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Transtorno de Personalidade Borderline

“Eu te odeio… por favor, não me abandones."

A característica principal do Transtorno de Personalidade Borderline traduz-se num padrão de


comportamento intenso mas extremamente confuso e desorganizado.

Aqueles que sofrem do transtorno de personalidade borderline são indivíduos que afastam aqueles de
quem mais precisam. Paradoxalmente, ao tempo que precisam do afecto e da companhia dessas pessoas,
são capazes de afastá-las de forma cruel e, muitas vezes, assustadora. São muito exigentes de atenção e
são excessivamente manipuladoras, embora nunca o admitam. Borderlines têm profundos traços de
masoquismo e sadismo e, de forma geral, são como crianças em um corpo de adulto, não tolerando
quaisquer limites. Muito imaturos emocionalmente, são impacientes, não sabem esperar, suas
recompensas devem ser sempre imediatas, não toleram frustrações e tendem a colocar a culpa sempre
em outros por suas próprias falhas. Isto provavelmente acontece porque borderlines geralmente foram
crianças privadas de uma necessidade básica, possivelmente foram negligenciadas emocionalmente em
alguma etapa de sua vida psíquica, o que, por sua vez, ocasionou marcas profundas e indeléveis em sua
personalidade. Tais marcas podem advir por conta de inúmeros eventos de carácter traumático, como,
por exemplo, a separação dos pais, abusos sexuais na infância, violência física e até a perda precoce de
um ente querido. Partindo desse pressuposto, pode-se dizer que o desenvolvimento emocional do
borderline estacionou drasticamente, antes de alcançar a fase do pleno amadurecimento psicológico. Em
suma, são pessoas que crescem e envelhecem fisicamente, mas emocionalmente continuam sendo
crianças egoístas e, infelizmente, muito problemáticas.

Indivíduos borderlines podem ser pessoas que cresceram com um grande sentimento de não ter recebido
atenção suficiente. Eles geralmente agem como crianças revoltadas, e buscam caminhos para procurar
essa falta de atenção em suas relações; porém, esses caminhos são essencialmente imaturos e anormais.
Frequentemente, na amnese, é encontrada uma carência afectiva (exemplo: ausência do pai), maus
tractos, abuso sexual ou negligência emocional.

Os diferentes traumas na infância geram um sentimento crónico de vazio e rejeição, incorporando-se na


personalidade borderline que é vivenciada como uma dor dilacerante. O borderline é extremamente
intolerante às rejeições e outras frustrações comuns no quotidiano de todos. A dor pela falta de amor é
intensamente sentida em indivíduos borderlines, o que pode estimular o processo auto e hetero
destrutivo. Por isso, muitas vezes o borderline torna-se um indivíduo aparentemente rebelde e com um
instinto vingativo contra os maus tratos passados.

Os borderlines são pessoas com memória muito exacerbada para eventos negativos: não são capazes de
perdoar, remoem coisas do passado e vivem e revivem intensamente um sofrimento desproporcional aos
factos porque apresentam um juízo de valor muito rígido. Por isso tudo, são pessoas facilmente
vingativas, rancorosas, que, em momentos de ira intensa, podem oscilar entre um comportamento
explosivo ou friamente vingativo, passando bruscamente do papel de vítimas injustiçadas para o de
verdadeiros vilões sanguinários e cruéis que não medem esforços para cometer acções maldosas em
busca de vingança. Interiormente, eles acreditam estar correctos em suas atitudes e não entendem por
que as outras pessoas os olham com espanto e indignação após tais comportamentos. No fundo, são
muito imaturos emocionalmente e — embora não demonstrem — facilmente frágeis.

O borderline também é, essencialmente, insaciável. Em termos de busca de atenção, eles sempre querem
mais do que realmente têm. Por mais que as pessoas lhe dêem atenção, eles estão a exigir muito mais do
que recebem. Talvez porque quando crianças não tiveram sua necessidade de atenção e afecto
suficientemente preenchida. Para o borderline, toda a atenção do mundo não é suficiente. Inclusive, eles
tendem a ser "paranóicos", exigentes e desconfiados sempre de que os outros não lhe dão importância,
mesmo que isso não seja a realidade. Eles, sem querer, distorcem-na, e acabam por tendenciar tudo para
um lado "mau" e ver somente o lado negativo ou das pessoas ou das situações com que se defrontam,
acreditando, por exemplo, que as outras pessoas não lhe dão atenção, ou que de repente mudaram de
comportamento e por isso são más, merecendo assim, punições e vinganças. Borderlines costumam ver e
encontrar coisas inexistentes no comportamento de outras pessoas, o que causa sempre reacções
exageradas e tempestades emocionais. Uma "mudança" quase imperceptível no comportamento de uma
pessoa aos olhos de outros, para o borderline é um enorme motivo para se desesperar e acreditar que a
pessoa não gosta mais dele. Por isso, o borderline é excessivamente possessivo, acreditando que a pessoa
pertence apenas a ele e a mais ninguém. Ninguém mais merece atenção a não ser ele. Caso contrário, ele
perceberá qualquer simples atitude de distracção ou enfado do próximo como rejeição, o que o fará dar
início a uma série de comportamentos extremos que se traduzem em atitudes perigosas tanto para si
quanto para os que estão ao seu redor, causando medo e espanto às outras pessoas.

Limítrofes são pessoas com instabilidade emocional, ou seja, aquelas que não conseguem manter
equilíbrio emocional em situações de tensão ou stress. Elas frequentemente mudam de humor, emoções
e conduta conforme o contexto que lhe for apresentado. Via de regra, têm baixa capacidade de
julgamento e usualmente têm reacções grosseiras, acompanhadas muitas vezes de ansiedade. Podem ser
pessoas rebeldes ou totalmente tímidas. Essas pessoas podem confundir carência emocional com paixão.
Transferem para relacionamentos amorosos a sua instabilidade emocional. Muitas vezes tornam-se os
causadores de brigas excessivas, têm extremo sentimento de posse e profunda carência afectiva. O
borderline vê o outro como se ele tivesse nada menos que a obrigação de estar ali apenas para prover
aquilo de que ele necessita. Além disso, ele tende a acreditar que o outro parceiro tem de estar todo o
tempo com ele, e tem a obrigação de não deixá-lo sozinho. Quando o parceiro tem de ir viajar ou quando
cancela um encontro, facilmente o borderline se enfurece ou entra em pânico, pois sente-se facilmente
rejeitado. Essa tendência do limítrofe se sentir facilmente ferido ou agredido (pequenos stressores são
capazes de deixá-lo odiável) faz com que ele frequentemente entre em brigas ou confusões no ambiente
intrafamiliar. Borderlines não têm controlo de si próprios, por isso facilmente demonstram irritabilidade e
raiva em variadas situações triviais, e outras reacções desproporcionais que vão desde a amargura, maus
tratos ao próximo e grosseria até agressão verbal e violência consumada. Entretanto, é interessante notar
que, embora eles demonstrem esse comportamento rebelde em várias situações, em outras, podem, pelo
contrário, exibir total controlo. Portanto, são pessoas totalmente imprevisíveis. Em geral, tais conflitos
são frutos de explosões em situações contornáveis aos olhos do observador, mas que o borderline não
consegue evitar.

