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Sumário

Legislação......................................................................................................................................... 03

LEI Nº 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor......................................................................... 03

DECRETO Nº 5.903, DE 20 DE SETEMBRO DE 2006..................................................................... 21

Resoluções CMN/BACEN nº 2.878/01 e nº 2.892/01 e alterações posteriores - Código de Defesa


do Consumidor Bancário.................................................................................................................... 23

RESOLUÇÃO 2.878 .......................................................................................................................... 23

RESOLUÇÃO 2.892........................................................................................................................... 28

CIRCULAR 3.058/2001....................................................................................................................... 30

CIRCULAR 3.289/2001....................................................................................................................... 30

CIRCULAR 3.369/2007....................................................................................................................... 31

RESOLUCAO 3.518/2007.................................................................................................................. 32

RESOLUÇÃO BACEN Nº 3.694, DE 26 DE MARÇO DE 2009.......................................................... 35

LEI Nº 10.048/00, Lei nº 10.098/00 e Decreto nº 5.296/04................................................................. 36

LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000................................................................................. 36

LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000................................................................................ 37

DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004........................................................................ 40

Marketing em empresas de serviços.............................................................................................. 56

Exercícios.......................................................................................................................................... 64

Técnico Bancário 1
2 Técnico Bancário
Legislação Da Política Nacional de Relações de Consumo

Obs.: Os itens grafados em fonte Courier Art. 4º A Política Nacional das Relações de
New são de especial interesse. Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua
LEI Nº 8.078/90 - Código de Defesa do qualidade de vida, bem como a transparência e
Consumidor harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº
9.008, de 21.3.1995)

DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR I - reconhecimento da vulnerabilidade do


consumidor no mercado de consumo;

II - ação governamental no sentido de proteger


Disposições Gerais efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
Art.1° O presente código estabelece b) por incentivos à criação e desenvolvimento de
normas de proteção e defesa do associações representativas;
consumidor, de ordem pública e c) pela presença do Estado no mercado de
interesse social, nos termos dos consumo;
arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso d) pela garantia dos produtos e serviços com
V, da Constituição Federal e art. 48 padrões adequados de qualidade, segurança,
de suas Disposições Transitórias. durabilidade e desempenho.

Art.2° Consumidor é toda pessoa III - harmonização dos interesses dos participantes
física ou jurídica que adquire ou das relações de consumo e compatibilização da
utiliza produto ou serviço como proteção do consumidor com a necessidade de
destinatário final. desenvolvimento econômico e tecnológico, de
Parágrafo único. Equipara-se a consu- modo a viabilizar os princípios nos quais se funda
midor a coletividade de pessoas, a ordem econômica (art. 170, da Constituição
ainda que indetermináveis, que haja Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio;
intervindo nas relações de consumo.
IV - educação e informação de fornecedores e
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa consumidores, quanto aos seus direitos e deveres,
física ou jurídica, pública ou com vistas à melhoria do mercado de consumo;
privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que V - incentivo à criação pelos fornecedores de
desenvolvem atividade de produção, meios eficientes de controle de qualidade e
montagem, criação, construção, segurança de produtos e serviços, assim como de
transformação, importação,
mecanismos alternativos de solução de conflitos
exportação, distribuição ou
de consumo;
comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
VI - coibição e repressão eficientes de todos os
abusos praticados no mercado de consumo,
§ 1°Produto é qualquer bem, móvel ou
inclusive a concorrência desleal e utilização
imóvel, material ou imaterial.
indevida de inventos e criações industriais das
marcas e nomes comerciais e signos distintivos,
§ 2°Serviço é qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, que possam causar prejuízos aos consumidores;
mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de VII - racionalização e melhoria dos serviços
crédito e securitária, salvo as públicos;
decorrentes das relações de caráter
trabalhista.

Técnico Bancário 3
VIII - estudo constante das modificações do comerciais coercitivos ou desleais,
mercado de consumo. bem como contra práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das de produtos e serviços;
Relações de Consumo, contará o poder público
com os seguintes instrumentos, entre outros: V - a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam
I - manutenção de assistência jurídica, integral e prestações desproporcionais ou sua
gratuita para o consumidor carente; revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem
II - instituição de Promotorias de Justiça de excessivamente onerosas;
Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério
Público; VI -a efetiva prevenção e reparação
de danos patrimoniais e morais,
III - criação de delegacias de polícia individuais, coletivos e difusos;
especializadas no atendimento de consumidores
vítimas de infrações penais de consumo; VII - o acesso aos órgãos judiciários
e administrativos com vistas à
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas prevenção ou reparação de danos
Causas e Varas Especializadas para a solução de patrimoniais e morais, individuais,
litígios de consumo; coletivos ou difusos, assegurada a
proteção Jurídica, administrativa e
V - concessão de estímulos à criação e técnica aos necessitados;
desenvolvimento das Associações de Defesa do
Consumidor. VIII - a facilitação da defesa de
seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu
§ 1° (Vetado).
favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a
§ 2º (Vetado).
alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;
Dos Direitos Básicos do Consumidor
IX -(Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos


Art. 6º São direitos básicos do
serviços públicos em geral.
consumidor:
Art. 7° Os direitos previstos neste código não
I - a proteção da vida, saúde e
excluem outros decorrentes de tratados ou
segurança contra os riscos provocados
convenções internacionais de que o Brasil seja
por práticas no fornecimento de
signatário, da legislação interna ordinária, de
produtos e serviços considerados
regulamentos expedidos pelas autoridades
perigosos ou nocivos;
administrativas competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
II -a educação e divulgação sobre o
consumo adequado dos produtos e costumes e eqüidade.
serviços, asseguradas a liberdade de
escolha e a igualdade nas Parágrafo único. Tendo mais de um autor a
contratações; ofensa, todos responderão solidariamente pela
reparação dos danos previstos nas normas de
III - a informação adequada e clara consumo.
sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta Anotações:
de quantidade, características,
composição, qualidade e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem;

IV -a proteção contra a publicidade


enganosa e abusiva, métodos
4 Técnico Bancário
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e
Prevenção e da Reparação dos Danos do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor,


Da Proteção à Saúde e Segurança nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no consumidores por defeitos decorrentes de projeto,
mercado de consumo não acarretarão riscos à fabricação, construção, montagem, fórmulas,
saúde ou segurança dos consumidores, exceto os manipulação, apresentação ou acondicionamento
considerados normais e previsíveis em de seus produtos, bem como por informações
decorrência de sua natureza e fruição, obrigando- insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização
se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar e riscos.
as informações necessárias e adequadas a seu
respeito. § 1° O produto é defeituoso quando não oferece
a segurança que dele legitimamente se espera,
Parágrafo único. Em se tratando de produto levando-se em consideração as circunstâncias
industrial, ao fabricante cabe prestar as relevantes, entre as quais:
informações a que se refere este artigo, através
de impressos apropriados que devam acompanhar I - sua apresentação;
o produto.
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços esperam;
potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou
segurança deverá informar, de maneira ostensiva III - a época em que foi colocado em circulação.
e adequada, a respeito da sua nocividade ou
periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
medidas cabíveis em cada caso concreto. fato de outro de melhor qualidade ter sido
colocado no mercado.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no
mercado de consumo produto ou serviço que sabe § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou
ou deveria saber apresentar alto grau de importador só não será responsabilizado quando
nocividade ou periculosidade à saúde ou provar:
segurança.
I - que não colocou o produto no mercado;
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que,
posteriormente à sua introdução no mercado de II - que, embora haja colocado o produto no
consumo, tiver conhecimento da periculosidade mercado, o defeito inexiste;
que apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades competentes e aos III - a culpa exclusiva do consumidor ou de
consumidores, mediante anúncios publicitários. terceiro.

§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o Art. 13. O comerciante é igualmente responsável,


parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, nos termos do artigo anterior, quando:
rádio e televisão, às expensas do fornecedor do
produto ou serviço. I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
importador não puderem ser identificados;
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de
periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou II - o produto for fornecido sem identificação clara
segurança dos consumidores, a União, os do seu fabricante, produtor, construtor ou
Estados, o Distrito Federal e os Municípios importador;
deverão informá-los a respeito.
III - não conservar adequadamente os produtos
Art. 11. (Vetado). perecíveis.

Técnico Bancário 5
Parágrafo único. Aquele que efetivar o
pagamento ao prejudicado poderá exercer o Da Responsabilidade por Vício do Produto e
direito de regresso contra os demais do Serviço
responsáveis, segundo sua participação na
causação do evento danoso.
Art. 18. Os fornecedores de produtos de
Art. 14. O fornecedor de serviços consumo duráveis ou não duráveis respondem
responde, independentemente da solidariamente pelos vícios de qualidade ou
existência de culpa, pela reparação quantidade que os tornem impróprios ou
dos danos causados aos consumidores inadequados ao consumo a que se destinam ou
por defeitos relativos à prestação lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
dos serviços, bem como por decorrentes da disparidade, com a indicações
informações insuficientes ou constantes do recipiente, da embalagem,
inadequadas sobre sua fruição e rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas
riscos. as variações decorrentes de sua natureza,
podendo o consumidor exigir a substituição das
§ 1°O serviço é defeituoso quando não partes viciadas.
fornece a segurança que o consumidor
dele pode esperar, levando-se em § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo
consideração as circunstâncias de trinta dias, pode o consumidor exigir,
relevantes, entre as quais: alternativamente e à sua escolha:

I - o modo de seu fornecimento; I - a substituição do produto por outro da mesma


espécie, em perfeitas condições de uso;
II -o resultado e os riscos que
razoavelmente dele se esperam; II - a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
III - a época em que foi fornecido. eventuais perdas e danos;
§ 2ºO serviço não é considerado III - o abatimento proporcional do preço.
defeituoso pela adoção de novas
técnicas. § 2° Poderão as partes convencionar a redução
ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
§ 3°O fornecedor de serviços só não anterior, não podendo ser inferior a sete nem
será responsabilizado quando provar: superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
adesão, a cláusula de prazo deverá ser
I - que, tendo prestado o serviço, o convencionada em separado, por meio de
defeito inexiste;
manifestação expressa do consumidor.
II -a culpa exclusiva do consumidor
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das
ou de terceiro.
alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em
razão da extensão do vício, a substituição das
§ 4°A responsabilidade pessoal dos
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
profissionais liberais será apurada
características do produto, diminuir-lhe o valor ou
mediante a verificação de culpa.
se tratar de produto essencial.
Art. 15. (Vetado).
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa
Art. 16. (Vetado). do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo
possível a substituição do bem, poderá haver
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam- substituição por outro de espécie, marca ou
se aos consumidores todas as vítimas do evento. modelo diversos, mediante complementação ou
restituição de eventual diferença de preço, sem
Anotações: prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1°
deste artigo.

6 Técnico Bancário
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in I - a reexecução dos serviços, sem
natura, será responsável perante o consumidor o custo adicional e quando cabível;
fornecedor imediato, exceto quando identificado
claramente seu produtor. II -a restituição imediata da quantia
paga, monetariamente atualizada, sem
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: prejuízo de eventuais perdas e danos;

I - os produtos cujos prazos de validade estejam III - o abatimento proporcional do


vencidos; preço.

II - os produtos deteriorados, alterados, § 1°A reexecução dos serviços poderá


adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, ser confiada a terceiros devidamente
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos capacitados, por conta e risco do
ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas fornecedor.
regulamentares de fabricação, distribuição ou
apresentação; § 2°São impróprios os serviços que se
mostrem inadequados para os fins que
III - os produtos que, por qualquer motivo, se razoavelmente deles se esperam, bem
revelem inadequados ao fim a que se destinam. como aqueles que não atendam as
normas regulamentares de
Art. 19. Os fornecedores respondem prestabilidade.
solidariamente pelos vícios de quantidade do
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham
produto sempre que, respeitadas as variações
por objetivo a reparação de qualquer produto
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido
considerar-se-á implícita a obrigação do
for inferior às indicações constantes do recipiente,
fornecedor de empregar componentes de
da embalagem, rotulagem ou de mensagem
reposição originais adequados e novos, ou que
publicitária, podendo o consumidor exigir,
mantenham as especificações técnicas do
alternativamente e à sua escolha:
fabricante, salvo, quanto a estes últimos,
autorização em contrário do consumidor.
I - o abatimento proporcional do preço;
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
II - complementação do peso ou medida;
empresas, concessionárias, permissionárias ou
sob qualquer outra forma de empreendimento, são
III - a substituição do produto por outro da mesma
obrigados a fornecer serviços adequados,
espécie, marca ou modelo, sem os aludidos
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
vícios;
contínuos.
IV - a restituição imediata da quantia paga,
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
total ou parcial, das obrigações referidas neste
eventuais perdas e danos.
artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a
cumpri-las e a reparar os danos causados, na
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do
forma prevista neste código.
artigo anterior.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
§ 2° O fornecedor imediato será responsável
vícios de qualidade por inadequação dos produtos
quando fizer a pesagem ou a medição e o
e serviços não o exime de responsabilidade.
instrumento utilizado não estiver aferido segundo
os padrões oficiais. Art. 24. A garantia legal de adequação
do produto ou serviço independe de
Art. 20. O fornecedor de serviços
termo expresso, vedada a exoneração
responde pelos vícios de qualidade
contratual do fornecedor.
que os tornem impróprios ao consumo
ou lhes diminuam o valor, assim como
Art. 25. É vedada a estipulação
por aqueles decorrentes da
contratual de cláusula que
disparidade com as indicações
impossibilite, exonere ou atenue a
constantes da oferta ou mensagem
obrigação de indenizar prevista nesta
publicitária, podendo o consumidor
e nas seções anteriores.
exigir, alternativamente e à sua
escolha:
Técnico Bancário 7
§ 1° Havendo mais de um responsável
pela causação do dano, todos Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
responderão solidariamente pela
reparação prevista nesta e nas seções
anteriores. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a
personalidade jurídica da sociedade quando, em
§ 2° Sendo o dano causado por detrimento do consumidor, houver abuso de
componente ou peça incorporada ao direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou
produto ou serviço, são responsáveis ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
solidários seu fabricante, construtor social. A desconsideração também será efetivada
ou importador e o que realizou a quando houver falência, estado de insolvência,
incorporação. encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.

§ 1° (Vetado).
Da Decadência e da Prescrição
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos
societários e as sociedades controladas, são
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios subsidiariamente responsáveis pelas obrigações
aparentes ou de fácil constatação caduca em: decorrentes deste código.
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de § 3° As sociedades consorciadas são
serviço e de produtos não duráveis; solidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código.
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de
serviço e de produtos duráveis. § 4° As sociedades coligadas só responderão por
culpa.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término § 5° Também poderá ser desconsiderada a
da execução dos serviços. pessoa jurídica sempre que sua personalidade for,
de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
§ 2° Obstam a decadência: prejuízos causados aos consumidores.
I - a reclamação comprovadamente formulada
pelo consumidor perante o fornecedor de produtos Das Práticas Comerciais
e serviços até a resposta negativa
correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;
Das Disposições Gerais
II - (Vetado).
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte,
III - a instauração de inquérito civil, até seu equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
encerramento. determináveis ou não, expostas às práticas nele
previstas.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo
decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.
Da Oferta
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à
reparação pelos danos causados por fato do
produto ou do serviço prevista na Seção II deste Art. 30. Toda informação ou
Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a publicidade, suficientemente precisa,
partir do conhecimento do dano e de sua autoria. veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação com relação a produtos
Parágrafo único. (Vetado). e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que
a fizer veicular ou dela se utilizar
e integra o contrato que vier a ser
celebrado.
8 Técnico Bancário
Art. 31. A oferta e apresentação de Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
produtos ou serviços devem assegurar seus produtos ou serviços, manterá, em seu
informações corretas, claras, poder, para informação dos legítimos
precisas, ostensivas e em língua interessados, os dados fáticos, técnicos e
portuguesa sobre suas científicos que dão sustentação à mensagem.
características, qualidades,
quantidade, composição, preço, Art. 37. É proibida toda publicidade
garantia, prazos de validade e enganosa ou abusiva.
origem, entre outros dados, bem como
sobre os riscos que apresentam à § 1°É enganosa qualquer modalidade de
saúde e segurança dos consumidores. informação ou comunicação de caráter
publicitário, inteira ou parcialmente
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão falsa, ou, por qualquer outro modo,
assegurar a oferta de componentes e peças de mesmo por omissão, capaz de induzir
reposição enquanto não cessar a fabricação ou em erro o consumidor a respeito da
importação do produto. natureza, características, qualidade,
quantidade, propriedades, origem,
Parágrafo único. Cessadas a produção ou preço e quaisquer outros dados sobre
importação, a oferta deverá ser mantida por produtos e serviços.
período razoável de tempo, na forma da lei.
§ 2°É abusiva, dentre outras a
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone publicidade discriminatória de
ou reembolso postal, deve constar o nome do qualquer natureza, a que incite à
fabricante e endereço na embalagem, publicidade violência, explore o medo ou a
e em todos os impressos utilizados na transação superstição, se aproveite da
comercial. deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeita
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é valores ambientais, ou que seja capaz
solidariamente responsável pelos atos de seus de induzir o consumidor a se
prepostos ou representantes autônomos. comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos
ou serviços recusar cumprimento à § 3°Para os efeitos deste código, a
oferta, apresentação ou publicidade, publicidade é enganosa por omissão
o consumidor poderá, alternativamente quando deixar de informar sobre dado
e à sua livre escolha: essencial do produto ou serviço.

I - exigir o cumprimento forçado da § 4°(Vetado).


obrigação, nos termos da oferta,
apresentação ou publicidade; Art. 38. O ônus da prova da veracidade e
correção da informação ou comunicação
II - aceitar outro produto ou publicitária cabe a quem as patrocina.
prestação de serviço equivalente;

III - rescindir o contrato, com


direito à restituição de quantia Das Práticas Abusivas
eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas
e danos. Art. 39. É vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: (Redação dada pela
Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
Da Publicidade
I - condicionar o fornecimento de
produto ou de serviço ao fornecimento
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal de outro produto ou serviço, bem
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a como, sem justa causa, a limites
identifique como tal. quantitativos;

Técnico Bancário 9
II -recusar atendimento às demandas XII - deixar de estipular prazo para o
dos consumidores, na exata medida de cumprimento de sua obrigação ou
suas disponibilidades de estoque, e, deixar a fixação de seu termo inicial
ainda, de conformidade com os usos e a seu exclusivo critério.(Incluído
costumes; pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

III -enviar ou entregar ao XIII - aplicar fórmula ou índice de


consumidor, sem solicitação prévia, reajuste diverso do legal ou
qualquer produto, ou fornecer contratualmente estabelecido.
qualquer serviço; (Incluído pela Lei nº 9.870, de
23.11.1999)
IV - prevalecer-se da fraqueza ou
ignorância do consumidor, tendo em Parágrafo único. Os serviços
vista sua idade, saúde, conhecimento prestados e os produtos remetidos ou
ou condição social, para impingir-lhe entregues ao consumidor, na hipótese
seus produtos ou serviços; prevista no inciso III, equiparam-se
às amostras grátis, inexistindo
V - exigir do consumidor vantagem obrigação de pagamento.
manifestamente excessiva;
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a
VI -executar serviços sem a prévia entregar ao consumidor orçamento prévio
elaboração de orçamento e autorização discriminando o valor da mão-de-obra, dos
expressa do consumidor, ressalvadas materiais e equipamentos a serem empregados,
as decorrentes de práticas anteriores as condições de pagamento, bem como as datas
entre as partes; de início e término dos serviços.

VII - repassar informação § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor


depreciativa, referente a ato orçado terá validade pelo prazo de dez dias,
praticado pelo consumidor no contado de seu recebimento pelo consumidor.
exercício de seus direitos;
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o
VIII - colocar, no mercado de orçamento obriga os contraentes e somente pode
consumo, qualquer produto ou serviço ser alterado mediante livre negociação das partes.
em desacordo com as normas expedidas
pelos órgãos oficiais competentes ou, § 3° O consumidor não responde por quaisquer
se normas específicas não existirem, ônus ou acréscimos decorrentes da contratação
pela Associação Brasileira de Normas de serviços de terceiros não previstos no
Técnicas ou outra entidade orçamento prévio.
credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou
Industrial (Conmetro); de serviços sujeitos ao regime de controle ou de
tabelamento de preços, os fornecedores deverão
IX -recusar a venda de bens ou a respeitar os limites oficiais sob pena de não o
prestação de serviços, diretamente a fazendo, responderem pela restituição da quantia
quem se disponha a adquiri-los recebida em excesso, monetariamente atualizada,
mediante pronto pagamento, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o
ressalvados os casos de intermediação desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
regulados em leis especiais; (Redação sanções cabíveis.
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

X - elevar sem justa causa o preço de


produtos ou serviços. (Incluído pela Da Cobrança de Dívidas
Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

XI - Dispositivo incluído pela MPV Art. 42. Na cobrança de débitos, o


nº 1.890-67, de 22.10.1999, consumidor inadimplente não será
transformado em inciso XIII, quando exposto a ridículo, nem será
da converão na Lei nº 9.870, de submetido a qualquer tipo de
23.11.1999 constrangimento ou ameaça.

10 Técnico Bancário
Parágrafo único. O consumidor cobrado Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do
em quantia indevida tem direito à consumidor manterão cadastros atualizados de
repetição do indébito, por valor reclamações fundamentadas contra fornecedores
igual ao dobro do que pagou em de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública
excesso, acrescido de correção e anualmente. A divulgação indicará se a
monetária e juros legais, salvo reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
hipótese de engano justificável.
§ 1° É facultado o acesso às informações lá
constantes para orientação e consulta por
qualquer interessado.
Dos Bancos de Dados e Cadastros de
Consumidores
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as
mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do parágrafo único do art. 22 deste código.
do disposto no art. 86, terá acesso
às informações existentes em Art. 45. (Vetado).
cadastros, fichas, registros e dados
pessoais e de consumo arquivados
sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes. Da Proteção Contratual

§ 1°Os cadastros e dados de


consumidores devem ser objetivos,
Disposições Gerais
claros, verdadeiros e em linguagem de
fácil compreensão, não podendo conter
informações negativas referentes a
Art. 46. Os contratos que regulam as
período superior a cinco anos.
relações de consumo não obrigarão os
consumidores, se não lhes for dada a
§ 2°A abertura de cadastro, ficha,
oportunidade de tomar conhecimento
registro e dados pessoais e de
prévio de seu conteúdo, ou se os
consumo deverá ser comunicada por
respectivos instrumentos forem
escrito ao consumidor, quando não
redigidos de modo a dificultar a
solicitada por ele.
compreensão de seu sentido e alcance.
§ 3°O consumidor, sempre que
Art. 47. As cláusulas contratuais
encontrar inexatidão nos seus dados e
serão interpretadas de maneira mais
cadastros, poderá exigir sua imediata
favorável ao consumidor.
correção, devendo o arquivista, no
prazo de cinco dias úteis, comunicar Art. 48. As declarações de vontade constantes
a alteração aos eventuais
de escritos particulares, recibos e pré-contratos
destinatários das informações
relativos às relações de consumo vinculam o
incorretas.
fornecedor, ensejando inclusive execução
específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
§ 4°Os bancos de dados e cadastros
relativos a consumidores, os serviços
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato,
de proteção ao crédito e congêneres
no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou
são considerados entidades de caráter
público. do ato de recebimento do produto ou serviço,
sempre que a contratação de fornecimento de
§ 5°Consumada a prescrição relativa à produtos e serviços ocorrer fora do
cobrança de débitos do consumidor, estabelecimento comercial, especialmente por
não serão fornecidas, pelos telefone ou a domicílio.
respectivos Sistemas de Proteção ao
Crédito, quaisquer informações que Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o
possam impedir ou dificultar novo direito de arrependimento previsto neste artigo, os
acesso ao crédito junto aos valores eventualmente pagos, a qualquer título,
fornecedores. durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
imediato, monetariamente atualizados.

Técnico Bancário 11
Art. 50. A garantia contratual é complementar à IX - deixem ao fornecedor a opção de
legal e será conferida mediante termo escrito. concluir ou não o contrato, embora
Parágrafo único. O termo de garantia ou obrigando o consumidor;
equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de
maneira adequada em que consiste a mesma X - permitam ao fornecedor, direta ou
garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em indiretamente, variação do preço de
que pode ser exercitada e os ônus a cargo do maneira unilateral;
consumidor, devendo ser-lhe entregue,
devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato XI - autorizem o fornecedor a
do fornecimento, acompanhado de manual de cancelar o contrato unilateralmente,
instrução, de instalação e uso do produto em sem que igual direito seja conferido
linguagem didática, com ilustrações. ao consumidor;

XII - obriguem o consumidor a


ressarcir os custos de cobrança de
Das Cláusulas Abusivas sua obrigação, sem que igual direito
lhe seja conferido contra o
fornecedor;
Art. 51. São nulas de pleno direito,
entre outras, as cláusulas XIII- autorizem o fornecedor a
contratuais relativas ao fornecimento modificar unilateralmente o conteúdo
de produtos e serviços que: ou a qualidade do contrato, após sua
celebração;
I - impossibilitem, exonerem ou
atenuem a responsabilidade do XIV - infrinjam ou possibilitem a
fornecedor por vícios de qualquer violação de normas ambientais;
natureza dos produtos e serviços ou
impliquem renúncia ou disposição de XV - estejam em desacordo com o
direitos. Nas relações de consumo sistema de proteção ao consumidor;
entre o fornecedor e o consumidor
pessoa jurídica, a indenização poderá XVI - possibilitem a renúncia do
ser limitada, em situações direito de indenização por
justificáveis; benfeitorias necessárias.

