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I N S T I T U T O D E E S T U D O S PA R A O D E S E N V O LV I M E N T O
“Não podemos desiludir os milhares de milhões Relatório sobre os Objectivos
de pessoas que esperam que a comunidade de Desenvolvimento do Milénio
internacional cumpra a promessa de um mundo
I
melhor contida na Declaração do Milénio.
2010
R
Cumpramos essa promessa.”
Ó
– Palavras do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon
T
A
L
E
R
O presente relatório baseia-se num conjunto de dados compilados por um Grupo Inter-organismos de
Peritos para os indicadores dos ODM dirigido pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais
do Secretariado das Nações Unidas, a pedido da Assembleia Geral, tendo em vista a avaliação periódica
do avanço em direcção à consecução dos ODM. O Grupo é constituído por representantes de
organizações internacionais cujas actividades incluem a preparação de uma ou mais séries de
indicadores estatísticos que foram identificados como sendo apropriados para controlar o avanço em
direcção à consecução dos ODM, que se indicam a seguir. O relatório contou igualmente com o
contributo de vários estaticistas nacionais e peritos externos.
O R G A N I Z A Ç Ã O I N T E R N AC I O N A L D O T R A B A L H O
O R G A N I Z A Ç Ã O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A A L I M E N TA Ç Ã O E AG R I C U LT U R A
O R G A N I Z A Ç Ã O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A E DU CA Ç Ã O, C I Ê N C I A E C U LT U R A
O R G A N I Z A Ç Ã O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O D E S E N VO LV I M E N TO I N DU S T R I A L
O R G A N I Z A Ç Ã O M U N D I A L D E SA Ú D E
BANCO MUNDIAL
F U N D O M O N E T Á R I O I N T E R N AC I O N A L
U N I Ã O I N T E R N AC I O N A L D E T E L E C O M U N I CA Ç Õ E S
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA PA R A Á F R I CA
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA PA R A A E U RO PA
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA PA R A A A M É R I CA L AT I N A E CA R A Í B A S
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA E S O C I A L PA R A A Á S I A E O PAC Í F I C O
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA E S O C I A L PA R A A Á S I A O C I D E N TA L
P RO G R A M A C O N J U N TO DA S N A Ç Õ E S U N I DA S S O B R E O V I H / S I DA
F U N D O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A I N F Â N C I A
C O N F E R Ê N C I A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S S O B R E C O M É RC I O E D E S E N VO LV I M E N TO
F U N D O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A M U L H E R
P RO G R A M A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O D E S E N VO LV I M E N TO
P RO G R A M A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O A M B I E N T E
C O N V E N Ç Ã O - QUA D RO DA S N A Ç Õ E S U N I DA S S O B R E A LT E R A Ç Õ E S C L I M Á T I CA S
A LTO C O M I S SA R I A D O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O S R E F U G I A D O S
P RO G R A M A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O S P OVOA M E N TO S H U M A N O S
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C E N T RO D E C O M É RC I O I N T E R N AC I O N A L
U N I Ã O I N T E R PA R L A M E N TA R
O R G A N I Z A Ç Ã O D E C O O P E R A Ç Ã O E D E D E S E N VO LV I M E N TO E C O N Ó M I C O S
O R G A N I Z A Ç Ã O M U N D I A L D O C O M É RC I O
Relatório sobre os
Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio 2010
Ficha Técnica
Título: Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 2010
Editor: IED – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Execução Gráfica:
Editorial do Ministério da Educação
Estrada de Mem Martins, 4
Apartado 113
2726-901 Mem Martins
1.a Edição: Agosto 2010
Tiragem: 150 exemplares
Depósito Legal n.o 315 055/10
ISBN: 978-972-9219-79-5
Copyright @ 2010 Nações Unidas para a edição inglesa
Copyright @ 2010 Nações Unidas para a edição portuguesa
All rights reserved/ Todos os direitos reservados
A presente obra é publicada em nome da Organização das Nações Unidas
A tradução é da responsabilidade do Centro Regional de Informação
das Nações Unidas para a Europa Ocidental (UNRIC)
A edição inglesa do Millennium Development Report foi publicada pelo Departamento de
Assuntos Económicos e Sociais do Secretariado das Nações Unidas (DESA) – Junho de 2010
A edição da versão portuguesa foi coordenada pelo IED
Preâmbulo Preâmbulo
A Declaração do Milénio de 2000 representou um as estratégias, políticas e programas de desenvolvi-
marco na cooperação internacional, inspirando mento assumidos pelos países são apoiados por par-
acções no domínio do desenvolvimento que têm ceiros internacionais para o desenvolvimento. Ao
melhorado a vida de centenas de milhões de pes- mesmo tempo, é manifesto que as melhorias na vida
soas no mundo inteiro. Passados dez anos, os diri- dos pobres têm sido inaceitavelmente lentas e que
gentes mundiais irão reunir-se novamente nas alguns avanços duramente conquistados têm sido
Nações Unidas em Nova Iorque para examinar os erodidos pelas crises climática, alimentar e econó-
progressos efectuados, avaliar obstáculos e lacunas, mica.
e chegar a acordo sobre estratégias e acções con-
cretas com vista a realizar os oito Objectivos de O mundo possui os recursos e os conhecimentos
Desenvolvimento do Milénio, até 2015. necessários para garantir que mesmo os países mais
pobres e outros, cujo progresso tem sido dificultado
Os objectivos representam necessidades humanas pela doença, o isolamento geográfico ou a guerra
que todos deveriam ver satisfeitas e direitos funda- civil, adquiram as capacidades necessárias para
mentais de que todos deveriam poder gozar – o atingir os ODM.
direito de não viver na pobreza extrema e não ter
fome; o direito a uma educação de qualidade, a um A realização destes objectivos é uma responsabili-
emprego digno e produtivo, a uma saúde boa e a dade de todos. Ficar aquém das metas estabelecidas
abrigo; o direito das mulheres a darem à luz sem multiplicará os perigos do nosso mundo – desde a
pôr em risco a sua vida; e um mundo em que a sus- instabilidade às epidemias e à degradação ambiental.
tentabilidade ambiental seja uma prioridade e as Pelo contrário, a consecução dos objectivos lançar-
mulheres e os homens vivam em condições de igual- nos-á num processo acelerado, rumo a um mundo
dade. Os dirigentes mundiais prometeram igual- mais estável, mais justo e mais seguro.
mente estabelecer uma ampla parceria mundial para
o desenvolvimento, a fim de realizar estes objec- Milhares de milhões de pessoas contam com a
tivos universais. comunidade internacional para realizar a grande
visão expressa na Declaração do Milénio. Procu-
O presente relatório mostra os progressos efec- remos cumprir essa promessa.
tuados. Mas, o que talvez seja mais importante,
demonstra que os Objectivos são realizáveis, quando
Ban Ki-moon
Secretário-Geral, Nações Unidas
3
NAÇÕES UNIDAS
4
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
dade dos alimentos, à água imprópria para consumo, à falta • A utilização de contraceptivos é quatro vezes mais elevada
de saneamento e de serviços de saúde, e a práticas inadequadas entre as mulheres que concluíram o ensino secundário do
de assistência e alimentação. que entre aquelas que não frequentaram a escola. Os pro-
gressos registados na última década entre as mulheres das
Calcula-se que, em 2005, 1,4 mil milhões de pessoas vivessem famílias mais pobres e aquelas que não têm instrução foram
ainda na pobreza extrema. Além disso, os efeitos da crise praticamente nulos.
financeira mundial deverão persistir: as taxas de pobreza serão • Apenas cerca de metade da população do mundo em desen-
ligeiramente mais elevadas em 2015 do que seriam, se a eco- volvimento está a utilizar estruturas de saneamento melhores
nomia mundial tivesse continuado a crescer ao ritmo anterior e a superação desta desigualdade teria um impacto conside-
à crise, uma situação que se deverá manter até 2020. rável em vários ODM. As disparidades entre as zonas rurais
e urbanas continuam a ser tremendas, já que apenas 40% da
A igualdade de género e o empoderamento das mulheres estão população rural beneficia de saneamento. E, enquanto 77%
no cerne dos ODM e são condições necessárias para superar a da população que pertence aos 20% de agregados familiares
pobreza, a fome e a doença. Mas os progressos têm sido lentos mais ricos utiliza estruturas de saneamento melhores, a per-
em todas as frentes – desde a educação à participação na centagem correspondente entre os agregados familiares mais
tomada de decisões políticas. pobres é de apenas 16%.
Para realizar os ODM também haverá que prestar mais
atenção às pessoas mais vulneráveis. Serão necessárias polí- Rumo a 2015
ticas e intervenções para eliminar as desigualdades persistentes,
ou mesmo crescentes, entre os ricos e os pobres, entre os que A Declaração do Milénio representa a promessa mais impor-
vivem em zonas rurais ou remotas ou em bairros degradados e tante jamais feita às pessoas mais vulneráveis do mundo.
as populações urbanas mais prósperas, sem esquecer as pes- O quadro de prestação de contas relativo aos ODM derivado
soas em situação de desvantagem devido à localização geo- da Declaração gerou um nível sem precedentes de empenha-
gráfica, sexo, idade, deficiência ou etnia. mento e parceria a favor da criação de condições de vida mais
dignas e mais saudáveis para milhares de milhões de pessoas e
• Em todas as regiões em desenvolvimento, as crianças das da criação de um ambiente susceptível de contribuir para a
zonas rurais têm mais probabilidade de sofrer de insufi- paz e segurança.
ciência ponderal do que as crianças das zonas urbanas. Na
América Latina e Caraíbas e em certas partes da Ásia, esta A consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
diferença acentuou-se, entre 1990 e 2008. ainda é possível. A questão fundamental que se põe hoje é
• O fosso entre os agregados familiares mais ricos e os mais saber como transformar o ritmo de mudança a que temos
pobres continua a ser enorme. No Sul da Ásia, 60% das assistido, ao longo da última década, em progressos muitís-
crianças das zonas mais pobres sofrem de insuficiência pon- simo mais rápidos. A experiência dos últimos dez anos pro-
deral, em comparação com 25% das crianças das famílias duziu provas mais do que suficientes daquilo que funciona e
mais ricas. ferramentas que nos poderão ajudar a alcançar os ODM até
• Nas regiões em desenvolvimento em geral, as raparigas dos 2015. A cimeira sobre os Objectivos de Desenvolvimento do
20% de famílias mais pobres têm 3,5 vezes mais probabili- Milénio, que terá lugar em Setembro, proporcionará aos diri-
dade de não estar a frequentar a escola do que as raparigas gentes mundiais uma oportunidade de traduzir essas provas
das famílias mais ricas e quatro vezes mais probabilidade de num programa de acção concreto.
não o estar a fazer do que os rapazes destas mesmas famílias.
• Mesmo nos países que estão quase a alcançar o ensino pri-
mário universal, as crianças com deficiência representam a
maioria das que são afectadas pela exclusão.
