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CURSO DE MEDICINA

FASCICULO DE BIOLOGIOA CELULAR

1º ANO

Esquema do ciclo celular: I=Interfase, M=Mitose. A duração da mitose em relação às


outras fases encontra-se exagerada.

por: M.C.S.R

Luanda aos 15 de Jumho de 2010


INDICE

1- Ciclo celular
Conceito. Como esta constituido ........................................................................03
Descrisão das fases da interfase...........................................................................03

2- Divisão celular
Conceito...............................................................................................................04
Tipos de divisão celular. .....................................................................................04
Comparação entre citosinese e mitose.................................................................04

3- Mitose
Conceito ..............................................................................................................05
Descrição das fases..............................................................................................05
Importancia da mitose.........................................................................................06

4- Meiose
Conceito...............................................................................................................06
Descrição das fases..............................................................................................07
Importancia da meiose.........................................................................................09

5- Mitose e Meiose. Aspectos comparativos...........................................................09

6- Controle do ciclo.................................................................................................10

7- Diferenciação e morte celular


Diferenciação. Conceito .....................................................................................11
Morte celular. Conceito. Tipos de morte celular.................................................12
Apoptose .............................................................................................................13

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CICLO CELULAR

Conceito

O ciclo celular compreende os processos que ocorrem desde a formação de uma célula
até sua própria divisão em duas células filhas. A principal característica é sua natureza
cíclica. As células que se dividem activamente passam por uma sequência definida de
acontecimentos, que se designa ciclo celular. Dependendo do tipo de célula, o ciclo requererá
tempos diferentes. Factores externos, como a temperatura ou a disponibilidade de nutrientes
também afectam a duração do ciclo e respectivas etapas. 

Divisão do ciclo celular

O Ciclo Celular compreende duas fases: a Interfase e o período de Divisão Celular ou


fase Mitótica, este segundo também designado por mitose (ocupando geralmente entre 5
e 10% do ciclo).

Interfase

A interfase, ou seja, a fase entre duas divisões mitóticas, já foi considerada a fase de
repouso da célula mas tal não é, de todo, verdade. Como os cromossomos estão pouco
condensados e dispersos pelo núcleo não são visíveis a microscópio óptico. Nesta fase,
por microscopia, não visualizamos modificações tanto no citoplasma quanto no núcleo.
As células porém estão em intensa atividade, sintetizando os componentes que irão
constituir as células filhas. Esta parte do ciclo pode ser subdividida em três partes:

Fase G1 Fase S Fase G2


É um período de intensa actividade esta é a fase de síntese (S) de esta fase conduz directamente à
bioquímica, no qual a célula cresce DNA e, aparentemente, requer mitose e permite formar
em volume e o número de organitos um sinal citoplasmático para que estruturas com ela directamente
aumenta. Para que a célula passe se inicie. Cada cromossoma é relacionadas, como as fibras do
para a fase seguinte do ciclo é duplicado longitudinalmente, fuso acromático. 
necessário que atinja um ponto passando a ser formado por dois
crítico designado ponto de restrição cromatídeos. Nesta etapa
ou start, momento em que se dão numerosas proteínas (histonas,
mudanças internas; por exemplo) são igualmente
sintetizadas;

No final desta fase a célula faz uma Vai ocorrer a auto-replicação Decorre desde o final da síntese
"avaliação interna" a fim de verificar semi-conservativa do DNA, de DNA até o início da mitose,
se deve prosseguir o ciclo celular. passando cada cromossomo a com a síntese de biomoléculas
Caso a avaliação seja negativa, as possuir dois cromatídios ligados essenciais à divisão celular. Esta
células não vão se dividir, passando pelo centrómero. aumenta a síntese de proteínas
ao estado G0 que dependendo da gastando mais energia. Ocorre
célula pode ter uma duração variada, também a duplicação dos
(Ex.: neurônios, plaquetas, etc.) e se centríolos (o que implica na
a avaliação for positiva passa-se à formação de dois pares) se a
fase seguinte sendo o processo célula for animal (uma vez que
irreversível. estes não existem em células
vegetais).