II - subtraiam ao consumidor a opção § 1ºPresume-se exagerada, entre


de reembolso da quantia já paga, nos outros casos, a vontade que:
casos previstos neste código;
I - ofende os princípios fundamentais
III - transfiram responsabilidades a do sistema jurídico a que pertence;
terceiros;
II - restringe direitos ou obrigações
IV - estabeleçam obrigações fundamentais inerentes à natureza do
consideradas iníquas, abusivas, que contrato, de tal modo a ameaçar seu
coloquem o consumidor em desvantagem objeto ou equilíbrio contratual;
exagerada, ou sejam incompatíveis com
a boa-fé ou a eqüidade; III - se mostra excessivamente onerosa
para o consumidor, considerando-se a
V - Vetado); natureza e conteúdo do contrato, o
interesse das partes e outras
VI - estabeleçam inversão do ônus da circunstâncias peculiares ao caso.
prova em prejuízo do consumidor;
§ 2°A nulidade de uma cláusula
VII - determinem a utilização contratual abusiva não invalida o
compulsória de arbitragem; contrato, exceto quando de sua
ausência, apesar dos esforços de
VIII - imponham representante para integração, decorrer ônus excessivo a
concluir ou realizar outro negócio qualquer das partes.
jurídico pelo consumidor;
§ 3°Vetado).

12 Técnico Bancário
§ 4°É facultado a qualquer consumidor restituição das parcelas quitadas, na forma deste
ou entidade que o represente requerer artigo, terá descontada, além da vantagem
ao Ministério Público que ajuíze a econômica auferida com a fruição, os prejuízos
competente ação para ser declarada a que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
nulidade de cláusula contratual que
contrarie o disposto neste código ou § 3° Os contratos de que trata o caput deste
de qualquer forma não assegure o artigo serão expressos em moeda corrente
justo equilíbrio entre direitos e nacional.
obrigações das partes.

Art. 52. No fornecimento de produtos


ou serviços que envolva outorga de Dos Contratos de Adesão
crédito ou concessão de financiamento
ao consumidor, o fornecedor deverá,
entre outros requisitos, informá-lo Art. 54. Contrato de adesão é aquele
prévia e adequadamente sobre: cujas cláusulas tenham sido aprovadas
pela autoridade competente ou
I - preço do produto ou serviço em estabelecidas unilateralmente pelo
moeda corrente nacional; fornecedor de produtos ou serviços,
sem que o consumidor possa discutir
II -montante dos juros de mora e da ou modificar substancialmente seu
taxa efetiva anual de juros; conteúdo.

III - acréscimos legalmente previstos; § 1° A inserção de cláusula no


formulário não desfigura a natureza
IV - número e periodicidade das de adesão do contrato.
prestações;
§ 2° Nos contratos de adesão admite-
V - soma total a pagar, com e sem se cláusula resolutória, desde que a
financiamento. alternativa, cabendo a escolha ao
consumidor, ressalvando-se o disposto
§ 1°As multas de mora decorrentes do no § 2° do artigo anterior.
inadimplemento de obrigações no seu
termo não poderão ser superiores a § 3° Os contratos de adesão escritos
dois por cento do valor da serão redigidos em termos claros e
prestação.(Redação dada pela Lei nº com caracteres ostensivos e legíveis,
9.298, de 1º.8.1996) de modo a facilitar sua compreensão
pelo consumidor.
§ 2ºÉ assegurado ao consumidor a
liquidação antecipada do débito, § 4° As cláusulas que implicarem
total ou parcialmente, mediante limitação de direito do consumidor
redução proporcional dos juros e deverão ser redigidas com destaque,
demais acréscimos. permitindo sua imediata e fácil
compreensão.
§ 3º (Vetado).
§ 5° (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de
móveis ou imóveis mediante pagamento em
prestações, bem como nas alienações fiduciárias
em garantia, consideram-se nulas de pleno direito Das Sanções Administrativas
as cláusulas que estabeleçam a perda total das
prestações pagas em benefício do credor que, em
razão do inadimplemento, pleitear a resolução do Art. 55. A União, os Estados e o Distrito
contrato e a retomada do produto alienado. Federal, em caráter concorrente e nas suas
respectivas áreas de atuação administrativa,
§ 1° (Vetado). baixarão normas relativas à produção,
industrialização, distribuição e consumo de
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos e serviços.
produtos duráveis, a compensação ou a

Técnico Bancário 13
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, Parágrafo único. As sanções previstas neste
industrialização, distribuição, a publicidade de artigo serão aplicadas pela autoridade
produtos e serviços e o mercado de consumo, no administrativa, no âmbito de sua atribuição,
interesse da preservação da vida, da saúde, da podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive
segurança, da informação e do bem-estar do por medida cautelar, antecedente ou incidente de
consumidor, baixando as normas que se fizerem procedimento administrativo.
necessárias.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo
§ 2° (Vetado). com a gravidade da infração, a vantagem auferida
e a condição econômica do fornecedor, será
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito aplicada mediante procedimento administrativo,
Federal e municipais com atribuições para revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº
fiscalizar e controlar o mercado de consumo 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis
manterão comissões permanentes para à União, ou para os Fundos estaduais ou
elaboração, revisão e atualização das normas municipais de proteção ao consumidor nos demais
referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de
dos consumidores e fornecedores. 21.5.1993)

§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir Parágrafo único. A multa será em montante não
notificações aos fornecedores para que, sob pena inferior a duzentas e não superior a três milhões
de desobediência, prestem informações sobre de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência
questões de interesse do consumidor, (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-
resguardado o segredo industrial. lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de
6.9.1993)
Art. 56. As infrações das normas de defesa do
consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo produtos, de proibição de fabricação de produtos,
das de natureza civil, penal e das definidas em de suspensão do fornecimento de produto ou
normas específicas: serviço, de cassação do registro do produto e
revogação da concessão ou permissão de uso
I - multa; serão aplicadas pela administração, mediante
procedimento administrativo, assegurada ampla
II - apreensão do produto; defesa, quando forem constatados vícios de
quantidade ou de qualidade por inadequação ou
III - inutilização do produto; insegurança do produto ou serviço.

IV - cassação do registro do produto junto ao órgão Art. 59. As penas de cassação de alvará de
competente; licença, de interdição e de suspensão temporária
da atividade, bem como a de intervenção
V - proibição de fabricação do produto; administrativa, serão aplicadas mediante
procedimento administrativo, assegurada ampla
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou defesa, quando o fornecedor reincidir na prática
serviço; das infrações de maior gravidade previstas neste
código e na legislação de consumo.
VII -suspensão temporária de atividade;
§ 1° A pena de cassação da concessão será
VIII - revogação de concessão ou permissão de aplicada à concessionária de serviço público,
uso; quando violar obrigação legal ou contratual.

IX - cassação de licença do estabelecimento ou de § 2° A pena de intervenção administrativa será


atividade; aplicada sempre que as circunstâncias de fato
desaconselharem a cassação de licença, a
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, interdição ou suspensão da atividade.
de obra ou de atividade;
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a
XI - intervenção administrativa; imposição de penalidade administrativa, não
haverá reincidência até o trânsito em julgado da
XII - imposição de contrapropaganda. sentença.
14 Técnico Bancário
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será Pena Detenção de seis meses a dois anos e
cominada quando o fornecedor incorrer na prática multa.
de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos
do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas Parágrafo único. As penas deste artigo são
do infrator. aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
lesão corporal e à morte.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo
responsável da mesma forma, freqüência e Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou
dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, omitir informação relevante sobre a natureza,
local, espaço e horário, de forma capaz de característica, qualidade, quantidade, segurança,
desfazer o malefício da publicidade enganosa ou desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
abusiva. produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 2° (Vetado).
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar
§ 3° (Vetado). a oferta.

§ 2º Se o crime é culposo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
DAS INFRAÇÕES PENAIS
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe
ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
consumo previstas neste código, sem prejuízo do
disposto no Código Penal e leis especiais, as Parágrafo único. (Vetado).
condutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe
Art. 62. (Vetado). ou deveria saber ser capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre perigosa a sua saúde ou segurança:
a nocividade ou periculosidade de produtos, nas Pena - Detenção de seis meses a dois anos e
embalagens, nos invólucros, recipientes ou multa:
publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e Parágrafo único. (Vetado).
multa.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos,
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de técnicos e científicos que dão base à publicidade:
alertar, mediante recomendações escritas Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a
ser prestado. Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça
ou componentes de reposição usados, sem
§ 2° Se o crime é culposo: autorização do consumidor:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de
competente e aos consumidores a nocividade ou ameaça, coação, constrangimento físico ou moral,
periculosidade de produtos cujo conhecimento afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
seja posterior à sua colocação no mercado: qualquer outro procedimento que exponha o
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e consumidor, injustificadamente, a ridículo ou
multa. interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
quem deixar de retirar do mercado, imediatamente
quando determinado pela autoridade competente, Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste consumidor às informações que sobre ele
artigo. constem em cadastros, banco de dados, fichas e
registros:
Art. 65. Executar serviço de alto grau de Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
periculosidade, contrariando determinação de
autoridade competente:
Técnico Bancário 15
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente II - a publicação em órgãos de comunicação de
informação sobre consumidor constante de grande circulação ou audiência, às expensas do
cadastro, banco de dados, fichas ou registros que condenado, de notícia sobre os fatos e a
sabe ou deveria saber ser inexata: condenação;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo
de garantia adequadamente preenchido e com Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que
especificação clara de seu conteúdo; trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. autoridade que presidir o inquérito, entre cem e
duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha
os crimes referidos neste código, incide as penas a substituí-lo.
a esses cominadas na medida de sua
culpabilidade, bem como o diretor, administrador Parágrafo único. Se assim recomendar a
ou gerente da pessoa jurídica que promover, situação econômica do indiciado ou réu, a fiança
permitir ou por qualquer modo aprovar o poderá ser:
fornecimento, oferta, exposição à venda ou a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
manutenção em depósito de produtos ou a oferta b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
e prestação de serviços nas condições por ele
proibidas. Art. 80. No processo penal atinente aos crimes
previstos neste código, bem como a outros crimes
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes e contravenções que envolvam relações de
tipificados neste código: consumo, poderão intervir, como assistentes do
Ministério Público, os legitimados indicados no art.
I - serem cometidos em época de grave crise 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado
econômica ou por ocasião de calamidade; propor ação penal subsidiária, se a denúncia não
for oferecida no prazo legal.
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;

III - dissimular-se a natureza ilícita do


procedimento; DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja manifestamente Disposições Gerais
superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de
menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos
de pessoas portadoras de deficiência mental consumidores e das vítimas poderá ser exercida
interditadas ou não; em juízo individualmente, ou a título coletivo.

V - serem praticados em operações que envolvam Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida
alimentos, medicamentos ou quaisquer outros quando se tratar de:
produtos ou serviços essenciais .
I - interesses ou direitos difusos, assim
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção entendidos, para efeitos deste código, os
será fixada em dias-multa, correspondente ao transindividuais, de natureza indivisível, de que
mínimo e ao máximo de dias de duração da pena sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
privativa da liberdade cominada ao crime. Na por circunstâncias de fato;
individualização desta multa, o juiz observará o
disposto no art. 60, §1° do Código Penal. II - interesses ou direitos coletivos, assim
entendidos, para efeitos deste código, os
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e transindividuais, de natureza indivisível de que
de multa, podem ser impostas, cumulativa ou seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas
alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
a 47, do Código Penal: relação jurídica base;

I - a interdição temporária de direitos;


16 Técnico Bancário
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e
assim entendidos os decorrentes de origem havendo justificado receio de ineficácia do
comum. provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou após justificação prévia, citado o
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, réu.
são legitimados concorrentemente: (Redação
dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na
sentença, impor multa diária ao réu,
I - o Ministério Público, independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito prazo razoável para o cumprimento do preceito.
Federal;
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção
III - as entidades e órgãos da Administração do resultado prático equivalente, poderá o juiz
Pública, direta ou indireta, ainda que sem determinar as medidas necessárias, tais como
personalidade jurídica, especificamente busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
destinados à defesa dos interesses e direitos desfazimento de obra, impedimento de atividade
protegidos por este código; nociva, além de requisição de força policial.

IV - as associações legalmente constituídas há Art. 85. (Vetado).


pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos Art. 86. (Vetado).
protegidos por este código, dispensada a
autorização assemblear. Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este
código não haverá adiantamento de custas,
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser emolumentos, honorários periciais e quaisquer
dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. outras despesas, nem condenação da associação
91 e seguintes, quando haja manifesto interesse autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
social evidenciado pela dimensão ou característica de advogados, custas e despesas processuais.
do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
protegido. associação autora e os diretores responsáveis
pela propositura da ação serão solidariamente
§ 2° (Vetado). condenados em honorários advocatícios e ao
décuplo das custas, sem prejuízo da
§ 3° (Vetado). responsabilidade por perdas e danos.

Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único
protegidos por este código são admissíveis todas deste código, a ação de regresso poderá ser
as espécies de ações capazes de propiciar sua ajuizada em processo autônomo, facultada a
adequada e efetiva tutela. possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos,
vedada a denunciação da lide.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 89. (Vetado).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o
cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título
o juiz concederá a tutela específica da obrigação as normas do Código de Processo Civil e da Lei n°
ou determinará providências que assegurem o 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que
resultado prático equivalente ao do adimplemento. respeita ao inquérito civil, naquilo que não
contrariar suas disposições.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos
somente será admissível se por elas optar o autor Anotações:
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção
do resultado prático correspondente.

§ 2° A indenização por perdas e danos se fará


sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de
Processo Civil).

Técnico Bancário 17
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em
Das Ações Coletivas Para a Defesa de certidão das sentenças de liquidação, da qual
Interesses Individuais Homogêneos deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em
julgado.

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 § 2° É competente para a execução o juízo:
poderão propor, em nome próprio e no interesse
das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva I - da liquidação da sentença ou da ação
de responsabilidade pelos danos individualmente condenatória, no caso de execução individual;
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos
seguintes. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de II - da ação condenatória, quando coletiva a
21.3.1995) execução.

Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a Art. 99. Em caso de concurso de créditos
ação, atuará sempre como fiscal da lei. decorrentes de condenação prevista na Lei n.°
Parágrafo único. (Vetado). 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações
pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça evento danoso, estas terão preferência no
Federal, é competente para a causa a justiça pagamento.
local:
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o artigo, a destinação da importância recolhida ao
dano, quando de âmbito local; fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de
1985, ficará sustada enquanto pendentes de
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito decisão de segundo grau as ações de indenização
Federal, para os danos de âmbito nacional ou pelos danos individuais, salvo na hipótese de o
regional, aplicando-se as regras do Código de patrimônio do devedor ser manifestamente
Processo Civil aos casos de competência suficiente para responder pela integralidade das
concorrente. dívidas.

Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem


Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no habilitação de interessados em número compatível
órgão oficial, a fim de que os interessados possam com a gravidade do dano, poderão os legitimados
intervir no processo como litisconsortes, sem do art. 82 promover a liquidação e execução da
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de indenização devida.
comunicação social por parte dos órgãos de
defesa do consumidor. Parágrafo único. O produto da indenização
devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.°
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a 7.347, de 24 de julho de 1985.
condenação será genérica, fixando a
responsabilidade do réu pelos danos causados.

Art. 96. (Vetado). Das Ações de Responsabilidade do


Fornecedor de Produtos e Serviços
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença
poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do
trata o art. 82. fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo
do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão
Parágrafo único. (Vetado). observadas as seguintes normas:

Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo I - a ação pode ser proposta no domicílio do
promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, autor;
abrangendo as vítimas cujas indenizações já
Anotações:
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
(Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

18 Técnico Bancário
II - o réu que houver contratado seguro de individuais dos integrantes da coletividade, do
responsabilidade poderá chamar ao processo o grupo, categoria ou classe.
segurador, vedada a integração do contraditório
pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de
hipótese, a sentença que julgar procedente o improcedência do pedido, os interessados que
pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do não tiverem intervindo no processo como
Código de Processo Civil. Se o réu houver sido litisconsortes poderão propor ação de indenização
declarado falido, o síndico será intimado a a título individual.
informar a existência de seguro de
responsabilidade, facultando-se, em caso § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o
afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347,
diretamente contra o segurador, vedada a de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações
denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do de indenização por danos pessoalmente sofridos,
Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório propostas individualmente ou na forma prevista
com este. neste código, mas, se procedente o pedido,
beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste poderão proceder à liquidação e à execução, nos
código poderão propor ação visando compelir o termos dos arts. 96 a 99.
Poder Público competente a proibir, em todo o
território nacional, a produção, divulgação § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à
distribuição ou venda, ou a determinar a alteração sentença penal condenatória.
na composição, estrutura, fórmula ou
acondicionamento de produto, cujo uso ou Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos
consumo regular se revele nocivo ou perigoso à I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem
saúde pública e à incolumidade pessoal. litispendência para as ações individuais, mas os
efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
§ 1° (Vetado). partes a que aludem os incisos II e III do artigo
anterior não beneficiarão os autores das ações
§ 2° (Vetado). individuais, se não for requerida sua suspensão no
prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos
do ajuizamento da ação coletiva.

Da Coisa Julgada

DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO


Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este CONSUMIDOR
código, a sentença fará coisa julgada:

I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa
improcedente por insuficiência de provas, hipótese do Consumidor (SNDC), os órgãos federais,
em que qualquer legitimado poderá intentar outra estaduais, do Distrito Federal e municipais e as
ação, com idêntico fundamento valendo-se de entidades privadas de defesa do consumidor.
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo
único do art. 81; Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do
Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, Econômico (MJ), ou órgão federal que venha
categoria ou classe, salvo improcedência por substituí-lo, é organismo de coordenação da
insuficiência de provas, nos termos do inciso política do Sistema Nacional de Defesa do
anterior, quando se tratar da hipótese prevista no Consumidor, cabendo-lhe:
inciso II do parágrafo único do art. 81;
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e
III - erga omnes, apenas no caso de procedência executar a política nacional de proteção ao
do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus consumidor;
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
único do art. 81. II - receber, analisar, avaliar e encaminhar
consultas, denúncias ou sugestões apresentadas
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos por entidades representativas ou pessoas jurídicas
incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos de direito público ou privado;

Técnico Bancário 19
III - prestar aos consumidores orientação à reclamação e composição do conflito de
permanente sobre seus direitos e garantias; consumo.

IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor § 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir


através dos diferentes meios de comunicação; do registro do instrumento no cartório de títulos e
documentos.
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de
inquérito policial para a apreciação de delito contra § 2° A convenção somente obrigará os filiados às
os consumidores, nos termos da legislação entidades signatárias.
vigente;
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o
VI - representar ao Ministério Público competente fornecedor que se desligar da entidade em data
para fins de adoção de medidas processuais no posterior ao registro do instrumento.
âmbito de suas atribuições;
Art. 108. (Vetado).
VII - levar ao conhecimento dos órgãos
competentes as infrações de ordem administrativa
que violarem os interesses difusos, coletivos, ou
individuais dos consumidores; DISPOSIÇÕES FINAIS

VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da


União, Estados, do Distrito Federal e Municípios, Art. 109. (Vetado).
bem como auxiliar a fiscalização de preços,
abastecimento, quantidade e segurança de bens e Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao
serviços; art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e
outros programas especiais, a formação de Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de
entidades de defesa do consumidor pela 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte
população e pelos órgãos públicos estaduais e redação:
municipais; "II - inclua, entre suas finalidades
institucionais, a proteção ao meio ambiente,
X - (Vetado). ao consumidor, ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico, ou
XI - (Vetado). a qualquer outro interesse difuso ou
coletivo".
XII - (Vetado).
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
com suas finalidades. "§ 3° Em caso de desistência infundada ou
abandono da ação por associação
Parágrafo único. Para a consecução de seus legitimada, o Ministério Público ou outro
objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do legitimado assumirá a titularidade ativa".
Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos
e entidades de notória especialização técnico- Anotações:
científica.

DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as


associações de fornecedores ou sindicatos de
categoria econômica podem regular, por
convenção escrita, relações de consumo que
tenham por objeto estabelecer condições relativas
ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e
características de produtos e serviços, bem como
20 Técnico Bancário
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e individuais, no que for cabível, os
6° ao art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de dispositivos do Título III da lei que instituiu
1985: o Código de Defesa do Consumidor".
"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá
ser dispensado pelo juiz, quando haja Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de
manifesto interesse social evidenciado pela cento e oitenta dias a contar de sua publicação.
dimensão ou característica do dano, ou pela
relevância do bem jurídico a ser protegido. Art. 119. Revogam-se as disposições em
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo contrário.
entre os Ministérios Públicos da União, do
Distrito Federal e dos Estados na defesa
dos interesses e direitos de que cuida esta DECRETO Nº 5.903, DE 20 DE SETEMBRO DE
lei.(Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 2006.
222582 /MG - STJ)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados
poderão tomar dos interessados Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro
compromisso de ajustamento de sua de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de
conduta às exigências legais, mediante 1990.
combinações, que terá eficácia de título
executivo extrajudicial". (Vide Mensagem de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ) atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho no 8.078, de 11 de setembro de 1990, e na Lei no
de 1985, passa a ter a seguinte redação: 10.962, de 11 de outubro de 2004,
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do
trânsito em julgado da sentença DECRETA:
condenatória, sem que a associação
autora lhe promova a execução, deverá Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei no 10.962,
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual de 11 de outubro de 2004, e dispõe sobre as
iniciativa aos demais legitimados". práticas infracionais que atentam contra o direito
básico do consumidor de obter informação
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° adequada e clara sobre produtos e serviços,
7.347, de 24 de julho de 1985, passando o previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro de
parágrafo único a constituir o caput, com a 1990.
seguinte redação:
"Art. 17. "Art. 17. Em caso de Art. 2º Os preços de produtos e
litigância de má-fé, a associação autora e serviços deverão ser informados
os diretores responsáveis pela propositura adequadamente, de modo a garantir ao
da ação serão solidariamente condenados consumidor a correção, clareza,
em honorários advocatícios e ao décuplo precisão, ostensividade e
das custas, sem prejuízo da legibilidade das informações
responsabilidade por perdas e danos". prestadas.

Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da § 1ºPara efeito do disposto no caput
deste artigo, considera-se:
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
"Art. 18. Nas ações de que trata esta
I - correção, a informação verdadeira
lei, não haverá adiantamento de custas,
que não seja capaz de induzir o
emolumentos, honorários periciais e
consumidor em erro;
quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo
II -clareza, a informação que pode
comprovada má-fé, em honorários de
ser entendida de imediato e com
advogado, custas e despesas
facilidade pelo consumidor, sem
processuais". abreviaturas que dificultem a sua
compreensão, e sem a necessidade de
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de qualquer interpretação ou cálculo;
julho de 1985, o seguinte dispositivo,
renumerando-se os seguintes:
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos
direitos e interesses difusos, coletivos e
Técnico Bancário 21
III - precisão, a informação que seja Art. 6º Os preços de bens e serviços para o
exata, definida e que esteja física consumidor nos estabelecimentos comerciais de
ou visualmente ligada ao produto a que trata o inciso II do art. 2º da Lei nº 10.962, de
que se refere, sem nenhum embaraço 2004, admitem as seguintes modalidades de
físico ou visual interposto; afixação:

IV -ostensividade, a informação que I - direta ou impressa na própria embalagem;


seja de fácil percepção, dispensando
qualquer esforço na sua assimilação; II - de código referencial; ou
e
III - de código de barras.
V - legibilidade, a informação que
seja visível e indelével. § 1º Na afixação direta ou impressão na própria
embalagem do produto, será observado o disposto
Art. 3º O preço de produto ou serviço deverá ser no art. 5o deste Decreto.
informado discriminando-se o total à vista.
§ 2º A utilização da modalidade de afixação de
Parágrafo único. No caso de outorga de crédito, código referencial deverá atender às seguintes
como nas hipóteses de financiamento ou exigências:
parcelamento, deverão ser também discriminados:
I - a relação dos códigos e seus respectivos
I - o valor total a ser pago com financiamento; preços devem estar visualmente unidos e
próximos dos produtos a que se referem, e
II - o número, periodicidade e valor das imediatamente perceptível ao consumidor, sem a
prestações; necessidade de qualquer esforço ou
deslocamento de sua parte; e
III - os juros; e
II - o código referencial deve estar fisicamente
IV - os eventuais acréscimos e encargos que ligado ao produto, em contraste de cores e em
incidirem sobre o valor do financiamento ou tamanho suficientes que permitam a pronta
parcelamento. identificação pelo consumidor.
Art. 4º Os preços dos produtos e serviços § 3º Na modalidade de afixação de código de
expostos à venda devem ficar sempre visíveis aos barras, deverão ser observados os seguintes
consumidores enquanto o estabelecimento estiver requisitos:
aberto ao público.
I - as informações relativas ao preço à vista,
Parágrafo único. A montagem, rearranjo ou características e código do produto deverão estar
limpeza, se em horário de funcionamento, deve a ele visualmente unidas, garantindo a pronta
ser feito sem prejuízo das informações relativas identificação pelo consumidor;
aos preços de produtos ou serviços expostos à
venda. II - a informação sobre as características do item
deve compreender o nome, quantidade e demais
Art. 5º Na hipótese de afixação de preços de bens elementos que o particularizem; e
e serviços para o consumidor, em vitrines e no
comércio em geral, de que trata o inciso I do art. III - as informações deverão ser disponibilizadas
2o da Lei no 10.962, de 2004, a etiqueta ou similar em etiquetas com caracteres ostensivos e em
afixada diretamente no produto exposto à venda cores de destaque em relação ao fundo.
deverá ter sua face principal voltada ao
consumidor, a fim de garantir a pronta Art. 7º Na hipótese de utilização do código de
visualização do preço, independentemente de barras para apreçamento, os fornecedores
solicitação do consumidor ou intervenção do deverão disponibilizar, na área de vendas, para
comerciante. consulta de preços pelo consumidor,
equipamentos de leitura ótica em perfeito estado
Parágrafo único. Entende-se como similar de funcionamento.
qualquer meio físico que esteja unido ao produto e
gere efeitos visuais equivalentes aos da etiqueta. § 1º Os leitores óticos deverão ser indicados por
cartazes suspensos que informem a sua
localização.
22 Técnico Bancário
§ 2º Os leitores óticos deverão ser dispostos na VII - atribuir preços distintos para o mesmo item;
área de vendas, observada a distância máxima de e
quinze metros entre qualquer produto e a leitora
ótica mais próxima. VIII - expor informação redigida na vertical ou
outro ângulo que dificulte a percepção.
§ 3º Para efeito de fiscalização, os fornecedores
deverão prestar as informações necessárias aos Art. 10. A aplicação do disposto neste Decreto
agentes fiscais mediante disponibilização de dar-se-á sem prejuízo de outras normas de
croqui da área de vendas, com a identificação controle incluídas na competência de demais
clara e precisa da localização dos leitores óticos e órgãos e entidades federais.
a distância que os separa, demonstrando
graficamente o cumprimento da distância máxima Art. 11. Este Decreto entra em vigor noventa dias
fixada neste artigo. após sua publicação.

