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FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
RESISTIVO
-1-
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
APROVADA POR:
_________________________________________
(ORIENTADOR)
_________________________________________
(EXAMINADOR INTERNO)
_________________________________________
Prof. Erinaldo Hilário Cavalcante, D.Sc., UFS
(EXAMINADOR EXTERNO)
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Capítulo 1 1
INTRODUÇÃO
O solo é um corpo vivo, de grande complexidade e muito dinâmico. Deve ser encarado
como uma interface entre o ar e a água, sendo imprescindível à produção de biomassa. Assim,
o solo não é inerte, sendo o mero local onde assentamos os pés, o simples suporte para
habitações e outras infra-estruturas indispensáveis ao Homem, o seu “caixote de lixo”.
Sempre que adicionamos ao ambiente qualquer substância estranha, estamos poluindo o solo
e, direta ou indiretamente, a água e o ar.
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As medições indiretas de resistividade elétrica são feitas na maioria das vezes in situ,
com obtenção imediata dos resultados sem que haja a necessidade de coleta de amostras.
Essas medições podem ser feitas a partir da superfície ou através de um método de cravação
contínua no solo. O cone resistivo é um desses métodos de cravação direta, capaz de obter
valores contínuos de resistividade elétrica com a profundidade. A partir da comparação dos
resultados com outros parâmetros, pode-se detectar o grau de contaminação.
1.1 OBJETIVOS
O objetivo geral desta dissertação foi estudar o desempenho do cone resistivo in situ,
quanto a determinação e ao monitoramento de áreas sujeitas à contaminação com substâncias
orgânicas ou inorgânicas, verificando a sua eficácia na investigação de contaminantes. Para
isso, fez-se um estudo correlacionando os parâmetros de resistividade elétrica de campo com
os resultados das análises feitas nas amostras coletadas do solo e do fluido. Como objetivo
secundário pretende-se também comparar os valores de resistividade elétrica do solo obtidos
nas regiões saturadas e nas regiões não saturadas, através dos dados fornecidos pelo cone
resistivo.
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1.2 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
A presente dissertação está dividida em cinco capítulos que a seguir serão descritos de
forma sucinta.
No Capítulo 5 são expostas as conclusões obtidas a partir das análises dos resultados
da pesquisa, além de serem feitas sugestões e recomendações para pesquisas futuras sobre o
tema.
Além dos cinco capítulos descritos acima, compõem a presente dissertação a lista de
Referências Bibliográficas e três anexos.
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Capítulo 2
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Como todos os países em ritmo acelerado de industrialização, o Brasil tem sérios
problemas de contaminação das águas subterrâneas que afetam ou ameaçam afetar os
suprimentos de água potável de importantes segmentos da população.
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Medidas de condutividade elétrica (ou resistividade = condutividade -1) em solos têm
sido usadas há muitos anos para estimar a porosidade ou densidade in situ. Mais recentemente
a resistividade elétrica tem sido usada como um indicador de contaminação do solo. Ela
também é um importante indicador do potencial de corrosão (Bryhn, 1989, citado por Lunne
et al., 1997).
Métodos não intrusivos, como as sondagens elétricas verticais, são comumente usados
para medir a resistividade elétrica do solo, mas eles requerem um contraste elétrico de 5% a
10% entre o valor de resistividade elétrica encontrado no solo contaminado e o valor de
resistividade elétrica encontrado no solo não contaminado para determinar com segurança se
o mesmo sofreu algum dano, assumindo que não existe variação litológica (Benson et al.,
1985, citado por Nascimento, 1998).
r r
± F = E×q (2.1)
r
onde F é a força eletrostática positiva (atração) se as partículas tiverem cargas opostas, ou
negativa (repulsão) se tiverem cargas iguais; q é o valor da carga da partícula inserida no
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r
campo elétrico e E é a sua magnitude.
Próximo a uma partícula carregada, uma região do espaço fica sujeita a um campo
elétrico que parte da partícula para todas as direções tridimensionalmente e em linha reta.
Segundo Tipler (1999), pontos eqüidistantes de uma partícula carregada possuem o mesmo
potencial, de modo que existe uma superfície no espaço em torno da partícula com o mesmo
potencial que é chamada de superfície equipotencial.
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Δq
i= (2.2)
Δt
Assim, i é a corrente elétrica, Δq é a variação de carga que passa por uma área A, no
intervalo de tempo Δt . A unidade de corrente é o Ampere, que equivale a 1 Coulomb por
segundo.
A corrente elétrica pode ser classificada em dois tipos: corrente contínua e corrente
alternada. A corrente contínua é gerada a partir de uma fonte que possui dois terminais, um
com potencial positivo e outro negativo, gerando assim uma diferença de potencial constante.
A corrente alternada é gerada a partir da variação da diferença de potencial, identificada por
ε , que varia na mesma freqüência que a corrente elétrica.
R×i =V (2.3)
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geométricos do condutor. Mas, a resistividade ( ρ ) é uma propriedade intrínseca a cada
material. A resistência, R, pode ser calculada pela Equação 2.4:
L
R = ρ× (2.4)
A
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que tem mais influência sobre a condutividade total do solo (Campanella & Weemees, 1990,
Robertson et al., 1996).
O movimento dos íons nos meios aquosos é promovido pela diferença de potencial
entre as superfícies esféricas existentes nos mesmos. Como as partículas sólidas são
elementos isolantes, não podem ser atravessadas pelas linhas de correntes, e isso faz com que
L (o caminho percorrido pelos íons) aumente. O aumento de L aumenta a resistência do meio.
Ou seja, a resistividade medida em um meio poroso é, em geral, mais elevada do que a do
fluido intersticial (Weemees, 1990).
10.000
σ ( μS / cm) = (2.5)
ρ (Ω * m)
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A resistividade elétrica é uma propriedade física de cada substância, tendo sido
medida e tabelada para vários materiais. Um material homogêneo e isotrópico sempre exibirá
o mesmo valor de resistividade elétrica, conhecido como a resistividade verdadeira do
material. No entanto, as rochas, e principalmente os solos, são meios de grande variação
espacial de características físicas e químicas, as quais se refletem nas determinações da
resistividade (Nascimento, 2003).
Suas aplicações mais comuns foram àquelas vinculadas com água subterrânea, porque
a presença de líquidos nos poros normalmente reduz a resistividade elétrica. Num primeiro
momento, a prospecção de águas subterrâneas esteve ligada à indústria de petróleo,
posteriormente o método foi utilizado para a busca da água subterrânea por si só e, desde o
final do século XX, para o monitoramento da contaminação de aqüíferos (Nostrand e Cook,
1966; Orellana, 1972; Telford et al. 1985 citados por Nascimento, 2003).
O estudo das características do solo através da resistividade elétrica vem sendo feito
há muito tempo por pesquisadores da área de hidrogeologia. Essa metodologia de
investigação indireta já foi correlacionada com diferentes propriedades físicas do solo, tais
como a porosidade, a condutividade hidráulica e as propriedades físico-químicas associadas
ao potencial de corrosão (Lunne et al., 1997).
Por muitos anos a medição da resistividade do solo foi realizada com o intuito de
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estimar a porosidade dos solos não coesivos (Lunne et al., 1997). Robertson et al. (1998)
relatam que os primeiros estudos nesse sentido foram realizados por Kroezen em 1981.
Atualmente esta ferramenta tem sido utilizada para fazer investigações em sítios
contaminados (Campanella et al., 1998).
Tabela 2.1 – Resistividade de alguns metais, minerais, rochas e solos. (Benson et al. (1982);
Keller e Frischknecht (1977), citados por Nascimento (1998))
Substância Resistividade (Ω*m)
Alumínio (Al) 2,5*10-8
Ferro (Fe) 9,0*10-8
Cobre (Cu) 1,6*10-8
Zinco (Zn) 5,5*10-8
Magnetita (Fe3O4) 5,2*10-5
Pirita (FeS2) ≅ 1,0
Ilmenita (FeTiO3) ≅ 2,0
Cuprita (Cu2O) ≅30
Arenito 50 a 10000
Calcário 50 a 5000
Basalto 500 a 1000
Solo argiloso 100 a 500
Solo arenoso 500 a 5000
Segundo Daniel et al. (2000), a resistividade elétrica do solo é afetada pelos seguintes
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fatores:
• Grau de saturação
• Composição iônica do líquido (relacionada a resistividade do fluido intersticial)
• Porosidade
• Temperatura
• Forma dos poros, e
• Capacidade de troca catiônica da matriz sólida.
Nos solos e nas rochas, a resistividade tende a diminuir quando aumenta a umidade
e/ou a quantidade de sólidos dissolvidos na água intersticial. Em solos argilosos, os cátions
adsorvidos na superfície dos cristais de argila atuam como condutores de eletricidade,
tornando-os menos resistivos que os solos arenosos (Benson et al., 1982, citado por
Nascimento, 1998).
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Tabela 2.2 – Valores típicos de condutividade dos fluidos (Campanella et al., 1994a)
Tipo de Material Condutividade Condutividade do
integral ( μS / cm) fluido ( μS / cm)
Água do mar --- 50,000
Água Potável --- <665
Areias de rejeitos de minério 10,000 – 250 5,000 – 370
com drenagem ácida
Areias de rejeitos de minério 145 – 100 665 – 200
sem drenagem ácida
APL em areias 20,000 – 6,000 210
NAPL em areias 80 0,5
100% ED --- ---
50% ED e 50% água em areias 14 ---
17% ED e 83% água em areias 36 ---
Argilas 10,000 – 100 ---
Aluviões e areias 1,000 – 12 ---
Areias com óleo 2,500 - 12 ---
APL – Aqueous Phase Liquids; NAPL – Non-Aqueous Phase Liquids;
ED – Dicloreto de Etileno
A Lei de Archie tem sido apontada como uma simplificação da relação entre a
resistividade aparente do solo e a resistividade do fluido intersticial, mas ela é válida quando a
resistividade do fluido intersticial é baixa e existe apenas uma pequena quantidade de
minerais argilosos no solo. Isso ocorre porque a resistividade aparente do solo é função da
geometria dos poros e da resistividade do fluido intersticial, bem como da condução
superficial dos argilo-minerais (Campanella & Weemees, 1990).
