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Texto Complementar 9: Yontef, G. M. (1998). A Teoria Paradoxal da Mudanga. M. Yontef, Proceso, didlogo e awareness: ensaios em Gestalt-terapia (pp. 138. Sao Paulo: Summus. mais material ae quanaage tiltica. Onde isto nao se desenvolveu, a Gestalt-terapia ficou em sao dificil depois de um épice de popularidade, Quando a ond: Popularidade refluir, quando novas idéias e tecnologias forem af sentadas, a Gestalt-terapia esmaeceré proporcionalmente & auséncl de base de apoio, que incluem: teoria, didlogo e palestras para a co munidade profissional em geral, 4 Para publico tora da comunidade goj Necessidade de lidar methor com nossa prépria teoria raiz A teoria bisica ainda esta mais bem exposta em Perls, Hefferline Goodman. Isto precisa ser entendido e formar a base do trabalho fu {uro. Nao precisamos concordar com tudo em Gestalt Therapy, mas muito competente. Precisamos usé-lo mais em u Gio teérica e didlogo. E, a par s (8 parte), precisamos dis lacionamento do conceito ou parte, ao todo, ¢ isso exige a an Gestalt Therapy. A Teoria Paradoxal da Mudanga © que é a teoria paradoxal da mudanga? Quanto mais vocé tenta ser quem nao &, mais voc8 permanece 0 mesmo. Crescim: indo a assimilagio da ajuda e do amor de outros, requer auto-suporte. Tentar ser quem nfo se 6, néo é auto. suporte. Um aspecto muito importante do auto-suporte é a identificagSo com 0 préprio estado. Identificagao com seu proprio estado significa to €, sua experiéncia, comportamento e resente. Como a situago das pessoas muda com o tempo, identificagao com proprio estado inclui a identificagao com o Fluxo dos estados, de um para 0 outro, isto é, ter f em movimento ¢ transformagio. © auto-suporte deve incluir tanto 0 autoconhecimento quanto a ‘agiio. Néio podemos nos dar suporte adequadamente sem ‘conhecermos a nés mesmos, nossas necessidades, capacidades, am. In: G. 142). obrigagdes etc. Saber sobre si sem reconhecer que é fruto de € rejeitar-se € uma forma de auto-enganar-se. Sartre discute em que alguém confessa, e no ato de fazer tal isso se desidentifica com 0 que foi confessado. Por exemplo, eu igo uma covardia e me confesso covarde. Mas, no ato de confessar *F um covarde, eu me iludo com a crenga sutil de que quem confes- sa no pode ser covarde. E como se 0 comportamento covarde nao ti- vesse sido escolhido, mas de alguma maneira visitou a pessoa que se confessou Quando um terapeuta “lidera” ou “cura” um paciente, na verda- de ele esta conduzindo ou pressionando o paciente a ser diferente, E quanto mais 0 paciente é posicionado em dirego a um objetivo, mais cle permaneceré fundamentalmente 0 mesmo. Forgar ou direcionar leva a resisténcia. Daf, 0 paciente nio 6 apresenta a resisténcia a0 lamento organfsmico, mas agora também apresenta resis- so do terapeuta, Essa diltima resisténcia € geralmente bora também iniba trabalhar o estado estético original Wu de terapia, Existe outra razio, pela qual a pressio do terapeuta nio resulta em movimento verdadeiro, Uma das maneiras de nfo entrar em con- {ato com a intrusao do terapeuta invasivo é introjetar. O paciente pode conformar-se ou rebelar-se externamente, mas tanto numa atitude como na outra ele provavelmente engoliré inteira a sugestao do tera- peuta: “Se eu fosse uma pessoa competente, iria querer fazer 0 que 0 terapeuta esté sugerindo”. Se a pessoa muda de acordo com 0 empurro do terapeuta, niio serd com base em autonomia ¢ auto-suporte. E a pessoa nao tera ad- quirido as ferramentas da autonomia ¢ do auto-suporte. O mais importante é que o terapeuta que direciona forga, conduz transmite a seguinte mensagem: “Vocé nio € suficiente Essa mensagem induz a vergonha e/ou & culpa, Resu- mindo, o terapeuta diretivo ndo promove o auto-suporte do paciente. Tal terapeuta pode estar agindo com “beas intengdes”. Isto ndo melhora em nada a situago. Acredito