Art. 8º A modalidade de relação de preços de


produtos expostos e de serviços oferecidos aos
consumidores somente poderá ser empregada Resoluções CMN/BACEN nº 2.878/01 e nº
quando for impossível o uso das modalidades 2.892/01 e alterações posteriores - Código de
descritas nos arts. 5o e 6o deste Decreto. Defesa do Consumidor Bancário

§ 1º A relação de preços de produtos ou serviços


expostos à venda deve ter sua face principal
voltada ao consumidor, de forma a garantir a RESOLUÇÃO 2.878
pronta visualização do preço, independentemente
de solicitação do consumidor ou intervenção do Dispõe sobre procedimentos a serem observados
comerciante. pelas instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
§ 2º A relação de preços deverá ser também Brasil na contratação de operações e na
afixada, externamente, nas entradas de prestação de serviços aos clientes e ao público
restaurantes, bares, casas noturnas e similares. em geral.

Art. 9º Configuram infrações ao direito básico do O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do


consumidor à informação adequada e clara sobre art. 9. da Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de
os diferentes produtos e serviços, sujeitando o 1964, torna publico que o CONSELHO
infrator às penalidades previstas na Lei no 8.078, MONETARIO NACIONAL, em sessão realizada
de 1990, as seguintes condutas: em 26 de julho de 2001, com base no art. 4.,
inciso VIII, da referida lei, considerando o disposto
I - utilizar letras cujo tamanho não seja uniforme na Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965, e na Lei
ou dificulte a percepção da informação, n. 6.099, de 12 de setembro de 1974,
considerada a distância normal de visualização do
consumidor; R E S O L V E U:

II - expor preços com as cores das letras e do Art. 1º Estabelecer que as


fundo idêntico ou semelhante; instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar
III - utilizar caracteres apagados, rasurados ou pelo Banco Central do Brasil, na
borrados; contratação de operações e na
prestação de serviços aos clientes e
IV - informar preços apenas em parcelas, ao publico em geral, sem prejuízo da
obrigando o consumidor ao cálculo do total; observância das demais disposições
legais e regulamentares vigentes e
V - informar preços em moeda estrangeira, aplicáveis ao Sistema Financeiro
Nacional, devem adotar medidas que
desacompanhados de sua conversão em moeda
objetivem assegurar:
corrente nacional, em caracteres de igual ou
superior destaque;

VI - utilizar referência que deixa dúvida quanto à


identificação do item ao qual se refere;

Técnico Bancário 23
I - transparência nas relações visíveis, o numero do telefone da
contratuais, preservando os clientes Central de Atendimento ao Publico do
e o publico usuário de praticas não Banco Central do Brasil, acompanhado
eqüitativas, mediante prévio e da observação de que o mesmo se
integral conhecimento das clausulas destina ao atendimento a denuncias e
contratuais, evidenciando, inclusive, reclamações, alem do numero do
os dispositivos que imputem telefone relativo ao serviço de mesma
responsabilidades e penalidades; natureza, se por elas oferecido.

II -resposta tempestiva as consultas, Art. 3º As instituições referidas no


as reclamações aos pedidos de art. 1. devem evidenciar para os
informações formulados por clientes e clientes as condições contratuais e
público usuário, de modo a sanar, com as decorrentes de disposições
brevidade e eficiência, duvidas regulamentares, dentre as quais:
relativas aos serviços prestados e/ou
oferecidos, bem como as operações I - as responsabilidades pela emissão
contratadas, ou decorrentes de de cheques sem suficiente provisão de
publicidade transmitida por meio de fundos;
quaisquer veículos institucionais de
divulgação, envolvendo, em especial: II -as situações em que o correntista
a) clausulas e condições contratuais; será inscrito no Cadastro de
b) características operacionais; Emitentes de Cheques sem Fundos
c) divergências na execução dos (CCF);
serviços; III - as penalidades a que o
correntista esta sujeito;
III - clareza e formato que permitam
fácil leitura dos contratos IV -as tarifas cobradas pela
celebrados com clientes, contendo instituição, em especial aquelas
identificação de prazos, valores relativas a:
negociados, taxas de juros, de mora e a) devolução de cheques sem
de administração, comissão de suficiente provisão de fundos ou por
permanência, encargos moratórios, outros motivos;
multas por inadimplemento e demais b) manutenção de conta de depósitos;
condições;
V - taxas cobradas pelo executante de
IV -recepção pelos clientes de copia, serviço de compensação de cheques e
impressa ou em meio eletrônico, dos outros papeis;
contratos assim que formalizados, bem
como recibos, comprovantes de VI -providências quanto ao
pagamentos e outros documentos encerramento da conta de depósitos,
pertinentes as operações realizadas; inclusive com definição dos prazos
para sua adoção;
V - efetiva prevenção e reparação de
danos patrimoniais e morais, causados VII - remunerações, taxas, tarifas,
a seus clientes e usuários. comissões, multas e quaisquer outras
cobranças decorrentes de contratos de
Art. 2º As instituições referidas no abertura de credito, de cheque
art. 1. devem colocar a disposição especial e de prestação de serviços
dos clientes, em suas dependências, em geral.
informações que assegurem total
conhecimento acerca das situações que Parágrafo único. Os contratos de
possam implicar recusa na recepção de cheque especial, além dos
documentos (cheques, bloquetos de dispositivos referentes aos direitos
cobrança, fichas de compensação e e as obrigações pactuadas, devem
outros) ou na realização de prever as condições para a renovação,
pagamentos, na forma da legislação em inclusive do limite de credito, e
vigor. para a rescisão, com indicação de
Parágrafo único. As instituições prazos, das tarifas incidentes e das
referidas no caput devem afixar, em providencias a serem adotadas pelas
suas dependências, em local e formato partes contratantes.
24 Técnico Bancário
Art. 4º Ficam as instituições inequívoca, a identificação e o
referidas no art. 1. obrigadas a dar entendimento das operações
cumprimento a toda informação ou realizadas, evidenciando valor, data,
publicidade que veicularem, por local e natureza, especialmente nos
qualquer forma ou meio de seguintes casos:
comunicação, referente a contratos,
operações e serviços oferecidos ou I - tabelas de tarifas de serviços;
prestados, que devem inclusive
constar do contrato que vier a ser II -contratos referentes a suas
celebrado. operações com clientes;

Parágrafo único. A publicidade de que III - informativos e demonstrativos de


trata o caput deve ser veiculada de movimentação de conta de depósitos de
tal forma que o publico possa qualquer natureza, inclusive aqueles
identifica-la de forma simples e fornecidos por meio de equipamentos
imediata. eletrônicos.

Art. 5º E vedada as instituições Art. 9º As instituições referidas no


referidas no art. 1. a utilização de art. 1. devem estabelecer em suas
publicidade enganosa ou abusiva. dependências alternativas técnicas,
físicas ou especiais que garantam:
Parágrafo único. Para os efeitos do
disposto no caput: I - atendimento prioritário para
pessoas portadoras de deficiência
I - e enganosa qualquer modalidade de física ou com mobilidade reduzida,
informação ou comunicação capaz de temporária ou definitiva, idosos, com
induzir a erro o cliente ou o idade igual ou superior a sessenta e
usuário, a respeito da natureza, cinco anos, gestantes, lactantes e
características, riscos, taxas, pessoas acompanhadas por criança de
comissões, tarifas ou qualquer outra colo, mediante:
forma de remuneração, prazos, a) garantia de lugar privilegiado em
tributação e quaisquer outros dados filas;
referentes a contratos, operações ou b) distribuição de senhas com
serviços oferecidos ou prestados. numeração adequada ao atendimento
preferencial;
II -e abusiva, dentre outras, a c) guichê de caixa para atendimento
publicidade que contenha exclusivo; ou
discriminação de qualquer natureza, d) implantação de outro serviço de
que prejudique a concorrência ou que atendimento personalizado;
caracterize imposição ou coerção.
II -facilidade de acesso para pessoas
Art. 6º As instituições referidas no portadoras de deficiência física ou
art. 1º, sempre que necessário, com mobilidade reduzida, temporária
inclusive por solicitação dos ou definitiva, observado o sistema de
clientes ou usuários, devem segurança previsto na legislação e
comprovar a veracidade e a exatidão regulamentação em vigor;
da informação divulgada ou da
publicidade por elas patrocinada. III - acessibilidade aos guichês de
caixa e aos terminais de auto
Art. 7º As instituições referidas no atendimento, bem como facilidade de
art. 1º, na contratação de operações circulação para as pessoas referidas
com seus clientes, devem assegurar o no inciso anterior;
direito a liquidação antecipada do
débito, total ou parcialmente, IV -prestação de informações sobre
mediante redução proporcional dos seus procedimentos operacionais aos
juros. deficientes sensoriais (visuais e
auditivos).
Art. 8º As instituições referidas no
art. 1º devem utilizar terminologia
que possibilite, de forma clara e
Técnico Bancário 25
§ 1º Para fins de cumprimento do Art. 13. Na execução de serviços
disposto nos incisos II e III, fica decorrentes de convênios, celebrados
estabelecido prazo de 720 dias, com outras entidades pelas
contados da datada entrada em vigor instituições financeiras, e vedada a
da regulamentação da Lei n. 10.098, discriminação entre clientes e não-
de 19 de dezembro de 2000, as clientes, com relação ao horário e ao
instituições referidas no art. 1º, local de atendimento.
para adequação de suas instalações. Parágrafo único. Excetuam-se da
vedação de que trata o caput:
§ 2º O inicio de funcionamento de
dependência de instituição financeira I - o atendimento prestado no
fica condicionado ao cumprimento das interior de empresa ou outras
disposições referidas nos incisos II entidades, mediante postos de
e III, após a regulamentação da Lei atendimento, ou em instalações não
n. 10.098, de 2000. visíveis ao publico;

Art. 10. Os dados constantes dos II -a fixação de horários específicos


cartões magnéticos emitidos pelas ou adicionais para determinados
instituições referidas no art. 1º segmentos e de atendimento separado
devem ser obrigatoriamente impressos ou diferenciado, inclusive mediante
em alto relevo, no prazo a ser terceirização de serviços ou sua
definido pelo Banco Central do prestação em parceria com outras
Brasil. instituições financeiras, desde que
adotados critérios transparentes.
Art. 11. As instituições referidas no
art. 1º não podem estabelecer, para Art. 14. É vedada a adoção de medidas
portadores de deficiência e para administrativas relativas ao
idosos, em decorrência dessas funcionamento das dependências das
condições, exigências maiores que as instituições referidas no art. 1º que
fixadas para os demais clientes, possam implicar restrições ao acesso
excetuadas as previsões legais. as áreas daquelas destinadas ao
atendimento ao publico.
Art. 12. As instituições referidas no
art. 1. não podem impor aos Art. 15. As instituições referidas no
deficientes sensoriais (visuais e art. 1º e vedado negar ou restringir,
auditivos) exigências diversas das aos clientes e ao publico usuário,
estabelecidas para as pessoas não atendimento pelos meios
portadoras de deficiência, na convencionais, inclusive guichês de
contratação de operações e de caixa, mesmo na hipótese de
prestação de serviços. atendimento alternativo ou
eletrônico.
Parágrafo único. Com vistas a
assegurar o conhecimento pleno dos § 1º O disposto no caput não se
termos dos contratos, as instituições aplica as dependências exclusivamente
devem: eletrônicas.

I - providenciar, no caso dos § 2º A prestação de serviços por


deficientes visuais, a leitura do meios alternativos aos convencionais
inteiro teor do contrato, em voz e prerrogativa das instituições
alta, exigindo declaração do referidas no caput, cabendo-lhes
contratante de que tomou conhecimento adotar as medidas que preservem a
de suas disposições, certificada por integridade, a confiabilidade, a
duas testemunhas, sem prejuízo da segurança e o sigilo das transações
adoção, a seu critério, de outras realizadas, assim como a legitimidade
medidas com a mesma finalidade; dos serviços prestados, em face dos
direitos dos clientes e dos usuários,
II -requerer, no caso dos deficientes devendo, quando for o caso, informá-
auditivos, a leitura, pelos mesmos, los dos riscos existentes.
do inteiro teor do contrato, antes de
sua assinatura.
26 Técnico Bancário
Art. 16. Nos saques em espécie II -prevalecer-se, em razão de idade,
realizados em conta de depósitos a saúde, conhecimento, condição social
vista, na agencia em que o ou econômica do cliente ou do
correntista a mantenha, e vedado as usuário, para impor-lhe contrato,
instituições financeiras estabelecer clausula contratual, operação ou
prazos que posterguem a operação para prestação de serviço;
o expediente seguinte.
III - elevar, sem justa causa, o valor
Parágrafo único. Na hipótese de das taxas, tarifas, comissões ou
saques de valores superiores a R$ qualquer outra forma de remuneração
5.000,00 (cinco mil reais), deve ser de operações ou serviços ou cobra-las
feita solicitação com antecedência de em valor superior ao estabelecido na
quatro horas do encerramento do regulamentação e legislação vigentes;
expediente, na agência em que o
correntista mantenha a conta sacada. IV -aplicar formula ou índice de
reajuste diverso do legal ou
Art. 17. É vedada a contratação de contratualmente estabelecido;
quaisquer operações condicionadas ou
vinculadas a realização de outras V - deixar de estipular prazo para o
operações ou a aquisição de outros cumprimento de suas obrigações ou
bens e serviços. deixar a fixação do termo inicial a
seu exclusivo critério;
§ 1º A vedação de que trata o caput
aplica-se, adicionalmente, as VI -rescindir, suspender ou cancelar
promoções e ao oferecimento de contrato, operação ou serviço, ou
produtos e serviços ou a quaisquer executar garantia fora das hipóteses
outras situações que impliquem legais ou contratualmente previstas;
elevação artificiosa do preço ou das
taxas de juros incidentes sobre a VII - expor, na cobrança da divida, o
operação de interesse do cliente. cliente ou o usuário a qualquer tipo
de constrangimento ou de ameaça.
§ 2º Na hipótese de operação que
implique, por forca da legislação em § 1º A autorização referida no inciso
vigor, contratação adicional de outra I deve ser fornecida por escrito ou
operação, fica assegurado ao por meio eletrônico, com estipulação
contratante o direito de livre de prazo de validade, que poderá ser
escolha da instituição com a qual indeterminado, admitida a sua
deve ser pactuado o contrato previsão no próprio instrumento
adicional. contratual de abertura da conta de
depósitos.
§ 3º O disposto no caput não impede a
previsão contratual de debito em § 2º O cancelamento da autorização
conta de depósitos como meio referida no inciso I deve surtir
exclusivo de pagamento de obrigações. efeito a partir da data definida pelo
cliente, ou na sua falta, a partir da
Art. 18. Fica vedado as instituições data do recebimento pela instituição
referidas no art. 1º: financeira do pedido pertinente.

I - transferir automaticamente os § 3º No caso de operação ou serviço


recursos de conta de depósitos a sujeito a regime de controle ou de
vista e de conta de depósitos de tabelamento de tarifas ou de taxas,
poupança para qualquer modalidade de as instituições referidas no art. 1º
investimento, bem como realizar não podem exceder os limites
qualquer outra operação ou prestação estabelecidos, cabendo-lhes restituir
de serviço sem previa autorização do as quantias recebidas em excesso,
cliente ou do usuário, salvo em atualizadas, de conformidade com as
decorrência de ajustes anteriores normas legais aplicáveis, sem
entre as partes; prejuízo de outras sanções cabíveis.

Técnico Bancário 27
§ 4º Excetuam-se das vedações de que 4.728, de 14 de julho de 1965, e na Lei 6.099, de
trata este artigo os casos de estorno 12 de setembro de 1974,
necessários a correção de
lançamentos indevidos decorrentes de R E S O L V E U:
erros operacionais por parte da
instituição financeira, os quais Art. 1º. Alterar os dispositivos abaixo
deverão ser comunicados, de imediato, especificados da Resolução 2.878, de 26 de julho
ao cliente. de 2001, que passam a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 19. O descumprimento do disposto nesta
Resolução sujeita a instituição e os seus I - o art. 1., inciso IV:
administradores as sanções previstas na
legislação e regulamentação em vigor. "Art. 1º. Estabelecer que as instituições financeiras
e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Art. 20. Fica o Banco Central do Banco Central do Brasil, na contratação de
Brasil autorizado a: operações e na prestação de serviços aos clientes
e ao público em geral, sem prejuízo da
I - baixar as normas e a adotar as observância das demais disposições legais e
medidas julgadas necessárias a regulamentares vigentes e aplicáveis ao Sistema
execução do disposto nesta Resolução, Financeiro Nacional, devem adotar medidas que
podendo inclusive regulamentar novas objetivem assegurar:
situações decorrentes do .................................................................................
relacionamento entre as pessoas IV - fornecimento aos clientes de cópia impressa,
físicas e jurídicas especificadas nos na dependência em que celebrada a operação, ou
artigos anteriores; em meio eletrônico, dos contratos, após
formalização e adoção de outras providências que
II -fixar, em razão de questões se fizerem necessárias, bem como de recibos,
operacionais, prazos diferenciados comprovantes de pagamentos e outros
para o atendimento do disposto nesta documentos pertinentes às operações realizadas;
Resolução. ....................................................................." (NR);
Art. 21. Esta Resolução entra em vigor na data II - o art. 2.:
de sua publicação. "Art. 2. As instituições referidas no art. 1. devem
colocar disposição dos clientes, em suas
Art. 22. Ficam revogados o Parágrafo 2. do art. 1. dependências e nas dependências dos
da Resolução n. 1.764, de 31 de outubro de 1990, estabelecimentos onde seus produtos forem
com redação dada pela Resolução n. 1.865, de 5 negociados, em local e formato visíveis:
de setembro de 1991, a Resolução n. 2.411, de 31 I - informações que assegurem total conhecimento
de julho de 1997, e o Comunicado n. 7.270, de 9 acerca das situações que possam implicar recusa
de fevereiro de 2000. na recepção de documentos (cheques, bloquetos
de cobrança, fichas de compensação e outros) ou
na realização de pagamentos, na forma da
RESOLUÇÃO 2.892
legislação em vigor;

II - o número do telefone da Central de


Altera a Resolução 2.878, de 2001, que dispõe
Atendimento ao Público do Banco Central do
sobre procedimentos a serem observados pelas
Brasil, acompanhado da observação de que o
instituições financeiras e demais instituições
mesmo se destina ao atendimento a denúncias e
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
reclamações, além do número do telefone relativo
Brasil na contratação de operações e na
a serviço de mesma natureza, se por elas
prestação de serviços aos clientes e ao público
oferecido;
em geral.
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do
III - as informações estabelecidas pelo art. 2. da
art. 9. da Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964,
Resolução 2.303, de 25 de julho de 1996." (NR);
torna público que o CONSELHO MONETÁRIO
NACIONAL, em sessão realizada em 26 de
setembro de 2001, com base no art. 4., inciso
VIII, da referida lei, considerando o disposto na Lei

28 Técnico Bancário
III - o art. 7.: operações ou à aquisição de outros
"Art. 7. As instituições referidas no art. 1., nas bens e serviços.
operações de crédito pessoal e de crédito direto ...................................................................................................................
ao consumidor, realizadas com seus clientes, § 2º. Na hipótese de operação que implique, por
devem assegurar o direito à liquidação antecipada força de contrato e da legislação em vigor, pacto
do débito, total ou parcialmente, mediante redução adicional de outra operação, fica assegurado ao
proporcional dos juros." (NR); contratante o direito de livre escolha da instituição
com a qual deve ser formalizado referido contrato
IV - o art. 10: adicional.
"Art. 10. Os dados constantes dos cartões ....................................................................." (NR);
magnéticos emitidos pelas instituições referidas no
art. 1. devem ser obrigatoriamente impressos em IX - o art. 18, Parágrafo 4.:
alto relevo, para portadores de deficiência visual." "Art. 18. Fica vedado às instituições referidas no
(NR); art. 1.:
.................................................................................
V - o art. 12, parágrafo único, inciso I: "Art. 12. As § 4º. Excetuam-se das vedações de que trata este
instituições referidas no art. 1. não podem impor artigo os casos de estorno necessários à correção
aos deficientes sensoriais (visuais e auditivos) de lançamentos indevidos decorrentes de erros
exigências diversas das estabelecidas para as operacionais por parte da instituição financeira, os
pessoas não portadoras de deficiência, na quais deverão ser comunicados ao cliente, no
contratação de operações e de prestação de prazo de até dois dias úteis após a referida
serviços. correção." (NR).

