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Apresentação.

Caro(a) amigo(a),

Baixei esse pequeno livro na internet e


fiquei encantado com ele. Antes havia lido o
artigo de autoria de Joe Vitale sobre a
Ho’oponopono, o método de cura hawaiana. Esse
livro vai além do artigo e analisa o processo
sendo aplicado em todos os aspectos da vida. Como
estava em tradução digital e por isso mesmo com
muitos erros de grafias, concordâncias, regência e
palavras trocadas, ousei fazer uma revisão e em
alguns momentos uma adaptação.
O método de cura hawaiana consiste
basicamente em praticar o perdão, sobretudo o
auto-perdão, o controle da mente, a tolerância
para com as atitudes do próximo, a não resistência
e em assumir a total responsabilidade sobre nossos
sentimentos. Essa filosofia teve vários defensores
e praticantes na terra: Jesus Cristo, Gandhi,
Buda, Martin Luther King, São Francisco de Assis,
etc. Mas é sempre bom recordar e renovar ou
implantar esses valores em nós mesmos, lendo essa
pequena e valiosa obra que nos fala numa linguagem
suave, simples e envolvente.
Não consegui descobrir o nome e demais
dados da autora. Deu para saber que seu primeiro
nome é Mabel, que é argentina, judia e contadora.
Todo o resto é uma incógnita para mim.
Cometi a ousadia de inserir alguns
comentários meus distribuídos no decorrer do
livro. Desculpem mas não resisti. Esses
comentários foram inseridos em fonte diferente e
na cor azul, assim como essa apresentação. Caso o
leitor queira ignorá-los, basta ler somente os
escritos em preto.
Gostaria de me apresentar a você. Sou
Lauro Ribeiro e me considero ser o que se costuma
chamar de um “buscador”. Desde a adolescência
busco compreender a vida, descobrir o segredo da
felicidade e da realização pessoal. Sempre me
interessei por literaturas, filmes, e outros
instrumentos que motivam, induzindo à busca do

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auto conhecimento e do desabrochar das
potencialidades latentes do ser humano, que são
infinitas e surpreendentes. Já li muita coisa a
respeito, vários autores e ainda leio. Sou viciado
em leitura e gosto também de escrever.
Indentifico-me com todas as comunidades do Orkut
que seguem essa linha: O Segredo, Pensamentos
Positivos, Visualizações, Poder do Agora,
Meditações, espiritualismo, etc. Exerço a
atividade de escritor de forma semi-profissional,
atuando como revisor, adaptador, comentarista de
obras literárias, textos publicitários, etc. Atuo
também como ghost-writer e biógrafo.

Se você está lendo essas linhas é porque


também é um buscador, assim como eu. Eu te desejo
uma boa busca e fico feliz em tê-lo como
companheiro de viagem, essa viagem fascinante pra
dentro de nós mesmos onde estão todas as
respostas.

Boa leitura.

O CAMINHO MAIS FÁCIL – HO’OPONOPONO (A


CURA HAWAIANA)

PREFÁCIO

Desde pequena sabia que era portadora de um


segredo, sabia que obteria tudo que desejasse. Mas tinha a crença
de que teria que trabalhar muito para conseguir, que tudo teria um
preço, e esse preço seria muito caro.

Logo consegui tudo o que alguém poderia desejar


materialmente e emocionalmente falando: casa e carros novos,
dinheiro para viagens, compras, um marido que me adorava e dois
filhos sadios e preciosos. Entretanto eu não era feliz, pelo contrário
era muito irritada.

Um dia vi que meu filho maior, Jonathan, estava com o


mesmo comportamento, com a mesma irritação que eu sentia. Isso

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foi um golpe muito grande para mim, fez com que eu despertasse e
sentisse que deveria fazer algo a respeito. Aquilo teria que parar.

Nesse momento comecei minha busca. Meu primeiro


seminário foi sobre o tema Irritações, com o Dr. Hill, a quem fiquei
imensamente grata por tudo que me ensinou. Em seguida pratiquei
yoga e visualizações com a Anna, o que me permitiu entrar em
contato com o poder incrível que temos em nosso interior, capaz de
criar e atrair aquilo que queremos. Experimentei mudança mais
radical quando uma amiga me emprestou um livro de metafísica
incrível. Este livro de fato me despertou. Falava muito de Jesus, e
eu apesar de ser judia, senti-me muito bem o lendo. Na verdade
não conseguia me soltar do livro e queria lê-lo inteiro num único dia.

Comecei a praticar as técnicas mencionadas no livro e


constatei que funcionavam. Tive mais uma vez a confirmação de
que o poder de mudança estava dentro de mim mesma e que não
dependia de nada nem de ninguém. Então vi que tinha descoberto
algo grande, muito grande. E meu coração começou a pulsar
diferente, estava feliz como nunca estivera antes, uma felicidade
impossível de descrever em palavras.

Então após experimentar vários caminhos cheguei ao


Ho’oponopono, uma arte hawaiana muito antiga que nos ensina a
resolver nossos problemas. Graças a essa arte descobri que a vida
pode ser fácil, muito mais fácil do que jamais tinha imaginado.
Depois de muito procurar acabei descobrindo meu caminho, que me
permite estar em paz no meio da tempestade, sentir-me livre
independentemente do que estiver ocorrendo ao meu redor ou do
que os outros estejam falando ou fazendo. É por isso que decidi
compartilhar com vocês o que aprendi até agora através deste
pequeno livro. Estou muito agradecida por essa oportunidade.

INTRODUÇÃO

Uma vez um professor contou-me a historia hawaiana


da criação do mundo. Segundo essa historia quando Deus criou a
terra e pôs nela Adão e Eva, disse-lhes que estavam no paraíso,
que não deveriam preocupar-se com nada, que tudo de que
necessitassem lhes seria provido. Também lhes disse que lhes
daria um presente, a oportunidade de escolher se queriam tomar
suas próprias decisões, e nesse caso lhes daria o livre arbítrio.

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Então Deus criou a árvore das maçãs e disse-lhes:
-“Isso se chama pensar. Vocês não necessitam de
pensar. Eu posso prover todas suas necessidades. Não devem
preocupar-se, mas podem escolher se ficam comigo ou se tomam
seu próprio caminho”.
E assim eles escolheram comer a maçã, ou seja,
decidiram pensar por si mesmos e assumir os riscos. Mas o grande
problema não foi comer a maçã, e sim não se fazerem responsáveis
e dizer: “Sinto-o”. Foi aí que Adão teve que ir procurar seu primeiro
trabalho.

Tal como Adão, estamos sempre mordendo a maçã,


sempre pensando que sabemos mais, que podemos resolver tudo
sozinhos com nosso pensamento e não nos damos conta de que
existe um caminho bem mais fácil.

Comentário:
A questão do pensamento precisa ser bem
explicada. O pensamento é o que difere o homem de
outros animais. Deus disse ao casal no paraíso
que eles teriam de tudo que necessitassem, e que
para isso não precisariam pensar. O que o criador
quis dizer era que eles não precisavam se
preocupar, ficar pensando com angústia de onde
viria a próxima refeição ou aonde iriam se abrigar
durante a noite. Disse também a eles que poderiam
pensar (assumir a responsabilidade) se quisessem
bastando para isso comer a maçã. Quando Adão e Eva
comeram a maçã, decidiram-se pelo livre arbítrio,
ou seja, pensarem por si mesmos. Porém eles não
sabiam ainda como fazer e desconheciam o poder do
pensamento, essa que é a força mais poderosa do
universo. Sentiram-se inseguros e preocupados, o
que levou Adão a sair à procura do primeiro
trabalho. Sua mente racional passou a funcionar, e
ela lhe dizia que ele deveria trabalhar a fim e
prover o seu sustento. Ele desconhecia que
bastaria alinhar seus pensamentos ao pensamento de
Deus para criar tudo de que necessitava. Bastaria
ter fé, assim como as aves dos céus e os lírios
dos campos para que fossem supridas todas as suas
necessidades. Eles não entenderam e julgaram que
teriam que conquistar tudo com suor e esforço.

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Desde então a humanidade assim age para conseguir
seus intentos: trabalho duro, competitividade,
esperteza. Se Adão e Eva não sabiam usar de forma
correta o poder do pensamento, tampouco nós o
sabemos atualmente, milênios depois. Estamos em
busca do paraíso, aquele perdido lá atrás com a
mordida na maçã. E essa é a nossa angustia, pois
quase sempre procuramos no lugar errado. Por isso
que a autora diz que continuamos mordendo a maça,
todos os dias, e acreditando conhecer tudo, nos
afastamos de nossa originalidade.
Outra coisa que quero explicar que toda
essa história de Adão e Eva é figurativa e
simbólica. Sabemos pela teoria da evolução da
espécie que não faz sentido real a historia do
primeiro casal, sendo apenas uma alegoria.

Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Agora diz que o


ego se identifica com as posses, o trabalho, o nível social, o
conhecimento, a fama, mas nenhuma delas é você. Você acha isso
aterrador ou é um alívio sabe-lo? Cedo ou tarde você terá que
renunciar a todas essas coisas, e saberá que isso irá ocorrer
quando a morte se aproximar. A morte é despir-se de tudo que você
não é. O segredo da vida é morrer antes de morrer e descobrir que
a morte não existe.

O ideal é que você liberte-se de sua mente, daquela


voz interna que comenta, especula, julga, compara, queixa-se,
aceita, rechaça e assim por diante. A voz não se refere ao seu
momento presente, ela está revisando um passado recente ou
longínquo, ou então imaginando situações futuras. A vida é uma
repetição de lembranças que são como chips, ou uma gravação que
toca em nossas cabeças 24 horas por dia. Essas gravações, essas
fitas nos dirigem e influenciam sem que nos demos conta. Não
podemos evitar que essas gravações existam mas podemos
escolher parar de toca-las, como se desligássemos o toca fitas.

Neste livro utilizo certas terminologias e conceitos que


desejo esclarecer. Muitos deles se apóiam no Ho’oponopono, a
antiga arte hawaiana. No último capitulo detalho técnicas e
ferramentas específicas desta arte. Ela nos ensina como desligar o
toca-fitas, como parar a gravação em nossa mente, aquelas que
não nos servem e que já não funcionam a para nós. Somente

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quando cessamos essas gravações é que podemos descobrir quem
realmente somos e todo o poder que possuímos. Ao apagar, limpar
e remover antigas lembranças permitimos que nossos sentimentos
sejam transmutados e começamos então a experimentar nosso
verdadeiro ser.

O Ho’oponopono é um processo de perdão,


arrependimento e transmutação. Cada vez que utilizamos qualquer
de suas ferramentas, estamos assumindo 100% da
responsabilidade sob nós mesmos e pedindo perdão (a nós
mesmos). Aprendemos que tudo o que acontece em nossas vidas é
projeção de nossa programação mental. Podemos escolher nos
posicionar como um observador, observar nossos pensamentos,
nossa programação e então libera-la para que se vá. Ou então
podemos reagir e nos prender a elas. Todos nós temos um
rascunho incorporado e a tecla de deletar, mas nos esquecemos
como usa-la.

O Ho’oponopono nos ajuda a recordar o poder que


temos de escolher entre apagar (soltar) ou reagir, ser feliz ou sofrer.
É só uma questão de escolha em cada momento de nossas vidas.
Quando no livro menciono “limpar” ou “apagar”, estou me referindo
ao uso das técnicas de Ho’oponopono para apagar as lembranças e
pensamentos que criam nossos problemas.

Queria também lhes esclarecer que quando menciono


a palavra Deus não o estou fazendo absolutamente em seu
contexto religioso. Para mim, Deus é essa parte que temos dentro
de nós mesmos que sabe tudo, tem todas as respostas. Em
realidade não pode ser definido em palavras pois é uma
experiência. Também notarão que uso a palavra Deus como
sinônimo de Amor. Refiro-me ao Amor Incondicional, aquele que
pode curá-lo de tudo. Este é o Amor que tem todas as respostas.

Quando menciono os ensinamentos de Jesus,


tampouco o faço em um contexto religioso. O propósito é recordar
ao leitor que sempre tivemos mestres que vieram nos despertar
para a verdade como, por exemplo, Jesus que falava em dar a outra
face, um conceito até hoje difícil de entender. Entretanto quando
apagamos em vez de reagir estamos dando a outra face, a face do
amor. O liberar em vez de reter e reagir é dar a outra face.

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Este breve resumo de alguns conceitos básicos que
utilizo e pretendo transmitir tem como finalidade esclarecer meus
pontos de partida. Minha esperança é que o leitor encontre neste
livro uma fonte de técnicas, ferramentas e sabedoria que lhe
permita sentir, tomar decisões e viver com a liberdade, a paz interior
e o amor que é patrimônio de todos os seres humanos.

QUEM SOU?
A única razão de nossa existência é a de descobrir
quem somos.

Um eminente professor visita um mestre Zen e ao


chegar lhe diz: “Olá, sou o Dr. Fulano. Sou isto, sou aquilo, sou
formado nisso e naquilo, sou detentor dos títulos tal e tal. Faço tal e
qual coisa, etc., etc. e eu gostaria aprender Budismo”. O mestre
calmamente convida o ilustre visitante a sentar-se e lhe oferece
uma taça de chá. Entrega-lhe então a taça vazia para segurar e
começa a despejar o chá. A taça então enche e o mestre continua a
despejar a ponto de começar a derramar o chá. O visitante
assustado diz: “ A taça está transbordando, e o chá está
derramando”. Ao que o mestre responde: “Exatamente. Você veio
com sua taça cheia, ela está transbordando. De modo que, como
poderá aprender algo? Você já está alagado com tudo esse
conhecimento. A não ser que você venha vazio e aberto, não posso
lhe ensinar nada…”.

A maior parte de minha vida vivi pensando que eu era


Mabel, Argentina, contadora, etc., etc. Definia-me por meu títulos,
meus rótulos. Minha taça vivia cheia de conhecimentos que me
afastavam de mim mesma. Só acreditava naquilo que podia tocar
ou ver. Para mim, todos aqueles que falavam do esotérico eram
“loucos” ou “boêmios” que não sabiam o que estavam dizendo e
não pertenciam a este mundo. Esta maneira de pensar me trouxe
muito sofrimento. Entretanto, quando descobri que eu era muito
mais que meu corpo físico, me abriu um mundo novo cheio de
infinitas possibilidades, um mundo sem grades. Quando me deu
conta do poder que tinham meus pensamentos, entendi o porquê da
vida.

Muitos de nós vivemos com estas grades. Sentimo-las,


mas não as vemos porque são invisíveis. Estas grades são nossas
crenças, nossos julgamentos e opiniões, e sobre tudo o que nós
pensamos de nós mesmos. No momento em que decidirmos tomar

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consciência de quem somos realmente, as grades se abrem e nos
damos conta de que somos livres, sempre o fomos sem que
soubessemos. Assim conseguimos escapar da prisão que nós
mesmos criamos.

Disseram-nos que somos seres humanos e nos


acreditamos isso. Se pensarmos que somos seres indefesos e sem
nenhum poder, isso é o que vamos manifestar na vida. Somos os
reis de nosso próprio império e podemos construir e manifestar tudo
o que nos quisermos em nossas vidas. Não depende de ninguém
mais, somente de nós.

Todos somos filhos de Deus e fomos criados a sua


semelhança. Somos criadores. Como criamos?. Com nossos
pensamentos. É assim bem simples.

Alguns mestres nos falam da necessidade de “fazer de


conta” (ou nos darmos conta), e nos dizem: “Façamos de conta que
somos seres iluminados. Façamos de conta que somos amados Por
Deus. Ou Façamos de conta que somos perfeitos tal como somos.
Respiremos profundamente e aspiremos aquilo que é verdade,
somente então tudo fará sentido. É necessário buscar a verdade.
Você deverá construir sua vida fundamentada nesta verdade. Se
aspirarmos aquilo que é verdadeiro, a verdade é automaticamente
atraída a nossas vidas”.

Quem sou? Essa é a única pergunta que devemos nos


fazer na vida. Descobrir nossa verdadeira essência e identidade é a
razão de nossa de nossa existência e deveria ser nossa única
preocupação, nossa única meta. É muito importante descobrir quem
somos.

Através do Ho’oponopono, esta arte hawaiana muito


antiga que agora pratico e ensino, aprendi que nossa mente se
divide em três partes: o superconsciente, o consciente e o
subconsciente. Isto me ajudou a entender um pouco mais como
funcionamos.

O superconsciente, é nossa parte espiritual. É aquela


parte que, não importa o que esteja passando, é sempre perfeita. É
a parte que sabe sobre tudo, tem bem claro quem é em todo
momento.

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O consciente é a parte mental, o que nós chamamos o
intelecto. É um aspecto muito importante de nós, porque é a parte
que tem a capacidade de escolher, já que dispomos de livre-arbítrio.
Em cada instante de nossa vida estamos escolhendo. O que
escolhemos?. Escolhemos se vamos reagir e nos agarrar com o
problema ou se preferirmos soltá-lo e deixar que o resolva aquela
parte nossa que sabe o que deve fazer. Também escolhemos se
vamos aceitar que não sabemos nada (e que não precisamos
saber) ou se preferimos pensar que nosso conhecimento é melhor
que o de Deus e que podemos resolver tudo sozinhos e por nossa
conta. O consciente é a parte que decide se opta por assumir
100% da responsabilidade e dizer: “Sinto muito, me perdoe por
aquilo que está em mim que criou isto”, (Ho’oponopono) ou
assinalar com o dedo e jogar toda a culpa a outro.

O intelecto não foi criado para saber. Não necessita


saber nada. O intelecto é um presente, o presente que temos de
escolher.

O subconsciente é nossa parte emocional. É a criança


interior. Esta é a parte que armazena todas as lembranças na
memória. Esta parte muito importante parte nossa é descuidada
constantemente, e sem controle é a responsável por aquilo que
manifestamos em nossas vidas. Esta é a parte que dirige nosso
corpo, a que respira automaticamente sem que tenhamos que
“pensar” em respirar. É nossa parte intuitiva. Alguma vez notaram
que nos sentimos nervosos e não sabemos por que?. O
subconsciente nos alerta (se prestarmos atenção) quando estamos
em perigo. Se estivéssemos mais atentos a esses sinais do
subconsciente, poderíamos evitar muitos eventos desagradáveis.
Esta é a parte mais amiga que podemos ter. É muito importante que
nos comuniquemos com ela. Devemos aprender a amá-la e cuidá-la
muito bem.

Uma vez que decidimos trilhar pelo caminho de nos


tornarmos responsáveis e conscientes, nossa criança interior fará a
limpeza (Ho’oponopono) por nós automaticamente sem que
tenhamos que pensar. Nas classes do Ho’oponopono, trabalhamos
muito com esta criança interior. Aprendemos como nos comunicar
com ela, como cuidá-la, e sobretudo, como trabalhar com ela para
“soltar”, liberar os problemas do dia a dia sem nos apegarmos a
eles.

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No livro O Ensino do Buda diz: “Embora um homem
vença a milhares de homens nos campos de batalha, só aquele
que vence a si mesmo ganhará sua batalha”.

Comentário:
A autora cita o lado espiritual do ser
humano o qual chama de superconsciente. Essa é a
parte nossa que tudo sabe, que tem contato com o
transcendental. Muitas vezes esses contatos não
acontecem porque os canais estão obstruídos.
Nossas crenças, programações, as agitações da
mente e da vida obstruem esse canal de fundamental
importância para nossa realização e para
descobrirmos nosso verdadeiro caminho.

Nossa mente racional que a tudo julga e


analisa ela chama de consciente ou intelecto. O
consciente é importante, pois é com ele que
escolhemos, e a todo instante estamos fazendo
escolha. Com o consciente controlamos nosso
presente mesmo que não nos demos conta disso. E
automaticamente estamos plantando a semente do
futuro.

O subconsciente ela coloca como aquela


parte do cérebro que registra todas as nossas
experiências. Os maus tratos da infância, as
coerções mentais, crenças e complexos que nos
forma inculcados, tudo está registrados no
subconsciente. Estão lá nos limitando e sabotando.
É por isso que ela o relaciona com a criança
interior, com a qual é preciso se comunicar a fim
de liberar essas programações mentais que nos
prejudicam.

Uma vez li o seguinte conto:


Havia uma vez, em algum lugar que poderia ser
qualquer lugar, e em um tempo que poderia ser qualquer tempo, um
formoso jardim, com umas macieiras, laranjeiras, pereiras, belas
roseiras, todas elas felizes e satisfeitas. Tudo era alegria no jardim,
exceto por uma árvore profundamente triste. A pobrezinha tinha um
problema: Não sabia quem era!.

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“O que lhe falta é concentração”, dizia-lhe a macieira.
“Se realmente tentar, poderá produzir saborosas maçãs. Veja como
é fácil”.
“Não escute a macieira”, exigia a roseira. “É mais
simples ter rosas, e vê quão belas são as rosas!”.
E a árvore desesperada, tentava tudo o que lhe
sugeriam, e como não conseguia ser como outros, sentia-se cada
vez mais frustrada. Um dia chegou ao jardim o mocho, a mais sábia
das aves, e ao ver o desespero da árvore, exclamou: “Não se
preocupe. Seu problema não é tão grave. É o mesmo de muitos
seres sobre a terra. Eu te darei a solução: “Não dedique sua vida a
ser o que outros queiram que você seja. Seja você mesma,
conheça-te , ouça sua voz interior”. E dito isto, o mocho
desapareceu.
Minha voz interior?. Ser eu mesma? Conhecer-me?”.
perguntava-se a árvore desesperada, quando de repente
compreendeu. Fechando os ouvidos, abriu o coração, e por fim
pôde escutar sua voz interior lhe dizendo:
--“Você jamais dará maçãs porque não é uma macieira,
nem florescerá cada primavera porque não é uma roseira. É um
carvalho, e seu destino é crescer grande e majestosa. Está aqui
para dar proteção às aves, sombra aos viajantes, beleza à
paisagem!. Tens uma missão!. Cumpre-a!”.
E a árvore se sentiu forte e segura de si mesma e se
dispôs a ser todo aquilo a que estava destinada. Assim logo ocupou
seu espaço e foi admirada e respeitada por todos. E só então o
jardim foi completamente feliz.

Eu olho ao redor e me pergunto: “Quantos serão


carvalhos que não se permitem a si mesmos crescer? Quantos são
roseiras que, por medo à provocação, só dão espinhos? Quantas
laranjeiras terá que não sabem florescer?” Na vida todos temos um
destino a cumprir, um espaço a preencher. Não permitamos que
nada nem ninguém nos impeça de conhecer e compartilhar a
maravilhosa essência de nosso ser.

O QUE É UM PROBLEMA?

Um problema só é um problema se dissermos que o é.


E o problema não é o problema, mas nossa reação quanto ao
problema é que é o problema.
Dr. Ihaleakalá Hew len

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Há um ditado Zen que diz: “Não podemos impedir que
os pássaros voem sobre nós, mas podemos impedir que eles façam
ninhos em nossas cabeças”.

Não se trata de negar os problemas, mas de não cair


na tentação de lhes dar demasiada atenção e importância. Trata-se
de descobrir quem somos, e quando o fazemos, desenvolvemos e
sentimos uma liberdade interna tamanha que estas coisas já não
podem nos distrair.

Nosso subconsciente tem armazenado todas as nossas


lembranças. Enquanto as lembranças estão adormecidas,
acomodados no banco de nossa memória, não ocasionam nenhum
inconveniente. Pessoas que aparecem de repente à nossa frente,
visitas que fazemos a certos lugares ou certas situações que
vivenciamos fazem com que essas lembranças despertem. Desse
modo, as memórias se convertem em pensamentos e se
manifestam. Por isso é muito importante saber que na realidade as
pessoas aparecem em nossa vida para nos dar outra oportunidade.
Qual é essa oportunidade?. É a de assumirmos a responsabilidade
cem por cento e dizer: “Sinto muito, me perdoe por aquilo que está
em mim que criou isto”. (Ho’oponopono). Notaram que cada vez
que surge um problema, ele é sempre um presente? Se o tema não
estivesse dentro de nós, não seríamos capazes de percebê-lo. Os
problemas são simplesmente uma repetição de nossas lembranças.

São como informação que está gravada em numa fita


de áudio. Quando a fita funciona, pensamos que é real. Os
problemas se repetem porque, quando aparecem, reagimos e
apegamos a eles. Não deixamos de pensar no assunto, e assim
ficamos agarrados a ele em vez de soltá-lo. Perceberam que só
pensamos com veemência quando aparece um problema? Uma
vez que se inicia este ciclo vicioso, esquecemo-nos que temos o
poder de parar a gravação.

Em seu livro O Poder do Agora, Eckhart Tolle diz: “A


mente nunca pode encontrar a solução, nem pode permitir-se deixar
que você a encontre, porque ela mesma é parte intrínseca do
‘problema’”.

Muitas vezes a gravação está funcionando, mas o


volume está muito baixo, e por esta razão, nem sequer estamos
conscientes dela. Entretanto, o subconsciente sempre está tocando

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as gravações. Por isso é tão essencial assumir cem por cento da
responsabilidade. Só desse modo entendemos que somos
simplesmente nós e nossas gravações, nossos pensamentos e
nossos programas. Tomemos o exemplo de um filme projetado na
parede ou numa tela. Sabemos perfeitamente que, embora vejamos
a imagem projetada na parede ou na tela, a mesma não está lá,
mas dentro da máquina de projeção. O mesmo ocorre com nossos
problemas. Quando estes aparecem, é só uma projeção do que
está acontecendo dentro de nós mesmos e não fora. Entretanto,
passamos a vida tentando trocar a tela, mas não é esse o
problema. Procuramos a solução no lugar errado.

É muito importante recordar que os problemas, as


situações e as pessoas não existem fora de nós tal como os
percebemos, mas sim nossa percepção é simplesmente um reflexo
de nossos pensamentos. Os problemas tampouco são o que
pensamos que são. Nunca sabemos o que é o que está se
passando realmente. Os problemas são sempre “oportunidades”.
Devemos nos dar conta que temos um efeito sobre o evento ou o
problema, e que nós o criamos. Esta é na realidade uma boa
notícia, pois se nós o criamos, nós podemos trocá-lo sem depender
de nada nem de ninguém.

Há uma história que conta que em uma aldeia havia um


ancião muito pobre, mas até os reis lhe invejavam porque possuía
um formoso cavalo branco. Os reis lhe ofereceram quantidades
fabulosas pelo cavalo mas o homem dizia:
--“para mim ele não é um cavalo; é uma pessoa. E
como se pode vender uma pessoa, um amigo?”.
Era um homem pobre, mas nunca vendeu seu cavalo.
Uma manhã descobriu que o cavalo já não estava no estábulo.
Todo o povo se reuniu dizendo:
--“Velho tolo. Sabíamos que algum dia lhe roubariam o
cavalo. Teria sido melhor se o tivesse vendido. Que desgraça!”.
--“Não vamos tão longe”, disse o ancião.
“Simplesmente digamos que o cavalo não está no estábulo. Este é
o fato. Todo o resto é seu julgamento. Se for uma desgraça ou uma
sorte eu não sei, porque isto é apenas um fragmento. Quem sabe o
que vai acontecer amanhã?”.
Todos riram dele. Acreditavam que o ancião estava um
meio louco. Mas depois de 15 dias, uma noite o cavalo retornou.
Não tinha sido roubado, mas havia escapado. E não foi só isso, ele

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retornou e trouxe consigo uma dúzia de cavalos selvagens. De novo
o povo se reuniu dizendo:
-- “Tinha razão o velho. Não foi uma desgraça mas
uma verdadeira sorte”.
--“De novo estão indo muito longe”, disse o ancião.
“Digam só que o cavalo voltou. Quem sabe se foi uma sorte ou
não? É só um fragmento. Estão lendo apenas uma palavra de uma
oração. Como podem julgar o livro inteiro?”.
Ninguém disse mais nada, mas por dentro sabiam que
ele estava equivocado. Afinal haviam chegado doze cavalos
formosos.
O velho tinha um filho que começou a treinar aos
cavalos. Uma semana mais tarde ele caiu de um cavalo e quebrou
as duas pernas. O povo voltou a se reunir e a julgar
-- “De novo o velho tinha razão”, disseram. Era uma
desgraça, seu único filho perdeu o jogo das pernas e, na sua idade
ele era seu único sustento. Agora estava mais pobre que nunca”.
--“Estão obcecados julgando”, disse o ancião. “Não vão
tão longe. Só digam que meu filho quebrou as duas pernas.
Ninguém sabe se foi uma desgraça ou uma fortuna. A vida vem em
fragmentos, e nunca nos dá mais que isto”.
Aconteceu que, poucas semanas depois o país entrou
em guerra e todos os jovens do povoado foram chamados pelo
exército. Só se salvou o filho do ancião porque estava aleijado. O
povo inteiro chorava e se queixava porque era uma guerra perdida
de antemão e sabiam que a maioria dos jovens não voltariam.
--“Tinha razão velho. Era uma sorte. Embora aleijado
seu filho ainda estava com ele, enquanto os nossos se foram e não
sabemos se voltam.
--“Seguem julgando”, disse o velho. Ninguém sabe. Só
digam que seus filhos foram obrigados a unir-se ao exército e que
meu filho não . Só Deus sabe se foi uma desgraça ou uma sorte”.
Assim acontece conosco sempre que formamos uma
opinião ou um julgamento: estancamo-nos; nos escravizamos.

Um ensinamento budista diz:


“Aquele que está influenciado por seus gostos e
desgostos, com a mente impregnada por idéias pré-concebidas,
não pode entender o significado das circunstâncias e tende a se
desesperar-se perante elas. Aquele que está desapegado, com a
mente livre e aberta, entende perfeitamente as circunstâncias e
para ele todas as coisas são novas e significativas”.
Mais adiante diz:

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“A felicidade segue à tristeza. A tristeza segue à
felicidade, mas quando a gente já não discrimina entre a felicidade
e a tristeza, o bom e o mau, a gente é capaz de libertar-se”.

Nosso mundo é de dualidades. Toda


situação passa, a boa e a ruim. Devemos aceitar
essa realidade, não criar vínculos com situações
que sabemos ser passageiras, e todas são
passageiras. Não importa quanto tempo dure uma
situação qualquer, um dia ela passará. Tampouco
devemos criar expectativas exageradas com relação
ao futuro, pois nossa vida é dinâmica e as
situações se modificam sempre. Aceitar com
tranqüilidade e equilíbrio o que a vida nos trás,
alivia nosso coração. Tudo que nos vem é
exatamente o que precisamos e merecemos naquele
momento. Reagir e revoltar somente piora as
coisas. Quantas vezes acontece algo em nossas
vidas que a principio parecia ser uma desgraça e
que no futuro se revela uma benção? Ou do
contrário, algo que vem como uma grande conquista
e que depois se revela um equívoco? É preciso não
julgar, pois o que vemos são fragmentos, enquanto
o Universo (Deus) vê o todo.

Nada é o que realmente parece. O intelecto não pode


saber, pois seu conhecimento é limitado. Entretanto, há uma parte
nossa sempre sabe. A diferencia entre o conhecimento intelectual e
essa sabedoria inata que temos é similar a que existe entre subir
numa cadeira, olhar ao redor e pensar que estamos vendo tudo e
subir ao topo da montanha e ver o panorama completo.

Preferimos falar com nossos psicólogos ou com os


vizinhos em vez de falar com Deus. Temos acesso permanente a
todo este saber, a toda esta sabedoria que está dentro de nós, mas
preferimos subir na cadeira e dar opiniões, emitir julgamentos e
expressar nossos pontos de vista porque é o que aprendemos a
fazer. Estamos viciados neste modo ser e agir. Entretanto, sempre
podemos escolher o que fazer e como reagir quando aparece uma
situação que consideramos problemática.

A seguinte historia ilustra belamente este conceito:

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“Um dia o asno de um camponês caiu ao fundo de um
poço. O animal se queixou durante horas enquanto o camponês
tentava encontrar uma forma de tirá-lo. Finalmente, o camponês
decidiu que o animal era velho, que os esforços para salva-lo
estavam sendo inúteis, e decidiu soterrá-lo no poço. Então, o
camponês pediu ajuda aos vizinhos, e todos pegaram pás
começaram a atirar terra adentro do poço. No começo quando o
asno se deu conta do que estava acontecendo, gemeu
horrivelmente, mas depois de um momento para surpresa de todos,
acalmou-se. Depois de várias pazadas de terra, o camponês
finalmente decidiu olhar dentro do poço, e o que viu o deixou
estupefato. Com cada pazada de terra que caía sobre suas costas,
o asno fazia algo assombroso. Sacudia as costas, a terra caía e se
amontoava sob suas patas, e desse modo com cada pazada o asno
dava um passo para cima. À medida que os vizinhos do camponês
continuavam jogando terra sobre o animal, ele mesmo se sacudia e
subia mais. Logo o asno chegou à borda do poço e saiu trotando”.

A vida joga todo tipo de terra em de nós. A solução


para sair do poço é sacudir a terra e dar um passo para cima. Cada
um de nossos problemas é como um degrau para a liberdade.
Depende só de nós se o usarmos como tal.

A FÉ

Nosso verdadeiro poder é a felicidade, e esta nos


chega somente quando nos rendemos a todo o resto.

A maior parte de minha vida não acreditei em Deus.


Para mim, Deus não existia. Cresci pensando que era eu mesma
que obtinha tudo na vida, que tudo era devido ao meu trabalho,
dedicação e esforço pessoal. Os judeus são muito tradicionalistas, e
eu respeitava as tradições, mas não acreditava em Deus. Quando
por fim despertei, descobri dentro de mim um mundo novo que
desconhecia por completo. Pouco tempo depois disse a meu filho
maior: “Jonathan a vida pode ser fácil”. Ele me olhou confuso e me
disse: “Isso não é o que me dizia antes”, ao que eu respondi: “Sei.
Mas agora penso diferente”.

Neste momento não tenho nem a menor duvida, mas


essa segurança que não se pode expressar com palavras,
encontrei-a em meu coração. Todos podemos encontrá-la porque a
levamos dentro de nós mesmos o tempo todo. Como boa contadora

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busco resultados, observo e faço uma recontagem de minha vida
desde que comecei a crescer. Nem eu posso acreditar em tudo que
obtive.

Alguns encontram Deus no templo ou na igreja. Outros


como eu, não o encontra ali. Um dia despertamos, começamos a
procurar e nos damos conta que nem sequer é necessário levantar-
se da cama para encontrá-lo. Não importa a denominação, não
importa como o chamemos, Ele (Ela) está sempre conosco. Em
qualquer lugar que vamos, Ele (Ela) nos acompanha. Não sabemos,
nem temos a menor idéia de como trabalha esse Deus (Amor).
Tampouco conhecemos o que pode fazer. Não podemos nem
sequer imaginá-lo. Chamamos de milagres, que realmente existem
e podemos experimentá-los em cada momento da vida se
deixarmos de querer entender tudo com a mente racional,
abandonarmos nossos julgamentos e opiniões e aprendermos a nos
deixar levar pela corrente da vida.

É necessário tomar consciência de que nós mesmos


somos o maior obstáculo em nossas vidas! Dizemos que confiamos,
mas não o fazemos realmente. Dizemos que entregamos nossos
problemas a Deus (Amor) mas seguimos preocupados com esses
problemas. Quando não deixamos de pensar numa questão
qualquer, ficamos angustiados e preocupados com ela. Assim
estamos indicando para Deus que queremos solucionar o problema
sozinhos, que não confiamos nele. Dessa forma não recebemos
resposta a nossas preces, porque temos “expectativas”.
Acreditamos que somos donos da verdade, e quando pedimos algo
a Deus o fazemos de uma maneira quase imperativa. Explicitamos
o que desejamos, e como desejamos, dizendo a cor e a hora que
queremos. Entretanto, Deus sabe antes que lhe peçamos. Ele (Ela)
está tão perto que não é precisamos gritar. Basta pensar. Deus tem
para nós muito mais do que imaginamos, e só espera pela nossa
permissão para nos entregar.

A fé não admite dúvidas. Se colocarmos um


problema nas mãos de Deus (universo) e
continuarmos aflitos e preocupados, é porque nossa
fé ainda é fraca. Se pedirmos algo e ficarmos
dando a receita, definindo como e quando queremos,
estaremos limitando Deus que já sabe desde sempre
o que é o melhor para nós. No filme “Sete anos no
Tibet”, o Dalai Lama diz um ditado de seu país ao

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personagem de Brad Pitt: “Se o seu problema tem
solução, porque se preocupar? E se não tem, porque
se preocupar?” Esse ditado fala sobre a fé que
confia, e a fé que resigna, sentindo que se assim
foi, era porque assim deveria ser. A resignação e
a fé abrem as portas para que algo melhor ocorra
no futuro, e sempre ocorre. A revolta e o controle
fecham essas mesmas portas.