• A saúde materna é uma das áreas em que o fosso entre ricos
e pobres é mais evidente. Enquanto, nos países desenvol-
vidos, os partos são, na sua maioria, assistidos por pessoal
de saúde qualificado, no mundo em desenvolvimento, este
tipo de cuidados apenas é prestado a menos de metade das SHA ZUKANG
mulheres. Secretário-Geral Adjunto para os Assuntos Económicos e Sociais
• As disparidades no acesso a assistência durante a gravidez
também são manifestas: as mulheres dos agregados fami-
liares mais ricos têm 1,7 vezes mais probabilidade de efec-
tuar pelo menos uma consulta pré-natal do que as mulheres
mais pobres.
• A falta de instrução é outro grande obstáculo ao acesso às
ferramentas susceptíveis de melhorar a saúde das pessoas.
Por exemplo, a pobreza e a desigualdade de acesso à escola-
rização perpetuam taxas de natalidade elevadas entre as
adolescentes, pondo em perigo a saúde das raparigas e redu-
zindo as suas oportunidades de avançar nos planos social e
económico.
5
NAÇÕES UNIDAS
META
51
58
Sul da Ásia
49
39 1990
Sul da Ásia excluindo Índia 2005
45
Meta de 2015
31
CEI, Ásia
6
19
Sudeste Asiático
39
19
Leste Asiático
60
16
América Latina e Caraíbas
11
8
Ásia Ocidental
2
6
Norte de África
5
3
Países em transição do Sudeste da Europa
0.1
1
CEI, Europa
2
0.3
Regiões em desenvolvimento
46
27
0 10 20 30 40 50 60 70
6
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
global de pobreza diminua para 15% até 2015, o que Antes da crise, a profundidade da pobreza
significa que a meta do Objectivo de Desenvolvimento
do Milénio (ODM) pode ser atingida. Isto significa diminuíra em quase todas as regiões
que um total de 920 milhões de pessoas vive abaixo
do limiar da pobreza internacional – metade do Índice de intensidade da pobreza a 1,25 dólares por dia, 1990 e 2005
número de 1990. (percentagem)
Estimativas do Banco Mundial recentemente actuali- África Subsariana
zadas sugerem que, devido à crise, em 2009, haverá 26
mais 50 milhões de pessoas a viver na pobreza do que 21
se não tivesse havido crise, um número que, até ao Sul da Ásia
14
final de 2010, aumentará para aproximadamente 64 10 1990
milhões, e que as regiões mais afectadas serão a África 2005
Sul da Ásia excluindo Índia
Subsariana, o Sudeste Asiático e o Leste Asiático. 14
Além disso, os efeitos da crise deverão persistir: as 8
taxas de pobreza serão ligeiramente mais elevadas em CEI, Ásia
2015 do que seriam se a economia mundial tivesse 2
continuado a crescer ao ritmo anterior à crise, uma 5
situação que se deverá manter até 2020. Sudeste Asiático
11
4
É no Leste Asiático que continuam a registar-se o cres- Leste Asiático
cimento mais rápido e as reduções mais acentuadas da 21
pobreza. Na China, as taxas de pobreza deverão dimi- 4
nuir para cerca de 5%, até 2015. A Índia também está América Latina e Caraíbas
a contribuir para uma redução considerável da 4
3
pobreza extrema. Medidas com base no limiar de
pobreza de 1,25 dólares por dia, as taxas de pobreza Ásia Ocidental
1
deverão baixar de 51%, em 1990, para 24%, em 2
2015, e o número de pessoas que vive na pobreza Norte de África
extrema deverá diminuir 188 milhões. Todas as regiões 1
em desenvolvimento, à excepção da África Subsariana, 1
da Ásia Ocidental e de partes da Europa Oriental e da Países em transição do Sudeste da Europa
Ásia Central, deverão atingir a primeira meta do <0.1
0.2
ODM. Estes défices reflectem o crescimento lento na
África Subsariana, na década de 1990 e a transição de CEI, Europa
1
economias de planeamento central para economias de 0.1
mercado que, em alguns países da Europa Oriental e Regiões em desenvolvimento
da ex-União Soviética, fizeram aumentar a pobreza, 16
ainda que partindo de níveis muito baixos. 8
0 10 20 30
A inexistência de inquéritos de qualidade, realizados a
*
intervalos regulares, e os atrasos na prestação de Inclui todas as regiões em desenvolvimento, a CEI e os países em transição do Sudeste da Europa.
informação sobre os resultados de inquéritos conti-
nuam a dificultar a monitorização da pobreza. As A intensidade da pobreza mede o défice de rendimento das pessoas que
lacunas são especialmente graves na África Subsa- vivem abaixo do limiar da pobreza. Embora o limiar da pobreza inter-
riana, onde mais de metade dos países carecem de nacional seja estabelecido a um nível típico dos países muito pobres, há
dados suficientes para permitir que sejam efectuadas muitas pessoas que vivem com menos do que esse montante. O cresci-
comparações para todos os ODM, bem como entre os mento económico e a melhor distribuição do rendimento ou do con-
pequenos Estados insulares do Pacífico e das Caraíbas. sumo reduzem a profundidade da pobreza. Desde 1990, a profundidade
Os inquéritos permitem obter informações impor- da pobreza diminuiu em todas as regiões excepto a Ásia Ocidental. Em
tantes – não só no que respeita a alterações do rendi- 2005, o rendimento médio das pessoas que vivem abaixo do limiar da
mento médio ou do consumo, mas também da sua pobreza era de 0,88 dólares. A profundidade da pobreza era maior na
distribuição. As estimativas da pobreza deste ano África Subsariana, mas diminuiu desde 1999, situando-se agora ao nível
englobam 31 novos inquéritos aos agregados fami- da do Leste Asiático em 1990.
liares. Conjugados com a previsão de crescimento do
ano passado, os dados destes novos inquéritos
apontam para uma diminuição de 0,5 pontos percen-
tuais (depois de se tomar em consideração a crise
financeira) na proporção agregada de pessoas pobres
em 2015 – de 15,5% para 15%. Para prestar infor-
mações mais precisas sobre o avanço em direcção à
consecução dos ODM são necessários dados mais
actualizados.
7
NAÇÕES UNIDAS
riscos de catástrofe pode produzir Alcançar o pleno emprego e assegurar que todas as pessoas,
benefícios a longo prazo, incluindo incluindo as mulheres e os jovens, consigam encontrar um
trabalho digno e produtivo.
progressos na realização dos ODM
O risco de morte ou deficiência e de perdas econó- A deterioração do mercado de trabalho
micas resultantes de catástrofes naturais está a
aumentar no mundo inteiro, sendo maior nos países
desencadeada pela crise económica provocou
pobres. Reduzir esses riscos pode ter um efeito mul- um declínio do emprego
tiplicador susceptível de acelerar a consecução dos
ODM. A terrível perda de vidas, em consequência Rácio emprego/população, estimativas preliminares para 1998, 2008 e 2009
dos sismos no Haiti, no Chile e na China e das
cheias no Brasil evidencia a necessidade de tornar o Leste Asiático
74
ambiente construído mais resiliente face a riscos 70
70
potenciais – tanto de natureza sísmica como climá-
Oceânia 1998
tica (ou relacionados com as condições meteoroló- 66
66 2008
gicas). 67 2009*
Sudeste Asiático
A urbanização, as alterações climáticas e a degra- 66
66
dação dos ecossistemas estão a aumentar o número 66
de vítimas das catástrofes naturais, e os países com África Subsariana
menos possibilidade de reduzir os seus riscos são os 64
65
que mais estão a sofrer. Calcula-se que 97% do 65
risco mundial de mortalidade decorrente de catás- América Latina e Caraíbas
58
trofes naturais recaia sobre as populações dos países 61
de rendimento baixo e médio baixo, que, em 60
relação à dimensão das suas economias, também CEI
53
sofrem perdas económicas maiores. Desde o início 58
de 2008 até Março de 2010, terão morrido 470 000 57
pessoas em consequência de catástrofes naturais, e Sul da Ásia
57
calcula-se que os prejuízos económicos (excluindo 56
2010) tenham ultrapassado 262 mil milhões de 55
dólares. Em conjunto, os pequenos Estados insu- Países em transição do Sudeste da Europa
53
lares em desenvolvimento e os países em desenvol- 49
vimento sem litoral constituem, respectivamente, 48
60% e 67% dos países com uma vulnerabilidade Norte de África
44
económica elevada ou muito elevada aos riscos 46
46
naturais.
Ásia Ocidental
47
A experiência dos países revela que o investimento 46
44
na redução dos riscos de catástrofe produz benefí-
Regiões desenvolvidas
cios a longo prazo – que vão desde a redução de 56
perdas futuras e a não necessidade de reconstrução 57
55
a co-benefícios como meios de vida mais sólidos, Regiões em desenvolvimento
comunidades resilientes e ecossistemas protectores e 63
produtivos. No Peru, a integração da redução de 62
62
riscos no desenvolvimento gerou benefícios quase
37 vezes superiores aos custos. Ao investir 3,15 mil 0 10 20 30 40 50 60 70 80
milhões de dólares na redução do impacto das * Os dados relativos a 2009 são dados preliminares.
cheias, entre 1960 e 2000, a China evitou prejuízos
da ordem dos 12 mil milhões de dólares. O descalabro do sector habitacional dos Estados Unidos, em 2007, e a
subsequente paralisia do sistema financeiro mundial transformaram-se
numa crise do mercado de trabalho que afectou o mundo inteiro, ao
longo de 2009. A crise em cascata enfraqueceu as economias, reduziu as
capacidades das empresas e lançou milhões de pessoas no desemprego.
Muitos trabalhadores recorreram a formas vulneráveis de emprego,
enquanto as fileiras dos trabalhadores pobres engrossavam.
8
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
À medida que a crise se foi agravando, as medidas de A perda de postos de trabalho obrigou um
estímulo dos governos começaram a travar o declínio
da actividade económica e a atenuar o impacto das maior número de trabalhadores a recorrer a
perdas de emprego no mundo inteiro. Os esforços
coordenados dos países para responder à crise têm empregos vulneráveis
sido decisivos como meio de evitar um descalabro
social e económico ainda maior. No entanto, as con- Proporção do emprego total que corresponde a trabalhadores por conta
dições do mercado de trabalho têm continuado a dete- própria e trabalhadores familiares não remunerados, 1998, 2008 e 2009 no
riorar-se, em muitos países, e irão provavelmente cenário 2 (percentagem)
comprometer muitos dos progressos alcançados ao
longo da última década no domínio da criação de Oceânia
74
empregos dignos. 78
79
Sul da Ásia
A deterioração da situação económica deu origem a 80
uma quebra acentuada dos rácios emprego/população. 76
77
Além disso, a produtividade do trabalho diminuiu em África Subsariana
2009. Na maioria das regiões, a diminuição do pro- 75
82
duto interno bruto foi ainda maior do que o declínio 77
do emprego, o que conduziu a uma menor produção Sudeste Asiático
63 1998
por trabalhador. Segundo estimativas preliminares, 61 2008
registou-se um crescimento negativo da produção por 61
2009*
Leste Asiático
trabalhador, em todas as regiões excepto o Norte de 62
África, o Leste Asiático e o Sul da Ásia. A maior 53
53
quebra da produção por trabalhador registou-se nos CEI, Ásia
países europeus da CEI, nos Países em transição do 47
41
Sudeste da Europa e na América Latina e Caraíbas. 44
A redução da produtividade dos trabalhadores contribui Norte de África
35
para a deterioração das condições de trabalho e da 31
situação dos trabalhadores, em regiões onde essa pro- 34
dutividade já era baixa antes da crise económica, América Latina e Caraíbas
35
como, por exemplo, a África Subsariana. 31
32
Países em transição da Sudeste da Europa
32
24
29
Ásia Ocidental
39
27
28
CEI, Europa
8
9
10
Regiões desenvolvidas
11
10
11
Regiões em desenvolvimento
65
59
60
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
*As previsões relativas a 2009 baseiam-se no cenário 2 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para
mais pormenores, consulte-se o sítio Web mdgs.un.org.