Limítrofes são pessoas que passam seu tempo a tentar controlar mais ou menos emoções que elas não
controlam realmente. São pessoas que, diga-se de passagem, têm duas vidas. Uma vida quando estão na
sociedade e outra vida de comportamentos muito diferentes quando estão a sós. Sua capacidade de
esconder o transtorno faz com que sejam vistos, superficialmente, como se não tivessem nada,
entretanto suas vidas são sofríveis e um verdadeiro inferno. Pessoas com o transtorno oscilam sempre
entre dois extremos: um comportamento adulto e um comportamento infantil; entre a crueldade e a
bondade.

Esses indivíduos são árduos manipuladores. Alguns psiquiatras e psicólogos dizem que borderlines são
"pacientes impossíveis", porque, frequentemente, são manipuladores, pessoas que buscam atenção,
perturbam e irritam, além de não terem capacidade suficiente para controlar suas condutas. Agridem a
eles mesmos e aos demais que tentam ajudá-los. Em suas relações iniciais (exemplo: terapia), por causa
da grande desconfiança que eles mantêm, as palavras com frequência não são usadas para comunicar ou
exprimir sentimentos. O que existe são as manipulações, os testes, os controlos, etc. Eles tendem a
defender-se de sentimentos, emoções e lembranças e facilmente testam suas relações através de
manipulações.

Parece que o borderline está frequentemente a urdir testes e manipulações, a fim de testar as outras
pessoas, como elas reagirão a tais testes, lançando mão de estratégias como agressividade, brigas,
chantagens, como para ver se elas o abandonarão por tais razões. Esses testes, então, são a forma de os
limítrofes analisarem as pessoas ao seu redor e terem a certeza de que não há jeito de aparecer alguma
ameaça de abandono por parte delas.

Vazio e intolerância às rejeições

O borderline, tipicamente, é intolerante às rejeições sentimentais. Isto quer dizer que qualquer
movimento diferente da outra pessoa, percebido pelo borderline, significa que o outro não gosta mais
dele, que não lhe quer mais, ou que irá abandoná-lo. Uma simples contrariedade partindo da pessoa por
qual o borderline mantém um vínculo afectivo importante, é visto como um sinal de "não", frustração e
abandono, mesmo que isto não seja verdade. Inclusive, o borderline costuma "ver coisas" onde, na
realidade, não existem. Exemplo de ocasião típica: o borderline vê-se idealizado e apaixonado por uma
pessoa. O limítrofe faz um convite para esta pessoa. A outra pessoa diz que, embora queira muito, não
pode em tal data, pois inevitavelmente irá viajar. Isto basta para que o borderline entre em uma série de
conflitos, mudando drasticamente de humor e comportamento. Para o borderline, isso significa que a
outra pessoa não quer sair com ele; significa que o outro o rejeitou, que o odeia e, portanto, sente-se
profundamente ferido e desprezado. Esse sentimento de rejeição é tão forte no indivíduo borderline que
o faz ter uma crise emocional intensa por um motivo visto como "banal" e comum para os outros. Aos
olhos do observador, essa situação é facilmente contornável, uma vez que resolveria apenas marcar o
encontro para outro dia; entretanto, para o borderline isto é visto de maneira totalmente distorcida,
sente-se rejeitado encarando a situação como frustração intensa e sinal de que a outra pessoa
definitivamente não gosta dele. Então, drasticamente ele muda: passa do amor para o ódio do outro,
torna-se agressivo, raivoso, odiável, prometendo maus tratos e vingança. Por dentro corrói-se de
decepção, dor e desespero, pois acredita (erroneamente) ter sido fortemente rejeitado. Isso, então, faz
com que fique vulnerável a actos auto agressivos e manipulações. Para as outras pessoas, tudo isso é visto
como uma tempestade em copo-d’água, extremismo e exagero, entretanto, para o borderline a situação
foi uma grande prova de frustração, uma rejeição que implica que a outra pessoa o odeia. Como é
perceptível, o indivíduo com TPB tem muito medo de ser rejeitado por quem ama, mas a forma como
demonstra esse medo é dissimulada: demonstra através da agressividade e raiva. Na realidade, eles não
conseguem admitir esse medo e acabam por demonstrar toda a intolerância de abandono através do
ódio, rebeldia, depressão, chantagens, manipulações e diversos comportamentos que trazem sérios riscos
a si próprio e à outra pessoa.

Como o portador do distúrbio é excessivamente exagerado, extremista e não tem controlo de suas
emoções, essa intolerância totalmente desproporcional às rejeições e abandono muitas vezes fazem com
que — antes do indivíduo passar por um psiquiatra — termine em casos de polícia. No entanto,
obviamente, é importante notar que a maioria dos indivíduos que padecem do distúrbio não terminem
em casos assim, porém, não se pode negar que uma parcela desses pacientes pode cometer, em
situações extremas, algum tipo de crime relacionado às separações sentimentais. Quase sempre pessoas
que cometem algum tipo de extremismo em relação a uma decepção amorosa (não conseguir admitir o
término do casamento, por exemplo) podem possuir traços que sugerem um possível portador do
transtorno de personalidade borderline. No entanto, deve-se ressaltar que a maioria dos borderlines não
é capaz de cometer atitudes extremas hetero-agressivas e sim o oposto: nos bordelines com
características mais leves do distúrbio, eles têm mais facilidade em se auto-agredir do que agredir a
outros. Porém, nos casos em que a severidade do transtorno é alta e não há tratamento adequado, pode-
se verificar uma probabilidade maior de um portador do distúrbio cometer — por puro descontrolo
emocional — algum tipo de situação hetero-agressiva, principalmente se houver também características
psicopáticas no paciente.

O paciente borderline para viver em paz precisa encontrar um objecto protector que nunca o deixe. Para
isso, eles testam tais "objectos" (as pessoas) para poderem acreditar nisso. Tais testes são manipulações,
maus tratos, discussões, etc, como forma de que isso atesta que, mesmo através de tais caminhos, o
borderline nunca será abandonado. Obviamente, isto traz à tona a grande questão da tolerância das
pessoas "alvo" do borderline, afinal, dificilmente as pessoas em sua volta têm tamanha paciência para tais
manipulações. O limítrofe parece estar sempre insatisfeito e a precisar sempre de mais atenção porque
sente um vazio irreparável, um nada, um buraco, uma frustração contínua. Portanto, são pessoas que
nunca estão satisfeitas. Exigem demais dos outros, mas nunca se satisfazem, inclusive, não retribuem,
demonstrando uma grande ingratidão.

Para eles, é como se eles não existissem, sem uma estrutura externa. Facilmente sentem-se irreais ou
inexistentes. Com seu amante, podem estar em plena euforia; porém, quando este demonstra qualquer
contrariedade às expectativas do borderline, facilmente passam de um humor eufórico para raivoso com
manipulações e esforços excessivos para evitarem ser rejeitados. Se "abandonados", do humor raivoso
decaem para a depressão. Seus pensamentos e actos autodestrutivos aumentam de intensidade. Podem
fazer tentativas suicidas, sentir que nada mais é real (despersonalização e desrealização), entre outros
comportamentos extremos.