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solo e o ar comportam-se como materiais não-condutivos, sendo a corrente elétrica
transportada pelo líquido intersticial.
Solos saturados ou não saturados, com altos índices de contaminação por produtos
orgânicos, apresentam resistividade elétrica muito elevada. Entretanto, solos contaminados
com compostos inorgânicos solúveis em água diminuem de forma significativa a resistividade
elétrica do material (Nacci et al., 2003a).
Nos últimos anos tem havido um aumento do uso de ferramentas de cravação direta
que medem a resistividade elétrica do solo em estudos geo-ambientais. Isso faz com que seja
necessário que se conheça as variáveis que influenciam o seu comportamento.
ρ nsat
= S % −B (2.6)
ρ sat
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onde S% é o grau de saturação e B é um parâmetro empírico associado ao tipo de solo.
Como citado anteriormente, a argila apresenta resistividade elétrica menor que a areia.
Isso ocorre principalmente porque há uma geração de corrente superficial nas argilas, devido
à elevada capacidade de troca catiônica ou elevado potencial de matéria orgânica (Weemees,
1990).
Os índices físicos do solo também influenciam a sua resistividade elétrica, visto que
tais índices variam em função de fatores como a granulometria e a mineralogia. Segundo
Hassanein et al. (1996), os solos com maior limite de liquidez ( wL ) e maior índice de
plasticidade ( IP ) tendem a ter uma resistividade inferior, exceto quando os solos apresentam
uma porcentagem elevada de partículas granulares que agem como elementos isolantes.
ρ T = ρ 25 x10 − CTE (T − 25 )
(2.7)
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onde ρ T é a resistividade elétrica a uma temperatura qualquer, ρ 25 é a resistividade elétrica a
25ºC, CTE é o coeficiente termoelétrico e T (ºC) é a temperatura na qual a medida foi
realizada.
c = σ ∗ ki (2.18)
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• Quartzo puro em água apresenta quase nenhuma polarização induzida;
• Saturação com Sódio (Na) ou Potássio (K) tende a fazer com que as partículas inchem,
fechando muito os poros da matriz, o que conduz a uma redução da polarização quando a
porcentagem de argila é elevada;
Equação 2.6.
Como admite-se que a condução elétrica varia somente em função da geometria dos
canalículos formados entre os grãos, o fator de forma refere-se à forma dos grãos.
Pacheco (2004), citando Jackson et al. (1978), afirma que a forma dos vazios está
diretamente associada à forma dos grãos e, conseqüentemente, à mineralogia. Dessa forma,
em argilo-minerais, o fator de forma medido é aparente, pois eles conduzem carga elétrica na
sua superfície e não é possível distinguir os fenômenos na medição da resistividade. Weemees
(1990) afirma que uma das considerações mais importantes é que a superfície das partículas
não conduza corrente elétrica.
Archie (1942) foi o primeiro autor a propor uma expressão matemática empírica para
o fator de forma. O Fator de Forma independe da concentração salina sendo esse o meio.
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A Lei de Archie é dada por:
ρb −S
FF = = a ∗ n −m ∗ S r (2.9)
ρf
O modelo de Archie (1942), em se tratando de solos saturados (Sr = 1), sofre uma
simplificação, resultando na seguinte expressão (Nacci et al., 2003a):
ρb
FF = = a ∗ n −m (2.10)
ρf
Para solos não adensados (a ≈1), m depende do tipo de solo. Para areias, m é 1,5 e, para
argilas, o valor de m varia de 1,8 a 3,0 (Daniel, 1997).
Pacheco (2004) relata que Jackson et al. (1978) realizaram ensaios utilizando uma
variedade de amostras naturais e artificiais, como esferas de vidro, areias com grãos
arredondados, areias com formas alongadas, esferas de vidro misturadas a fragmentos de
conchas na razão 1 para 1, e apenas fragmentos de conchas. Os resultados mostraram a
relevância do tamanho e da distribuição granulométrica no fator de forma, observando
principalmente que a Equação 2.10, proposta por Archie, pode ser aplicada da maneira que foi
proposta inicialmente.
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FATOR DE FORMA APARENTE
Figura 2.2 - FF obtido em diferentes porosidades para diferentes materiais (Jackson et al.,
1978, citados por Pacheco, 2004).
FATOR DE FORMA APARENTE
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Numa escala di-log observa-se que a relação entre o Fator de Forma e a porosidade é
retilínea, com sua inclinação dependente de m. Tal parâmetro aumenta à medida que as
partículas se tornam menos esféricas e, com a presença de conchas, aumenta a inclinação da
curva. O aumento da porcentagem de conchas também eleva a relação entre o Fator de Forma
e a porosidade.
Em solos com granulometria bem distribuída, o Fator de Forma tende a ser maior que
nos solos com granulometria mal distribuída, isso ocorre porque a porosidade nos solos com
granulometria bem distribuída tende a ser menor. Entretanto, a influência da distribuição
granulométrica sobre o parâmetro m é muito pequena, sendo possível encontrar parâmetros m
idênticos para solos diferentes com distribuição granulométrica distintas, mas, com forma de
grãos semelhantes (Jackson et al.,1978, citados por Pacheco, 2004).
2.3 CONTAMINANTES
Poluição e contaminação são conceitos que geralmente se confundem, mas que devem
ser diferenciados. Poluição é toda e qualquer alteração na qualidade da água, mesmo que não
se atinjam os limites máximos estabelecidos pelas normas e leis vigentes. Contaminação é
quando há na água elementos, compostos ou microorganismos, que possam prejudicar a saúde
do homem e outros animais, ultrapassando os valores máximos permitidos pelos padrões de
qualidade, restringindo o seu uso (Monteiro, 1999).
Alguns íons como cloretos, sulfatos, sódio, ferro e manganês podem ser considerados
como fontes naturais de contaminação, bem como íons contendo Ca, Mg, C e S ou Cl e F,
responsáveis pela salinidade da água.
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A contaminação do solo tem-se tornado umas das maiores preocupações ambientais,
uma vez que essa interfere no ambiente global da área afetada (solo, águas superficiais e
subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo estar na origem de problemas de saúde pública.
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Tabela 2.3 – Categorias de fontes de contaminação (Everard, 1995)
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exemplos comuns são a gasolina e os óleos. O transporte tende a ocorrer com um movimento
simultâneo dos fluidos imiscíveis através dos espaços vazios.
Os NAPL’s podem ser divididos em dois grupos: os leves ou LNAPL, que são mais
leves que a água e se localizam acima do lençol freático, e os densos ou DNAPL’s, que são
mais pesados que a água e que são encontrados nas zonas de baixa condutividade hidráulica
(Everard, 1995).
Nos últimos anos houve um aumento nos projetos geoambientais, sendo exigida uma
combinação entre os conceitos da engenharia geotécnica e os conceitos ambientais. Muitos
desses projetos envolvem a contaminação do solo, na forma de vapores, líquidos ou sólidos.
Então, foi necessária uma mudança nas técnicas de caracterização para adaptar-se aos
conceitos ambientais em relação aos contaminantes.
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de demandar muito tempo nessa coleta. Além disso, os resíduos gerados, a princípio,
considerados contaminados, precisam ser acomodados adequadamente, o que aumenta os
custos operacionais.
Por estas razões, os equipamentos de cravação direta, como é o caso do cone resistivo
e da ponteira resistiva, têm sido aceitos com muita facilidade nas investigações
geoambientais.
O CPT tem sido uma importante ferramenta de campo para a caracterização dos solos
onde a penetração é possível. Ele mede as respostas mecânicas do solo ao processo de
penetração através da resistência à penetração na ponta do cone (qc), do atrito lateral (fs) e da
poropressão (u).
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o módulo de resistividade elétrica (RCPTU).
Brown et al., 1996, utilizaram o RCPTU associado a uma técnica geofísica superficial
eletromagnética de medição de resistividade/condutividade elétrica do solo, para detectar
contaminação por resíduos de mineração. Os autores observaram que de fato o cone resistivo
é uma ferramenta eficaz e economicamente viável para caracterização geoambiental de
campo.
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Figura 2.4 – Módulo resistivo para solo e módulo resistivo para água (modificado de
Graff and Zuidberg, 1985, citado por Lunne et al., 1997).
ρb = k ∗ R (2.11)
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sendo k é o fator geométrico da ponteira, R é a resistência elétrica medida.
O cone resistivo já está sendo muito bem aceito como uma ferramenta usual para
proteção ambiental, confirmando a interpretação da estratigrafia e determinando o nível
freático (Daniel, 1997). A Figura 2.5 apresenta um esquema do cone resistivo (RCPT)
desenvolvido pela Universidade de British Columbia.
VELOCIDADE DE
CRAVAÇÃO HASTE DE CONE
ISOLAMENTO
MÓDULO RESISTIVO
2
“ISOLADO” - 10,5 cm
ELETRODOS
ACELERÔMETRO
U3
PIEZOCONE COM SEÇÃO
2
TRANSVERSAL DE 10 cm
U2
U1
Qc
Segundo Davies e Campanella (1995), o cone resistivo pode ser usado para determinar,
com eficácia, as seguintes propriedades geotécnicas e ambientais:
• Estratigrafia do solo;
• Densidade do solo;
• Parâmetros não drenados de resistência cisalhante;
• Condutividade hidráulica;
• Gradientes hidráulicos in-situ;
• Natureza geoquímica da água intersticial.
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Com parâmetros referentes à natureza geoquímica, pode-se avaliar continuamente a
carga resistiva detectada pelo cone resistivo e compará-la com a análise química feita nas
amostras coletadas pelos sistemas de amostragem de fluido.
0 40 0 25 0 2.5 0 250
Profundidade (m)
U 0
16
24
Figura 2.6 – Sondagem de RCPTU numa área contaminada por creosoto (Campanella et al.,
1994a).