9
NAÇÕES UNIDAS
uma remuneração inadequada, baixa produtividade e Desde a crise económica, há um maior número
condições de trabalho insatisfatórias que compro-
metem direitos laborais fundamentais. de trabalhadores a viver na pobreza extrema
Antes da crise económica, mais de três quartos dos com as suas famílias
trabalhadores da Oceânia, do Sul da Ásia e da África
Subsariana não beneficiavam da segurança decorrente Proporção de pessoas empregadas que vivem com menos de 1,25 dólares
de um emprego assalariado. Pensa-se que, em 2009, a por dia, 1998, 2008 e 2009 no cenário 2 (percentagem)
crise terá provavelmente aumentado ainda mais o
número de trabalhadores com empregos vulneráveis África Subsariana
67
nas regiões referidas. A Organização Internacional do 58
64
Trabalho (OIT) calcula* que a percentagem mundial
de pessoas com emprego vulnerável se situe entre Sul da Ásia
55
49% e 53%, o que significa que, no mundo inteiro, 44
51
há 1,5 a 1,6 mil milhões de pessoas que trabalham
Oceânia
por conta própria ou como trabalhadores familiares 45 1998
não remunerados. 46 2008
50 2009*
* Para informação mais pormenorizada, consultar http://mdgs.un.org Sudeste Asiático
45
23
28
CEI, Ásia
26
19
21
Leste Asiático
52
11
13
Ásia Ocidental
8
8
12
América Latina e Caraíbas
13
7
8
Norte de África
6
3
4
Países em transição do Sudeste da Europa
1
0.4
0.6
CEI, Europa
4
0.1
0.2
Regiões em desenvolvimento
48
26
31
0 10 20 30 40 50 60 70 80
*Os dados relativos a 2009 baseiam-se no cenário 2 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para mais
pormenores, consulte-se o sítio Web mdgs.un.org.
10
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
1500 25
Número de pessoas subalimentadas
Percentagem de pessoas subalimentadas
1200 20
Percentagem
900 15
Milhões 817 830
797 805
600 10
300 5
0 0
1990-1992 1995-1997 2000-2002 2005-2007
11
NAÇÕES UNIDAS
Os progressos em direcção à mento económico. Estas duas crises contribuíram para uma redução
considerável do poder de compra efectivo dos consumidores pobres, que
erradicação da fome estagnaram, despendem uma parcela substancial do seu rendimento em produtos ali-
mentares essenciais.
na maioria das regiões
Embora os preços internacionais dos alimentos tenham continuado a
Proporção de pessoas subalimentadas, 1990-1992, diminuir, no segundo semestre de 2008, os índices de preços alimentares
2000-2002 e 2005-2007 (percentagem) no consumidor aumentaram. Os preços internacionais dos alimentos
ainda não estabilizaram e há o risco de uma nova crise alimentar.
África Subsariana
31
30 A disponibilidade agregada de alimentos a nível mundial foi bastante
26 boa, em 2008 e 2009, mas os preços mais elevados dos alimentos e as
Sul da Ásia, excluindo a Índia
26 perdas de empregos e rendimentos significam que os pobres tiveram
23 menos acesso a esses alimentos.
23
Sul da Ásia 1990-92
21 2000-02
20 2005-07
21
Sudeste Asiático Meta de 2015
24
17
14
Oceânia
12
16
13
Leste Asiático, excluindo a China
8
13
12
Leste Asiático
18
10
10
América Latina e Caraíbas
12
10
9
Ásia Ocidental
5
8
7
Norte de África
<5
<5
<5
Regiões em desenvolvimento
20
16
16
0 5 10 15 20 25 30 35
12
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Apesar de alguns progressos, uma verdadeiramente eficazes no combate à subnutrição. Uma série de inter-
venções simples e eficazes em termos de custos em fases decisivas da vida
em cada quatro crianças do mundo das crianças pode contribuir significativamente para reduzir a subnu-
trição. Entre elas, referem-se o aleitamento dentro de uma hora a contar
em desenvolvimento continua a do nascimento, o aleitamento materno exclusivo, durante os primeiros
sofrer de insuficiência ponderal seis meses de vida, uma alimentação complementar adequada e suple-
mentos de micronutrientes, entre os seis e os 24 meses de idade.
Proporção de crianças menores de cinco anos com
insuficiência ponderal, 1990 e 2008 (percentagem) A subnutrição entre as crianças menores de cinco anos continua a ser
muito comum, devido não só à falta de alimentos, mas também à falta
Sul da Ásia
de alimentos de qualidade, de água própria para consumo, de sanea-
51 mento e de serviços de saúde, e ainda a práticas de assistência e alimen-
46 tação bastante insatisfatórias. Enquanto não houver melhorias em todas
África Subsariana estas áreas, pouco se avançará. No Sul da Ásia, por exemplo, as práticas
31 1990 alimentares são muitas vezes insatisfatórias e a escassez de alimentos de
27 2008 qualidade é frequente. Mas, além disso, quase dois terços da população
Sudeste Asiático vive sem saneamento melhor e quase metade pratica a defecação a céu
37 aberto, o que dá origem a episódios frequentes de doenças diarreicas nas
25 crianças. Por outro lado, mais de 25% das crianças nascem com peso
Ásia Ocidental insuficiente. Muitas destas crianças nunca conseguem recuperar em
14 termos do seu estado nutricional. Todos estes factores significam que a
14 prevalência de insuficiência ponderal no Sul da Ásia – que é de 46% – é
Leste Asiático a mais elevada do mundo.
17
7
Norte de África
11
7
América Latina e Caraíbas
11
6
Regiões em desenvolvimento
31
26
0 10 20 30 40 50 60
Nota: A prevalência de crianças com insuficiência ponderal é calculada com base na
população de referência da NCHS/OMS/CDC. O Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) está neste momento a converter toda a sua base de dados sobre
a subnutrição infantil de acordo com as novas Normas de Crescimento Infantil da
Organização Mundial de Saúde (OMS).
13
NAÇÕES UNIDAS
14
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
40
16.0 15.2
16.0 15.2
14.6 13.7 13.8 14.3
30 15.9 13.0
20
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Deslocados internos Refugiados
15
NAÇÕES UNIDAS
META
África Subsariana
89
1999
2008
93
Ásia Ocidental
83
88
Sul da Ásia
79
90
CEI, Ásia
95
94
Norte de África
86
94
Sudeste Asiático
93
95
América Latina e Caraíbas
94
95
Leste Asiático
95
96
Regiões em desenvolvimento
82
89
Regiões desenvolvidas
97
96
Mundo
84
90
0 20 40 60 80 100
* Definida como o número de alunos do grupo teoricamente em idade de frequentar o ensino primário, matriculados
no ensino primário ou secundário, expresso como percentagem da população total desse grupo etário.
Nota: Não existem dados relativos à Oceânia.
16
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Para se conseguir realizar o objectivo dentro do prazo A África Subsariana e o Sul da Ásia são as
fixado, seria necessário que todas as crianças com
idade legal de ingresso no ensino primário estivessem regiões onde vive a grande maioria das crianças
a frequentar a escola em 2009, aproximadamente,
tendo em conta a duração do ensino primário e a que não frequentam a escola
capacidade das escolas para manter os alunos a fre-
quentar as aulas até ao final do ciclo. Mas, em metade Distribuição das crianças que não frequentam a escola por região, 1999 e 2008
dos países da África Subsariana para os quais existem (percentagem)
dados, pelo menos uma em cada quatro crianças com
idade de frequentar o ensino primário não o estava a 100 África Subsariana
fazer em 2008. Sudeste Asiático
Leste Asiático
Sudeste Asiático
A fim de realizarem o objectivo, os países devem também 80 América Latina
assegurar-se de que haja professores e salas de aula e Caraíbas
suficientes para satisfazer a procura. Entre o momento Ásia Ocidental
presente e 2015, só na África Subsariana será neces- Regiões desenvolvidas
sário um número de novos professores igual ao que CEI
existe na região neste momento. 60 43 Norte de África
46
Resto do mundo
17
NAÇÕES UNIDAS
40
39
36 Raparigas
Rapazes
30 31 31
28 27
25
23
20
19
17
15 14
10 11 10
0
20% mais 20% em segunda 20% em posição 20% em quarta 20% mais Zonas rurais Zonas urbanas
pobres posição média posição ricos
Os dados sobre agregados familiares relativos a 42 As crianças não vão à escola por diversas razões, nomeadamente o custo
países mostram que as crianças das zonas rurais têm que isso representa. As barreiras sociais e culturais à educação também
duas vezes mais probabilidade de não frequentar a são frequentes. Em muitos países, considera-se que educar as raparigas
escola do que as que vivem nas zonas urbanas. Os tem menos valor do que educar os rapazes. E, no mundo inteiro, as
dados revelam igualmente que as disparidades entre as crianças com deficiência têm muito menos oportunidades do que as
zonas rurais e as zonas urbanas são ligeiramente crianças sem deficiência.
maiores no caso das raparigas do que no dos rapazes.
Mas o maior obstáculo à educação é a pobreza. As A ligação entre a deficiência e a marginalização no ensino, é evidente em
raparigas do quintil de rendimento mais baixo são as muitos países, independentemente do seu nível de desenvolvimento. No
têm menos probabilidade de beneficiar da educação: Malavi e na República Unida da Tanzânia, ter uma deficiência duplica a
têm 3,5 vezes mais probabilidade de não estar a fre- probabilidade de uma criança nunca frequentar a escola, e, no Burquina
quentar a escola do que as raparigas dos agregados Faso, esse risco aumenta para duas vezes e meia. Mesmo em alguns
mais ricos e quatro vezes mais do que os rapazes dos países que estão mais perto de realizar o objectivo do ensino primário
agregados mais ricos. Os rapazes das famílias mais universal, as crianças com deficiência representam a maioria das que
ricas são os que têm menos probabilidade de não são excluídas. Na Bulgária e na Roménia, as taxas líquidas de escolari-
estar a frequentar a escola (10%), em comparação zação referentes às crianças dos 7 aos 15 anos eram superiores a 90%,
com todos os outros grupos. em 2002, mas apenas de 58%, no caso das crianças com deficiência.
