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1 – Introdução

Por definição Saneamento Básico é um serviço público que compreende os


sistemas de abastecimento d'água, de esgotos sanitários, de drenagem de águas
pluviais e de coleta de lixo. Estes são os serviços essenciais que, se regularmente bem
executados, elevarão o nível de saúde da população beneficiada, gerando maior
expectativa de vida e conseqüentemente, maior produtividade.

Os sistemas de drenagem são classificados de acordo com suas dimensões, em


sistemas de microdrenagem, também denominados de sistemas iniciais de drenagem,
e de macrodrenagem .

A microdrenagem inclui a coleta e afastamento das águas superficiais ou


subterrâneas através de pequenas e médias galerias, fazendo ainda parte do sistema
todos os componentes do projeto para que tal ocorra.

A macrodrenagem inclui, além da microdrenagem, as galerias de grande porte


( D > 1,5m ) e os corpos receptores tais como canais e rios canalizados.

O sistema de drenagem vai atender as necessidade da cidade em relação a


durabilidade das construções e também para diminuir os danos causados pela água,
pois ela afeta diretamente na estética das construções, já uma vez empossada chega a
manchar a pintura.

Numa residência ou num prédio deve ser feito um sistema para que essa água
proveniente da precipitação chegue até a rede de esgoto, pelo caminho mais rápido.
No Brasil o sistema utilizado para a drenagem da água pluvial é separado da rede de
esgoto sanitário, assim denominado Sistema Separador Absoluto. Isto se deve já que
as vazões pluviais são bastante superiores as dos esgotos sanitários.

2 - Drenagem no Brasil

No Brasil, institucionalmente, a infra-estrutura de microdrenagem é reconhecida


como da competência dos governos municipais que devem ter total responsabilidade
para definir as ações no setor, ampliando-se esta competência em direção aos
governos estaduais, na medida em que crescem de relevância as questões de
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macrodrenagem, cuja referência fundamental para o planejamento são as bacias
hidrográficas. Isto é, deve ser de competência da Administração Municipal - a
Prefeitura, os serviços de infra-estrutura urbana básica relativos à microdrenagem e
serviços correlatos - incluindo-se terraplenagens, guias, sarjetas, galerias de águas
pluviais, pavimentações e obras de contenção de encostas, para minimização de risco
à ocupação urbana.

Quanto a sua extensão não se dispõe de dados confiáveis em relação à


drenagem urbana. Estima-se que a cobertura deste serviço - em especial a
microdrenagem - atinja patamar superior ao da coleta de esgotos sanitários.

Quanto à macrodrenagem, são conhecidas as situações críticas ocasionadas


por cheias urbanas, agravadas pelo crescimento desordenado das cidades, em
especial, a ocupação de várzeas e fundos de vales. De um modo geral nas cidades
brasileiras, a infra-estrutura pública em relação a drenagem, como em outros serviços
básicos, apresenta-se como insuficiente.

As cidades brasileiras, assim como algumas do restante do mundo não foram


planejadas preventivamente a suportar períodos chuvosos prolongados e com grande
volume de água pluvial.

A Urbanização desordenada tem levado a uma “concretização” excessiva,


impedindo a absorção da água pluvial de volta ao lençol freático . Ou seja ocorre uma
barreira à absorção de água devido à impermeabilização do solo.

Fatores contribuintes do acúmulo de água pluvial:

 Topografia: desnível do terreno, dificultando drenagem da água;


 O desmatamento, queimadas;
 Acúmulo de lixo
 Construção adensada de edificações;
 Pavimentação;

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É conveniente, para a comunidade, que a área urbana seja planejada de forma
integrada. Se existirem planos regionais, estaduais ou federais, é interessante a
perfeita compatibilidade entre o plano de desenvolvimento urbano e esses planos.

Um adequado sistema de drenagem, onde esta drenagem for viável,


proporcionará uma série de benefícios:

 Desenvolvimento do sistema viário;


 Redução de gastos com manutenção das vias públicas;
 Valorização das propriedades existentes na área beneficiada;
 Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das
precipitações;
 Eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais;
 Rebaixamento do lençol freático;
 Recuperação de áreas alagadas ou alagáveis;
 Segurança e conforto para a população habitante ou transeunte pela área de
projeto.

3 – Drenagem pluvial residencial ou predial.

Como já citado a drenagem pluvial também ocorre nas casas e nos prédios,
assim tendo que ter uma preocupação de como essa água vai chegar ao sistema de
drenagem urbana.

O sistema de drenagem de residências e prédios deve ser criado para que


atenda importantes aspectos, como pede a norma 611 de 1998 (ABNT-NBR 611/98):

a) Recolher e conduzir a vazão do projeto até locais predeterminados pela


COSAMPA;
b) Estanqueidade, ou seja, não deve ter nenhum vazamento por onde a água
possa vazar;
c) Fácil desobstrução e limpeza de qualquer ponto do sistema;
d) Resistência a intempéries, ou seja, resistência a variações climáticas;

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e) Resistência aos esforços solicitados pela variação térmica ou choques (se for
o caso) que esta sujeita;
f) Em caso de contato com outro material de construção, utilizar materiais de
componentes compatíveis.
g) Não deve apresentar ruídos excessivos.
h) Devem ser fixadas de maneira a assegurar a resistência e durabilidade.

