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A VIOLÊNCIA
A violência é uma transgressão da ordem e das regras da vida em
sociedade. É um atentado contra a pessoa cuja vida, saúde e integridade física ou
liberdade individual correm perigo a partir da ação de outros. Entendemos assim a
violência como ausência de respeito aos direitos do outro. (SILVA, 2004).
São inúmeros os tipos de violência: contra o patrimônio, física, verbal,
simbólica, pedagógica. Segundo Charlot (2002) devemos fazer distinções
conceituais necessárias sobre a violência na escola, a violência à escola, e a
violência da escola.
Violência na escola é aquela que se produz dentro do espaço escolar,
sem estar ligada à natureza e as atividades da instituição, fazem parte da vida da
comunidade. Quando um grupo de jovens entra na escola para resolver as
questões de conflito, resolver as contrariedades, as diferenças, acertar contas de
disputas de bairros, brigas de rua etc, a escola é apenas o lugar em que ocorre a
violência que poderia ter acontecido em qualquer outro (CHARLOT, 2002).
A violência à escola está ligada à natureza e às atividades da instituição
escolar; quando os alunos insultam os professores, quando danificam carteiras,
cadeiras, vidraças e paredes, quando usam boné, óculos de sol, celular, durante a
aula, quando são desrespeitosos com os que ali prestam serviço etc. Muitas vezes
os alunos se entregam as violências que visam diretamente à instituição e aqueles
que a representam. Essa violência contra a escola deve ser analisada junto com a
violência da escola (CHARLOT, 2002).
Violência da escola é uma violência institucional, simbólica, que os jovens
sofrem através da maneira como a instituição e seus representantes os tratam
como exemplo: quando as escolas impõem conteúdos destituídos de interesse e
de significado para a vida dos alunos, ou quando professores se recusam a
proporcionar explicações suficientes, abandonando os estudantes à sua própria
sorte, desvalorizando-os com palavras e atitudes de desmerecimento (CHARLOT,
2002).
Para Abramovay a violência também pode ser contra o professor, são
identificadas diversas situações desrespeitosas de ofensa e até humilhação, a que
professores são submetidos na sua rotina diária de trabalho. Há casos de
professores e diretores que foram ameaçados de morte, ou então tiveram o
constrangimento de sofrer ameaças físicas, sem contar os danos causados a seus
veículos. Aparecem muitas ocorrências de pneus furados, carros arranhados, quer
dizer, além da própria pessoa, o bem material do professor também é um alvo; os
professores não têm formação para enfrentar esse tipo de ocorrência, isso não é
discutido, as ações que se poderiam planejar, para equacionar esse tipo de
comportamento, simplesmente não são tratadas. (ABRAMOVAY, 2002).
Os efeitos dessa violência vêm crescendo de forma visível, ao longo dos
últimos anos, várias são as medidas adotadas para preveni-la e mesmo contê-la:
muros, grades, seguranças, monitoramento através de câmaras de vídeo, patrulha
escolar. Neste processo de armamento/desarmamento, a escola vem perdendo
seu caráter educativo, passando a reproduzir um modelo de estrutura social
degradado e corrompido. Dentro desses princípios, a escola é parte da sociedade
e reproduz a violência cotidianamente através de mecanismos de opressão e de
diferenciação dos seus integrantes.
Precisamos conceituar o que de fato constitui violência. Definir violência
hoje se tornou algo muito complexo. Para Silva (2005), há violência quando um ou
vários atores agem de maneira a causar dano – em graus variáveis - a uma ou
várias pessoas, podendo ser ele físico ou moral.
Segundo Candau (2000), a violência não pode ser reduzida ao plano
físico, mas abarcar o psíquico e o moral. O que especifica a violência, na verdade,
é o desrespeito, a coisificação, a negação do outro, a violação dos direitos
humanos. A violência, neste sentido, resulta da ação transgressora exercida por
um ou mais indivíduos, para negar a liberdade de outrem, obrigando a vítima à
submissão da força física e psicológica exercida numa relação desigual de poder.