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Robertson et al. (1996), utilizaram um RCPTU modificado para detectar polarização,
associado a um amostrador de fluido tipo BAT para caracterização de uma área em
Vancouver, Canadá, contaminada por resíduos de mineração (Enxofre), tendo observado
claramente uma correlação entre as medições realizadas pelo equipamento e a concentração
de contaminantes encontrados na área, como o ferro e o sulfato. Na Figura 2.7 observa-se uma
correlação aparentemente linear entre a condutividade elétrica do solo e a concentração de
ferro na área.
Figura 2.7 – Correlação entre a condutividade elétrica do solo e a concentração de ferro numa
área, em Vancouver, Canadá, contaminada por resíduos de enxofre, resultado do processo de
mineração (Robertson et al., 1996).
Para que os resultados medidos por cones resistivos de diferentes configurações não
variem, é necessário que se ajuste a freqüência de sinal adequada para cada configuração,
pois, uma freqüência muito reduzida pode causar a polarização dos eletrodos. Este fenômeno
impossibilita a realização de medições confiáveis porque faz com que a impedância entre os
eletrodos varie ao longo do tempo (Weemees, 1990).
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O cone resistivo com arranjo de quatro eletrodos, como o desenvolvido na UBC
(University of British Columbia) por Weemees (1990), elimina o efeito da polarização e, além
disso, pode realizar medições em diferentes pares de eletrodos (Lunne et al., 1997). A Figura
2.8 mostra um exemplo de cone resistivo com um arranjo de quatro eletrodos, sendo os
eletrodos internos medidores de diferença de potencial e os externos responsáveis pela
geração de corrente. Os eletrodos externos também podem medir a diferença de potencial
entre eles, variando a região investigada ao redor do equipamento e realizando duas medições
que podem ser comparadas entre si (Campanella & Weemees, 1990; Lunne et al., 1997;
Pacheco, 2004).
Material Isolante
Eletrodo Aterrado
Eletrodos de
Voltagem
ΔV2
ΔV1
Eletrodo de
Corrente
Equipotenciais
Figura 2.8 – Representação esquemática das equipotenciais desenvolvidas pelo cone resistivo
de quatro eletrodos (modificada de Pacheco, 2004).
O projeto do cone resistivo de dois eletrodos tem como principal vantagem a relativa
simplicidade da parte eletrônica (Weemees, 1990), mas também apresenta suas limitações.
Segundo Nacci et al. (2003b), a ponteira resistiva deve ser alimentada com um sinal de
corrente alternada, pois um sinal contínuo origina um efeito de polarização nos eletrodos,
resultando em valores de resistividade fictícios – maiores que os reais.
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polarização pode ser desconsiderado na maioria dos casos. Esta freqüência é considerada
baixa para reconhecimento geofísico e, conseqüentemente, pode ser usada para medir valores
de resistividade diretamente.
O cone resistivo equipado com eletrodos com diferentes espaçamentos entre si, torna-se
uma ferramenta útil para avaliação do estado de compacidade de um terreno arenoso, visto
que na cravação, as areias compactas tendem a sofrer dilatância enquanto as fofas se
comprimem (Lambe, 1969). Isso altera a medida da resistividade.
À medida que uma corrente elétrica é conduzida através de um par de eletrodos, uma
dada concentração de íons se acumula na região próxima aos mesmos, provocando o efeito da
polarização, e esse fenômeno produz uma impedância em série com o solo. Nessa região
ocorrem reações de oxi-redução para que haja transferência de carga (Weemees et al., 1990).
Uma forma de reduzir esse efeito é fazer com que essa corrente passe por outro par de
eletrodos. Numa configuração de dois eletrodos, a uma freqüência de 1000Hz, os íons não
têm tempo de se acumular nos eletrodos e isso faz com que o efeito da polarização diminua
(Weemees, 1990; Nacci et al., 2003a).
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2.4.2 Amostrador de Fluido
O sistema de campo também contém componentes adicionais para serem usados nas
investigações das águas subterrâneas. Podem ser feitas medidas de poropressão, de
condutividade hidráulica e ainda serem realizados testes com traçadores (introdução no lençol
freático de substâncias que possam ser monitoradas para posterior determinação do
caminhamento da pluma de contaminação). O equipamento não tem componentes eletrônicos
e funciona apenas com um êmbolo. As Figuras 2.9 e 2.10 mostram, respectivamente, um
esquema da ponteira do amostrador e do amostrador de fluido BAT.
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Recipiente
hermeticamente
fechado
Disco
Flexível
Cabo
Conexão
hermeticamente
fechada nas duas
extremidades
Amostrador em
recipiente
Disco hermeticamente
Flexível fechado
Haste
Conexão
hermeticamente
fechada nas duas
extremidades
Ponteira do
Amostrador BAT
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momento retirados do solo com a amostra. Essa operação pode ser repetida várias vezes,
desde que entre uma coleta e outra o equipamento seja descontaminado.
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Capítulo 3 3
MATERIAIS, ENSAIOS E
MÉTODOS
3.1 INTRODUÇÃO
Neste Capítulo serão apresentadas as características gerais das áreas onde foram
realizados os ensaios, objetos dessa dissertação, e os seus aspectos fisiográficos. Também será
apresentada a metodologia utilizada para a realização dos ensaios de campo, assim como as
características do solo da região. O local escolhido para a realização da pesquisa é a ETE
Norte da CAESB, em Brasília, devido a suspeita de contaminação das águas do lago Paranoá
por resíduos do tratamento dos esgotos nesta região.
A ETE Norte da CAESB situa-se na porção central do Distrito Federal, com altitude
média de 1080m. Segundo o sistema cartográfico do Distrito federal – SICAD (CODEPLAN,
1992), seu posicionamento geográfico pode ser delimitado, em coordenadas UTM (projeção
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cartográfica Universal Transversa de Mercator), pelos limites 8256800 a 8257600 N (m) e
191620 a 192020 E (m) em relação ao meridiano central 45º (datum horizontal CHUÁ).
O acesso principal à ETE Norte se dá pela via L4 Norte, no Setor de Clubes Norte,
dentro de Brasília. A estação de tratamento de esgoto, ETE Norte, trata lodos ativados em
nível terciário, recebendo atualmente uma vazão média de 412 l/s e atendendo às áreas da Asa
Norte de Brasília, Vila Varjão e Lago Norte, tendo como corpo receptor o lago Paranoá. A
Figura 3.1 mostra um mapa do Distrito Federal e a Figura 3.2 mostra a ETE Norte da CAESB.
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Figura 3.2 – ETE Norte – CAESB. (www.caesb.df.gov.br).
Para realização dos trabalhos desta dissertação foram escolhidas três áreas distintas
dentro da ETE Norte da CAESB. A primeira área escolhida foi o depósito de lodo biossólido,
a partir de agora chamado apenas de depósito de lodo, fonte visível de contaminação. A
segunda área foi o campo de futebol, escolhido por ser uma área onde nunca foi depositado o
lodo, denominada “área de branco”. A terceira e última área foi uma porção da margem do
Lago Paranoá, denominada a partir de agora apenas como margem do lago, localizada logo
após os leitos de secagem da estação de tratamento, que também apresenta traços de
contaminação.
Depósito de
Lodo da ETE –
Norte /CAESB
Margem do Lago
Paranoá
Campo de
Futebol
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3.2.1.1 Depósito de Lodo
A área onde está localizado o depósito de lodo pode ser observada na Figura 3.4. Ela é
usada como depósito para os resíduos sólidos resultantes do tratamento de esgotos urbanos,
em outras palavras, lodo biossólido. Por algum tempo esse lodo foi usado como adubo em
algumas regiões do Distrito Federal, mas seu uso foi suspenso devido à constatação de
contaminação de alguns corpos d’água devido ao seu uso.
O campo de futebol está localizado ao lado do depósito de lodo e foi escolhido para
que fosse possível comparar os resultados obtidos dos ensaios de cone resistivo na área
contaminada com resultados obtidos a partir de uma área sem contaminação (e que tivessem
ambas características geotécnicas semelhantes). O campo de futebol pode ser visto na Figura
3.5.
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Figura 3.5 – Campo de futebol.
Esta área foi escolhida por estar mais próxima do lago Paranoá e por estar à jusante do
depósito de lodo. Devido à proximidade do lago, o nível d’água nesta área apresenta-se mais
próximo da superfície, facilitando a retirada de amostras de água subterrânea. Na Figura 3.6 é
possível ver a porção da margem do lago Paranoá escolhida para a realização dos ensaios.
3.2.2.1 Clima
- 41 -
Dentro de sua área não há grandes variações da distribuição espacial dos totais de precipitação
pluviométrica, entretanto, as diferenças altimétricas condicionam uma certa diferenciação na
temperatura. Sendo assim, os seguintes tipos climáticos foram observados no Distrito Federal
(CODEPLAN, 1984): Tropical – Aw, Tropical de Altitude – Cwa e Tropical de Altitude –
Cwb.
O tipo climático dominante na área onde está localizada a ETE Norte da CAESB é o
Cwa. A precipitação pluviométrica anual média de Brasília é da ordem de 1.574,5 mm, sendo
que no verão as médias mensais podem atingir 300mm. Com relação à temperatura, a média
anual é igual a 21ºc, sendo que na primavera essa média chega a 23ºC (Abreu, 2001).
Tabela 3.1 – Tipos climáticos no DF e sua relação com a altimetria (Carneiro, 2002)
Tmédia – mês
Tipo Denominação Tmínima – mês frio Cota Altimétrica
quente
Aw Tropical > 18ºC -- < 1000 m
Cwa Tropical de Altitude < 18ºC > 22ºC 1000 – 1200 m
Cwb Tropical de Altitude < 18ºC < 22ºC > 1200 m
3.2.2.1 Geologia
- 42 -
Figura 3.7 – Mapa geológico simplificado do Distrito Federal (modificado – Carneiro, 2002).
Essa litofácie é coberta por uma camada espessa de latossolo argiloso, que superam as
médias do Distrito Federal. Ardósias roxas quando alteradas, ou cinzas esverdeadas quando
frescas e homogêneas, caracterizam essa litofácies. Pode ocorrer a presença de quartizitos
dentro do conjunto das ardósias, sendo sempre caracterizadas por lentes métricas ou
decamétricas geralmente maciças e irregulares, apresentando cor branca ou amarelada e
podendo ser puros, finos a médios. Analisando em seções delgadas observa-se grande
quantidade de óxidos e hidróxidos de ferro, finas lamelas de mica branca e outros argilo-
minerais e quartzo (Freitas-Silva e Campos, 1998, citados por Carneiro, 2002).
