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Chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro em 7 de Março

de 1808

1999, Óleo sobre tela, 609 x 914 milímetros

Colecção particular

Quadro de Geoffrey Hunt (n. 1948), esteve em exibição no Museu Histórico Nacional e no
Museu Imperial do Brasil. O Príncipe Regente D. João, a Rainha D. Maria II e a Corte
embarcaram para o Brasil no dia 27 de Novembro de 1807, devido à 1.ª Invasão Francesa. A
frota só se fará ao mar no dia 29.

Descrição:

O quadro representa, no centro, a nau Príncipe Real, onde tinham viajado a Rainha D. Maria I, o Príncipe
Regente e os seus dois filhos, os infantes D. Pedro e D. Miguel, e o infante espanhol, D. Pedro Carlos de
Bourbon, no momento em que acaba de fundear, usando a sua caranguejola, vendo-se o estandarte real a
flutuar no mastro principal. Os pequenos botes ao redor da nau transportam personagens que não quiseram
deixar de cumprimentar imediatamente a família real, já que o desembarque só se realizou no dia seguinte. Do
lado esquerdo está a nau britânica Marlborough, que se encontrava na baía, a disparar uma salva, com a
guarnição colocada nas vergas.

Do lado direito pode ver-se a nau Afonso de Albuquerque, que tinha transportado a princesa Carlota Joaquina e
quatro das suas seis filhas, a começar a ferrar as velas preparando-se para entrar no vento e fundear. Atrás está
a Medusa, que tinha transportado o ainda secretário de estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, António
de Araújo de Azevedo, futuro conde da Barca, e a fragata Urânia, que escoltou o Príncipe Regente durante
toda a viagem. Ao lado destas, a nau britânica Bedford, que tinha acompanhado a frota portuguesa desde as
Canárias.

Mais à direita, na linha de costa o fumo branco representa a salva do forte de Villegaignon, que já não existe,
vendo-se também - da esquerda para a direita - a costa de Niterói, a entrada da baía do Rio de Janeiro e o Pão
de Açucar.

A transferencia da Corte Portuguesa para o Brasil

Dom João VI: vítima da ação napoleônica ou subordinado aos interesses britânicos?

Todo sete de setembro celebramos o dia em que o Brasil foi proclamado


independente de Portugal. Assim, o marco de nossa soberania política fixou-se no
momento em que o então príncipe-regente, Dom Pedro I, oficializou o fim da
colonização às margens do rio Ipiranga. No entanto, como podemos imaginar que
um brado à beira de um rio seja capaz de fazer uma nação soberana?

Para entendermos melhor o nosso processo de independência é de fundamental


importância que nos desloquemos para um outro contexto histórico: o
estabelecimento da Era Napoleônica (1799 – 1815) no início do século XIX.
Durante esse período, que encerra as turbulências vividas durante a Revolução
Fracesa, Napoleão transformou-se em chefe supremo da nação francesa.

Em sua gestão, Napoleão tinha como grande meta industrializar a economia


francesa através de um agressivo plano que combinava pesados investimentos
estatais e uma política internacional agressiva. Naquela época, a maior potência
industrial era Inglaterra. Com isso, Bonaparte procurou retaliar o monopólio
mercadológico britânico nem que para isso tivesse que ameaçar a soberania das
demias nações européias.

No ano de 1806, o governo napoleônico impôs o Bloqueio Continetal à Europa.


Segundo esse decreto, a França exigia que nenhuma nação européia tivesse
relações comerciais com a Inglaterra. Dessa maneira, o governo napoleônico
ampliou seus mercados consumidores e ao mesmo tempo desestabilizou sua
maior rival política, militar e econômica.

O príncipe regente de Portugal, Dom João VI, não acatou a ordem francesa. Isso
porque, ao longo do século XVIII, a economia portuguesa assinou uma série de
tratados econômicos que aprofundou demasiadamente a dependência de Portugal
para com a Inglaterra. Em reposta à intransigência portuguesa, Napoleão
ameaçou invadir o território português. Pressionado por Napoleão, o governo
português acabou aceitando um plano da Inglaterra para contornar essa situação.