A violência colocada nos meios de comunicação de forma simplista e
sensacionalista provoca uma sensação de insegurança. Faz parecer como se
todos os acontecimentos fossem originados de uma mesma fonte e se
desenrolassem em todos os cenários da mesma forma e proporção. T
Essa banalização e simplificação da violência impedem uma análise mais
minuciosa e passam a assumir uma dimensão tão ampla que acabam por gerar
um sentimento de impotência, o que dificulta a busca de soluções para os
problemas. Muitas vezes esses sentimentos são incorporados como normais e
deixamos de reconhecê-los como agressões ao bem estar individual e coletivo.
Por este princípio de paralisia emocional tornamo-no indiferentes a tantas
situações como a miséria, a fome, a condição desumana que as pessoas vivem
nas ruas, a devastação do meio ambiente, dentre tantos outros fatos que vão
sendo internalizados como naturais (MUNARIN, 2007).
Essa postura do ser humano afasta-o da sua própria racionalidade e
acaba gerando um ser alheio às próprias emoções, que para fugir da dor, esconde
a sua subjetividade e revela sua irracionalidade. Este processo de alienação e
comodismo para enfrentar os problemas de convivência traz conseqüências
desastrosas, pois educam gerações despreparadas para o convívio em sociedade.
Na atual conjuntura, a aceitação da banalização da violência ou sua
negação não são aconselháveis. A primeira amedronta e paralisa as atitudes
racionais e mobilizadoras de ações transformadoras de uma sociedade em
constante mutação. A segunda favorece a fuga e isola o homem num campo
estéril de atitudes reducionistas do viver e sobreviver em sociedade. Ambas as
reações sociais não levam à compreensão do fenômeno em suas especificidades
e impedem a busca de medidas estratégicas para a superação das violências em
suas formas e origens.
Diante deste cenário, Munarin (2007) diz que a violência é enfocada sob
diferentes aspectos. Não podemos deixar de reconhecer que o nosso dia a dia
tem sido marcado por violências brutais (explícitas) e violências simbólicas
(implícitas). Porém se faz necessário que todos os membros da sociedade e,
mais especificamente os educadores, reconheçam a importância do seu papel na
formação de crianças, adolescentes, e jovens para que possam apresentar um
quadro diferente do atual.
Se a violência é produzida pela sociedade e por ela mantida, precisamos
conhecer melhor os constituintes desses conflitos para revertermos esse quadro
de paralisia emocional, procurando praticar ações que levem a um mundo menos
violento.
A violência que se encontra nas relações humanas, seja ela percebida
explicita ou implicitamente, adentra os muros da escola e cria uma situação de
desequilíbrio entre a função informadora da escola, consagrada tradicionalmente à
incorporação do saber socialmente acumulado, e a função formadora do ser
humano, necessária nos dias atuais para repensar a educação dos valores de
convivência, de solidariedade e de tolerância. É importante não pensar essas
funções como dicotômicas, mas como partes que se articulam para atingir um
objetivo comum (MUNARIN, 2007).
As situações de violência comprometem o que deveria ser a identidade da
escola-lugar de sociabilidade, de aprendizagem de valores éticos e de formação
de espíritos críticos, pautados no diálogo, no reconhecimento da diversidade e na
herança civilizatória do conhecimento acumulado. Essas situações repercutem
sobre a aprendizagem e a qualidade de ensino tanto para alunos quanto para
professores (ABRAMOVAY, 2003).
No Brasil, os inúmeros casos de violência envolvendo alunos, professores
e a própria instituição geram um mal estar coletivo e introduzem a insegurança e o
medo dentro da comunidade escolar, uma vez que já não se sentem seguros e
protegidos pelos muros da escola. Esse mal estar deve levar a sociedade à
mobilização de esforços para compreender a dinâmica da violência escolar, suas
causas e conseqüências, bem como vias alternativas para a sua prevenção e
redução (MUNARIN, 2007).