3.2.2.3 Hidrografia
O Distrito Federal atua como divisor de águas de três grandes e importantes bacias
hidrográficas brasileiras: a bacia do rio São Francisco, a bacia do Paraná e a bacia do
Tocantins. As águas superficiais do Distrito Federal pertencem, basicamente, a quatro sub-
bacias locais: do rio São Bartolomeu e do rio Descoberto, que drenam a bacia do Paraná; a
bacia do rio Maranhão, que corre para a bacia do Tocantins; e, finalmente, a bacia do rio
Preto, que pertence à bacia do São Francisco. O rio Paranoá é um importante tributário do rio
São Bartolomeu e é ele que recebe as águas da barragem do lago Paranoá.
- 43 -
3.3 METODOLOGIA UTILIZADA
No intuito de escolher a melhor área para realização dos ensaios foi feito um
levantamento topográfico das áreas indicadas como prováveis fontes de contaminação. As
Figuras 3.8, 3.9 e 3.10 mostram o levantamento esquemático das áreas analisadas na ETE
Norte da Caesb. Na Tabela 3.2 são apresentados dados dos locais onde foram realizados os
ensaios.
Tabela 3.2 – Descrição dos ensaios de campo.
Ensaio Profundidade Local Data Nível D’água (m) Amostra Amostra
(m) de Solo de Fluido
P01 5,0 Campo de futebol 15/05/2003 Não encontrado 5 -
P02 5,5 Campo de futebol 15/09/2003 Não encontrado 5 -
P03 3,5 Margem do lago 16/09/2003 2,8 4 -
SPT1 5,5 Campo de futebol 12/05/2003 Não encontrado 6 -
SPT2 5,5 Campo de futebol 12/05/2003 Não encontrado 6 -
SPT3 6,5 Depósito de lodo 12/05/2003 Não encontrado 7 -
DPL1 3,0 Depósito de lodo 17/09/2003 Não encontrado - -
DPL2 4,7 Margem do lago 17/09/2003 2,8 - -
DPL3 5,4 Margem do lago 17/09/2003 2,8 - -
DPL4 5,0 Margem do lago 17/09/2003 2,8 - -
CR1 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado - -
CR2 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado - -
CR3 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado - -
CR4 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado - -
CR5 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado - -
CR6 3,5 Margem do lago 28/10/2003 2,8 - -
CR7 4,0 Margem do lago 28/10/2003 2,8 - -
CR8 4,3 Margem do lago 28/10/2003 2,8 - -
AS1 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado 5 -
AS2 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado 4 -
AS3 4,0 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado 5 -
AS4 3,5 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado 4 -
AS5 3,5 Depósito de lodo 21/10/2003 Não encontrado 4 -
AS6 3,5 Margem do lago 28/10/2003 2,8 4 -
AS7 3,5 Margem do lago 28/10/2003 2,8 4 -
AS8 5,5 Campo de futebol 21/10/2003 Não encontrado 5 -
AF1 3,0 Margem do lago 30/10/2004 3,0 - 1
AF2 Superfície Lago Paranoá 14/11/2003 Superfície - 1
Onde P indica um poço de coleta de amostras de solo para caracterização geotécnica, SPT e
- 44 -
DPL indicam sondagens verticais realizadas com estes equipamentos, respectivamente, CR
indica sondagem vertical realizada com o cone resistivo, AS indica sondagem vertical com o
amostrador de solo e AF indica sondagem vertical com o amostrador de fluido.
- 45 -
Figura 3.8 – Indicação esquemática dos ensaios realizados nas áreas analisadas.
- 46 -
Figura 3.9 – Detalhe A – Depósito de lodo.
- 47 -
Figura 3.10 – Detalhe B – Margem do lago.
- 48 -
Sondagem SPT 01 - Campo de Sondagem SPT 02 - Campo de
Futebol Futebol
Nspt
Nspt
0 10 20 30 40
0 10 20 30 40
0
0
1 12
1 4
2 14
2 6
Profundidade (m)
Profundidade (m)
3 5
3 18
4 9
4 11
5 17 5 22
6 27 6 21
7 7
Figura 3.11a – SPT 01 – Campo de Futebol Figura 3.11b – SPT 02 – Campo de Futebol
Nspt
0 10 20 30 40
0
1 4
2 4
Profundidade (m)
3 5
4 8
5 11
6 31
22
7
- 49 -
Figura 3.11c – SPT 03 – Depósito de Lodo
Além das sondagens utilizando o sistema SPT, foram realizadas mais quatro
sondagens à percussão utilizando o sistema DPL.
Foram realizadas 4 sondagens verticais com esse equipamento, sendo uma no depósito
de lodo e três na margem do lago. A sondagem realizada no depósito de lodo atingiu uma
profundidade de 5m e não foi encontrado o nível d’água. As sondagens realizadas na margem
do lago atingiram uma profundidade de 5,0m e o nível d’água foi encontrado a 2,8m. As
Figuras 3.12 a, b, c e d mostram os resultados das sondagens realizadas com a utilização do
DPL.
- 50 -
DPL - VERTICAL 01 DPL - VERTICAL 02
Depósito de Lodo Margem do Lago Paranoá
Ndpl Ndpl
0 20 40 60 80 0 10 20 30 40
0 0
0,5 0,5
1 1
1,5 1,5
Profundidade (m)
2
Profundidade (m)
2,5 2,5
3 3
3,5 3,5
4 4
4,5 4,5
5 5
5,5 5,5
Figura 3.12a – DPL 01 – Depósito de Lodo Figura 3.12b – DPL 02 – Margem do Lago
Ndpl Ndpl
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
0 0
0,5 0,5
1 1
1,5 1,5
ProfundidadeE (m)
2
Profundidade (m)
2,5 2,5
3 3
3,5 3,5
4 4
4,5 4,5
5 5
5,5 5,5
Figura 3.12c – DPL 03 – Margem do Lago Figura 3.12d – DPL 04 – Margem do Lago
- 51 -
As sondagens verticais utilizando o SPT e o DPL foram realizadas com o intuito de se
determinar a resistência a penetração do solo nas áreas em estudo para conhecer, num
primeiro momento, as variações do substrato e a partir daí se traçar um plano de trabalho.
Inicialmente foi escavado à trado, no campo de futebol, um poço com cerca de 6,0m
de profundidade, chamado P01, e dele retirou-se a umidade de campo na área.
- 52 -
parâmetros representativos do estado em que o mesmo se encontrava, na época da
amostragem.
1,5 1,5
2 2
2,5 2,5
3 3
3,5 3,5
4 4
4,5 4,5
5 5
Figura 3.13a – Massa Específica - Campo de Figura 3.13b – Massa Específica - Margem do
Futebol Lago
- 53 -
Umidade Higroscópica Umidade Higroscópica
Sondagem P02 Sondagem P03
Profundidade (m)
1,5 1,5
2 2
2,5 2,5
3 3
3,5 3,5
4 4
4,5 4,5
5 5
Profundidade (m)
2 2
2,5 2,5
3 3
3,5 3,5
4 4
4,5 4,5
W% (15/09) W% (15/09)
5
W% (15/05) 5 W% (15/05)
5,5
W(%) (21/10) 5,5 W(%) (21/10)
6
6
Figura 3.15 – Umidade de Campo – Campo Figura 3.16 – Umidade de Campo – Depósito
de Futebol. de Lodo.
- 54 -
Perfil de Umidades
Umidade (%)
15 20 25 30 35 40 45 50 55
0
W% (16/09)
0,5 W% (28/10)
Profundidade (m) 1
1,5
2,5
3,5
Foram realizados ensaios para determinação dos limites de liquidez (WL), limites de
plasticidade (WP) e índice de plasticidade (IP) com o material que passou pela peneira 40,
conforme preconizam as normas NBR 6459 e NBR 7180 utilizando as amostras coletadas nos
poços P02 e P03, do campo de futebol e da margem do lago, respectivamente. A seguir são
mostrados nas Figuras 3.18a e 3.18b e nas Figuras 3.19a e 3.19b, respectivamente, os limites
de liquidez e plasticidade e os índices de plasticidade das amostras coletadas nos poços P02 e
P03.
- 55 -
Limites de Liquidez e Plasticidade - P02
Limites (%)
25 30 35 40 45 50 55 60
0,0
1,0
Profundidade (m)
2,0
Limite de
3,0 Liquidez
Limite de
4,0 Plasticidade
5,0
6,0
1,0
Profundidade (m)
2,0
Limite de
3,0 Liquidez
Limite de
4,0 Plasticidade
5,0
6,0
1,0
Profundidade (%)
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
- 56 -
Figura 3.19a – Índice de Plasticidade - P02.
1,0
Profundidade (%)
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
3.3.2.3 Granulometria
- 57 -
Granulometria - P02 - Sem Defloculante
100,0
90,0
Porcentagem do Material que
80,0
70,0 0,5m a 1,0m
passa (%)
20,0
10,0
0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
Diâmetro (mm)
100,0
90,0
Porcentagem de Material que
80,0
70,0 0,5m a 1,0m
Passa (%)
20,0
10,0
0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
Diâmetro (mm)
- 58 -
Granulometria - P03 - Sem Defloculante
100,0
Porcentagem do Material que Passa
90,0
80,0
70,0
0,5m a 1,0m
60,0
1,5m a 2,0m
(%)
50,0
2,5m a 3,0m
40,0
3,0m a 3,5m
30,0
20,0
10,0
0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
Diâmetro (mm)
100,0
Porcentagem de Material que Passa
90,0
80,0
70,0
0,5m a 1,0m
60,0
1,5m a 2,0m
(%)
50,0
2,5m a 3,0m
40,0
3,0m a 3,5m
30,0
20,0
10,0
0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
Diâmetro (mm)
- 59 -
3.1.5 3.3.3 Ensaios de Cone Resistivo
A ponteira resistiva adquirida pela UnB possui dois eletrodos e mede apenas
resistividade elétrica, conforme mostrada na Figura 3.22. Esta ponteira trabalha com um
eletrodo positivo (eletrodo anelar central) e outro eletrodo negativo, que nesse caso, é o
próprio corpo da ponteira servindo como referência para a determinação da diferença de
potencial. A distância entre o eletrodo central e o corpo da ponteira é de 5 cm em ambas as
direções, sendo o seu diâmetro correspondente a uma seção transversal de 15 cm2. Na Figura
3.23 observa-se a seção transversal do cone resistivo utilizado nessa pesquisa.