                                                

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DIVISÃO CELULAR

Conceito

Divisão celular é o processo que ocorre nos seres vivos, através do qual uma célula,
chamada célula-mãe, se divide em duas (mitose) ou quatro (meiose) células-filhas, com
toda a informação genética relativa à espécie. Este processo faz parte do ciclo celular.

Nos organismos multicelulares, estes processos podem levar à formação dos esporos ou
gametas, que darão origem ao novo indivíduo, ou ao crescimento do indivíduo desde o
zigoto até ao indivíduo adulto (por crescimento dos tecidos), ou apenas à substituição de
células senescentes por células novas.

Tipos de Divisão Celular

As células procarióticas dividem-se por fissão binária, enquanto que as eucarióticas


seguem um processo de divisão do núcleo, chamada mitose, seguida pela divisão da
membrana e do citoplasma chamado citocinese.

As células diplóides podem ainda sofrer meiose para produzir células haplóides - os
gâmetas ou esporos durante o processo de reprodução. Neste caso, normalmente uma
célula dá origem a quatro células-filhas embora, por vezes, nem todas sejam viáveis.

Mitose Divisão do nucleo que compreende na mitose (divide em duas) 4 fases e


na meiose (divide em 4) duas divisões consecutivas com as suas
respectivas fases.
Divisão do citoplasma que leva à individualização das células-filhas.
Citocines
e Nas células animais (sem parede celular) forma-se na zona equatorial um
anel contráctil de filamentos proteicos que se contraem puxando a
membrana para dentro levando de início ao aparecimento de um sulco de
clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se separem as duas
células-filhas.

Nas células vegetais (com parede celular) como a parede celular não
permite divisão por estrangulamento, um conjunto de vesículas derivadas
do complexo de Golgi vão alinhar-se na região equatorial e fundem-se
formando a membrana plasmática, o que leva à formação da lamela
mediana entre as células-filhas. Posteriormente ocorre a formação das
paredes celulares de cada nova célula que cresce da parte central para a
periferia. (Como a parede das células não vai ser contínua, vai possuir
poros — plasmodesmos, que permitem a ligação entre os citoplasmas das
duas células).

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MITOSE

Conceito

É o processo pelo qual é construído uma cópia exata de cada cromossomo, a informação
genética é replicada e distribuída eqüitativamente aos 2 produtos finais. De forma
pratica podemos entender que na mitose a celula se duplica para dar origem a 2 novas
celulas filhas identicas uma da outra uma vez que foram formadas a partir de uma unica
celula. As características básicas da mitose são:
a) Distribuição equitativa e conservativa do número de cromossomos.
b) Distribuição equitativa e conservativa da informação genética.

Um dos primeiros sinais do início da mitose é o surgimento de uma faixa relativamente


densa de microtúbulos logo abaixo da membrana citoplasmática. Esta faixa envolve o
núcleo num plano que corresponderá ao plano equatorial do fuso acromático mitótico.
Esta faixa desaparece após a formação do fuso acromático mas corresponderá ao local
onde se forma a separação entre as duas células filhas. 

Descrição das Fases

A - Intérfase
Na intérfase o núcleo apresenta um contorno nítido pela presença da membrana nuclear.
Os cromossomos estão invisíveis devido ao índice de refração ser igual a da cariolinfa
(suco nuclear) e a problemas tinturiais. Os cromossomos começam a se diferenciar
engrossando-se e tornando-se mais visível. O engrossamento se dá em parte pela
espiralização e em parte pelo acúmulo de uma substância protéica denominada matriz
(O cromossomo aumenta o diâmetro e diminui o tamanho). Ocorre a divisão
longitudinal do cromossomo e replicação semi-conservativa da informação genética
(DNA).

