgador. 13.1 O que faz um purgador? Na partida de sistemas de vapor ocorre uma grande taxa de condensagao do vapor gerado na caldeira, pois este entra através da tubulacdo de distribuigao e encontra as Paredes frias da tubulagéo e dos equipamentos. Quanto maior for a diferenca de temperatura entre as paredes da tubulagdo e o vapor, maior seré a taxa de transferéncia de calor e portanto, maior a massa de condensado formada durante a partida do sistema. Como 0 vapor aquece a instalagdo, o decréscimo na diferenca de temperatura entre vapor e a tubulagdo é proporcional ao decréscimo na taxa de condensagao do sistema até a sua estabilizagao. Se fizermos um orificio no fundo do equipamento ou em um ponto baixo da tubulagao, 0 condensado formado vai ser drenado por este facilmente. O grande problema é que na auséncia de condensado também o vapor ira escapar pelo orificio, resultando em um desperdicio de energia que no pode ser tolerado em qualquer circunstancia. Notamos entéo a necessidade de utiizarmos dispositivos que efetuem a drenagem do condensado sem permitir que o vapor escape do sistema. cvio1 Valthermo Pag. 33 13.2 Como selecionar um purgador Especial atengao deve ser dispensada ao dimensionamento e selecao dos purgadores para cada ponto de drenagem da instalagao. A performance do sistema de vapor esta diretamente relacionada com a eficiéncia do sistema de drenagem. Para selecionar qual o tipo de purgador adequado para determinada aplicagéo devemos considerar diversas caracteristicas inerentes ao processo, tais como variagées de presséo, vazdo de condensado, contrapressdo, altas temperaturas, golpes de ariete necessidade de resisténcia a corrosao. Abaixo, alguns fatores que devemos considerar no momento da selegao de um purgador. Eliminador de Ar Um purgador deve ser capaz de promover a descarga do ar retido no sistema. Se o ar nao € descarregado, o vapor n&o pode ocupar seu espaco e promover o aquecimento rapido e eficiente do sistema. Eliminadores de ar podem ser instalados em pontos estratégicos de actimulo de ar no sistema, mas geralmente a descarga do ar é feita através dos préprios purgadores. Neste caso um purgador termostatico apresenta grande vantagem sobre os outros tipos, devido ao fato de estar totalmente aberto, na partida do sistema. Purgadores de béia equipados com eliminadores de ar apresentam grande eficiéncia assim como purgadores termodinamicos com disco eliminador de ar. Devido ao pequeno orificio no balde, purgadores de balde invertido nao apresentam boa performance na eliminagao de ar do sistema. Remogao de Condensado Tendo eliminado o ar, o purgador deve agora descarregar o condensado. Se o espaco de vapor é reduzido e 0 proceso é critico, 0 condensado deve ser descarregado imediatamente e préximo a temperatura do vapor. Se o condensado nao for descarregado adequadamente, pode ocorrer o alagamento do sistema que vai reduzir a capacidade de troca térmica do equipamento além de acelerar a corrosao das superficies de contato com o condensado, tals como os finos tubos de tanques serpentinados. Purgadores mecanicos so a primeira opcao para este caso. Purgadores termodinamicos descarregam o condensado assim que este se forma, sendo portanto muito utilizados. A utilizagao de purgadores termostaticos deve prever um reservatorio para acimulo de condensado, visto que este descarrega abaixo da temperatura do vapor, provocando um alagamento temporario do sistema. Eficiéncia Térmica Além das caracteristicas de remocao de ar e descarga imediata de condensado, devemos também observar o sistema do ponto de vista da eficiéncia térmica. Podemos definir eficiéncia termica como 0 melhor aproveitamento da energia contida no vapor e no condensado. Para aproveitar a energia contida no condensado devemos optar por purgadores termostaticos. Estes purgadores tem a caracteristica de descarregar 0 condensado alguns graus abaixo