que, em geral, a aco de con- duzir 0 paciente atende as necessidades do terapeuta e nio &s do pa- Observar transformagdes répidas pode ser entusiasmante € icante, mas isto promove o crescimento do paciente? Eu duvido que a transferéncia ¢ a idealizagéo produzidas sejam tio enaltece- doras para o paciente quanto 0 so para o terapeuta. Acho que 0 Paciente € 0 ltimo a saber que isto é verdade. Forgar pode levar a ex © isso como “mé-fé 139 descobertas, mas geralmente sem ferramentas para fazé-lo sem 0 Tapeuta. No maximo, pode dar ao paciente a capacidade de fazer: iu-o a fazer, o que tem um poder de generali 0 reverso do paradoxo: quanto mais se procura manecer 0 mesmo, tanto mais a pessoa muda em relagio ao ambiet te em transformagao. Como vocé lida com pacientes estiticos, qu fentam permanecer os mesmos ¢ pioram em relagio ao ambiente, no forgar? O método para lidar com pacientes estéticos, sem forgar € didlogo, awareness e experimentacao. Isso exige paciéncia, i, ige que o terapeuta tenha uma atitude de que hé “espago suficiente” no, mundo para 0 paciente, do jeito que ele 6, ¢ isso requer fé no cresci« mento organismico. Minha experiéncia a de que se nfo funcionar, forgar também do iré funcionar, exceto, talvez, a curto prazo. Forgar é mais perigo- So com pacientes que no mudam facilmente. O caso incomum, em que funciona, provoca relatos entusiasmados para os colegas. E mais Provavel que forgar venha a criar impasses de relacionamento, Isso quase sempre faz com que o terapeuta no assuma a responsabilida- de por sua parte da interagaio. Se 0 terapeuta esté frustrado por isso, a responsabilidade ¢ dele. Ele deve criar ou descobrir uma abordagem melhor, Os terapeutas também precisam conhecer os limites das t6c- nicas mais avancadas, e, principalmente, ser capazes de monitorar trabalhar sua prOpria contratransferéncia. Respeitando o paciente rapia baseia-se num rel rizontal. Tanto quanto possivel, o terapeuta igual (embora com uma diferenga de papéis rapéutico). Isto € igualmente verdade quando se lida com um paciente que © terapeuta chamaria de resistente. A resist ir a0 terapeuta ou & Gestalt-terapia pode ser uma reagao saudével. Mesmo quando 0 paciente resiste & sua pré- pria awareness, isto pode ser saudavel. Nossa atitude na Gestalt- terapia € trazer a resisténcia & consciéncia (awareness), de maneira ue a auto-regulagao do paciente seja marcada por contato e aware- ness melhores. Levar a terapia a termo, de maneira integrada e pro- dora de crescimento, exige integrago c nio o aniquilamento da téncia, As defesas do paciente necessitam de respeito do terapeuta e nao m ser atacadas ou afagadas. E importante conhecer e saber iden- as defesas ou evitagdes, para entendé-las e se apossar delas. ativa de eliminar nem a de alimentar as resisté paciente entender as resisténcias se encarregar delas com total ‘awareness. E isso tem de ser feito no ritmo do paciente. paciente sabe melhor. Alguns Gestalt-terapeutas atribuem 20 paciente total responsabilidade, poder absoluto para adoecer ou ficar bem, mas daf chamam para si a decisfio de empurrar o paciente por intermédio de suas defesas. Parece-me que se os pacientes sio to ca- azes a ponto de ser responsdveis por si mesmos (suas vidas, suas pa- tol ent suas resisténcias também precisam ser las como algo que eles escolhem, porque preenchem uma ne- cessidade importante. Historicamente, a Gestalt-terapia tem sido associada & rebeliao contra a autoridade © & promogdo de inconformismo. Nao nos toma- ‘mos autoritérios quando nos colocamos a disposigzio como a pessoa que iré decidir que defesas devem ser eliminadas? Eu ndo acho que a resposta seja apenas ir devagar com os pacien- tes. O trabalho de awareness precisa ser feito, ¢ terapeuta que deci- de ser “compreensivo” e no fazer 0 trabalho de awareness também Io esté respeitando o paciente suas escolhas. A resposta esté no