B - Prófase
Na prófase os cromossomos tornam-se mais espiralados, encurtando-se, aumentando o
diâmetro e individualizando-se. Em preparações fixadas e coradas o cromossomo parece
ser sólido e oval ou assemelha-se a um bastão. As cromátides já podem ser observadas
no final da prófase. Elas mantêm-se unidas pelo centrômero, o qual se liga às fibras do
fuso cromático. A membrana nuclear desaparece e os centríolos migram para os pólos.

C - Metáfase
Há formação da placa equatorial, ou seja os cromossomos se dispõe na posição mediana
da célula, possibilitanto a distribuição equitativa da informação genética. Os
cromossomos estão bem individualizados e fortemente condensados. Essa fase é
adequada para se fazer contagem de cromossomos e verificação dealterações estruturais
grosseiras. As linhas do fuso surgem em forma de linhas centrais (ou contínuas) ou de
linhas cromossomais.

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D- Anáfase
Ocorre a separação das cromátides que se dá inicialmente pelo centrômero e
posteriormente ao longo de todo cromossomo. Cada unidade tem seu próprio
centrômero. Esta é a fase mais adequada para visualizar a posição do centrômero .

E - Telófase
A membrana nuclear é reconstituída em torno de cada núcleo-filho e os nucléolos
reaparecem. A citocinese ocorre.

Importância da mitose

A mitose é um processo de divisão celular conservativa, já que a partir de uma célula


inicial, originam-se duas células com a mesma composição genética (mesmo número e
tipo de cromossomos), mantendo assim inalterada a composição e teor de DNA
característico da espécie (exceto se ocorrer uma mutação, fenômeno menos comum e
acidental). Este processo de divisão celular é comum a todos os seres vivos, dos animais
e plantas multicelulares até os organismos unicelulares, nos quais, muitas vezes, este é o
principal ou, até mesmo, o único processo de reprodução (reprodução assexuada).

Deste modo, a mitose é importante devido os seguintes aspectos:

 Permite propagar com fidelidade o programa genético.

 Nos seres unicelulares a mitose já possui o papel da reprodução em si, uma vez
que gera dois seres idênticos a partir de um.

 Nos seres pluri ou multi celulares, a mitose possui três funções básicas e são
elas:

 Crescimento corpóreo

 Regeneração de lesões

 Renovação dos tecidos

MEIOSE

Conceito
A meiose é o processo que se verifica tanto nos órgãos sexuais masculinos quanto
femininos. Através da meiose os gametas ficam com o número de cromossomos
reduzidos à metade, ao estado denominado haplóide. Quando o gameta de origem
materna se une ao gameta de origem paterna o número de cromossomos característico
da espécie é restabelecido.

A meiose é um processo divisional, que, a partir de uma célula inicial com 2n


cromossomos, leva à formação de células filhas com metade desse número. Também é
definida como o processo que envolve duas divisões sucessivas do núcleo,
acompanhada de uma só redução no número de cromossomos, isto é, durante a meiose o
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material nuclear é duplicado uma vez e dividido duas vezes, pelo que cada célula filha
apresenta metade do número de cromossomas da célula diplóide inicial. 

No entanto, mais importante que a redução do número de cromossomas é a


consequência genética do processo: na metáfase I a orientação ao acaso dos bivalentes
causa uma mistura de material materno e paterno pelos dois núcleos filhos; devido ao
crossing-over, cada cromossoma contém genes de origem materna e paterna.

A divisão meiótica compreende 2 fases: a reducional (meiose I) e a equacional (meiose


II).

Descrição das Fases

A - Intérfase
Na intérfase o núcleo apresenta-se bem individualizado pela presença da membrana
nuclear. Os cromossomos começam a se diferenciar, engrossando-se e tornando-se mais
visível. Ocorre a divisão longitudinal do cromossomo e replicação da informação
genética, no modelo semi-consevativo.

