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- O mundo?
- Minsculo!
- Quanto?
- Um ponto azul em meio a imensido do universo.
- Sua vida?
- Ridcula. Um sopro em meio a imensido do tempo.
- Voc?
- Uma gotinha perdida no mar.
- Seu pnis?
- Enorme.
Enquanto Valentine fitava Bernardo, perguntando-se se ele tinha um pnis do
tamanho do universo, Jaime chegou mancando pela porta dos fundos. Uma
porta velha, de madeira escura, que comunicava o interior do bar do Simo
com a rua Lus Prestes XII, acabou dando vazo a uma luz azulada e tnue.
Devia ser de manh ou de tarde. O recm-chegado usava um sobretudo
preto; parecia cansado e se aproximou lentamente da mesa, arrastando a
perna direita. O rosto amarelo, as sobrancelhas ridiculamente contradas.
- Meteu o p em uma armadilha para ursos?
- Os ursos encomendam armadilhas?
- 'Para ursos', eu disse. No 'de ursos'.
- Ento!
- Ah! sente-se!
Sentou-se com cuidado, pondo a perna de lado. O p estava um pouco torto.
Parecia torto.
- Sabem me dizer se existe alguma relao entre a moral e o olfato?
- Sim. A moralidade no me cheira bem.
- Sem graa.
Valentine interveio pela primeira vez: