PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM CLÍNICA
VETERINÁRIA. TRES LAGOAS/ MS.
1 Silva, A.M. 1 Junqueira, J.F. 1Oliveira, T.K.C. 2Brito, E.C.A. 1Discente de Biomedicina – FITL. 2Docente das Faculdades Integradas de Três Lagoas – FITL.
A Leishmaniose Visceral (LV), ou calazar, é uma doença de grande impacto na saúde
pública, caracterizada por elevada taxa de morbi- mortalidade. Tem como agente etiológico a Leishmania chagasi, sendo a Lutzomyia longipalpis o principal vetor incriminado na sua transmissão. O cão vem sendo apontado como reservatório da doença e como hospedeiro doméstico, sendo provavelmente o mais importante reservatório natural relacionado com casos humanos. Além disso, pode-se ainda afirmar que esse reservatório tem um papel fundamental na expansão da doença em áreas endêmicas. Três Lagoas é considerada área endêmica para a doença. O conhecimento da história natural da LV canina, através de inquéritos epidemiológicos, serve de base para os programas de controle da doença, mas, para um bom planejamento devem ser estudadas informações quantitativas básicas sobre a prevalência e a incidência desta doença através de exames laboratoriais. O referente trabalho teve como propósito descrever os casos de LV canina em uma clínica veterinária no município de Três Lagoas. Foi realizado um levantamento de janeiro a agosto de 2010. As amostras de sangue canino coletadas para pesquisa de leishmaniose na clinica veterinária, em estudo, foram encaminhadas e analisadas no laboratório TECSA – Tecnologia de Saúde Animal, localizado em Belo Horizonte, MG. Dentre as provas sorológicas, a imunoadsorção enzimática (ELISA), a reação de fixação de complemento e a imunofluorescência indireta (RIFI) são as mais empregadas, sendo esta última considerada padrão pela OMS, além de ser o teste de escolha para inquéritos populacionais. A adoção do teste ELISA na rotina diagnóstica da LV canina é uma recomendação válida com vistas à otimização das ações de controle e monitoramento dessa zoonose em suas áreas de ocorrência endêmica. Desta forma a metodologia utilizada foi o (RIFI) e Elisa. No período estudado, foram coletadas 141 amostras de soro de cães e destas amostras 45% (n=64) foram positivos e 55% (n=77) apresentaram resultado negativo. Os resultados apontam prevalência alta para LV apesar das medidas adotadas para o controle da doença. Estas informações sugerem uma atenção maior das autoridades sobre o papel destes animais como reservatório dessa zoonose, como também na urbanização da leishmaniose visceral. As informações deste estudo poderão contribuir para o planejamento de estratégias de controle do cão como reservatório doméstico.