B - Prófase I
A prófase I é estudada através de seus vários estágios dados a seguir.

B.1 - Leptóteno (filamentos finos)


É a fase inicial da prófase da primeira divisão meiótica. Os cromossomos aparecem
unifilamentares (apesar da replicação já ter ocorrido) e as cromátides são invisíveis. A
invisibilidade das cromátides permanece até a sub-fase de paquíteno.

B.2. Zigóteno
Durante o estágio de zigóteno cada cromossomo parece atrair o outro para um contato
íntimo, à semelhança de um ziper. Este pareamento, denominado sinapse, é altamente
específico e ocorre entre todas as seções homólogas dos cromossomos, mesmo se essas
seções estão presentes em outros cromossomos não homólogos.

Sabemos que para cada cromossomo contribuído por um pai, existe um que lhe e
homólogo, contribuído pelo outro progenitor. São esses os cromossomos que se
pareiam.

B.3. Paquíteno
O paquíteno é um estágio de progressivo encurtamento e enrolamento dos cromossomos
que ocorre após o pareamento no zigóteno ter sido completado. No paquíteno as duas
cromátides irmãs de um cromossomo homólogo estão associados às duas cromátides
irmãs de seus homólogos. Esse grupo de 4 cromátides é conhecido como bivalente ou
tétrades e uma série de troca de material genético ocorre entre cromátides não irmãs de
homólogos (Crossing-over)

O paquíteno é também o estágio em que uma estrutura chamada de complexo


sinaptonêmico pode ser observada entre os cromossomos através de microscópios
eletrônicos. Ele aparece como faixas de 3 componentes longitudinais organizados em 2
camadas laterais de elementos densos e a central constituída basicamente de proteínas.
O complexo permite que os cromossomos estejam em um contato mais íntimo e mais

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preciso.

B.4. Diplóteno
No estágio de diplóteno cada cromossomo age como se repelisse o pareamento íntimo
estabelecido entre os homólogos, especialmente próximo ao centrômero. Talvez isso
ocorra devido ao desaparecimento da força de atração existente no paquíteno ou devido
a uma nova força de repulsão que se manifesta.

A separação é impedida em algumas regiões, em lugares onde os filamentos se cruzam.


Essas regiões ou pontos de intercâmbios genéticos, são conhecidas por quiasmas. Uma
tétrade pode apresentar vários quiasmas dando figuras em configuração de V, X, O ou
de correntes. Em muitos organismos suas posições e número parecem ser constantes
para um particular cromossomo.

B.5. Diacinese
Na diacinese a espiralização e contração dos cromossomos continua até eles se
apresentarem como corpúsculos grossos e compactos. Durante a fase final desse estágio
ou início da metáfase I, a membrana nuclear dissolve e os bivalentes acoplam-se,
através de seus centrômeros, às fibras do fuso cromático. O nucleolo desaparece. O
número de quiasma é reduzido devido a terminalização. A terminalização é um processo
pelo qual, dado o encurtamento dos filamentos e a força de repulsão existente entre
homólogos, os quiasmas vão sendo empurrados para alguns se escaparem por completo.

C - Metáfase I
Nessa fase os bivalentes orientam-se aleatoriamente sobre a placa equatorial. Em geral
os cromosssomos estão mais compactos que aqueles da fase correspondente da mitose e
permitem uma contagem das unidades que estão presentes na parte mediana da célula.

D - Anáfase I
Nessa fase inicia a movimentação das díades para pólos opostos, mas não há
rompimento dos centrômeros. Nesse caso há movimento de cromossomos inteiros para
pólos opostos e, consequentemente, essa fase reduz o número de cromossomos a
metade.

Essa fase é adequada ao estudo da posição dos centrômeros, pois as cromátides se


abrem permanecendo unidas apenas pelos centrômeros e assim apresentando especiais.
Nessa fase ainda ocorre algumas quebras de quiasmas que ainda restaram.

