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DETECÇÃO DE GSR POR

MEV/EDS APÓS DIFERENTES


METODOLOGIAS DE COLETA

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA


Seção de Engenharia Mecânica e de Materiais (SE/4)
Formação de GSR (“gunshot residues”)
 Detonação da espoleta pelo percussor
 Compressão do primer contra a bigorna e combustão da pólvora
 Geração de gases de alta pressão e temperatura (~300 MPa e
2.500oC)
 Queima da pólvora e volatização dos componentes metálicos
 Escape dos vapores da arma
Locais de escape de GSR

Qualquer abertura na arma:


 Cano

 folgas no tambor

 janela de ejeção
Locais de escape de GSR

 compensador de recúo
 quebra-chama, etc
Formação de GSR

 Detonação da espoleta pelo percussor


 Compressão do primer contra a bigorna e combustão da pólvora
 Geração de gases de alta pressão e temperatura (~300 MPa e
2.500oC)
 Queima da pólvora e volatização dos componentes metálicos
 Escape dos vapores da arma
 Condensação
Composição do primer

 Nitrato de bário (oxidante)


(Peróxido de bário, nitrato de chumbo, peróxido de chumbo)
 Sulfeto de antimônio (combustível)

(Siliceto de cálcio, tiocianato de chumbo, alumínio em pó, zircônio em


pó, titânio)
 Estifnato de chumbo (iniciador)

(Azida de chumbo, fulminato de mercúrio)


Fontes de GSR

 Projétil (Pb, Sb)


 Camisa (Cu, Zn, Ni, Sn)
 Estojo (Cu, Zn)
 Pólvora (C, O, N, K, Cl)
GSR
 Primer P-GSR
 Cano (Fe)
Formação de GSR
Condensação aleatória dos elementos na forma de
partículas com morfologia característica e composição
dependente do primer

Morfologia esférica
0.5-10m
PbBaSb
Detecção por métodos químicos

 Reação de Griess (detecção de nitrito –


combustão da pólvora)
 Rodizonato de sódio (Pb/Ba - primer)

Análise bruta
Problemas
Determinante (“único”) Indicativo
PbBaSb BaCaSi
BaSb* PbSb
PbBa
SbS
Sb
Ba
Pb
Sem Pb, Ba ou Sb
IMPORTANTE:
Ausência de evidência NÃO é evidência de ausência.

O resultado da análise NUNCA é negativo. Quando não são encontradas


partículas o resultado é indeterminado!!!!
Fontes de contaminação

 Pb: soldas, baterias de carro, combustíveis derivados


de petróleo, tintas, componentes de carro, etc.
 Ba: tintas, graxa de automóvel, papel, pastilhas de freio,
etc.
 Sb: retardante de fogo, ligas metálicas, pastilhas de
freio, etc.

Principal motivo pelo qual testes químicos não são confiáveis!!!


Histórico do MEV/EDS como
ferramenta de análise para GSR

 1965: 1º MEV comercial


 1969: Primeiro relato conhecido do uso de MEV/EDS para análise de
GSR, realizado no laboratório forense da Policia Metropolitana –
Scotland Yard.
 1971: foram apresentadas as primeiras imagens de MEV e espectro
de EDS de GSR no 4o Simpósio Anual de Microscopia Eletrônica de
Varredura [Boehm,1971].
 1975: Workshop sobre resíduos de tiro na Aerospace Corporation
 1976: Publicação no Journal of Forensic Sciences do primeiro trabalho
descrevendo a análise de GSR por MEV/EDS [Nesbitt et al. 1976]
 1977: Publicação do Final Report on Particle Analysis for Gunshot
Residue Detection ou simplesmente Aerospace Report ATR-77(7915)-
3.
Microscopia eletrônica e a perícia
no Brasil

1939
Coleta para análise por MEV/EDS
O MEV do IME em ação...
O MEV do IME em ação...
12.7mm
Como as amostras são coletadas em
alguns serviços periciais
Coleta com Esparadrapo-Papel de Filtro
Esparadrapo-Papel de Filtro

Desvantagens:
 Partículas apresentam
morfologia alterada:
“melted”
 Perda de Sb

C
 Presença de fibras
4000

 Presença de Zn
3000
Counts

2000
O

1000 Pb

Al Ba
Pb
Pb
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Energy (keV)
Coleta com Algodão

 Desvantagens:
 Volume da amostra
 Falta de compactação
das fibras – impede
deposição de camada
condutora
 Carregamento da
amostra
Coleta com fita dupla-face

Desvantagens
 Presença de Zn

 Grande área de busca


(~21cm2)
 Necessidade de
deposição de camada
condutora ou modo LV
Coleta com Fita Condutora

Desvantagem
 Grande área de busca
(~21cm2)
Métodos alternativos: Coleta com
Resina Alginato
Métodos Alternativos: Resina Alginato

Desvantagens:
 Composição química dos
alginatos: presença de
elementos com linhas
espectrais conflitantes (Ca,
S)
 Morfologia da resina
polimerizada
 Área de busca
 Busca em modo LV ou
ambiental
Métodos Alternativos: Coleta com
Resina Polimérica
Desvantagens:
 Grande área de busca
 Presença da gaze
 Busca em modo LV ou
ambiental

Fonte: Hélio Rochel, SP


Métodos Alternativos: Coleta com Swab
Métodos Alternativos: Coleta com Swab
Métodos Alternativos: Coleta com Swab

Desvantagens:
 Deposição de camada
condutora espessa
 Área de busca

Vantagens:
 Fácil manipulação
 Fácil localização das
partículas
 Barato
Métodos Alternativos: Coleta com Swab

Desvantagens:
 Perda do Sb
 Perda da morfologia das
partículas
Importante

Em todos os casos, o exame prévio com


rodizonato de sódio inviabiliza a análise por
MEV/EDS devido a perda do Sb.
Coleta ideal: realizada pelos serviços de
perícia do Exército Brasileiro
lacre

Identificação e hora da coleta


Coleta do estojo
Exemplos de casos reais
Exemplos de casos reais
Exemplos de casos reais
O que dificulta a análise?