Borderlines sentem que estão sempre com um grande sentimento crónico de vazio. Tal sentimento
constantemente os incomoda e tendem a achar sempre uma forma de preenchê-lo, mas descrevem que
esse sentimento nunca desaparece. Borderlines sentem tudo com uma alta intensidade, sendo que para
eles, tudo faz mal, tudo os agride e machuca. Não sabem se proteger, ou ao menos, acreditam não saber.
Eles ainda têm sentimentos de ser uma eterna "vítima", incapaz de aceitar suas próprias
responsabilidades. São pessoas que não têm uma noção clara de sua identidade. Na realidade, eles não
têm uma identidade bem formada, assim, precisam do apoio de outra identidade, causando assim um
grande medo à perda e rejeição de tal identidade cujo borderline o considere. A visão que eles têm de si
mesmo se caracteriza por uma visão flutuante e pouco constante. Isso contribui para a grande
instabilidade que circula em suas vidas. Quase sempre eles dizem não ter certeza de nada e não sabem o
que são ou como é sua personalidade. Eles têm frequentes "crises de identidade", por vezes acreditando
que a sua personalidade é irreal, falsa ou copiada. Podem ser considerados indecisos e "de lua", pois são
pessoas que dizem ou fazem uma coisa, mas em seguida mudam de ideia ou opinião drasticamente. Seus
gostos são muito instáveis, podem gostar de uma coisa, para em seguida enjoar da mesma. Sua
identidade, orientação sexual e a visão de si próprios também assim são baseados. Eles se vêem como
estranhos, sem amor e sem doçura. São indivíduos que são escravos das suas próprias emoções.

Em um relacionamento íntimo, o borderline exige atenção exclusiva e constante, alguém forte que
amenize seu vazio. Quando isso acontece, ele se sente confortável e tranquilo, contudo, teme o
abandono do ser amado e o inferniza constantemente com medo de que isso realmente se concretize. No
momento em que o borderline se vê incompreendido ou ameaçado pelo objecto amado, ele pode ter
respostas agressivas. Isso geralmente surge em situações de cólera intensa ou misturada com explosões
súbitas do humor depressão/depressivo, revelando gestos e comportamentos a fim de estabelecer um
controlo sobre o ambiente e as pessoas de tais situações, provocando no outro um sentimento de
culpabilidade e remorso.

O borderline demonstra um grande medo de ser abandonado ou rejeitado e por isso está sempre a tentar
achar uma forma para que isso não aconteça. Alguns evitam começar relacionamentos, especialmente
pelo medo de ser rejeitado ou abandonado, depois. Quando em algum relacionamento íntimo, este medo
é acompanhado caracteristicamente de esforços frenéticos para evitá-lo. Podem fazer manipulações
emocionais, especificamente chantagens, como ameaças ou tentativas de suicídio. Eles podem
demonstrar explosões de raiva que terminam frequentemente em auto-agressões, como auto mutilar-se,
ou até mesmo hétero agressões. O medo de ser abandonado é tão enorme nessas pessoas que
casualmente sofrem de dissociações, têm distorções da realidade como ter ideias paranóicas ou
alucinações e, no extremo, praticar impulsivamente o suicídio completo. Além disso, por conta do suposto
abandono ou rejeição (real ou imaginado) vindo da pessoa amada, da grande idealização/paixão, eles
passam rapidamente para a grande desvalorização/ódio do outro, pelo fato de ter sido "rejeitado".
Contudo, é notável também que a volta da pessoa ocasione a remissão de tais sintomas e manipulações.
No entanto, eles têm tanto medo da perda que acabam por ser muito possessivos, ciumentos, sem se
darem conta que todo esse comportamento prejudica e assusta as pessoas. De maneira geral, o
transtorno de personalidade borderline é um dos principais distúrbios associados ao suicídio e
automutilação. Eles podem tomar muitos medicamentos de uma vez só, com ou sem intenção de suicídio,
abusar de drogas e bebidas, auto mutilar-se fisicamente, colocar-se em risco, entre outros actos
impulsivos com notável tendência autodestrutiva.

O limítrofe é tão intolerável às frustrações que suas rupturas e decepções sentimentais sempre terminam
em depressão profunda, conduta violenta, tentativas de suicídio ou auto agressão e, ocasionalmente,
param no hospital ou até mesmo polícia. Eles têm intensos temores de se sentirem rejeitados ou
abandonados, sendo que trazem consigo um sentimento de que sem o outro não podem dar
continuidade à vida. Tais decepções amorosas são muito intensas, dolorosas e insuportáveis em
borderlines. Eles sentem um intenso sentimento de vazio e um grande medo de fundir-se ou desaparecer.
Entretanto, essas características típicas borderlines não são reveladas abertamente. Eles nunca admitem
que sentem medo de serem rejeitados pela pessoa amada: demonstram sempre através da agressividade,
raiva, ódio e manipulações.
Por todos esses motivos, é muito comum o borderline ser possessivo e controlador. Pessoas muito
dependentes, influenciáveis e sugestionáveis, como a transtorno de personalidade histriônica|
personalidade histriônica e transtorno de personalidade dependente/dependente facilmente sofrem
num relacionamento com um borderline, por exemplo.

Desregulação emocional e relacionamento familiar

O indivíduo borderline é geralmente visto como "genioso", temperamental, "de lua" e pessoas que
facilmente se embravecem. Caracteristicamente, têm dificuldades no controlo das emoções e podem ter
uma convivência em grupo particularmente complicada. Eles exigem toda a atenção do mundo para si e
facilmente são tomados pelas emoções. Podem arranjar conflitos com namorados e familiares com
grande demonstração de ciúmes, possessividade e medo de serem abandonados. E ainda com tanta
exigência de atenção, armam confusão com notáveis explosões de raiva como agressividade, ironia,
agressão verbal e até demonstrações físicas de violência. Por isso, podem viver a criar casos com pessoas
da sua intimidade.

As pessoas com esse distúrbio, de maneira geral, são superficialmente adoráveis e simpáticos. Porém,
com pessoas de sua grande intimidade (ex.: familiares) eles são vistos como irritantes, agressivos, mal-
humorados, rebeldes. Tanto que o ambiente intrafamiliar é muitas vezes marcado por brigas e conflitos
constantes.

Esses indivíduos não conseguem manter um bom relacionamento entre seus familiares íntimos que
convivem dia-a-dia com ele (ex: pais e irmãos). Por vezes, o ambiente é repleto de discórdias sendo que
estes últimos também são classificados hora como bons, hora como maus. A imprevisibilidade e
instabilidade típica de limítrofes contribuem para a geração de conflitos intrafamiliar. Essas pessoas que
convivem com o indivíduo percebem tais características, como humor instável com demonstração de
incapacidade de controlar a raiva (ex: mau humor frequente, mau génio, sarcasmo, amargura,
agressividade constante). Borderlines também podem ser tidas como pessoas incapazes de demonstrar
gratidão, de interessar-se por si mesmo e pelos outros. Os outros, assim como a pessoa que o criou (ex:
mãe, pai), podem ser sentidos como estranhos que têm apenas a função de suprir e prover o que ele
espera.

A dor física bem como as discussões podem ser formas de aliviar a tensão interna que se alastra no
interior do indivíduo limítrofe. Por isso, o borderline se acalma após uma briga com familiares. Enquanto
depois da discussão todos ficam mal, como ele descarregou sua tensão, ele age como se nada de
importante houvesse acontecido e tende a esperar que os outros reajam assim também.