E - Telófase I
Como na mitose os dois grupos formados ou aglomerados nos pólos passam por uma
série de transformações: A identidade das díades começa a desaparecer, os filamentos
tornam-se a desespiralizar (perda de visibilidade). Os núcleos não chegam ao repouso
total, pois logo após começa a se preparar para a segunda divisão meiótica. Variando de
acordo com o organismo, uma divisão do citoplasma pode ou não se verificar
imediatamente após a separação dos dois núcleos.

F - Intercinese

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Fase que vai desde o final da primeira divisão até o início da segunda divisão. Essa fase
difere da intérfase por não ocorrer a replicação da informação genética, tal como ocorre
na intérfase.

G - Prófase II
Essa fase é muito mais simples que a prófase I, pois os cromossomos não passam por
profundas modificações na intercinese. Ocorre os seguintes fenômenos:
desaparecimento da membrana nuclear; formação do fuso cromático e movimentação
das díades para a placa equatorial.

H - Metáfase II
Os cromossomos, agora em número reduzido à metade, alinham-se na placa equatorial
da célula.

I- Anáfase II
Os centrômeros se dividem permitindo a separação das cromátides irmãs migrarem para
pólos opostos. Essas cromátides poderão carregar informação genética diferente caso
tenha ocorrido permuta durante a prófase I (paquíteno).

J - Telófase II
- Os cromossomos atingindo os pólos se aglomeram e as novas células são
reconstituídas. Após a citocinese forma-se um grupo de 4 células haplóides
denominadas de tétrades. Cada célula dessa meiose irá conter um grupo de
cromossomos não homólogos.

Importancia da meiose

A meiose permite a recombinaçãoo gênica, de tal forma que cada célula diplóide é
capaz de formar quatro células haplóides geneticamente diferentes entre si. Isso explica
a variabilidade das especies de reprodução sexuada.

A meiose esta ligada a fecundação fazendo com que os organismos diplóides existem
numa variedade de formas, mesmo os da mesma espécie. Por este motivo, as
consequências genéticas e evolutivas da meiose são profundas.

MITOSE E MEIOSE. ASPECTOS COMPARATIVOS

A meiose difere da mitose em três aspectos fundamentais:

 consiste em duas divisões sucessivas, originando 4 núcleos;

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 cada um dos 4 núcleos é haplóide, contendo metade do número de cromossomas
da célula-mãe diplóide;

 os núcleos haplóides produzidos contêm combinações génicas inteiramente


novas. 

Comparações entre a mitose e a meiose

Mitose Meiose
A mitose ocorre em todas as células a meiose, nos seres pluricelulares, só
somáticas do corpo e, por meio dela, uma ocorre em células germinativas, com duas
célula se divide em duas, geneticamente divisões sucessivas. A célula-mãe se
semelhantes à célula inicial. Assim, é divide em duas, que se dividem de novo,
importante na regeneração dos tecidos e originando quatro células-filhas (três
no crescimento dos organismos células-filhas no caso da oogénese) com
multicelulares. Nos unicelulares, permite a metade dos cromossomos da célula
reprodução assexuada. inicial: são os gametas, geneticamente
diferentes entre si.

CONTROLE DO CICLO CELULAR

O ciclo celular é regulado pela interação de proteínas altamente específicas


denominadas de fatores de crescimento . Essas proteínas compõem o Sistema de
Controle que conduz e coordena o desenvolvimento do ciclo celular. Os fatores de
crescimento regulam a proliferação celular através de uma rede complexa de cascatas
bioquímicas que por sua vez regulam a transcrição gênica e a montagem e
desmontagem de um sistema de controle. São conhecidas cerca de 50 proteínas que
atuam como fatores de crescimento, liberados por várias tipos celulares. Para cada tipo
de fator de crescimento, há um receptor específico, os quais algumas células expressam
na sua superfície e outras não.