Conector do Cabo
Corpo do Cone Rosca de encaixe com a "luva"
Ø 35x1,5 passo
Corpo do Cone
Material Isolante Eletrodo Gerador de Potencial
- 60 -
O equipamento opera em quatro escalas de condutividade elétrica: de 0 a 0,4mS, de 0 a
4mS, de 0 a 40mS e de 0 a 400mS, estabelecendo uma corrente elétrica de intensidade
constante entre os eletrodos e medindo-se a diferença de potencial correspondente. Desta
forma, através das curvas de calibração da ponteira, pode-se correlacionar o valor de
diferença de potencial da saída com a resistividade elétrica do solo.
O cabo que faz a conexão entre o cone resistivo e a placa geradora de sinal é do tipo
“manga” de 10 vias, sendo que apenas 4 vias são utilizadas. Na extremidade que é conectada
ao cone, a vedação é garantida por dois o-rings de borracha evitando entrada de água no
circuito elétrico. A outra extremidade do cabo é ligada à placa geradora de sinal por uma
conexão rosqueável.
A placa geradora de sinal pode ser alimentada com uma tensão de 110V ou 220V, em
corrente alternada, e encontra-se dentro de uma caixa, na qual existe um seletor capaz de
variar a faixa de escala a ser utilizada na medição. As faixas, ou canais, são numeradas de tal
forma que a número 1 corresponde a meios mais resistivos e o número 4 a meios menos
resistivos, aumentando da esquerda para a direita. Acima do seletor de faixa, existem três
luzes indicativas, duas verdes e uma vermelha. A vermelha fica no centro e indica que a placa
geradora está ligada. As luzes verdes indicam que a faixa que está sendo utilizada não é a
indicada para realizar a medição e que é preciso alterá-la, sendo que a da esquerda indica que
o meio é mais resistivo e a da direita que o meio é menos resistivo. Ao lado do seletor de faixa
está localizado o terminal de saída da placa onde se conecta o multímetro ou o laptop, e nele,
mede-se uma diferença de potencial em corrente contínua.
- 61 -
Figura 3.24 – Ponteira resistiva e sistema de aquisição de dados.
- 62 -
Escala 1 Escala 2
6
6
5 y = 0,1387x - 0,0097 5 y = 0,0152x - 0,06
R2 = 0,9999
Voltagem (V)
4 R2 = 1
Voltagem (V)
4
3
3
2
2
1 1
0 0
0 10 20 30 40 0 100 200 300 400
Condutividade (uS) Condutividade (uS)
(a) (b)
Escala 3 Escala 4
6 3,5
5 3 y = 0,0002x - 0,0873
y = 0,0018x - 0,098
2,5 R2 = 0,9996
R2 = 0,9994
Voltagem (V)
Voltagem (V)
4
2
3
1,5
2
1
1 0,5
0 0
0 1000 2000 3000 4000 0 5000 10000 15000
Condutividade (uS) Condutividade (uS)
(c) (d)
Figura 3.25 - Curvas de calibração da Ponteira Resistiva.
- 63 -
Figura 3.26 – Sistema de cravação.
As Figuras 3.28 a 3.35 mostram os resultados das sondagens realizadas (CR1, CR2,
CR3, CR4, CR5, CR6, CR7 e CR8), utilizando-se o cone resistivo no depósito de lodo e na
margem do lago.
- 64 -
Sondagem 01 Sondagem 02
Cone Resistivo Cone resistivo
0,5 0,5
1 1
Profundidade (m)
Profundidade (m)
1,5 1,5
2 2
2,5 2,5
3 3
3,5 3,5
4 4
4,5 4,5
Figura 3.28 – CR1 – Depósito de lodo. Figura 3.29 – CR2 - Depósito de lodo.
Sondagem 03 Sondagem 04
Cone Resistivo Cone Resistivo
Profundidade (m)
1,5 1,5
2 2
2,5 2,5
3 3
3,5 3,5
4 4
4,5
4,5
Figura 3.30 – CR3 - Depósito de lodo. Figura 3.31 – CR4 - Depósito de lodo.
- 65 -
Sondagem 05 Sondagem 06
Cone Resistivo Cone Resistivo
0,5 0,5
1 1
Profundidade (m)
Profundidade (m)
1,5 1,5
2 2
2,5 2,5
3
3
3,5
3,5
4
4
4,5
4,5
Figura 3.32 – CR5 - Depósito de lodo. Figura 3.33 – CR6 – Margem do lago.
Sondagem 07 Sondagem 08
Cone Resistivo Cone Resistivo
0,5 0,5
1
1
1,5
Profundidade (m)
Profundidade (m)
1,5
2
2
2,5
2,5
3
3 3,5
3,5 4
4 4,5
4,5 5
Figura 3.34 – CR7 – Margem do lago. Figura 3.35 – CR8 – Margem do lago.
3.1.6
- 66 -
3.1.7 3.3.4 Ensaio Geofísico de Eletroresistividade (Arranjo Wenner)
- 67 -
Este equipamento foi projetado para levantamentos geofísicos de pequena
profundidade, e pode ser utilizado como um resistivímetro convencional, operando com dois
pares de eletrodos. Contudo, para aumentar a eficiência do trabalho, existe a possibilidade de
se automatizar a obtenção de dados, conectando cabos especiais e um microcomputador
portátil acoplado ao resistivímetro (Figura 3.37). Durante as perfilagens elétricas horizontais,
utilizou-se um cabo com 25 tomadas para eletrodos, espaçadas de l m, permitindo a conexão
simultânea e independente de 25 eletrodos ao Geopulse. Um microcomputador controla a
operação do equipamento por meio de um programa específico, que possibilita o cálculo e o
armazenamento do valor da resistividade elétrica em um conjunto de pontos da subsuperfície
(Nascimento et al., 1999). O fabricante recomenda estimar a profundidade de cada medida
usando a metade do valor do espaçamento entre dois eletrodos consecutivos.
- 68 -
disposição dos eletrodos, respectivamente, no campo de futebol e no depósito de lodo.
8257200
8257190
8257180
N
8257170
8257160
8257150
8257140
8257130
B6
8257120 B5
UTM metros
8257110 A6 B4
B3
8257100 A5
B2
A4
8257090
B1
A3
8257080
A2
8257070 A1
LEGENDA
8257060
poço de visita
cone resistivo
8257050 cerca
calha
8257040 campo futebol
linha resistividade
8257030 estrada
lôdo
8257020
191620 191640 191660 191680 191700 191720 191740 191760
UTM metros
- 69 -
(a) (b)
Figura 3.39 - Eletrodos dispostos para coleta de dados no campo de futebol e no depósito do
lodo.
Miranda Neto (2002) citando PETTS et al. (1997), recomenda que inicialmente (fase
exploratória), é preferível proceder poucas análises-chave num grande número de amostras do
que elaboradas e dispendiosas análises em um pequeno número das mesmas. Cita ainda, como
exemplo, análises totais de fenóis ou metais, mas recomenda cautela, pois nem todos os tipos,
congêneres ou formas podem ser detectados por métodos totais.
- 70 -
campo de futebol e na margem do lago. As amostras de solo foram coletadas a cada metro a
partir da superfície, chegando até quatro metros em média, e totalizando quatro amostras para
cada furo. Cada uma delas foi extraída utilizando um amostrador de solo tipo Shelby,
contendo um tubo de PVC de 40 mm de diâmetro e 0,43 m de comprimento, sem circulação
de água. No depósito de lodo foram realizadas 5 sondagens verticais para extração de
amostras de solo. No campo de futebol foi realizada apenas uma vertical para amostragem do
solo, enquanto na margem do lago foram realizadas 02 verticais para amostragem do solo.
- 71 -
indica a profundidade de coleta. A Tabela 3.4 apresenta o resumo desses ensaios.
Tabela 3.3 – Resultados dos ensaios de análise química.
