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A HISTÓRIA DA VELHA CURIOSA

Há muito tempo uma velha


Que morava em Ouro Preto
Era muito curiosa
Não tinha nenhum respeito
Sabia em verso e em prosa
De quem fez, e o que foi feito

Numa casa na ladeira


A Dona Velha vivia
Só ficava na janela
E de tudo ela sabia
Uma coisa diferente
Todo dia descobria

Uma vez de madrugada


A velha “tava” dormindo
E logo um barulho ouviu:
Alguém estava subindo
A ladeira em que morava
E cantando este hino:

“Não nos veja por favor


É a procissão dos mortos
E ouça o nosso clamor
A gente vai lhe dar ossos
Se ouvir as nossas preces
Ou se ver os nossos corpos”

A velha curiosa
Rápido foi pra janela
Ia ver a procissão
E de dia reclamar
Com o padre de montão
Que nem avisou o povo
Sobre aquela procissão

Quando foi espionar


A procissão que passava
Dona Velha se assustou
Com uma mulher parada
Em frente à sua janela
De preto paramentada
Entregou-lhe uma vela
Guarde a vela para mim
A mulher disse sem pressa
Vou pegá-la amanhã
Um pouco antes da reza
A velha então foi dormir
“isso é coisa que se peça?”

De manhã ela acordou


Foi pegar a tal da vela
“Quando a mulher vai vir?”
Ficou pensativa a velha.
“A missa já começou
Ali, na nossa capela...”

E a velha da janela
Continuou esperando
A moça que pedia a vela
E curiosa ficando
Viu um osso de perna
E acabou desmaiando

E quando a velha acordou


O osso tinha sumido
Ela não acreditou
No que tinha acontecido
Por ser muito curiosa
Aquilo foi ocorrido

A velha então ficou doida


E com isso eu lhe digo
Não, não seja curioso
Pois, quando não se espera
Alguém vai lhe dar um osso
O bobo pensa que é vela

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