Os fatores de crescimento podem ser divididos em duas grandes classes: 1) Os fatores


de crescimento de ampla especificidade, que afetam muitas classes de células, como por
exemplo o PDGF ( fator de crescimento derivado das plaquetas) e o EGF ( fator de
crescimento epidérmico ). A segunda classe de fatores de crescimento são os Estreita
especificidade, que afetam células específicas.

Os fatores de crescimento liberados ligam-se a receptores de membrana das células


alvo. A formação do complexo receptor - ligante, dispara a produção de moléculas de

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sinalização intracelular. Essas moléculas são responsáveis pela ativação de uma cascata
de fosforilação intracelular, que induz a expressão de genes.

O produto da expressão destes genes são os componentes essenciais do Sistema de


Controle do Ciclo celular, que é composto principalmente por duas famílias de
proteínas:

1. CdK ( cyclin - dependent protein Kinase ) que induz a continuidade do


processo através da fosforilação de proteínas selecionadas

2. Cyclins que são proteínas especializadas na ativação de proteínas. Essas proteínas se


ligam a CdK e controlam a fosforilação de proteínas alvo. São reconhecidas duas
famílias de Cyclins: Cyclins G1 e Cyclins G2

O ciclo de montagem, ativação e desmontagem do complexo Cyclin-CdK são os


eventos bases que dirigem o ciclo celular.

O ciclo é regulado para parar em pontos específicos. Esses pontos permitem que o
sistema de controle sofra influência do meio.

Nesses pontos de parada são realizados check up. São reconhecidos dois pontos de
Check point:

- Em G1 - antes da célula entrar na fase S do ciclo

- Em G2 antes da célula entrar em mitose. Nestes pontos são checados as condições do


meio extracelular e da própria célula.

O controle do ciclo nesses pontos é realizado por duas famílias de proteínas: No período
G1 ocorre a montagem do complexo Cyclin-CdK que fosforiliza proteínas especificas
induzindo a célula a entrar no período S. O complexo se desfaz com a desintegração da
cyclin.

No período G2 as cyclins mitóticas ligam-se a proteínas CdK formando um complexo


denominado de MPF (M.phase Promiting Factor ) que é ativado por enzimas e
desencadeiam eventos que levam a célula a entrar em mitose. O complexo é desfeito
pela degradação da cyclin mitótica quando a célula esta entre a metáfase e anáfase
induzindo a célula a sair da mitose. Assim cada passo da ativação ou desativação marca
uma transição no ciclo celular. Essa transição por sua vez iniciam reações que servem
de gatilhos para a continuidade do processo.

DIFERENCIAÇÃO CELULAR E MORTE CELULAR

Diferenciação celular. Conceito

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Diferenciação celular é o processo que permite a transformação de uma celula
indiferenciada numa celula que se diferencia por importantes características moleculares
e estruturais que reflectem uma função especializada. Por outras palavras é o processo
pelo qual as células vivas se "especializam" para realizar determinada função.

Por exemplo, as células que activamente sintetizam proteínas, como as células do


plasma, apresentam grande quantidade de ribossomas e um retículo endoplasmático
rugoso; as células que necessitam de grande quantidade de energia, como as células do
músculo cardíaco, possuem numerosas mitocôndrias.

Contudo, algumas células mantêm-se indiferenciadas. Não apresentam qualquer


especialização para realizar uma função específica. Tais células, na maior parte das
vezes, continuam com a capacidade de divisão, produzindo novas células. Estas novas
células geralmente substituem células que são lesadas ou morrem. Depois disso, as
novas células iniciam elas próprias a diferenciação.

Estas células diferenciadas podem atuar isoladamente - como os gametas e as células


sexuais dos organismos mais pequenos, como as bactérias. Ou podem agrupar-se em
tecidos diferenciados, como o tecido ósseo e o muscular. Apesar de diferenciadas, as
células mantêm o mesmo código genético da primeira célula (zigoto). A diferença está
na ativação e inibição de grupos específicos de genes que determinarão a função de cada
célula.