Parágrafo único. Com vistas a assegurar o Art. 2º Ficam as instituições


conhecimento pleno dos termos dos contratos, as financeiras e demais instituições
instituições devem: autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil obrigadas a exigir
de seus clientes e usuários
I - providenciar, na assinatura de contratos com
confirmação clara e objetiva quanto a
portadores de deficiência visual, a não ser quando
aceitação do produto ou serviço
por eles dispensadas, a leitura do inteiro teor do
oferecido ou colocado a sua
referido instrumento, em voz alta, exigindo,
disposição, não podendo considerar o
mesmo no caso de dispensa da leitura, declaração
silêncio dos mesmos como sinal de
do contratante de que tomou conhecimento dos
concordância.
direitos e deveres das partes envolvidas,
certificada por duas testemunhas, sem prejuízo da Art. 3º Ficam as instituições
adoção, a seu critério, de outras medidas com a referidas no artigo anterior
mesma finalidade; obrigadas a garantir a seus clientes
....................................................................." (NR); o cancelamento da autorização de
débitos automáticos em conta
VI - o art. 14: efetuados por força de convênios
"Art. 14. É vedada a adoção de medidas celebrados com concessionária de
administrativas relativas ao funcionamento das serviço público ou empresa privada ou
dependências das instituições referidas no art. 1. por iniciativa da própria
que possam implicar restrições ao acesso às instituição, desde que, nesta
áreas destinadas ao atendimento ao hipótese, não decorram de obrigações
público."(NR); referentes a operações de crédito
VII - o art. 16: contratadas com a própria instituição
"Art. 16. Nos saques em espécie, de valores financeira.
acima de R$5.000,00 (cinco mil reais), realizados
em conta de depósitos à vista, as instituições Parágrafo único. As instituições
poderão postergar a operação para o expediente referidas no caput têm prazo de até
seguinte, vedada a utilização de tal faculdade nos sessenta dias para adoção das
saques de valores inferiores ao estabelecido." providências necessárias à adequação
(NR); dos convênios celebrados, com vistas
ao cumprimento do disposto neste
VIII - o art. 17, Parágrafo 2.: artigo, mediante o estabelecimento de
"Art. 17. É vedada a contratação de cláusula contratual específica.
quaisquer operações condicionadas ou
vinculadas à realização de outras
Técnico Bancário 29
Art. 4º Fica instituído o Manual do
Cliente e Usuário de Serviços CIRCULAR 3.289/2001
Financeiros e de Consórcio, que
deverá consolidar as disposições Dispõe sobre a constituição e a implementação,
constantes da Resolução 2.878, de no Banco Central do Brasil, do Sistema de
2001 e desta resolução, além de Registro de Denúncias, Reclamações e Pedidos
outras estabelecidas em normativos de Informações (RDR).
editados pelo Banco Central do
Brasil, aplicáveis às instituições de A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil,
que trata o art. 1., na contratação em sessão realizada em 31 de agosto de 2005,
de operações e na prestação de com base nos arts. 9º e 10, inciso IX, da Lei 4.595,
serviços aos clientes e ao público em de 31 de dezembro de 1964, renumerado pela Lei
geral. 7.730, de 31 de janeiro de 1989, 3º da Lei 4.728,
Parágrafo único. O Banco Central do de 14 de julho de 1965, 33 da Lei 8.177, de 1º de
Brasil deve manter permanentemente março de 1991, e 20, inciso I, da Resolução 2.878,
atualizado o manual de que trata este de 26 de julho de 2001,
artigo.
D E C I D I U:
Art. 5º. Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação. Art. 1º Constituir e implementar, no Banco Central
do Brasil, o Sistema de Registro de Denúncias,
Reclamações e Pedidos de Informações (RDR),
CIRCULAR 3.058/2001 destinado ao registro e ao tratamento de
denúncias, reclamações e pedidos de informações
Dispõe sobre os prazos a serem observados no a ele apresentados por usuários de produtos e
cumprimento das disposições da Resolução 2878, serviços das instituições financeiras, demais
de 2001. instituições autorizadas a funcionar pela referida
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, autarquia e administradoras de consórcios.
em sessão realizada em 5 de setembro de 2001,
com fundamento no art. 20 da Resolução 2.878, Parágrafo único. Considera-se denúncia, para os
de 26 de julho de 2001, fins desta circular, os fatos que caracterizem
indícios de descumprimento de dispositivos legais
D E C I D I U: e regulamentares cuja fiscalização esteja afeta ao
Banco Central do Brasil.
Art. 1º Fixar, para as instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Art. 2º As denúncias e as reclamações
Banco Central do Brasil, as seguintes datas para registradas no sistema RDR serão
cumprimento das disposições da Resolução disponibilizadas às instituições e às
2.878, de 26 de julho de 2001: administradoras referidas no art. 1º na página do
Banco Central do Brasil na internet
I - até 30 de outubro de 2001, para colocação à (www.bcb.gov.br).
disposição dos clientes e usuários das
informações que assegurem total conhecimento Art. 3º As instituições e as administradoras
acerca das situações que possam implicar recusa referidas no art. 1º devem responder ao
na recepção de documentos ou na realização de interessado em até dez dias úteis, contados da
pagamentos, bem como para a afixação do data de disponibilização do registro no sistema
número da Central de Atendimento ao Público do RDR.
Banco Central do Brasil e do número relativo ao
serviço de mesma natureza, caso oferecido, na Parágrafo único. Cópia eletrônica da resposta e
forma do disposto no art. 2º da referida resolução; dos respectivos anexos, além de relato das
II - até 30 de novembro de 2001, para a providências adotadas e dos esclarecimentos
adequação dos sistemas operacionais com vistas cabíveis, devem ser encaminhados ao Banco
à emissão de cartões magnéticos com os dados Central do Brasil, por meio do sistema RDR, no
impressos em alto relevo, conforme previsto no prazo mencionado no caput.
art. 10 da referida resolução.

Art. 2º Esta circular entra em vigor na data de sua


publicação.

30 Técnico Bancário
Art. 4º As instituições e as administradoras D E C I D I U:
referidas no art. 1º devem designar diretor
responsável pelo atendimento das denúncias, das Art. 1º As instituições financeiras e
reclamações e pela prestação de informações no demais instituições autorizadas a
sistema RDR, até 30 de setembro de 2005. funcionar pelo Banco Central do
Brasil devem obter, até o inicio das
§ 1º Para fins da responsabilidade de que trata o atividades de suas agências e postos
caput, admite-se que o diretor indicado de atendimento bancário (PAB), laudo
desempenhe outras funções na instituição, exceto técnico firmado por profissional
a relativa à administração de recursos de legalmente habilitado atestando que
terceiros. as respectivas instalações atendem
aos requisitos de acessibilidade
§ 2º Os dados relativos ao diretor designado previstos no Decreto nº 5.296, de 2
devem ser inseridos e mantidos atualizados no de dezembro de 2004.
Sistema de Informações sobre Entidades de
Interesse do Banco Central (Unicad). § 1º O atendimento ao disposto no
caput pode ser comprovado por meio
dos documentos relativos à
Art. 5º Fica o Departamento de Supervisão de
certificação de que tratam os §§ 1º e
Cooperativas e Instituições Não-Bancárias e de
2º do art. 13 do Decreto nº 5.296, de
Atendimento de Demandas e Reclamações
2004.
(Desuc) autorizado a examinar, caso a caso, e
decidir a respeito de eventuais pedidos de
§ 2º No caso de dependências
prorrogação do prazo para resposta fixado no art.
instaladas no recinto de associações,
3º.
sociedades ou organizações privadas,
e de órgãos ou entidades da
Parágrafo único. Eventuais pedidos de administração pública, as exigências
prorrogação de prazo devem ser registrados no previstas nesta circular aplicam-se
sistema RDR. apenas às instalações internas da
própria dependência.
Art. 6º A inobservância dos prazos e das
condições estabelecidos nesta circular sujeita a § 3º A documentação comprobatória do
entidade infratora às penalidades previstas na atendimento ao disposto nesta
Resolução 2.901, de 31 de outubro de 2001, e no circular deve permanecer à disposição
art.16 da Lei 5.768, de 20 de dezembro de 1971. do Banco Central do Brasil nas
respectivas dependências e na sede da
Art. 7º Esta circular entra em vigor na data de sua instituição.
publicação, produzindo efeitos a partir de 19 de
setembro de 2005. Art. 2º A comprovação do atendimento aos
requisitos de acessibilidade previstos no Decreto
nº 5.296, de 2004, em relação às agências e PAB
já instalados na data de entrada em vigor desta
CIRCULAR 3.369/2007 circular, bem como nos casos de alteração dos
mesmos ou de mudança de seu endereço deve
Dispõe acerca da comprovação do cumprimento ser efetuada por meio da documentação
dos requisitos de acessibilidade previstos no mencionada no art. 1º.
Decreto nº 5.296, de 2004, pelas instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a Parágrafo único. As instituições mencionadas no
funcionar pelo Banco Central do Brasil. art. 1º terão prazo de 360 (trezentos e sessenta)
dias para obter a referida documentação em
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, relação às agências e PAB já instalados na data
em sessão realizada em 18 de outubro de 2007, de entrada em vigor desta circular.
com base no art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de
dezembro de 1964, tendo em vista o disposto no Art. 3º Esta circular entra em vigor na data de sua
art. 2º, inciso II, do Decreto nº 5.296, de 2 de publicação.
dezembro de 2004, e no art. 9º da Resolução nº
2.878, de 26 de julho de 2001,

Técnico Bancário 31
correntista reúna os requisitos
RESOLUCAO 3.518/2007 necessários à utilização de cheques,
de acordo com a regulamentação em
Disciplina a cobrança de tarifas pela prestação de vigor e as condições pactuadas;
serviços por parte das instituições financeiras e c) fornecimento de segunda via do
demais instituições autorizadas a funcionar pelo cartão referido na alínea "a", exceto
Banco Central do Brasil. nos casos de pedidos de reposição
formulados pelo correntista
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do decorrentes de perda, roubo,
art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de danificação e outros motivos não
1964, torna público que o CONSELHO imputáveis à instituição emitente;
MONETÁRIO NACIONAL, em sessão d) realização de até quatro saques,
extraordinária realizada em 6 de dezembro de por mês, em guichê de caixa,
2007, com base no art. 4º, inciso IX, da referida inclusive por meio de cheque ou de
lei, cheque avulso, ou em terminal de
auto-atendimento;
R E S O L V E U: e) fornecimento de até dois extratos
contendo a movimentação do mês por
Art. 1º A cobrança de tarifas pela prestação de meio de terminal de auto-atendimento;
serviços por parte das instituições financeiras e f) realização de consultas mediante
demais instituições autorizadas a funcionar pelo utilização da internet;
Banco Central do Brasil deve estar prevista no g) realização de duas transferências
contrato firmado entre a instituição e o cliente ou de recursos entre contas na própria
ter sido o respectivo serviço previamente instituição, por mês, em guichê de
autorizado ou solicitado pelo cliente ou pelo caixa, em terminal de auto-
usuário. atendimento e/ou pela internet;
h) compensação de cheques;
Parágrafo único. Para efeito desta resolução: i) fornecimento do extrato de que
trata o art. 12;
I - considera-se cliente a pessoa que possui
vínculo negocial não esporádico com a instituição, II -conta de depósitos de poupança:
a) fornecimento de cartão com função
decorrente de contrato de depósitos, de operação
movimentação;
de crédito ou de arrendamento mercantil, de
b) fornecimento de segunda via do
prestação de serviços ou de aplicação financeira;
cartão referido na alínea
"a", exceto nos casos de pedidos de
II - os serviços prestados a pessoas físicas são
reposição formulados pelo
classificados como essenciais, prioritários,
correntista, decorrentes de perda,
especiais e diferenciados;
roubo, danificação e outros
motivos não imputáveis à instituição
III - não se caracteriza como tarifa o ressarcimento emitente;
de despesas decorrentes de prestação de c) realização de até dois saques, por
serviços por terceiros, podendo seu valor ser mês, em guichê de caixa ou em
cobrado desde que devidamente explicitado no terminal de auto-atendimento;
contrato de operação de crédito ou de d) realização de até duas
arrendamento mercantil. transferências para conta de
Art. 2º É vedada às instituições de depósitos de mesma titularidade;
e) fornecimento de até dois extratos
que trata o art. 1º a cobrança de
contendo a movimentação do mês;
tarifas pela prestação de serviços
f) realização de consultas mediante
bancários essenciais a pessoas
utilização da internet;
físicas, assim considerados aqueles
g) fornecimento do extrato de que
relativos a:
trata o art. 12.
I - conta corrente de depósitos à
§ 1ºÉ vedada a cobrança de tarifas em
vista:
contas à ordem do poder judiciário e
a) fornecimento de cartão com função
para a manutenção de depósitos em
débito;
consignação de pagamento de que trata
b) fornecimento de dez folhas de
a Lei nº 8.951, de 13 de dezembro de
cheques por mês, desde que o
1994.
32 Técnico Bancário
§ 2ºCom relação ao disposto no caput, II -aditamento de contratos;
inciso I, alínea "b", é facultado à
instituição financeira suspender o III-administração de fundos de
fornecimento de novos cheques quando: investimento;

I - vinte ou mais folhas de cheque, IV- aluguel de cofre;


já fornecidas ao correntista, ainda
não tiverem sido liquidadas; ou V - avaliação, reavaliação e
substituição de bens recebidos em
II -não tiverem sido liquidadas 50% garantia;
(cinqüenta por cento), no mínimo, das
folhas de cheque fornecidas ao VI - cartão de crédito;
correntista nos três últimos meses.
VII - certificado digital;
Art. 3º Os serviços prioritários para
pessoas físicas, assim considerados VIII- coleta e entrega em domicílio ou
aqueles relacionados às contas de outro local;
depósito, transferências de recursos,
operações de crédito e cadastro, IX - cópia ou segunda via de
serão definidos pelo Banco Central do comprovantes e documentos;
Brasil, que estabelecerá a
padronização de nomes e canais de X -corretagem;
entrega, a identificação por siglas e
a descrição dos respectivos fatos XI - custódia;
geradores.
Parágrafo único. A cobrança de XII - extrato diferenciado mensal
tarifas de pessoas físicas pela contendo informações adicionais
prestação, no País, de serviços àquelas relativas a contas-correntes
prioritários fica limitada às de depósitos à vista e a contas de
hipóteses previstas no caput. depósitos de poupança;

Art. 4º O disposto nos arts. 2º, 3º e 6º não se XIII - fornecimento de atestados,


aplica à prestação de serviços especiais, assim certificados e declarações;
considerados aqueles referentes ao crédito rural,
ao mercado de câmbio, ao repasse de recursos, XIV - leilões agrícolas;
ao sistema financeiro da habitação, ao Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo XV - aviso automático de
PIS/PASEP, ao penhor civil previsto no Decreto nº movimentação de conta.
6.132, de 22 de junho de 2007, às contas
especiais de que trata a Resolução nº 3.211, de Art. 6º É obrigatória a oferta a
30 de junho de 2004, às contas de registro e pessoas físicas de pacote padronizado
controle disciplinadas pela Resolução nº 3.402, de de serviços prioritários, cujos itens
6 de setembro de 2006, alterada pela Resolução componentes e quantidade de eventos
nº 3.424, de 21 de dezembro de 2006, bem como serão determinados pelo Banco Central
às operações de microcrédito de que trata a do Brasil.
Resolução nº 3.422, de 30 de novembro de 2006,
entre outros, devendo ser observadas as § 1ºO valor cobrado pelo pacote
disposições específicas contidas nas respectivas padronizado de serviços mencionado no
legislação e regulamentação. caput não pode exceder o somatório do
valor das tarifas individuais que o
Art. 5º Admite-se a cobrança de compõem, considerada a tarifa
remuneração pela prestação de correspondente ao canal de entrega de
serviços diferenciados a pessoas menor valor.
físicas, desde que explicitadas ao
cliente ou usuário as condições de § 2ºPara efeito do cálculo de que
utilização e de pagamento, assim trata o § 1º:
considerados aqueles relativos a:

I - abono de assinatura;

Técnico Bancário 33
I - deve ser computado o valor de entrega, sigla no extrato, fato
proporcional mensal da tarifa gerador da cobrança e valor da
relativa a serviço cuja cobrança não tarifa;
seja mensal;
II -devem ser desconsiderados os III - tabela contendo informações a
valores das tarifas cuja cobrança respeito do pacote padronizado, na
seja realizada uma única vez. forma do art. 6º;

§ 3ºÉ facultado o oferecimento de IV -demais tabelas de serviços


pacote de serviços distintos contendo prestados pela instituição;
outros serviços, inclusive serviços
essenciais, prioritários, especiais e V - esclarecimento de que os valores
diferenciados, observada a das tarifas foram estabelecidos pela
padronização dos serviços própria instituição.
prioritários, bem como a exigência
prevista no § 1º. Parágrafo único. O início da
divulgação das tarifas na forma
Art. 7º Observadas as vedações prevista nesta resolução deve ocorrer
estabelecidas no art. 2º, é até 31 de março de 2008.
prerrogativa do cliente:
Art. 10. A majoração do valor de
I - a utilização e o pagamento por tarifa existente ou a instituição de
serviços individualizados; e/ou nova tarifa deve ser divulgada com,
no mínimo, trinta dias de
II - a utilização e o pagamento, de antecedência, sendo permitida a
forma não individualizada, de cobrança somente para o serviço
serviços incluídos em pacote. utilizado após esse prazo.

Art. 8º As tarifas debitadas em conta corrente de § 1ºOs preços dos serviços referidos
depósitos à vista ou em conta de depósitos de nos arts. 3º e 6º somente podem ser
poupança devem ser identificadas no extrato de majorados após decorridos 180 dias de
forma clara, com utilização, no caso dos serviços sua última alteração, admitindo-se a
prioritários, da padronização de que trata o art. 3º. sua redução a qualquer tempo.

§ 1º O valor do lançamento a débito referente à § 2ºO prazo de que trata o § 1º deve


cobrança de tarifa em conta de depósitos de ser contado a partir da primeira
poupança somente poderá ocorrer após o alteração que ocorrer após a
lançamento dos rendimentos de cada período. divulgação dos serviços e respectivas
tarifas na forma prevista nesta
§ 2º O valor do lançamento a débito referente à resolução.
cobrança de tarifa em conta corrente de depósitos
à vista ou em conta de depósitos de poupança Art. 11. As instituições de que trata o art. 1º
não pode ser superior ao saldo disponível. devem remeter ao Banco Central do Brasil, na
forma a ser estabelecida por aquela autarquia, a
Art. 9º É obrigatória a divulgação, relação dos serviços tarifados e os respectivos
em local e formato visível ao público valores:
no recinto das suas dependências e
nas dependências dos correspondentes I - até 31 de março de 2008;
no País, bem como nos respectivos
sítios eletrônicos, das seguintes II - sempre que ocorrer alteração, observado o
informações relativas à prestação de disposto no art. 10, caput, no caso de majoração.
serviços a pessoas físicas e pessoas
jurídicas e respectivas tarifas:

I - tabela contendo os serviços cuja


cobrança de tarifas é vedada, nos
termos do art. 2º;

II -tabela, na forma do art. 3º,


incluindo lista de serviços, canais
34 Técnico Bancário
Art. 12. As instituições de que trata Art. 1º As instituições financeiras e demais
o art. 1º devem fornecer aos clientes instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
pessoas físicas, até 28 de fevereiro Central do Brasil devem contemplar, em seus
de cada ano, a partir de 2009, sistemas de controles internos e de prevenção de
extrato consolidado discriminando, riscos previstos na regulamentação vigente, a
mês a mês, as tarifas cobradas no ano adoção e a verificação de procedimentos, na
anterior em conta corrente de contratação de operações e na prestação de
depósitos à vista e/ou em conta de serviços, que assegurem:
depósitos de poupança.
I - a prestação das informações necessárias à
Art. 13. Os contratos firmados a partir da vigência livre escolha e à tomada de decisões por parte de
desta resolução devem prever a aplicação das seus clientes e usuários, explicitando, inclusive, as
regras estabelecidas pela Resolução nº 2.303, de cláusulas contratuais ou práticas que impliquem
1996, até 29 de abril de 2008. deveres, responsabilidades e penalidades e
fornecendo tempestivamente cópia de contratos,
Art. 14. Em relação aos contratos firmados até a recibos, extratos, comprovantes e outros
data de vigência desta resolução, as instituições documentos relativos a operações e a serviços
referidas no art. 1º devem utilizar, até 29 de abril prestados;
de 2008, as tarifas divulgadas conforme as
disposições da Resolução nº 2.303, de 1996, e, a
II - a utilização em contratos e documentos de
partir de 30 de abril de 2008, as tarifas
redação clara, objetiva e adequada à natureza e à
estabelecidas na forma desta resolução.
complexidade da operação ou do serviço
prestado, de forma a permitir o entendimento do
Art. 15. Fica o Banco Central do Brasil autorizado
conteúdo e a identificação de prazos, valores,
a adotar as medidas julgadas necessárias à
encargos, multas, datas, locais e demais
implementação do disposto nesta resolução.
condições.
Art. 16. Esta resolução entra em vigor na data de
sua publicação, produzindo efeitos a partir Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem
de 30 de abril de 2008, quando divulgar, em suas dependências e nas
ficarão revogadas as Resoluções nºs dependências dos estabelecimentos onde seus
2.303, de 25 de julho de 1996, e produtos são ofertados, em local visível e em
2.343, de 19 de dezembro de 1996, o formato legível, informações relativas a situações
art. 2º da Resolução nº 2.747, de 28 que impliquem recusa à realização de
de junho de 2000, e o inciso III do pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de
art. 18 da Resolução nº 2.878, de 26 compensação, documentos, inclusive de
de julho de 2001. cobrança, contas e outros.

Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º


recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de
RESOLUÇÃO BACEN Nº 3.694, DE 26 DE seus produtos e serviços, o acesso aos canais de
MARÇO DE 2009 atendimento convencionais, inclusive guichês de
caixa, mesmo na hipótese de oferecer
atendimento alternativo ou eletrônico.
Dispõe sobre a prevenção de riscos na
contratação de operações e na prestação de § 1º O disposto no caput não se aplica às
serviços por parte de instituições financeiras e dependências exclusivamente eletrônicas nem à
demais instituições autorizadas a funcionar pelo prestação de serviços de cobrança e de
Banco Central do Brasil. recebimento decorrentes de contratos ou
convênios que prevejam canais de atendimento
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da específicos.
Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna
público que o Conselho Monetário Nacional, em
sessão realizada em 26 de março de 2009, com
base no art. 4º, inciso VIII, da referida lei,
resolveu:

Técnico Bancário 35
§ 2º A opção pela prestação de serviços por Art. 4o Os logradouros e sanitários públicos, bem
meios alternativos aos convencionais é admitida como os edifícios de uso público, terão normas de
desde que adotadas as medidas necessárias para construção, para efeito de licenciamento da
preservar a integridade, a confiabilidade, a respectiva edificação, baixadas pela autoridade
segurança e o sigilo das transações realizadas, competente, destinadas a facilitar o acesso e uso
assim como a legitimidade dos serviços prestados, desses locais pelas pessoas portadoras de
em face dos direitos dos clientes e dos usuários, deficiência.
devendo as instituições informá-los dos riscos
existentes. Art. 5o Os veículos de transporte coletivo a serem
produzidos após doze meses da publicação desta
Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de Lei serão planejados de forma a facilitar o acesso
sua publicação. a seu interior das pessoas portadoras de
deficiência.
Art. 5º Ficam revogadas as Resoluções ns. 2.878,
de 26 de julho de 2001, e 2.892, de 27 de § 1o (VETADO)
setembro de 2001.
§ 2o Os proprietários de veículos de transporte
coletivo em utilização terão o prazo de cento e
Lei nº 10.048/00, Lei nº 10.098/00 e Decreto nº oitenta dias, a contar da regulamentação desta
5.296/04 Lei, para proceder às adaptações necessárias ao
acesso facilitado das pessoas portadoras de
deficiência.

LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000. Art. 6o A infração ao disposto nesta Lei sujeitará
os responsáveis:

Dá prioridade de atendimento às pessoas que I – no caso de servidor ou de chefia responsável


especifica, e dá outras providências. pela repartição pública, às penalidades previstas
na legislação específica;
Art. 1o As pessoas portadoras de
deficiência, os idosos com idade II – no caso de empresas concessionárias de
igual ou superior a 60 (sessenta) serviço público, a multa de R$ 500,00 (quinhentos
anos, as gestantes, as lactantes e as reais) a R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais),
pessoas acompanhadas por crianças de por veículos sem as condições previstas nos arts.
colo terão atendimento prioritário, 3o e 5o;
nos termos desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003) III – no caso das instituições financeiras, às
penalidades previstas no art. 44, incisos I, II e III,
Art. 2o As repartições públicas e da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
empresas concessionárias de serviços
públicos estão obrigadas a dispensar Parágrafo único. As penalidades de que trata
atendimento prioritário, por meio de este artigo serão elevadas ao dobro, em caso de
serviços individualizados que reincidência.
assegurem tratamento diferenciado e
atendimento imediato às pessoas a que Art. 7o O Poder Executivo regulamentará esta Lei
se refere o art. 1o. no prazo de sessenta dias, contado de sua
publicação.
Parágrafo único. É assegurada, em
todas as instituições financeiras, a Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua
prioridade de atendimento às pessoas publicação.
mencionadas no art. 1o.
Anotações:
o
Art. 3 As empresas públicas de transporte e as
concessionárias de transporte coletivo reservarão
assentos, devidamente identificados, aos idosos,
gestantes, lactantes, pessoas portadoras de
deficiência e pessoas acompanhadas por crianças
de colo.

36 Técnico Bancário
sistemas de comunicação, sejam ou não
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000. de massa;
III – pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida: a que
Estabelece normas gerais e critérios básicos para temporária ou permanentemente tem
a promoção da acessibilidade das pessoas limitada sua capacidade de
portadoras de deficiência ou com mobilidade relacionar-se com o meio e de
reduzida, e dá outras providências. utilizá-lo;

IV –elemento da urbanização: qualquer


Disposições gerais componente das obras de urbanização,
tais como os referentes a
pavimentação, saneamento,
Art. 1o Esta Lei estabelece normas encanamentos para esgotos,
gerais e critérios básicos para a distribuição de energia elétrica,
promoção da acessibilidade das iluminação pública, abastecimento e
pessoas portadoras de deficiência ou distribuição de água, paisagismo e os
com mobilidade reduzida, mediante a que materializam as indicações do
supressão de barreiras e de planejamento urbanístico;
obstáculos nas vias e espaços
públicos, no mobiliário urbano, na V – mobiliário urbano: o conjunto de
construção e reforma de edifícios e objetos existentes nas vias e espaços
nos meios de transporte e de públicos, superpostos ou adicionados
comunicação. aos elementos da urbanização ou da
edificação, de forma que sua
Art. 2o Para os fins desta Lei são modificação ou traslado não provoque
estabelecidas as seguintes alterações substanciais nestes
definições: elementos, tais como semáforos,
postes de sinalização e similares,
I – acessibilidade: possibilidade e cabines telefônicas, fontes públicas,
condição de alcance para utilização, lixeiras, toldos, marquises,
com segurança e autonomia, dos quiosques e quaisquer outros de
espaços, mobiliários e equipamentos natureza análoga;
urbanos, das edificações, dos
transportes e dos sistemas e meios de VI –ajuda técnica: qualquer elemento
comunicação, por pessoa portadora de que facilite a autonomia pessoal ou
deficiência ou com mobilidade possibilite o acesso e o uso de meio
reduzida; físico.