As pessoas de sua intimidade, facilmente apelidam limítrofes como stressados, pessoas "de lua", de mau
génio e imprevisíveis. A convivência diária com borderlines pode ser de extrema dificuldade. Ao longo de
um dia, eles podem mudar de humor várias vezes. Podem ser tidos como aqueles que de manhã estão
bem, à tarde de sentem-se raivosos, e à noite depressivos, por exemplo. Como se sentem irritadiços por
motivos banais, podem tratar hora bem, hora mal aqueles que convivem com ele, sendo que os
conviventes não conseguem entender exactamente o motivo que causou a mudança radical de humor e
conduta do borderline. Portanto, medo, repulsa e raiva são emoções frequentes que borderlines
produzem em pessoas de sua grande intimidade. Familiares sempre percebem que são pessoas que têm
facilidade em demonstrar agressividade, sendo que dificilmente conseguem controlar tais hostilidades —
perceptíveis através de demonstração de mau humor, agressividade constante, amargura persistente e
até ataques de rebeldia ou violência.

Apesar disso, quase sempre, socialmente essas características não são momentaneamente percebidas.
Pelo contrário, suas relações podem ser superficiais, assim, demonstram ser adoráveis, educados e
simpáticos. Contudo, tais qualidades perdem a força conforme suas relações se tornam íntimas. Muitas
vezes, superficialmente, pessoas que não conhecem profundamente o indivíduo borderline podem
duvidar e não acreditar quando familiares, por exemplo, relatam o comportamento irritadiço e anormal
que o paciente exibe.

Instabilidade

O perfil geral do transtorno também inclui uma inconstância invasiva do humor, das relações
interpessoais, da conduta (comportamento) e da identidade, que pode levar a períodos de dissociação.
São pessoas muito instáveis em todos os aspectos de sua vida; seus relacionamentos íntimos são muito
caóticos, com tendência a terminar abruptamente de forma explosiva, pois eles são marcados por
períodos de grande idealização e grande desvalorização, esforços exagerados para evitar a perda,
chantagens emocionais e possessividade. A instabilidade emocional também contribui para
relacionamentos instáveis. O humor do borderline pode ser muito lábil, alternando diariamente entre
períodos de depressão profunda, euforia, irritabilidade (não necessariamente nessa ordem) e ansiedade.
A inconstância também é intensa na própria percepção de si mesmo, nas atitudes, opiniões e até na
sexualidade.

O paciente borderline apresenta em todos os aspectos de sua vida a "difusão de identidade" que pode ser
descrita como a recusa em considerar outros tempos e outras diferentes situações, dando prioridade à
situação presente e atitudes imediatas. Seria como se tivessem uma "amnésia" das situações e atitudes
anteriores. Assim, forma-se a instabilidade entre os extremos “bons e maus” (8 ou 80, branco ou preto,
mas nunca o meio-termo). Os indivíduos limítrofes tendem a caracterizar uma pessoa, objecto ou
circunstância apenas pelo presente, como se não existisse o passado ou o futuro, nem outros tempos ou
situações diferentes. Por exemplo, o borderline ao perceber que a pessoa amada está com ela, ele tende
a classificá-la como "óptima", ideal e sente-se fortemente apaixonado e feliz. No entanto, se a outra
pessoa anuncia que tem de ir embora, por exemplo, o paciente rapidamente passa da grande idealização
("óptima") para a grande desvalorização ("péssima"), desprezando a história em que passaram. Se o
cuidador retorna, novamente a pessoa é passada do extremo "péssima" para "óptima". Isto evidencia a
grande instabilidade entre os extremos cujos borderlines sofrem. É assim, também, que outras pessoas,
objectos e circunstâncias são analisados por limítrofes, sempre oscilando entre o "bom" e o "mau",
conforme o presente imediato, deixando de lado o passado, situações remotas e diferentes.
Exemplificando, de modo geral, a borderline é aquela jovem que valoriza demais o namorado. Contudo,
por menor que seja a contrariedade, já acha que ele não presta mais. Também acontece quando a
limítrofe liga para a amiga. Só porque esta não pôde atendê-la naquela hora, a borderline já acredita que
não é amada e depois agride a amiga de não dar devida importância a ela.

De forma geral, borderlines estão sempre no extremo e fazem análise extrema das situações externas.
Eles passam facilmente do "eu te amo" para o "eu te odeio" e seu pensamento é sempre o branco ou
preto, mas nunca o cinza. Suas opiniões em relação aos outros, são assim baseadas também, alternando
drasticamente entre pessoas "maravilhosas" e pessoas "terríveis", por isso a frustração é frequente
porque o portador do transtorno faz idealizações das pessoas e circunstâncias e estão sempre procurando
o "perfeito" e ideal. Quando suas expectativas não são correspondidas, eles passam drasticamente do
perfeito para o terrível. Tudo torna-se monstruoso, mau, péssimo. Portanto, as próprias idealizações
desses indivíduos trazem ainda mais enorme instabilidade para eles. Mas caracteristicamente eles têm
baixa tolerância às frustrações, porque são emocionalmente hipersensíveis a qualquer estímulo
stressante, reagindo sempre de maneira exagerada, com grande dificuldade em controlar fortes emoções.

Por causa da tendência em completamente idealizar ou completamente desvalorizar pessoas, lugares e


objectos, os portadores da personalidade limítrofe por vezes podem fazer um mau julgamento de outras
pessoas fazendo-se assim se envolver em relações extremamente prejudiciais, que levam a sucessivas
crises emocionais.

Para se entender a causa da instabilidade do portador de personalidade limítrofe, há de se entender que


existe no borderline um mecanismo denominado "cisão". Dividem as pessoas como totalmente boas ou
totalmente más. Totalmente monstruosas ou totalmente perfeitas. Não existem o meio-termo e a
neutralidade, sendo para o borderline, não há "dois lados da mesma moeda". Em outras palavras,
normalmente toda pessoa, objecto ou ambiente possui um lado bom e lado ruim, ao mesmo tempo.
Todos têm seu lado positivo e negativo, ninguém é totalmente perfeito ou totalmente ruim. No entanto,
para o borderline esse equilíbrio entre o bom e o mau de um mesmo objecto não existe. Ou é totalmente
ideal, ou totalmente terrível. Então, esses indivíduos, de maneira geral, trazem consigo sempre grande
instabilidade em seus relacionamentos. Apesar da dificuldade em nutrirem confiança por outros, quando
eles se apaixonam por alguém, podem referir-se a tal pessoa como "perfeita": tudo a respeito dela é
óptimo, bom, bonito e ela merece todo carinho e romantismo do mundo, tratando-a como um verdadeiro
deus. No entanto, qualquer deslize (real ou imaginado) percebido pelo borderline, eles podem passar
rapidamente para o "terrível": tudo a respeito do outro é monstruoso, mau, péssimo, odiável, ridículo e
merece ser tratado como um demónio e ser punido por isso. Então, podem demonstrar humor seco,
grosseiro e raivoso, com comportamento impulsivo e agressivo (ex: dizer que odeia; demonstrar
agressividade, tratar cruelmente a pessoa etc.). Se percebem uma ameaça de rejeição ou abandono por
parte da outra pessoa, passam a fazer esforços frenéticos para evitá-los. Tais esforços são tão extremos
que às vezes cometem actos muito impulsivos, levados por emoções como a raiva. Por exemplo, podem
mentir, fingir passar mal ou ficar doentes, acidentar-se propositadamente, auto mutilar-se, ameaçar
suicídio, prender a pessoa, chantagear, agredir e até mesmo perseguir o outro (stalker), entre outros
actos extremos. Exactamente por isso, às vezes, os borderlines podem terminar em caso policial, porque
são eles que muitas vezes são donos de tais esforços frenéticos e comportamentos excessivamente
exagerados que envolvem sentimentalmente outra pessoa. Esse mecanismo extremista explica por que
borderlines conseguem tratar excessivamente bem alguém, para num piscar de olhos, tornar-se
demasiadamente cruel.