Se pedirmos coisas específicas, como por exemplo:


“OH, Meu deus, por favor me mande o dinheiro para poder viajar a
Europa”, colocamos limite à nossa solicitação. Deus nos outorga o
que é correto em cada momento. No caso do exemplo, talvez o
correto não seja ir a Europa e sim à América do Sul mas ao estar
tão obstinado em querer ir a Europa, o dinheiro não virá porque o
que pedimos não é o correto. Ao nos fechar deste modo, ficamos
sem a possibilidade de receber o que é correto e perfeito para o
momento específico. Às vezes Deus diz não, como o faz um bom
pai quando seu filho não pode medir ou dar-se conta do perigo ou
as conseqüências do que pede. Por essa razão, o segredo está em
pedir o que é correto e perfeito, e nós não sabemos o que é.

Logo é necessário soltar e abandonar as expectativas.


No momento adequado nos chegará o mais apropriado e perfeito.
Nunca sabemos de onde vai chegar. Para receber a surpresa,
devemos dar permissão.

Deus (Amor) trabalha em forma misteriosa. Se


permitirmos, acreditarmos e confiarmos de coração, tudo nos
chegará sem esforço. Deus é o único que pode abrir as portas
certas e nos aproximar de pessoas que podem nos ajudar ou apoiar
em nosso caminho. Ele (Ela) coloca-nos no lugar correto no
momento perfeito só quando deixamos de falar tanto e perguntar ao
vizinho em vez de perguntarmos a Ele (Ela) diretamente. O simples
pensar em Deus nos eleva de nossos problemas. O estar
agradecidos pelo que temos também modifica automaticamente
nossa vibração. Sempre há motivo para estar agradecido.

Ter fé é estar aberto às possibilidades. Significa que


estamos dispostos a deixar que a vida nos surpreenda, que nos
atrevemos a entrar no desconhecido e a deixar de ter medo ao que
nos parece incerto. Quem tem fé tem o coração sempre aberto.
Muitas vezes ficamos estancados e damos voltas no mesmo lugar

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por falta de fé e medo do desconhecido. Vale a pena aprender com
a semente, que apesar de não poder imaginar-se como orquídea,
tem a valentia de abrir-se, quebrar-se e entregar-se ao processo
para brotar da superfície da terra e sair à luz. Um coração cheio de
dor não pode imaginar o que se sente ao ser amado ou ao estar em
paz. Muitas vezes temos que romper com velhos padrões, velhas
formas de pensar e velhas crenças. Isto implica ter que passar por
um túnel escuro e às vezes ter que sentir dor, mas é a única forma
de sair adiante e ver a luz.

Jesus disse que devemos ser como meninos para


poder entrar no reino do céu. O reino do céu está aqui e é agora.
Depende de nós experimentá-lo. Só temos que deixar de pensar
constantemente e deixar de acreditar que possuímos a verdade
absoluta e que sempre temos razão. Muitas vezes todos estes
pensamentos, informação e educação nos afastam do que
realmente somos. A inocência não é mais que a sabedoria que
Deus nos dá de presente. Claro que é preciso ser valente para
tomar este caminho, mas o triunfo está cem por cento assegurado.
É necessário animar-se a acreditar, provar, confiar e entregar-se.
Quando começamos a confiar e ter fé, algo se transforma em
nosso interior e o pensamento se esclarece, e tudo fica diferente.
Tentei explicar com palavras esta transformação, mas não é
possível. Não há palavras para defini-la. Simplesmente sabemos
que encontramos a sabedoria do coração.

Agora eu gostaria de falar da fé mais importante: a fé


em nós mesmos. Não é preciso acreditar em nada fora de nós. Não
é necessário acreditar em Deus, Jesus, Buda nem Moisés a menos
que isto nos faça sentir bem. O que sim precisamos é acreditar em
nós mesmos e no poder que está em nosso interior. Para acessar
esse poder devemos renunciar a muitas crenças, opiniões e
julgamentos sobre nós mesmos. Devemos nos amar nos aceitar do
jeito que somos embora isso não seja algo fácil. Nem sequer
sabemos conscientemente quais são as crenças que nos estão
afetando, mas com o processo que ensino neste livro, não é
necessário as conhecer, mas somente dar permissão para que se
vão.
Comentário:
O homem é seu próprio salvador. Nem
Jesus, nem Buda, nem ninguém pode salvar quem quer
que seja. A verdade salva. A verdade ensinada por
Jesus, Buda, Sócrates e tantos outros mostram o

19
caminho da salvação. Mas é preciso que aceitemos
essas verdades e as incorporemos as nossas vidas.
Tudo parte de nós, temos o livre arbítrio, o poder
de escolher. Transformação é uma porta que se abre
por dentro.

Quando nos conhecemos e nos amamos


incondicionalmente, tornamo-nos invencíveis. E percebemos
claramente quando estamos adquirindo essa condição, não é
preciso dizer nada. Quando adquirimos a auto confiança, certos
tipos de pessoas começam a se afastar de nós, e outras começam
a se aproximar trazendo as oportunidades que desejamos e
precisamos. O segredo está em si aceitar da forma que se é. Deixar
de acreditar que não é tão bom, não é suficientemente inteligente,
capaz ou digno, ou que primeiro precisa de um curso universitário.
Se confiamos em nós mesmos, os outros também confiarão.
Precisamos somente mudar nossas crenças interiores.

O mais importante é se colocar em primeiro lugar para


deixar de querer ser essa pessoa que os outros querem que seja. É
preciso despertar e entender que o poder está dentro de nós e não
na aprovação de outros. Quando temos fé em nós mesmos, nossos
talentos começam a crescer automaticamente e começamos a nos
sentir felizes. A fé tem que a ver com a capacidade de amar e
desfrutar da vida.

Nossa vida transcorre em nossa própria mente, e se a


guerra está em nossa cabeça, somente nós mesmos podemos nos
devolver a paz. É preciso recordar que em certo sentido sempre
temos razão. Se dissemos que podemos, podemos. Se dizemos
que não podemos, assim é, não podemos. Estamos aqui para viver,
desfrutar da vida e ser felizes. A fé em nós mesmos nos dá a
liberdade de ser autênticos, e isto por sua vez ativa a felicidade que
tanto desejamos.

O DINHEIRO

Infelizmente, uma vez que obtemos as coisas materiais


nos damos conta que o vazio está ainda ali, que não tem fundo.
Eckhart Tolle em O Poder do Agora

Quando me separei de meu marido depois de vinte


anos de matrimônio, saí praticamente sem nada. Nem sequer levei

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meus filhos, pois o pai quis ficar com eles. Eu tinha a certeza de
que podia seguir adiante só e senti-me agradecida e contente de ter
a oportunidade de recomeçar. Por outro lado, àquela altura de
minha vida tinha aprendido que a felicidade não está no material e
que não precisava ter posses. Ao contrário, sabia que quanto
menos tivesse mais livre seria. Uma amiga sugeriu que fôssemos
viver juntas para poder procurar um lugar mais amplo e lindo.
Pareceu-me uma boa idéia, e assim foi que encontramos uma casa
muito bela. Nunca imaginei que preencheríamos os requisitos
necessários para alugá-la, mas como apresentamos a soma dos
dois vencimentos, conseguimos a aprovação. Dois dias antes de
assinar o contrato de aluguel, minha amiga me chamou e disse que
tinha mudado de idéia e que iria se viver no Arizona. Imediatamente
chamei à agente da imobiliária para lhe pedir que pusesse o
contrato a meu nome, dizendo que eu seria a pessoa responsável.
Ela não teve problema em fazê-lo porque já me conhecia. Pouco
tempo depois de assinar o contrato de um ano e me mudar para a
casa, começaram a chegar trabalho de todas as partes e logo me
dava conta que podia pagar o aluguel sem problema e não
precisaria compartilhar minha casa com outra pessoa. Oito meses
depois de me mudar, o dono da casa me chamou e disse que
desejava vender a propriedade. Explicou-me que, como sabia que
eu gostava tanto da casa, me daria prioridade, mas que se não
estivesse interessada, em setembro teria que partir.

É obvio que eu desejava comprar a propriedade e ficar


ali, mas com que? Não tinha dinheiro para o pagamento inicial, e
como sou contadora, sabia muito bem que não possuía os
requisitos necessários para conseguir um empréstimo. Meu
intelecto me dizia que começasse a empacotar, mas algo em meu
interior dizia que essa não era a melhor opção. Nesse momento
mentalizei: “Se Deus considerar que este é o lugar para mim, Ele
me conseguirá o empréstimo, porque eu não sei como fazê-lo”. Eu
sabia que tinha que me fazer algo, dar permissão para Deus agir. O
melhor era me desapegar, confiar e entregar o assunto ao universo.

Duas pessoas que me haviam dito que poderiam me


ajudar desistiram durante o processo. O contrato de aluguel venceu
e não consegui o empréstimo. Assim tive que chamar o proprietário
para lhe dizer o que estava acontecendo. Decidi que em vez de me
preocupar em convencê-lo, entregar-me-ia à situação com
confiança e fé. Assim foi que o chamei, expliquei-lhe e ele
surpreendentemente respondeu: “Bom, Mabel, na verdade sinto que

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este não é um bom momento para vender a casa, portanto vou
estender o contrato de aluguel. Redija uma prorrogação, mande-me
por fax que assinarei. Tempos depois, antes mesmo que vencesse
o contrato de prorrogação, alguém me chamou sem que ao menos
eu o tivesse procurado, e me ofereceu um empréstimo para que eu
comprasse a casa.

Quando deixamos de nos apegar ao resultado e nos


preocupar com a situação, abandonamos a necessidade opinar e
emitir julgamentos, tomamos consciência de que não sabemos
nada e nos entregamos e aceitamos o processo natural da vida.
Passamos a experimentar o fluir natural da vida onde tudo acontece
e nos chega de forma mais fácil.

Deus nos pôs na terra com tudo o que necessitamos.


Se olharmos a nosso redor notaremos que toda a criação de Deus
é infinita e abundante. Só as criações humanas são escassas e
limitadas. Os pássaros voam despreocupadamente sabendo que
encontrarão o que necessitam para comer, bem perto do lugar onde
se encontram.

Manifestar aquilo que desejamos requer muita FÉ e


uma grande CONFIANÇA. O universo só precisa que demos esse
primeiro passo. Se confiarmos e dermos nossa permissão, tudo o
que precisarmos virá até nós. O importante é saber no coração (e
não na cabeça) que Deus proverá e confiar cem por cento. Quando
acreditamos que não estamos recebendo resposta para nossos
pedidos ou não vemos os resultados, não é porque não somos
ouvidos. Muitas vezes pensamos em Deus como se fosse nosso
empregado e lhe exigimos o que queremos, explicitando como o
queremos, a forma, a cor e a hora. Não é assim que funciona o
universo. É necessário pedir sem ter expectativas, solicitar aquilo
que pensamos ser correto para nós e desapegarmo-nos.

Deus nos dá o que é correto e prefeito em cada


momento. O segredo é confiar e soltar, nos deixar levar pela
corrente da vida e estar abertos para receber do lugar e da pessoa
que menos esperamos. Nunca duvide de que Deus (Amor) proverá
nossas necessidades no momento certo, ele sempre o faz. Nosso
grande problema é criar expectativas, querer as coisas
rapidamente, sermos impacientes e inflexíveis. Não nos damos
conta de que tudo que precisamos vem de uma fonte única que
sabe perfeitamente o que necessitamos, quando e como.

22
Pensamos que somos nós que criamos as oportunidades através
do trabalho, nossos maridos ou nossos investimentos, mas esses
são somente diferentes caminhos e vias pelos quais as benesses
se manifestam. Quando uma porta se fecha é porque outra se
abrirá automaticamente.

Comentário:
Se pararmos para analisar nosso momento
presente, veremos que temos tudo de que
necessitamos. É preciso ter essa consciência de
que Deus é nossa fonte infinita e inesgotável de
provimento que nos supre de tudo o que
necessitamos. Isso quer dizer que somos prósperos
agora, nesse exato momento e temos tudo o que
precisamos para nos manifestar e ser felizes.