 Coleta inapropriada
 Tempo decorrido entre o incidente e a
coleta
 Armazenamento inadequado da amostra
Locais de Coleta e Perda de GSR
cabelo Assumindo que
10.000 partículas de
nariz depositaram sobre a
face * superfície a ser
coletada no momento
roupas do disparo:
Após 1h → 1.000
MÃOS 2h → 100
3h → 10
4h → 1
Sem lavar as mãos, apenas uso normal!

Coleta em secreções corpóreas pode ser uma alternativa em alguns casos!!


Porque essa metodologia é superior as
demais?

 Única metodologia que


correlaciona a morfologia e
composição química individual
de cada partícula analisada;
 Capacidade de detecção de
todos os elementos do primer;
S

Spectrum Feature 492
Alta sensibilidade: em sistemas
C Pb
automáticos é possível
detectar uma única partícula
Cl Sb

O
Sn Ba
Sn
 Não gera falsos positivos
Sb
Sb
Cl
Ba
Pb Ba

Pb Sb Ba
Na Al Sn Ba
Cu Ba Cu Pb Pb
Cu Pb

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Full Scale 883 cts Cursor: 5.370 keV (46 cts) keV
Como confirmar a presença de Pb?
Spectrum 1
Pb

Lα1
Lα2
Pb

S Kα = 2.307
Pb
Pb Pb Pb

0 2 4 6 8
Full Scale 3461 cts Cursor: 4.397 (72 cts)
10 12 14 16
keV
Pb Mα = 2.345
Be Sb Ba,S and Sb
C

Ba

Ba

S Sb
Ba

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Full Scale 2519 cts Cursor: 7.009 (83 cts) keV
Como confirmar a presença de Sb?
Pb,BaS, Ca

Ba

Ca
Pb
S Ba

Ca Kα = 3.692
Ca
Ba
Sb Lα = 3.605
Pb Pb Ba
Ba Pb
Ba Pb
Cu Pb
β
Cu Pb

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Full Scale 6685 cts Cursor: 6.905 (278 cts) keV

Pb,BaS, Ca

Ba

Ca
Pb
S Ba

Ca
Ba
Pb Pb Ba
Ba Pb
Ba Pb
Cu Cu Pb
Pb

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Full Scale 6685 cts Cursor: 6.905 (278 cts) keV
Como confirmar a presença de Ba?
Ba,S and Sb
Sb

Ba

Ba
S Sb Ba
Ba

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Full Scale 3410 cts Cursor: 7.459 (78 cts) keV

Ti Kα = 4.509 Kβ = 4.932
Ba Lα = 4.660 Lβ1 = 4.828 Lβ2 = 5.150 Lγ = 5.531
Um operador experiente identifica
corretamente os elementos da
amostra e não dará um falso positivo

Possibilidade de encontrar P-GSR em pessoas inocentes é muito baixa.

Vários estudos mostram que pessoas comuns NÃO apresentam


GSR nas mãos!!!!!
Relatórios da Rede Pólvora

Observações para interpretação de exames de GSR por MEV/EDS:


Composição de mistura iniciadora fabricada em solo Brasileiro: Pb,
Ba, Sb, Ca, Si. Elementos presentes no estojo: Cu e Zn; Elemento
presente no cano de algumas armas: Fe.

Disparos a longa distância: compatível com a presença, em grandes


quantidades de Pb oriundos do projetil.

A presença de resíduos da mistura iniciadora nas mãos de uma


pessoa é consistente com a hipótese de essa mesma pessoa ter
atirado, manuseado ou estado próxima a uma arma de fogo no
momento do disparo, ou ainda de ter manuseado um item com
resíduos depositados, não sendo possível distinguir entre homicídio,
suicídio e disparo acidental.
Equipe

Andrea Martiny e André L. Pinto


Instituto Militar de Engenharia, SE/4, Praça General Tibúrcio 80, Praia Vermelha - Rio de Janeiro, RJ

Lídia A. Sena
Divisão de Metrologia de Materiais - DIMEC/ DIMCI, INMETRO, Xerém, Rio de Janeiro, RJ

Jorge Borges dos Santos


Seção de Química, Laboratório Central, Departamento de Polícia Técnica, Salvador, BA

Denilson S. Siqueira
Instituto de Criminalística Carlos Eboli, Niterói, RJ

CNPq (processo 52.0188/03-9)


FAPERJ (processos E-26/151.538/2005 e E-26/170.861/2005).
deiamartiny@ime.eb.br
rede.polvora@gmail.com

Fim Obrigada

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