3.1 – Projeto de drenagem pluvial predial.

O projeto deve apresentar:

a) Fixar todos os pontos de entrada de água, através de ralos nas coberturas e


áreas molhadas;
b) Mostrar a passagem de tubulação em todos os pavimentos horizontais e
verticais;
c) A ligação dos condutores verticais de água pluvial às caixas de areia ou
pátio;
d) A ligação do ramal predial à rede pública de drenagem urbana.

A figura abaixo mostra como o caminho da água drenada da chuva:

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Caixa
de
areia
Condut
Caixa Condut
or de
Alinhame
de ralo or de
águas
Passei

Ralo águas
nto pluviais
Rua
0,40 m pluviais
o

Caixa
de
Sarje

Caixa
Coletor areia
ta

Coletor de ralo Coletor


público de
público Planta Corte
águas
pluviais

Figura 1 – Planta corte do sistema de drenagem predial.

3.1.1 Dimensionamento de calhas

Os primeiro ponto a ser dimensionado são as calhas, devido a ser o primeiro do


sistema de drenagem a ser solicitado. Porem antes de ser dimensionado o projeto tem
que ter correspondido os seguintes aspectos:

a) As coberturas horizontais de laje deverão impedir o empoçamento, exceto


durante tempestade, pois neste caso será temporário;
b) A drenagem deve ser feita por de um ponto, exceto quando tiver risco de
obstrução;
c) As superfícies horizontais devem ter uma declividade mínima de 0,5%;
d) Quando necessário, a cobertura deve ser subdividida em áreas menores com
caimentos de orientações diferentes;

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e) Os trechos do perímetro da cobertura e das eventuais aberturas (escadas ou
clara bóias) que possam receber água em virtude do caimento devem ser
dotados de platibanda ou calha;

Tomando os cuidados acima, pode – se partir para o calculo da vazão de água


que a chuva provoca:

ix A
Q=
60

Onde se tem:

- Q: vazão de projeto em l/min.

- i: intensidade de chuva em mm/h.

- A: Área da contribuição em m².

A intensidade da chuva depende do período de retorno, ou seja, é o intervalo de


ocorrência (em anos) entre eventos que igualam ou superam uma dada magnitude,
este período pode ser de: 1 ano para áreas pavimentadas; 5 anos para coberturas e
terraços; 25 anos para coberturas e áreas.

A Área de contribuição vai depender de alguns fatores, da direção do vento e


dos incrementos devido à inclinação do telhado. A figura abaixo mostra algumas áreas
de contribuições e com a formula de sua área.

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Figura 2 – Área de contribuição.

A inclinação nos casos tipo beiral ou platibanda deve ter no mínimo 0,5%. No
caso de água furtada a inclinação da calha deve ser dada pelo projeto de cobertura. A
figura abaixo mostra as seções mais usais e tipo da mesma.

Circular U V Retangular Quadrada

Beiral

Água Furtada

Platibanda com muro

Figura 3 – Seçoes e tipo de calha.

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Para acha seção da calha é utilizado a formula de Manning Stricker:

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Q= × A × Rh2 /3 × I 1 /2, assim tendo: Q é a vazão final da calha em m³/s; A é a área
n
molhada em m²; Rh é o raio hidráulico em m; I é a declividade em m/m; n é coeficiente
de manning. Abaixo alguns valores do coeficiente de Manning:

Tabela 1 – Coeficientes de Manning.

Material N
plástico, fibrocimento, aço, metais não
0,011
ferrosos.
ferro fundido, concreto alisado, alvenaria
0,012
revestida.
cerâmica, concreto não alisado. 0,013
alvenaria de tijolos não revestida 0,015
Para finalizar o dimensionamento da calha a norma NBR-611 de 1998 atenta
para as seguintes coisas:

a) Se a saída não estiver colocada em uma das extremidades, a vazão de


projeto (calha tipo beiral ou platibanda) deve ser correspondente à maior das
áreas de contribuição;
b) Calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4 m de
uma mudança de direção, a vazão de projeto deve ser multiplicada pelos
seguintes coeficientes:

Tabela 2 – Multiplicativos da vazão de projeto.

Curva a Curva entre 2


Tipo de menos de 2 e 4 m da
curva m da saida saida da
da calha calha
Canto reto 1,2 1,1
Canto
arredondad 1,1 1,05
o
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3.1.2 – Dimensionamento de condutores verticais

Os condutores verticais podem ser instalados internos ou externos ao edifício,


porem sempre tentando executar em só uma prumada. O diâmetro mínimo permitido é
de 70 mm. Devido ao condutor ter presença de água e ar faz com que não haja
nenhuma equação para o seu dimensionamento, entretanto é utilizado ábacos que
levam em consideração: a vazão de projeto; altura da lamina de água; comprimento
vertical.