Em seu livro “A Verdadeira Magia”, o


Dr.Wayne W. Dyer, falando sobre a prosperidade
diz: “você não precisa de mais nada para sentir-se
próspero. Abandonar a consciência de carência
significa trocar as imagens interiores que
refletem carência em sua vida. Você já tem tudo o
que é preciso para viver uma vida de prosperidade.
Não que você vá receber tudo; você já é tudo. A
prosperidade é antes de mais nada um jogo mental.
É um conjunto de crenças internas e invisíveis que
trazemos dentro de nós. Você deve saber que tem
tudo o que precisa agora; nada lhe falta para
alcançar a prosperidade.”

Portanto, vamos parar de nos limitar. Se


não nos sentimos felizes, prósperos e realizados
agora, não sentiremos nunca.

Estar satisfeito e grato a Deus no


momento presente é pré-requisito para que se tenha
algo mais no futuro. Nosso futuro depende do
presente e um coração agradecido é o que há de
melhor para atrair ainda mais benesses.

Isso não quer dizer acomodação. A vida é


dinâmica, e estar satisfeito hoje embora seja
essencial, não que dizer que não se queira mais
amanhã. Acontece que não conseguiremos mais se

23
nosso coração não for grato pelo que já possuímos.
O Dr. Dyer continua seu raciocínio: “ Nosso
diálogo interior deve ser mais ou menos assim:-Eu
estou inteiro, completo, total, plenamente vivo
neste momento. É isto! Eu sou tudo, não preciso de
mais nada para sentir-me feliz ou realizado. No
entanto sei que serei diferente amanhã. Minha
realidade física está sempre mudando. As moléculas
que ontem constituíam meu ser material serão
substituídas por outras moléculas. O corpo físico
que tinha há dez anos é, hoje, inteiramente novo
do ponto de vista físico. Vou crescer, serei algo
novo e grandioso, porém não mais grandioso do que
sou agora. Assim como o céu será diferente dentro
de algumas horas, sua atual perfeição e inteireza
não são deficientes, também sou agora, perfeito e
imcompleto pelo fato de mudar amanhã. Crescerei e
não sou deficiente.”

Acho essas colocações do Dr. Dyer


simplesmente maravilhosas. Se condicionarmos nossa
felicidade e realização em algo que nos falta,
estaremos projetando no futuro. Dessa forma nunca
a alcançaremos, pois sempre estará faltando algo
que estará sempre no futuro. Mas se aprendemos a
nos sentir completos agora, seremos felizes e
estaremos plantando a semente para que tenhamos
mais amanhã. É simplesmente impossível que essas
sementes não floresçam e produzam frutos
maravilhosos. Alguém que conquista essa forma de
pensar, fatalmente estará sempre crescendo e
prosperando.

Em seu livro “As Sete Leis Espirituais do


Sucesso”, Deepak Chopra coloca: “Sua intenção é no
futuro, mas sua atenção está no presente. Se sua
atenção está no presente, a intenção futura se
manifestará, pois o futuro é criado no presente.
Você tem de aceitar o presente como ele é. Aceite
o presente e pretenda o futuro. O futuro é algo
que sempre pode ser criado através da intenção
distanciada, mas nunca deve combater o presente”.
Por “intenção distanciada”, o autor acima citado

24
quer dizer que não se deve criar expectativas nem
se impacientar pelo resultado.

É importante saber que a fonte geradora é


Deus, o Universo. Dessa fonte provém nossa
prosperidade, não do emprego, do casamento, da
loteria ou de uma herança. Por isso não devemos
nos limitar pensando que nosso salário não é o
bastante para nossas realizações, que temos que
trabalhar duro, ter dois empregos, fazer bico e
hora extra para conseguir o que queremos. Essas
mudanças não são simples de fazer, e condicionamos
nossa realização a ela, da mesma forma nunca
seremos felizes. Ter que mudar de emprego,
trabalhar mais para ter as coisas, não justifica,
pois assim não teremos tempo e disposição para
curtir nossas conquistas. Que graça terão as
conquistas se não podermos desfrutá-las.

Basta pensarmos e agirmos de uma forma


correta, e o que queremos virá de forma
inesperada, por meios até então inimagináveis, por
pessoas que nem conhecemos ainda. É preciso crer e
não ficar determinando a forma ou o tempo de tudo
ocorrer, não criar expectativas. Ao nos limitarmos
estaremos limitando Deus, e assim bloqueando o
processo.

A pior coisa que podemos fazer quando surge um


problema é nos preocupar. Agindo assim ficamos impotentes e
acabamos atraindo tudo aquilo que não desejamos. Somos como
imãs: me diga o que pensas e direi quem és. É de vital importância
viver no AGORA. Passamos nosso tempo vivendo no passado com
nossas lembranças e experiências, ou no futuro com nossas
preocupações. O dinheiro, tal qual tudo o mais, nos chega quando
necessitamos, nem antes nem depois. Só precisamos abrir nosso
coração e confiar.

Alguém alguma vez me contou a seguinte historia:


Uma mulher encontrou na porta de casa três velhos, e
pensando que estivessem com fome convidou-os a entrar e ceiar.
Um deles respondeu: “Não podemos entrar os três na sua casa.
Somente um pode ser convidado. Eu me chamo Amor, os outros se

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chamam Riqueza e Sucesso. Entre e discuta com sua família qual
de nós três será convidado a entrar.” A mulher entrou e contou a
história a seu marido e sua filha. O marido disse: “Vamos convidar a
riqueza, e teremos abundancia em nossa casa”. A mulher porém
retrucou: “e porque não chamar o Sucesso?” A filha que ouvia tudo
deu sua opinião: “Acho que deveríamos convidar o Amor”.
Decidiram então seguir o palpite da menina. A mulher saiu e
convidou o Amor a entrar e partilhar da mesa. O Amor levantou e
acompanhou a dona da casa. A riqueza e o Sucesso também se
levantaram e seguiram o Amor. A mulher estranhou: “Mas eu
convidei somente o Amor. Vocês não disseram que somente um
seria convidado?” o Sucesso respondeu: “Se vocês tivessem
convidado um de nós, os outros ficariam de fora, mas como
convidaram o Amor, nós vamos juntos. Onde vai o Amor, o Sucesso
e a Riqueza vão juntos.”

O dinheiro não é mau, ao contrário, o mal é lhe dar


prioridade. Quando fazemos as coisas por dinheiro, tudo parece
difícil, o dinheiro que vem parece nos escapar rapidamente das
mãos. Devemos encontrar aquilo que amamos fazer, algo que
faríamos com mesmo que não recebêssemos por isso. Todos nós
nascemos com certos talentos e dons naturais únicos. Existe algo
que podemos fazer melhor que nenhuma outra pessoa. É algo que
temos dentro de nós e que necessariamente não exige um título
universitário. A abundancia e a prosperidade tem a ver com nossa
consciência. Quando sabemos quem somos adquirimos a
consciência de que já temos tudo o que necessitamos. Já somos
ricos no momento presente e ao abrir o coração permitimos que
tudo de bom se manifeste em nossa vida.

Comentário:
Essa história contada pela autora é
similar à parábola dos lírios dos campos e das
aves dos céus contada por Jesus. É o “Buscai em
primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, que
tudo o mais virá com acréscimo”. Essa é a verdade
perdida pela mordida na maçã no paraíso citada lá
no início desse pequeno e precioso livro. Tudo
muito simples, mas simplicidade nem sempre quer
dizer facilidade.

Todos nós somos herdeiros de Adão e Eva,


somos influenciados pela mordida na maçã, e nesse

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sentido pode-se dizer que há sim o pecado
original. Somos impregnados com as crenças
errôneas de séculos e mais séculos, de que
precisamos lutar e competir com o semelhante, ser
esperto e trabalhar duro a ponto de não ter tempo
para família e diversão a fim de conseguir
sobreviver. Essas crenças antigas precisam ser
banidas de nosso íntimo, gradativamente. Não é
fácil porque são muito antigas e passaram a fazer
parte do inconsciente coletivo da raça humana. Mas
quanto mais pessoas pensarem diferente, quanto
maior o número de “convertidos” para essa
filosofia de vida baseada na prática do amor e da
não resistência, mais o inconsciente coletivo
mudará e gradativamente passará a ser positivo.
Tal fato representará uma conquista maravilhosa na
evolução da humanidade e se refletirá em todas as
relações humanas: nas escolas, nas ruas, no
comércio, nas indústrias, nas religiões e nas
relações internacionais. Será uma utopia? Estará
esse dia ainda distante? Digo somente que essa
mudança começa em cada um de nós, e que devemos
influenciar o meio em que vivemos a começar com
nossa própria casa, na educação dos filhos.

O dinheiro não é o mal. O mal é dar-lhe


prioridade. Vamos convidar o amor para cear em
nossa casa, vamos buscar o reino e sua justiça que
o restante virá automaticamente.

OS MEDOS

Conheçam a verdade e ela lhes liberará.

No caminho de busca espiritual que decidi percorrer,


tive que enfrentar muitos de meus medos. Senti medo ao deixar
meu matrimônio de mais de vinte anos, ao deixar meus filhos, ao
recomeçar minha carreira, ao assinar um contrato de aluguel onde
eu assumia toda a responsabilidade sem ter nenhum respaldo
econômico. Entretanto, a fé e a confiança em mim mesma me
permitiram agir apesar de meu medo. Uma voz interior me disse
que eu podia fazê-lo. Porém a sorte e a segurança não vieram
sozinhas, mas foram surgindo à medida que fui trabalhando em

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mim mesma. Li vários livros, participei de seminários e busquei
ânimo e coragem para mudar muitas coisas em minha vida.

Quando descobrimos quem somos e o poder que


temos, entendemos que não há nada a temer, pois somos sempre
protegidos. Todo mundo sente medo, pode-se dizer que o medo é
uma enfermidade. Somos viciados no medo e no sofrimento.
Preferimos sofrer porque nos é familiar. Sabemos como nos
sentimos e apesar do sofrimento nos sentimos cômodos. O temor é
o conhecido de todos os dias. Quando nos decidimos a enfrentar
nossos medos, chegamos ao outro lado do túnel e vemos a luz.
Reconhecemos o que é verdade e, não só nos sentimos
vencedores e muito bem conosco mesmos, como olhamos para
atrás e vemos que afinal nada é foi tão terrível como tínhamos
imaginado.

Uma vez uma pessoa me contou como se tornou um


vendedor de imóveis. Ele era muito jovem, e no primeiro dia de
trabalho seu chefe lhe perguntou: “Quer vender casas?”. Ele é obvio
respondeu em seguida que sim. O chefe o levou a um bairro e lhe
disse: “vou te deixar aqui e voltarei em quatro horas. Bata de porta
em porta e pergunte às pessoas se querem vender suas casas.”
Deixou com ele um bloco com cem fichários, e a cada não que
recebesse deveria marcar um fichário. “Vá procurar seus primeiros
cem NÃO”. O jovem não podia acreditar, mas não havia como fugir
da situação. O resultado foi que muitas pessoas disseram Não, mas
para sua surpresa muitas pessoas disseram sim. Nesse momento o
jovem se deu conta que a cada pessoa que lhe dizia NÃO, se
aproximava mais à possibilidade do SIM.

Todos nós sentimos um grande medo do NÃO, um


enorme medo da rejeição. Se não nos arriscarmos a receber um
NÃO, nunca receberemos os SIM. O que acontece se a gente
recebe um NÃO? Se pensarmos bem, não é tão grave assim. A
capacidade de superar este medo é o que diferencia as pessoas
que obtém muito na vida das que não obtém quase nada; as que
tem êxito e se superam, das que ficam estancadas.

Evidentemente o medo tem a ver com nossas próprias


inseguranças. Não sabemos quem somos, nem conhecemos o
poder que temos de atrair aquilo que é perfeito e correto para nós.
Quando confiamos e acreditamos em nós mesmos, sabemos

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reconhecer que cada momento é perfeito. Se alguém nos diz que
NÃO, talvez seja porque o que procurávamos não era perfeito e
correto para nós naquele momento. Quem possui fé sabe que
nestas ocasiões muitas vezes está caminho algo melhor e maior, e
espera com certeza e confiança. Pelo contrário, quem está perdido,
confuso e não conhece sua verdadeira identidade, sente um
profundo medo a ponto de ficar paralisado.