did- logo e na clareza diagnéstica (ambos serdo discutidos posteriormente), respeito ao paciente inclui perceber que nivel de auto-suporte © paciente é capaz. Isso inclui saber 0 que o paciente espera do traba- Iho terapéutico, a sofisticagao terapéutica do paciente, a sanidade, a coesaio da identidade, da inteligéncia etc. Em grupos isso se torna mais complicado, pois o terapeuta tem a responsabilidade de observar, reconhecer e respeitar as necessidades de todos os individuos, e do grupo como um todo. O individuo que precisa ir mais devagar pode estimular ser forgado pelo restante dos individuos de um grupo frustrado. Uma forgada grupal pode ser até pior do que uma forgada do terapeuta. Nessa situago, o grupo preci- sa aprender a encarar a frustragio sem desrespeitar fronteiras, dife- rengas e autonomia, € seguro se € dominado por uma atitude hostil ou istente da maioria sobre a minoria. Por outro lado, 0 141 de seguranca ¢ equilibrio. Aeescotha A teoria paradoxal da mudanga conflita com a ‘A teoria paradoxal da mudanga também entra em choque com a idéia de treinamento simplista de terapeutas. Boa terapia, de acordo com a teoria paradoxal da mudanga, exige que o terapeuta tenha um ), que esteja pessoalmente centrado, e tenha lirecionou-se para ensinou algo sobre o que é essenci talt-ter sto é, uma awareness € relacionament pela experiéncia pessoal do pat experiencial. Isso exige um bom conhecimento das necessidades dos padres clini O que nao € essenc mento € terapia, é o sistema exibi peutas didéticos, nos quais o carisma domina. A abordagem mais recente exige trabalho duro em vez. de carisma. A satide p a maximizagao do crescimento humano, assim como a get so 90% transpirago e 10% inspiragao. Relacionamento: Engajamento e Emergéncia Aprendemos a substituir a Gestalt-terapia baseada em carisma, idade ¢ catarse pela énfase no engajamento dial6gico do pa- ciente ¢ do terapeuta, ¢ do paciente com outros pacientes nos grupos, onfiar que 0 crescimento emerge de tal engajamento. grupo nao € seguro se sentimentos e pensamentos negativos no so expressos. O terapeuta ¢ responsével pela definigo das nevessidades | arse como uma, com 0 rompimento das defesas Jo aumento geral da importincia da dimensio social na Gestalt- pia. ‘A pesquisa de fatores de sucesso terapéutico apontam de manei- ‘onsistente para a importincia do relacionamento. Na psicandl talt-terapia hé uma énfase continuada no relacionamento terapéu- © grupal. Outro aspecto da importancia aumentada da dimenséo social em geral, ¢ do relacionamento em particular, é um aumento da énfase srapia, Embora trabalhar Parte do avango no desenvolvimento da Gestalt-terapia tem sido 4 apreciagdo crescente da “cura pelo encontro” de Buber. Curar é a restauragio da totalidade. E Buber acreditava que somente com certo ipo de engajamento pessoa-a-pessoa poderia ocorrer a cura. O engajamento total acontece no aqui-e-agora. Na década de 1960, algun mente, interpretaram © aqui-e-agora Agora, estamos inclinados a com- iramente a hist6ria de vida do paciente ¢ a hist6- como adequados a terapia. O livro de Ervin Polster life is worth a novel € um exemplo dessa énfase stem tendéncias contrérias na psicologia e na yente no tratamento por procedimentos. ‘Tem rrido um aumento da perspectiva tecnolégica. A terapia, em geral, para uma abordagem mais técnica ou técnica-orientada, cientes depressivos ou borderlines? Livros de receitas terapeuticas, denominados manuais, s40 usados com mais frequiéncia em pesquisa psicoterapéutica Parece-me interessante que, mesmo com tentativas tio rigorosas de padronizagao dos procedimentos, a personalidade individual do te- rapeuta € a qualidade do relacionamento terapéutico ainda acabem com resultados bastante diferentes, com diferentes terapeutas e parea- ‘mentos terapeuta-paciente (Lambert, 1989).

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