Depósito de Lôdo
Sondagem A1
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 2,9 1,0 3,9 7,0 3567 6,6 0,48 0,20 4,58 0 2,2 6,8 0 68 11,1 19,1 143
2 2,0 0,8 2,8 6,2 3453 6,4 0,22 0,06 3,08 0 2,2 5,3 0 58 7,3 12,6 19
3 1,7 0,7 2,4 5,9 3442 6,2 0,12 0,05 2,57 0 2,4 5,0 0 52 6,5 11,2 4,5
3,5 2,3 0,9 3,2 6,7 3519 6,5 0,44 0,18 4,32 0 2,0 6,5 0 65 10,7 18,2 123
4 3,1 1,1 4,2 7,1 3578 6,7 0,51 0,23 4,65 0 2,3 6,9 0 72 11,4 19,6 157
Sondagem A2
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 2,4 0,6 3,0 6,4 3503 6,6 0,03 0,01 3,04 0 1,9 4,9 0 62 8,4 14,4 1,5
2 0,6 0,5 1,1 5,5 3012 5,6 0,08 0,1 1,28 0 2,5 3,8 0 34 8,6 14,8 1,5
3 0,7 0,6 1,3 5,4 3317 5,3 0,07 0,06 1,43 0 5,8 7,2 0 20 5,9 10,1 0,5
4 0,7 0,6 1,3 5,4 3559 5,2 0,15 0,1 1,55 0 2,7 4,3 0 36 5,8 10,0 0,5
Sondagem A3
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 2,4 1,7 4,1 6,3 3405 6,3 0,44 0,16 4,70 0 2,5 7,2 0 65 12,1 20,8 210,0
2 1,6 1,0 2,6 5,8 3266 6,0 0,35 0,10 3,05 0 2,5 5,6 0 55 9,6 16,5 20,0
3 2,3 1,2 3,5 6,2 3406 6,0 0,42 0,14 4,06 0 2,4 6,5 0 63 11,6 20,0 22,5
3,5 2,1 1,0 3,1 6,1 3507 6,1 0,43 0,18 4,00 0 2,3 7,9 0 61 11,3 22,2 24,3
4 1,8 0,8 2,6 5,9 3605 5,9 0,48 0,20 3,97 0 2,1 8,4 0 59 10,9 24,6 25,7
Sondagem A4
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 2,4 0,6 3,0 6,5 3055 6,4 0,21 0,13 3,34 0 1,9 5,2 0 64 7,3 12,6 1,5
2 2,3 0,8 3,1 6,2 3244 6,2 0,13 0,07 3,30 0 2,2 5,5 0 60 8,5 14,6 8,5
3 0,3 0,8 1,1 5,4 2801 5,9 0,07 0,04 1,21 0 2,2 3,4 0 35 6,5 11,2 4,5
3,5 0,3 0,8 1,1 5,3 2399 6,0 0,12 0,08 1,30 0 2,2 3,5 0 37 5,9 10,1 2,5
Sondagem A5
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 0,6 0,5 1,1 5,4 3393 5,4 0,14 0,04 1,28 0 2,0 3,3 0 39 6,5 11,2 0,5
2 2,1 1,0 3,1 6,0 862 6,0 0,33 0,18 3,61 0 2,4 6,0 0 60 8,8 15,1 2,5
3 0,3 0,2 0,5 5,1 773 5,1 0,10 0,11 0,71 0 2,4 3,1 0 23 6,4 11,0 1,5
3,5 0,6 0,5 1,1 5,5 2199 5,5 0,20 0,11 1,41 0 2,4 3,8 0 37 7,7 13,2 1,5
Margem do Lago
Sondagem A6
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 2,9 1,4 4,3 6,8 116 6,7 0,56 0,11 4,97 0 1,9 6,9 0 72 17,6 30,3 210,0
2 3,1 1,5 4,6 6,9 186 6,5 0,44 0,11 5,15 0 2,4 7,6 0 68 14,5 24,9 197,0
3 2,7 1,0 3,7 7,2 57 6,5 0,34 0,15 4,19 0 2,0 6,2 0 68 10,1 17,4 41,0
3,5 2,6 0,7 3,3 7,2 87 6,5 0,2 0,05 3,55 0 1,6 5,2 0 69 5,5 9,5 28,0
Sondagem A7
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 4,7 1,3 6,0 6,8 122 6,6 0,55 0,09 5,1 0 2,0 6,8 0 73 18,0 28,9 195,0
2 3,5 1,5 5,0 7,0 151 6,7 0,47 0,1 5,17 0 2,1 7,2 0 69 15,1 24,6 186,0
3 2,7 0,8 3,5 6,9 55 6,5 0,31 0,12 4,23 0 1,9 6,3 0 68 11,3 16,9 52,0
3,5 3,2 0,7 3,9 7,0 87 6,6 0,25 0,07 3,64 0 1,5 5,3 0 70 5,9 10,1 31,0
Sondagem A8
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO p
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 3,8 1,4 5,2 6,8 540 6,7 0,555 0,1 5,035 0 2,0 6,8 0 73 17,8 29,6 203
2 3,3 1,5 4,8 7,0 204 6,6 0,455 0,105 5,16 0 2,3 7,4 0 69 14,8 24,8 192
3 2,7 0,9 3,6 7,1 81 6,5 0,325 0,135 4,21 0 2,0 6,2 0 68 10,7 17,2 47
3,5 2,9 0,7 3,6 7,1 94 6,6 0,225 0,06 3,595 0 1,6 5,2 0 70 5,7 9,8 30
Campo de Futebol
Sondagem A9
Prof. pH Resist. pH (KCl Acidez total
Ca Mg Ca+Mg K Na Valor S Al C.T.C. %Al %V C MO P
(m) (H2O) Elétrica 1N) (H+Al)
1 1,8 0,2 2,0 5,9 5,9 0,13 0,06 2,19 0 2,4 4,6 0 48 5,6 9,6 0,5
2 0,7 0,2 0,9 5,6 5,3 0,07 0,01 0,98 0 2,4 3,4 0 29 4,7 8,1 1,0
3 1,3 0,3 1,6 5,7 5,6 0,02 0,01 1,63 0 1,9 3,5 0 46 5,1 8,8 1,5
3,5 0,9 0,7 1,2 5,6 5,5 0,05 0,01 1,2 0 1,9 3,1 0 38 4,5 8,0 1,0
- 72 -
Também foi realizada a coleta de amostra de fluido, utilizando-se um amostrador tipo
BAT, pertencente ao Programa de Pós Graduação em Geotecnia da UnB, na margem do lago.
Só foi realizada coleta de amostra de fluido nessa área porque nas outras o nível d’água não
foi encontrado até a profundidade ensaiada. Foi coletada apenas uma amostra do fluido do
lençol subterrâneo, à profundidade de 3 m. Infelizmente, o equipamento não funcionou de
forma adequada para a região, entupindo os canais do amostrador durante a coleta da amostra.
Adicionalmente, foi feita a coleta de uma amostra da água do lago Paranoá para que tornasse
possível uma posterior comparação dos resultados das análises químicas dos fluidos extraídos
nos outros locais. Na Tabela 3.4 é mostrado um resumo das análises feitas pela CAESB na
amostra do lençol subterrâneo, enquanto que na Tabela 3.5 são apresentadas as análises feitas
na amostra coletada do lago. No próximo capítulo serão discutidos os resultados encontrados.
Nas Figuras 3.41 e 3.42 são apresentados o amostrador de fluido e o recipiente onde a amostra
de fluido era acondicionada.
- 73 -
Figura 3.41 – Amostrador de fluido.
3.1.9
- 74 -
Capítulo 4 4
4.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo são discutidos os resultados obtidos nesta pesquisa enfocando o cone
resistivo como ferramenta de investigação geoambiental. Foi feito um confronto entre os
resultados obtidos através do cone resistivo com os resultados obtidos das análises
químicas, com o perfil de umidade e com os resultados obtidos através da perfilagem
eletrorresistiva. O resultado destes confrontos foi utilizado para comprovar a validade do
uso do cone resistivo no delineamento da contaminação, zoneamento e identificação de
áreas prioritárias ou suspeitas que possam requerer investigação detalhada.
Lunne et al. (1997) reportaram que o cone resistivo tem sido empregado com sucesso
em solos contaminados. Os autores apontam que é importante que seja obtida a condutividade
do perfil sem contaminação, ou seja, a condutividade referente ao “background” para fins de
comparação. Para solos relativamente uniformes, é possível desenvolver uma correlação local
entre a condutividade do solo e dos contaminantes selecionados. Os autores destacam que esta
comparação pode indicar pontos específicos nos quais devem ser realizadas as amostragens e
instalação de poços de monitoramento. É com essa abordagem que este capítulo foi delineado
em sua parte principal.
Sabe-se, pela Lei de Archie (1942), que o grau de saturação tem grande influência nos
- 75 -
valores de resistividade elétrica (condutividade), especialmente para baixos graus de
saturação. Este aspecto foi discutido por Daniel et al. (2002), no último simpósio americano
de geofísica aplicada ao meio ambiente, destacando-se os resultados do ensaio RCPTU na
zona não saturada de um perfil de solo arenoso.
Profundidade (m)
CR1
2 2 CR2
2,5 2,5 CR3
3 3 CR4
3,5 3,5
4 4
4,5 4,5
(a) (b)
Figura 4.1 – Umidade de campo (a) e Resistividade Elétrica do Solo (b) medidas em
21/10/2003 no depósito de lodo.
- 76 -
Umidade de Campo x Resistividade
Elétrica
5
Umidade de Campo (%)
y = -0,0447x + 173,79
R2 = 0,3404 1,0m
10
15
2,0m
4,0m
20
3,0m
25
- 77 -
W(%) (21/10) - Margem do Lago Resistividade Elétrica x Profundidade
Margem do lago
Umidade (%)
Resistividade Elétrica (Ohm-m)
35,00 40,00 45,00 50,00
0 100 200 300
0,5
0,5
1
1
P r ofundida de (m )
Pro fu n d id ad e (m )
1,5
1,5
2 CR6
2
CR7
2,5 2,5
CR8
3 3
3,5
3,5
4
4
(a) (b)
Figura 4.3 – Umidade de campo (a) e Resistividade Elétrica do Solo (b) medidas em
28/10/2003 na margem do lago.
R2 = 0,5265
35
2,0m
40
1,0m
3,0m
45
4,0m
50
Pode-se observar na Figura 4.4 que existe uma correlação linear entre os parâmetros
de resistividade elétrica e umidade de campo. A correlação encontrada entre esses parâmetros
na margem do lago Paranoá foi um pouco melhor que a encontrada no depósito de lodo e isso
- 78 -
ocorreu devido a umidade do solo na área ser mais elevada, o que fez com que os valores de
resistividade elétrica obtidos com o cone resistivo fossem mais confiáveis.
Comparou-se os resultados das análises químicas do solo das três regiões estudadas a
cada metro de profundidade e observou-se que, no depósito de lodo (AS1) e na margem do
lago (AS6), as concentrações dos parâmetros analisados estavam acima dos valores esperados,
cuja referência eram os valores encontrados no campo de futebol (AS8), área livre de
contaminação pelo lodo biossólido. Este fato infere, portanto, que estes parâmetros servem
como indicadores de contaminação do solo. As Figuras 4.5 a 4.17 apresentam os gráficos com
essas comparações.