II – barreiras: qualquer entrave ou


obstáculo que limite ou impeça o
acesso, a liberdade de movimento e a DOS ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO
circulação com segurança das pessoas,
classificadas em:
a) barreiras arquitetônicas Art. 3o O planejamento e a urbanização das vias
urbanísticas: as existentes nas vias públicas, dos parques e dos demais espaços de
públicas e nos espaços de uso uso público deverão ser concebidos e executados
público; de forma a torná-los acessíveis para as pessoas
b) barreiras arquitetônicas na portadoras de deficiência ou com mobilidade
edificação: as existentes no interior reduzida.
dos edifícios públicos e privados;
c) barreiras arquitetônicas nos Art. 4o As vias públicas, os parques e os demais
transportes: as existentes nos meios espaços de uso público existentes, assim como as
de transportes; respectivas instalações de serviços e mobiliários
d) barreiras nas comunicações: urbanos deverão ser adaptados, obedecendo-se
qualquer entrave ou obstáculo que ordem de prioridade que vise à maior eficiência
dificulte ou impossibilite a das modificações, no sentido de promover mais
expressão ou o recebimento de ampla acessibilidade às pessoas portadoras de
mensagens por intermédio dos meios ou deficiência ou com mobilidade reduzida.

Técnico Bancário 37
Art. 5o O projeto e o traçado dos elementos de
urbanização públicos e privados de uso DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS
comunitário, nestes compreendidos os itinerários e PÚBLICOS OU DE USO COLETIVO
as passagens de pedestres, os percursos de
entrada e de saída de veículos, as escadas e
rampas, deverão observar os parâmetros Art. 11. A construção, ampliação ou reforma de
estabelecidos pelas normas técnicas de edifícios públicos ou privados destinados ao uso
acessibilidade da Associação Brasileira de coletivo deverão ser executadas de modo que
Normas Técnicas – ABNT. sejam ou se tornem acessíveis às pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade
Art. 6o Os banheiros de uso público existentes ou reduzida.
a construir em parques, praças, jardins e espaços
livres públicos deverão ser acessíveis e dispor, Parágrafo único. Para os fins do disposto neste
pelo menos, de um sanitário e um lavatório que artigo, na construção, ampliação ou reforma de
atendam às especificações das normas técnicas edifícios públicos ou privados destinados ao uso
da ABNT. coletivo deverão ser observados, pelo menos, os
seguintes requisitos de acessibilidade:
Art. 7o Em todas as áreas de estacionamento de
veículos, localizadas em vias ou em espaços I – nas áreas externas ou internas da edificação,
públicos, deverão ser reservadas vagas próximas destinadas a garagem e a estacionamento de uso
dos acessos de circulação de pedestres, público, deverão ser reservadas vagas próximas
devidamente sinalizadas, para veículos que dos acessos de circulação de pedestres,
transportem pessoas portadoras de deficiência devidamente sinalizadas, para veículos que
com dificuldade de locomoção. transportem pessoas portadoras de deficiência
com dificuldade de locomoção permanente;
Parágrafo único. As vagas a que se refere o
caput deste artigo deverão ser em número II – pelo menos um dos acessos ao interior da
equivalente a dois por cento do total, garantida, no edificação deverá estar livre de barreiras
mínimo, uma vaga, devidamente sinalizada e com arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou
as especificações técnicas de desenho e traçado dificultem a acessibilidade de pessoa portadora de
de acordo com as normas técnicas vigentes. deficiência ou com mobilidade reduzida;
III – pelo menos um dos itinerários que
comuniquem horizontal e verticalmente todas as
DO DESENHO E DA LOCALIZAÇÃO DO dependências e serviços do edifício, entre si e
MOBILIÁRIO URBANO com o exterior, deverá cumprir os requisitos de
acessibilidade de que trata esta Lei; e

Art. 8o Os sinais de tráfego, semáforos, postes de IV – os edifícios deverão dispor, pelo menos, de
iluminação ou quaisquer outros elementos um banheiro acessível, distribuindo-se seus
verticais de sinalização que devam ser instalados equipamentos e acessórios de maneira que
em itinerário ou espaço de acesso para pedestres possam ser utilizados por pessoa portadora de
deverão ser dispostos de forma a não dificultar ou deficiência ou com mobilidade reduzida.
impedir a circulação, e de modo que possam ser
utilizados com a máxima comodidade. Art. 12. Os locais de espetáculos, conferências,
aulas e outros de natureza similar deverão dispor
Art. 9o Os semáforos para pedestres instalados de espaços reservados para pessoas que utilizam
nas vias públicas deverão estar equipados com cadeira de rodas, e de lugares específicos para
mecanismo que emita sinal sonoro suave, pessoas com deficiência auditiva e visual,
intermitente e sem estridência, ou com mecanismo inclusive acompanhante, de acordo com a ABNT,
alternativo, que sirva de guia ou orientação para a de modo a facilitar-lhes as condições de acesso,
travessia de pessoas portadoras de deficiência circulação e comunicação.
visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a
periculosidade da via assim determinarem. Anotações:

Art. 10. Os elementos do mobiliário urbano


deverão ser projetados e instalados em locais que
permitam sejam eles utilizados pelas pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida.
38 Técnico Bancário
acessíveis os sistemas de comunicação e
DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS DE USO sinalização às pessoas portadoras de deficiência
PRIVADO sensorial e com dificuldade de comunicação, para
garantir-lhes o direito de acesso à informação, à
comunicação, ao trabalho, à educação, ao
Art. 13. Os edifícios de uso privado em que seja transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.
obrigatória a instalação de elevadores deverão ser
construídos atendendo aos seguintes requisitos Art. 18. O Poder Público implementará a
mínimos de acessibilidade: formação de profissionais intérpretes de escrita
em braile, linguagem de sinais e de guias-
I – percurso acessível que una as unidades intérpretes, para facilitar qualquer tipo de
habitacionais com o exterior e com as comunicação direta à pessoa portadora de
dependências de uso comum; deficiência sensorial e com dificuldade de
comunicação. Regulamento
II – percurso acessível que una a edificação à
via pública, às edificações e aos serviços anexos Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de
de uso comum e aos edifícios vizinhos; sons e imagens adotarão plano de medidas
técnicas com o objetivo de permitir o uso da
III – cabine do elevador e respectiva porta de linguagem de sinais ou outra subtitulação, para
entrada acessíveis para pessoas portadoras de garantir o direito de acesso à informação às
deficiência ou com mobilidade reduzida. pessoas portadoras de deficiência auditiva, na
forma e no prazo previstos em regulamento.
Art. 14. Os edifícios a serem construídos com
mais de um pavimento além do pavimento de
acesso, à exceção das habitações unifamiliares, e DISPOSIÇÕES SOBRE AJUDAS TÉCNICAS
que não estejam obrigados à instalação de
elevador, deverão dispor de especificações
técnicas e de projeto que facilitem a instalação de Art. 20. O Poder Público promoverá a supressão
um elevador adaptado, devendo os demais de barreiras urbanísticas, arquitetônicas, de
elementos de uso comum destes edifícios atender transporte e de comunicação, mediante ajudas
aos requisitos de acessibilidade. técnicas.

Art. 15. Caberá ao órgão federal responsável Art. 21. O Poder Público, por meio dos
pela coordenação da política habitacional organismos de apoio à pesquisa e das agências
regulamentar a reserva de um percentual mínimo de financiamento, fomentará programas
do total das habitações, conforme a característica destinados:
da população local, para o atendimento da
demanda de pessoas portadoras de deficiência ou I – à promoção de pesquisas científicas voltadas
com mobilidade reduzida. ao tratamento e prevenção de deficiências;
II – ao desenvolvimento tecnológico orientado à
produção de ajudas técnicas para as pessoas
portadoras de deficiência;
DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS DE
TRANSPORTE COLETIVO III – à especialização de recursos humanos em
acessibilidade.

Art. 16. Os veículos de transporte coletivo


deverão cumprir os requisitos de acessibilidade
estabelecidos nas normas técnicas específicas. DAS MEDIDAS DE FOMENTO À ELIMINAÇÃO
DE BARREIRAS

DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE Art. 22. É instituído, no âmbito da Secretaria de


COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO Estado de Direitos Humanos do Ministério da
Justiça, o Programa Nacional de Acessibilidade,
com dotação orçamentária específica, cuja
Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação execução será disciplinada em regulamento.
de barreiras na comunicação e estabelecerá
mecanismos e alternativas técnicas que tornem
Técnico Bancário 39
nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, e 10.098,
DISPOSIÇÕES FINAIS de 19 de dezembro de 2000,

DECRETA:
Art. 23. A Administração Pública federal direta e
indireta destinará, anualmente, dotação
orçamentária para as adaptações, eliminações e
supressões de barreiras arquitetônicas existentes DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
nos edifícios de uso público de sua propriedade e
naqueles que estejam sob sua administração ou
uso. Art. 1o Este Decreto regulamenta as Leis nos
10.048, de 8 de novembro de 2000, e 10.098, de
Parágrafo único. A implementação das 19 de dezembro de 2000.
adaptações, eliminações e supressões de
barreiras arquitetônicas referidas no caput deste Art. 2o Ficam sujeitos ao cumprimento das
artigo deverá ser iniciada a partir do primeiro ano disposições deste Decreto, sempre que houver
de vigência desta Lei. interação com a matéria nele regulamentada:

Art. 24. O Poder Público promoverá campanhas I - a aprovação de projeto de natureza


informativas e educativas dirigidas à população arquitetônica e urbanística, de comunicação e
em geral, com a finalidade de conscientizá-la e informação, de transporte coletivo, bem como a
sensibilizá-la quanto à acessibilidade e à execução de qualquer tipo de obra, quando
integração social da pessoa portadora de tenham destinação pública ou coletiva;
deficiência ou com mobilidade reduzida.
II - a outorga de concessão, permissão,
Art. 25. As disposições desta Lei aplicam-se aos autorização ou habilitação de qualquer natureza;
edifícios ou imóveis declarados bens de interesse
cultural ou de valor histórico-artístico, desde que III - a aprovação de financiamento de projetos com
as modificações necessárias observem as normas a utilização de recursos públicos, dentre eles os
específicas reguladoras destes bens. projetos de natureza arquitetônica e urbanística,
os tocantes à comunicação e informação e os
Art. 26. As organizações representativas de referentes ao transporte coletivo, por meio de
pessoas portadoras de deficiência terão qualquer instrumento, tais como convênio, acordo,
legitimidade para acompanhar o cumprimento dos ajuste, contrato ou similar; e
requisitos de acessibilidade estabelecidos nesta
Lei. IV - a concessão de aval da União na obtenção de
empréstimos e financiamentos internacionais por
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua entes públicos ou privados.
publicação.
Art. 3o Serão aplicadas sanções administrativas,
cíveis e penais cabíveis, previstas em lei, quando
não forem observadas as normas deste Decreto.

Art. 4o O Conselho Nacional dos Direitos da


DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE
2004. Pessoa Portadora de Deficiência, os Conselhos
Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, e as
Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de organizações representativas de pessoas
novembro de 2000, que dá prioridade de portadoras de deficiência terão legitimidade para
atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, acompanhar e sugerir medidas para o
de 19 de dezembro de 2000, que estabelece cumprimento dos requisitos estabelecidos neste
normas gerais e critérios básicos para a promoção Decreto.
da acessibilidade das pessoas portadoras de Anotações:
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto nas Leis

40 Técnico Bancário
antes dos dezoito anos e limitações
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO associadas a duas ou mais áreas de
habilidades adaptativas, tais como:
1. comunicação;
Art. 5o Os órgãos da administração 2. cuidado pessoal;
pública direta, indireta e 3. habilidades sociais;
fundacional, as empresas prestadoras 4. utilização dos recursos da
de serviços públicos e as comunidade;
instituições financeiras deverão 5. saúde e segurança;
dispensar atendimento prioritário às 6. habilidades acadêmicas;
pessoas portadoras de deficiência ou 7. lazer; e
com mobilidade reduzida. 8. trabalho;
e) deficiência múltipla - associação
§ 1o Considera-se, para os efeitos de duas ou mais deficiências; e
deste Decreto:
II -pessoa com mobilidade reduzida,
I - pessoa portadora de deficiência, aquela que, não se enquadrando no
além daquelas previstas na Lei no conceito de pessoa portadora de
10.690, de 16 de junho de 2003, a que deficiência, tenha, por qualquer
possui limitação ou incapacidade para motivo, dificuldade de movimentar-se,
o desempenho de atividade e se permanente ou temporariamente,
enquadra nas seguintes categorias: gerando redução efetiva da
mobilidade, flexibilidade,
a) deficiência física: alteração coordenação motora e percepção.
completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, § 2o O disposto no caput aplica-se,
acarretando o comprometimento da ainda, às pessoas com idade igual ou
função física, apresentando-se sob a superior a sessenta anos, gestantes,
forma de paraplegia, paraparesia, lactantes e pessoas com criança de
monoplegia, monoparesia, tetraplegia, colo.
tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, § 3o O acesso prioritário às
amputação ou ausência de membro, edificações e serviços das
paralisia cerebral, nanismo, membros instituições financeiras deve seguir
com deformidade congênita ou os preceitos estabelecidos neste
adquirida, exceto as deformidades Decreto e nas normas técnicas de
estéticas e as que não produzam acessibilidade da Associação
dificuldades para o desempenho de Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,
funções; no que não conflitarem com a Lei no
b) deficiência auditiva: perda 7.102, de 20 de junho de 1983,
bilateral, parcial ou total, de observando, ainda, a Resolução do
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, Conselho Monetário Nacional no 2.878,
aferida por audiograma nas de 26 de julho de 2001.
freqüências de 500Hz, 1.000Hz,
2.000Hz e 3.000Hz; Art. 6o O atendimento prioritário
c) deficiência visual: cegueira, na compreende tratamento diferenciado e
qual a acuidade visual é igual ou atendimento imediato às pessoas de
menor que 0,05 no melhor olho, com a que trata o art. 5o.
melhor correção óptica; a baixa
visão, que significa acuidade visual § 1o O tratamento diferenciado inclui,
entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com dentre outros:
a melhor correção óptica; os casos
nos quais a somatória da medida do I - assentos de uso preferencial
campo visual em ambos os olhos for sinalizados, espaços e instalações
igual ou menor que 60o; ou a acessíveis;
ocorrência simultânea de quaisquer
das condições anteriores;
d) deficiência mental: funcionamento
intelectual significativamente
inferior à média, com manifestação
Técnico Bancário 41
II -mobiliário de recepção e 10.741, de 1o de outubro de 2003
atendimento obrigatoriamente adaptado (Estatuto do Idoso).
à altura e à condição física de § 3o Nos serviços de emergência dos
pessoas em cadeira de rodas, conforme estabelecimentos públicos e privados
estabelecido nas normas técnicas de de atendimento à saúde, a prioridade
acessibilidade da ABNT; conferida por este Decreto fica
condicionada à avaliação médica em
III - serviços de atendimento para face da gravidade dos casos a
pessoas com deficiência auditiva, atender.
prestado por intérpretes ou pessoas
capacitadas em Língua Brasileira de § 4o Os órgãos, empresas e
Sinais - LIBRAS e no trato com instituições referidos no caput do
aquelas que não se comuniquem em art. 5o devem possuir, pelo menos, um
LIBRAS, e para pessoas surdocegas, telefone de atendimento adaptado para
prestado por guias-intérpretes ou comunicação com e por pessoas
pessoas capacitadas neste tipo de portadoras de deficiência auditiva.
atendimento;
Art. 7o O atendimento prioritário no âmbito da
IV -pessoal capacitado para prestar administração pública federal direta e indireta,
atendimento às pessoas com bem como das empresas prestadoras de serviços
deficiência visual, mental e públicos, obedecerá às disposições deste Decreto,
múltipla, bem como às pessoas idosas; além do que estabelece o Decreto no 3.507, de 13
de junho de 2000.
V - disponibilidade de área especial
para embarque e desembarque de pessoa Parágrafo único. Cabe aos Estados, Municípios
portadora de deficiência ou com e ao Distrito Federal, no âmbito de suas
mobilidade reduzida; competências, criar instrumentos para a efetiva
implantação e o controle do atendimento prioritário
VI -sinalização ambiental para referido neste Decreto.
orientação das pessoas referidas no
art. 5o;

VII - divulgação, em lugar visível, do DAS CONDIÇÕES GERAIS DA


direito de atendimento prioritário ACESSIBILIDADE
das pessoas portadoras de deficiência
ou com mobilidade reduzida;
Art. 8o Para os fins de
VIII- admissão de entrada e acessibilidade, considera-se:
permanência de cão-guia ou cão-guia
de acompanhamento junto de pessoa I - acessibilidade: condição para
portadora de deficiência ou de utilização, com segurança e
treinador nos locais dispostos no autonomia, total ou assistida, dos
caput do art. 5o, bem como nas demais espaços, mobiliários e equipamentos
edificações de uso público e naquelas urbanos, das edificações, dos
de uso coletivo, mediante serviços de transporte e dos
apresentação da carteira de vacina dispositivos, sistemas e meios de
atualizada do animal; e comunicação e informação, por pessoa
portadora de deficiência ou com
IX -a existência de local de mobilidade reduzida;
atendimento específico para as
pessoas referidas no art. 5o. II -barreiras: qualquer entrave ou
obstáculo que limite ou impeça o
§ 2o Entende-se por imediato o acesso, a liberdade de movimento, a
atendimento prestado às pessoas circulação com segurança e a
referidas no art. 5o, antes de possibilidade de as pessoas se
qualquer outra, depois de concluído o comunicarem ou terem acesso à
atendimento que estiver em andamento, informação, classificadas em:
observado o disposto no inciso I do a) barreiras urbanísticas: as
parágrafo único do art. 3o da Lei no existentes nas vias públicas e nos
espaços de uso público;
42 Técnico Bancário
b) barreiras nas edificações: as VII - edificações de uso coletivo:
existentes no entorno e interior das aquelas destinadas às atividades de
edificações de uso público e coletivo natureza comercial, hoteleira,
e no entorno e nas áreas internas de cultural, esportiva, financeira,
uso comum nas edificações de uso turística, recreativa, social,
privado multifamiliar; religiosa, educacional, industrial e
c) barreiras nos transportes: as de saúde, inclusive as edificações de
existentes nos serviços de prestação de serviços de atividades
transportes; e da mesma natureza;
d) barreiras nas comunicações e
informações: qualquer entrave ou VIII - edificações de uso privado:
obstáculo que dificulte ou aquelas destinadas à habitação, que
impossibilite a expressão ou o podem ser classificadas como
recebimento de mensagens por unifamiliar ou multifamiliar; e
intermédio dos dispositivos, meios ou
sistemas de comunicação, sejam ou não IX -desenho universal: concepção de
de massa, bem como aqueles que espaços, artefatos e produtos que
dificultem ou impossibilitem o acesso visam atender simultaneamente todas
à informação; as pessoas, com diferentes
características antropométricas e
III - elemento da urbanização: sensoriais, de forma autônoma, segura
qualquer componente das obras de e confortável, constituindo-se nos
urbanização, tais como os referentes elementos ou soluções que compõem a
à pavimentação, saneamento, acessibilidade.
distribuição de energia elétrica,
iluminação pública, abastecimento e Art. 9o A formulação, implementação e
distribuição de água, paisagismo e os manutenção das ações de acessibilidade
que materializam as indicações do atenderão às seguintes premissas básicas:
planejamento urbanístico;
I- a priorização das necessidades, a
IV -mobiliário urbano: o conjunto de programação em cronograma e a reserva de
objetos existentes nas vias e espaços recursos para a implantação das ações; e
públicos, superpostos ou adicionados
aos elementos da urbanização ou da II - o planejamento, de forma continuada e
edificação, de forma que sua articulada, entre os setores envolvidos.
modificação ou traslado não provoque
alterações substanciais nestes
elementos, tais como semáforos,
postes de sinalização e similares, DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE
telefones e cabines telefônicas, ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA
fontes públicas, lixeiras, toldos,
marquises, quiosques e quaisquer
outros de natureza análoga;
Das Condições Gerais
V - ajuda técnica: os produtos,
instrumentos, equipamentos ou
tecnologia adaptados ou especialmente Art. 10. A concepção e a implantação dos
projetados para melhorar a projetos arquitetônicos e urbanísticos devem
funcionalidade da pessoa portadora de atender aos princípios do desenho universal,
deficiência ou com mobilidade tendo como referências básicas as normas
reduzida, favorecendo a autonomia técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislação
pessoal, total ou assistida; específica e as regras contidas neste Decreto.

VI -edificações de uso público: § 1o Caberá ao Poder Público promover a


aquelas administradas por entidades inclusão de conteúdos temáticos referentes ao
da administração pública, direta e desenho universal nas diretrizes curriculares da
indireta, ou por empresas prestadoras educação profissional e tecnológica e do ensino
de serviços públicos e destinadas ao superior dos cursos de Engenharia, Arquitetura e
público em geral; correlatos.

Técnico Bancário 43
§ 2o Os programas e as linhas de pesquisa a
serem desenvolvidos com o apoio de organismos II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de de Uso e Ocupação do Solo e a Lei do Sistema
fomento deverão incluir temas voltados para o Viário;
desenho universal.
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
Art. 11. A construção, reforma ou ampliação de IV - as atividades de fiscalização e a imposição de
edificações de uso público ou coletivo, ou a sanções, incluindo a vigilância sanitária e
mudança de destinação para estes tipos de ambiental; e
edificação, deverão ser executadas de modo que
sejam ou se tornem acessíveis à pessoa V - a previsão orçamentária e os mecanismos
portadora de deficiência ou com mobilidade tributários e financeiros utilizados em caráter
reduzida. compensatório ou de incentivo.

§ 1o As entidades de fiscalização profissional das § 1o Para concessão de alvará de funcionamento


atividades de Engenharia, Arquitetura e correlatas, ou sua renovação para qualquer atividade, devem
ao anotarem a responsabilidade técnica dos ser observadas e certificadas as regras de
projetos, exigirão a responsabilidade profissional acessibilidade previstas neste Decreto e nas
declarada do atendimento às regras de normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
acessibilidade previstas nas normas técnicas de
acessibilidade da ABNT, na legislação específica § 2o Para emissão de carta de "habite-se" ou
e neste Decreto. habilitação equivalente e para sua renovação,
quando esta tiver sido emitida anteriormente às
§ 2o Para a aprovação ou licenciamento ou exigências de acessibilidade contidas na
emissão de certificado de conclusão de projeto legislação específica, devem ser observadas e
arquitetônico ou urbanístico deverá ser atestado o certificadas as regras de acessibilidade previstas
atendimento às regras de acessibilidade previstas neste Decreto e nas normas técnicas de
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, acessibilidade da ABNT.
na legislação específica e neste Decreto.

§ 3o O Poder Público, após certificar a


acessibilidade de edificação ou serviço, Das Condições Específicas
determinará a colocação, em espaços ou locais de
ampla visibilidade, do "Símbolo Internacional de
Acesso", na forma prevista nas normas técnicas Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão
de acessibilidade da ABNT e na Lei no 7.405, de observadas as regras gerais previstas neste
12 de novembro de 1985. Decreto, complementadas pelas normas técnicas
de acessibilidade da ABNT e pelas disposições
Art. 12. Em qualquer intervenção nas vias e contidas na legislação dos Estados, Municípios e
logradouros públicos, o Poder Público e as do Distrito Federal.
empresas concessionárias responsáveis pela
execução das obras e dos serviços garantirão o Art. 15. No planejamento e na urbanização das
livre trânsito e a circulação de forma segura das vias, praças, dos logradouros, parques e demais
pessoas em geral, especialmente das pessoas espaços de uso público, deverão ser cumpridas as
portadoras de deficiência ou com mobilidade exigências dispostas nas normas técnicas de
reduzida, durante e após a sua execução, de acessibilidade da ABNT.
acordo com o previsto em normas técnicas de
acessibilidade da ABNT, na legislação específica § 1o Incluem-se na condição estabelecida no
e neste Decreto. caput:

Art. 13. Orientam-se, no que couber, pelas regras I - a construção de calçadas para circulação de
previstas nas normas técnicas brasileiras de pedestres ou a adaptação de situações
acessibilidade, na legislação específica, consolidadas;
observado o disposto na Lei no 10.257, de 10 de
julho de 2001, e neste Decreto: II - o rebaixamento de calçadas com rampa
acessível ou elevação da via para travessia de
I - os Planos Diretores Municipais e Planos pedestre em nível; e
Diretores de Transporte e Trânsito elaborados ou
atualizados a partir da publicação deste Decreto; III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta.
44 Técnico Bancário
§ 2o Nos casos de adaptação de bens culturais § 3o As botoeiras e demais sistemas de
imóveis e de intervenção para regularização acionamento dos terminais de auto-atendimento
urbanística em áreas de assentamentos de produtos e serviços e outros equipamentos em
subnormais, será admitida, em caráter que haja interação com o público devem estar
excepcional, faixa de largura menor que o localizados em altura que possibilite o manuseio
estabelecido nas normas técnicas citadas no por pessoas em cadeira de rodas e possuir
caput, desde que haja justificativa baseada em mecanismos para utilização autônoma por
estudo técnico e que o acesso seja viabilizado de pessoas portadoras de deficiência visual e
outra forma, garantida a melhor técnica possível. auditiva, conforme padrões estabelecidos nas
normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
Art. 16. As características do desenho e a
instalação do mobiliário urbano devem garantir a Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados
aproximação segura e o uso por pessoa portadora nas vias públicas deverão estar equipados com
de deficiência visual, mental ou auditiva, a mecanismo que sirva de guia ou orientação para a
aproximação e o alcance visual e manual para as travessia de pessoa portadora de deficiência
pessoas portadoras de deficiência física, em visual ou com mobilidade reduzida em todos os
especial aquelas em cadeira de rodas, e a locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de
circulação livre de barreiras, atendendo às pessoas ou a periculosidade na via assim
condições estabelecidas nas normas técnicas de determinarem, bem como mediante solicitação
acessibilidade da ABNT. dos interessados.