A violência escolar deve ser vista principalmente dentro de dois espaços
de delimitação, revelando suas causas externas e internas. Muitos educadores
atribuem o resultado da violência escolar a um prolongamento da violência
existente na sociedade. Limitar-se a esta análise dificulta a compreensão e o
enfrentamento do problema, pois pode ser interpretada como problema externo –
solução externa, deixando a equipe escolar à espera de soluções miraculosas
vindas de outras instituições ou de órgãos governamentais (MUNARIN, 2007).
Segundo Candau (2000), não se pode dissociar a questão da violência na
escola da problemática da violência presente na sociedade em geral. Para se
compreender a violência é preciso partir de sua complexidade e multicausalidade.
O fenômeno da violência apresenta não só uma dimensão estrutural, mas também
uma dimensão cultural, ambas articuladas e interconectadas. Para a autora, a
relação entre a escola e a violência não pode ser concebida como processo
exterior, mas também interno. A escola também produz violência.
Por isso considerar a violência gerada pela dinâmica da própria escola
possibilita a análise e reflexão dos envolvidos no processo escolar e, por
conseqüência, a prevenção e a redução do fenômeno. A escola é o espaço, a
instituição, que tem como objetivo maior educar/ensinar, não se omitir, visto que a
ela foi confiada a autoridade do conhecimento acumulado pela humanidade para
que este seja repassado às gerações presentes e futuras (MUNARIN, 2007).
A escola, como organizadora das práticas educativas, é, em alguns
aspectos, responsável pela produção de um comportamento agressivo ao
estabelecer normas de conduta autoritárias, repressivas e violentas, por não abrir
um canal de comunicação entre os diversos atores do processo educacional, por
se omitir em intervir nas práticas violentas adotadas nos relacionamentos
interpessoais, por desenvolver um método de ensino ineficaz e inadequado à
clientela escolar e por excluir os alunos que não se adaptam à forma de ensinar e
de avaliar a aprendizagem. Muitas dessas ações autoritárias e improdutivas
ilustram o cenário de nossas escolas, onde crianças e jovens são submetidos no
cotidiano escolar (MUNARIN, 2007).
Quando crianças, adolescentes e jovens conseguem estabelecer vínculos
afetivos concretos com seus colegas, professores e demais funcionários, a escola
passa a ser o espaço mais importante para o exercício do ser e do conviver.
Porém, quando essas relações não são estruturadas por laços fraternos de
amizade, solidariedade e respeito mútuo, a escola passa a ser percebida como um
lugar indesejável para se estar e conviver, resultando em conflitos interpessoais,
agressões contra a própria instituição, prejudicando a qualidade das relações
educativas, o equilíbrio emocional dos envolvidos e a qualidade do processo
ensino-aprendizagem. A violência tende a se fortalecer pelas atitudes dos seus
participantes e, muitas vezes, justificada pela organização e estrutura da
sociedade, que passa despercebida, aumentando consequentemente o número de
vítimas e agressores (MUNARIN, 2007).
Sendo muitos os tipos de violência existentes, os objetos deste estudo
recairão sobre a violência implícita nos relacionamentos interpessoais,
caracterizada como bulismo e indisciplina escolar, como produto das relações que
se estabelecem dentro e fora do contexto da escola.
Ao lado dessa violência explicita existe uma outra forma de violência, que
também precisa ser motivo de preocupação para os profissionais da educação: a
violência implícita nos relacionamentos interpessoais que gera e alimenta a
violência explícita e causa profundos traumas psicológicos.
Este tipo de violência, com suas conseqüências devastadoras sobre a
personalidade em formação de muitas crianças e jovens, é conhecido como
“bullying” escolar.
BULLYING
A palavra “bullying” é de origem inglesa derivada do verbo inglês “bully”.
Segundo o dicionário Webster a palavra significa tratar de forma abusiva ou afetar
(alguém) por meio de força ou coerção. O termo “bullying” não encontra uma
tradução exata na Língua Portuguesa, por isso a utilização constante da palavra
original. Em outros países, o bulismo recebe denominações diferentes, por
exemplo, na Noruega, se denomina “mobbing”, na França, “harcélement
quotidién”, na Itália, “prepotenza” ou bulismo; no Japão, como “yjime”, na
Alemanha, como “agressionen unter shülern”; na Espanha, como “acoso y
amenaza entre escolares”, e, em Portugal, como maus - tratos entre pares.