18
NAÇÕES UNIDAS
META
Promover
de ensino, o mais tardar até 2015
empoderamento
Primário Oceânia 91 89 1999
África Subsariana 85 91 2008
Ásia Ocidental 87 92
20
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
21
NAÇÕES UNIDAS
60
50.6 51.5
50 CEI
45.1
42.4
América Latina e Caraíbas 42.5
40 Leste Asiático 41.2 39.2
Sudeste Asiático
38.1 37.1
36.0 36.7
Oceânia
30 32.4
África Subsariana
22.2
Ásia Ocidental 20.1 21.8
20 Norte de África
10 Sul da Ásia
0
1990 1995 2000 2005 2008 2015
22
As mulheres são, em grande A crise financeira de 2008 teve consequências negativas para os mercados
de trabalho no mundo inteiro. Tanto as mulheres como os homens come-
medida, relegadas para formas çaram a perder os seus empregos e as taxas de desemprego aumentaram em
flecha, especialmente no primeiro semestre de 2009. Um aspecto positivo é
mais vulneráveis de emprego que, segundo os últimos dados, a taxa de aumento do desemprego parece
estar a abrandar. No entanto, o facto de, em muitos países em desenvolvi-
Proporção de trabalhadores por conta própria e mento, as mulheres estarem desproporcionalmente representadas no
trabalhadores familiares não remunerados no total do emprego temporário e ocuparem uma parcela substancial dos postos de tra-
emprego, projecções para 2009 (percentagem) balho das indústrias fabris orientadas para a exportação poderá traduzir-
se em taxas de desemprego mais elevadas para as mulheres.
Oceânia
85 Embora a crise tenha chamado a atenção para os níveis de desemprego,
73 a qualidade dos empregos disponíveis também é preocupante. Muitos
África Subsariana trabalhadores assalariados que perderam o seu emprego e muitas pessoas
84
à procura do primeiro emprego que ingressaram no mercado de tra-
71
balho durante o período de turbulência financeira recorreram ao tra-
Sul da Ásia
balho por conta própria ou ao trabalho não remunerado para a família,
84
o que teve como consequência uma deterioração das condições de tra-
74
balho e uma quebra do rendimento das pessoas mais pobres. As mulheres
Sudeste Asiático
65
têm mais probabilidade de ter um emprego vulnerável do que os
58
homens, sendo as disparidades especialmente evidentes nas regiões onde
Leste Asiático
as oportunidades de emprego remunerado para as mulheres são menores
58 – a Ásia Ocidental e o Norte de África.
50
Norte de África
53
28
Ásia Ocidental
37
26
América Latina e Caraíbas
31
32
CEI
17
20
Países em transição do Sudeste da Europa
26
30
Mulheres
Regiões em desenvolvimento
65 Homens
57
0 20 40 60 80 100
23
As mulheres estão Os empregos de nível mais elevado continuam
sobre-representadas no sector a ser reservados aos homens na grande maioria
informal, caracterizado pela falta dos casos
de benefícios e de segurança Proporção de mulheres em cargos elevados e em todas as ocupações, médias
do período de 2000-2008 (percentagem)
Emprego informal como percentagem do emprego não
agrícola total, mulheres e homens, países seleccionados, CEI
2003-2005 (percentagem) 49
37
Mali
89 América Latina e Caraíbas
74 36
Índia 32
88
84 África Subsariana
Equador (zonas urbanas) 45
77
29
73
Peru (Lima Metropolitana) Sudeste Asiático
72 39
65
África do Sul 26
65 Oceânia
51 39
Colômbia
62 21
61 Leste Asiático
México
54 45
48 16
Brasil (zonas urbanas)
52 Ásia Ocidental
50 24
Venezuela 10
52
47 Norte de África
Panamá 20
50 9
49
Todas as ocupações
Quirguizistão Sul da Ásia
41 20 Quadros superiores
47 e gestores
Turquia 9
36 Regiões desenvolvidas
Mulheres
35 45
República da Moldávia Homens
18 32
25
Federação Russa 0 10 20 30 40 50
8
10
0 20 40 60 80 100 Embora o número de mulheres com empregos remunerados fora do
sector agrícola tenha aumentado entre 1990 e 2008, as mulheres não
têm conseguido, de um modo geral, aceder aos cargos de nível mais ele-
É provável que a recente crise financeira também tenha vado. Estes cargos – quadros superiores e gestores – continuam a ser
levado a um aumento do emprego informal devido à reservados aos homens. A nível mundial, apenas um em cada quatro
perda de empregos no sector formal. Em alguns países quadros superiores ou gestores é uma mulher. As mulheres estão sub-
em desenvolvimento, mais de 80% dos trabalhadores representadas entre os trabalhadores de cargos mais elevados, em todas
têm empregos informais – como proprietários de as regiões, apenas ocupando 30% ou mais desses cargos em três de 10
empresas do sector informal, trabalhadores familiares regiões. Na Ásia Ocidental, Sul da Ásia e Norte de África, as mulheres
não remunerados ou trabalhadores sem contrato detêm menos de 10% dos cargos de nível elevado.
escrito nem benefícios da segurança social (incluindo
trabalhadores subcontratados que trabalham em casa
e trabalhadores do serviço doméstico). Na maioria
desses países, as mulheres estão sobre-representadas
no sector informal.
24
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
As mulheres estão lentamente a Após as eleições parlamentares e as renovações das câmaras, em 2009,
registaram-se alguns progressos na África Subsariana, onde 29% dos
ascender ao poder político, mas lugares renovados passaram a estar ocupados por mulheres, elevando a
média regional para 18%. Na África do Sul, as mulheres ganharam
apenas quando existem quotas ou 44% dos lugares nas eleições para a câmara baixa, o que colocou este
outras medidas especiais país em terceiro lugar na classificação mundial, a seguir ao Ruanda e à
Suécia. Verificaram-se também alguns progressos na América Latina e
Proporção de lugares detidos por mulheres na única Caraíbas, onde 25% dos assentos renovados passaram a ser detidos por
câmara ou nas câmaras baixas dos parlamentos mulheres. A câmara alta da Bolívia elegeu mais de 40% de deputadas,
elevando a média regional para 23%.
nacionais, 2000 e 2010 (percentagem)
Oceânia
No outro extremo estão 58 países que têm menos de 10% de mulheres
3.4 com lugares no parlamento, e há nove câmaras em que as mulheres não
2000 detêm qualquer assento. Durante 2009, nenhuma mulher obteve um
2.5
2010 lugar nas renovações parlamentares nas Comores, nos Estados Fede-
Norte de África
2 rados da Micronésia e na Arábia Saudita.
9
Ásia Ocidental Os sistemas eleitorais, as disposições relativas a quotas e outras medidas
5
de discriminação positiva tomadas pelos partidos políticos continuam a
9
CEI
ser factores determinantes fundamentais do avanço das mulheres. Durante
7 2009, a proporção média de mulheres eleitas para o parlamento atingiu
15 27% nos países que aplicaram medidas desse tipo; pelo contrário, nos
Sul da Ásia países que não o fizeram as mulheres obtiveram apenas 14% dos
7 lugares. O número de mulheres eleitas também é muito maior nos países
18 com sistemas de representação proporcional, do que nos sistemas maio-
África Subsariana ritários a uma ou duas voltas.
9
18
Sudeste Asiático Para além dos sistemas eleitorais e das quotas, as disposições eleitorais
10 sensíveis às questões de género, a participação de candidatas qualifi-
19 cadas e bem financiadas e a existência de vontade política aos mais altos
Leste Asiático níveis dos partidos políticos e dos governos são fundamentais para
19.9 superar as disparidades de género nos parlamentos do mundo. Aten-
19.5 dendo a que continua a haver quatro homens por cada mulher nos par-
América Latina e Caraíbas
lamentos, serão necessários esforços em todas aquelas frentes para se
15
23
atingir a meta de 30%.
Regiões desenvolvidas
17 Os progressos no sentido de se alcançar uma maior representação das
24 mulheres no poder executivo têm sido ainda mais lentos do que no
Regiões em desenvolvimento poder legislativo. Em 2010, apenas nove dos 151 chefes de Estado eleitos
11 (6%) e 11 dos 192 chefes de governo (6%) eram mulheres. Isto repre-
18 senta um avanço em relação a 2008, ano em que havia apenas sete
Mundo
12
mulheres eleitas para o cargo de chefe de Estado e oito para o de chefe
19 de governo. Em média, as mulheres detêm 16% dos cargos ministeriais e
apenas em 30 países mais de 30 cargos ministeriais são ocupados por
0 5 10 15 20 25 mulheres. Por outro lado, 16 países não têm nenhuma ministra.
A maioria destes países situa-se no Norte de África, Ásia Ocidental,
A proporção mundial de mulheres no parlamento Caraíbas e Oceânia.
continua a aumentar lentamente e atingiu o nível mais
alto de sempre – 19% – em 2010. Isto representa um
aumento de 67%, desde 1995, altura em que 11%
dos parlamentares no mundo inteiro eram mulheres.
Mas aquela percentagem está muito aquém da meta
de 30% de mulheres em cargos de liderança que
deveria ter sido atingida até 1995 e mais ainda da
meta da paridade de género dos ODM.
25
NAÇÕES UNIDAS
META
infantil Taxa de mortalidade de menores de cinco anos por 1000 nados-vivos, 1990
e 2008
África Subsariana
184
144
Sul da Ásia
121
74
Oceânia
76
60
CEI, Ásia
78 1990
39 2008
Sudeste Asiático
73 Meta de 2015
38
Ásia Ocidental
66
32
Norte de África
80
29
América Latina e Caraíbas
52
23
Leste Asiático
45
21
CEI, Europa
26
14
Países em transição do Sudeste da Europa
30
12
Regiões desenvolvidas
12
6
Regiões em desenvolvimento
100
72
26
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Os maiores avanços tiveram lugar no Norte de África, A revitalização da luta contra a pneumonia e
Leste Asiático, Ásia Ocidental, América Latina e
Caraíbas e nos países da CEI. Mas os progressos efec- a diarreia, aliada a um reforço da nutrição,
tuados por alguns dos países mais pobres do mundo
são especialmente notáveis. Apesar das enormes difi- pode salvar milhões de crianças
culdades, o Bangladeche, a Bolívia, a Eritreia, a Repú-
blica Popular Democrática do Laos, o Malávi, a Causas de morte entre as crianças menores de cinco anos, 2008 (percentagem)
Mongólia e o Nepal reduziram todos a sua taxa de
mortalidade de menores de cinco anos 4,5% por ano 2 SIDA 1 Sarampo
3 Lesões
ou mais. A Etiópia, o Malávi, Moçambique e o Níger
registaram diminuições absolutas de mais de 100 8 12 Partos prematuros
mortes por 1000 nados-vivos, desde 1990. Malária
41
Apesar destas conquistas e de, na sua maioria, as 14 No mundo inteiro, Causas
9 Asfixia
Pneu- mais de um terço neonatais
mortes de crianças serem evitáveis ou tratáveis, muitos monia das mortes de
países continuam a apresentar níveis inaceitavelmente crianças devem-se 6 Sépsis
elevados de mortalidade infantil e os seus progressos a subnutrição
14 4 Pneumonia
foram poucos ou nulos, nos últimos anos. Mais ainda, Doenças 3 Anomalias
congénitas
entre os 67 países com taxas de mortalidade elevadas diarreicas
1 Doenças diarreicas
16 1 Tétano
(isto é, 40 mortes ou mais por 1000 nados-vivos), Outras causas 5 Outras causas
apenas 10 estão bem encaminhados e têm probabili- neonatais
dade de atingir a meta relativa à sobrevivência infantil.