Os ingleses ofereceram escolta para que a família real portuguesa se deslocasse


até o Brasil e garantiu que utilizaria de suas forças militares para expulsar as
tropas napoleônicas do solo português. Em troca desses favores, Dom João
deveria transferir a capital portuguesa para o Rio de Janeiro e estabelecer um
conjunto de tratados que abririam os portos brasileiros às nações do mundo e
oferecia taxas alfadegárias menores aos produtos ingleses.

Não tendo melhores alternativas frente à proposta inglesa, em novembro de


1807, cerca de 15.000 súditos da Coroa Portuguesa sairam às pressas rumo ao
Brasil. Dessa maneira, entre os anos de 1808 e 1821, o Brasil se tornou o centro
administrativo do governo português. Além de ter sido um peculiar acontecimento
na história política portuguesa, a chegada de Dom João VI e seus cortesãos ao
Brasil iniciou um conjunto de ações que enfraqueceram o pacto colonial

Dessa maneira, podemos contemplar na admininstrção joanina um conjunto de


ações que impulsionaram a nossa independência. Ao mesmo tempo, vemos que
os gritos às margens do Ipiranga, de Dom Pedro I, nada mais efetivaram às
liberdades anteriormente concedidas durante a passagem de Dom João VI em
terras brasileiras.

Em 1810, dois anos após o estabelecimento da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, a


Inglaterra renovou seus tratados comerciais com o príncipe dom João. Beneficiados
com esses tratados, os ingleses aumentaram ainda mais a venda de seus produtos
para o mercado brasileiro. A burguesia portuguesa, ao contrário, viu seus privilégios
se reduziram. No Reino, os portugueses hostilizavam dom João; na Colônia, dirigiam
sua insatisfação contra a elite local.

A relação entre os portugueses recém-instalados e os brasileiros -- latifundiários e


comerciantes -- tornaram-se tensas, pois somente os portugueses tinham acesso aos
postos do governo. Aos brasileiros restava apenas o pagamento dos impostos, usados
basicamente para a sustentação da Corte.

A Coroa era incapaz de contentar brasileiros e portugueses porque ela mesma estava
quase sempre sem dinheiro. Dom João recorria freqüentemente aos empréstimos
externos de banqueiros ingleses.

Esse descontentamento geral levou um jornal clandestino -- O Correio Braziliense -- a


criticar o governo português.

Mas, apesar de todas as dificuldades, dom João reurbanizou o Rio de Janeiro, construiu
escolas, bibliotecas e teatros. Trouxe para o Brasil artistas e cientistas europeus, o que
contribuiu para renovar a cultura brasileira.

Nasceu em 1775, e morreu em1830, rainha de Portugal e do Reino Unido de Portugal,


Brasil e Algarve, nasceu em Aranjuez, Espanha e faleceu em Queluz, Portugal.

Filha do rei Carlos IV da Espanha, casou-se com o príncipe D. João de Portugal,


posteriormente, D. João VI. De temperamento difícil e voluntarioso, teve muitos
conflitos com o marido e com autoridades portuguesas, sobretudo após D. João ter se
tornado regente, em 1792, em substituição à rainha Maria I, sua mãe, que se
encontrava enferma. Tanto no Brasil como em Portugal combateu sistematicamente as
ideias revolucionárias vindas da França. Em 1807 foi obrigada, devido à invasão das
tropas napoleônicas, a embarcar para o Brasil com o marido, os filhos e o restante da
Corte.

Vivendo no Brasil de 1808 a 1821 e tendo seu país natal, a Espanha, também sido
ocupado por Napoleão I, concebeu um plano para governar as colônias espanholas. O
projeto fracassou, inclusive pela falta de interesse de D. João. Tornou-se rainha, em
1816, com a ascensão de D. João VI ao trono. Sempre fiel às concepções
ultraconservadoras, ao retornar a Portugal dedicou-se, com seu filho D. Miguel, a
conspirar contra as cortes que haviam realizado a revolução liberal. Após a morte de
D. João apoiou o movimento absolutista que permitiu a ascensão de D. Miguel ao
trono.