§ 1o Incluem-se nas condições estabelecida no Art. 18. A construção de edificações de uso


caput: privado multifamiliar e a construção, ampliação ou
reforma de edificações de uso coletivo devem
I - as marquises, os toldos, elementos de atender aos preceitos da acessibilidade na
sinalização, luminosos e outros elementos que interligação de todas as partes de uso comum ou
tenham sua projeção sobre a faixa de circulação abertas ao público, conforme os padrões das
de pedestres; normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

II - as cabines telefônicas e os terminais de auto- Parágrafo único. Também estão sujeitos ao


atendimento de produtos e serviços; disposto no caput os acessos, piscinas, andares
de recreação, salão de festas e reuniões, saunas
III - os telefones públicos sem cabine; e banheiros, quadras esportivas, portarias,
estacionamentos e garagens, entre outras partes
IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos das áreas internas ou externas de uso comum das
comandos e outros sistemas de acionamento do edificações de uso privado multifamiliar e das de
mobiliário urbano; uso coletivo.

V -os demais elementos do mobiliário urbano; Art. 19. A construção, ampliação ou


reforma de edificações de uso público
VI -o uso do solo urbano para posteamento; e deve garantir, pelo menos, um dos
acessos ao seu interior, com
VII -as espécies vegetais que tenham sua comunicação com todas as suas
projeção sobre a faixa de circulação de pedestres. dependências e serviços, livre de
barreiras e de obstáculos que impeçam
§ 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo ou dificultem a sua acessibilidade.
Comutado - STFC, na modalidade Local, deverá
assegurar que, no mínimo, dois por cento do total § 1o No caso das edificações de uso
de Telefones de Uso Público - TUPs, sem cabine, público já existentes, terão elas
com capacidade para originar e receber chamadas prazo de trinta meses a contar da
locais e de longa distância nacional, bem como, data de publicação deste Decreto para
pelo menos, dois por cento do total de TUPs, com garantir acessibilidade às pessoas
capacidade para originar e receber chamadas de portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida.
longa distância, nacional e internacional, estejam
adaptados para o uso de pessoas portadoras de
deficiência auditiva e para usuários de cadeiras de
rodas, ou conforme estabelecer os Planos Gerais
de Metas de Universalização.

Técnico Bancário 45
§ 2o Sempre que houver viabilidade § 3o Nas edificações de uso coletivo a serem
arquitetônica, o Poder Público construídas, ampliadas ou reformadas, onde
buscará garantir dotação orçamentária devem existir banheiros de uso público, os
para ampliar o número de acessos nas sanitários destinados ao uso por pessoa portadora
edificações de uso público a serem de deficiência deverão ter entrada independente
construídas, ampliadas ou reformadas. dos demais e obedecer às normas técnicas de
acessibilidade da ABNT.
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações
de uso púbico ou de uso coletivo, os desníveis das § 4o Nas edificações de uso coletivo já existentes,
áreas de circulação internas ou externas serão onde haja banheiros destinados ao uso público, os
transpostos por meio de rampa ou equipamento sanitários preparados para o uso por pessoa
eletromecânico de deslocamento vertical, quando portadora de deficiência ou com mobilidade
não for possível outro acesso mais cômodo para reduzida deverão estar localizados nos
pessoa portadora de deficiência ou com pavimentos acessíveis, ter entrada independente
mobilidade reduzida, conforme estabelecido nas dos demais sanitários, se houver, e obedecer as
normas técnicas de acessibilidade da ABNT. normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

Art. 21. Os balcões de atendimento e as Art. 23. Os teatros, cinemas, auditórios, estádios,
bilheterias em edificação de uso público ou de uso ginásios de esporte, casas de espetáculos, salas
coletivo devem dispor de, pelo menos, uma parte de conferências e similares reservarão, pelo
da superfície acessível para atendimento às menos, dois por cento da lotação do
pessoas portadoras de deficiência ou com estabelecimento para pessoas em cadeira de
mobilidade reduzida, conforme os padrões das rodas, distribuídos pelo recinto em locais diversos,
normas técnicas de acessibilidade da ABNT. de boa visibilidade, próximos aos corredores,
devidamente sinalizados, evitando-se áreas
Parágrafo único. No caso do exercício do direito segregadas de público e a obstrução das saídas,
de voto, as urnas das seções eleitorais devem ser em conformidade com as normas técnicas de
adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas acessibilidade da ABNT.
portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida e estarem instaladas em local de votação § 1o Nas edificações previstas no caput, é
plenamente acessível e com estacionamento obrigatória, ainda, a destinação de dois por cento
próximo. dos assentos para acomodação de pessoas
portadoras de deficiência visual e de pessoas com
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de mobilidade reduzida, incluindo obesos, em locais
edificações de uso público ou de uso coletivo de boa recepção de mensagens sonoras, devendo
devem dispor de sanitários acessíveis destinados todos ser devidamente sinalizados e estar de
ao uso por pessoa portadora de deficiência ou acordo com os padrões das normas técnicas de
com mobilidade reduzida. acessibilidade da ABNT.

§ 1o Nas edificações de uso público a serem § 2o No caso de não haver comprovada procura
construídas, os sanitários destinados ao uso por pelos assentos reservados, estes poderão
pessoa portadora de deficiência ou com excepcionalmente ser ocupados por pessoas que
mobilidade reduzida serão distribuídos na razão não sejam portadoras de deficiência ou que não
de, no mínimo, uma cabine para cada sexo em tenham mobilidade reduzida.
cada pavimento da edificação, com entrada
independente dos sanitários coletivos, § 3o Os espaços e assentos a que se refere este
obedecendo às normas técnicas de acessibilidade artigo deverão situar-se em locais que garantam a
da ABNT. acomodação de, no mínimo, um acompanhante da
pessoa portadora de deficiência ou com
§ 2o Nas edificações de uso público já existentes, mobilidade reduzida.
terão elas prazo de trinta meses a contar da data
de publicação deste Decreto para garantir pelo § 4o Nos locais referidos no caput, haverá,
menos um banheiro acessível por pavimento, com obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de
entrada independente, distribuindo-se seus emergência acessíveis, conforme padrões das
equipamentos e acessórios de modo que possam normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a fim
ser utilizados por pessoa portadora de deficiência de permitir a saída segura de pessoas portadoras
ou com mobilidade reduzida. de deficiência ou com mobilidade reduzida, em
caso de emergência.

46 Técnico Bancário
§ 5o As áreas de acesso aos artistas, tais como professores, alunos, servidores e empregados
coxias e camarins, também devem ser acessíveis portadores de deficiência, com o objetivo de coibir
a pessoas portadoras de deficiência ou com e reprimir qualquer tipo de discriminação, bem
mobilidade reduzida. como as respectivas sanções pelo
descumprimento dessas normas.
§ 6o Para obtenção do financiamento de que trata
o inciso III do art. 2o, as salas de espetáculo § 2o As edificações de uso público e de uso
deverão dispor de sistema de sonorização coletivo referidas no caput, já existentes, têm,
assistida para pessoas portadoras de deficiência respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito
auditiva, de meios eletrônicos que permitam o meses, a contar da data de publicação deste
acompanhamento por meio de legendas em Decreto, para garantir a acessibilidade de que
tempo real ou de disposições especiais para a trata este artigo.
presença física de intérprete de LIBRAS e de
guias-intérpretes, com a projeção em tela da Art. 25. Nos estacionamentos externos ou
imagem do intérprete de LIBRAS sempre que a internos das edificações de uso público ou de uso
distância não permitir sua visualização direta. coletivo, ou naqueles localizados nas vias
públicas, serão reservados, pelo menos, dois por
§ 7o O sistema de sonorização assistida a que se cento do total de vagas para veículos que
refere o § 6o será sinalizado por meio do transportem pessoa portadora de deficiência física
pictograma aprovado pela Lei no 8.160, de 8 de ou visual definidas neste Decreto, sendo
janeiro de 1991. assegurada, no mínimo, uma vaga, em locais
próximos à entrada principal ou ao elevador, de
§ 8o As edificações de uso público e de uso fácil acesso à circulação de pedestres, com
coletivo referidas no caput, já existentes, têm, especificações técnicas de desenho e traçado
respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito conforme o estabelecido nas normas técnicas de
meses, a contar da data de publicação deste acessibilidade da ABNT.
Decreto, para garantir a acessibilidade de que
trata o caput e os §§ 1o a 5o. § 1o Os veículos estacionados nas vagas
reservadas deverão portar identificação a ser
Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de colocada em local de ampla visibilidade,
qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou confeccionado e fornecido pelos órgãos de
privados, proporcionarão condições de acesso e trânsito, que disciplinarão sobre suas
utilização de todos os seus ambientes ou características e condições de uso, observando o
compartimentos para pessoas portadoras de disposto na Lei no 7.405, de 1985.
deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive
salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e § 2o Os casos de inobservância do disposto no §
instalações desportivas, laboratórios, áreas de 1o estarão sujeitos às sanções estabelecidas
lazer e sanitários. pelos órgãos competentes.

§ 1o Para a concessão de autorização de § 3o Aplica-se o disposto no caput aos


funcionamento, de abertura ou renovação de estacionamentos localizados em áreas públicas e
curso pelo Poder Público, o estabelecimento de de uso coletivo.
ensino deverá comprovar que:
§ 4o A utilização das vagas reservadas por
I - está cumprindo as regras de acessibilidade veículos que não estejam transportando as
arquitetônica, urbanística e na comunicação e pessoas citadas no caput constitui infração ao art.
informação previstas nas normas técnicas de 181, inciso XVII, da Lei no 9.503, de 23 de
acessibilidade da ABNT, na legislação específica setembro de 1997.
ou neste Decreto;
Art. 26. Nas edificações de uso
II - coloca à disposição de professores, alunos, público ou de uso coletivo, é
servidores e empregados portadores de obrigatória a existência de
deficiência ou com mobilidade reduzida ajudas sinalização visual e tátil para
técnicas que permitam o acesso às atividades orientação de pessoas portadoras de
escolares e administrativas em igualdade de deficiência auditiva e visual, em
condições com as demais pessoas; e conformidade com as normas técnicas
de acessibilidade da ABNT.
III - seu ordenamento interno contém normas
sobre o tratamento a ser dispensado a
Técnico Bancário 47
Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua
adaptação em edificações de uso público ou de Da Acessibilidade na Habitação de Interesse
uso coletivo, bem assim a instalação em Social
edificação de uso privado multifamiliar a ser
construída, na qual haja obrigatoriedade da
presença de elevadores, deve atender aos Art. 28. Na habitação de interesse social, deverão
padrões das normas técnicas de acessibilidade da ser promovidas as seguintes ações para
ABNT. assegurar as condições de acessibilidade dos
empreendimentos:
§ 1o No caso da instalação de elevadores novos
ou da troca dos já existentes, qualquer que seja o I - definição de projetos e adoção de tipologias
número de elevadores da edificação de uso construtivas livres de barreiras arquitetônicas e
público ou de uso coletivo, pelo menos um deles urbanísticas;
terá cabine que permita acesso e movimentação
cômoda de pessoa portadora de deficiência ou II - no caso de edificação multifamiliar, execução
com mobilidade reduzida, de acordo com o que das unidades habitacionais acessíveis no piso
especifica as normas técnicas de acessibilidade térreo e acessíveis ou adaptáveis quando nos
da ABNT. demais pisos;
§ 2o Junto às botoeiras externas do elevador,
deverá estar sinalizado em braile em qual andar III - execução das partes de uso comum, quando
da edificação a pessoa se encontra. se tratar de edificação multifamiliar, conforme as
normas técnicas de acessibilidade da ABNT; e
§ 3o Os edifícios a serem construídos com mais
de um pavimento além do pavimento de acesso, à IV - elaboração de especificações técnicas de
exceção das habitações unifamiliares e daquelas projeto que facilite a instalação de elevador
que estejam obrigadas à instalação de elevadores adaptado para uso das pessoas portadoras de
por legislação municipal, deverão dispor de deficiência ou com mobilidade reduzida.
especificações técnicas e de projeto que facilitem
a instalação de equipamento eletromecânico de Parágrafo único. Os agentes executores dos
deslocamento vertical para uso das pessoas programas e projetos destinados à habitação de
portadoras de deficiência ou com mobilidade interesse social, financiados com recursos
reduzida. próprios da União ou por ela geridos, devem
observar os requisitos estabelecidos neste artigo.
§ 4o As especificações técnicas a que se refere o
§ 3o devem atender: Art. 29. Ao Ministério das Cidades, no âmbito da
coordenação da política habitacional, compete:
I - a indicação em planta aprovada pelo poder
municipal do local reservado para a instalação do I - adotar as providências necessárias para o
equipamento eletromecânico, devidamente cumprimento do disposto no art. 28; e
assinada pelo autor do projeto;
II - divulgar junto aos agentes interessados e
II - a indicação da opção pelo tipo de equipamento orientar a clientela alvo da política habitacional
(elevador, esteira, plataforma ou similar); sobre as iniciativas que promover em razão das
legislações federal, estaduais, distrital e
III - a indicação das dimensões internas e demais municipais relativas à acessibilidade.
aspectos da cabine do equipamento a ser
instalado; e

IV - demais especificações em nota na própria Da Acessibilidade aos Bens Culturais Imóveis


planta, tais como a existência e as medidas de
botoeira, espelho, informação de voz, bem como a
garantia de responsabilidade técnica de que a Art. 30. As soluções destinadas à eliminação,
estrutura da edificação suporta a implantação do redução ou superação de barreiras na promoção
equipamento escolhido. da acessibilidade a todos os bens culturais
imóveis devem estar de acordo com o que
estabelece a Instrução Normativa no 1 do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -
IPHAN, de 25 de novembro de 2003.

48 Técnico Bancário
âmbito de suas competências, assegurarão
DA ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE espaços para atendimento, assentos preferenciais
TRANSPORTES COLETIVOS e meios de acesso devidamente sinalizados para
o uso das pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida.

Das Condições Gerais Art. 36. As empresas concessionárias e


permissionárias e as instâncias públicas
responsáveis pela gestão dos serviços de
Art. 31. Para os fins de acessibilidade aos transportes coletivos, no âmbito de suas
serviços de transporte coletivo terrestre, competências, deverão garantir a implantação das
aquaviário e aéreo, considera-se como integrantes providências necessárias na operação, nos
desses serviços os veículos, terminais, estações, terminais, nas estações, nos pontos de parada e
pontos de parada, vias principais, acessos e nas vias de acesso, de forma a assegurar as
operação. condições previstas no art. 34 deste Decreto.

Art. 32. Os serviços de transporte coletivo Parágrafo único. As empresas concessionárias e


terrestre são: permissionárias e as instâncias públicas
responsáveis pela gestão dos serviços de
I - transporte rodoviário, classificado em urbano, transportes coletivos, no âmbito de suas
metropolitano, intermunicipal e interestadual; competências, deverão autorizar a colocação do
II - transporte metroferroviário, classificado em "Símbolo Internacional de Acesso" após certificar
urbano e metropolitano; e a acessibilidade do sistema de transporte.

III - transporte ferroviário, classificado em Art. 37. Cabe às empresas concessionárias e


intermunicipal e interestadual. permissionárias e as instâncias públicas
responsáveis pela gestão dos serviços de
Art. 33. As instâncias públicas responsáveis pela transportes coletivos assegurar a qualificação dos
concessão e permissão dos serviços de transporte profissionais que trabalham nesses serviços, para
coletivo são: que prestem atendimento prioritário às pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade
I - governo municipal, responsável pelo transporte reduzida.
coletivo municipal;

II - governo estadual, responsável pelo transporte


coletivo metropolitano e intermunicipal; Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
Rodoviário
III - governo do Distrito Federal, responsável pelo
transporte coletivo do Distrito Federal; e
Art. 38. No prazo de até vinte e quatro meses a
IV - governo federal, responsável pelo transporte contar da data de edição das normas técnicas
coletivo interestadual e internacional. referidas no § 1o, todos os modelos e marcas de
veículos de transporte coletivo rodoviário para
Art. 34. Os sistemas de transporte coletivo são utilização no País serão fabricados acessíveis e
considerados acessíveis quando todos os seus estarão disponíveis para integrar a frota operante,
elementos são concebidos, organizados, de forma a garantir o seu uso por pessoas
implantados e adaptados segundo o conceito de portadoras de deficiência ou com mobilidade
desenho universal, garantindo o uso pleno com reduzida.
segurança e autonomia por todas as pessoas.
§ 1o As normas técnicas para fabricação dos
Parágrafo único. A infra-estrutura de transporte veículos e dos equipamentos de transporte
coletivo a ser implantada a partir da publicação coletivo rodoviário, de forma a torná-los
deste Decreto deverá ser acessível e estar acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e
disponível para ser operada de forma a garantir o entidades que compõem o Sistema Nacional de
seu uso por pessoas portadoras de deficiência ou Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, e
com mobilidade reduzida. estarão disponíveis no prazo de até doze meses a
contar da data da publicação deste Decreto.
Art. 35. Os responsáveis pelos terminais,
estações, pontos de parada e os veículos, no
Técnico Bancário 49
§ 2o A substituição da frota operante atual por
veículos acessíveis, a ser feita pelas empresas Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
concessionárias e permissionárias de transporte Aquaviário
coletivo rodoviário, dar-se-á de forma gradativa,
conforme o prazo previsto nos contratos de
concessão e permissão deste serviço. Art. 40. No prazo de até trinta e seis meses a
contar da data de edição das normas técnicas
§ 3o A frota de veículos de transporte coletivo referidas no § 1o, todos os modelos e marcas de
rodoviário e a infra-estrutura dos serviços deste veículos de transporte coletivo aquaviário serão
transporte deverão estar totalmente acessíveis no fabricados acessíveis e estarão disponíveis para
prazo máximo de cento e vinte meses a contar da integrar a frota operante, de forma a garantir o seu
data de publicação deste Decreto. uso por pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida.
§ 4o Os serviços de transporte coletivo rodoviário
urbano devem priorizar o embarque e § 1o As normas técnicas para fabricação dos
desembarque dos usuários em nível em, pelo veículos e dos equipamentos de transporte
menos, um dos acessos do veículo. coletivo aquaviário acessíveis, a serem
elaboradas pelas instituições e entidades que
Art. 39. No prazo de até vinte e quatro meses a compõem o Sistema Nacional de Metrologia,
contar da data de implementação dos programas Normalização e Qualidade Industrial, estarão
de avaliação de conformidade descritos no § 3o, disponíveis no prazo de até vinte e quatro meses
as empresas concessionárias e permissionárias a contar da data da publicação deste Decreto.
dos serviços de transporte coletivo rodoviário
deverão garantir a acessibilidade da frota de § 2o As adequações na infra-estrutura dos
veículos em circulação, inclusive de seus serviços desta modalidade de transporte deverão
equipamentos. atender a critérios necessários para proporcionar
as condições de acessibilidade do sistema de
§ 1o As normas técnicas para adaptação dos transporte aquaviário.
veículos e dos equipamentos de transporte
coletivo rodoviário em circulação, de forma a Art. 41. No prazo de até cinqüenta e quatro
torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas meses a contar da data de implementação dos
instituições e entidades que compõem o Sistema programas de avaliação de conformidade
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade descritos no § 2o, as empresas concessionárias e
Industrial, e estarão disponíveis no prazo de até permissionárias dos serviços de transporte
doze meses a contar da data da publicação deste coletivo aquaviário, deverão garantir a
Decreto. acessibilidade da frota de veículos em circulação,
inclusive de seus equipamentos.
§ 2o Caberá ao Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, § 1o s normas técnicas para adaptação dos
quando da elaboração das normas técnicas para a veículos e dos equipamentos de transporte
adaptação dos veículos, especificar dentre esses coletivo aquaviário em circulação, de forma a
veículos que estão em operação quais serão torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas
adaptados, em função das restrições previstas no instituições e entidades que compõem o Sistema
art. 98 da Lei no 9.503, de 1997. Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial, e estarão disponíveis no prazo de até
§ 3o As adaptações dos veículos em operação trinta e seis meses a contar da data da publicação
nos serviços de transporte coletivo rodoviário, bem deste Decreto.
como os procedimentos e equipamentos a serem
utilizados nestas adaptações, estarão sujeitas a § 2o As adaptações dos veículos em operação
programas de avaliação de conformidade nos serviços de transporte coletivo aquaviário,
desenvolvidos e implementados pelo Instituto bem como os procedimentos e equipamentos a
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade serem utilizados nestas adaptações, estarão
Industrial - INMETRO, a partir de orientações sujeitas a programas de avaliação de
normativas elaboradas no âmbito da ABNT. conformidade desenvolvidos e implementados
pelo INMETRO, a partir de orientações normativas
elaboradas no âmbito da ABNT.

50 Técnico Bancário
na Norma de Serviço da Instrução da Aviação Civil
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo NOSER/IAC - 2508-0796, de 1o de novembro de
Metroferroviário e Ferroviário 1995, expedida pelo Departamento de Aviação
Civil do Comando da Aeronáutica, e nas normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.
Art. 42. A frota de veículos de transporte coletivo
metroferroviário e ferroviário, assim como a infra-
estrutura dos serviços deste transporte deverão
estar totalmente acessíveis no prazo máximo de Das Disposições Finais
cento e vinte meses a contar da data de
publicação deste Decreto.
Art. 45. Caberá ao Poder Executivo, com base
o em estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de
§ 1 A acessibilidade nos serviços de transporte
coletivo metroferroviário e ferroviário obedecerá redução ou isenção de tributo:
ao disposto nas normas técnicas de acessibilidade
da ABNT. I - para importação de equipamentos que não
sejam produzidos no País, necessários no
§ 2o No prazo de até trinta e seis meses a contar processo de adequação do sistema de transporte
da data da publicação deste Decreto, todos os coletivo, desde que não existam similares
modelos e marcas de veículos de transporte nacionais; e
coletivo metroferroviário e ferroviário serão
fabricados acessíveis e estarão disponíveis para II - para fabricação ou aquisição de veículos ou
integrar a frota operante, de forma a garantir o seu equipamentos destinados aos sistemas de
uso por pessoas portadoras de deficiência ou com transporte coletivo.
mobilidade reduzida.
Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e
Art. 43. Os serviços de transporte coletivo pesquisas a que se referem o caput, deve-se
metroferroviário e ferroviário existentes deverão observar o disposto no art. 14 da Lei
estar totalmente acessíveis no prazo máximo de Complementar no 101, de 4 de maio de 2000,
cento e vinte meses a contar da data de sinalizando impacto orçamentário e financeiro da
publicação deste Decreto. medida estudada.

§ 1o As empresas concessionárias e Art. 46. A fiscalização e a aplicação de multas


permissionárias dos serviços de transporte aos sistemas de transportes coletivos, segundo
coletivo metroferroviário e ferroviário deverão disposto no art. 6o, inciso II, da Lei no 10.048, de
apresentar plano de adaptação dos sistemas 2000, cabe à União, aos Estados, Municípios e ao
existentes, prevendo ações saneadoras de, no Distrito Federal, de acordo com suas
mínimo, oito por cento ao ano, sobre os elementos competências.
não acessíveis que compõem o sistema.

§ 2o O plano de que trata o § 1o deve ser


apresentado em até seis meses a contar da data DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À
de publicação deste Decreto. COMUNICAÇÃO

Art. 47. No prazo de até doze meses a contar da


data de publicação deste Decreto, será obrigatória
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da
Aéreo administração pública na rede mundial de
computadores (internet), para o uso das pessoas
portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes o
Art. 44. No prazo de até trinta e seis meses, a pleno acesso às informações disponíveis.
contar da data da publicação deste Decreto, os
serviços de transporte coletivo aéreo e os § 1o Nos portais e sítios de grande porte, desde
equipamentos de acesso às aeronaves estarão que seja demonstrada a inviabilidade técnica de
acessíveis e disponíveis para serem operados de se concluir os procedimentos para alcançar
forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras integralmente a acessibilidade, o prazo definido no
de deficiência ou com mobilidade reduzida. caput será estendido por igual período.
Parágrafo único. A acessibilidade nos serviços de
transporte coletivo aéreo obedecerá ao disposto
Técnico Bancário 51
§ 2o Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas atendam a todo o território nacional, inclusive com
portadoras de deficiência conterão símbolo que integração com o mesmo serviço oferecido pelas
represente a acessibilidade na rede mundial de prestadoras de Serviço Telefônico Fixo Comutado.
computadores (internet), a ser adotado nas
respectivas páginas de entrada. § 1o Além das ações citadas no caput, deve-se
considerar o estabelecido nos Planos Gerais de
§ 3o Os telecentros comunitários instalados ou Metas de Universalização aprovados pelos
custeados pelos Governos Federal, Estadual, Decretos nos 2.592, de 15 de maio de 1998, e
Municipal ou do Distrito Federal devem possuir 4.769, de 27 de junho de 2003, bem como o
instalações plenamente acessíveis e, pelo menos, estabelecido pela Lei no 9.472, de 16 de julho de
um computador com sistema de som instalado, 1997.
para uso preferencial por pessoas portadoras de
deficiência visual. § 2o O termo pessoa portadora de deficiência
auditiva e da fala utilizado nos Planos Gerais de
Art. 48. Após doze meses da edição deste Metas de Universalização é entendido neste
Decreto, a acessibilidade nos portais e sítios Decreto como pessoa portadora de deficiência
eletrônicos de interesse público na rede mundial auditiva, no que se refere aos recursos
de computadores (internet), deverá ser observada tecnológicos de telefonia.
para obtenção do financiamento de que trata o
inciso III do art. 2o. Art. 50. A Agência Nacional de
Telecomunicações - ANATEL regulamentará, no
Art. 49. As empresas prestadoras de serviços de prazo de seis meses a contar da data de
telecomunicações deverão garantir o pleno acesso publicação deste Decreto, os procedimentos a
às pessoas portadoras de deficiência auditiva, por serem observados para implementação do
meio das seguintes ações: disposto no art. 49.