É na África Subsariana que continuam a registar-se as
taxas de mortalidade mais elevadas. Em 2008, uma Quatro doenças – a pneumonia, a diarreia, a malária e a SIDA – foram
em cada sete crianças desta região morreu antes de responsáveis por 43% de todas as mortes de crianças com menos de
completar cinco anos; os níveis mais elevados verifi- cinco anos no mundo inteiro, em 2008. A maioria destas vidas poderia
caram-se na África Ocidental e Central, onde uma em ter sido salva com medidas de prevenção e tratamentos de baixo custo,
cada seis crianças morreu antes dos cinco anos (169 nomeadamente antibióticos para infecções respiratórias agudas, reidra-
mortes por 1000 nados-vivos). Os 34 países com taxas tação oral para a diarreia, e imunização, mosquiteiros tratados com
de mortalidade de menores de cinco anos superiores a insecticida e medicamentos antimaláricos. É urgentemente necessário
100 mortes por 1 000 nados-vivos, em 2008, situam-se concentrar novamente a atenção na pneumonia e na diarreia – duas das
todos na África Subsariana, excepto o Afeganistão. três principais causas de morte de crianças. A utilização de novas ferra-
Embora a mortalidade de menores de cinco anos na mentas, tais como as vacinas contra a pneumonia pneumocócica e a
África Subsariana tenha diminuído 22%, desde 1990, diarreia por rotavírus, poderia dar um novo impulso à luta contra estas
o ritmo a que a situação tem vindo a melhorar é insu- doenças comuns e constituir um ponto de partida para o relançamento
ficiente para que a meta seja atingida. Além disso, os de uma programação global. Garantir uma nutrição correcta é um
níveis elevados de fecundidade, conjugados com uma aspecto vital da prevenção, já que a malnutrição aumenta o risco de
percentagem ainda considerável de mortes de menores morte.
de cinco anos, traduziram-se num aumento do número
absoluto de mortes de crianças – de 4 milhões, em
1990, para 4,4 milhões, em 2008. Metade dos 8,8
milhões de mortes de menores de cinco anos registadas
no mundo inteiro ocorreu na África Subsariana.
27
NAÇÕES UNIDAS
Os êxitos recentes no controlo do A vacinação de rotina contra o sarampo tem continuado a aumentar a
nível mundial, protegendo milhões de crianças contra esta doença fre-
sarampo poderão ser de curta quentemente fatal. Em 2008, a cobertura atingiu 81% no conjunto das
regiões em desenvolvimento, em comparação com 70%, em 2000. No
duração, se os défices de entanto, estas médias escondem desigualdades consideráveis no acesso à
financiamento persistirem vacina. Segundo os dados de 178 inquéritos demográficos e sanitários, o
acesso à vacinação contra o sarampo varia entre os vários grupos sociais
Proporção de crianças com 12 a 23 meses de idade que e económicos e a cobertura é menor no caso de crianças de agregados
receberam pelo menos uma dose de vacina contra o familiares pobres ou de zonas rurais, ou cujos pais possuem um nível de
instrução mais baixo. Uma ordem de nascimento elevada (ou seja,
sarampo, 2000 e 2008 (percentagem)
quando há muitos irmãos mais velhos) está também associada a uma
Oceânia
menor vacinação contra o sarampo. As disparidades entre os rapazes e
68 as raparigas em termos de vacinação não são significativas, excepto em
58 2000
alguns países do Sul da Ásia.
África Subsariana
2008
55 Uma estratégia baseada em apenas uma dose da vacina não é suficiente
72 para impedir surtos de sarampo. Em 2008, 132 países a ministravam
Sul da Ásia duas doses da vacina como rotina. Em países com sistemas de saúde
58
75
frágeis, a segunda dose é ministrada no âmbito de campanhas, a fim de
Ásia Ocidental
garantir uma cobertura elevada. Entre 2000 e 2008, a maior cobertura
84 da vacinação de rotina conjugada com uma segunda oportunidade de
83 receber a vacina permitiu uma redução de 78% do número de mortes
Sudeste Asiático causadas pelo sarampo no mundo inteiro – ou seja, uma diminuição de
80 733 000 mortes, em 2000, para 164 000, em 2008.
88
Norte de África No entanto, estes êxitos recentes poderão ser de curta duração. Os
93
92 fundos para actividades de controlo do sarampo diminuíram recente-
América Latina e Caraíbas mente, e muitos países prioritários debatem-se com falta de financia-
92 mentos para campanhas de imunização. As projecções mostram que,
93 sem actividades suplementares de vacinação nesses países, a mortali-
Leste Asiático dade voltará a aumentar rapidamente, podendo registar-se aproximada-
85 mente 1,7 milhões de mortes relacionadas com o sarampo, entre 2010 e
94
2013. No entanto, com fundos suficientes, empenhamento político e
Países em transição do Sudeste da Europa
93
uma aplicação eficaz de estratégias tendo em vista a administração da
95 segunda dose da vacina, será possível manter os progressos excepcionais
CEI conseguidos até à data.
95
96
Regiões desenvolvidas
91
93
Regiões em desenvolvimento
70
81
0 20 40 60 80 100
28
NAÇÕES UNIDAS
META
Melhorar Para garantir uma boa saúde materna é necessário disponibilizar serviços
de saúde reprodutiva de qualidade e realizar uma série de intervenções
a saúde oportunas de modo a assegurar uma passagem segura das mulheres para
a maternidade. Não o fazer tem como consequência centenas de milhares
de mortes desnecessárias todos os anos – um sinal lamentável do baixo
estatuto de que as mulheres gozam em muitas sociedades.
30
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Seria possível evitar a maioria das Dar à luz é especialmente perigoso no Sul da
mortes maternas Ásia e na África Subsariana, onde a maioria
Causas de morte materna, regiões em desenvolvimento,
das mulheres não recebe assistência de
1997/2007 (percentagem) pessoal qualificado durante o parto
1 Embolia Proporção de partos assistidos por pessoal de saúde qualificado, 1990 e 2008
9 8 (percentagem)
Interrupção Sépsis
da gravidez e
aborto Sul da Ásia
espontâneo 30
35
Hemorragias 45
11 África Subsariana
Outras causas 41
directas
46
Oceânia 1990
18 54 2008
Causas indirectas 18 57
Hipertensão
Sudeste Asiático
46
75
Ásia Ocidental
62
As principais causas de mortalidade materna, nas 78
regiões em desenvolvimento, são as hemorragias e a Norte de África
hipertensão, que, em conjunto, são responsáveis por 46
metade de todas as mortes de grávidas e novas mães. As 80
causas indirectas, entre as quais se incluem a malária, o América Latina e Caraíbas*
VIH/SIDA e as doenças cardíacas, estão na origem de 72
86
18% das mortes. Outras causas directas, tais como o
parto distócico ou prolongado, complicações resultantes CEI
97
da anestesia ou cesariana e a gravidez ectópica, estão na 98
origem de 11% de todas as mortes durante a gravidez e Leste Asiático
o parto. 94
98
A grande maioria destas mortes poderia ser evitada. As Países em transição do Sudeste da Europa
hemorragias, por exemplo, que são responsáveis por 98
99
mais de um terço das mortes maternas, poderem ser
Regiões desenvolvidas
evitadas ou geridas através de uma série de intervenções 99
realizadas por pessoal de saúde qualificado, munido do 99
equipamento e dos materiais adequados. Regiões em desenvolvimento
53
63
0 20 40 60 80 100
* Inclui apenas os partos em estabelecimentos de saúde.
31
NAÇÕES UNIDAS
CEI, Ásia
O número de mulheres das zonas rurais que recebem 90
assistência de pessoal qualificado durante o parto está a 96
aumentar, reduzindo as disparidades de longa data entre Regiões em desenvolvimento
as zonas rurais e urbanas. No Sul da Ásia, por exemplo, 64
as mulheres das zonas urbanas tinham três vezes mais
80
probabilidade de ser assistidas por profissionais durante
o parto, em 1990; em 2008, apenas tinham duas vezes 0 20 40 60 80 100
mais probabilidade de receber esse tipo de assistência, o
que revela algumas melhorias. Mesmo assim, subsistem
desigualdades, especialmente nas regiões onde a pre- Foram efectuados progressos em todas as regiões em matéria de pres-
sença de pessoal qualificado é menor e a mortalidade tação de cuidados pré-natais às mulheres grávidas. Registaram-se
materna é mais elevada – nomeadamente na África Sub- avanços extraordinários no Norte de África, onde a proporção de
sariana, no Sul da Ásia e na Oceânia. mulheres que foram vistas por um profissional de saúde qualificado pelo
menos uma vez durante a gravidez aumentou 70%. No Sul da Ásia e na
Verificou-se também que havia graves disparidades de Ásia Ocidental os aumentos foram de quase 50%.
cobertura entre os agregados familiares mais ricos e os
mais pobres. As diferenças são maiores no Sul da Ásia
e na África Subsariana, onde as mulheres mais ricas
têm, respectivamente, cinco e três vezes mais probabi-
lidade do que as mulheres mais pobres de serem assis-
tidas por pessoal de saúde qualificado durante o parto.
Nas regiões em desenvolvimento no seu conjunto, as
mulheres dos agregados familiares mais ricos têm três
vezes mais probabilidade do que as dos agregados fami-
liares mais pobres de ser assistidas por profissionais de
saúde durante o parto.
32
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
100
CEI
90
Regiões em desenvolvimento
70
Norte de África
60
50
Sul da Ásia
40
Quintil mais pobre 2.º quintil mais pobre Quintil mediano 2.º quintil mais rico Quintil mais rico
As disparidades na proporção de mulheres que bene- Existem também grandes disparidades entre as mulheres que vivem nas
ficiam de cuidados pré-natais em função do rendi- zonas rurais e nas zonas urbanas, embora as diferenças tenham dimi-
mento são enormes, especialmente no Sul da Ásia, nuído, entre 1990 e 2008. Na África Subsariana, a proporção de
Norte de África e África Subsariana. Mesmo no mulheres das zonas urbanas que beneficiaram de cuidados pré-natais
Sudeste Asiático, onde mais de 90% das mulheres pelo menos uma vez aumentou de 84%, em 1990, para 89%, em 2008.
beneficiam de assistência por pessoal qualificado As proporções correspondentes para as mulheres das zonas rurais são
durante a gravidez, apenas 77% das mulheres dos 55% e 66%, o que mostra que a cobertura tem aumentado mais rapida-
agregados familiares estão cobertas, em comparação mente entre as mulheres das zonas rurais.
com quase 100% nas famílias mais ricas.