Abaixo encontrarem-se dois ábacos, no primeiro tem-se uma calha com saída
aresta viva onde ele cruza o diâmetro do condutor com a vazão de projeto, traçando
dois tipos de linha uma sendo o comprimento vertical (H), a altura da lamina d’água (L).
O segundo tem as mesmas características do primeiro a diferença esta na saída da
calha, que no segundo a saída é de funil.

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Figura 3 – Ábaco da calha com saída viva.

Figura 4 – Ábaco saída com Funil.

Como na calha, é preciso ficar atento a certos pontos dos condutores:

a) Declividade pequena não inferior a 0,5% e uniforme;


b) As tubulações aparentes devem ser inspecionadas sempre que houver
conexões, mudança de declividade, mudança de direção;
c) Inspeções a cada trecho de 20 m nos percursos retilíneos;
d) Nas ligações de trechos verticais para trechos horizontais deve-se usar
curvas de raio longo com inspeção ou caixa de areia, segundo o condutor
horizontal;
e) Lamina de água deve ter no máximo 2/3 do diâmetro interno do tubo;

4 – Componentes de uma rede de drenagem Urbana.

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Dentro do sistema de drenagem têm-se vários componentes, como greide, meio-
fio e etc. Tudo começa com o greide, o greide é o responsável de levar a água até a
sarjeta, dentre de uma cidade pode-se determinar o greide como o asfalto da via.

Figura 5 – Primeira parte da drenagem.

Logo após que água é escorrida pelo greide, ela vai para sarjeta, onde é
geralmente um canal de seção triangular, situado entre o meio-fio e a pista, sua
principal função é escoar a água até os pontos de coleta. O meio-fio é responsável de
separar da calçada de pedestres dos carros. A figura acima mostra a sarjeta e meio-fio
como eles aparecem no cotidiano.

Nos bairros mais antigos pode-se observar os sarjetões, é um canal muito


semelhante a sarjeta, entretanto sua localização é diferente, geralmente entra-se em
pontos baixos e em conexões de duas vias publicas, ele é destinado a conectar
sarjetas ou encaminhar efluentes destas para os pontos de coleta. Na figura abaixo se
mostra um sarjetão utilizado em vias de paralelepípedos.

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Figura 6 – Modelo de sarjetão

As bocas coletoras, ou mais conhecidas como boca de lobo, tem como função
capturar a água transportada pelas sarjetas e sarjetões, geralmente encontra-se sob o
passeio ou sob a sarjeta. Como mostra a figura 3. O próximo são as galerias, elas são
destinadas ao transporte da água que a boca coletora pegou. O diâmetro mínimo de
uma galeria é 400 mm.

Figura 7 – Boca coletora.

Ainda na figura acima, pode-se ver que a caixa coletora é ligada por tubos, que
levam a água da boca coletora para galeria pluviais, estes tubos são chamados
condutos de ligação. Entretanto o sistema precisa ser inspecionado e limpado, entao
tem-se os poços de visita, onde são câmaras visitaveis situadas em pontos
previamente determinados, como mostra a figura abaixo.

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Figura 8 – Poço de visita típico.

Ainda tem-se o trecho de galeria, que é parte da galeria situada entre dois poços
de visita. Na figura abaixo mostra quatro caixinhas determinadas caixas de ligação ou
caixas mortas, são caixas construídas de alvenaria subterrâneas não visitáveis, com a
finalidade de reunir condutos de reunir condutos de ligação à galeria.

Figura 9 – Posições das unidades de drenagem.


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5 – Bibliografia

MEDEIROS FILHO, Carlos. Capitulo I:Sistemas de drenagem pluviais. UFCG. CG,


Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Dren01.html>. Acesso em 19 de
novembro de 2010.

DNIT – Departamento nacional de transportes. Drenagem – Dispositivos de


drenagem pluvial urbana – especificação de serviço. Rio de Janeiro, RJ. Abril de
2004. Disponivel em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas/DNIT030_2004_ES.pdf>. Acesso em 19
de novembro de 2010.

FALLER, Vanessa, PEREIRA, Vanessa M., MIGOTT, Adriana, BECK, Elisa, JUNKES,
Monique. Instalações hidráulicas. Águas Pluviais. Florianópolis, SC. Disponível em:<
http://www.arq.ufsc.br/arq5661/Hidraulica2/Aguas_pluviais/aguas_pluviais.html>. Acessado
em: 20 de novembro de 2010.

Sistemas prediais I – Sistemas de Águas pluviais prediais. USP. São Paulo, SP.
Disponível em: <http://pcc2465.pcc.usp.br/Apostilas/%C3%81guas%20Pluviais%202007.pdf>.
Acessado em 21 de Novembro de 2011.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR- 10844 Instalações pluviais


de águas prediais. Rio de Janeiro, RJ. Dezembro de 1989.

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