O termo pode ser traduzido por zoar, gozar, tiranizar, ameaçar, intimidar,
humilhar, isolar, perseguir, ignorar, ofender, sacanear, bater, ferir, roubar, quebrar
pertences ou usurpá-los, discriminar e apelidar pejorativamente. Também adota
aspecto de adjetivo, referindo-se a “valentão”, “tirano”. Como verbo ou como
adjetivo, a terminologia “bullying” tem sido adotada em vários países.
Segundo Fante (2005), o bulismo é um conjunto de atitudes agressivas,
intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um
ou mais alunos, causando dor, angústia e sofrimento a indivíduos mais fracos e
incapazes de se defenderem.
Nesse mesmo sentido, Constantini (2004), define bulismo como um
comportamento ligado à agressividade física, verbal ou psicológica. Para ele é
uma ação de transgressão individual ou de grupo, que é exercida de maneira
continuada com uma vítima predestinada.
De acordo com Olweus (2004), um aluno é vítima de bulismo quando é
exposto de forma sistemática e continuada a ações negativas por parte de um ou
mais colegas. É uma ação negativa quando alguém intencionalmente inflige ou
tenta infligir injúrias ou causar desconforto em alguém. As ações negativas podem
ser verbais, por exemplo, ameaças, escárnio, provocações e apelidos, ou físicas,
quando empurram, batem, chutam, beliscam, ou controlam alguém pelo contato
físico.
Não são caracterizados como bulismo os conflitos e agressões que
ocorrem entre alunos com capacidade física semelhante e com habilidades
mentais e sociais idênticas. De forma geral o que caracteriza o bulismo, é o
comportamento agressivo, e a sua natureza repetitiva e o desequilíbrio de poder
existente entre a vítima e o agressor.
Considerando a desigualdade de habilidades, sejam elas físicas
psicológicas ou sociais, o bulismo pode ser caracterizado como um
comportamento cruel, camuflado sob a máscara de brincadeiras, mas que
disfarçam o propósito de maltratar e intimidar.
As simples “brincadeirinhas de mau-gosto” de antigamente, hoje
denominadas “bullying”, podem revelar-se em uma ação muito séria, transformam
as vítimas em objeto de diversão e prazer por meio de brincadeiras maldosas e
intimidadoras. Causam desde simples problemas de aprendizagem até os sérios
transtornos de comportamento, responsáveis por índices de suicídios e homicídios
entre estudantes.
Este fenômeno mantém um caráter oculto, pelo fato das vítimas não
terem coragem suficiente para denunciar. Isso contribui com o desconhecimento e
a ignorância sobre o assunto por parte dos profissionais ligados à educação.
Estudos realizados até o momento apontam para alguns traços de
comportamentos sociais comuns a vítimas e agressores e justificam a divisão dos
envolvidos em categorias e subtipos. Assim, de acordo com Olweus (2004) as
vítimas podem ser classificadas:
- vítima passiva: caracteriza-se pelo medo do confronto e pela
incapacidade de encontrar ajuda de colegas;
- vitima cooperante: pretende chamar a atenção do grupo e para isso,
adota uma estratégia de vitimação;
- vitima provocatória: intencionalmente provoca e atrai reações
agressivas, mas não consegue lidar com as retaliações;
- pseudovítima: declarar-se alvo de agressões dos outros sem que o ato
agressivo ocorra;
- vitima agressora: a vitima passa a reproduzir os maus-tratos sofridos,
vitimando os mais novos ou da mesma idade.
Há uma idéia preconcebida de que as vítimas são escolhidas por
apresentarem alguma característica que as diferencia dos demais (ser gordo,
magro demais, usar óculos, ter espinhas, nariz e orelhas que se destacam etc).