33
NAÇÕES UNIDAS
34
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
250
200
207
184
150 164
149
141 139
100 113
79
50
58
48
0
20% mais 20% em 20% em 20% em 20% mais Ensino Ensino Sem Zonas Zonas
ricos quarta posição segunda pobres secundário primário instrução urbanas rurais
posição média posição ou mais
35
NAÇÕES UNIDAS
0 20 40 60 80 100
36
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
50
Primeiro inquérito, 1994-2003
Segundo inquérito, 1999-2008
40 42
39 38
34 34
30
30
24 25
20
21
18 19
17 34
14 13 14
10 11
10 10 10 10
0
Zonas Zonas Sem Ensino Ensino 20% mais 20% em 20% em 20% em 20% mais
rurais urbanas instrução primário secundário pobres segunda posição quarta ricos
ou mais posição média posição
Continua a ser muito difícil garantir que os serviços Nesses países, a utilização de meios contraceptivos é quatro vezes maior
de planeamento familiar abranjam as mulheres pobres entre as mulheres que frequentaram o ensino secundário do que entre as
e com pouca instrução. Inquéritos realizados em 22 que não têm instrução, e é quase quatro vezes maior entre as mulheres
países da África Subsariana revelam que a utilização dos agregados familiares mais ricos do que entre as dos agregados fami-
de meios anticoncepcionais para evitar ou adiar a gra- liares mais pobres. Quase não se registaram melhorias ao longo do
videz é menor entre as mulheres das zonas rurais, tempo em termos de um aumento da contracepção entre as mulheres dos
entre as mulheres sem instrução e entre as que per- agregados familiares mais pobres e as que não têm instrução.
tencem aos agregados familiares mais pobres.
37
NAÇÕES UNIDAS
20,000 100
Total da ajuda destinada à saúde (milhões de dólares constantes de 2008)
18,000 Saúde reprodutiva (percentagem)
Milhões de dólares constantes de 2008
14,000
Percentagem
12,000 60
10,000
8,000 40
6,000
4,000 20
2,000
0 0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Para que até as mulheres mais pobres e mais margina- à saúde diminuiu significativamente, entre 2000 e 2008 – de 8,2% para
lizadas possam decidir livremente o momento em que 3,2%. A ajuda destinada aos serviços de saúde reprodutiva tem oscilado
engravidam e o espaçamento das gravidezes são neces- entre 8,1% e 8,5%. Os financiamentos externos para planeamento fami-
sárias políticas específicas e intervenções com finan- liar em dólares americanos constantes de 2008 diminuiu efectivamente,
ciamentos adequados. Mas os recursos financeiros durante os primeiros anos desta década, e ainda não regressou ao nível
para serviços e materiais de planeamento familiar não de 2000.
têm acompanhado a procura. A ajuda destinada ao
planeamento familiar como proporção da ajuda total
38
NAÇÕES UNIDAS
META
a malária e Número de pessoas que vivem com o VIH, número de pessoas recém-infectadas
pelo VIH e número de mortes causadas pela SIDA no mundo, 1990-2008
(milhões)
3.5 33.4
35
32.4 32.8
31.4 31.9
20.6
2.0 20
18.3
15.9
1.5 13.5 15
11.3
1.0 9.2 10
7.3
0.5 5
0 0
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
40
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Embora o número de novas infecções já tenha atin- a vida. Calcula-se que, em 2008, houvesse 33,4 milhões de pessoas a viver
gido o pico, o número de pessoas que vivem com o com o VIH, 22,4 milhões das quais na África Subsariana.
vírus continua a aumentar, em grande medida devido
à capacidade da terapia anti-retroviral para prolongar
Menos de 30%
30% a 49%
50% ou mais
Não há dados disponíveis
Saber como impedir a transmissão do VIH é o pri- quinto das jovens nos países em desenvolvimento afirmam estar bem
meiro passo para evitar a infecção. Isto é especial- informados sobre o VIH. Os níveis mais baixos (8%) ocorrem entre as
mente importante no caso dos jovens (dos 15 aos 24 jovens do Norte de África, segundo inquéritos realizados entre 2003 e
anos de idade) que, em 2008, representaram 40% das 2008. Estes níveis são muito inferiores à meta de 95% até 2010, estabe-
novas infecções pelo VIH entre os adultos no mundo lecida na sessão extraordinária da Assembleia Geral sobre o VIH/SIDA,
inteiro. Embora se tenham registado alguns pro- em 2001.
gressos, o nível de conhecimento sobre o VIH entre os
jovens continua a ser muito baixo, na maioria dos
países. Menos de um terço dos jovens e menos de um
41
NAÇÕES UNIDAS
O empoderamento das mulheres conhecimentos sobre a prevenção do VIH entre as mulheres jovens
(tendo atingido níveis de 50% ou mais); foram comunicados progressos
através da educação sobre a SIDA semelhantes entre os jovens na Namíbia e no Ruanda.
é efectivamente possível e vários
países já o demonstraram Na África Subsariana, os conhecimentos sobre o
Mulheres jovens dos 15 aos 24 anos de idade que possuem VIH são maiores no caso das pessoas mais ricas
conhecimentos completos e correctos sobre o VIH, em e entre os habitantes das zonas urbanas
países seleccionados, 2000 e 2007 (percentagem)
Jovens de ambos os sexos entre os 15 e 24 anos de idade, de países
Namíbia
31 seleccionados da África Subsariana, que possuem conhecimentos completos
65
Trindade e Tobago
e correctos sobre o VIH, por sexo, local de residência e grau de riqueza,
33 2003-2008 (percentagem)
54
Ruanda
23 50
51 2000 Mulheres
Guiana 2007 Homens
36 43
40 41
50
Camboja 36
37 35
50 33 32
30
Vietname 30 29
25 26
44 25 25
São Tomé e Príncipe 20 21 20 20
11 17
44
República da Moldávia 14
10
19
42
Suriname
27 0
41 20% mais 20% em 20% em 20% em 20% mais Zonas Zonas Total
República Dominicana ricos quarta posição segunda pobres rurais urbanas
18 posição média posição
41
Gâmbia
15
39 Na África Subsariana, as disparidades em termos de grau de conheci-
República Unida da Tanzânia mento sobre a prevenção do VIH entre mulheres e homens da faixa
26
39 etária dos 15 aos 24 anos estão relacionadas com o sexo, a riqueza do
Haiti agregado familiar e o local de residência. A probabilidade de as pessoas
15 estarem informadas sobre o VIH aumenta com o nível de rendimento do
34
Camarões agregado, tanto para os homens como para as mulheres. As dispari-
16 dades de género no que respeita a informação sobre o vírus também
32
Usbequistão diminuem ligeiramente entre as pessoas ricas e aquelas que vivem em
3 zonas urbanas.
31
Arménia
7
23
República Centro-Africana
5
17
Jordânia
3
13
0 10 20 30 40 50 60 70
42
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
43
NAÇÕES UNIDAS
Existem provas crescentes de uma As crianças que a SIDA deixa órfãs não sofrem
ligação entre a violência de género apenas a perda dos pais
e o VIH Número estimado de crianças (0-17 anos) que perderam um ou ambos os
progenitores devido à SIDA na África Subsariana, 2008 (milhões)
Existe um fosso considerável entre aquilo que se sabe
sobre o VIH e as acções preventivas, o que, por vezes, 20
se deve a costumes culturais. A tradição do casamento
precoce, por exemplo, pode pôr as raparigas em risco.
Uma análise dos dados de inquéritos realizados em 16
oito países revela que as mulheres jovens (dos 15 aos
24 anos de idade) que começaram a ter relações 12
sexuais antes dos 15 anos têm mais probabilidade de
ser seropositivas. A aceitação social tácita da violência
contra as mulheres e raparigas agrava o problema. Em 8
quatro países em que foram realizados inquéritos,
quase uma em quatro mulheres jovens disse que a sua
primeira experiência de relações sexuais fora forçada, 4
o que aumenta o risco de infecção pelo VIH.
0
Com efeito, há cada vez mais provas de que existe uma 1990 1995 2000 2005 2008
ligação entre a violência de género e a propagação do
VIH, o que realça a importância de sensibilizar os ado- Calcula-se em 17,5 milhões o número de crianças (menos de 18 anos) que
lescentes através de programas de prevenção abran- perderam um ou ambos os progenitores devido à SIDA, em 2008. A grande
gentes que conjuguem diversos tipos de intervenções. maioria destas crianças – 14,1 milhões – vive na África Subsariana.
A existência dessa ligação evidencia igualmente a neces-
sidade permanente de uma transformação social, de O risco de um nível insatisfatório de saúde, educação e protecção é
modo a garantir uma atitude de tolerância zero em maior no caso das crianças que ficaram órfãs devido à SIDA do que no
relação a todos os tipos de violência contra as mulheres de crianças que perderam os pais por outras razões. As crianças que
e as raparigas. A solução passa também pela promul- perderam os pais devido à SIDA têm também mais probabilidade de
gação e aplicação de leis que tornem esse tipo de vio- estar subalimentadas ou doentes ou de ser vítimas de trabalho infantil,
lência punível como crime. de abusos e de negligência, ou de exploração sexual – situações que as
tornam mais vulneráveis à infecção pelo VIH. Estas crianças são fre-
quentemente estigmatizadas e alvo de discriminação, e pode ser-lhes
vedado o acesso a serviços básicos como a saúde e abrigo, bem como a
oportunidades de brincar.
44
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
45
NAÇÕES UNIDAS
46
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
1
13
Burquina Faso
2
10
Uganda
0
10
Burundi
1
8
Níger
1
7
Nigéria
1
6
República Democrática do Congo
1
6
Costa do Marfim
1
3
Suazilândia
0
1
0 10 20 30 40 50 60
47
NAÇÕES UNIDAS
180
A pobreza continua a limitar a 160.0
utilização de mosquiteiros 160
tratados 140
130.0
Crianças menores de 5 anos que dormem sob um 120
mosquiteiro, por local de residência e quintil de
rendimento, África Subsariana, 2006-2009 (percentagem) 100
97.0
25 82.7
80
23
20 60
20
19 19
17
15 16 40
31.3
14
20
10
5.0
0.5 0.6 2.1
0
5 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
0
A administração rápida de um tratamento eficaz é indispensável para
20% 4.º Quintil 2.º 20% Zonas Zonas impedir complicações fatais decorrentes da malária, especialmente nas
mais quintil médio quintil mais rurais urbanas crianças. Nos últimos anos, muitos países africanos reforçaram os seus
ricos pobres
programas de tratamento aumentando o acesso a novas combinações de
Nota: A desagregação por residência baseia-se em estimativas rela- antimaláricos que se demonstrou serem mais eficazes do que medica-
tivas a 32 países da África Subsariana que possuem informação sobre
o local de residência, abrangendo 86% das crianças menores de 5 mentos anteriores.
anos da região. A desagregação por riqueza do agregado familiar
baseia-se em estimativas relativas a 30 países da África Subsariana Desde 2003, os países modificaram as suas políticas nacionais em
que possuem informação sobre a riqueza dos agregados familiares,
abrangendo 83% das crianças menores de 5 anos. matéria de medicamentos, de modo a promover as terapias de combi-
nação à base de artemisina, um tipo de tratamento mais eficaz, mas
também mais caro. As aquisições destes medicamentos no mundo inteiro
Recorrendo a campanhas de distribuição gratuita de registaram um aumento acentuado, desde 2005.
mosquiteiros tratados com insecticida em zonas de
grande intensidade de transmissão da malária, alguns A cobertura dos tratamentos contra a malária continua, porém, a ser
países conseguiram uma utilização mais equitativa dos muito diferente entre os países africanos – variando entre 67% e apenas
mosquiteiros pelas famílias pobres das zonas rurais. 1% das crianças menores de 5 anos com febre que estão a receber um
Mas nem todos os países o conseguiram fazer. Em tipo qualquer de antimalárico. Na verdade, a proporção de crianças
média, as raparigas e rapazes dos agregados familiares febris com menos de 5 anos que recebem qualquer medicamento anti-
mais pobres continuam a ter menos probabilidade de malárico foi superior a 50%, em apenas oito dos 37 países africanos que
usar mosquiteiros, mas os dados não revelam dispari- dispõem de dados recentes (2005-2009). E, em nove destes países,
dades de género em termos de utilização. apenas 10% das crianças febris estavam a receber tratamento. Contudo,
os níveis mais baixos de tratamento contra a malária podem reflectir
uma maior utilização de ferramentas de diagnóstico, com vista a identi-
ficar apenas as crianças que efectivamente têm a doença.
