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Dagmar Napolitano

Tiago Ostorero

COMPARAÇÃO DOS SUBSTRATOS AREIA E TERRA PARA O MELHOR


DESENVOLVIMENTO POR ESTAQUIA DO FALSO BOLDO [Plectranthus
barbatus Andr.]

Trabalho em laboratório da disciplina de


Metodologia Científica do curso Biologia da
Faculdade de Ciências da Saúde

São Paulo
2010
COMPARAÇÃO DOS SUBSTRATOS AREIA E TERRA PARA O MELHOR
DESENVOLVIMENTO POR ESTAQUIA DO FALSO BOLDO [Plectranthus
barbatus Andr.]

OBJETIVO

Comparar dois substratos, areia e terra, para analisar qual deles é o mais adequado no
processo de desenvolvimento por estaquia do Plectranthus barbatus Andr. (Lamiaceae),
conhecida popularmente como falso boldo.
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O Plectranthus barbatus Andr. (Coleus barbatus Benthan; Coleus forskohlii Briq.), é um


arbusto aromático perene de ramos eretos e sub-lenhosos que atinge de 1,0 a 1,5m de
altura. Suas folhas são grossas e aveludadas. Suas flores azuladas crescem em espigas
que aparecem na estação chuvosa. Vulgarmente é conhecida como falso boldo, boldo
nacional e malva santa (Albuquerque, 2000).

Carriconde et al. (1996) relata que P. barbatus provavelmente é originário da Àfrica e uma
das plantas mais citadas em levantamentos etnobotânicos de plantas medicinais do
Brasil, com estudos para identificar ações farmacológicas, sendo muito cultivado em todo
o território brasileiro. Possui propriedades analgésicas, estomáquica, hepática e
antidispépticas.

Um dos métodos de maior viabilidade econômica para estabelecer e plantar clones,


permitindo um custo menor de multiplicação de genótipos selecionados em um curto
período de tempo, com a vantagem de não apresentar incompatibilidade é a estaquia,
afirmam Paiva e Gomes (2001).

Em relação ao melhor substrato para o desenvolvimento por estaquia do falso boldo, não
foi encontrado nenhum registro dessa informação.

Segundo Hoffmann et al. (1996), o substrato destina-se a sustentar as estacas durante o


período de enraizamento, mantendo sua base em ambiente úmido, escuro e
suficientemente aerado.

Avery & Beyl (1991) citam que o uso de algumas tecnologias pode melhorar tanto a
qualidade da muda quanto a porcentagem de enraizamento e qualidade das estacas
enraizadas. Dentre estas, poder-se ia citar o uso de substratos mais adequados para
proporcionarem maior enraizamento, melhor distribuição e conformação das raízes
(HARTMANN et al., 1997; KLEIN et al., 2000; OFORI et al., 1996).

O presente trabalho de comparação dos substratos areia e terra no desenvolvimento por


estaquia do falso boldo foi de grande importância para, registrar informações sobre o
melhor substrato entre eles nesse processo, que diminui a perda de mudas.
MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no laboratório da Faculdade de Ciências da


Saúde, em São Paulo, SP, no período de abril a maio de 2010.

Para esse teste, foram usadas seis estacas de uma única planta matriz do falso boldo,
cultivada na residência do aluno Tiago. As estacas seccionadas tinham em média 7 cm
de comprimento e 0,6 cm de diâmetro.

O ramo de cada estaca foi colocado para enraizar em seis vasos plásticos com 8 cm de
diâmetro e 7 cm de profundidade, três deles tinham areia e os outros três tinham terra.

Os substratos foram regados com água e colocados em uma bancada, próximos a uma
grande janela, onde permaneceram até o final do experimento.

A análise ocorreu semanalmente, com medições e acompanhamentos do


desenvolvimento das formações dos brotos de folhas na estaca. As regas foram
realizadas a cada três dias com a mesma quantidade de água e periodicidade para cada
substrato.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com a observação comparativa, houve diferença considerável entre os dois


substratos.