Comentário:
O que acontece se recebemos um não pela
cara? O que perdemos? É arrancada alguma parte de
nós mesmos? Não, somente se permitirmos que tal
aconteça que seja arrancada nossa coragem e
decisão de seguir em frente. Cada não nos aproxima
de um sim. Cada não traz em si um ensinamento
valioso. Cada não nos lapida para um SIM maior e
melhor.
Como vemos, temos pouco a perder e muito
a ganhar. Foi Willian Shakespeare quem disse: “São
as duvidas traidoras que nos faz perder o bem que
nosso seria, se o medo de tentar não existisse”.

Todos sentem medo, desde o varredor de ruas até o


presidente da nação, o que mostra que o medo não tem hierarquia.
A diferença é que alguns se atrevem a seguir em frente apesar do
medo. É preciso ser valente para superar o medo, e se não o
fizermos, ninguém fará por nós. Nem Jesus, nem Buda voltarão
para nos resgatar. Tudo que precisamos para nossa transformação
já está em nós mesmos. A mudança é interior, na há outra forma
de fazê-la. Não existem atalhos ou fórmula mágica. Cada um
escolhe o seu caminho e quanto mais corajosos somos, mais longe
chegamos. E à medida que caminhamos novas possibilidades vão
surgindo. A boa noticia é que o medo existe somente em nossa
mente, são criados por nós mesmos e somente nós podemos
eliminá-los. As crenças podem ser mudadas e as lembranças
podem ser apagadas, pois não necessitamos delas para sobreviver.
Disso depende nossa liberdade, pois se mudarmos nossa mente
nesse sentido estaremos saindo da prisão que nós mesmos
criamos. Abriremos assim a porta de nossa alma e recuperamos a
liberdade

O medo assim como a coragem é opcional. Tudo


depende simplesmente da escolha de cada momento. Muitas

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vezes é necessário parar no meio de caminho e realizar mudanças
drásticas. De certa forma devemos morrer primeiro para então
começar a viver. Falo da morte dessa parte nossa que não é real,
disso que acreditamos que somos, da imagem que vendemos aos
outros, e o que é pior, que vendemos a nós mesmos.

Temer é o mesmo que confiar no mal, é saber que


aquilo que imaginamos vai acontecer. O temor também pode mover
montanhas. Certa vez li que o êxito na vida não se mede pelas
conquistas, mas pelos obstáculos que tivemos que enfrentar. Muitas
vezes a felicidade está bem ali, na próxima esquina, essa mesma
esquina que nunca nos atrevemos a dobrar.

O AMOR
O amor é a espada do guerreiro: em qualquer lugar que
corta, dá vida, não morte.

Quando alguém pediu a uma das Meninas classificadas


como Índigo que falasse sobre o amor, ela simplesmente riu como
se estivessem fazendo uma pergunta estranha e respondeu: “Não
posso falar do amor; se pudesse, então não seria real, porque o
amor não pode ser descrito em palavras”. “E então”, insistiu a
pessoa, “o que é o amor verdadeiro?”. Ela voltou a sorrir e disse:
“Você voltou a fazer. Percebe como é difícil?”. Não importa o quanto
tentemos não racionalizar, é quase impossível.

E disso que a menina dizia, sempre insistimos numa


definição racional para tudo. Queremos definir e entender tudo com
nossa mente racional, e queremos que esse entendimento seja
verbalizado. Mas nossa mente racional não pode entender o amor
porque ele não tem nada a ver com o pensamento. O amor não é
para ser entendido, é para ser sentido. Devemos esquecer de
querer transformar tudo num conceito mental e simplesmente sentir.

Uma vez disse a meus filhos Jonathan e Lyonel que os


amava, acontecesse o que acontecesse. Meu amor não dependia
do que eles fizessem ou deixassem de fazer. Não dependia de seu
comportamento e tampouco se obtivessem ou não um curso
universitário. Os dois arregalaram os olhos surpresos e me olharam
como se eu tivesse dito a coisa mais estranha que eles haviam
ouvido.

30
Estamos mal acostumados e transmitimos nossos
costumes a nossos filhos, porque foi isso que aprendemos a fazer
com nossos pais. Desde a infância aprendemos que devemos fazer
coisas, comportar dessa ou daquela forma para sermos amados e
aceitos. Paradoxalmente as pessoas nos tratam da forma como
tratamos a nós mesmos. Dessa forma o desejo de amor e aceitação
se vê frustrado pela nossa própria incapacidade de nos amarmos.

Se não tivermos amor próprio não seremos capazes de


amar a mais ninguém, e não aceitar essa verdade é enganar-se e
enganar aos outros. O essencial é aprender a se amar e a se
aceitar, da forma que se é. Não se deve fazer as coisas para
agradar aos outros, se algo não for bom para nós também não será
para os outros. As mães principalmente tendem a pensar que
precisam se sacrificar e abrir mão do que é importante para si em
função dos filhos. Entretanto o melhor presente que as mães podem
dar aos filhos é se amarem, servindo assim de modelo para que os
filhos aprendam a si amarem sem necessidade de procurar amor
nos lugares equivocados. Quando estamos bem e no lugar certo,
permitimos que os outros também o estejam. Quanto mais nos
esforçamos para obter amor nos comportando para agradar aos
outros, mais nos afastamos da possibilidade de experimentar aquilo
que tanto desejamos.

Devemos aprender a ser felizes e desfrutar cada


instante de nossa vida sem dar importância ao que os outros
pensam de nós. O mais importante é o que pensamos de nós
mesmos. O auto-amor é a mais poderosa ferramenta de
transformação. O amor começa em nós mesmos e é inútil busca-lo
noutro lugar, pois não existe. Infelizmente passamos a maioria do
tempo procurando o amor no lugar errado, sempre o mendigando
dos outros sem saber por quê.

Comentário:
Somente podemos dar aquilo que possuímos.
Somente poderemos amar de fato se amarmos a nós
mesmos. Uma fato líquido e certo é que o mundo nos
trata como nos tratamos a nós mesmos. Quem não
respeita a si mesmo e não ama a si mesmo, jamais
terá o respeito e o amor dos outros. Alguém assim
pode se esmerar em agradar, em servir, e quanto
mais se esforçar nesse sentido, menos conseguirá.
É incrível, parece que a pessoa sem amor próprio

31
exala um perfume, ou emite um sinal que até mesmo
as crianças sentem. Pessoas assim não conseguem
conquistar respeito e amor nem mesmo das crianças
com suas bajulações. Ao contrário, alguém bem
resolvido, que se gosta, tem uma personalidade que
atrai as outras pessoas que se sentem bem em sua
presença. O amor, se não for encontrado dentro de
nós mesmos, não o será em lugar nenhum mais.

Outro grande engano que comumente cometemos é o


de pensar que somente seremos felizes de tivermos alguém, se
formos um casal. Acreditamos que o outro vai nos dar a felicidade
que tanto desejamos. Porém mesmo quando conseguimos ser
amados pelo outro não seremos felizes se não estivermos
completos em nós mesmos. Queremos achar no outro aquilo que
nos falta, o que é uma perda de tempo. Primeiro é preciso amar-se,
sentir-se bem consigo mesmo e completo, pois dessa forma
descobrimos que não precisamos de ninguém. Então poderemos
procurar alguém porque desejamos, e escolheremos esse alguém
com liberdade, por opção, e não por necessidade.

É a insegurança que nos impede de amar


verdadeiramente. As mães não permitem que seus filhos sejam eles
mesmos e os mantêm escravos de suas opiniões e pontos de vista.
Outros criam relações amorosas torturadas pelo ciúme. Isso não é
amor, mas não conseguimos evitar, pois são as velhas gravações
na nossa mente. Não podemos ver as pessoas tal qual elas são,
pois as vemos através de nossos pensamentos e lembranças.

Comentário:
Juntar-se a alguém para ser feliz é um
grande equivoco. É depositar no outro, num
relacionamento a esperança de sua vida. Seja feliz
primeiro, e então se case com alguém. As
possibilidades serão bem maiores.

Na arte de cura hawaiana Ho’oponopono há duas


ferramentas poderosas: “eu te amo” e “obrigado”. Quando usamos
essas sentenças em voz alta, dizendo a alguém, o resultado é
inacreditável. Quando alguém nos faz algo que consideramos
injusto, quando nos diz algo que incomoda, em vez de responder à
altura, discutir e querer ter razão, podemos simplesmente repetir em
nossa mente quantas vezes forem necessárias : “ Te amo, te amo,

32
te amos”. Ou então: “obrigado, obrigado, obrigado”. Tente e verá
que os resultados são surpreendentes. Às vezes a pessoa se
desculpa inesperadamente. Outras vezes seguem seu caminho,
nos esquecem e não incomodam mais. Em alguns casos tudo se
resolve rapidamente, noutros há uma dificuldade maior. Tudo
depende de nossa percepção e o mesmo se passa com os outros.

A vida é como um filme que já vimos muitas vezes, e


que segue se repetindo porque continuamos reagindo às cenas na
memória. Essas lembranças se apresentam como um obstáculo
cada vez que surge. Mas se verificarmos sob outra ótica, é a
situação que retorna para nos dar a oportunidade de reagir de
forma diferente. Algumas pessoas aparecem em nossas vidas para
nos testar e mostrar onde precisamos nos corrigir e melhorar. As
relações são simplesmente espelhos nos quais nos vemos
refletidos.

Comentário:
As divergências que temos com outras
pessoas não devem ser encaradas como obstáculos,
mas como parâmetro e estimulo para nossa própria
melhoria. Pobres de nós se recebêssemos somente
elogios e tapinhas nas costas. São as críticas e
as adversidades que nos fazem crescer, muito mais
que os elogios, que muitas vezes nos tornam
vaidosos e indolentes. Chico Xavier chamava seus
detratores e perseguidores, não de inimigos, mas
de “amigos estimulantes”. É um grande erro
discutir, querer rebater tudo que ouvimos e querer
ter razão sempre. É perda de tempo e energia. Se
ao invés praticarmos o que nos aconselha a técnica
Ho’oponopono, o mesmo que praticou Gandhi com o
princípio da não violência e não resistência, e
guardarmos nossas energias para algo mais nobre do
que uma discussão seremos muito mais felizes.
Dessa forma estaremos assumindo a responsabilidade
sobre nossa existência.

No livro “As Sete Leis Espirituais do


Sucesso” do autor Deepak Chopra está escrito:
“(...)é preciso assentar sua percepção na
indefensabilidade, ou seja, desarmar o espírito,
abrir mão da necessidade de convencer e persuadir

33
os outros de seus pontos de vista. Se você
observar as pessoas, verá que elas passam 99% do
tempo defendendo seus pontos de vista. Se você
simplesmente desistir da necessidade de defender
sempre seus pontos de vista, ganha, na
desistência, acesso a imensas quantidades de
energia anteriormente desperdiçadas. Desista de
uma vez por todas de defender intransigentemente
seus pontos de vista. Quando você desiste, evita o
surgimento de discussões. Se agir dessa forma –
parar de brigar e de resistir – experimentará
plenamente o momento presente, que é uma dádiva”.

Temos sempre a possibilidade de escolher a não


reação. Podemos dar a outra face, a face do amor. Cientes dessa
possibilidade nos tornamos mais conscientes e responsáveis. Por
exemplo, se tivermos problemas com os filhos, o melhor é lhes falar
enquanto dormem. Mas é necessário que digamos somente que os
amamos e que somos gratos por estarem em nossas vidas. Não é
apropriado que tentemos lhes incutir nossos pontos de vistas, a
menos que eles peçam. Tampouco devemos tentar convencê-los de
que temos razão e eles não. Já é tão difícil saber o que é bom para
nós, como podemos saber o que é bom para os outros?

Comentário
Vários autores citam em suas obras a
importância da sugestão noturna para as crianças.
Há inclusive vários CDs gravados com programações
e induções mentais, não somente para as crianças
como também para adultos. Normalmente essas
sugestões são utilizadas para programar o cérebro
da criança para que ela se torne mais calma,
confiante, ou até para que deixe de praticar
certos hábitos como fazer xixi na cama, roer as
unhas, chupar os dedos, etc. Mas vemos agora pela
técnica apresentada nesse livro, que nem mesmo a
nossos filhos seria apropriado incutir pontos de
vistas na mente. Nem passar determinações de “faça
isso” ou “faça aquilo”. Na verdade não temos o
direito de fazer isso com ninguém, mesmo que seja
com uma criança sob nossa responsabilidade. Baste

34
dizer a nossos pequeninos que os amamos e que
somos gratos por existirem.