48
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
da incidência da malária
40
35 42%
30 32
30
27
30
20
10 20
25%
0
20% mais 4.º Quintil 2.º 20% mais Zonas Zonas 22%
ricos quintil médio quintil pobres rurais urbanas
10
17%
Nota: A desagregação por residência baseia-se em estimativas rela-
tivas a 33 países da África Subsariana que possuem informação
sobre o local de residência, abrangendo 86% das crianças menores 2%
0
de 5 anos da região. A desagregação por riqueza do agregado fami- <3 3-6 7+
liar baseia-se em estimativas relativas a 31 países da África Subsa-
riana que possuem informação sobre a riqueza dos agregados
Financiamento por pessoa em risco (dólares americanos)
familiares, abrangendo 83% das crianças menores de 5 anos.
49
NAÇÕES UNIDAS
rados fundos suficientes e realizadas intervenções fun- A luta contra a tuberculose avança
damentais. A informação relativa a vários países afri-
canos também sugere que reduções acentuadas do lentamente
número de casos e de mortes decorrentes da malária
se reflectiram numa grande diminuição do número de Número de novos casos de tuberculose por 100 000 pessoas (incidência) e
mortes devidas a todas as causas entre as crianças número de notificações de casos de tuberculose por 100 000 pessoas nas regiões
menores de 5 anos. A realização de esforços intensos em desenvolvimento (incluindo seropositivos), 1990-2008 (percentagem)
para controlar a malária poderia ajudar muitos países
africanos a conseguir uma redução de dois terços da 200
mortalidade infantil, até 2015, conforme estabelecido
no ODM 4. 180
40
20
0
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
50
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
51
NAÇÕES UNIDAS
META
ambiental Oceânia
Sudeste Asiático
63
68
1990
57 2010
49
América Latina
52
48
América Latina e Caraíbas
52
47
CEI, Europa
48
48
Países em transição do Sudeste da Europa
30
33
Caraíbas
26
30
África Subsariana
31
28
Leste Asiático
16
20
Sul da Ásia
14
14
CEI, Asia
4
4
Ásia Ocidental
3
3
Norte de África
1
1
Regiões desenvolvidas
31
29
Regiões em desenvolvimento
30
31
Mundo
32
31
0 20 40 60 80 100
52
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
0 5 10 15 20 25 30
53
NAÇÕES UNIDAS
de 65%, até 2020. Este crescimento é insustentável e veitada ao máximo. As negociações do ano passado no âmbito da Con-
agravaria o risco de efeitos profundos e adversos no venção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas produ-
sistema climático mundial. ziram alguns resultados, mas ainda há muito a fazer até que a
comunidade internacional formule e comece a aplicar uma resposta deci-
Reforçar a acção internacional no domínio da luta siva ao problema das alterações climáticas.
contra as alterações climáticas continua a ser rele-
vante e urgente. E a situação propícia criada pela
diminuição das emissões a curto prazo deve ser apro-
1000 2500
800 2000
600 1500
400 1000
200 500
0 0
1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2011
Em Setembro de 2009, 196 partes já tinham assinado terão reduzido as emissões de gases com efeito de estufa numa quanti-
o Protocolo de Montreal, que passou a ser o primeiro dade equivalente a 135 gigatoneladas de CO2. Isto corresponde a 11
tratado de sempre a obter a ratificação universal. gigatoneladas por ano, ou seja, quatro a cinco vezes as reduções pre-
Todos os governos do mundo são agora juridicamente vistas para o primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto,
obrigados a eliminar gradualmente as substâncias que o acordo vinculado à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as
destroem a camada do ozono (ODS), dentro dos Alterações Climáticas. As partes no Protocolo de Montreal estão agora a
prazos estabelecidos no Protocolo. Este ano – 2010 – estudar formas de utilizar o regime de aplicação vigoroso do tratado
assinala o início de um mundo praticamente liberto para promover ainda mais resultados no domínio das alterações climá-
das ODS mais usadas, incluindo clorofluorcarbonetos ticas.
e halons.
54
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
55
NAÇÕES UNIDAS
50
30
20
10
56
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
0.94
Melhor
0.90
0.88
Pior
0.86
0.84
1988 1992 1996 2000 2004 2008
Nota: Um valor de 1 no Índice da Lista Vermelha significa que todas as espécies estão classificadas como sendo motivo de “preocupação mínima” e que nenhuma delas deverá ficar extinta num futuro
próximo. Um valor de 0 indica que todas as espécies estão extintas.
O índice da Lista Vermelha da UICN – que representa graficamente a proporção de espécies que deverão continuar a existir num
futuro próximo na ausência de medidas de conservação adicionais – mostra que há mais espécies em vias de extinção do que espé-
cies cujo estado está a melhorar. Os mamíferos estão mais ameaçados do que as aves. E, nas regiões em desenvolvimento, as espé-
cies de ambos os grupos estão mais ameaçadas e o seu estado está a deteriorar-se tão rapidamente como nas regiões desenvolvidas
ou mesmo mais rapidamente.
57
NAÇÕES UNIDAS
haja muito a fazer em algumas regiões Em todas as regiões, foi nas zonas rurais que se
avançou mais. No conjunto das regiões em desenvol-
Proporção da população que está a utilizar uma fonte de água melhor, 1990 e vimento no seu conjunto, a cobertura do acesso à
2008 (percentagem) água potável nas zonas urbanas, que se situava em
94% em 2008, mantém-se quase inalterada, desde
Oceânia 1990. Ao mesmo tempo, a cobertura do acesso à água
51 potável nas zonas rurais aumentou de 60% em 1990,
50
1990 para 76%, em 2008, reduzindo as disparidades entre
África Subsariana 2008 as zonas rurais e urbanas.
49
60 Meta de 2015
Sudeste Asiático
72
86
Sul da Ásia
75
87
Leste Asiático
69
89
Ásia Ocidental
86
90
Norte de África
86
92
América Latina e Caraíbas
85
93
CEI
92
94
Regiões em desenvolvimento
71
84
Regiões desenvolvidas
99
100
Mundo
77
87
0 20 40 60 80 100
58
RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
0 20 40 60 80 100
59
NAÇÕES UNIDAS
Dado que metade da população das regiões em desenvolvimento não tem acesso ao
saneamento, a meta de 2015 parece estar fora de alcance
Proporção da população por tipo de práticas sanitárias, 1990 e 2008 (percentagem)
60 4 4 3
7 8 6
1 7
6
14 17 17
10 5
6 89 2
85 14 21
8 80
75 27 32 22 5 80
14 32
9 72
36 69 14
38
16 69
44 18 45 47 18
22 55 13
50 6 56 53
10 20 12 52
46 9
66 10 43
2 41
20
7 36 16
31
25 28
25
0
1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008
Sul África Sudeste Leste Norte Ásia América Latina Oceânia Regiões em
da Ásia Subsariana Asiático Asiático de África Ocidental e Caraíbas desenvolvimento
Instalações melhoradas Instalações partilhadas Instalações não melhoradas Defecação a céu aberto
Nota: Os dados relativos à América Latina e Caraíbas e à Oceânia não são suficientes para fornecer estimativas regionais representativas da proporção da população que utiliza instalações sanitárias partilhadas.
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RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Ao ritmo a que se está a avançar actualmente, o As disparidades entre as zonas rurais e urbanas
mundo não atingirá a meta de reduzir para metade a
proporção de pessoas sem acesso a saneamento em termos de cobertura do saneamento
básico. Em 2008, calcula-se que o número de pessoas
no mundo sem acesso a instalações de saneamento continuam a ser preocupantes
melhoradas era de 2,6 mil milhões. Se esta tendência
se mantiver, esse número aumentará para 2,7 mil Proporção da população das zonas urbanas e das zonas rurais que utiliza
milhões, até 2015. instalações de saneamento melhoradas, 2008 (percentagem)
61
NAÇÕES UNIDAS
21% 42.8
52%
39.3
20 600,000 40
36% 35.7
34.3
32.7
(milhões)
26%
16% 30
0
20% mais 20% em 20% em 20% em 20% mais
pobres segunda posição quarta ricos 300,000 20
posição média posição
Instalações melhoradas e partilhadas 10
Instalações não melhoradas
Defecação a céu aberto
0 0
1990 1995 2000 2005 2007 2010
A análise dos inquéritos aos agregados familiares rea-
lizados no período entre 2005 e 2008 revela que os
20% mais ricos da população na África Subsariana Nos últimos 10 anos, a proporção da população urbana que vive em
têm cinco vezes mais probabilidade de estar a utilizar bairros degradados no mundo em desenvolvimento diminuiu significati-
instalações sanitárias melhoradas do que os 20% mais vamente: de 39%, em 2000, para 33% em 2010. À escala mundial, isto
pobres. Os resultados dos referidos inquéritos mos- é motivo para optimismo. O facto de mais de 200 milhões de pessoas
tram também que a defecação a céu aberto é prati- que vivem em bairros degradados terem passado a ter acesso seja a água
cada por 63% da população do quintil mais pobre e de melhor qualidade e ao saneamento, seja a habitações mais dura-
apenas por 4% da do quintil mais rico. douras e menos superlotadas, mostra que os países e as administrações
locais têm feito esforços sérios para melhorar as condições dos bairros
O saneamento e a água potável têm muitas vezes uma degradados, aumentando desse modo as perspectivas de milhões de pes-
posição relativamente pouco importante entre as prio- soas conseguirem escapar à pobreza, à doença e ao analfabetismo.
ridades dos orçamentos nacionais e da ajuda ao
desenvolvimento, apesar dos seus enormes benefícios No entanto, em termos absolutos, o número de pessoas que vivem em
em termos de saúde pública, igualdade de género, bairros degradados no mundo em desenvolvimento está na verdade a
redução da pobreza e crescimento económico. E, em aumentar, uma tendência que se irá manter no futuro próximo. Os pro-
muitos casos, as intervenções não são dirigidas às gressos efectuados no que respeita à meta relativa aos bairros degra-
populações mais necessitadas. dados não foram suficientes para contrabalançar o crescimento de
povoamentos informais no mundo em desenvolvimento, onde se calcula
que o número de pessoas que vivem actualmente em bairros degradados
urbanos é de aproximadamente 828 milhões, em comparação com 657
milhões em 1990 e 767 milhões, em 2000. Serão necessários esforços
redobrados para melhorar a vida do número crescente de pobres que
vivem em cidades e metrópoles de todo o mundo em desenvolvimento.