- 79 -
Cálcio (Ca) x Profundidade Magnésio(Mg) x Profundidade
Ca (cmolc/dm3) Mg (cm olc/dm 3)
0 1 2 3 4 0 0,5 1 1,5 2
0 0
1 Ca - 1 Mg -
Profundidade (m)
Profundidade (m)
AS8 AS8
2 2
Ca - Mg -
3 AS6 3 AS6
Ca - Mg -
4 AS1 4 AS1
5 5
6 6
AS8
Profundidade (m)
(H2O) -
2 AS8 2
pH (KCl
3 pH 1N) -
3
(H2O) - AS6
4 AS6
4 pH (KCl
pH
5 (H2O) - 1N) -
5
AS1 AS1
6 6
Profundidade (m)
Na -
2 2 AS6
K - AS6
3 3 Na -
K - AS1 AS1
4 4
5 5
6 6
- 80 -
Valor S x Profundidade Acidez total (H+Al) x Profundidade
3
Valor S (cm olc/dm ) H+Al (cm olc/dm 3)
0 1 2 3 4 5 6 1 1,5 2 2,5 3
0 0 Acidez
total
1 1 (H+Al) -
Valor S
Profundidade (m)
Profundidade (m)
- AS8 AS8
2 2 Acidez
Valor S total
3 3
- AS6 (H+Al) -
4 AS6
4
Valor S Acidez
5 - AS1 total
5
(H+Al) -
6 6 AS1
2 AS8 2
%V -
C.T.C. - 3
3 AS6
AS6
4 C.T.C. - 4 %V -
AS1 AS1
5 5
6 6
1 1 MO -
Profundidade (m)
C - AS8 AS8
Profundidade (m)
2 2
MO -
3 C - AS6 3 AS6
4 4
C - AS1 MO -
5 AS1
5
6 6
- 81 -
Fósforo (P) x Profundidade
P (m g/dm 3)
0 40 80 120 160 200 240
0
Profundidade (m)
P - AS8
2
3 P - AS6
4
P - AS1
5
Baseando-se nos resultados das análises químicas do solo, pode-se afirmar que o
mesmo, tanto no depósito de lodo quanto na margem do lago, sofreu alteração na sua
composição devido à deposição do lodo biossólido. Quando comparados aos resultados
obtidos no campo de futebol, os valores dos parâmetros estão elevados, podendo-se dizer que
o solo naquelas regiões encontra-se contaminado.
Como as amostras de solo para as análises químicas foram coletadas a cada metro de
profundidade, e os valores de resistividade elétrica foram coletados a cada 20 cm e 10 cm (no
depósito de lodo e na margem do lago, respectivamente), optou-se por fazer uma média entre
quatro valores subseqüentes de resistividade elétrica, correspondentes à profundidade na qual
a amostra de solo foi coletada. Por exemplo, a primeira amostra de solo da sondagem vertical
A1 foi coletada entre 0,5m e 1,0m, então foi feita a média dos valores de resistividade elétrica
com os dados da sondagem vertical CR1, coletados entre 0,6m e 1,2m, e tal procedimento foi
repetido a cada profundidade. Feito isso, pôde ser feita a comparação entre os valores de
resistividade elétrica e cada um dos parâmetros da análise química do solo, de modo a
encontrar a possível correlação existente entre eles.
- 82 -
elétrica do solo e os parâmetros das análises químicas do mesmo, variando com a
profundidade, na margem do lago (AS6), lembrando-se que até à profundidade de 2,8m a
região foi considerada não saturada, e após os 3m de profundidade (abaixo do nível d’água) a
região foi considerada como saturada. As correlações lineares foram obtidas através do
método dos mínimos quadrados ajustadas por uma reta.
250 250
Resistividade Elétrica (Ohm-m)
1,0m 1,0m
100 100
3,0m 3,0m
3,5m 3,5m
50 50
0 0
2,4 2,6 2,8 3 3,2 0 0,5 1 1,5 2
Ca (cm olc/dm 3) Mg (cm olc/dm 3)
Figura 4.18 – Resistividade elétrica do solo x Figura 4.19 – Resistividade Elétrica do Solo x
Cálcio (Ca). Magnésio (Mg).
250 250
Resistividade Elétrica (Ohm-m)
2,0m 2,0m
200 200
R2 = 0,5055
150 150
1,0m
100 100 1,0m
3,0m 3,0m
R2 = 0,377
3,5m 3,5m
50 50
0 0
6,7 6,8 6,9 7 7,1 7,2 7,3 2 3 4 5 6
3
pH em água Valor S (cm olc/dm )
Figura 4.20 – Resistividade Elétrica do Solo x Figura 4.21 – Resistividade Elétrica do Solo x
pH em água. Valor S.
- 83 -
Resistividade Elétrica x Valor T(C.T.C.) Resistividade Elétrica x Fósforo
AS6 AS6
250 250
2,0m
Resistividade Elétrica (Ohm*m)
150 150
0 0
4 5 6 7 8 0 40 80 120 160 200 240
3 3
C.T.C. (cm olc/dm ) P (m g/dm )
Figura 4.22 – Resistividade Elétrica do Solo x Figura 4.23 – Resistividade Elétrica do Solo x
Capacidade de Troca Catiônica (C.T.C.). Fósforo.
250 250
Resistividade Elétrica (Ohm-m)
2,0m 2,0m
200 200
R2 = 0,1557
150 150
1,0m
100 100 1,0m
3,0m 3,0m
R2 = 0,0071
3,5m 3,5m
50 50
0 0
6,45 6,5 6,55 6,6 6,65 6,7 6,75 0 0,2 0,4 0,6
3
pH em KCl 1N K (cm olc/dm )
Figura 4.24 – Resistividade Elétrica do Solo x Figura 4.25 – Resistividade Elétrica do Solo x
pH em KCl 1N. Potássio.
- 84 -
Resistividade Elétrica x Sódio Resistividade Elétrica x Acidez Total (H + Al)
AS6 AS6
250 250
Resistividade Elétrica (Ohm-m)
Figura 4.26 – Resistividade Elétrica do Solo x Figura 4.27 – Resistividade Elétrica do Solo x
Sódio. Acidez Total.
250 250
2,0m 2,0m
Resistividade Elétrica (Ohm-m)
200 200
R2 = 0,0292 R2 = 0,2247
150 150
1,0m
1,0m
100 100
3,0m 3,0m
3,5m 3,5m
50 50
0 0
60 65 70 75 80 0 5 10 15 20
%V C (g/kg)
Figura 4.28 – Resistividade Elétrica do Solo x Figura 4.29 – Resistividade Elétrica do Solo x
Saturação de Bases. Carbono Orgânico.
- 85 -
Resistividade Elétrica x Matéria Orgânica
AS6
250
2,0m
1,0m
100
3,0m
3,5m
50
0
0 10 20 30 40
MO (g/kg)
Dos gráficos, observa-se, que alguns parâmetros como o Cálcio (Ca), o Magnésio
(Mg), Valor S, a Capacidade de Troca Catiônica (C.T.C.), o Fósforo (P) e a Acidez Total
(H+Al) apresentaram as correlações mais significativas com a resistividade elétrica do solo,
sendo possível o uso desses parâmetros como bons indicadores de contaminação do mesmo.
- 86 -
Sabendo-se que a umidade influencia os resultados de resistividade elétrica obtidos
com o cone resistivo e observando-se a comparação das concentrações dos diversos
parâmetros químicos entre o campo de futebol e o depósito de lodo e a margem do lago, pode-
se dizer que essas correlações poderiam ser melhores caso a umidade do solo fosse mais alta
nos metros iniciais.
Nas Figuras 4.31, 4.32 e 4.33 são apresentadas comparações entre os valores dos
parâmetros das análises químicas das amostras de fluido, coletadas na vertical AF1, e no lago
Paranoá (AF2), com os valores máximos admitidos pela resolução nº 20 do CONAMA.
Valores de pH
7,6
7,5
Amostra de
7,4
Fluido
7,3 Intersticial
Valores de pH
6,7
Figura 4.31 – Comparação entre o pH das amostras de fluido coletadas e o valor máximo
aceito pelo CONAMA 20.
- 87 -
Valores de Sólidos Totais
600
Valor Padrão
300
do CONAMA
20
200
Amostra de
100 Fluido do lago
Paranoá
Figura 4.32 – Comparação entre os valores de sólidos totais encontrados nas amostras de
fluido e o valor máximo aceito pelo CONAMA 20.
0,7
0,6 Amostra de
Fósforo Total (mg/l)
Fluido
0,5 Intersticial
0,4 Valor Padrão
do CONAMA
0,3 20
0,2 Amostra de
Fluido do
0,1 lago Paranoá
0
Figura 4.33 – Comparação entre os valores de fósforo total encontrados nas amostras de
fluido coletadas e o valor máximo aceito pelo CONAMA 20.
- 88 -
Condutividade Elétrica (Solo x Fluido)
700
- 89 -
4.4 comparação entre os resultados do cone resistivo e os resultados da
perfilagem eletroresistiva
Nas Figuras 4.40 e 4.41 pode-se observar os valores de resistividade elétrica do solo
obtidos pela perfilagem elétrica na margem do lago variando com a profundidade, enquanto
na Figura 4.42 são mostrados os valores de resistividade elétrica obtidos das sondagens
verticais de cone resistivo CR6, CR7 e CR8 realizadas na margem do lago, na área contida
entre 0 e 12m da seção resistiva, mostrada na Figura 4.40.
- 90 -
A6 D B6 A6 D B6 A6 D B6
50 50 50
45 45 45
Ohm.m Ohm.m Ohm.m
4000 4000 4000
A5 B5 A5 B5 A5 B5
40 40 40
35 35 35
3000 3000 3000
A4 B4 A4 B4 A4 B4
30 30 30
2500 2500 2500
m e tro s
m e tro s
A3 B3 1500 A3 B3 1500 A3 B3 1500
- 91 -
20 20 20
5 5 5
A1 B1 A1 B1 A1 B1
0 0 0
0 5 C 10 15 20 25 0 5 C 10 15 20 25 0 5 C 10 15 20 25
metros metros metros
Resistividade elétrica aparente Resistividade elétrica aparente Resistividade elétrica aparente
Profundidade aproximada: 0,5 m Profundidade aproximada: 1,5 m Profundidade aproximada: 2,5 m
Figura 4.35 - Mapas correspondentes aos níveis 1, 3 e 5 (aproximadamente 0,5 metros, 1,5
Data: 07/11/2003 Data: 07/11/2003 Data: 07/11/2003
Pseudo-seção de resistividade aparente na linha C-D. Data: 07/11/2003.