Em um relacionamento íntimo, o borderline demonstra grande necessidade de ajuda por causa de sua
depressão e por conta de maus tractos passados, contudo, ao tempo que se mostram depressivos e
dependentes de cuidados, de repente, podem maltratar cruelmente a outra pessoa sem o mínimo de
remorso, porque acreditam estar sempre certos em suas atitudes. As outras pessoas que são sempre as
erradas, as culpadas.
Os relacionamentos do borderline bem como comportamentos e sua personalidade em geral não são
duradouros. É notável nesses indivíduos constante instabilidade nos seus relacionamentos. Eles podem
demonstrar profundos sentimentos de apego e desapego fácil e ambivalente. Ao passo que se sentem
sós, desejam muito a presença do outro, de repente, quando esta presença se concretiza, podem achar
que estão muito próximos e invadindo sua privacidade. Diga-se de passagem que o borderline de fato
constrói o lema "eu te odeio - não me deixe". Parceiros afectivos que se relacionam com limítrofes vivem
em constante confusão e se assustam com as relações caóticas típicas do borderline. Isso acontece
porque limítrofes idealizam e se desapontam a todo tempo. Eles conseguem passar rapidamente do amor
para o ódio em questão de segundos. Pessoas que mantêm relacionamento com um indivíduo
emocionalmente instável, hora podem se sentir sufocados de tanto romantismo e exigência de atenção,
bem como excessivas manipulações. De repente, podem duvidar do sentimento do borderline que
demonstra grande ternura, para em seguida, demonstrar frieza, raiva e crueldade.

Suas opiniões e ideias são facilmente instáveis e contraditórias. Podem dizer com convicção "sim", para
em seguida, dizer "não", gostando assim de algo, para facilmente odiá-lo ou vice-versa. Isso também
acontece em relação à carreira profissional e sua orientação sexual. Estão constantemente mudando em
relação ao que pensam e fazem, e o que irão exercer profissionalmente. Sua identidade sexual é
frequentemente marcada por dúvidas e mudanças constantes ou até adeptos à bissexualidade. Por vezes,
definem-se a si próprios como "inexistentes" pois não sabem quem são, do que gostam. Quando estão
convictos de algo, de repente, vêem-se cercados por dúvidas contrárias novamente, por isso, a indecisão
nessas pessoas é comum. De maneira geral, são pessoas que não conseguem ficar estáveis. Por isso, são
intolerantes à monotonia e rotinas, facilmente contrariando regras, bem como desistindo ou
desanimando facilmente de actividades rotineiras ou que exigem certa monotonia.

Borderlines não têm persistência o bastante para continuar um projecto, tarefa ou objectivo. Eles tendem
a iniciar, porém, dificilmente terminam. Enjoam, desanimam ou desgostam facilmente. Por isso, a vida do
limítrofe é uma instabilidade contínua, sejam em seus projectos, relacionamentos, preferências ou
comportamentos. O borderline não é capaz de se ligar por muito tempo a coisa alguma que não seja, de
fato, algo de seu total interesse. Por isso também dificilmente mantêm um relacionamento por muito
tempo, um objectivo constante, um gosto ou preferência interna estável. Na realidade, a inconstância é a
palavra-chave da vida do borderline.

Limítrofes estão sempre à beira entre o amor e o ódio. Eles tendem a idealizar as pessoas por qual
querem como seus cuidadores, contudo, não percebem que o perfeito não existe, por isso estão sempre
insatisfeitos porque facilmente acham "defeitos" nas pessoas por quais gostariam de vê-las como
perfeitas. A pessoa "ideal" parece sempre depender do que o borderline necessita. Caso a pessoa negue,
ignore tal necessidade, ou frente a recusas, o borderline rapidamente passa do amor para o ódio. Por
exemplo, é o caso da paciente que quer ouvir apenas as coisas que deseja, pelo terapeuta. Quando o
terapeuta diz coisas na qual ela não deseja, rapidamente o terapeuta é passado drasticamente para um
"monstro" que merece ser tratado cruelmente. Isto mostra que borderlines mudam de um extremo ao
outro, por pouquíssimas coisas.

O extremismo nesses indivíduos é muito marcante: quando alguém é amado por ele, a pessoa merece ser
tratada de forma especial, carinhosa e muito querida. Quando alguém é odiado pelo borderline, a pessoa
merece vingança, ódio e infinitas crueldades. Em suma, a pessoa amada é vista como um deus, e a pessoa
odiada, como o demónio. A vida do limítrofe também é dividida entre boa e má. Péssima ou óptima. Mas
nunca o neutro ou meio-termo. Nunca reconhecem a neutralidade das outras pessoas e circunstâncias.

O fato de borderlines serem extremistas faz com que tenham visões assim extremistas até mesmo de seus
objectivos e futuro. Quando consegue iniciar um projecto (estudos para o vestibular, emprego, entre
outros planos em longo prazo), ele é frequentemente presunçoso: sua meta é ser reconhecido ou nada
valerá a pena. Como em geral, não vai ser reconhecido imediatamente, ele abandona a tarefa
prematuramente, sem se quer terminá-lo. Tal atitude por recompensa apenas imediata, com desprezo à
paciência de esperar, torna-o frequentemente paralisado e sem objectivos concretos. As tarefas do dia-a-
dia também assim são raciocinadas. Quando a recompensa não é imediata, eles abandonam tal projecto
ou têm dificuldade em começá-la, dando uma falsa imagem de "preguiçosos" ou "fracassados".

Em geral, as pessoas que se relacionam superficialmente ou que estão apenas no início de um


relacionamento com um borderline, não fazem ideia das perturbações e relações caóticas com que vão
ser recebidos em tais relacionamentos. No entanto, os indivíduos com o transtorno de personalidade
limítrofe necessitam de muita ajuda e apoio, embora possam fazer de suas relações um verdadeiro
"inferno". Eles não têm esse comportamento de forma propositada, pois é notável que sejam pessoas
muito perturbadas emocionalmente. A pessoa que está com o borderline tem de estar ciente de que está
diante de um grave transtorno, uma patologia dilacerante tanto para o próprio enfermo quanto para os
familiares e pessoas próximas.

Narcisismo e agressividade

Os borderlines têm dificuldade em avaliar as consequências de seus actos e de aprender com a


experiência e, então, erram e repetem o erro, nunca aprendendo. São indivíduos tão exigentes e
imprevisíveis que assim tendem a afastar todos aqueles que o cercam. Além disso, são pessoas que não
têm necessidade, eles têm urgência. Não sabem adiar e não aguentam esperar.