da temperatura do vapor saturado. Isto permite que 0 condensado Pag. 34 Vaithermo cvio1 troque seu calor sensivel com 0 proceso, aproveitando a energia que este contém e economizando a energia do vapor vivo. Notamos que maior economia é alcancada quanto menor for a temperatura de descarga permitida pelo proceso. Por outro lado, se 0 condensado frio é retornado ao tanque de alimentagao da caldeira, torna-se necessario 0 pré aquecimento deste, tomando 0 ganho de energia baixo em relagdo a eficiéncia global do sistema de vapor. Quando aplicamos purgadores bimetalicos devemos considerar o trecho de tubulagao ou bota coletora para acimulo de condensado. Estes purgadores descarregam o condensado abaixo da temperatura do vapor saturado, porém se a energia do condensado esta sendo transferida através da bota coletora para o meio ambiente, essa economia de energia é ut6pica. Considerando instalagSes sem os trechos de tubulagao de actimulo ou botas coletoras, estes purgadores devem ser aplicados somente em processos que permitam 0 alagamento, por exemplo serpentinas superdimensionadas. Confiabilidade Podemos deduzir agora que “um bom purgador” significa auséncia de problemas. Sem divida, confiabilidade é a maior consideragao a ser feita. Confiabilidade € a habilidade de performance sob as condigdes previstas, sem necessidade de supervisdo. Para tanto, algumas caracteristicas devem sempre ser observadas. * Corrosao devido as condigSes do condensado ou do meio ambiente, exigem 0 uso de materiais especiais de construgao. * Golpes de ariete, cuidados especiais devem ser tomados durante o projeto da instalagéo, para que n&o ocorram problemas desnecessérios que afetem a confiabilidade do purgador. + Sujeira é outro grande problema. Mesmo um purgador de altissima confiabilidade esta sujeito a perda de eficiéncia ou mesmo total inoperancia se um ineficiente sistema de geracao e filtragem do vapor permitir que detritos e substancias estranhas sejam arrastadas pelo vapor até interior do purgador. A caracteristica primordial no entanto é a capacidade de remogao de condensado e ar do sistema. Para tomar isto claro devemos entender sobre o principio de funcionamento de cada tipo de purgador. cv Valthermo Pag. 35 13.3 Tipos de purgadores Podemos classifica-los em quatro grupos:- Termostaticos Este tipo de purgador faz a distingao entre vapor e condensado através da diferenca de temperatura. O purgador é operado por um elemento termostatico bimetalico ou por cépsula de expansao liquida. O condensado deve ser resfriado abaixo da temperatura do vapor saturado antes de ser descarregado. Purgadores deste tipo operam mecanicamente, através da diferenga de densidade entre o vapor e 0 condensado. A valvula de descarga é operada através de uma ‘béia’ ou ‘balde’ que movimentam-se em fungao da diferenca de densidade. Term amicos Purgadores de construgdo compacta que apresentam um disco como tinica pega mével. O vapor flash formado através do condensado que entra na camara do purgador, gera um aumento de pressio acima do disco, e o aumento de velocidade de descarga abaixo do disco gera baixas presses nesta regiao provocando o fechamento do purgador. Maiores detalhes sobre o funcionamento deste tipo de purgador serao vistos nas préximas secdes. Outros Este grupo é formado por purgadores que ndo se enquadram em algum dos trés grupos acima. SECAO 14 - GLOSSARIO Kj (Quilo Joule) Unidade de energia Kj/s (Quilo Joule/segundo) azo de energia de um meio para outro kW (Quilo Watt) Unidade de poténcia. Energia (kJ) por unidade de tempo (seg.) Portanto 1 kW = 1kJ/s Kg (Quilograma) Unidade de massa no sistema internacional bar Unidade de pressdo (1 Bar = 10° Pascal) ou 100 kPa Pag. 36 Valthermo cv 13.1 Fatores de Multiplicagao Prefixo Abreviacao 10° Quilo k 10° mega M 10° giga G 10” tera ily cvior Valthermo Pag. 37

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