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GURI

Das roupas velhas do pai


queria que a mãe fizesse
uma mala de garupa
e uma bombacha e me desse,
Queria boinas e alpargatas
e um cachorro companheiro
pra me ajudar a botar as vacas
no meu petiço sogueiro,
Hei de ter uma tabuada
e o meu livro querer ler
vou aprender a fazer contas
e algum bilhete escrever,
Pra que a filha do seu Bento saiba
que ela é meu bem querer
E se não for por escrito
eu não me animo a dizer
Quero gaita de oito baixos
pra ver o ronco que sai
botas feitio do Alegrete
e esporas do Ibirocai
lenço vermelho e guaiaca
compradas lá no Uruguai
Pra que digam quando eu passe
saí igualzito ao pai
E se Deus não achar muito
tanta coisa que eu pedi
Não deixe que eu me separe
deste rancho onde nasci
Nem me desperte tão cedo
do meu sonho de guri
E de lambuja permita...
que eu nunca saia daqui (3x)
UM PITO
Olha guri
Repares o que estás fazendo
Depois que fores é difícil de voltar
Aceite um pito e continues remoendo
Teu sonho moço desse rancho abandonar
Olha guri
Lá no povo é diferente
E certamente faltará o que tens aqui
E só te peço não te esqueças de tua gente
De vez em quando manda uma carta guri
Se vais embora por favor não te detenhas
Sigas em frente não olhes para trás
Que assim não vais ver a lágrima existente
Que molha o rosto do teu velho meu rapaz (2x)

Olha guri
Pra tua mãe cabelos brancos
E pra este velho que te fala sem gritar
Pesa teus planos eu quero que sejas franco
Se acaso fores pega o zaino pra enfrenar
Olha guri
Leva uns cobres de reserva
Pega uma erva pra cevar teu chimarrão
E leva um charque que é pra ver se tu conservas
Uma pontinha de amor por este chão
Se vais embora por favor não te detenhas
Sigas em frente não olhes para trás
Que assim não vais ver a lágrima existente
Que molha o rosto do teu velho meu rapaz (2x)
DESASSOSSEGOS
Meus desassossegos sentam na varanda
pra matear saudade nesta solidão
cada por de sol, dói feito uma brasa
queimando lembranças no meu coração
Vem a noite aos poucos, alumiar o rancho
com estrelas frias, que se vão depois
Nada é mais triste, neste mundo louco
que matear com a ausência, de quem já se foi
Que desgosto o mate, cevado de mágoas
pra quem não se basta, pra viver tão só
A insônia no catre, vara a madrugada
neste fim de mundo, que nem Deus tem dó

Meus desassossegos sentam na varanda


pra matear saudade nesta solidão
cada por de sol, dói feito uma brasa
queimando lembranças no meu coração
Então me pergunto neste desatino
se este é meu destino, ou Deus se enganou?
Todo desencanto para um só campeiro
que de tanto amor se desconsolou
ANOTE O NÚMERO DO SEU PEDIDO: PEDIDO REALIZADO EM: 16/10/2010 ÀS 13:38:24

02-501627559

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