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RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
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NAÇÕES UNIDAS
A prevalência de bairros degradados conflitos também está patente no aumento da proporção de pessoas que
vive em bairros degradados na Ásia Ocidental e deve-se, em grande
continua a ser elevada na África medida, à deterioração das condições de vida no Iraque. Nesta região, a
proporção de pessoas que vive em bairros degradados urbanos mais do
Subsariana e aumenta nos países que triplicou - aumentou de 17% em 2000 (2,9 milhões de pessoas)
afectados por conflitos para aproximadamente 53% em 2010 (10,7 milhões de pessoas).
África Subsariana
70
62
Sul da Ásia
57
35
Sudeste Asiático
50
31
1990
Leste Asiático 2010
44
28
Ásia Ocidental
23
25
Oceânia
24
24
América Latina e Caraíbas
34
24
Norte de África
34
13
Países que estão a sair de um conflito
64
77
Regiões em desenvolvimento
46
33
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Nota: Os países que estão a sair de um conflito e foram incluídos nos valores agregados
são os seguintes: Angola, Camboja, República Centro-Africana, Chade, República
Democrática do Congo, Guiné-Bissau, Iraque, República Democrática Popular do
Laos, Líbano, Moçambique, Serra Leoa, Somália e Sudão.
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NAÇÕES UNIDAS
mundial para o
140
e iniciativas de cooperação técnica bilaterais
APD total líquida em dólares correntes dos EUA
120
desenvolvimento 100
80
60
40
20
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(preliminar)
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RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Este défice de ajuda afecta especialmente África. Na Apenas cinco países doadores atingiram a meta
Cimeira de Gleneagles de 2005, os membros do G8
calcularam que os seus compromissos, em conjunto da ONU relativa à ajuda pública
com os de outros doadores, duplicariam a ajuda a
África até 2010. Os dados preliminares relativos a Ajuda Pública ao Desenvolvimento líquida dos países da OCDE-CAD como
2009 revelam que a APD bilateral a África no seu proporção do rendimento nacional bruto dos doadores, 1990-2009
conjunto aumentou 3% em termos reais. No caso da (percentagem)
África Subsariana, a APD bilateral aumentou 5,1%
em termos reais em comparação com 2008. Calcula- 0.40
se que África apenas vá receber cerca de 11 mil mil- APD total
hões de dólares do aumento de 25 mil milhões de 0.35 APD concedida a PMA
dólares previsto em Gleneagles, principalmente devido
ao desempenho insatisfatório de alguns doadores
europeus que canalizam uma grande proporção da 0.30
sua ajuda para África.
0.25
0.20
0.15
0.10
0.05
0.00
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2009
(preliminar)
67
NAÇÕES UNIDAS
80
70
60
50
40
30
20 39
10
0
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
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RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Os países menos avançados são os que mais dos PMA são de 1,6% (em comparação com 8% para
outros países em desenvolvimento), embora as tarifas
beneficiam das reduções de tarifas, sobre vestuário e têxteis dos PMA apenas sejam 2 a 3
pontos percentuais inferiores às dos países em desen-
especialmente no que se refere aos seus volvimento no seu conjunto.
produtos agrícolas
Tarifas médias dos países desenvolvidos sobre as importações de produtos
fundamentais provenientes dos países em desenvolvimento, 1996-2008
(percentagem)
14
12
10
4
Produtos agrícolas
2 Vestuário
Têxteis
0
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
14
12
10
4
Produtos agrícolas
2 Vestuário
Têxteis
0
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
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NAÇÕES UNIDAS
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RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Quarenta países que reúnem as condições necessárias para beneficiar de conclusão” receberam assistência adicional, no valor
uma redução da dívida no âmbito da Iniciativa a favor dos Países Pobres de 25 mil milhões de dólares, no âmbito da Iniciativa
Muito Endividados (PPME). 35 desses países atingiram o “ponto de Multilateral de Redução da Dívida. O peso da dívida
decisão” do processo e os futuros pagamentos da sua dívida foram redu- dos países integrados na Iniciativa PPME é inferior à
zidos em 57 mil milhões de dólares; 28 países que atingiram o “ponto de média para todos os países menos avançados.
META
Em cooperação com o sector privado, tornar acessíveis os
benefícios das novas tecnologias, em especial nas áreas da
informação e da comunicação
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NAÇÕES UNIDAS
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NAÇÕES UNIDAS
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RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2010
Agrupamentos Regionais
Regiões desenvolvidas
Países da Comunidade
de Estados Independentes (CEI)
Norte de África
África Subsariana
Sudeste Asiático
O presente relatório apresenta dados sobre os progressos realizados no que se refere à con-
Oceânia secução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio a nível mundial e de vários agru-
pamentos de países. Estes agrupamentos encontram-se classificados como regiões “em
Leste Asiático desenvolvimento”, economias em transição da Comunidade de Estados Independentes
(CEI) da Ásia e da Europa, e regiões “desenvolvidas“.1 As regiões em desenvolvimento
Sul da Ásia
foram ainda subdivididas em sub-regiões, tal como se mostra no mapa acima apresentado.
Ásia Ocidental
Estes agrupamentos regionais baseiam-se em divisões geográficas das Nações Unidas, com
algumas modificações destinadas a criar, na medida do possível, grupos de países suscep-
América Latina e Caraíbas tíveis de permitir uma análise útil. Para uma lista completa dos países incluídos em cada
região e sub-região deve consultar-se o sítio Web mdgs.un.org.
1 Uma vez que no sistema das Nações Unidas não existe uma convenção para a designação de países ou regiões “desenvolvidas”
e “em desenvolvimento”, estabeleceu-se aqui esta distinção apenas para efeito de análise estatística.
As designações utilizadas e o material incluído na presente publicação não implicam a expressão de qualquer opinião pelo
Secretariado das Nações Unidas sobre o estatuto jurídico de qualquer país, território, cidade ou área de competência dos mesmos,
nem ao traçado das suas fronteiras ou limites.
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NAÇÕES UNIDAS
FOTOGRAFIAS
Capa: © Sara Duerto Valero
Página 2: © UN Photo/116454
Página 6: © UN Photo/Logan Abassi
Página 11: © Sara Duerto Valero
Página 12: © UNICEF/NYHQ2009-2315/Mosammat Kamrun
Página 15: © UNICEF/NYHQ2009-1732/Truls Brekke
Página 16: © Sara Duerto Valero
Página 19: © UNICEF/NYHQ2009-2314/Mohammad Jashim U
Página 20: © UNICEF/NYHQ1996-1183/Giacomo Pirozzi
Página 21: © Sara Duerto Valero
Página 22: © Sara Duerto Valero
Página 23: © Sara Duerto Valero
Página 26: © UNICEF/NYHQ2006-0038/Brendan Bannon
Página 29: © UNICEF/NYHQ1996-1081/Nicole Toutounji
Página 30: © UNICEF/NYHQ2008-1312/Olivier Asselin
Página 33: © UNICEF/NYHQ2005-1047/Radhika Chalasani
Página 35: © UNICEF/NYHQ2009-2317/Md. Ilias Mia
Página 37: © UNICEF/NYHQ2009-0697/Christine Nesbitt
Página 39: © UNICEF/NYHQ2008-1437/Guillaume Bonn
Página 40: © UNICEF/NYHQ2006-1478/Giacomo Pirozzi
Página 44: © UNICEF/NYHQ2008-0842/John Isaac
Página 46: © UNICEF/NYHQ2010-0402/Kate Holt
Página 52: © Sara Duerto Valero
Página 55: © Sara Duerto Valero
Página 56: © UNICEF/NYHQ2007-0426/Giacomo Pirozzi
Página 60: © UNICEF/NYHQ2009-0859/Shehzad Noorani
Página 63: © UNICEF/NYHQ2009-1449/Peter Wurzel
Página 65: © Sara Duerto Valero
Página 66: © Sara Duerto Valero
Página 69: © Maria Martinho
Página 71: © Masaru Goto / World Bank
Página 73: © Sara Duerto Valero
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374-10_Capa:Layout 1 10/09/01 16:38 Page 2
O presente relatório baseia-se num conjunto de dados compilados por um Grupo Inter-organismos de
Peritos para os indicadores dos ODM dirigido pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais
do Secretariado das Nações Unidas, a pedido da Assembleia Geral, tendo em vista a avaliação periódica
do avanço em direcção à consecução dos ODM. O Grupo é constituído por representantes de
organizações internacionais cujas actividades incluem a preparação de uma ou mais séries de
indicadores estatísticos que foram identificados como sendo apropriados para controlar o avanço em
direcção à consecução dos ODM, que se indicam a seguir. O relatório contou igualmente com o
contributo de vários estaticistas nacionais e peritos externos.
O R G A N I Z A Ç Ã O I N T E R N AC I O N A L D O T R A B A L H O
O R G A N I Z A Ç Ã O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A A L I M E N TA Ç Ã O E AG R I C U LT U R A
O R G A N I Z A Ç Ã O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A E DU CA Ç Ã O, C I Ê N C I A E C U LT U R A
O R G A N I Z A Ç Ã O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O D E S E N VO LV I M E N TO I N DU S T R I A L
O R G A N I Z A Ç Ã O M U N D I A L D E SA Ú D E
BANCO MUNDIAL
F U N D O M O N E T Á R I O I N T E R N AC I O N A L
U N I Ã O I N T E R N AC I O N A L D E T E L E C O M U N I CA Ç Õ E S
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA PA R A Á F R I CA
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA PA R A A E U RO PA
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA PA R A A A M É R I CA L AT I N A E CA R A Í B A S
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA E S O C I A L PA R A A Á S I A E O PAC Í F I C O
C O M I S S Ã O E C O N Ó M I CA E S O C I A L PA R A A Á S I A O C I D E N TA L
P RO G R A M A C O N J U N TO DA S N A Ç Õ E S U N I DA S S O B R E O V I H / S I DA
F U N D O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A I N F Â N C I A
C O N F E R Ê N C I A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S S O B R E C O M É RC I O E D E S E N VO LV I M E N TO
F U N D O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A M U L H E R
P RO G R A M A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O D E S E N VO LV I M E N TO
P RO G R A M A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O A M B I E N T E
C O N V E N Ç Ã O - QUA D RO DA S N A Ç Õ E S U N I DA S S O B R E A LT E R A Ç Õ E S C L I M Á T I CA S
A LTO C O M I S SA R I A D O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O S R E F U G I A D O S
P RO G R A M A DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A O S P OVOA M E N TO S H U M A N O S
F U N D O DA S N A Ç Õ E S U N I DA S PA R A A P O P U L A Ç Ã O
C E N T RO D E C O M É RC I O I N T E R N AC I O N A L
U N I Ã O I N T E R PA R L A M E N TA R
O R G A N I Z A Ç Ã O D E C O O P E R A Ç Ã O E D E D E S E N VO LV I M E N TO E C O N Ó M I C O S
O R G A N I Z A Ç Ã O M U N D I A L D O C O M É RC I O
374-10_Capa:Layout 1 10/09/01 16:38 Page 1
O
I N S T I T U T O D E E S T U D O S PA R A O D E S E N V O LV I M E N T O
“Não podemos desiludir os milhares de milhões Relatório sobre os Objectivos
de pessoas que esperam que a comunidade de Desenvolvimento do Milénio
internacional cumpra a promessa de um mundo
I
melhor contida na Declaração do Milénio.
2010
R
Cumpramos essa promessa.”
Ó
– Palavras do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon
T
A
L
E
R