Porém, nos estudos realizados por Olweus (2004) constatou-se que não
é uma regra geral. Para Olweus a única característica individual que interfere nas
agressões é a força física; as vítimas são fisicamente mais fracas do que os
agressores. A passividade da vítima faz com que os agressores sintam-se
poderosos, com poder e superioridade que os tornam lideres e temidos pela
maioria dos alunos da classe e às vezes da escola.
O agressor pode ser de ambos os sexos. Tem caráter violento e
perverso, com poder de liderança obtido por meio da força e da agressividade.
Age sozinho ou em grupo. Apresenta aversão às normas, não aceita ser
contrariado, geralmente está envolvido em atos de pequenos delitos. Seu
desempenho escolar é deficitário, mas isso não configura dificuldade de
aprendizagem, já que muitos apresentam nas séries iniciais rendimento normal ou
acima da média.
Segundo Olweus (2004), há três motivos que causam a conduta dos
agressores: Em primeiro lugar, os agressores sentem uma necessidade imperiosa
de poder e domínio, desfrutado na relação desigual. Em segundo lugar, a carência
afetiva típica dos contextos familiares em que foram educados os agressores,
produz satisfação ao causar dor ou sofrimento em alguém. Em terceiro lugar, a
recompensa pela ação transgressora pode vir através de dinheiro, objetos, ou
através da popularidade entre os companheiros.
Estudos mostram que os contextos familiares de onde provêm vítimas e
agressores também apresentam características e traços peculiares. As famílias da
vitimas possuem uma coesão interna, porém, falta aos membros uma
sensibilidade para captar o sofrimento das vitimas ou, quando declaradas, não
conseguem oferecer ou buscar ajuda para resolução dos conflitos. As famílias dos
agressores geralmente, não valorizam a afetividade e desconhecem a importância
dos valores necessários para a convivência social, demonstrando uma quebra dos
laços parentais ou pela inexistência deles (CONSTANTINI, 2004; FANTE, 2005).
Os agressores frequentemente vêm de lares onde a punição física e
psicológica é usada, e as crianças são ensinadas a agredir fisicamente como uma
forma de lidar com os problemas. Os agressores custam a adaptar-se às normas
escolares e procuram desafiar as autoridades, demonstrando um comportamento
anti-social (OLWEUS, 2004; FANTE, 2005).
Olweus (2004) aponta quatro fatores importantes no desenvolvimento
de um modelo de reação agressivas: 1- carência de afeto nos relacionamentos
interpessoais; 2) permissividade (excesso de liberdade e falta de limites); 3)
castigos físicos como forma de demonstrar a autoridade; 4) temperamento da
criança e do jovem.
Espectadores ou testemunhas
Por fim, temos os espectadores/testemunhas, estudantes que não
participam necessariamente de forma ativa do “bullying”. Podem ser subdivididos
em quatro grupos: os auxiliares (os quais ajudam o autor a efetuar o abuso), os
incentivadores (que instigam o autor a praticar a agressão), os observadores (só
observam ou simplesmente se afastam) e os defensores (protegem o alvo ou
chamam alguém que possa intervir em favor deste, como um professor). Lopes
(2005) chama a atenção para a importância da figura da testemunha: seu silêncio
legitima as ações do agressor, enquanto sua ação pode ser decisiva para o fim
dos abusos.
Na atualidade, a internet passou a propagar o bulismo, através de blogs,
orkuts e programas de mensagens instantâneas. Muitos jovens ocupam estes
espaços virtuais para fazerem comentários maldosos sobre as pessoas, fazerem
gozações, ameaçarem, chantagearem e revelarem segredos, divulgarem
informações mentirosas ou boatos cruéis sobre os colegas e seus familiares e até
mesmo sobre os profissionais da escola. (FANTE, 2004).
Esse comportamento ganha dimensões imensuráveis, já que grande
parte dos casos inicia no ambiente escolar e extrapola os muros da escola. Muitas
dessas ações são anônimas e, em alguns casos, não é possível descobrir quem é
o agressor. Essa forma de violência é denominada de “cyberbulismo” (FANTE,
2004).
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