Na primeira semana foi observado que duas, das três estacas do substrato areia
perderam uma porcentagem da cor verde de seus ramos, o que não aconteceu com as
três que estavam na terra (figura1e2).

Nos vasos com areia ocorreu o enraizamento de apenas uma estaca. Nos substratos
terra, as três estacas apresentaram a formação de raiz.

Em relação aos brotamentos de folhas, duas estacas desenvolveram brotamento de


folhas bem pequenas no substrato areia. Os maiores números de brotos de folhagens e
os mais desenvolvidos foram os do substrato terra (tabela1).

FIGURA1 FIGURA2

Comparação final das estacas do falso boldo em cada substrato

Tabela 1- Número de brotos formados em estacas nos dois substratos em


cinco semanas.

Semanas Vaso1 Vaso2 Vaso3 Vaso4 Vaso5 Vaso6


Terra Areia Terra Areia Terra Areia
15-4-2010 ------ ------ ------ ------ ------ ------
22-4-2010 2brotos 2brotos 2brotos ------ 2brotos 1brotos
29-4-2010 4brotos 2brotos 4brotos ------ 6brotos 1brotos
6-5-2010 4brotos 2brotos 4brotos ------ 6brotos 1brotos
13-5-2010 4brotos 2brotos 4brotos ------ 6brotos 1brotos
Conclusões

O substrato terra foi o que apresentou melhor resultado em relação ao enraizamento e


desenvolvimento de brotações em estacas do falso boldo.

Os vasos com terra permaneceram por mais tempo úmidos em comparação com os de
areia, sendo que todos foram regados em número de vezes iguais. Verificamos que isso
foi um dos principais fatores para o melhor desenvolvimento das estacas da planta, no
substrato terra.

A terra apresentou maior grau de compactação comparado ao substrato areia. Isso


permitiu que a água e os nutrientes permanecessem por mais tempo a disposição das
estacas.

Concluímos assim que o melhor substrato para a propagação de mudas por estaquia do
falso boldo é a terra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros

ALBUQUERQUE, R.L. Contribuição ao estudo químico de plantas medicinais do


Brasil: Plectranthus barbatus Andr. Plectranthus amboinicus (Lour)Spreng. 2000.

AVERY, J. D.; BEYL, C. B. Propagation of peach cuttings using foam cubes.


HortScience, Alexandria, v. 26, n. 9, p.1152-1154, 1991

CARRICONDE, C. et al. Plantas medicinais & plantas alimentícias. Recife:


Universidade Federal Rural de Pernambuco, 1996. 153p.

FURLAN, M.R. Cultivo de plantas medicinais. 2.ed. Sebrae, 1999

HARTMANN, H. T.; KESTER, D. E.; DAVIES, F. T.; GENEVE, R. L. Plant propagation:


principles and practices. 6. ed. New Jersey: Prentice Hall International, 1997. 770p.

HOFFMANN, A.; CHALFUN, N. N. J.; ANTUNES, L. E. C.; RAMOS, J. D.; PASQUAL, M.;
SILVA, C. R. de R. Fruticultura comercial: propagação de plantas frutíferas. Lavras:
UFLA/FAEPE, 1996. 319 p.

LOURENZI, H.; MATOS, A.J.F. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas.


Instituto Plantarum, 2002.

PAIVA, H. N.; GOMES, J. M. Propagação vegetativa de espécies florestais. Viçosa,


MG: Universidade Federal de Viçosa, 2001. (Série Cadernos Didáticos, 83)
Materiais da Internet

Escola Superior de Agricultura “Luiz deQueiroz”. Disponível em:


<http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/p05.pdf>. Acesso em: 21 de abril de 2010

Revista Brasileira de Plantas medicinais. Disponível em:


<http://www.ibbi.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v8_n2_2006/revisao.pdf>.
Acesso em 21 de abril de 2010

Scientific Eletronic Library Online Brazil. Disponível em:


<http://www.scielo.br/pdf/cagro/v31n3/a15v31n3.pdf>. Acesso em: 22 de abril de 2010

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-67622008000100018&script=sci_arttext>.
Acesso em: 10 de junho de 2010

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