D Pedro

Nasceu no palácio de Queluz, Portugal, em 12-10-1798. Filho de D. João VI e dona


Carlota Joaquina. Veio para o Brasil com toda a Família Real, devido a invasão de
Napoleão contra Portugal. Aos 18 anos casou-se com dona Maria Leopoldina,
arquiduquesa d’Áustria, Em 1821 D. João voltou a Portugal deixando D. Pedro regendo
o Brasil. No dia da partida disse a seu filho que tudo fizesse para o bem do Brasil,
antes que aventureiros tomassem o seu lugar. Lembrando-se sempre dos dizeres do
pai D. Pedro esforçava-se em unir os brasileiros com os portugueses.

Devido a mudança da Família Real para o Brasil, D. Pedro nunca pôde completar seus
estudos, por esse motivo as Côrtes portuguesas chamaram-no à Europa para que os
continuasse. O povo brasileiro receava ficar sem o príncipe regente e como prova da
confiança que depositava nele, escreveu-lhe uma carta pedindo-lhe que ficasse no
Brasil como perpétuo defensor deste País, carta essa que lhe foi entregue por
intermédio de José Clemente Pereira. D. Pedro respondeu à carta com uma frase que
mais tarde se tornaria histórica: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da
Nação, estou pronto; diga ao povo que fico”, motivo porque o dia 9-1-1822 passou a
ser chamado o dia do “Fico”.

Foi então que começaram as lutas entre aqueles que apoiavam o príncipe regente e
os que eram a favor da política portuguesa. Nesse meio tempo, D. Pedro viajou para
São Paulo para verificar as fortificações do Porto de Santos. No dia 7 de setembro de
1822, quando voltava de Santos, encontrou na Colina do lpiranga, mensageiros que
traziam-lhe cartas de Portugal e do Rio. Tomando conhecimento do que dizia D. João
VI, D. Leopoldina e José Bonifácio numa das cartas, arrancou a espada e gritou:
“Independência ou Morte!”. No dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi proclamado
jmperador do Brasil, sendo a cerimônia de coroação realizada a 1º de dezembro. As
tropas portuguesas percebendo sua derrota, retornaram à Lisboa.

Durante seu reinado sucederam-se os seguintes fatos: redigiu uma proclamação ao


povo pedindo que os brasileiros se unissem cada vez mais e obrigando aos que
fossem contrários, a se retirarem do País; a 3-5-1823, instalou a Assembléia
Constituinte, na qual destacaram-se os irmãos Andradas, os quais discordando com os
planos de D. Pedro I, tornaram-se oposicionistas, sendo neste mesmo ano dissolvida
essa Assembléia e preso e condenado ao exílio José Bonifácio; a 25-3-1824, D. Pedro
jurou à 1ª Constituição Brasileira; nesse mesmo ano houve a Revolução
Pernambucana. Queriam a proclamação da República. Esta revolução foi denominada
Confederação do Equador e chefiada por Frei Caneca e Paes de Andrade; em 1826,
faleceram dona Maria Leopoldina, sua esposa, D. João VI, seu pai, tendo ele por esse
motivo abdicado da Coroa Portuguesa em favor de sua filha Maria da Glória, princesa
do Grão-Pará. Dois anos depois, deu-se a Independência da Província Cisplatina que
passou a ser a República do Uruguai. Aos 31 anos, D. Pedro escolhe dona Amélia de
Lauchtemberg para ser sua segunda esposa.

Em 1831, abdicou da Coroa do Brasil, pois estava aborrecido com as lutas entre os
partidos políticos brasileiros, passando a Coroa a seu filho D. Pedro de Alcântara, que
na época contava 5 anos de idade. De volta à Portugal, D. Pedro reconquistou o trono
de que seu irmão D. Miguel havia se apoderado violentamente. Conquistou
novamente os portugueses, derrotando aos que favoreciam D. Miguel. Mas não
permaneceu muito tempo com a alegria de tornar-se querido pelos portugueses,
tendo sido acometido pela tuberculose, que viria encerrar sua vida, em 24-09-1834
(no mesmo palácio de Queluz, onde havia nascido há 36 anos).
Seu nome completo é: PEDRO DE ALCÂNTARA FRANCISCO ANTÔNIO JOÃO CARLOS
XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL CIPRIANO
SERAFIM DE BRAGANÇA E BOURBON

Por Rainer Sousa


Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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