Algumas funções específicas das células diferenciadas incluem o transporte de impulsos


electroquímicos, formação de tecido ósseo, captação e digestão de bactérias que
invadem o corpo, secreção de hormonas, transporte de oxigénio, formação de gâmetas e
armazenamento de gordura, etc.

Esta especialização acarreta não só alterações da função, mas também da estrutura das
células.

Morte celular. Conceito. Tipos de mortes celular

Nos últimos anos descobriu-se que as células não morrem somente em consequências de
doenças, mas são levadas à morte durante o curso normal do desenvolvimento e da
homeostasia. A doença pode resultar em uma morte celular em um momento
desapropriado, ao contrário se as células não morrem em um dado momento, o resultado
é aparecimento do câncer.

Baseando-se nas mudanças que ocorrem nas células quando as mesmas morrem, são
propostos dois tipos de morte celular:

1. A apoptose caracterizada pela diminuição e fragmentação do citoplasma,


compactação da cromatina e eventual destruição de organelas celulares.

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2. A necrose que é consequência de uma injúria celular ou uma resposta a
mudanças extremas das condições fisiológicas. A morte por necrose é
caracterizada por um inchaço da célula. A necrose celular parece não fazer parte
do desenvolvimento normal ou homeostasia.

A morte celular programada é um processo ativo que requer uma função genética das
células que morrem. Os genes envolvidos neste processo podem não somente causar a
morte da célula como também protegê-la da morte.

Apoptose

O termo "apoptose" foi introduzido em 1972, mas somente no início da década de 90


começou a ser intensamente investigado.

"Apoptose" origina-se do grego e significa "cair fora" (Cotran et al., 1996), ou seja, é o
mecanismo pelo qual a célula promove a sua autodestruição de modo programado.

Esse fenômeno já foi observado, dentre outros processos, durante a embriogênese


(principalmente nas fases de organogênese e de involução), durante os processos de
metamorfose (relacionados principalmente a metaplasias), em quadros de alteração
hormonal, como a menopausa (envolvendo as células endometriais), em tumores com
fases de regressão ou de intensa proliferação e em algumas doenças virais (como a
hepatite viral).

A importância desse mecanismo, em primeira instância considerado normal, relaciona-


se primeiramente ao controle da densidade populacional de células normais; pode ser
interpretado também como o instrumento de deleção de células danificadas por toxinas,
radiação ou outros estímulos.

Os eventos celulares que fazem parte da apoptose incluem:

 inicialmente, a condensação da cromatina nuclear, oriunda da fragmentação do


DNA por endonucleases; o mecanismo da ativação dessas endonucleases ainda
não está completamente estabelecido.
 Há também diminuição do volume celular, decorrente de ligações interprotéicas
no citoplasma.
 As células em apoptose manifestam receptores para macrófagos, os quais
fagocitam essas células.

Todos esses eventos são controlados por genes responsáveis pelo crescimento e
diferenciação celular.

Apoptose também é designada como morte celular programada ou suicídio celular e


diferencia-se da morte celular reconhecida como necrose. Enquanto a apoptose é
altamente ordenada a ponto de ser chamada de morte programada, a necrose é abrupta,
ocorrendo após insulto extremo.

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O fenômeno apoptótico é necessário, fundamental e altamente organizado para o
desenvolvimento e a manutenção da integridade do organismo, além de ser tão
complexo quanto à divisão e à diferenciação celulares. O desencadeamento da
apoptose é orquestrado tanto no desenvolvimento embrionário e na renovação tecidual
como na resposta patológica à lesão celular (ruptura do DNA) ou à infecção por
patógenos, ou seja, situações que representam ameaças à integridade do organismo.

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