Eles também tendem a funcionar muito mal, conforme o stress. Quanto mais stressados e pressionados,
mais pioram os sintomas. Eles sempre tendem a contornar a situação e colocam a culpa em outros, seja
por suas deficiências, decepções, responsabilidades ou problemas. Também vivem da gratificação,
especificamente a imediata e geralmente querem ser livres para fazerem o que quer. Porém, ao mesmo
tempo desejam ter atenção. Na verdade, são eternas crianças em um corpo de adulto, por isso aparentam
estar se fazendo de "vítima".

"Eu os agrido, vocês me devem, vocês precisam fazer tudo por mim e eu nada por vocês" é
frequentemente um lema em mente dos borderlines. Quase nunca eles se importam com as necessidades
alheias, porque tendem dar prioridade às suas. Acusam de forma egoísta e injusta que seus pais deveriam
gastar mais dinheiro com o indivíduo borderline, do que com eles próprios, por exemplo. Ou então
exigem toda a atenção, paciência e carinho para si próprios ("Você tem que me tratar sempre bem.") e
pouco retribuem ("Eu te maltrato, mas você não pode me maltratar, apenas me dar carinho e apoio.").
Isto evidencia um "quê" de egoísmo típico traço narcisista no paciente borderline, por isso tem
dificuldade em perceber o lado do outro, ou de distinguir o rosto do outro, só conseguindo visualizar suas
próprias necessidades. Interesses genuínos são raros. Se, por acaso, suas necessidades são ignoradas,
borderlines sentem-se profundamente irritados por não terem sido levados em conta. Segundo Kernberg,
é a difusão de identidade responsável por tais percepções empobrecidas. Como o próprio borderline não
tem uma identidade bem definida, obviamente, eles têm grande dificuldade em enxergar o outro, afinal,
não consegue enxergar-se com precisão. Por causa dessa dificuldade em enxergar o outro, o borderline
pode ser notavelmente difícil em ter amigos ou namorados, ou então, mantê-los. Ele se aborrece com
facilidade com qualquer assunto que não lhe diga a respeito, necessitando sempre ser o centro de tudo.
Como nem sempre isso ocorre, ele se irrita excessivamente podendo causar sérios prejuízos em tais
relacionamentos.

Apesar do transtorno de personalidade histriônica|histriônico desejar também ser sempre os centros das
atenções, a grande diferença, é que quanto tudo gira em seu redor, ele sente sua carência afectiva
momentaneamente preenchida, nada mais lhe falta. Nesse caso, a outra pessoa existe e é levada em
conta a sua existência. Quanto ao borderline, seu vazio é momentaneamente preenchido, entretanto, a
outra pessoa existe apenas para satisfazê-lo naquele instante.

Limítrofes são pacientes que têm uma grande incapacidade em haver relações humanas "normais" e dão
a aparência de não se ressentir com as emoções de outros humanos. Eles irritam-se facilmente por coisas
banais. Por isso, apesar do borderline conseguir demonstrar certa "normalidade" em várias situações
triviais, eles exibem escandalosamente a incapacidade em controlar sua raiva (ex: acessos de mau humor
por ter que esperar a ser atendido no hospital. Ou tratar grosseiramente o médico). Em suma, eles
reagem normalmente até o momento em que seu humor radicalmente muda.

Borderlines podem demonstrar com frequência mau humor e agressividade, especialmente com pessoas
íntimas. Porém, geralmente saem de seus ataques de raiva como se nada tivesse acontecido, e não
conseguem entender por que o outro ficou magoado, demonstrando assim uma dificuldade em
compreender a realidade e os sentimentos alheios. Eles sempre tendem a achar que têm a razão de tudo
e facilmente exprimem um bloqueamento na interpretação dos sentimentos de outras pessoas.

Quando o borderline crê ter sido tratado de maneira injusta (que seja real ou não), ele reage
agressivamente e impulsivamente. Às vezes, muitos gestos de outras pessoas são interpretados
falsamente ou qualificadas como hostis. Esses indivíduos têm dificuldade em interpretar justamente o
comportamento de outros. Sua percepção sobre outros é muito instável e distorcida sempre para
desconfianças. Acreditam que as outras pessoas não são nada confiáveis e são especialmente maldosas.

Pelas outras pessoas, erroneamente o borderline é classificado como "mimado", rebelde, stressado, louco
ou apenas o "seu modo de ser". Contudo, seu "modo de ser", na realidade, é um modo de ser doentio.

O borderline tem dificuldade em relação a limites. Ele não conhece limite e necessita de limite para se
sentir seguro, entretanto, ele torna-se agressivo ou violento caso uma oposição frontal venha ao encontro
dele. Quase nunca colocar limites nesses pacientes serve como uma atitude significativa, porque eles
tendem a entender isto de forma errada, como uma atitude de rejeição. Os limites podem e devem ser
colocados, mas com muita cautela, para que eles não se sintam ameaçados e maltratados.

Nas relações íntimas, borderlines podem ser francamente insuportáveis, irritantes ou assustadores. Ao
tempo que se mostram carentes de afecto, com grande necessidade de apoio e cuidado, podem mostrar-
se muito manipuladores e irritantes. Facilmente tornam-se embravecidos e sua afectividade é marcada
por ansiedade, raiva ou depressão, sendo que tais emoções não são dissimuladas. Demonstram
agressividade ou raiva intensa inadequadamente. Por trás dessa rebeldia, escondem um medo profundo
de serem rejeitados. Eles necessitam da outra pessoa a todo instante, podendo parecer egoístas porque
se comportam como só estão ao lado de alguém, para receber cuidado e afecto, sem se importar se suas
manipulações e maus tractos estão a prejudicar ou não o outro. Na realidade, esses indivíduos raramente
experimentam emoções genuínas, por vezes sentem um vazio afectivo, sendo que a raiva é a emoção
mais sentida nessas pessoas. Contudo, quando sentem emoções plenamente razoáveis, tendem a
proteger-se delas. Muitas vezes evitam ou negam sentimentos com medo de terem alguma frustração e
machucar-se mais ainda. Podem, ainda, tentar defender-se e dissimular sentimentos e contorná-los,
demonstrando frieza ou desprezo, entretanto, por dentro, corroem-se de decepção e medo de serem
rejeitados. Assim, suas vidas tornam-se mais instáveis, porque tendem a mudar de amizades, grupos,
cidades etc. Que consideram "ameaçadoras".

Em relação ao relacionamento familiar, o borderline exige demais da sua família que pode, com razão,
cansar-se das suas exigências e das suas agressões.

O borderline pode se tornar agressivo quando contrariado. Como é uma pessoa sensível e perspicaz, ele
saberá como agredir, conseguirá escolher pontos vulneráveis dos circunstantes. A tendência da família e
pessoas de sua intimidade, nesse momento, será considerá-lo manipulador, agressivo, esperto, capaz de
grandes atrocidades. No entanto, na realidade, o borderline é por si uma pessoa frágil e delicada, mas
que, sem querer, demonstra o contrário. Ele agride por total desespero. Sua violência, geralmente, ocorre
com mais frequência quando se sente rejeitado, incompreendido ou contrariado.