Analisando bem, todos os problemas das


crianças são devido a sentimentos de insegurança,
pois chegaram a um mundo novo, ainda desconhecido
e tido como hostil. É natural que demonstrem medo
de não serem protegidas e amadas, principalmente
quando o ambiente do lar está conturbado e em
desequilíbrio. Se elas se sentirem amadas, a
tendência é que todas essas manias fruto da
insegurança sejam deixadas de lado gradativamente.
Por isso não é necessário atacar cada problema
apresentado pela criança com a sugestão mental
noturna. Seria atacar o efeito e não a causa. A
causa é a insegurança da criança que está carente
de afeto e quer ter certeza do amor da família.

O agradecimento é também uma ferramenta poderosa.


Quando nos sentirmos deprimidos ou angustiados devemos pensar
em todas as coisas boas que temos em nossa vida e agradecer.
Com essa pratica mudaremos nossa energia, pois nos elevamos
além dos problemas. Às vezes não nos damos conta de tudo que
temos porque nos concentramos naquilo que pensamos faltar. Na
realidade já temos tudo, inclusive o amor. Somente devemos dar a
permissão para recebê-lo e poder assim experimenta-lo. Não
podemos esperar que o outro nos faça feliz, pois somente podemos
encontrar o verdadeiro amor dentro de nós mesmos. O segredo da
felicidade não está em procurar o amor fora de nós, nem em
procurar mais, e sim desenvolver nossa capacidade de amar e
desfrutar.

Comentário:
Mais uma vez é enfatizada pela autora a
importância da gratidão. Estar feliz e grato com o
que possui não condicionar a felicidade a algo que
ainda não possui. Lembre-se, a felicidade é um
sentimento interno e a prosperidade é um conjunto
de crenças.

O CAMINHO MAIS CURTO E MAIS FÁCIL

Deus só pede que cuidemos muito bem de nós

35
mesmos e que digamos “o sinto”.

Quando despertei e comecei minha busca, provei


diferentes formas e caminhos para chegar à verdade. Quanto mais
provava, mais sentia que algo dentro de mim dizia que tinha que
haver uma forma mais rápida e fácil. Quando por fim descobri o
Ho’oponopono não tinha idéia do que havia encontrado. Mas um dia
assistindo a uma aula, senti na alma a certeza inconfundível de que
havia encontrado o que procurava. Já não precisava de mais nada,
graças a Deus minha busca estava concluída. Descobri
principalmente que não dependo de nenhum guru e que posso
realizar todo o processo sozinha, pois me comunico diretamente
com a divindade, sem intermediários. É necessário somente que eu
esteja liberando (sentimentos negativos) e perdoando (para não
abrigar novos sentimentos negativos), e todo o resto fica nas mãos
de Deus. Enquanto estiver liberando e perdoando não terei com que
me preocupar. Deus se encarrega de me colocar no lugar certo na
hora certa. Enquanto eu estiver liberando, algo maior estará
cuidando de mim, e eu não preciso temer.

Comentário:
É importante saber nos bastar a nós
mesmos. As pessoas iluminadas, os chamados gurus,
profetas, guias, messias, são figuras
importantíssimas. Eles vêm com a missão de nos
alertar e despertar para as verdades da vida. Eles
são os mensageiro, os guias enviados por Deus para
nos mostrar o caminho para o auto encontro e
automaticamente para o encontro com a divindade.
Eles mostram o caminho, mas a jornada é de cada
um. Eles não salvam ninguém, cada um é seu próprio
salvador. Podemos resolver tudo diretamente com
Deus, nosso Pai Amoroso. Não precisamos
intermediários. Por mais que gostemos dos
ensinamentos de alguém, das colocações de algum
filósofo, das tradições de alguma seita ou
religião, não devemos depender de nada disso. O
reino de Deus está em nosso interior e ponto.

Neste capítulo final, desejo resumir os pontos principais


do Ho’oponopono, a sábia doutrina ancestral que proporcionou as
ferramentas que mudaram minha vida. Estes conceitos são muito

36
simples. Tudo o que a divindade nos pede é que assumamos plena
responsabilidade, peçamos perdão e cuidemos muito bem de nós
mesmos. Isso é tudo!

Assumir 100% da responsabilidade é o caminho mais


curto. Quando nos damos conta de que é somente nossa
programação mental que nos impede de enxergar as coisas com
clareza, paramos de culpar fatores externos e decidimos assumir a
responsabilidade. Então as portas do paraíso se abrem para nós e
alcançamos um estado de infinitas possibilidades. Do contrário,
quando estamos zangados com alguém ou com algo perdemos
nossa liberdade, nossos próprios sentimentos de ódio nos
condenam e nos aprisionam. Somos escravos desses sentimentos
e com isso somente machucamos a nós mesmos. Libertamos-nos
através do perdão. Perdoar é o caminho mais curto e mais fácil.
Quando falo em perdoar, refiro-me a um trabalho interno, um
processo entre nós e Deus quando dizemos: “Divino Criador,
perdoe-me por isso que está em mim e que está criando essa
situação indesejável”. Não precisamos falar com ninguém que o
perdoamos.

Comentário:
Todos os nossos problemas estão em nós
mesmos. É na forma equivocada de interpretar os
sinais e estímulos exteriores que reside a fonte
de nossos problemas. Nosso julgamento é norteado
por nossa programação mental, pelas crenças
passadas na infância ou em tempos ainda mais
remotos, por nossos medos, inseguranças e
complexos. É preciso assumir a responsabilidade
por nossos sentimentos, trabalhar nosso interior,
parar a gravação em nosso subconsciente usando as
técnicas ensinadas nesse livro. Assim estaremos
abrindo as portas do paraíso (perdido com a
mordida na maçã, lembra-se?) e alcançaremos um
estado de infinitas possibilidades.

Reagindo ao comportamento alheio perdemos


nossa liberdade que somente será reconquistada com
a prática do perdão. O perdão proposto aqui é um
processo interno, uma postura intima de perdoar e
pedir perdão sempre que algo ameace nosso
equilíbrio emocional. Não é preciso falar com a

37
outra parte, ninguém precisa ficar sabendo. Deve
ser aplicado a todo instante, por isso não faz
sentido falar com o outro. Imagine você gritando
para alguém no trânsito: “Eu perdôo você por essa
fechada”.

Com a prática o ideal é nem permitir que


a mágoa se instaure em nosso ser. Podemos matar o
problema na raiz e de vez, perdoando imediatamente
e não abrigar a situação na mente. Cito novamente
Chico Xavier que disse que devemos desenvolver a
“personalidade inofendível”.

Em meu caso por exemplo, não é que não me zangue


mais ou que não reaja a situações adversas ou que não tenha mais
problemas. O que mudou em mim e que faz toda a diferença é que
agora a irritação dura somente poucos minutos. Procuro me situar,
voltar a meu centro e tomo consciência dizendo a mim mesma:
“isso que estou sentindo é criado pelos meus pensamentos e não
os do outro. Tudo é resultado de minha programação, minha
percepção e eu posso mudar esse quadro.” Esse simples processo
me proporciona tranqüilidade tamanha que não consigo descrever
com palavras. Por quê? Porque evito ter pensamentos do tipo:
“como é que ele pode me dizer isso? Como pôde agir daquela
forma comigo?” Não fico esperando que a outra pessoa modifique
suas atitudes e faça algo para me agradar ou remediar a situação.
Que alívio! Não dependo de nada nem de ninguém fora de mim
mesma. Tampouco me imponho a necessidade de ser perfeita nem
de agradar a todo o mundo. Não preciso convencer a ninguém
sobre meus pontos de vista. Aprendi a respeitar e reconhecer que
todos têm livre arbítrio e cada qual tem as suas escolhas. Essa
realidade já não me causa ansiedade. O bem e o mal são
parâmetros que criamos em nossa mente. Enquanto nos amarmos
e cuidarmos de nós mesmos, amaremos e cuidaremos dos outros.

Assim quais são as chaves desse processo libertador?


Em primeiro lugar é necessário assumir total responsabilidade
sobre nossas vidas. Devemos aprender a dizer: “sinto muito, me
perdoe pelo que está em mim e que criou essa situação”. Dessa
forma assumimos a responsabilidade ao mesmo tempo em que
perdoamos a nós mesmos. E como temos lembranças em comum,
basta que tomemos a responsabilidade de pedir perdão para que
essas lembranças se apaguem de um e de outro. Porém é

38
essencial recordar que fazemos o processo por nós mesmos, para
o nosso bem. Devemos nos salvar a nós mesmos e a ninguém
mais. Mas o extraordinário é que ao fazermos o processo
beneficiamos também ao outro.

Comentário:
Apesar de não entrarmos em diálogo com a
outra parte para pedir perdão e perdoar, o fato de
trabalharmos a questão mesmo mentalmente, faz com
que automaticamente o outro também seja
beneficiado. Tal se dá porque estamos todos
mergulhados num campo energético, campo esse que é
o condutor dos pensamentos e também registra todas
as disposições das mentes humanas, sejam positivas
ou negativas. Quando alguém tem uma rusga com o
outro desejando-lhe mal e vice-versa, essa
situação gera um centro de energia negativa que
fica registrada no éter (espaço preenchido com a
energia e matéria cósmica invisíveis a nossos
olhos) e que passa a acompanhar os envolvidos.
Esse centro de energia é alimentado pelo desejo e
pensamento dos envolvidos, que sintonizam
constantemente com o problema. Se uma das partes
muda de postura e toma a iniciativa de perdoar
passando a emitir para o outro pensamentos de amor
e afeto, em vez de ódio e rancor, esse centro de
energia criado pela briga perde a sua força. Os
pensamentos de amor emanados da pessoa que mudou
de atitude são transmitidos pelo campo magnético
em que todos estão mergulhados, e chega fatalmente
à outra parte, causando-lhe bem estar e paz. Com o
tempo o outro acabará mudando também de atitude,
pois não encontrará mais eco e respostas
condizentes para seus sentimentos inferiores, ao
contrário receberá de volta emanações amorosas.

Embora devamos nos preocupar com nosso


ser, com nossa própria salvação, é impossível se
elevar sem levar consigo outras pessoas. Quando um
homem se eleva, toda a humanidade se torna um
pouco melhor.

Também é necessário aceitar que nosso intelecto, a


mente racional não conhece a essência da realidade, mas que há

39
uma parte em nós que sabe o que é melhor e como fazê-lo. Basta
que permitamos que essa parte em nós que tudo sabe nos guie
para a solução correta e perfeita. O processo Ho’oponopono deve
se tornar automático em nós, ser praticado todo o tempo como se
fosse nossa respiração. Sabemos o que acontece se pararmos de
respirar. O mesmo acontece se pararmos com essa limpeza interior.
É evidente que somos humanos e vamos esquecer de fazer o
processo muitas vezes, mas o essencial é praticar o máximo
possível. Até mesmo quando tudo parecer que está bem
precisamos praticar, mesmo quando aparentemente não temos
nenhum problema. Isso porque nossa mente toca a gravação, a
antiga programação o tempo todo, embora não estejamos
conscientes disso.

Comentário:
O filósofo brasileiro Huberto Rhoden,
disse que devemos orar o tempo todo. Alguém poderá
dizer: “se eu for orar o tempo todo, não vou poder
fazer mais nada”. E o filósofo pergunta: “você se
preocupa em respirar o tempo todo? Quando está
caminhando, alimentando-se, trabalhando, lendo,
preocupa-se com a respiração? Com a oração é a
mesma coisa, deve ser automática como a
respiração. A oração é a respiração da alma”.

Pensar positivo é orar. Praticar as


técnicas “me perdoar, eu te amo” proposta pelo
Ho’oponopono, também é orar. E o ideal é que
pratiquemos sempre para que se forme o hábito e se
torne tão natural quanto a respiração.

