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Dalavra, algo como um discurso parse, alei atria da eitca que imita-e a vera obra como in objeio a ser julgndo, Penso mais numa palara que de cera maneira de quer auténoma, mas que busca inci na intimidade do ao riador de um obra Por ai, a palara seria uma criago a seu ‘modo, que no quer nem jlear nem epei, mas desdobrar-se& ‘ancira dou desvelamento ainda que de segundo grau. Als, impressions a fequéecia com que of artis senten-seatral= os, como que levados pr uma neces sdade interior, vere perserutads pla ingerncia ds palavia. Nem fo raro qu se tape com obras que jt incluem algum tipo de palavra em sua somposigho, nfo se quer simplesmente a lustragio, ou 0 co- ‘mentirio subordinado a transmits um recado.O nivel é outa ¢ coma se a densdade do sentido do mundo ja nfo pudesseofe tare com o esplendor ultrapassado dos velhos tempos. Diga- mos que de ceria forma a camposiio ¢ 0 dscurso fam agora sempre como que a meio caminho, justamente porque o sentido ‘lo € dado por antecipago, ce € antes consiruido no silenciose lvorogo da crigo da obra. Ext caro lo hd mais sent, ja ‘em se quer mais o sentido, mas to-somente a sua fabricagio Fabriaplo que tz consigo a cxigéncia de ma veada ress dna, © € nese espago que a palavra descobre o feu preciso ugar de enamorament ol 162 3. Um inne, ‘Minauar, DE JOLI0 Berssane O nde presents ue pei oexeadineo dane a tempos ee ug gu doves camade donut Ar fir vom ogling de um pot Svc po feel vese0 pons amd pelos punenuraroob Je de sn cragan Aare dens tno colors amu ato Aeaes dens ads, pls eflsinens« meme pl ‘ea ncgns 0 pont rans, por cx, nce ou tm happiness ssn Encanto in ence tanned, sate ela pond vist avis pars coo ing dinar str cha etc oa seus dimonstesE nanan de pec duende gure ‘ska prop delice do crtna¢ maha do pci Ss postaldade Coad ou vgn, mds inane oa {© Daler. Mas cone untinte evconewyeurane dos cbs cna, mite, o uae ne, pam, tesa. je, poor a agar ema ct, es ume so ae, qs tom ug fr cc nro, Ps omen opto cnema cose clar ee pb 16 PAGNAS DE FROSOFA DAARTE sma maior —o do proprio futuro da arte, Entenda-se: da arte en ‘quanto sintese das ates, e emo o higar em que se conjugam os valores bisios da sociedae, Sabe-se que a grande arte sempre resid nessa duplaconjugagdo. E€nesseenrevero, reatualizado © absolutamente necessirio, que habits a propria razio de ser do cinema. © que est em causa no cinema —e penso aqui eta arte tenquanto detalheinerstado mama vocagHo maior — concentra Sse no sentido que possa oferecet 0 cinema no contexto de un horizonte que apenas Se anunei Mas, agora, tudo passa por aquelerefeido angular. Nisto, nada de novo, O angular, no fondo, resume-se numa questo de disci- plina do otha. Ea edveagSo para tl discilina ostena sem divi- da uma bee hist, a comegar peo instado privlgio que o& sregos emprestavam a visio; poral se eatende, por exemple, que © angular escondao prprio sentido da evolugdo da artes plasti- cas. Assim é que David contegue, com a sun clasiidade alta ‘mente teatral, pr sob o controle do olhar todas a8 seqiéncins consequtncias do desastre de uma guera, ou todo explendor do coroamento de Napoli. Esta cultura do olhar acaba se desen- volvendo de mansra to forte que, por cama jt cnbecidos, 0 proprie angular se transforma em abjeta de arte; € como se hou ‘esse entdo, uma dipriea instal no fundo do ol a detemni= nar os princpios de tudo o que se v, ou ej, da angularidade da «composigfo constr, e que ess didptrca, como que preserita por uma forga maior, passasse a flmar-s as propria. Claro queo angular €antes de tudo uma entdade culsral. Descartada 3 ante= Horidade do coneito-imite que €o ola inocente © angular «© quer Tinguagem enquanto principio de construgto, levada agora fos seus extremes possive's, (© que vem de ser dito consiuiu-eem verdadero ponta de parti= dd para entendimento da arte contemporinea, Evidetemente, 168 a8 coisas se tomaram demasiado complexas para poderem adm {ir qualquer tipo de reducionismo concetual. Aleio a esse vis, ‘pens aqui na particulariade bem determinada do cinema E che {no a tengo para dois de seus aspects (primer di respite &arte de modo geal pend a0 C.zctaado cence deinguagen. © ques canst no eo tat, clt cm qualquer cols cio aa sabverto da ng fem Pots linguagem poe ter ia con senda pecipuanente Stren alrse sobre alge sobre uma reads cua gue ‘ada piri ingungenAsibversd decor oa do fat de toe, ae de oso temp, ngage ator mesma Srreerencia, ase fa em referencia et propia, Acces Gf ovesencial nrar propa ingungem poe 0 to m- Side mutas mane, ae aconere ue coun jane Soncanam a Serve alo suradocxampo de Peat: cle Sc abandoou oveferenil to figurative, mas ss ao in- pede que ame que se ea sdpalveso mas abstato de idan pore, o mais