O borderline submete seus familiares a algumas torturas, exigindo e agredindo, embora com isso estejam
apenas tentando reviver experiências passadas nas quais a relação entre ele e seu cuidador não foi capaz
de lhe proporcionar boas condições emocionais. Em geral, o borderline tenta refazer o caminho não
realizado no início de sua vida, com as mesmas pessoas (pai, mãe ou outros responsáveis, por exemplo)
que não foram capazes de fazê-lo anteriormente.

Como o borderline tem a tendência de não enxergar o outro, vinculando-se apenas a seus interesses mais
imediatos, às vezes ele pode tomar atitudes pouco recomendáveis com seus familiares e pessoas íntimas.
Eles podem trair, mentir, criticá-los, pôr sempre a culpa em outros, colocá-los em situação financeira
difícil, esconder, querer destruir o que o outro possui, querer se vingar e muitas outras coisas do género.
São atitudes ditas sociopáticas (ou psicopáticas), que menos do que punição, exigem compreensão para
não mais se repetirem. Contudo, a família quase sempre não entende isto, sendo assim uma tarefa difícil
de convencer a família que o borderline, assim como sociopatas, dificilmente aprendem com seus erros e
punições. Para eles, raramente castigos e punições funcionam. Pelo contrário, tais punições são seguidas
de mais agressividade e raiva, por parte dos borderlines, que entendem isso como rejeição. Não que o
borderline não precise de limites destas atitudes. Por causa de seu narcisismo, ele considera muito justo
que tudo seja para uso próprio, que tudo esteja voltado para ele. É claro, entretanto, que ele tem de
saber o quão importante é reconhecer que é impossível ele continuar a ter atitudes egoístas,
essencialmente porque tais atitudes afastam as pessoas das quais ele tanto necessita.

No entanto, o borderline não somente agride os outros, como também se auto-agride. Frequentemente a
auto-agressão ocorre de forma manipulativa, para causar no outro um sentimento de culpa e
arrependimento. A automutilação é uma das principais características do transtorno. Tais atitudes
impulsivas podem ser vistas por inúmeras formas e são tidas como triplo sentido: ao tempo que
significam desespero, depressão e dor emocional atenuada com a dor física, a automutilação pode ser
uma forma de conseguir atenção, bem como culpar pessoas à sua volta, em momentos de raiva. Alguns
actos autodestrutivos usados por borderlines podem ser: cortar-se, queimar, arranhar, bater-se, roer
unhas, além de abusar de medicamentos, expor-se a acidentes e situações perigosas, não se importar
com sua saúde expondo-se a doenças. Pode ocorrer também abuso de substâncias psicoativas, café,
ingestão de doces em exagero, dirigir imprudentemente, dormir em excesso e praticar sexo inseguro.
Gastar dinheiro sem controlo, comer compulsivamente, roubar utensílios de pouco valor monetário
(cleptomania) entre outros comportamentos prejudiciais a si próprio também podem ocorrer. Engajam-se
em tais atitudes para se libertarem de sentimentos crónicos de vazio, mas causam grande
arrependimento após cumprir essas acções. Às vezes, as outras pessoas podem perceber ou questionar-se
sinais evidentes de automutilação em borderlines (ex: vários arranhões percebidos no braço, hematomas
ou cortes). Mas via de regra, eles tendem a apresentar argumentos implausíveis ou pouco explicativos em
relação a tais ferimentos, com medo de que descubram seu comportamento autodestrutivo. Pessoas com
o distúrbio, também pode haver períodos em que se isolam socialmente.

Desconfiança e histeria

Eles estão sempre a reclamar de algo, talvez querendo manter um cuidador perto de si, mas não têm
capacidade o suficiente para nutrir uma relação saudável e estável. Para isso, eles são vistos como exímios
manipuladores com tendência a manter perto de si a qualquer custo outra pessoa que seja sua
"cuidadora". Isso pode ser conseguido de várias maneiras como já citadas, entre elas, ficar doente
emocional ou fisicamente é frequente. Primordialmente, mostram-se aparentemente normais a fim de
conseguir um vínculo. Entretanto, acabam por criar sérias confusões, mas sempre tendem a se fazer como
as vítimas injustiçadas. Assim como pessoas portadoras do transtorno de personalidade histriônica,
limítrofes podem glorificar doenças podendo estar cronicamente doentes (ex: depressão, gripes que não
saram, novos sintomas que sempre aparecem sem causa aparente, queixas hipocondríacas etc.).

Indivíduos limítrofes também têm alta probabilidade às dissociações, histeria e podem ter problemas com
amnésia, frequentemente com falhas de memória. Eles também têm grande taxa de desenvolvimento ao
transtorno dissociativo de identidade (personalidade múltipla), isto é, quando um indivíduo eclode mais
de uma personalidade para lidar com as situações stressantes. Esses pacientes apresentam comummente
um quadro conhecido como despersonalização ou desrealização. Nesta ocasião, o borderline —
geralmente após algum evento que causa angústia e frustração — pode sentir-se como irreal, inexistente.
Quando estão numa crise de despersonalização, o indivíduo é tomado por sensações gravemente
perturbadoras como ter a sensação de que o mundo em sua volta não é real — nem eles próprios — e de
que tudo parece um sonho. Podem sentir-se anestesiados, como se estivessem a ver suas próprias vidas
num filme — ou seja, do lado de fora. Também podem sentir-se fora de seus corpos sendo que esta
sensação de irrealidade é tão conturbada que, muitas vezes, os levam a cometer atitudes "automáticas"
impulsivamente. Nesses casos, o borderline pode ter um comportamento autodestrutivo para certificar-
se de que ele é real e está vivo. Geralmente, essas crises de desrealização são precedidas por rejeições
sentimentais ou ameaças de abandono (reais ou imaginadas) percebidas pelo borderline sendo que a
volta da pessoa amada muitas vezes ocasiona a remissão desses sintomas de irrealidade.

Às vezes, o comportamento de alguns borderlines pode demonstrar como obtinham carinho e


consideração, em épocas remotas (especificamente quando crianças). Por isso, eles podem
ocasionalmente mostrar um comportamento francamente sedutor para conseguir cuidado, alternando
drasticamente, após a intimidade, o papel entre o sedutor e o vingador de maus tractos passados.
Essas pessoas podem mostrar-se simpáticas socialmente, mas em geral, as relações interpessoais desses
indivíduos podem ser escassas. Principalmente porque borderlines têm dificuldade em nutrir confiança
em relação aos outros, por vezes são desconfiados e têm reacções paranóicas. Podem ter certeza que
existem conspirações contra eles, que estão a enganá-los ou criticá-los, ou que estão querendo passá-lo
para trás; em suma, para o borderline ninguém é digno de confiança e em momentos de grande stresss
essas características tornam-se exacerbadas. Essas ideações paranóicas ocasionam no borderline um
gatilho para explosões de agressividade e mau génio, uma vez que o paciente acredita com veemência
que as outras pessoas não são confiáveis. Portanto, as outras pessoas ficam sem entender exactamente o
que causou no borderline uma crise de raiva e agressividade súbita. O limítrofe costuma enxergar
mentiras, traições e paranóias em lugares e pessoas nas quais, na realidade, não existem. Por exemplo:
num relacionamento íntimo, o borderline é frequentemente aquele indivíduo que simplesmente por ver o
parceiro conversar com outra pessoa acredita que está a ser traído, demonstrando explosões súbitas de
mau génio, cólera e ciúmes patológico. Portanto, eles acabam por mostrar emoções totalmente
desproporcionais à realidade porque são pessoas excessivamente inseguras e com grande dificuldade em
confiar no outro. Portanto, a possessividade e o ciúme patológico são sintomas muito comuns entre
pacientes portadores da personalidade borderline. Essa insegurança somada às ideações paranóides
causa sentimentos de ciúmes intenso por situações triviais que seriam toleradas normalmente por uma
pessoa equilibrada emocionalmente. Sendo assim, suas relações geralmente são superficiais e recheadas
de desconfianças. Esses indivíduos sempre estão a esperar dos outros apenas crueldades, traições e
frustrações, como se as outras pessoas fossem sempre maldosas e traídoras. Quando estabelecem um
relacionamento mais íntimo, esse comportamento anormal fica exageradamente evidente.