Para nossa sorte, ao praticarmos a limpeza apagamos


essas gravações dando assim permissão para que apareçam idéia
e oportunidades novas em nossa vida. Muitas vezes essas
oportunidades virão de lugares e pessoas mais inesperadas. É
necessário praticar, praticar e praticar. Durante toda vida
praticamos reagir e sofrer, e incorporamos a reação e o sofrimento
tão profundamente que fazemos isso de forma automática. Somos
peritos e até diria, viciados nesta forma de agir. A limpeza no início
pode parecer difícil, mas logo se incorpora à vida diária como a
própria respiração, e ganha força em nós porque começamos a nos
sentirmos diferentes e a ver os resultados. Começamos então a
experimentar uma profunda paz interior.

40
É essencial não ter expectativas. O segredo é estar
aberto e flexível porque nunca sabemos de onde vai vir o que
iremos receber. Devemos ter a confiança de que virá o que for
melhor para nós, sempre. Talvez não seja o que esperamos, mas
será o apropriado. Não porque não nos escutaram, e sim porque
precisávamos passar pela prova ou porque ainda não merecíamos.
Devemos nos permitir ser surpreendidos pelo universo, pois desse
modo receberemos coisas além de nossa imaginação.

A lei do universo determina que quando pedimos algo,


recebemos. O universo sempre responde, mas é necessário pedir e
dar permissão. Uma forma de pedir é utilizando as ferramentas
Ho’oponopono, mas devemos nos desapegar dos resultados.
Conseguimos isso sabendo e confiando que receberemos aquilo
que for correto e perfeito para nós.

Outra ferramenta concreta para apagar os


pensamentos e programas indesejáveis na mente é repetir em voz
baixa uma sentença, uma frase de impacto que tenha significado.
Uma delas é repetir mentalmente “chave da luz” o tempo todo. Com
essa frase, metaforicamente “apagamos” o interruptor de nossos
programas. Ás vezes podemos nos perguntar como poderemos
prestar atenção no que nos dizem se estivermos repetindo
mentalmente “chave da Luz”. Em primeiro lugar precisamos
recordar que as pessoas quase nunca falam o que realmente
querem. Se alguém nos conta seus problemas, é somente para nos
dar a oportunidade de apagar e limpar as memórias que temos em
comum. A próxima vez, antes de reagir, antes de dar um conselho
ou uma opinião, pense somente: “chave da luz”. É provável que
acabemos dizendo justamente o que o outro precise ouvir em vez
do que nós pensávamos que precisasse escutar. Muitas vezes nem
é necessário responder ou dizer algo para que a pessoa sinta-se
melhor ou acabe encontrando sozinha, de forma milagrosa a
solução para seu problema.

Comentário:
Precisamos aprender a usar a sabedoria do
silencio. Quando alguém vier até nós desabafando
ou reclamando de algo, deveríamos ter o cuidado de
não sair logo emitindo um parecer e um conselho.
Primeiramente precisamos ouvir com o coração, com
carinho e amor. E depois fazer silêncio,

41
demonstrar compreensão e solidariedade, nem que
seja com o olhar ou outros gestos. Se o que
estiver sendo dito for a nosso respeito, talvez
uma queixa contra a nossa pessoa, nossa capacidade
de perdoar e compreender deve ser ainda mais
forte. Nossa reação natural seria retrucar,
protestar e tentar provar que estamos certos. Esse
é o momento de oferecer a outra face, ser humildes
e se preciso pedir desculpas. Se estivermos
decididos a mudar nossa vida, a não abrigar
qualquer sentimento negativo em nosso ser, se
quisermos de fato praticar as técnicas aqui
propostas e assumir 100% de responsabilidade sobre
nossas vidas, é isso que teremos que fazer nesses
momentos.

Chave da luz é a contra-senha. Quando estou


preocupada com meus filhos, ansiosa pelo dinheiro ou ressentida
com alguma pessoa, não deixo que meu intelecto se interponha e
comece a tagarelice na mente. Somente repito mentalmente “Chave
da luz, chave da luz, chave da luz”. Não tenho a menos dúvida de
que funciona, mas é importante dizer que para cada um funciona de
forma diferente. Alguns terão resultados imediatos, outros
demorarão um pouco mais. Mas que funciona, funciona. É preciso
acreditar e praticar.

Outra ferramenta importante é repetir “Azul gelo”. Uma


vez disse a meu filho Lyonel, de 16 anos, que quando se
machucasse poderia simplesmente pensar: “azul gelo, azul gelo”.
Um dia estávamos tomando café da manhã e Lyonel mostrou-me
um machucado novo. Perguntei-lhe então: “Lyonel usou o azul
gelo?” Sua resposta foi: “Sim mami, e sabe o que mais? Quando
me sinto frustrado ou angustiado também o uso e me tranqüiliza
muito”. Nesse momento lembrei que o azul gelo pode ser usado
para qualquer tipo de sofrimento, tanto físico quanto emocional.

Outro dia disse a meu filho: “Lyonel, sei que falo de


coisas que parecem estranhas mas que realmente funcionam”. Ele
respondeu: “Sim mami, claro que funcionam. Lembra do que me
disse que deveria fazer na escola? Pois bem, depois que comecei a
fazer o que me disse, minhas notas melhoraram”. Recentemente
Lyonel havia comentado que estava admirado com o quanto seu
relacionamento com os professores havia melhorado.

42
Nos parágrafos acima a autora propõe a
repetição mental de pequenas frases que teriam o
poder de nos desligar do problema e manter o
equilíbrio interior. Essa técnica realmente
funciona e é eficaz. Os dizeres da frase em si não
importa muito, mas o efeito é que é importante. A
autora propõe as sentenças “Chave da luz” e “azul
Gelo”. Parecem meio estranhas essas frases, ou
então assim ficaram devido à tradução eletrônica,
mas não importa. Cada um pode escolher sua própria
frase, uma que deva ser usada nos momentos de
provação, e que será como uma senha para que nosso
cérebro mantenha-se tranqüilo e se lembre daqueles
princípios que estamos pondo em prática na nossa
vida: paz interior, não reagir, perdoar e amar.

Já conhecia essa técnica através das


obras de Joseph Murphy e Emmet Fox. Inclusive
adotei algumas frases que utilizo há algum tempo e
uma delas é: “Deus me ama e zela por mim”. Sempre
que surge um problema, algum impasse, gosto de
repetir essa frase mentalmente e os efeitos são
surpreendentes. Outra frase que costumo usar é:
“Deus te ama e eu também”. Isso sempre que surge
uma situação indesejável envolvendo outra pessoa.
Eu procuro voltar para dentro de mim mesmo e
repetir: “Deus te ama e zela por você”, ou “O Deus
em mim saúda o Deus em você” ou ainda, “Eu te vejo
com os olhos de Deus”, e também: “Deus te abençoe
agora e sempre”. Mentalizar uma dessas frases, não
reagir, não julgar e não opinar, realmente produz
verdadeiros milagres em nós.

É a isso que a autora se refere ao citar


as frases “Chave de Luz” e “Azul Gelo”. É como se
fosse um mantra que nos ancora, nos conserva nos
trilhos, equilibrados e serenos.

Vale a pena mencionar aqui que os problemas físicos,


as enfermidades, também são lembranças que podemos apagar e
limpar. Estamos acostumados a tratar a dor ou a moléstia física,
mas aí não é onde está o problema. O problema está na memória
gravada em alguma das milhares de gravações que temos em

43
nossa mente. Como sabemos em qual dessas gravações está a
programação da doença? Como encontra-la? Pois bem, não
precisamos saber qual lembrança, nem qual gravação é, porque
Deus (Amor) sabe. Só é necessário dar permissão (repetindo por
exemplo chave de luz, azul gelo, obrigado ou te amo) e Deus tirará
a fita gravada que contém essas lembranças e outros que estão na
mesma fita embora nós nem saibamos. Devemos dar permissão, do
contrário Deus não pode fazer nada.

Uma terceira ferramenta é repetir: “papel para moscas”.


Meu filho Jonathan brigava muito com sua noiva.
Sugeri-lhe que a próxima vez que tivessem uma discussão, ele
optasse por ficar calado e repetisse mentalmente as palavras:
“papel para moscas”. Alguns dias mais tarde, chamou-me e disse
que precisa falar comigo. Contou-me que teve um problema com a
noiva, mas que desta vez se preocupou muito porque sentiu
vontades de agredir fisicamente. Perguntei então: “Usou o papel
para moscas?”. Sua resposta foi: “Sim, mami, e foi o que me
deteve”. Certamente muitos pensarão que isto é muito fácil e muito
simples para funcionar. Sim, eu estou de acordo, é realmente muito
fácil. O processo em si é muito fácil. O difícil é fazê-lo todo o tempo.

Comentário:
Uma outra expressão proposta pela autora:
“papel para moscas”. Novamente reafirmo que a
frase em si não tem muita importância, apenas o
resultado e que deve ser levado em conta. Embora
nesse caso específico acho o simbolismo até fácil
de compreender. Papel para moscas é aquele papel
que atraí as moscas que pousam nele e ficam
grudadas, debatendo-se até a morte. Deixar-se
influenciar por brigas e provocações banais é o
mesmo que uma mosca ser atraída para o papel e
ficar grudada nele. Bastaria à mosca desviar-se e
não pousar no papel. Nos, diferentemente da mosca
temos a inteligência e podemos optar não acolher a
situação (pousar no papel) para não sermos
dominados por ela (ficar grudado e debater-se).

Em cada instante de nossa vida temos a oportunidade


de assumir total responsabilidade e apagar nossos problemas, mas
em geral reagimos, preocupamo-nos, opinamos perdendo tempo e
energia. Basta lembrar que os problemas não são os problemas, e

44
sim a maneira em que nos reagimos é o problema. As opiniões e os
julgamentos que temos sobre o problema é o problema. O pior de
tudo é que, cada vez que decidimos reagir em vez de liberar,
sacrificamos nossa verdadeira identidade, de querer ter razão.

Só temos dois caminhos para escolher: viver segundo


nosso verdadeiro ser ou segundo nossas fitas pré-programadas;
deixar-nos levar pela inspiração divina ou por nossos programas
velhos que já foram provados e não funcionam. Quanto mais
apagamos e liberamos, mais começamos a ter a experiência de
nosso verdadeiro ser. A razão de nossa existência neste mundo é
descobrir quem somos, e através da limpeza conseguida usando as
ferramentas do Ho’oponopono, experimentarmos cada vez mais
nossa verdadeira identidade. Quero lhes esclarecer que quando
utilizamos qualquer destas ferramentas, significa que estamos
tomando cem por cento responsabilidade e estamos dizendo
implicitamente: “Sinto muito, me perdoe pelo que está em mim e
que está criando isso.

Isso nada mais é que orar, o que nos permite nos


elevar além dos problemas e do que não é real. Dessa forma
permitimos que os problemas sejam transmutados. É uma maneira
de acender a luz em uma habitação escura e poder ver as coisas
mais claramente. Então, por que nos limpar? Por que pedimos
perdão? Porque queremos ser livres, porque estamos cansados de
viver as mentiras que decidimos acreditar, porque já sofremos
suficiente. É hora de nos encontrar a nós mesmos, de nos
descobrir, de ser felizes, de desfrutar da vida, de nos querer e nos
aceitar tal qual somos. Nossa condição humana é a de ser felizes.
Notaram que quando estamos felizes todo se apresenta em forma
fácil?

A viagem é longa. Temos muito que limpar, muito que


apagar. É um trabalho que deve se feito nas 24 horas do dia, mas
as recompensas são imensas. No processo podemos experimentar
amor, desfrutar da vida e descobrir que já somos seres perfeitos.
Podemos atrair tudo o que necessitamos sem esforço. Podemos
aprender a ser nós mesmos e a amar incondicionalmente. Podemos
escolher o sofrimento ou a felicidade, a enfermidade ou a saúde, o
medo ou o amor. Decidamos o que decidamos, estará bem. Será
nossa eleição.
Cuidem-se muito.
Recebam todo meu amor.

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E recebam todo o meu amor também.

Diga o que você achou desse trabalho,


mande-me um e-mail com sua opinião sincera. Estou
trabalhando noutros projetos parecidos com esse,
na área do aperfeiçoamento pessoal e auto ajuda.
Caso queira receber notícias desses outros
trabalhos me informe.

Agradeço a atenção e desejo um mundo de


realizações para você.

Lauro Ribeiro

lauroribeiro2007@bol.com.br

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