I - no Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC, Art. 51. Caberá ao Poder Público incentivar a
disponível para uso do público em geral: oferta de aparelhos de telefonia celular que
a) instalar, mediante solicitação, em âmbito indiquem, de forma sonora, todas as operações e
nacional e em locais públicos, telefones de uso funções neles disponíveis no visor.
público adaptados para uso por pessoas
portadoras de deficiência; Art. 52. Caberá ao Poder Público incentivar a
b) garantir a disponibilidade de instalação de oferta de aparelhos de televisão equipados com
telefones para uso por pessoas portadoras de recursos tecnológicos que permitam sua utilização
deficiência auditiva para acessos individuais; de modo a garantir o direito de acesso à
c) garantir a existência de centrais de informação às pessoas portadoras de deficiência
intermediação de comunicação telefônica a serem auditiva ou visual.
utilizadas por pessoas portadoras de deficiência
auditiva, que funcionem em tempo integral e Parágrafo único. Incluem-se entre os recursos
atendam a todo o território nacional, inclusive com referidos no caput:
integração com o mesmo serviço oferecido pelas
prestadoras de Serviço Móvel Pessoal; e I - circuito de decodificação de legenda oculta;
d) garantir que os telefones de uso público
contenham dispositivos sonoros para a II - recurso para Programa Secundário de Áudio
identificação das unidades existentes e (SAP); e
consumidas dos cartões telefônicos, bem como
demais informações exibidas no painel destes III - entradas para fones de ouvido com ou sem fio.
equipamentos;
Art. 53. Os procedimentos a serem observados
II - no Serviço Móvel Celular ou Serviço Móvel para implementação do plano de medidas técnicas
Pessoal: previstos no art. 19 da Lei no 10.098, de 2000.,
a) garantir a interoperabilidade nos serviços de serão regulamentados, em norma complementar,
telefonia móvel, para possibilitar o envio de pelo Ministério das Comunicações. (Redação
mensagens de texto entre celulares de diferentes dada pelo Decreto nº 5.645, de 2005)
empresas; e
b) garantir a existência de centrais de § 1o O processo de regulamentação de que trata
intermediação de comunicação telefônica a serem o caput deverá atender ao disposto no art. 31 da
utilizadas por pessoas portadoras de deficiência Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
auditiva, que funcionem em tempo integral e
52 Técnico Bancário
§ 2o A regulamentação de que trata o caput acessibilidade mediante janela com intérprete de
deverá prever a utilização, entre outros, dos LIBRAS.
seguintes sistemas de reprodução das mensagens
veiculadas para as pessoas portadoras de Art. 58. O Poder Público adotará mecanismos de
deficiência auditiva e visual: incentivo para tornar disponíveis em meio
magnético, em formato de texto, as obras
I - a subtitulação por meio de legenda oculta; publicadas no País.

II - a janela com intérprete de LIBRAS; e § 1o A partir de seis meses da edição deste


Decreto, a indústria de medicamentos deve
III - a descrição e narração em voz de cenas e disponibilizar, mediante solicitação, exemplares
imagens. das bulas dos medicamentos em meio magnético,
braile ou em fonte ampliada.
§ 3o A Coordenadoria Nacional para Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE da § 2o A partir de seis meses da edição deste
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Decreto, os fabricantes de equipamentos
Presidência da República assistirá o Ministério das eletroeletrônicos e mecânicos de uso doméstico
Comunicações no procedimento de que trata o § devem disponibilizar, mediante solicitação,
1o. (Redação dada pelo Decreto nº 5.645, de exemplares dos manuais de instrução em meio
2005) magnético, braile ou em fonte ampliada.

Art. 54. Autorizatárias e consignatárias do serviço Art. 59. O Poder Público apoiará
de radiodifusão de sons e imagens operadas pelo preferencialmente os congressos, seminários,
Poder Público poderão adotar plano de medidas oficinas e demais eventos científico-culturais que
técnicas próprio, como metas antecipadas e mais ofereçam, mediante solicitação, apoios humanos
amplas do que aquelas as serem definidas no às pessoas com deficiência auditiva e visual, tais
âmbito do procedimento estabelecido no art. 53. como tradutores e intérpretes de LIBRAS, ledores,
guias-intérpretes, ou tecnologias de informação e
Art. 55. Caberá aos órgãos e entidades da comunicação, tais como a transcrição eletrônica
administração pública, diretamente ou em parceria simultânea.
com organizações sociais civis de interesse
público, sob a orientação do Ministério da Art. 60. Os programas e as linhas de pesquisa a
Educação e da Secretaria Especial dos Direitos serem desenvolvidos com o apoio de organismos
Humanos, por meio da CORDE, promover a públicos de auxílio à pesquisa e de agências de
capacitação de profissionais em LIBRAS. financiamento deverão contemplar temas voltados
para tecnologia da informação acessível para
Art. 56. O projeto de desenvolvimento e pessoas portadoras de deficiência.
implementação da televisão digital no País deverá
contemplar obrigatoriamente os três tipos de Parágrafo único. Será estimulada a criação de
sistema de acesso à informação de que trata o art. linhas de crédito para a indústria que produza
52. componentes e equipamentos relacionados à
tecnologia da informação acessível para pessoas
Art. 57. A Secretaria de Comunicação de portadoras de deficiência.
Governo e Gestão Estratégica da Presidência da
República editará, no prazo de doze meses a
contar da data da publicação deste Decreto, DAS AJUDAS TÉCNICAS
normas complementares disciplinando a utilização
dos sistemas de acesso à informação referidos no
§ 2o do art. 53, na publicidade governamental e Art. 61. Para os fins deste Decreto, consideram-
nos pronunciamentos oficiais transmitidos por se ajudas técnicas os produtos, instrumentos,
meio dos serviços de radiodifusão de sons e equipamentos ou tecnologia adaptados ou
imagens. especialmente projetados para melhorar a
funcionalidade da pessoa portadora de deficiência
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no ou com mobilidade reduzida, favorecendo a
caput e observadas as condições técnicas, os autonomia pessoal, total ou assistida.
pronunciamentos oficiais do Presidente da
República serão acompanhados,
obrigatoriamente, no prazo de seis meses a partir
da publicação deste Decreto, de sistema de
Técnico Bancário 53
§ 1o Os elementos ou equipamentos definidos Art. 65. Caberá ao Poder Público viabilizar as
como ajudas técnicas serão certificados pelos seguintes diretrizes:
órgãos competentes, ouvidas as entidades
representativas das pessoas portadoras de I - reconhecimento da área de ajudas técnicas
deficiência. como área de conhecimento;

§ 2o Para os fins deste Decreto, os cães-guia e II - promoção da inclusão de conteúdos temáticos


os cães-guia de acompanhamento são referentes a ajudas técnicas na educação
considerados ajudas técnicas. profissional, no ensino médio, na graduação e na
pós-graduação;
Art. 62. Os programas e as linhas de pesquisa a
serem desenvolvidos com o apoio de organismos III - apoio e divulgação de trabalhos técnicos e
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de científicos referentes a ajudas técnicas;
financiamento deverão contemplar temas voltados
para ajudas técnicas, cura, tratamento e IV - estabelecimento de parcerias com escolas e
prevenção de deficiências ou que contribuam para centros de educação profissional, centros de
impedir ou minimizar o seu agravamento. ensino universitários e de pesquisa, no sentido de
incrementar a formação de profissionais na área
Parágrafo único. Será estimulada a criação de de ajudas técnicas; e
linhas de crédito para a indústria que produza
componentes e equipamentos de ajudas técnicas. V - incentivo à formação e treinamento de
ortesistas e protesistas.
Art. 63. O desenvolvimento científico e
tecnológico voltado para a produção de ajudas Art. 66. A Secretaria Especial dos Direitos
técnicas dar-se-á a partir da instituição de Humanos instituirá Comitê de Ajudas Técnicas,
parcerias com universidades e centros de constituído por profissionais que atuam nesta
pesquisa para a produção nacional de área, e que será responsável por:
componentes e equipamentos.
I - estruturação das diretrizes da área de
Parágrafo único. Os bancos oficiais, com base conhecimento;
em estudos e pesquisas elaborados pelo Poder
Público, serão estimulados a conceder II - estabelecimento das competências desta área;
financiamento às pessoas portadoras de
deficiência para aquisição de ajudas técnicas. III - realização de estudos no intuito de subsidiar a
elaboração de normas a respeito de ajudas
Art. 64. Caberá ao Poder Executivo, com base técnicas;
em estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de:
IV - levantamento dos recursos humanos que
I - redução ou isenção de tributos para a atualmente trabalham com o tema; e
importação de equipamentos de ajudas técnicas
que não sejam produzidos no País ou que não V - detecção dos centros regionais de referência
possuam similares nacionais; em ajudas técnicas, objetivando a formação de
rede nacional integrada.
II - redução ou isenção do imposto sobre produtos
industrializados incidente sobre as ajudas § 1o O Comitê de Ajudas Técnicas será
técnicas; e supervisionado pela CORDE e participará do
Programa Nacional de Acessibilidade, com vistas
III - inclusão de todos os equipamentos de ajudas a garantir o disposto no art. 62.
técnicas para pessoas portadoras de deficiência
ou com mobilidade reduzida na categoria de § 2o Os serviços a serem prestados pelos
equipamentos sujeitos a dedução de imposto de membros do Comitê de Ajudas Técnicas são
renda. considerados relevantes e não serão
remunerados.
Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e
pesquisas a que se referem o caput, deve-se Anotações:
observar o disposto no art. 14 da Lei
Complementar no 101, de 2000, sinalizando
impacto orçamentário e financeiro da medida
estudada.
54 Técnico Bancário
I - deficiência física - alteração completa ou parcial
DO PROGRAMA NACIONAL DE de um ou mais segmentos do corpo humano,
ACESSIBILIDADE acarretando o comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia,
Art. 67. O Programa Nacional de Acessibilidade, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
sob a coordenação da Secretaria Especial dos hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou
Direitos Humanos, por intermédio da CORDE, ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo,
integrará os planos plurianuais, as diretrizes membros com deformidade congênita ou
orçamentárias e os orçamentos anuais. adquirida, exceto as deformidades estéticas e as
que não produzam dificuldades para o
Art. 68. A Secretaria Especial dos Direitos desempenho de funções;
Humanos, na condição de coordenadora do II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou
Programa Nacional de Acessibilidade, total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais,
desenvolverá, dentre outras, as seguintes ações: aferida por audiograma nas freqüências de
500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;
I - apoio e promoção de capacitação e III - deficiência visual - cegueira, na qual a
especialização de recursos humanos em acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no
acessibilidade e ajudas técnicas; melhor olho, com a melhor correção óptica; a
baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3
II - acompanhamento e aperfeiçoamento da e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
legislação sobre acessibilidade; óptica; os casos nos quais a somatória da medida
do campo visual em ambos os olhos for igual ou
III - edição, publicação e distribuição de títulos menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de
referentes à temática da acessibilidade; quaisquer das condições anteriores;
IV - .......................................................................
IV - cooperação com Estados, Distrito Federal e d) utilização dos recursos da comunidade;
Municípios para a elaboração de estudos e
diagnósticos sobre a situação da acessibilidade ......................................................................."(NR)
arquitetônica, urbanística, de transporte,
comunicação e informação; Art. 71. Ficam revogados os arts. 50 a 54 do
Decreto no 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
V - apoio e realização de campanhas informativas
e educativas sobre acessibilidade; Art. 72. Este Decreto entra em vigor na data da
sua publicação.
VI - promoção de concursos nacionais sobre a
Anotações:
temática da acessibilidade; e
VII - estudos e proposição da criação e
normatização do Selo Nacional de Acessibilidade.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os programas nacionais de


desenvolvimento urbano, os projetos de
revitalização, recuperação ou reabilitação urbana
incluirão ações destinadas à eliminação de
barreiras arquitetônicas e urbanísticas, nos
transportes e na comunicação e informação
devidamente adequadas às exigências deste
Decreto.

Art. 70. O art. 4o do Decreto no 3.298, de 20 de


dezembro de 1999, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
"Art. 4º ..........................................................

Técnico Bancário 55
Orientação para Marketing
Marketing em empresas de serviços Essa orientação sugere que a empresa deve ser
mais efetiva que os concorrentes na identificação
das necessidades e desejos dos clientes atuais e
futuros e servir de base para a criação, entrega e
Conceitos comunicação de valor para o cliente de seus
mercados-alvo selecionados. O marketing está
A American Marketing Association definiu voltado para as necessidades do comprador. O
marketing como “um processo pelo qual se marketing está ligado à idéia de satisfazer as
planeja e efetua a concepção, a fixação de preço, necessidades do cliente.
a promoção e a distribuição de idéias, bens e
serviços que estimulam trocas que satisfazem aos Necessidades, Desejos e Demandas
objetivos individuais e organizacionais”. Necessidades referem-se às exigências
humanas básicas, tais como: ar, água, roupa,
Para Peter Drucker, “sempre haverá alguma abrigo, comida. As necessidades tornam-se
necessidade de vender, mas a meta do Marketing desejos quando são dirigidas a algum objeto
é tornar a venda supérflua, é conhecer e entender específico. Demandas são desejos por produtos
tão bem o consumidor que o produto ou serviço se específicos apoiados por uma possibilidade de
adapte a ele e se venda sozinho.” pagar. Os profissionais de marketing não criam
necessidades, pois estas são inerentes à própria
Marketing, segundo Kotler, é um processo social existência do ser humano. Eles podem é
por meio do qual pessoas e grupos de pessoas influenciar desejos.
obtêm aquilo que necessitam e o que desejam
com a criação, oferta e livre negociação de
produtos e serviços de valor com os outros. Marketing Mix

Também conhecido como Mix de Marketing ou


Marketing como orientador da gestão Composto de Marketing, é conceituado como o
conjunto de ferramentas de marketing que a
empresa utiliza para atingir seus objetivos de
Orientação para a Produção marketing. São os famosos 4 “P’s” de Marketing:
As organizações voltadas para a produção • Produto – é algo que pode ser oferecido a um
desenvolvem produtos em larga escala e preços mercado para satisfazer uma necessidade.
baixos. Seguem a lógica do fabricante e não Inclui os serviços e os bens físicos. Refere-se
levam em conta a qualidade ou a variedade de à marca, embalagem, famílias de produtos,
ofertas. cor, odor, dimensões...
• Preço – refere-se a preço básico, preço por item,
Orientação para o Produto políticas de preço, descontos, promoções,
Melhora a qualidade e o desempenho. A forma de pagamento, variação sazonal...
empresa foca as características do produto, sem • Praça – refere-se às formas de tornar o produto
considerar necessidades e desejos do cliente e acessível nos locais e horários mais
atendê-las com benefícios e vantagens. convenientes para o consumidor, tais como
tipos de lojas, localização e disposição dos
Orientação para Vendas produtos.
A orientação da empresa para vendas parte do • Promoção – refere-se à propaganda, promoção,
princípio de que os consumidores e as empresas, publicidade, relações públicas ou venda
por vontade própria, normalmente não compram pessoal.
os produtos da organização em quantidade
suficiente. A empresa deve esforçar-se para Anotações:
vender. Os consumidores devem ser convencidos
a comprar, mesmo com o sacrifício da fidelização.
O objetivo da empresa com orientação para
vendas é “vender o que fabrica e não fabricar o
que o mercado necessita”. A empresa está voltada
para suas necessidades de vendedor, de obter
dinheiro com o produto da venda.

56 Técnico Bancário
de Pagamento e Recebimento de Tributos são
Marketing de Serviços serviços.

Serviço-essência e serviço-coadjuvante
Produtos X Serviços Serviço-essência já traz sua definição na própria
Não há consenso sobre os conceitos de nomenclatura: refere-se ao próprio serviço
produtos e serviços. Para alguns, tudo é produto, primário. Ex.: a hospedagem em um hotel.
desde que constitua uma resposta para satisfazer O conjunto de serviços agregados
a uma necessidade ou desejo. Para outros, a surpreendentes recebe o nome de serviços
diferença está na tangibilidade do bem. Enquanto coadjuvantes. Podem ser primários ou
ao adquirir um produto o comprador adquire um secundários. No mesmo exemplo, seriam
ativo, ao adquirir um serviço ele incorre numa primários os serviços de lavanderia, telefonia,
despesa que não está associada à transferência frigobar em um hotel. Secundários seriam médico
de propriedade do bem, mas a uma ação ou de plantão, ingresso para shows, serviço de busca
esforço. no aeroporto etc.
Serviço é todo ato ou desempenho,
essencialmente intangível, que uma parte pode Palco e Bastidores
oferecer à outra. Serviço é uma transformação Poderíamos definir como palco o local onde o
realizada sobre uma pessoa, uma posse, uma usuário recebe a prestação do serviço (pessoas e
mente ou uma informação por meio de um instalações visíveis para o cliente). Bastidores
conjunto de atividades para cuja realização é seriam o local da prestação onde o ingresso do
necessária a autorização do usuário. usuário é vedado.
Os bens têm embalagem, os serviços não. Os
bens têm amostras, os serviços não. Os serviços Distinções entre o Marketing de Bens e Marketing
podem ser classificados por tipo de processos: de Serviços
• processar pessoas – empresas aéreas, hotéis, Os “P’s” dos Serviços são diferentes. Além dos 4
restaurantes, cabeleireiros...; “P’s” do Mix de Marketing de produtos, há
• processar posses – transporte de cargas, também:
reparos, limpeza, paisagismo...; • palpabilidades – aspectos tangíveis relacionados
• processar mentes – educação, entretenimento...; ao serviço;
• processar informações – contabilidade, finanças, • participantes – interação usuário e prestador do
seguros, serviços jurídicos... serviço - como os clientes vêem os nossos
funcionários?;
Características dos Serviços: • processos – forma de prestação do serviço;
• Intangibilidade – serviços não podem ser • performance – cumprimos o que prometemos?
apalpados ou cheirados, provados ou O chamado “Encontro de Serviço” também é
testados, experimentados. Não podem ser conhecido como “Hora da Verdade”.
avaliados pelos sentidos. A avaliação dos
serviços é mais subjetiva.
• Inseparabilidade – há a simultaneidade entre Marketing de Relacionamento
prestação e consumo. Há a interação entre
produtor e consumidor. Uma definição freqüente do Marketing de
• Variabilidade (ou heterogeneidade) - por mais Relacionamento é “conhecer melhor seus clientes
que se esforce, um prestador de serviços não (atuais, potenciais etc) de maneira que você possa
pode garantir que diferentes prestações atender melhor a seus desejos e necessidades”. O
apresentem sempre o mesmo resultado. É objetivo é um relacionamento genuíno com o
difícil conseguir a padronização dos cliente e sua satisfação a longo prazo. Isso não se
procedimentos, dos funcionários e dos limita às transações individuais.
usuários. Anotações:
• Perecibilidade (ou inestocabilidade) - um produto
é perecível quando resiste pouco tempo entre
o momento da produção e o seu consumo. E o
serviço? É inestocável. Nada resta da
produção após ser consumido.
No caso da CEF, Caderneta de Poupança,
Cartão de Crédito ou Financiamento Imobiliário
são produtos, enquanto Débito Automático, Ordem

Técnico Bancário 57
Tem como objetivo estabelecer relacionamentos cortesias básicas são indispensáveis no contato
mutuamente satisfatórios de longo prazo com com o cliente, mas, por si só, não significam bom
partes-chave (clientes, fornecedores, atendimento. Além do bom tratamento, que
distribuidores), a fim de ganhar e reter sua significa receber o cliente com cortesia e escutá-lo
preferência e seus negócios no longo prazo. O MR atentamente, temos de atender suas expectativas:
estabelece sólidas ligações econômicas, técnicas levar em conta suas necessidades e oferecer
e sociais entre as partes. Deixa de se concentrar produtos, serviços ou informações que satisfaçam
em transações para se preocupar com a essas necessidades. O espaço da área de
construção de relacionamentos lucrativos de longo atendimento, a temperatura ambiente e o
prazo. O Marketing de Relacionamento tem como funcionamento dos equipamentos contribuem para
ponto de partida todos os possíveis clientes, todos a sensação de bom atendimento por parte do
aqueles que presumivelmente poderão comprar o cliente.
produto da empresa. A partir daí, trata os clientes
potenciais. A empresa espera converter muitos de A satisfação consiste na sensação de prazer ou
seus clientes potenciais em clientes eventuais e, desprazer resultante da comparação do
depois, em clientes regulares. Tanto o cliente desempenho ou resultado de um produto em
eventual quanto o regular podem continuar relação às expectativas do comprador. Clientes
comprando do concorrente. Daí a idéia de simplesmente satisfeitos podem mudar para outro
transformar estes clientes em preferenciais ou fornecedor. Clientes altamente satisfeitos estão
associados, através da oferta de benefícios. menos propensos à mudança. Um alto nível de
Reativa clientes insatisfeitos, recuperando-os. encantamento ou satisfação cria vínculos
emocionais com a marca e não apenas uma
No marketing de relacionamento, além dos P’s, preferência. O bom atendimento sistemático ao
existem 4 R’s que devem ser levados em conta: cliente produz nele o desejo de voltar a buscar a
retenção, relacionamentos, referências e satisfação de suas necessidades e desejos na
recuperação. mesma empresa. A isso chamamos fidelização.
• A retenção de clientes é muito menos Um cliente fiel não é apenas satisfeito; é alguém
dispendiosa que sua aquisição. Deve ser que se identifica com a empresa e seus produtos,
retenção voluntária, ou fidelidade, não um que os divulga sempre que possível e os defende
aprisionamento por falta de alternativas. quando criticados.
• Os relacionamentos, por sua natureza, exigem
confiança, compromisso, comunicação e Os compradores formam suas expectativas com
compreensão base em experiências anteriores, conselhos de
• As referências dizem respeito ao efeito da outras pessoas ou amigos, informações e
propaganda boca a boca. Desde 2003, promessas. Quanto maior o valor entregue ao
conforme a Future Foundation, redes sociais, cliente, maior será a sua satisfação.
telefone, relações familiares e outros vínculos
têm feito mais sucesso que a propaganda Alguns fatores são determinantes da qualidade
institucional em construir ou destruir a imagem do serviço bancário e, portanto, da satisfação do
de uma empresa. cliente:
• A recuperação de um mau desempenho deve • Competência técnica significa possuir
ser importante, porque erros são fatos conhecimentos e habilidades necessários para
naturais. O imprevisível destrói os melhores a prestação de um serviço ou a venda de um
planos, mas podem ser transformados em produto.
oportunidades de impressionar clientes com o • Cortesia ou polidez, aliadas a boa apresentação,
compromisso com o serviço e a satisfação do fazem com que o cliente se sinta relaxado e
cliente. confiante na empresa.
• Confiabilidade envolve consistência do
desempenho, honestidade, confiança e
Satisfação, valor e retenção de clientes segurança de cumprir o prometido.
• Segurança inclui sigilo e segurança física no
ambiente da empresa.
• Comunicação significa manter o cliente
Satisfação informado em linguagem compreensível,
fornecendo-lhe instruções adequadas para o
Quando pessoas falam em bom atendimento, uso dos produtos.
geralmente cometemos o equívoco de pensar num
atendente bem educado, com um sorriso nos
lábios e prestando atendimento cortês. Claro,
58 Técnico Bancário
• Prontidão diz respeito a estar pronto para • Pesquisa de Satisfação dos Clientes –
atender ao cliente com presteza e questionários ou telefonemas. Ao coletar os
desembaraço. dados é necessário medir o índice de intenção
• Compreensão e conhecimento do cliente refere- de recompra e a possibilidade de o cliente
se a entender as necessidades específicas do recomendar a marca;
cliente. • Compras Simuladas – as empresas podem
• Tangibilidade representa as evidências físicas contratar pessoas para se passarem por
ou a aparência do serviço. compradores, a fim de avaliar o nível de
atendimento;
• Análise de clientes perdidos – contatar clientes
Valor que tenham mudado de fornecedor.