Reactividade do humor e impulsividade

Borderlines têm frequentemente flutuações do humor intensas, imprevisíveis e constantes. De manhã,


podem ver a vida como muito aceitável. À tarde, bruscamente sentem um grande vazio com intensa
vontade de se suicidar. E, à noite, radicalmente seu humor novamente muda e sentem uma grande
ansiedade com desejo compulsivo de se acabar em guloseimas, por exemplo.

A impulsividade no borderline sempre está relacionada à desesperança, falta de apoio, intensa sensação
de rejeição e vazio, o que leva, no desespero, por actos impulsivos autodestrutivos.

O borderline é confundido com frequência com quadro transtorno afectivo bipolar/maníaco por conta do
humor instável. Isto ocorre porque ele pode apresentar-se acelerado ou animado, por estar apaixonado
por alguém e sendo correspondido, se sentindo amado, por exemplo. Angustiado ou delirante, também
se encontra acelerado. De outro lado, pode tornar-se lento e excessivamente depressivo num piscar de
olhos. Nestes casos, a confusão com uso de drogas ou bebidas alcoólicas também é frequente. Contudo,
ele pode passar da animação para a depressão rapidamente, sempre dependendo das circunstâncias a
que esteja submetido. Portanto, a grande diferença básica do indivíduo borderline com o portador da
doença bipolar é exactamente duas características principais: diferente do bipolar, o borderline apresenta
variações do humor e emoções muito mais rápidas que o bipolar. Enquanto o borderline oscila várias
vezes num dia só sempre dependendo de circunstâncias externas e frustrações, o bipolar apresenta seu
mesmo estado afectivo durante maior tempo — num dia o bipolar está bem mas no dia seguinte torna-se
depressivo sem motivo algum. O borderline caracteristicamente tem seu humor ligado sempre às
frustrações, conquistas e situações externas, por isso seu humor tem reactividade mais intensa. Enquanto
o bipolar não depende de situações externas — com ou sem frustrações ou conquistas, o bipolar
continuará no seu mesmo estado afectivo, sem ter um motivo concreto para isto.

Além disso, frequentemente a depressão e o transtorno afectivo bipolar são confundidos com a
desordem borderline de personalidade. Contudo, talvez uma das principais diferenças seja que além de
todos os outros sintomas típicos de limítrofes, tanto a depressão unipolar como a do transtorno afectivo
bipolar, se caracterizam por sensação de culpa, inferioridade, sem um motivo concreto para este estado
de ânimo. Enquanto isso, a depressão do borderline se caracteriza essencialmente em razão de um vazio
existencial, um buraco nunca preenchido, uma vida sem sentido, do tédio diante de seus objectivos e
ideias de fracassos de frustração em relação a ideais não atingidos. Na depressão, o sentimento de
inferioridade e culpa estão sempre presentes. No borderline, esses sentimentos são inexistentes e são
substituídos por raiva constante. Como o borderline também pode se sentir muito angustiado, podendo
passar dias e anos na cama, isso frequentemente é confundido ainda mais com a depressão (uni ou
bipolar). Outra diferença importante entre os transtornos é que como o borderline precisa sempre de
uma pessoa consigo que lhe minimize o sentimento de vazio, quando uma pessoa significativamente
importante está presente, o limítrofe permanece tranquilo, enquanto sente que a presença do outro está
evidente e cuja sensação de abandono está ausente. Diferente do depressivo ou bipolar que tendo ou não
uma pessoa consigo, continuará a sentir-se depressivo, triste e mal-humorado.

Início dos sintomas e estatísticas

Frequentemente, na etapa inicial (ex: começo da adolescência, por volta dos 12 anos de idade) da eclosão
dos sintomas do transtorno de personalidade limítrofe, sintomas como má adaptação social, baixo
rendimento escolar e comportamentos anormais são comuns. Há também deficit na regulação dos
afectos, agressividade, conflitos no ambiente familiar, tentativas de suicídio e depressão grave. A etapa
secundária, no fim da adolescência ou início da idade adulta (na faixa dos 18 aos 21 anos), todos os
sintomas propriamente ditos ficam evidentes, tendo seu auge por volta dos 25 anos de idade, causando
grande prejuízo. O distúrbio também fica muito mais evidente quando o doente encontra-se apaixonado
ou num relacionamento sentimental, uma vez que o transtorno de personalidade borderline pode ser
classificado como um grande vilão das relações íntimas. Contudo, é sabido que o transtorno tende a ser
atenuado conforme a idade, sobretudo próximo dos 40 anos de idade. Talvez pelo fato de que ao passar
do tempo, as pessoas ficam menos enérgicas e mais “maduras emocionalmente” que aos 20 anos de
idade. Assim como todos os transtornos de personalidade, quase nunca borderlines acreditam sofrer de
uma patologia ou que sua conduta e comportamentos são muito problemáticos. Eles tendem a culpar os
outros, como causadores de discórdias e outras atitudes típicas de fronteiriços, em geral com argumentos
implausíveis, e acreditam que "são normais": o que causam-lhes sofrimento são as outras pessoas.

As estatísticas apontam que 93% das pessoas portadoras do transtorno de personalidade borderline
também apresentam um transtorno afectivo concomitante, especialmente depressão nervosa e
transtorno afectivo bipolar. Além disso, estima-se também que 88% apresentam um transtorno de
ansiedade, especialmente o transtorno do stress pós traumático e diversas fobias em geral. A conduta
suicida no borderline pode ser maior naqueles com história prévia de tentativas de suicídio, história de
abuso sexual e comorbidade com abuso de substâncias e/ou depressão nervosa. Comportamentos
transtorno de personalidade histriônica|histriônicos e psicopáticos são fenómenos fortemente presentes
em borderlines. Muitas vezes, o borderline é confundido com o psicopata e histriônico por apresentar
comportamentos semelhantes e, não raramente, ocorrem simultaneamente. No padrão geral de
patologia grave, as famílias de pacientes borderline têm como características mães intrusivas e
dominadoras e pais distantes, sendo que as relações conjugais são predominantemente conflituosas.

Em suma, o transtorno de personalidade borderline é tido como um dos transtornos mentais mais
devastadores, sobretudo na área de relacionamentos interpessoais, sendo também dos mais difíceis de
ser tratado.

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