concentra rec meno laberatono espn alanine my nvr ripe Tnoungem copes, Neste endo, a ates se uaformaram {muna aad esecilnnt xpsinenal Mas vse bem ee ee cre expr sgiia quarts onde So manuco do prove, merglbada nua tantoredade Shaade autm do supesto grande cbjetv ast lena a8 ‘Xperia no vivem do agar grande srora ons Sire detinivo. © que acntcs€ que o experiments ab- Strvccmala ala esx da propa inven aria 1 cspernca reside agora por ine a ivento dag a- flan a dscoberta desea exprcia a ingagem enema rufa que alimonta nreee donot eis, dos ES eqoeadorr dor bes de nema os carina ca seus ordnamenios. Minka procasonperganta concen ag, sean at on ‘este onto csencal: como JilioBresae stuane eat od ar iiea questo realmente esencil, ada Ingunsen Se se modifies no cinemas aerrareeearaes coasts como a | canigure as armas de uma 2l, os lea no segundo pono, totalmente afta 4 acho da tinguagem Se ic orc ts etn smaturago da i #8 mostra rebelde 4 estética € a todos on 167 PAGINA 0¢ FLOSOFA DAARTE dda, a meméria ¢ um de seus clementosmutrientes. Se se partir «a idsia de que o cinema ests todo no esplendor da imagem ede ue a imagem vive a si propria no moment instantinso de sou acontecer, Bressune como que devolve a imagem is suas prin is, sua antrioridde primeva, e tudo se faz etagdo, A caste 5 verfca no nivel da imagem eda fla, ela 6180 isitente gue 8s imagens se passam agora no plano da reflexividae, numa es Décie de despudor que descarna fiamente a fertlidade das or sens jd pea simples isiséncia na presenga da imagem — osu ‘dia, por exemplo, & ctagdo dest mesmo; e mosta-se loge, ¢ repetidas vezes, a propria imagem do lito, ou do livros das vertentsinspiradors,olivoext a reclamar a fala de si mesmo, filme de crtamancira jt aconteceu ness vertents, le parca a ser Bris Cubas, a reflexdo sobre a refleto, E ht ao nena tempo aguele jeitio quase descorporficado do personagern Mi amar, que vé no amor a0 mar, x3 repetibldade das gas que wim vio, na anteriridade da mesmice de sua propria invengto © principio de toda pedagogia — atta gua ¢meméria. Assim a ‘ealdade toda, em todos os seus nives, js concentra na consis, nein da citagdo, a ctagdo que se quer reflexivamenteeitagdo,¢ qe por isso mesmo se precipita no vu da eliminaglo dee som. Mas acontece que, através dessevicuo, por uma seta init. téncia, a imagem persegue 0 proprio sentido de sua ginese inventa-s cinema. E como so filme j tives sido feito desde toda a ctemidade, na desmemdria da agua e da pedra, no corpo ‘eptstico que desfalece, ou na palavradesmentda na etal edo livre. Claro que tudo no passa de fieglo, mas o grande rea imagem; eo juiz€ mebildade angular que negada em soa sso do ser Permito-me esse exagero: tudo bem visto, asiste-se a um anti: ema que quer deslocaroespectadr de seul habits visuals. Sea cinemacidade do cinema reside por completo, como se diz, na sucesso de imagens que buscam se perfazer em seu préprio mo vimento,entdo 0 cinema esgota-se completamente numa eséica do movimento, um movimento que ornou compulsiva a expres So The End; po a, qualquer isisténcia no esitico apenas ret saltaa exceléncia do movimento, Ora, movimento que dizer em o,€0 tempo institu-se por coasegineia como categoria funda ‘mental do cinema, Pois ndo € que Bressane se itromete nessa ‘order das coisas, e lege o espago como sua categoria de base? Categoria quer dizer: © nome mals geral das coisas Nao que tudo ‘tej simplesmente no espago, como a estivel mag em repouso 1a banda. Mas o filme pede para ser visto como tentatva de construg do espago, da anglaridade espacial, como uma forma de dinamicidade em que se busca como que corprificar espa ‘laldade dose. O expago oferece entBo uma espeseura que foge A fides do tempo e que € como que a sua concenrasae. Dao sentido da estatciade por assim der fotogrifica da imagem, ou da repetisdo explorads pelo filme. A fxidez de ser da imagem uestona justamente a realidade homogénica do tempo. CContemporizo, ¢ digo que 0 tempo de Bressane ¢ outro daquele «que se vé na usualidade do cinema. E um tempo que se verfca ‘sem dvds em diversosnves, de diversas maneiras ha, por exem plo, certasequncia materia! das imagens, ba uma narra, ha {odo um Bildumgsroman, a formagio de um jovem cineasta quase ‘que a Tutar com o que alo chega ser um desencontro de i mesmo, fe subsiste por inter: uata-se da fabricagto de um cineasta através dos aconteceres nem to dolorotos em sua auséncia de psicologia, nem to pitorescos em seu gosto pela desconstrugao. CConta-se que o Douanier Rousseau dizia de seus quadros que ram realists, a contrério do que fazia ose colega Picasso, em tudo eipcio. Os delirios de Bressane passam também por ai Eo que ravesa o filme de 1 epet Ere rca mages |

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