A definição de valor refere-se a uma relação que


o comprador faz entre o que ele recebe Retenção de Clientes
(benefícios) pelo produto ou serviço e o que ele dá
(paga). Um cliente fiel se caracteriza, entre coisas, por
repetir suas compras com regularidade,
O valor percebido pelo cliente propagandear produtos ou serviços a outras
Os clientes sempre avaliam qual a oferta pessoas, ser imune à pressão da concorrência e
proporciona o maior valor, a maior relação “custo- tolerar eventuais problemas de atendimento que
benefício”. O valor entregue ao cliente é a recebe sem desertar. Para conseguir tudo isso,
diferença entre o valor total para o cliente e o um plano de fidelização não pode resumir-se a
custo total para o cliente. O valor total para o táticas de retenção, como pensam muitas
cliente é o conjunto de benefícios que este espera empresas.
de um determinado produto ou serviço. O custo
total para o cliente é o conjunto de custos em que Para desenvolver tal programa de fidelização, a
os consumidores esperam incorrer para avaliar, empresa deve adotar procedimentos específicos
obter, utilizar e descartar um produto ou serviço. O em cada uma dessas etapas, levando em conta
vendedor deve avaliar o valor e o custo total para que um bom serviço não é mais suficiente. Cada
o cliente em relação à oferta da concorrência para vez que se comunicar com um cliente, ela deve
saber como sua oferta é vista pelo comprador. lhe oferecer "algo mais".
Algumas empresas se comprometem a fornecer
um produto de necessidade constante Como conseguir a fidelidade do cliente?
regularmente a um preço unitário menor por Constrói-se fidelidade por meio de cada
acreditarem que se beneficiarão dos negócios do experiência que uma pessoa vive em sua
cliente por um período mais longo. O vendedor interação com a empresa. Um bom plano deve:
que estiver em desvantagem em termos de valor • Converter os clientes presumidos em clientes
entregue tem duas alternativas: poderá tentar potenciais qualificados.
aumentar o valor total para o cliente ou reduzir o • Converter os clientes potenciais qualificados em
custo total para ele. A primeira alternativa requer o clientes que efetuam a primeira compra.
fortalecimento ou o aumento dos benefícios • Converter os clientes que efetuam a primeira
relacionados a produto, serviços, pessoal e compra em clientes freqüentes.
imagem da oferta. A segunda requer uma redução • Converter os clientes freqüentes em clientes
de custos para o comprador, reduzindo-se o habituais (ou fiéis).
preço, simplificando-se o processo de encomenda • Converter os clientes fiéis em "pregadores" das
e entrega ou absorvendo-se algum risco do boas qualidades do produto.
comprador por meio de uma garantia. • Recuperar os clientes perdidos.
Ferramentas para avaliar a Satisfação do Anotações:
Cliente
• Sistema de Reclamações e Sugestões –
formulários, sistemas de ligações gratuitas
(Ouvidoria), páginas da WEB, e-mail
etc.Menos de 5% dos clientes reclamam. Os
outros 95% trocam para o concorrente. Um
cliente insatisfeito compartilha com 11
pessoas a sua experiência negativa. Clientes
cujas reclamações foram conduzidas de forma
satisfatória tornam-se fiéis;
Técnico Bancário 59
No intuito de melhorar seus relacionamentos A promoção de vendas pode ser utilizada para
com os clientes as empresas buscam desenvolver obter efeitos de curto prazo, tipo chamar atenção
vínculos mais sólidos. Para atrair clientes é do comprador para o lançamento de produtos.
necessário utilizar-se de técnicas de prospecção, As principais ferramentas são: amostras,
tais como visitas, malas-diretas, indicações, cupons, reembolsos, descontos, brindes,
utilização de peças publicitárias, telefonemas, etc. concursos, recompensas, garantias e prêmios.
Após essa etapa, avaliam-se quais desses A promoção oferece três benefícios:
clientes são potenciais compradores dos seus • comunicação – chama atenção;
produtos. Mas não basta atrair os clientes. É • incentivo – incorpora algum tipo de concessão;
necessário mantê-los ou retê-los. A empresa deve • convite – constitui um convite para a transação.
identificar as causas das perdas de clientes. Muito As promoções geram resultados mais rápidos e
pode ser feito para reter aqueles clientes que mais fáceis que a propaganda. As promoções não
trocaram de fornecedor por mau atendimento ou tendem a gerar novos compradores de longo
pela qualidade dos produtos ou preços superiores prazo. Os compradores fiéis não mudam seus
aos da concorrência. A melhor forma é ouvir os hábitos por causa da promoção.
clientes. A chave da retenção é a satisfação dos
clientes.

Para fortalecer a retenção é necessário construir Telemarketing


barreiras à saída dos clientes, barreiras à
mudança. Os clientes são menos propensos a Telemarketing
mudar para outros fornecedores se isso envolver Refere-se ao uso de operadores de telefone
altos custos de capital, altos custos relacionados a para atrair novos clientes, contactar clientes
pesquisa de fornecedores ou à perda de atuais, obter níveis de satisfação etc.
descontos para clientes fiéis. No caso do mercado A maioria dos sistemas de telemarketing é
bancário, operações de longo prazo, tais como automatizada. Os sistemas discam números,
financiamentos imobiliários, títulos de através de buscas aleatórias ou não nos bancos
capitalização e consórcios são poderosas de dados, reproduzem mensagens etc. Por
barreiras de saída. segurança, as transações são gravadas.
Geralmente há roteiros ou scripts onde as falas
são preparadas para cada tipo de situação.

Propaganda e promoção

Propaganda Vendas
É qualquer forma remunerada de apresentação
não-pessoal e promocional de idéias, bens ou
serviços por um patrocinador identificado. Pode
ser informativa, quando o seu objetivo é Técnicas, planejamento, motivação para
desenvolver a demanda inicial. Pode ser vendas
persuasiva, quando o objetivo é desenvolver
demanda seletiva para uma determinada marca. Os vendedores são os elos entre a empresa e
Pode ser de lembrete quando visa reforçar os clientes. Os vendedores devem:
produtos maduros. • prospectar: buscar novos clientes;
A propaganda pode ser utilizada para desenvolver • definir o alvo: decidir quais clientes “atacar”;
uma imagem, tal como a atual série de comerciais • comunicar-se: transmitir corretamente a
de televisão da CEF, que transmite a idéia de mensagem;
instituição versátil, moderna e segura. • vender: apresentar a proposta ou o produto,
conduzir objeções e fechar a venda;
Promoção
A promoção consiste num conjunto diversificado Anotações:
de ferramentas de incentivo, a maioria de curto
prazo, projetadas para estimular a compra mais
rápida ou em maior quantidade de produtos ou
serviços específicos. A propaganda oferece a
razão para comprar e a promoção oferece um
incentivo à compra.

60 Técnico Bancário
Técnicas solicitar ao comprador que esclareça sua objeção,
A estrutura da força de vendas deve estar questioná-lo, refutar suas alegações ou
compatível com os tipos de canais adotados, bem argumentar contra elas. Responda às perguntas;
como aderente à estratégia de abrangência apresente alternativas; reforce os benefícios já
territorial. A preparação da força de vendas requer aceitos; use fechamento por antecipação ou
seleção correta, treinamento, estrutura, tamanho, condicionado quando cabível.
remuneração, definição de público-alvo, Pós-venda: agradeça; coloque-se à disposição.
supervisão, motivação e avaliação de
desempenho. A negociação é a arte da política de Motivação para vendas
“ganha-ganha”, onde ambas as partes saem
satisfeitas com o negócio. Quotas ou metas
A maioria das empresas estabelece quotas ou
O principal princípio a ser destacado é o quantidades de produtos a serem vendidos, bem
profissionalismo, ou seja, a abordagem deve ser como utilizam sistemas de avaliação de
direcionada para ouvir o cliente e identificar desempenho das vendas. A remuneração pode
corretamente suas demandas. Na abordagem, o estar vinculada ao atingimento dessas quotas ou
vendedor deve trajar-se adequadamente ao seu metas. Pode-se dar por comissões ou percentuais
ambiente de trabalho e ao tipo de cliente que irá na forma de remuneração variável, ou em sistema
visitar. Nada destoante deve ser utilizado. Roupas de valores fixos. E quais seriam alguns critérios
extravagantes, vulgares ou pouco comuns devem para medir a eficácia da força de vendas?
ser evitadas. Quantidade de clientes novos prospectados,
volumes vendidos ou contratados, número de
Um dos muitos métodos que pode ser utilizado é visitas etc.
o chamado “AIDA”. Consiste em: obter a Atenção;
manter o Interesse; aumentar o Desejo; e levar o Concorrência
cliente à Ação. Michael Porter identificou cinco forças que
determinam a atratividade de um mercado ou
Planejamento segmento de mercado: concorrentes do setor,
As fases da venda podem ser resumidas em concorrentes potenciais, produtos substitutos,
pré-venda, abordagem, apresentação e compradores e fornecedores.
demonstração, superação de objeções, • Ameaça de Rivalidade intensa no segmento –
fechamento, e pós-venda. um segmento não é atraente se já possui
Pré-venda: Conheça o produto/serviço e sua concorrentes poderosos, agressivos ou em
oportunidade; conheça o cliente; levante grande número. É menos atraente se estiver
argumentos sobre possíveis objeções do cliente; em declínio, se os custos fixos forem altos, se
defina o objetivo e margem de negociação; as barreiras à saída forem altas etc. Essas
planeje concessões e suas implicações. condições levarão às guerras de preços,
Abordagem: quebre o gelo; chame sempre o batalhas por propaganda e novos produtos.
cliente pelo nome; não fale muito nem use gírias; • Ameaça de novos concorrentes – a atratividade
não ironize; seja ético. Escolha entre “abordagem de um segmento varia conforme se
enlatada” (conversa memorizada), “abordagem configuram as barreiras à entrada ou à saída.
formulada” (perguntas e respostas a partir das O segmento mais atraente é aquele em que as
necessidades do comprador ou do estilo de barreiras à entrada são grande e as barreiras
compra) ou “abordagem de satisfação de à saída são pequenas. Poucas empresas
necessidade” (busca as necessidades reais do novas conseguem entrar. Quando tanto as
cliente; o vendedor faz papel de consultor.) barreiras à entrada quanto as barreiras à
Apresentação e demonstração: use perguntas saída são pequenas, as empresas entram e
abertas (ponto de vista) e fechadas (sim/não); saem do setor facilmente e os retornos são
valorize a necessidade do cliente; venda valor estáveis e baixos.
(valor monetário), benefícios (atributos positivos • Ameaça dos produtos substitutos – um
para o comprador) e vantagens; observe sinais de segmento não é atraente quando há
compra. substitutos reais ou potenciais para o produto.
Superação de objeções e fechamento: Como Os substitutos limitam os preços e os lucros. A
superar objeções? A resistência psicológica do empresa deve acompanhar as tendências de
cliente inclui preferências, fontes, marcas, preços constantemente.
relutância em abandonar outra marca,
conservadorismo, idéias pré-concebidas, preço,
entrega, características do produto etc. O
vendedor deve manter uma abordagem positiva,
Técnico Bancário 61
• Ameaça do poder de barganha dos - ouvir;
compradores – um segmento não é atraente - proatividade;
se os compradores possuírem um poder de - fechar o atendimento, mas não fechar as portas,
barganha grande ou em crescimento. Os colocar-se à disposição;
compradores forçarão queda dos preços, - agilidade;
exigirão mais qualidade e opções de serviços - clareza e objetividade;
e colocarão os fornecedores uns contra os - tom de voz e linguagem (padrão, sem gírias e
outros. Quanto mais organizados e termos técnicos);
concentrados, maior o poder dos - concentrar-se;
compradores. - atender o telefone imediatamente;
• Ameaça do poder de barganha dos - comprometer-se somente com o que pode
fornecedores – um segmento não é atraente cumprir.
se os fornecedores da empresa puderem
elevar os preços ou reduzir as quantidades Atendimento Pessoal
fornecidas. Quanto mais organizados e - cumprimento e identificação;
concentrados, maior o poder dos - receptividade (linguagem corporal);
fornecedores, se houver poucos substitutos, - escutar e ouvir (não fale e não tente adivinhar);
se o produto fornecido for importante e os - atenção, concentração, empatia;
custos de mudança para o comprador forem - controle o emocional – conte até 20;
elevados. A ameaça de integração também - imagem e nível (igualdade, sem soberba ou
torna o poder dos fornecedores maior. superioridade);
- se o telefone tocar...;
- despeça-se.

Relações com clientes Atendimento Telefônico


- atenda imediatamente.
- anote;
- seja cordial, educado, cortês;
Etiqueta Empresarial - tom adequado;
- seja receptivo, permeável, flexível;
Comportamento, aparência, cuidados no - busque soluções;
atendimento pessoal e telefônico - é o cliente quem desliga.
A maioria das grandes empresas possui Código
de Conduta ou normas internas que determinam
quais as posturas são esperadas e quais práticas Segmentação de mercado X segmentação do
são vedadas aos funcionários. Normalmente setor bancário
essas normas também estabelecem padrões de
comportamento. Exemplificamos algumas:
- separar interesses particulares dos interesses Segmentação de Mercado
profissionais; É um esforço para aumentar a precisão do
- imparcialidade; marketing. Um segmento consiste em um grande
- idoneidade; grupo que é identificado a partir de suas
- profissionalismo nas relações; preferências de compras, poder de compra,
- postura; localização geográfica, atitudes de compras,
- trajar-se adequadamente; hábitos. Supõe-se que os membros de um mesmo
- sigilo das informações e trato em local segmento tenham preferências e necessidades
adequado; similares. Nicho é um grupo definido mais
- preservar bens, equipamentos e marca; estritamente, um mercado pequeno. Uma
- educação, cortesia, atenção, respeito; empresa não consegue satisfazer a todos em um
- asseio; mercado. Para satisfazer boa parte do mercado,
- pontualidade e assiduidade; os profissionais de marketing identificam e traçam
- compliance. os perfis dos compradores. Segmentar é dividir ou
agrupar os clientes de acordo com suas
Princípios e Orientações do Atendimento peculiaridades ou características comuns, de
- relação de confiança na base do “ganha-ganha; maneira a facilitar a atuação dos profissionais de
- comprometimento; marketing sobre esse segmento.
- oportunidades de negócio;
- identificar as necessidades do cliente;
- fidelização = rentabilização;
62 Técnico Bancário
Exigências para a segmentação novas características e benefícios que adicionem
Para ser eficaz, a segmentação do mercado valor, a fim de atrair a atenção e o interesse dos
deve atender a algumas premissas: consumidores. Uma oferta ao mercado pode ser
• O segmento deve ser identificável. É preciso diferenciada em cinco dimensões: produto (forma,
poder reconhecer os clientes em função de características, qualidade de desempenho,
fatores predeterminados, que determinam conformidade, durabilidade, estilo, design),
suas diversidades. Por exemplo, diferentes serviços (pedido, entrega, instalação, treinamento,
grupos etários ou ocupacionais que tenham, manutenção), pessoal, canal ou imagem.
para um mesmo produto, comportamento de
compra e uso distintos em função da idade ou Segmentação do setor bancário
atividade. Alguns bancos, como a CEF, atendem à
• O segmento deve ser mensurável e rentável. Se totalidade de seus clientes nas mesmas
os clientes não puderem ser quantificados, dependências da mesma instituição financeira
não será possível estimar seu tamanho ou (banco múltiplo). Outros optaram pela
valor como mercado-alvo. segmentação do setor bancário. O Banco do
• O segmento deve ser acessível. Ao eleger um Brasil criou o Banco Popular do Brasil para
segmento como mercado-alvo, a empresa atender a seus clientes de menor renda. O
estará assumindo o compromisso de atendê- Bradesco se associou aos Correios na modalidade
lo. correspondente bancário, com o mesmo fim. O
Itaú comprou o BankBoston e integrou-o ao
Para cada mercado-alvo a empresa desenvolve Personnalité, com identidade visual distinta em
um tipo de produto mais adequado às suas prédios específicos para aquele público. Um dos
peculiaridades. Para ofertar esse produto e métodos para sua implantação é o IDIP. No IDIP,
conseguir com que o cliente fique atraído por ele, as etapas são constituídas de Identificação, que é
os profissionais de marketing procuram destacar conhecer o mercado a que o cliente pertence,
os benefícios desse produto. A segmentação classificá-lo e reconhecê-lo; de Diferenciação,
geográfica requer divisão do mercado por nesta etapa o importante é segmentar os clientes
localizações (países, estados, regiões, cidades, de modo a compará-los, distingui-los e tratá-los de
bairros etc). A segmentação demográfica divide o forma diferenciada; de Interação, onde se
mercado em variáveis tais como idade, tamanho estabelece uma comunicação estratégica com o
da família, sexo, rendimentos, ocupações, grau de cliente, aqui se pratica o feedback (falar e ouvir)
instrução, nacionalidade, classe social. Podemos numa relação de troca de informações e
citar, ainda, a segmentação psicográfica, onde os conhecimento; e a última etapa é a de
compradores são agrupados conforme seu estilo Personalização, onde adaptar o produto ao cliente
de vida, personalidade, valores etc, e a é o objetivo para que seja gerada uma identidade
segmentação comportamental, a qual diz respeito entre os clientes, produtos e serviços.
a conhecimentos de produtos e atitude em relação Anotações:
a eles.
Na seleção dos mercados as empresas podem se
concentrar em um único segmento, especializar-
se num determinado segmento ou produto ou
mercado, ou,ainda, tentar cobrir todo o mercado.

Posicionamento
É o ato de desenvolver a oferta e a imagem da
empresa para ocupar um lugar destacado na
mente dos clientes. É reforçar a marca, de
maneira que ela seja sempre a mais lembrada.
Exemplificamos: posicionamento por atributo: o
maior; posicionamento por benefício: o que
oferece a melhor; - posicionamento por preço etc.

Diferenciação
É o ato de desenvolver um conjunto de
diferenças significativas para distinguir a oferta da
empresa da oferta da concorrência. As empresas
sonham com novos serviços e garantias e
vantagens especiais para os usuários fiéis. As
empresas precisam repensar constantemente
Técnico Bancário 63
Exercícios: melhor desempenho. Para não gerar
O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor problemas fiscais, esses prêmios devem ser
(CDC) é considerado, por muitos estudiosos, o viagens, bens materiais, mas nunca
mais completo instrumento de defesa do remuneração em dinheiro.
consumidor do mundo. Vários observadores 09 No marketing de relacionamento, em nível pró-
internacionais já o estudaram, como fonte de ativo, o vendedor vende o produto e faz
referência, para a confecção de códigos em seus consultas posteriores ao cliente para obter
países. Com base no CDC, julgue os itens feedback quanto ao seu nível de satisfação e
subseqüentes. auxiliá-lo na utilização do produto.
01 O objetivo do CDC é a defesa dos menos
favorecidos, tanto que, nesse Código, a A necessidade de segmentar a base de clientes
definição de consumidor é a pessoa física que dos bancos é vital para a orientação das vendas
adquire ou utiliza produto ou serviço como dos produtos e para a prestação de serviços. A
destinatário final. segmentação de mercado é feita por meio de
02 Uma coletividade de pessoas equipara-se a tecnologia, canais e cultura de venda que são
consumidor, desde que os membros dessa fundamentais para o sucesso de qualquer
coletividade sejam devidamente determinados instituição e, particularmente, para as instituições
e identificados e que tenham participado nas financeiras bancárias. A segmentação da base de
relações de consumo. clientes tem o propósito de racionalizar ainda mais
03 Fornecedor é a pessoa jurídica, pública ou o uso dos recursos das agências bancárias e dos
privada, nacional ou estrangeira, que canais eletrônicos. Acerca da segmentação de
desenvolve atividade de produção, montagem, mercado, julgue os itens subseqüentes.
criação, construção, transformação, 10 A segmentação de mercado é quase
importação, exportação, distribuição ou totalmente direcionada para clientes pessoas
comercialização de produtos ou prestação de físicas, por serem de fácil comprovação de
serviços. renda, contrariamente ao que ocorre com os
04 Produto, para efeito de consumo, é qualquer clientes pessoas jurídicas.
bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 11 Às pessoas jurídicas de direito público, como
05 Serviço é qualquer atividade fornecida no estados e municípios, não se aplicam técnicas
mercado de consumo, remunerada ou não, de segmentação de mercado.
inclusive as de natureza bancária, financeira, 12 A estratégia de segmentação baseia-se no
de crédito e securitária, e aquelas decorrentes relacionamento e no atendimento ideal para
das relações de caráter trabalhista. cada segmento de clientes, com objetivo de
atender plenamente às suas necessidades.
Os bancos aderiram às técnicas de vendas para
enfrentar a enorme concorrência hoje existente. Analise as afirmativas.
Os gerentes de vendas estão diretamente ligados 13. O incentivo financeiro é muito utilizado pelas
ao público. São eles que fazem que os produtos empresas como estratégia de fidelização,
bancários tenham penetração no mercado. Com apesar de ser pouco eficaz devido a seu alto
as técnicas de vendas, caminham em paralelo o grau de imitabilidade.
marketing de relacionamento, a motivação para 14. A ênfase no incentivo financeiro é eficaz
vendas, as relações com clientes, o planejamento quando a estratégia da empresa é de retenção
de vendas e outros tantos mecanismos que têm o de cliente.
objetivo de aumentar as vendas dos produtos 15. A lealdade do cliente independe de incentivos
bancários e, conseqüentemente, gerar mais lucro financeiros, uma vez que o vínculo social
para o banco. Acerca desse assunto, julgue os supera todas as estratégias de fidelização.
itens seguintes.
06 O especialista em marketing tem a função de No Marketing de Relacionamento existem várias
levar o produto ao mercado, preocupando-se categorias de clientes, que são classificados em
com a imagem e a credibilidade da instituição níveis progressivos, formando o que se chama de
perante os consumidores. Escada da Fidelidade.
07 No planejamento de vendas, a empresa pode Pode-se afirmar que
desenvolver mecanismos de estudos e 16. a fidelização ocorre em qualquer dos níveis da
estatísticas para definir quais produtos Escada.
poderiam interessar, por exemplo, aos 17. um cliente defensor é considerado um cliente
adolescentes, aos idosos, aos empresários, fiel.
aos profissionais liberais etc., passando a 18. um cliente na fase de experimentação está
atuar, estrategicamente, com o foco no cliente localizado na base da Escada.
e não mais no produto. 19. a fidelização ocorre a partir do momento em
08 Uma das formas de motivação para vendas é que o cliente compra regularmente na
a criação de grupos internos, que competem empresa.
entre si por prêmios dados àqueles que tiverem
64 Técnico Bancário
20. o cliente eventual está abaixo do cliente 31. Mesmo quando possuem rede de agências em
potencial no nível de fidelização. apenas um ou dois estados, bancos que
adotam uma segmentação geográfica devem
É exemplo de vínculo de valor entre a empresa considerar todo o território nacional para o
e o cliente: processo de segmentação.
21.) programa de incentivos financeiros adicionais 32. Determinadas variáveis de segmentação, tais
para o cliente. como a riqueza, podem ser relativizadas para
22. entrega de relatórios e extratos ao cliente. cada região geográfica.
23. atendimento ao cliente, pelo mesmo 33. A base de dados dos clientes do banco
empregado. representa significativa fonte de informação
24. profissionalismo da empresa. para o
25. emprego de tecnologia pela empresa processo de segmentação de mercado pela
instituição.
A segmentação do mercado, baseada na oferta
de uma proposta de valor adequada a cada perfil O modelo de satisfação do cliente norte-
de cliente, constitui a primeira chave de sucesso americano, desenvolvido por Fornell, utiliza como
para o crescimento de um banco. referência a fidelização do cliente, representada
Está correto afirmar que: pela sucessiva repetição do ato de compra junto
26. a criação de marcas bancárias fortes, ao mesmo fornecedor. Uma das mais importantes
associadas a cada segmento, não determina a tecnologias utilizadas para essa fidelização é o
fidelização do cliente. marketing de relacionamento. Acerca desse
27. a abordagem única atinge um número de assunto, julgue os itens abaixo.
clientes com uma possibilidade de retorno 34. O marketing de relacionamento, para ser
maior que a abordagem segmentada. efetivo, deve envolver todos os clientes da
28. a abordagem ao mercado baseada em uma instituição.
proposta de valor diferente para cada conjunto 35. Clientes importantes devem ser objeto de
homogêneo de clientes potenciais, pode atenção contínua, mesmo em bancos
conseguir obter níveis de penetração elevados orientados para o varejo.
num curto espaço de tempo. 36. Os investimentos em marketing de
relacionamento em bancos mostram-se mais
Tradicionalmente, a segmentação de mercado compensadores quando direcionados para.
realizada pelas grandes instituições financeiras aqueles que vão à agência pagar uma conta ou
brasileiras tem ocorrido em bases geográficas, de realizar outra transação específica.
porte de cliente ou de tipos de serviços oferecidos. 37. Designar um gerente de relacionamento para
Mais recentemente, algumas instituições adotaram cada cliente-chave é uma das práticas
segmentações comportamentais, visando priorizar envolvidas na elaboração de um programa de
e compreender melhor grupos de clientes-alvo e marketing de relacionamento.
traçar estratégias de marketing específicas. A 38. A adoção do marketing de relacionamento por
respeito da segmentação de mercado em um banco elimina a necessidade da função
instituições financeiras brasileiras, julgue os itens vendas.
a seguir.
29. Todo processo de segmentação de mercado Com referência às vendas, julgue os itens
deve ter por base os atributos físicos dos seguintes.
produtos e serviços da instituição. 39. O planejamento pode contemplar estratégias
30. Bancos que adotam a segmentação por porte para reduzir ou mesmo eliminar clientes que
do cliente e que priorizam o atacado focam a não dão lucros.
atenção em clientes que permitem margem de 40. A estimativa de vendas deve ser calculada a
ganho elevada por operação. partir das previsões de cada vendedor.

Gabarito
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E E C E C C E C E E C C C E E C E E E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C E E E E C E E E E E C C E C E C E C E

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