C metros D
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
metros
1,0
2,0
3,0
Ohm.m
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
0,5 0,5
P rofundidade (m )
P rofundidade (m )
1 1
1,5 1,5
2 2
2,5 2,5
3 3
- 92 -
Resistividade Elétrica - Depósito de Lodo
(ohm-m) CR2
1,5
RESIST.
2,0
(ohm-m) CR3
2,5
RESIST.
3,0
(ohm-m) CR4
3,5
RESIST.
4,0
(ohm-m)
4,5 Perfilagem
Observou-se na Figura 4.35 que os mapas dos 3 níveis apresentam porções com baixos
valores (0 a 1500 Ohm-m), indicando um meio menos resistivo, enquanto outras porções
apresentam valores mais altos (1500 a 4000 Ohm.m) e, conseqüentemente, mais resistivos. A
pseudo-seção elétrica, mostrada na Figura 4.36, permitiu observar a variação da resistividade
em duas dimensões (distância e profundidade), indicando um meio menos resistivo no
depósito de lodo (próximo a C), enquanto no campo de futebol (próximo a D) os valores são
mais altos, sendo mais resistivos, havendo provavelmente uma relação entre as regiões menos
resistivas (nos mapas e perfil), com a contaminação por lodo.
- 93 -
Figura 4.40 - Perfil CD de resistividade elétrica na área de estudo.
Perfilagem Eletroresistiva x
Profundidade - Margem do Lago
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
- 94 -
Resistividade Elétrica - Margem do Lago
1,5 RESIST.
2,0 (ohm-m) CR7
2,5
RESIST.
3,0
(ohm-m) CR8
3,5
4,0 RESIST.
4,5 (ohm-m)
Perfilagem
5,0
- 95 -
O termo Fator de Forma refere-se à forma dos grãos, pois se admite que a condução
elétrica varie exclusivamente em função da geometria dos canalículos formados entre os grãos
do esqueleto sólido (Weemees, 1990).
Calculou-se o fator de forma (FF) para cada sondagem vertical de cone resistivo,
realizada na margem do lago, pois só nesta região foi possível se determinar a resistividade
elétrica do fluido na profundidade em que sua amostra foi coletada, e em profundidade similar
à do local de realização da sondagem vertical do cone resistivo. O resultado é mostrado
adiante, na Figura 4.43.
6,00
5,00
Fator de Forma
4,00
3,00 FF
2,00
1,00
0,00
CR6 CR7 CR8
Verticais
Observa-se que os fatores de forma encontrados variam entre 3 e 5 e que estão dentro
da faixa de variação encontrada na literatura (3 a 6 para areias (Pacheco, 2004). Infelizmente,
não pôde ser feita a coleta de mais amostras de fluido, impossibilitando seu cálculo para o
todo o perfil do solo. Vale salientar que os valores do FF encontrados na literatura são de
solos arenosos, enquanto o solo aqui analisado é argiloso. Para obter valores mais
representativos deste parâmetro são necessários mais estudos com o solo local.
- 96 -
Capítulo 5 5
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo são apresentadas as principais conclusões desta pesquisa. Também são
feitas sugestões para a continuidade de temas propostos neste trabalho em pesquisas futuras.
A aplicação do cone resistivo em investigações geoambientais é apresentada, abordando-se a
umidade do solo, posição do nível d’água, resistividade elétrica e amostragens de água e solo.
5.2. CONCLUSÕES
1. As coletas das amostras de solo e fluido com os amostradores nas regiões onde se
identificou contaminação e na área não contaminada permitiram a comparação entre as
características e parâmetros dessas áreas, possibilitando determinar a concentração dos vários
componentes químicos do mesmo e do seu pH. Com isso, pôde ser feita a confirmação dos
resultados obtidos com o cone resistivo como ferramenta de investigação geoambiental em
regiões saturadas;
2. Como já citado por Pacheco (2004), Nascimento (2003) e por outros autores, os
valores de resistividade são fortemente influenciados pela umidade do solo. A tentativa de
avaliar os resultados das sondagens verticais de cone resistivo no depósito de lodo foi difícil
- 97 -
devido à baixa umidade do solo nesta região, que mascarou esses resultados. Em regiões não
saturadas, o valor da condutividade dos grãos e da superfície das partículas de argila passa a
ter uma parcela de contribuição maior para a condutividade total, e se torna mais significativa.
3. Na margem do lago, onde a umidade do solo é maior, pôde-se confirmar através dos
valores de resistividade obtidos a partir das verticais CR6, CR7 e CR8 uma possível
contaminação na região, que foi também detectada pela perfilagem eletroresistiva superficial.
Com base nisto, foram definidos pontos de correlação entre a presença de contaminantes e a
resistividade medida pelo equipamento no solo e fluido.
4. Alguns dos parâmetros obtidos a partir das análises químicas do solo indicaram
haver alguma correlação entre eles e a resistividade elétrica do solo, podendo ser utilizados
como indicadores de contaminação que confirmam a indicação dos ensaios de resistividade.
No estudo aqui realizado, estes parâmetros químicos foram a concentração de Cálcio (Ca) e
de Magnésio (Mg), o valor S, a Capacidade de Troca Catiônica (C.T.C.), a concentração de
Fósforo (P) e a Acidez Total do solo. Já outros parâmetros, como a Saturação de Bases (%V),
o pH do solo em água, a concentração de Sódio (Na), as concentrações de Carbono Orgânico
e de Matéria Orgânica, o Potássio (K) e o pH em KCl, não mostraram ter alguma correlação
com a resistividade elétrica do solo, não podendo, portanto, ser utilizados para confirmar os
resultados de resistividade elétrica obtidos com o cone resistivo.
- 98 -
7. No depósito de lodo foram utilizados os resultados das análises químicas do solo, os
valores de resistividade obtidos com a perfilagem eletrorresistiva e o histórico de uso do local
pela CAESB para confirmar a contaminação do terreno, visto que, em função da baixa
umidade do mesmo na região, haviam dúvidas em relação à confiabilidade dos dados obtidos
com o cone resistivo nesta área. Conclui-se, portanto, que o cone resistivo, isoladamente, não
é a ferramenta mais adequada para detectar a contaminação do solo em regiões não saturadas.
5.3. SUGESTÕES
- 99 -
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6
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- 104 -
ANEXO 1 7
- 105 -
Vertical CR5 Vertical CR6
Local Depósito de lodo Local Margem do lago
Data 21/10/2003 Data 28/10/2003
Profundidade (m) Resistividade Elétrica (Ωm) Profundidade (m) Resistividade Elétrica (Ωm)
0,2 352,95 0,2 872,49
0,4 640,74 0,3 274,37
0,6 3470,10 0,4 519,53
0,8 3452,83 0,5 651,27
1 3496,34 0,6 872,49
1,2 3514,06 0,7 61,29
1,4 3030,37 0,8 70,70
1,6 3368,96 0,9 54,29
1,8 654,34 1 122,19
2 139,45 1,1 84,92
2,2 110,95 1,2 216,26
2,4 36,14 1,3 321,06
2,6 23,47 1,4 80,00
2,8 26,87 1,5 52,05
3 287,33 1,6 229,61
3,2 1760,82 1,7 101,47
3,4 1765,30 1,8 460,84
3,6 2633,38 1,9 195,12
3,8 2873,42 2 219,65
4 2897,43 2,1 121,89
2,2 108,57
2,3 40,48
2,4 31,30
2,5 31,86
2,6 30,10
2,7 24,93
2,8 32,03
2,9 56,34
3 59,61
3,1 72,55
3,2 76,38
3,3 82,30
3,4 83,29
3,5 85,63
3,6 88,89
- 106 -
Vertical CR7 Vertical CR8
Local Margem do lago Local Margem do lago
Data 28/10/2003 Data 28/10/2003
Profundidade (m) Resistividade Elétrica (Ωm) Profundidade (m) Resistividade Elétrica (Ωm)
0,2 46,99 0,2 91,57
0,3 232,77 0,3 438,97
0,4 197,15 0,4 457,80
0,5 139,58 0,5 548,29
0,6 600,51 0,6 549,37
0,7 760,12 0,7 554,20
0,8 171,75 0,8 555,53
0,9 95,12 0,9 557,10
1 40,92 1 558,44
1,1 54,97 1,1 500,41
1,2 245,16 1,2 530,46
1,3 205,68 1,3 414,69
1,4 22,25 1,4 66,93
1,5 709,57 1,5 198,17
1,6 384,78 1,6 345,91
1,7 130,81 1,7 117,83
1,8 60,32 1,8 76,31
1,9 233,13 1,9 100,66
2 111,76 2 312,76
2,1 323,40 2,1 176,13
2,2 25,97 2,2 353,94
2,3 22,78 2,3 150,50
2,4 24,13 2,4 48,41
2,5 26,51 2,5 56,30
2,6 27,78 2,6 58,02
2,7 28,75 2,7 58,46
2,8 32,49 2,8 64,96
2,9 41,86 2,9 71,70
3 58,24 3 82,74
3,1 67,98 3,1 82,79
3,2 72,38 3,2 102,70
3,3 69,41 3,3 89,94
3,4 88,17 3,4 88,58
3,5 92,12 3,5 94,94
3,6 90,48 3,6 96,57
3,7 91,18 3,7 97,44
3,8 92,12 3,8 99,35
3,9 92,91 3,9 101,27
4 96,02 4 102,22
4,1 103,33
4,2 96,20
4,3 93,83
- 107 -
ANEXO 2
COMPOSIÇÃO DO LODO DE ESGOTO DA ETE NORTE – BRASÍLIA - DF
pH 7,9
W 83
M.O. 52,5
N 5,5
P 3
K 0,35
Ca 4,5
Mg 0,35
Fe 3
Al 2
Na 0,15
Cu 0,015
Mn 0,015
Zn 0,065
- 108 -
ANEXO 3
RESULTADOS DA DIFRATOMETRIA DE RAIO - X
- 109 -
- 110 -
- 111 -